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centro - 2ª Parte

letícia lovo/especial

O cinema e
o sebo do
Cauim
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fotos letícia lovo/especial

Feiras livres
resistem no
Centro
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Suplemento exclusivo do Jornal A cidade de 1 de dezembro de 2008 - distribuição gratuita somente para o centro

O lado tranqüilo
A alegria
do palhaço
Parafuso
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da região central
CRIANÇAS ALIMENTAM SAGÜI NA PRAÇA SETE DE SETEMBRO,
OPÇÃO DE LAZER PARA MORADORES DOS PRÉDIOS VIZINHOS
2 A cidAde dezembro de 2008 dezembro de 2008 A cidAde 3

cartas Grande Hotel


nossa opiniÃo Há o encanto por ser um prédio histórico, o atrativo da
Já hospedou localização. Eu considero aqui uma obra de arte.
A paixão de quem Oportunidades Getúlio Vargas
mora no Centro
José espÓsito
O que eu acho bom Até junho de 2007 funcionou administrador do diederichsen
no Centro daqui são no quinto andar do
as oportunidades de Diederichsen, o Grande Hotel,
trabalho. O comércio na que chegou a hospedar o letícia lovo/especial

O
Centro de Ribei- É justamente esse la- região central é muito ex-presidente da República edifício diederichsen

No coração
rão cresceu, mas do calmo que leva a fa- forte. O que eu acho que Getúlio Vargas. O local está
com espaço para mília Estagnolo a con- ainda pode melhorar no sendo revitalizado para
manter a tradição de du- siderar o Centro como Centro é a questão da abrigar, em breve, o “Grande
as feiras livres, que acon- um excelente lugar pa- sujeira e dos moradores de Hotel Diederichsen”. “Serão
tecem toda terça-feira. ra morar. A professora rua. Eu morei em Curitiba 47 apartamentos, padrão
O Edifício Diederichsen, aposentada Leda mo- há 10 anos e lá era tudo quatro estrelas, e um deles

da cidade
primeiro prédio da cida- rou a vida inteira na re- limpo. adaptado para deficientes
de, também preservou gião central, seguindo a fotos letícia lovo/especial
físicos. O investimento é de
seu charme e tem até fi- tradição dos pais, que Esmerinda da Silva, 47, cerca de R$ 500 mil”, explica
la de espera para o alu-
guel de apartamentos e
tiveram a “Frutaria De-
liciosa” ao lado do Pin-
Sempre faço minhas comerciante o administrador do prédio,
José Espósito. A cobertura que
salas comerciais. guim. “Mesmo com as compras no Centro. Aqui por muito tempo foi ocupada
Apesar da aglomera-
ção de prédios e pessoas,
mudanças nunca per-
di meu amor pelo Cen-
eu encontro mais opções pelo Grupo de Teatro Fora do
Sério agora é residência de um imÓvel de 1936 foi primeiro prédio
o Centro, acredite se qui- tro”, resume a morado- e preços melhores do engenheiro. “É uma situação
ser, é um lugar onde ainda ra, que passou a pai-
que nos shoppings. provisória, pois nossa intenção multiplano no interior do estado
é possível encontrar “re- xão para os três filhos, é transformá-la em um
cantos de tranqüilidade” que também não pre- Ana Rosa Rico Silva, funcionária pública espaço cultural. Pretendemos

C
como a Praça Sete de Se- tendem deixar o Qua- restaurar o edifício como om 72 anos de histó- um prédio histórico, o atra-
tembro, em que crianças drilátero Central. um todo. Eu considero aqui ria, o Edifício Antô- tivo da localização e o pre-
alimentam sagüis que fi- Quem foi embora, como uma obra de arte, nio Diederichsen, o ço do aluguel”, explica o ad-
cam espalhados nas ár-
vores do local. Uma atra-
mas se arrependeu e
não vê a hora de vol-
Eu gosto do Centro, que representa a história de
Ribeirão Preto”, disse Espósito.
primeiro prédio multiplano
construído no interior do
ministrador, José Espósito.
Com marcante influên-
ção da região central que tar é a jornalista Matilde ainda mais nesta Muitas opções Estado de São Paulo, ain- cia da arquitetura “art-de-
você vai conhecer um
pouco mais nesta segun-
Leone: “Eu fui para a Vi-
la Virgínia, mas me sen-
época de Fim de Ano. da é uma referência no co-
ração de Ribeirão e tem até
co” o edifício foi tombado
pelo Condephaat e se tor-
da edição do suplemento ti um peixe fora d´água. A decoração de Natal Acho o Centro muito lista de espera para ocu- nou símbolo da cidade. Os
A Cidade No Bairro so-
bre o Centro de Ribeirão.
Até o final do ano eu
volto para o Centro.”
também ficou linda. bem estruturado com
vários ambientes para
par um dos 64 apartamen-
tos residenciais ou uma das
144 metros lineares do pré-
dio abrangem as ruas Ge-
Joseli da Silva Vieira, 21, estudante se divertir e descansar. 118 salas comerciais. neral Osório, Álvares Ca-
Acho que o espaço para a Na portaria uma placa bral e São Sebastião. O pré-

sua opinião cultura na região central


é bom e a área verde
também é razoável. Na
improvisada no monitor de
segurança até alerta: “Se-
nhores porteiros não temos
dio foi residência de An-
tônio Diederichsen, paulis-
tano filho de alemão, que
Trânsito Segurança questão da segurança
ainda precisa de atenção, Apartamentos e salas do Diederichsen possuem até fila de espera
apartamento para alugar.”
“Há o encanto por ser
doou o prédio para a Santa
Casa de Ribeirão.
mas o policiamento está
Não tenho o que Eu gosto bastante do melhorando. No geral,
reclamar do Centro, Centro de Ribeirão acho que o Centro vai
acho o comércio muito Preto, que conta muito bem.
bom. A única coisa com um comércio
ruim é o trânsito, que muito forte e de boa Maxwell Cleiton de Paula,
está cada vez pior. Para qualidade. O único 23 anos, segurança
chegar no Centro às 8h problema é a questão
para trabalhar, tenho da segurança. Tem hora
que sair de casa às que é perigoso andar
7h15. Para atravessar a por aqui. Precisariam
rua também é ruim, tem tomar um providência
que esperar bastante. sobre isso.

Érica Gomes da Silva, Carlos Alberto Milito, 36


19, vendedora mototaxista

• EDIÇÃO Fabrício Freire Gomes • REPORTAGEM E TEXTOS Valeska Mateus, Caio Campanhão (estagiário) e Renan Gouvêa (estagiário) • FOTOS Letícia Lovo/Especial, J.F Pimenta e Weber Sian • EDIÇÃO DE ARTE Daniel Torrieri • DIAGRAMAÇÃO Eduardo P. de Carvalho
• REVISÃO Gideon Fonseca • EDIÇÃO DE FOTOGRAFIA Joyce Cury • TRATAMENTO Edson Fabricio Bonora • DEPARTAMENTO COMERCIAL (16) 3977-2172 comercial@jornalacidade.com.br • VENDAS Maria Albina (16) 9234-7729
 A cidAde dezembro de 2008 dezembro de 2008 A cidAde 

O que me atrai no Centro é o anomimato


fotos letícia lovo/especial

alfaiate

50 anos de de quem circula e o burburinho.


Matilde leone
Jornalista

Diederichsen

letícia lovo/especial
casa nova

feloni lembra de ter feito roupas


para 1ª formatura da medicinausp
De volta ao Centro
A
jornalista Matilde Le- ra d’água. Na primeira se- gar romântico e charmoso.”

O
alfaiate Walter Felo- carruagem e lembra de ter one pretende passar mana, eu já comecei a sen- Além da proximidade de
ni, 70, trabalha no feito smokings para a pri- o Natal no seu novo tir falta do Centro.” serviços e comércios, Ma-
edifício Diederich- meira turma de medicina apartamento na rua Cer- Para Matilde nada se tilde ainda lembra da vista
sen há 50 anos, 38 deles na da USP - Ribeirão. queira César. Há um ano e compara ao charme do do oitavo andar do prédio
sala 228, onde abriu a sua “Já lutei muito pelo edi- meio morando na Vila Vir- Centro, apesar da cidade ter em que residia na General
própria alfaiataria. “Quan- fício e fico chateado pela gínia, ela está ansiosa pa- bairros e condomínios ma- Osório. “Víamos todo o Pe-
do retornei a Ribeirão, em falta de revitalização. Sinto ra retornar ao Centro, onde ravilhosos. “Os corredores dro II e as árvores floridas
1945, era o único edifício. como se aqui fosse a minha morou 17 anos de vida. largos, os pisos em taco e que mais parecem buquês”,
Garoto, vinha ao Centro e casa, somos uma família. “Eu saí do Centro pa- os amplos dormitórios, que
ficava admirando o prédio. Ele é o marco da história de ra morar perto de dois ir- não encontramos em outros
Nunca imaginei que cons- Ribeirão e conta parte da mãos, por conta da saúde bairros, lembram os apar- Matriz de São Sebastião
truiria minha vida aqui.” minha vida. Só saio daqui debilitada da minha mãe, tamentos antigos de Nova impulsionou região central
Ele conheceu Antônio para me aposentar de vez”, Matilde está terminando de arrumar apartamento para retornar mas me senti um peixe fo- Iorque. O Centro é um lu- leia na página 6
Diederichsen andando de afirmou Feloni. Alfaiate admirava o edifício quando era criança, mas nunca imaginou que iria trabalhar meio século no local

Síndico corrêa
Aposentado trocou casa pelo prédio histórico
Há dez anos, o aposentado e síndico João Corrêa, 80, decidiu se mudar para o Diederichsen,
mesmo sendo proprietário de cinco casas e dois apartamentos. “A localização, a tranqüilidade e o
status de morar num prédio histórico. É muito gostoso viver aqui, não uso meu carro para quase
nada”, comenta Corrêa. Da varanda do seu apartamento , voltada para a Praça XV é possível
admirar de perto o Theatro Pedro II , o Pinguim e o Palace Hotel. “Não é bonito? É uma maravilha,
Da sacada do apartamento, João Corrêa aprecia Quarteirão Paulista esse é o meu universo. O Diederichsen é eterno”, explica o morador do prédio histórico.
 A cidAde dezembro de 2008 dezembro de 2008 A cidAde 

Ribeirão se desenvolveu ao
letícia lovo/especial letícia lovo/especial

francisco moussa

redor da Catedral.
arnaldo álvaro padovani, 89
Cônego Padre inovador
ele ‘expulsou’ pombos; igreja aceita cartão de crédito
catedral

Patrimônio O
padre Francisco Ja- do pelo padre foi a insta- curso tem me ajudado a cui-
ber Zanardo Mous- lação de máquinas de car- dar da igreja com mais ze-
sa, pároco da Cate- tão de crédito na secretaria lo, trabalhar mais em equipe.
dral Metropolitana de Ri- da Catedral. Com elas, ago- Hoje administro os recursos
beirão, chegou à cidade há ra é possível que os fiéis pa- da igreja com mais precisão.”

do Centro
apenas 5 anos, mas já fi- guem dízimos, batizados e Outro diferencial de pa-
cou conhecido por ações até casamentos com o “di- dre Chico é sua relação com
inovadoras. nheiro de plástico”. os fiéis. Ele visita as casas
Padre Chico, como é co- “Receber com cartão de das famílias sempre que
nhecido, virou notícia em crédito foi um pedido dos possível e fica atento às ne-
todo o Brasil por “expulsar” próprios fiéis. Eles mesmos cessidades da comunidade.
os pombos da praça da Ca- pediam para que o sistema “Além de visitar a casa de
igreja começou a ser construída tedral. “Os pombos saíram fosse implantado porque é algumas famílias também
com os rojões. Tanto que mais prático”, disse o padre. vou a teatro, cinema.”
em 1904 e ficou pronta em 1917 Interior da Catedral, que além do aspecto religioso se destaca pelas obras do artista Benedicto Calixto agora estão revitalizando a O pároco cursa admi-
praça, coisa que seria in- nistração de empresas e diz
reprodução do arquivo público municipal
viável com os pombos que que o curso tem o ajuda- Cauim é o único cinema que

A
resiste no Centro da cidade
Catedral de Ribeirão
não atrai apenas os
fiéis católicos, mas é
ção abriga em seu interior
tumbas honoríficas, local
em que estão sepultados os
desenvolvimento Padre Chico está no comando da Catedral de Ribeirão há cinco anos
existiam aqui.”
Outro fato protagoniza-
do muito nas “funções de
comando” da Catedral. “O leia na página 8

um patrimônio arquitetô-
nico e histórico da cidade.
bispos e arcebispos que fa-
leceram no cargo e o Mon- Cidade cresceu ao redor da
Francisco Jaber Zanardo
Moussa, padre da Catedral
de Ribeirão há cinco anos,
senhor João Lauriano.
O cônego Arnaldo Álva-
ro Padovani, 89, que já tra-
matriz de São Sebastião
não poupa elogios à igreja, balhou com todos os bispos Antes da atual Catedral, a primeira matriz de Ribeirão Preto
que se tornou um ponto tu- da cidade, acompanhou a foi construída na atual área da praça XV de Novembro e foi
rístico da cidade. “As obras evolução de Ribeirão. Ele um marco para orientar a ocupação da comunidade de São
de Benedicto Calixto tor- viu nascer o primeiro edi- Sebastião. Em 1905, porém, a primeira igreja foi destruída e uma
nam a catedral ainda mais fício e os bairros ao redor comissão encarregada pela construção da nova igreja e incluía
especial. Tenho certeza que do Quadrilátero Central. “A representantes como o “rei do café”, Coronel Francisco Schimidt. A
é uma das igrejas mais bo- Catedral foi importantíssi- obra da atual Catedral começou em 1904. A primeira missa campal
nitas da região. ma para Ribeirão porque foi celebrada no local em 1905. As obras, no entanto, só foram
Outra curiosidade da foi ao redor dela que a cida- concluídas em 1917, ano oficial da inauguração da Catedral.
Catedral é que a constru- de se desenvolveu.”
8 A cidAde dezembro de 2008 dezembro de 2008 A cidAde 9

Sebo
no prÉdio do bristol Sempre descubro coisas novas no Marp. O acervo

A tradição do cinema
9 mil livros inclui obras reconhecidas internacionalmente.
Além do cinema e dos adriana guiMarÃes
projetos culturais, o assessora do Marp
Cauim abriu há seis meses
um sebo, que já conta
cauim é o único que continua em funcionamento na região central com um acervo de 9 mil letícia lovo/especial

livros. A responsável marp

Prédio de 100 anos


Weber sian 15/08/2006
pelo local é a livreira

O
último representan- Rose Ubini, 38, que
te da tradição dos faz de tudo para que o
cinemas no Centro consumidor encontre
de Ribeirão é o Cineclu- o livro procurado. “Se
be Cauim, que funciona na o cliente não encontra

A
rua São Sebastião e foi fun- aqui, eu procuro em outro visita do Marp (Mu- pelo Conppac e pertence 1992. “No início, era só eu e
dado em 1979 por Fernan- lugar, já que eu tenho seu de Arte de Ribei- atualmente à Telefônica. mais uma colega, mas isso
do Kaxassa, 48. contato com sebos do rão Preto), além do Quem cuida do prédio nunca me assustou.”
Segundo Kaxassa, o Brasil todo”, disse Rose. acervo artístico e das expo- como se fosse a própria ca- Adriana se diz privile-
Cauim é um ponto de en- Os freqüentadores vão sições realizadas no espa- sa é o diretor do Marp, Nil- giada por poder prestigiar
contro entre amigos. “Mui- desde colecionadores até ço, vale pela oportunidade ton Campos, 43, que es- os quadros e peças em ex-
tas pessoas que vêm aqui, estudantes. Os livros mais de conhecer o interior do tá no museu há seis anos. posição no caminho até
deixam os filhos na sessão procurados são os de prédio na esquina das ruas “A exposição do surrealista sua sala. “Sempre descubro
de cinema e ficam conver- literatura estrangeira, os Barão do Amazonas com a Salvador Dalí deu uma gra- coisas novas.”
sando e tomando um chope chamados best-sellers. O Duque de Caxias, que com- de visibilidade ao Museu e
por aqui mesmo. O Cauim dinheiro obtido na venda pletará cem anos no final hoje ele só tem a crescer.”
só é possível porque está dos livros é revertido do mês. O imóvel, que já foi A assessora Adriana Sagüis são atração à parte
localizado no Centro, lugar para as bibliotecas do sede da Câmara e da Socie- Guimarães, 42, trabalha no na praça Sete de Setembro
que todo mundo passa.” Templo da Cidadania e da Adriana Guimarães trabalha no museu desde a fundação, em 1992 dade Recreativa é tombado Marp desde a fundação, em leia na página 10
Nascido em Barretos, Agência Cultural Banco
Kaxassa montou um gru- Ribeirão Preto.
po de teatro e mudou-se
para Ribeirão, em 1975. A
partir daí, ele começou a
se interessar por cinema Sessão no Cine Cauim, que ainda tem espaço para a realização de outros projetos culturais na cidade
e exibia filmes em escolas
e alguns estabelecimentos
comerciais. regime militar. “Na época funciona na rua São Se- ras são todas de cimento.
“Quando comecei a me- da ditadura o Cauim pas- bastião há 5 anos, no pré- A acústica daqui é perfei-
xer com cineclube eu era sava filmes que eram cen- dio que abrigou o antigo ta”, explica Kaxassa.
da turma do [Manoel] Gis- surados. Quando houve a Cine Bristol, cinema luxu- Além do cinema, com
mondi, do [Bassano] Vac- campanha pelas ‘Diretas oso de Ribeirão. sessões com entrada gra-
carini”, conta Kaxassa. Já’, a urna do Cauim era a “O Bristol foi construí- tuita, o grupo promove ou-
O Cauim também ficou mais cheia”, disse Kaxassa. do como se fosse um está- tras atividades culturais,
muito conhecido durante o O cinema do Cauim dio de futebol. As estrutu- além de ter uma banda.
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de olho nas árvores


cidadania família estagnolo

Dama do Centro
renan gouvêa/especial

Iniciativa dos moradores


A consolidação da praça Pedrazzi chegou a plantar
Sete de Setembro é pés de Pau-Brasil. “Faço
resultado do trabalho isso por puro prazer. A
conjunto de antigos questão dos sagüis foi leda mora atualmente na cerqueira césar
moradores do Centro. Os um senhor que trouxe
nomes desses pioneiros um casal e soltou aqui. Aí

O
estão em placas pregadas a família [dos macacos] s 69 anos de vida da aposen- que vive até hoje. “Havia lazer pa-
em seis vasos do local. A foi só crescendo”, revela tada Leda Gonçalves Estag- ra as crianças. As praças eram mais
maioria desses moradores o morador do Centro. nolo foram construídos na limpas e seguras. Sempre levava
antigos morreu ou mudou O aposentado ainda região central. “Nasci no Centro e, meus filhos para brincar num co-
do Centro. Quem mantém comentou que outra mesmo com as mudanças, nunca reto da Praça XV.”
essa tradição de respeito pessoa que ajudou a perdi meu amor por aqui.” Leda sente saudades dos an-
à praça é o aposentado plantar as árvores na Os pais moravam em uma casa tigos vizinhos. Agora só existem
Paulo Francisco Pedrazzi, praça Sete de Setembro na rua General Osório e foram do- cinco residências térreas no quar-
60 . Ele mora na rua foi o antigo jardineiro do nos da frutaria ‘Deliciosa’, ao lado teirão entre a General Osório e a
Florêncio de Abreu e local. “O Paschoal tinha um do Pinguim, por quase 30 anos. Foi Américo Brasiliense. “Sentávamos
sempre caminha na praça viveiro ao lado da banca lá que ela conheceu o marido An- na porta de casa e ficávamos con-
para observar as cem de jornal. As pessoas tônio Carlos, 69. “Ele morava numa versando. Isso acabou.”
mudas de árvores que que passavam na praça, pensão vizinha a nossa casa”. E os filhos herdaram da mãe o
Macacos que ficam nas árvores chamam a atenção das pessoas que passam na região central da cidade plantou desde quando era sempre levavam uma Mesmo depois de casada, ela amor pelo Centro. Os três, mesmo
criança. Entre as espécies, muda”, afirmou Pedrazzi. decidiu permanecer no Centro e depois de casados, moram na re-

Praça dos Sagüis


mudou-se para uma residência, gião central. “Sempre falo que as
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na rua Cerqueira César, imóvel em pessoas devem vir ao Centro.”
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espaço na 7 de setembro é opção de lazer no centro

A
praça Aureliano de Os macaquinhos são quatro meses no Centro e
Gusmão, mais co- uma atração à parte. A pra- sempre que pode está na
nhecida como praça ça também é muito utili- praça à procura dos sagüis.
Sete de Setembro, é consi- zada para caminhadas, pa- “Vim de Campinas e lá
derada o quintal de muitos ra as crianças brincarem, não tem isso. Sempre que
moradores de prédios e ca- além da feira de artesanato, passava na praça eu via al-
sas no Centro de Ribeirão. que acontece no local aos guém olhando para cima
No passeio ao local é pos- sábados e domingos. e não sabia o que estava
sível encontrar pelo menos O administrador de em- acontecendo. Hoje eu sei
oitos sagüis espalhados pe- presas Jorge Augusto de que é por causa dos maca- Paulo Francisco Pedrazzi plantou cem árvores na praça
las árvores da praça. Moraes, 23, trabalha há cos”, comenta Moraes.

Leda acompanhada da filha Deborah e do neto Renan, que também moram no Centro
12 A cidAde dezembro de 2008 dezembro de 2008 A cidAde 13

dez minutos de reclamação


letícia lovo/especial

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Moradoresreclamam Terrenosabandonados
dos andarilhos Alguns terrenos na rua Sete de
Setembro se transformaram
criadouro [do mosquito da
dengue]. Até limparam o
em um depósito de lixo terreno, mas o mato e o lixo
Os moradores do Centro de que mora há dois anos no das pessoas que passam voltaram.”Segundo o diretor
Ribeirão Preto reclamam Centro. Segundo o diretor pelo Centro da cidade. A interino do departamento
dos andarilhos que ficam operacional da Guarda estudante Milena Tomazini, de Fiscalização Geral, José
nas praças da região central. Municipal, Edson Ferreira 21, disse que duas pessoas Augusto Camargo da Cruz,
“A Guarda [Municipal] não da Silva, os andarilhos que moram perto dos um fiscal irá até o local. “Há
faz nada para evitar que os têm direito de usar as terrenos abandonados estão dois meses eu estacionei meu
andarilhos fiquem pedindo praças como qualquer com dengue. “Acredito que carro na frente do terreno e
dinheiro para quem passa outro cidadão. “Não vamos Usuários aguardam no saguão de espera da UBS Central mais de uma hora para serem atendidos
a doença dessas pessoas ele estava limpo. Vou mandar
no Centro. Isso não pode repreender uma pessoa pelo aconteceu por causa do lixo um fiscal para verificar como

Demora na UBDS Central


acontecer. Não damos fato dela estar sentada na nos terrenos, que viraram está o terreno atualmente.”
dinheiro e eles acham ruim praça. Só vamos fazer isso
e ninguém precisa passar caso ela tente assaltar ou
por esse constrangimento”, importunar as pessoas como
comenta o o publicitário no caso de pedir dinheiro”, Os usuários reclamam do atendimento de comenta a vendedora Tamires Nascimento o Centro teM terrenos
Samuel Munari Meneguim, afirmou o diretor. urgência e emergência de adultos e crianças de Andrade. Segundo o secretário municipal CoM Mato e Muito liXo.
na UBDS (Unidade Básica Distrital de Saúde) da saúde, Oswaldo Cruz Franco, a espera
Milena toMazini, 21, estudante
Central. A espera é de pelo menos uma hora. na UBDS Central é mesma de convênios
“Falam que o atendimento é de emergência, particulares.“Em hospitais particulares que Terreno sujo na rua Sete de Setembro, que virou criadouro do mosquito da dengue, segundo vizinhos
a guarda nÃo Faz mas estou morrendo de dor nas costas desde trabalham com emergência, a fila é a mesma.
nada para evitar Que o meio-dia e já são quase duas horas. Até
agora nenhum médico me examinou. Não
O município está sobrecarregado. Quando
alguém procura o atendimento, ele quer
os andarilhos peÇaM estamos aqui à toa, precisamos ser atendidos”, prioridade, mas depende de cada caso.”
dinheiro no Centro.
saMuel Munari Meneguin, publiCitário
Falam que o Em hospitais
atendimento é de particulares que trabalham
emergência, mas esperei com emergência, a fila é a
duas horas sem nenhum mesma. O município está
tipo de atendimento. sobrecarregado.
nÃo vaMos repreender uMa pessoa
por ela estar sentada na praÇa. Tamires Oswaldo Franco,
edson Ferreira da silva, diretor da guarda MuniCipal Nascimento secretário da
de Andrade Saúde
1 A cidAde dezembro de 2008 dezembro de 2008 A cidAde 1

Sr. djalma
frutas e verduras de brincos a plantas

Toda 3ª é dia de feira


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Artesanato hippie no Centro


barracas ficam na visconde do rio branco e na marcondes salgado feira começou na década de 70 e barracas estão provisoriamente na praça da catedral
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A B
pesar das ruas estrei- vinham mais, agora o mo- ra do que em supermer- Defina também acredi- rincos, pulseiras, rou- que fiz aqui e não troco es-
tas e do crescimento vimento caiu muito.” cados. Para Soraya, a tra- ta que é possível conciliar pas, instrumentos sa amizade por nada nesse
da região central, du- A gestora em hotelaria dição da feira no Centro as feiras com o aumento musicais, plantas e mundo.”
as feiras livres ainda persis- Soraya Vilas Boas, 42, mo- não deve acabar. “A feira do movimento de pesso- até objetos religiosos po- Entre os momentos mar-
tem no Centro de Ribeirão, ra na rua Visconde do Rio nunca atrapalhou o trânsi- as e carros no Quadriláte- dem ser encontrados na cantes da feira de artesa-
uma na rua Visconde do Branco e freqüenta o local to até porque ela já existia ro Central. “A feira é uma “feirinha hippie”, tradição nato que Lazinho não con-
Rio Branco e outra na rua há 13 anos. Segundo ela, antes desse trânsito de ho- tradição necessária. Aqui com mais de 30 anos no segue esquecer está o ven-
Comandante Marcondes é mais prático e tranqüi- je. Se essa tradição acabar, é tudo mais fresquinho”, Centro. A feira de artesa- daval em Ribeirão Preto,
Salgado, ambas às terças-
feiras, das 6h até as 12h.
lo fazer compras na fei- vai fazer muita falta.” afirmou Defina. Cliente fiel nato começou na frente do
Theatro Pedro II e agora es-
em 1994. “Todos perderam
seus objetos, tivemos que
A banca mais antiga da letícia lovo/especial
tá na praça da Catedral por reconstruir nossas barra-
feira da rua Visconde do Djalma de Carvalho conta da reforma da praça racas. O importante é que
Rio Branco é a de Atílio De- Moreira, 85, mora a das Bandeiras. nós preservamos o valor da
fina, 62. Ele trabalha com a apenas dois quarteirões Um dos artesãos mais amizade.”
venda de frutas e legumes da feira da rua Marcondes antigos é Lázaro José dos
há 40 anos, mas atualmen- Salgado. A proximidade Reis, 54, conhecido como
te o comando da barraca fi- não é apenas com o local, Lazinho e que está na feira Shopping impulsionou
ca com a mulher Sueli, en- mas também com os desde o início. “Isso aqui é pólo comercial do Centro
quanto Defina cuida de ou- próprios feirantes. Toda Um dos artesãos mais conhecidos da feira é Lazinho, pioneiro que fez muitas amizades no Centro da cidade minha vida. Tenho amigos leia na página 17
tra banca na feira da Mar- terça-feira, Moreira vai
condes Salgado. buscar frutas e verduras
Sueli disse que faz até e, entre uma compra e
disque-entrega, resultado outra, brinca e diverte-se
da intimidade com alguns com os comerciantes do
clientes, depois de anos de local. “Essa feira é uma
convívio. “Eu tenho alguns maravilha. Se acabar eu
fregueses que me deram morro”, brinca Djalma.
presente e tudo quando eu Para ele, a reclamação
casei. E o mesmo aconte- de que a feira piora o
ceu quando foi o casamen- trânsito não procede. “Na
to da minha filha.” Marcondes Salgado não
Segundo Sueli, a fei- tem muito tráfego e acho
ra começou na Praça Tira- que a feira não atrapalha”,
dentes e o público mudou afirmou Carvalho.
muito. “Antes, as pessoas Com 40 anos de profissão, Atílio comanda barraca de frutas e verduras mais antiga das feiras do Centro
1 A cidAde dezembro de 2008 dezembro de 2008 A cidAde 1

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pólo comercial

Ponto estratégico
shopping apostou no potencial da região central

O
Centro de Ribeirão praças, com mais conforto, cilitou muito a minha vida
tem outro pólo co- climatização e segurança. É a chegada de um shopping
mercial além da re- um pólo atrativo”, afirma o à região central.”
gião do Calçadão, que se superintendente do shop- Mais cômodo ainda é
desenvolveu nos últimos ping, Marcelo Muniz. para a aposentada Gilceli
anos com a inauguração na Segundo Muniz, cerca Coutinho, que mora a um
rua São José do Shopping de 70% dos 20 mil clientes quarteirão e meio do lo-

Eu colocava amendoim no meio da massa e


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Santa Úrsula, em 1999. que passam por dia são de cal. “Tenho a praticidade
A arquitetura moderna moradores do Centro e de de encontrar tudo aqui. Ve-

prestava atenção na reação do cliente. do empreendimento, que bairros de acesso rápido. nho quase uma vez por dia,
ocupa um quarteirão, mu- “Grande parte vem a pé pa- seja para buscar algo no su-
dou um pouco a paisagem ra o shopping ou faz peque- permercado, tomar um chá
José Muller de oliveira, o Jô local e o seu surgimento nos percursos de carros.” da tarde ou comprar pre-
Comerciante acabou atraindo outros es- Esse é o grande atrativo sentes de última hora.”
tabelecimentos comerciais. para Isabel Cristina Santos.
“Qualquer shopping tem Moradora da Vila Virgínia
uma influência muito gran- há mais de 30 anos ela gas- Bruna trabalha no Santa
sorvete a r$ 1 de sobre a área vizinha. Ele ta menos de 10 minutos da Úrsula desde o começo

O Jô de Ribeirão
Com quatro andares, Shopping Santa Úrsula foi inaugurado em 1999 cumpre o papel das antigas sua casa ao shopping. “Fa- leia na página 18

E
le não é o Jô Soares, vender alface hidropônico tava atenção na reação do
mas em Ribeirão, Jo- e não deu certo. Aí resolvi cliente. Se ele gostava eu fa-
sé Muller de Oliveira arriscar na sorveteria.” zia mais, se não a produção
também faz muito sucesso Os sorvetes do Jô são parava”, afirmou Jô.
com as três sorveterias que conhecidos por terem pe- Não é apenas o preço
tem no Centro. daços de amendoim, cho- de R$ 1 (o copinho) que
Jô, como é conhecido colate, bolachas, entre ou- atrai os consumidores. “Es-
na cidade, abriu a primeira tros ingredientes. “Coloca- sas bolachas e amendoins
sorveteria, na rua Floriano va amendoim no meio da no meio não têm igual”, dis-
Peixoto, há 24 anos. “Tentei massa de chocolate e pres- se Denise Vianna, 40. Jô abriu sorveteria no Centro, em 84, e sempre inova nos sabores
18 A cidAde dezembro de 2008 letícia lovo/especial dezembro de 2008 A cidAde 19

vizinhança de loja

Comércio variado
shopping atraiu estabelecimentos nas ruas ao redor

N
um raio de três prietário há seis anos da rencial. “Como ele fica no
quarteirões no en- Pesfer, farmácia especiali- meio da cidade, as pessoas
torno do shopping zada, acompanhou a trans- desfrutam também do co-
Santa Úrsula hoje é possí- formação da área, princi- mércio do entorno. É bom
vel encontrar todo tipo de palmente nos últimos três para os dois lados.”
lojas e serviços. Farmácia, anos. “Na Garibaldi não ha- Há dois anos na Pruden-
salão de beleza, cursos, ar- via comércio, eram casas e te de Morais, Lívia Campos
letícia lovo/especial
tigos para decoração, con- construções antigas. Agora dona de uma loja de mo-
agarrou a oportunidade sultórios, escritórios, lojas praticamente todos os imó- da praia ressalta a influên-

Desde o início
de moda e café. veis estão ocupados por es- cia do shopping no movi-
“Houve uma diversifica- tabelecimentos.” mento da loja. “A rua é pas-
ção de gêneros, isso cola- Ferro atribui o desenvol- sagem obrigatória para o
bora com o fluxo”, comen- vimento à diversificação do shopping e atrai um públi-
ta Marcos Halak, dono do comércio local e à melhoria co fiel e sério.”
MoCafé, instalado há qua- na segurança. “No começo
tro anos na rua São José, havia muitos assaltos.”
bruna trabalha no santa úrsula há quase 10 anos bem em frente à entrada Segundo Halak, o fato ‘Árvore do Chiclete’chama
principal do Santa Úrsula. do shopping estar na área a atenção da população
Marcos Halak apostou no desenvolvimento comercial da rua São José José Carlos Ferro, pro- central é um grande dife- leia na página 21

Q
uando entregou seu sua inauguração. “Na épo- Agerentetambémacom-
currículo à admi- ca trabalhava numa esco- panhou o desenvolvimen-
nistração do shop- la de cabeleireiro e como to da área interna do sho-
ping Santa Úrsula, a geren- morava no Centro fiquei pping. “Não havia nem ci-
te Bruna Carla Dias nunca feliz com a oportunidade nema, nem academia e a
imaginou que um dia po- de trabalhar em um shop- praça de alimentação era
deria completar uma dé- ping próximo a minha ca- menor.”
cada como funcionária sa”, afirmou Bruna. Depois de dez anos, a
do local. “Não tinha nada Ela se recorda que, no funcionária já criou víncu-
aqui, a construção estava início, a saída do shopping lo de amizade com alguns
apenas começando.” era “deserta” à noite. “Não clientes. “Muitos são vizi-
Uma das funcionárias tinha nem farmácia perto. nhos, conheço quase to-
mais antigas do shopping, Não existiam muitas lojas do mundo. Tenho clientes
Bruna trabalha na mes- no entorno, hoje há todo que só querem ser atendi-
ma loja de artigos espor- tipo de comércio. Mudou dos por mim. É uma rela-
tivos, no 1º piso, desde a muito.” ção gostosa.” A gerente da loja Bruna adora trabalhar no Centro pela proximidade de tudo
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Tá na mesa rua prudente de morais


Quando eu chego do trabalho eu procuro fazer sempre uma

A polêmica ‘Árvore do Chiclete’


ARECEITA
lasanha ou um macarrão. Não demoro mais de 40 minutos. Macarrão
Carla Figueiredo sCudder, 38
Moradora do Centro
de forno
fotos letícia lovo/especial
INGREDIENTES desrespeito ambiental para alguns e tradição que precisa ser respeitada para outros
especialista em massas • 1 pacote de Macarrão Ninho letícia lovo/especial

Praticidade A
(500g) “Árvore do Chicle- ra mais de cem anos para se cletes, as pessoas vão colar
• 200g de Mozarela em cubo te” na rua Prudente decompor. Deveriam reti- de novo”, acredita o dono
de Morais, próximo rar os chicletes.” da comunidade no Orkut,
• 200g de presunto em cubo
ao Shopping Central divi- Por outro lado, mais 1.600 Adriano José Philipin, 23.
• 1 pacote de creme de Queijo de opiniões. Para quem já pessoas mantêm uma comu- Sem se envolver na polê-

na cozinha
colou um chiclete consi- nidade da “Árvore do Chicle- mica, o garapeiro Luiz Car-
MODO DE PREPARO dera o ato como uma “con- te” no Orkut. Ninguém sa- los Bentegani, 54, aproveita
tinuidade artística.” Para be ao certo como começou a fama da árvore.
Coloque o macarrão cru os amantes da natureza, o a “tradição do chiclete”, mas “Estou aqui há um ano
num refratário de vidro, ato de colar “borracha” no tudo teria começado com e já vi muita gente colando
untado com margarina tronco da árvore não passa um estudante e o gesto foi chiclete. Hoje sou conheci-
e vá recheando os de algo nojento que desres- copiado por amigos e outras do como o garapeiro da ár-
carla scudder adora fazer‘pratos ninhos com o presunto peita o meio ambiente. pessoas. vore do chiclete”, afirmou
e com a mozarela. Quem não gosta dos chi- “Já tentaram fazer uma Bentegani.
rápidos’para o marido e os 2 filhos Em seguida, prepare cletes colados na árvore é o outra árvore do chiclete na
o creme de queijo e o químico Edmílson Camar- rua São José, mas não pe-
coloque até encher o go, 75. “Muito nojento, é gou. A nossa árvore pegou Palhaço Parafuso é a

A
falta de tempo é um ou outra massa. São pra- refratário. Aí é só cobrir um desrespeito à natureza. e é ponto turístico de Ribei- alegria da região Central
desafio para a publi- tos que não levam mais com papel alumínio e Garapeiro Luiz se instalou no local para aproveitar a ‘fama’ da árvore Uma borracha dessa demo- rão Preto. Se tirarem os chi- leia na página 23
citária Carla Figuei- de 40 minutos para fica- colocar no forno por
redo Scudder, 38. Por is- rem prontos. O macarrão 40 minutos. Se preferir
so, ela gosta de pratos rápi- ao forno é superfácil e to- pode substituir o creme
dos que satisfazem, e mui- do mundo gosta. de queijo por outro
to, o paladar do marido in- A moradora do Centro molho de preferência.
glês Peter e dos filhos Vitor trabalha em uma produ-
e Kevin. tora, leva e busca os filhos
Para satisfazer o gosto na escola e ainda cozinha
do marido, que não é acos- à noite, quando não pode
tumado à comida brasilei- contar com a “fiel escudei-
ra, Carla teve de apren- ra” Eliana, como ela mes-
der a fazer outros pratos, ma define. “Costumo di-
principalmente massas. zer que eu levo uma vida
“Quando eu chego em ca- de ‘mãetorista’. É uma vi-
sa do trabalho procuro fa- da bem corrida”, afirmou a
zer sempre uma lasanha moradora do Centro. Carla apresenta macarrão ao forno recheado com presunto e queijo
22 A cidAde dezembro de 2008 letícia lovo/especial dezembro de 2008 A cidAde 23

O Caio é o nosso primeiro filho e veio na hora


letícia lovo/especial

o figura

certa. Eu não canso de ficar olhando para ele.


raphaela barroso guedes granzotti Centro alegre
do Parafuso
Moradora do Centro

ele chegou

Passeio na praça palhaço aprendeu o ofício com o


pai e não gosta de ‘cara amarrada’

N
ão tem como ficar palhaço de rua em Ribei-
raphaela e o marido leandro adoram levar o filho de cara amarrada na rão. Parafuso morou numa
frente do palhaço barraca de circo e foi apren-
caio granzotti para tomar sol no final de semana “Parafuso” que sempre ar- dendo as técnicas com o
ranca um sorriso de quem pai. “O maior orgulho do

C
om pouco mais de vogado Leandro Agostini tro em breve para uma “ca- passa nas ruas do Centro. meu pai foi ver eu me dan-
um mês de vida, Caio Granzotti, 35, que moram sa maior”, mas que ela vai Quem fica por trás da más- do bem na profissão.”
Guedes Granzotti, na rua Florêncio de Abreu. sentir saudade. “Nós fo- cara e da fantasia é Antônio Depois de trabalhar em
que nasceu no dia 4 de no- “Caio significa uma pes- mos os primeiros mora- José de Almeida, 58. circos como Garcia e Beto
vembro, já sai para passe- soa alegre e feliz. Ele es- dores do prédio e estamos Ele encara a profissão Carrero, Parafuso trabalha
ar com os pais na praça Se- tá honrando muito o no- aqui há quatro anos. A faci- como “missão divina” des- há seis anos fazendo locu-
te de Setembro. Ele é o pri- me. Ele é muito sossegado”, lidade de morar no Centro de 1956, quando fez suas ção em lojas. “Minha maior
meiro filho da fonoaudiólo- conta a mãe. é que, numa esquina, tem primeiras apresentações alegria é ver o sorriso no
ga Raphaela Barroso Gue- Raphaela disse que a fa- de tudo. Só o trânsito que é Palhaço faz locuções nas lojas e sua maior recompensa é ver o sorriso das pessoas que passam no local com o pai que também era rosto das pessoas.”
des Granzotti, 31, e do ad- mília deve deixar o Cen- complicado.” Pais curtem a chegada do tranqüilo Caio, o primeiro filho do casal

reprodução

ele se foi
Antônio adorava ir às missas na Catedral
Antônio Linhares Ataíde de Oliveira, que morreu neste ano aos 71 anos, nasceu no Rio de
Janeiro, mas mudou para Ribeirão com 33 anos e aqui sempre morou no Centro. Atualmente
ele morava num edifício na rua Tibiriçá. Segundo sua única filha, Elizabeth Linhares de
Oliveira, 33, o pai era muito católico e freqüentava todos os dias a missa das 7h da manhã
na Catedral Metropolitana. “Chegava a ir duas vezes à missa num único dia. Ela tinha muitos
Desde que veio para Ribeirão Preto, Antônio sempre morou no Centro amigos por aqui, conhecia todo mundo. Ele viveu para fazer o bem sem esperar retorno.”
2 A cidAde dezembro de 2008

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