Você está na página 1de 7

Discurso 19 novembro 2023

Lucas Zaccaro Dias Santana


Significado e Propósito na Vida - Princípios do Evangelho
Em 1905 nasceu em Viena na Áustria Viktor Frankl, Viktor casou-se e quando sua
esposa estava grávida se encontrou presos em um dos capítulos mais sombrios da
história da humanidade durante a Segunda Guerra Mundial. Frankl já havia
estabelecido sua reputação como um pensador e profissional respeitado antes de ser
capturado pelos nazistas.

Em 1942, ele, sua esposa grávida e outros familiares foram levados para campos de
concentração nazistas, onde a brutalidade reinava. Entre esses campos, Viktor Frankl
encontrou-se no notório Auschwitz, onde a desumanização atingiu níveis
inimagináveis.

A experiência de Frankl foi uma dura lição sobre a natureza extrema da condição
humana. Ele perdeu sua esposa, pai e mãe para os campos de concentração,
enfrentou condições desumanas e viu a sua dignidade ser despedaçada.

Em uma reflexão, Frankl pondera sobre o que “nos resta” quando tudo nos é tirado.

Quando o homem é submetido a circunstâncias adversas, além de seu controle e


nada há que possa fazer para mudar essa situação, o que lhe resta?

Observando seus companheiros prisioneiros, Frankl notou que aqueles que


conseguiam manter um senso de propósito e significado tinham maior resistência.
Mesmo cercados pela morte e desespero, esses indivíduos encontravam força em
seus objetivos, em pequenos atos de humanidade e na crença de que havia algo
além da opressão.

1. Aqui aprendemos a primeira grande lição: Quando tudo nos é tirado, o que
nos resta ainda é o que mais importa. Mas para compreender isso precisamos
mudar a nossa PERSPECTIVA, de uma perspectiva finita, terrena, onde tudo
que existe está dentro de nesse curto período de vida, para uma perspectiva
eterna.

Presidente James E. Fauts declarou:


Os espinhos que nos ferem, que se cravam na carne, que machucam,
muitas vezes mudam vidas que parecem despojadas de significado e de
esperança. Essa mudança ocorre através de um processo de purificação que
com freqüência parece cruel e árduo.
Assim a alma se transforma em barro macio nas mãos do Mestre que
molda vidas úteis, cheias de fé, beleza e força. Com o fogo do ourives,
algumas pessoas passam a ser descrentes e perdem a fé em Deus, mas
quem vê as coisas da perspectiva eterna compreende que essa purificação
faz parte do processo de aperfeiçoamento.

Realmente se nossa perspectiva estiver fixada nesse curto período de vida, o qual é
infinitamente curto comparada a eternidade (exemplo da linha) – então qualquer
provação, injustiça, perda pode se tornar completamente insuportável. Agora se
compreendermos o propósito, ou o porque dessa vida, e o seu significado,
poderemos suportar “bem” todas as coisas.

2. E aqui aprendemos a segunda lição.


D&C 121
7 Meu filho, paz seja com tua alma; tua aadversidade e tuas aflições não
durarão mais que um momento;
8 E então, se as asuportares bem, Deus te exaltará no alto; triunfarás sobre
todos os teus inimigos.

O Senhor não requer somente que suportemos as dificuldades, mas sim


que suportemos BEM.

- Confiar e ter fé mesmo quando não compreedemos a sabedoria


e designios de Deus - isso é suportar bem

Frankl declara: A última liberdade humana é escolher a atitude em qualquer


conjunto de circunstâncias.
Suportar bem, é lembrar dessa liberdade, a liberdade de escolher a nossa
reação frente as circunstâncias

Precisamos lembrar do que o Presidente Nelson nos ensinou:

“A alegria que sentimos tem pouco a ver com as circunstâncias de nossa


vida e tem tudo a ver com o enfoque de nossa vida”.

E qual deve ser o enfoque de nossa vida: Em nosso propósito e sentido


eternos e divino, com uma perspectiva de perpassa essa vida e vai rumo a
eternidade.
A experiência de Frankl de viver em campo de concentração e observar como as
pessoas reagiam as mesmas circunstâncias lhe trouxe grandes lições, que deram
origem ao seu livro “O homem em busca de sentido”

Uma das lições de Frankl é que:

Quando não somos capazes de mudar uma situação, somos desafiados a mudar a
nós mesmos.

Suportar bem, está relacionado a não perdermos a fé, e mesmo durante duras
provas mantermos a nossa gratidão a Deus e nossa fidelidade a Ele e seu Evangelho,
permitindo que as provações nos moldem e nos tornem melhores e mais fortes. Pois
qual seria o desafio de ser obediente quando tudo esta bem e quando somos
sempre grandemente abençoados.

A história de Jó ilustra esse ponto:

1 Havia um homem na terra de aUz, cujo nome era bJó; e era esse homem cíntegro,
reto e dtemente a Deus e desviava-se do mal.
2 E nasceram-lhe sete filhos e três filhas.
3 E era o seu gado sete mil ovelhas, e três mil camelos, e quinhentas juntas de bois, e
quinhentas jumentas; era também muitíssima a gente a seu serviço, de maneira que
era esse homem maior do que todos os do oriente.

Veja que Jó era um homem bem sucedido em todas as coisas, mas Satanás
questionou ao Senhor:

9 Então respondeu Satanás ao SENHOR, e disse: Porventura teme Jó a Deus em vão?

Satanás demonstrou que o temor, ou seja, a obediência de Jó ao Senhor era


recompensada, e portanto, as recompensas da obediência eram o grande motivo de
Jó ser obediente e não fé ou virtude. Ou seja, era fácil para Jó ser obediente quando
tudo estava bem e era tão grandemente abençoado.

De fato em Malaquias lemos:

Malaquias 3
13 As vossas palavras foram duras contra mim, diz o SENHOR; mas vós dizeis: Que
falamos contra ti?
14 Vós dizeis: Inútil é servir a Deus; que nos aproveita termos guardado os seus
preceitos, e andarmos pesarosos diante do SENHOR dos Exércitos?

Essa passagem demonstra a rebeldia contra Deus, por nos parecer inútil ou seja “sem
benções” servir a Deus.
Então Deus permiti à Satanás testar a sua teoria, tirando de Jó tudo aquilo que ele
possuía, exceto sua própria vida.

Neste momento, da forma selhante a Viktor Frankl, Jó descobre “O que lhe resta”
depois que tudo lhe é tirado. E Jó declara:

21 E disse: Nu saí do ventre de minha mãe, e nu tornarei para lá; o SENHOR o deu, e o
SENHOR o atomou; bendito seja o nome do SENHOR.
22 Em tudo isso Jó não pecou, nem atribuiu a Deus falta alguma.

Pres. James E Faust

O Fogo do Ourives
Temos aqui uma grande verdade. Na dor, na agonia e nas empreitadas
heróicas da vida, passamos pelo fogo do ourives, e o que há de
insignificante e sem importância em nossa vida, derrete-se como refugo e
torna nossa fé reluzente, intacta e forte. Dessa maneira, a alma pode refletir
a imagem divina. É parte do preço da purificação que algumas pessoas têm
de pagar para conhecer a Deus. Nos momentos de agonia da vida, parece
que escutamos melhor os sussurros sutis e celestes do Divino Pastor.
Todos, em algum momento da vida, enfrentam dias dolorosos e
desesperadores de adversidades e duros golpes. Parece haver angústias,
tristezas e profundo sofrimento de sobra para todos, inclusive para quem
procura agir da maneira correta e ser fiel....

3. E aqui aprendemos a terceira lição – a obediência e a fidelidade ao


Senhor, não é um passe livre para o sofrimento, as adversidades e as
angustias.

Esta lição nos é ensinada também pela experiência de Joseph Smith, pelas duras
provas que passou conforme relato de Doutrina e Convênios 122

D&C 122
6 Se fores acusado de toda sorte de falsidades; se os teus inimigos caírem
sobre ti; se eles te arrancarem do convívio de teu pai e mãe e irmãos e
irmãs; e se com uma espada desembainhada os teus inimigos te arrancarem
do seio de tua esposa e de tua prole; e teu filho mais velho, embora com
apenas seis anos de idade, agarrar-se às tuas vestes e disser: Meu pai, meu
pai, por que não podes ficar conosco? Ó meu pai, o que os homens vão
fazer contigo? e se então ele for arrancado de ti pela espada, e fores
arrastado para a prisão, e teus inimigos te rondarem
como alobos procurando o sangue do cordeiro;
7 E se fores lançado na cova ou nas mãos de assassinos, e receberes
sentença de morte; se fores lançado no aabismo; se vagas encapeladas
conspirarem contra ti; se ventos furiosos se tornarem o teu inimigo; se os
céus se cobrirem de escuridão, e todos os elementos se unirem para
obstruir o caminho; e acima de tudo, se as próprias mandíbulas
do binferno escancararem a boca para tragar-te, sabe, meu filho, que todas
essas coisas te servirão de cexperiência, e serão para o teu bem.
8 O aFilho do Homem bdesceu abaixo de todas elas. És tu maior do que ele?
9 Portanto, persevera em teu caminho e o sacerdócio apermanecerá contigo;
pois os blimites deles estão determinados e não podem ultrapassá-los.
Teus cdias são conhecidos e teus anos não serão diminuídos;
portanto, dnão temas o que o homem possa fazer, pois Deus estará contigo
para todo o sempre.

O que nos leva a quarta e quinta lição:

4. Toda dificuldade, adversidade e provação nos serve de experiência, e são para


nosso bem. Por mais que pareça difícil de compreender, o sofrimento, a dor e
as dificuldades tem um propósito e um papel alinhado a nosso propósito
eterno e ao real significado de nossa vida.

A ideia de que a busca por significado é uma fonte de resistência em face da


adversidade, Quem tem um forte porquê para viver pode suportar quase qualquer
como.

5. E a outra lição que aprendemos é que se Cristo sofreu todas as coisas e ele é
nosso Mestre e Senhor, somos maiores do que ele para sermos poupados de
toda dor e sofrimento?

Parte de seguir o exemplo do Salvador, é também aprender a suportar bem as


dificuldade, provações, assim como ele suportou, precisamos lembrar que não é o
servo maior que o seu Senhor.

E qual seria o nosso propósito e o sentido de nossa vida? Aprendemos no Livro de


Mórmon que:

2 Néfi 2:25

25 aAdão bcaiu para que os homens cexistissem;


e os homens existem para que tenham dalegria.
Existimos, fomos criados para ter alegria. E aprendemos nas escrituras que
iniquidade nunca foi felicidade. Sendo assim, nosso propósito é buscar essa alegria,
pela obediência as leis e princípios do Evangelho, o qual são um mapa, um manual
de instruções de um Pai Celestial amoroso para que alcancemos alegria nessa vida e
na vida que está por vir.

Assim Deus cumpre também o seu propósito de: 39 Pois eis que esta é
minha aobra e minha bglória: Levar a efeito a cimortalidade e dvida eterna do homem.

6. E assim aprendemos a última lição, que nosso propósito e sentido na vida não
podem de forma algum ser dissociado da obediência as leis, princípios e
ordenanças do Evangelho, os quais nos dão segurança e felicidade nessa a
despeito das circunstâncias, e recompensas no mundo vindouro, que “nem
todos os bens da Terra poderiam comprar”.

- Em meio à perda, compreender que o que verdadeiramente importa persiste


exige uma mudança de perspectiva finita para uma visão eterna.

2. **Suportar Bem as Dificuldades:**

- Não basta apenas suportar as dificuldades; o Senhor nos exorta a enfrentá-las


com virtude e resiliência.

3. **Obediência e Fidelidade não Eximem do Sofrimento:**

- A obediência e fidelidade ao Senhor não garantem uma vida isenta de


sofrimento, adversidades e angústias.

4. **Propósito nas Dificuldades e Provações:**

- Cada dificuldade e provação contribuem para nosso crescimento, alinhando-se


ao propósito eterno e significado real de nossa vida.

5. **O Servo não é maior que o seu Senhor:**

- Reconhecendo que, como seguidores de Cristo, não devemos esperar ser


poupados de toda dor, pois o Mestre enfrentou todas as coisas.
6. **Nosso Propósito e Significado na vida estão alicerçados nas leis e princípios
do Evangelho:**

- A essência de nosso propósito e significado na vida é fundamentada na


obediência às leis, princípios e ordenanças do Evangelho, proporcionando segurança,
felicidade independente das circunstâncias e prometendo recompensas além deste
mundo material.

Você também pode gostar