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Miguel Arcanjo Nito, Consultor de Comunicação e Ambiente

 QUEM É A MEDIA TRADICIONAL?


 O QUE SÃO AS REDES SOCIAS
 QUAL DEVE SER O POSICIONAMENTO DA MEDIA
TRADICIONAL?
 QUE PAPEL DESEMPENHAM AS RS PARA A
DEMOCRACIA?
 Mídia digital é todo conteúdo ou veículo de
comunicação que se baseia na internet e a
utiliza como meio de distribuição. Portanto,
ao contrário da mídia analógica (também
conhecida como mídia tradicional ou mídia
offline), a mídia digital oferece a
possibilidade de feedback por parte do
receptor.
 Mídia tradicional é aquela em que o
processo de comunicação é unilateral
 E mídia digital, aquela em que acontece de
modo bilateral.
 Em veículos de comunicação analógica, como
jornais impressos, por exemplo, o receptor não
tem como responder imediatamente à
informação que recebe.
 Já nos veículos da mídia digital, ele assume o
poder de questionar qualquer conteúdo no
momento em que sentir necessidade.
 Como o Canal de comunicação da mídia digital é
a própria internet, ele pode responder, opinar,
perguntar, elogiar, criticar ou até criar seus
próprios conteúdos quando quiser…
 Na internet cada um posta o que quer e virá
jornalista?
 Redes sociais: ferramentas/canais que dão visibilidade a relacionamentos
e opiniões das pessoas ou instituições;
 Mídia social: meios de distribuir notícias, informações e relações
comerciais e profissionais;
 Notícia: facto público com relevância para a sociedade;
 Poste nas redes sociais: opiniões, impressões, testemunhos, relatos
(foto, vídeo, áudio) de uma pessoa ou de um grupo social, económico,
político, cívico, artístico, etc.
 Poste na mídia social: notícias, reportagens, produtos de empresas ou
profissionais de comunicação e de entidades públicas, políticas, comerciais
e privadas.
 Fontes e contraditório: a grande diferença entre redes sociais e mídia
social.
 ›“Uma métrica é um sistema de mensuração
que quantifica uma tendência, dinâmica ou
característica. Métricas são usadas para explicar
fenómenos, diagnosticar causas, compartilhar
descobertas e projectar os resultados de
eventos futuros.”
Por: Paul Farris; Neil Bendle;
Phillip Pfeifer;
David Reibstein.
 Apenas um em cada cinco jovens angolanos têm
acesso à internet, segundo dados do Instituto
Nacional de Estatística (INE), mostrado que o uso
de internet em Angola, seja através de
telemóvel ou computador, continua limitado.
 Luanda lidera o número de usuários, com uma
taxa de acesso estimada em 49%, com os homens
na linha da frente dos que mais acedem à
ligação à rede, representando 26% desta
estatística.
 O relatório mostra que em 2021, apenas 3,5
milhões de jovens angolanos com 15 ou mais
anos tiveram acesso, num universo de 17.274
milhões de pessoas.
 Quanto a população com mais de 65 anos,
menos de um em cada 10 usaram a internet,
tendência essa que se mantém da população
dos 25 – 34 anos, em que somente um em
cada quatro acederam aos serviços de
internet.
 Destacar ainda que área urbana, com cerca
de 33% é a que mais acede à internet,
enquanto a área rural tem apenas 2%, sendo
que a capital do país vai à frente com uma
taxa de acesso de 49%, enquanto os homens
lideram a ligação à rede, com 26.
 As principais redes sociais no mercado tendem a alertar
quando existem conteúdos que podem ser considerados
de desinformação ou enganadores. No entanto, apesar
destes alertas, ainda existe um elevado número de
pessoas que simplesmente ignoram os mesmos.
 Estes alertas, por norma, surgem quando existem
conteúdos que podem ser considerados enganadores ou
terem informações potencialmente falsas (Fake News),
mas que não violem diretamente os termos das
plataformas onde se encontram. Isto inclui notícias ou
informações sobre determinados temas.
 No entanto, apesar de as plataformas sociais
implementarem estes alertas, um estudo
recentemente realizado aponta que a maioria
dos utilizadores opta por ignorar os mesmos.
 Os utilizadores de plataformas como o TikTok,
Facebook e Instagram, quando apresentados
com um alerta sobre conteúdos potencialmente
enganadores, tendem a ignorar os mesmos e a
assistir ao conteúdo final de qualquer forma.
 O estudo aponta ainda que, quem pretenda ver o
conteúdo, também continua a partilhar o mesmo
com terceiros apesar de todos os alertas. O
estudo aponta que, tendo como exemplo o
Facebook, apenas 25% dos utilizadores que
verificam os alertas acabam por não aceder ao
conteúdo.
 Por outro lado, o Instagram afirma que o seu
valor é ligeiramente superior, na casa dos 38%.
 Isto também demonstra que ainda existe um
grande trabalho a ser feito pelas plataformas
sociais, não apenas em informar sobre os
conteúdos, mas em fornecer informações que
possam ajudar os utilizadores a encontrar
informação que seja legitima.
 Um estudo publicado na terça-feira, 19 de
outubro de 2021, pela MIRA, Empresa de Pesquisa
de Mercado e Negócios Inteligentes, num inquérito
realizado à população com mais de 15 anos nas
províncias de Luanda, Benguela, Huambo e Huíla
num universo de 9 milhões de indivíduos, concluiu
que 90% dos entrevistados preferem assistir à
televisão, fazendo com que a preferência dos
inquiridos recaísse para a TV Zimbo, ao passo que
a Rádio Luanda se torna a líder de audiência em
Luanda.
A TPA ficou em segundo lugar, pelo que o
Telejornal ainda é o programa mais visto do país
a seguir ao “A Tarde é Nossa”, da Tv Zimbo. No
que tange à preferência radiofónica, a Rádio
Mais vem em segundo lugar, sendo a mais
ouvida na Huíla e no Huambo.
 Este foi o nono estudo denominado “MIRA” já
realizado pela plataforma, que estuda a
audiência de meios de Angola.
Vale lembrar que a TV Zimbo foi apelidada de
“a número 1” por estar sempre a liderar os
estudos de audiência de televisão no país,
sendo que é o terceiro ano consecutivo, desde
2018.
 Já na Huíla e no Huambo o primeiro lugar é ocupado
pela Rádio Mais, enquanto em Benguela a rádio de
maior audiência é a Rádio Benguela, seguida de perto
pela Rádio Mais, segundo estudo da MIRA.
 A Rádio Luanda lidera o ranking de canais de rádios
mais ouvidos habitualmente pelos angolanos, segundo
10.º estudo de audiências, realizado recentemente
pela MIRA – Market Research & Business Intelligence.
 O estudo destaca que tal como nas últimas edições, a
Rádio Luanda ocupa o 1º lugar de forma destacada. Já
na Huíla e no Huambo o primeiro lugar é ocupado,
também de forma destacada, pela Rádio Mais,
enquanto em Benguela a rádio de maior audiência é a
Rádio Benguela, seguida de perto pela Rádio Mais.
 Relativamente aos locutores que se destacam na
preferência dos ouvintes, o estudo revela que em 1º
lugar encontra-se o radialista Jorge Gomes.
O Estudo MIRA Audiências de Meios resulta do
inquérito realizado à população em Lunada,
Benguela, Huambo e Huíla, representando
um Universo de 9.500,000 indivíduos
(maiores de 15 anos, residentes nas
províncias auscultadas).
 Além de pesquisas relativas a audiências, a
MIRA realiza pesquisas diversas, que auxiliam
os profissionais de marketing e as empresas a
adequar a comunicação e a oferta de
produtos às necessidades e preferências do
consumidor.
A ciberguerra ou guerra cibernética é uma
modalidade de guerra onde a conflitualidade
não ocorre com armas físicas, mas através da
confrontação com meios electrónicos e
informáticos no chamado ciberespaço.
 Os activistas não apenas incorporaram a
Internet em seu repertório, mas também,
como mostra este volume, mudaram
substancialmente o que conta como
activismo, o que conta como comunidade,
identidade colectiva, espaço democrático e
estratégia política. E activistas online nos
desafiam a pensar em como o ciberespaço
deve ser usado. (McCaughey & Ayers, pp.1-2)
 As mulheres passam mais tempo nas redes sociais que
os homens, mas esta diferença é menor entre jovens
dos 15 aos 24 anos.
 Cerca de
34 Milhões de habitantes
 9 Milhões acessam internet
 1 milhão assistem
televisão a cabo
Mais de 9 milhões
houvem a Rádio

Fonte: In João Manuel Gonçalves Lourenço, Presidente da República no discurso Sobre o


Estado da Nação, proferido no dia 15 de Outubro de 2019, na Assembleia Nacional.
 Facebook ● Utilizadores Activos: 845 milhões ● Média de visitas diárias:
200 milhões ● Média de amigos: 130 ● Duração média de visitas no site:
23:20 min/visita
 ● Mobile: mais de 350 acedem através do telemóvel ● Partilhas: 250
milhões de imagens/dia;
 Google+ ● Visitantes únicos: 90 milhões ● Profissões mais comuns:
engenheiros, programadores e designers ● Estado civil mais comum:
solteiros (43,82%);
 Twitter ● Utilizadores activos: 127 milhões ● 36% “twittam” pelo menos 1x
dia ● Média de tempo no site: 11.50 min/visita
 Pinterest ● Visitantes únicos: 21 milhões ● Top de interesses
(EUA): Crafts, Hobbies, Interior Design, Fashion Designers
 ● Média de tempo no site: 16.40 min/visita ● Vendas: 10% mais
vendas no Pinterest que nas restantes redes sociais;
 LinkedIn ● Utilizadores registados: 150 milhões ● Empresas no
LinkedIn:
 2 milhões ● Objectivos para aderir: crescimento da empresa
(64%) ● Média de tempo no site: 8 min/visita ● Utilizadores: 89%
dos empregadores usam LinkedIn.
Melhora as relações interpessoais;
Aumenta a capacidade mobilizativa
de novos aderentes;
Aumenta a auto-estima da mulher;
Serve como ferramenta de trabalho;
Dá a conhecer os feitos das
instituições;
Aumenta a exposição;
Serve de intriga por parte de
detractores, das entidades por
interesses;
Risco em termos de burlas, raptos;
Aumenta o nível de espionagem;
Assédio sexual;
 Movimento internacional de jovens ávidos para experimentar,
colectivamente, formas de comunicação diferentes daquelas que mídias
clássicas nos propõem.” (LEVY,Pierre. Cibercultura, pág 11. 1999);

 “Estamos a viver a abertura de um novo espaço de comunicação, cabe


apenas a nós explorar as potencialidades mais positivas deste espaço nos
planos económico, político, cultural e humano.” (LEVY, Pierre. Cibercultura,
pág. 11; 1999).
 Segundo o SE da Comunicação do MINTTICS, a liberdade de
imprensa é a força motriz da democracia.
 Portanto, é o barómetro…
 Há toda a necessidade de garantir este espaço para que os
cidadãos se exprimam e tenham um órgão que fale a sua
língua, ou pelo menos aquilo gostariam de ouvir, porque senão
vão encontrar tudo nas RS;
 As RS é o lugar onde são marcadas as manifestações de apoio e
de repúdio por parte de políticos e de organizações da socieade
civil.
 o consumo de conteúdos falsos, é crescente…
 O anuncio de mortes e de situações caricatas é frenético…
 Da Conferência Global sobre a Liberdade de
Imprensa, que decorreu no Uruguai, reunindo
oitenta e seis países e mais de mil
participantes, renasceu a convicção da
necessidade da existência e a importância da
media pública. A UNESCO propôs este ano
(2022) a reflexão sobre a força das plataformas
digitais e a sobrevivência da media tradicional.
É, aliás, uma consequência do seu relatório
que aponta enormes dificuldades económicas
para a media tradicional, por força das
plataformas digitais, que se assumem hoje
como os principais veículos a partir dos quais
se publicita.
A UNESCO diz no seu relatório que mais da
metade do orçamento da publicidade no
mundo fica hoje com a Google e o Facebook
(ou Meta, tal como se designa hoje), e os
três segmentos da media tradicional
(televisão, rádio e os jornais) disputam cerca
de 45 por cento da publicidade.
A sobrevivência da media está em risco,
alerta a Agência das Nações Unidas para
Educação, Cultura e Ciência. Em face disso,
propõe acções urgentes para contrapor a
tendência, se o mundo quiser salvar em
última instância a democracia.
 Na sua declaração na abertura da
Conferência, a directora da UNESCO
recordou que só há democracia quando
existe liberdade, sendo a da imprensa a
ponte a partir da qual todas outras se
manifestam. E a liberdade de imprensa
existe quando há pluralismo de informação e
de órgãos de comunicação (ou diversidade de
órgãos, quer na sua titularidade quanto na
sua natureza), refere Audrey Azoulay.
 Reorientado a questão que justifica este
exercício, não se trata efectivamente de discutir
a existência de órgãos de comunicação social
públicos, pois nunca deixaram de existir em
muitos países, apesar de todas as críticas dos
liberais ou os partidos de direita e os seus
colaterais. O que se discutiu hoje, acrescenta
Teixeira Cândido, e com maior intensidade na
Conferência Global da UNESCO é a utilidades dos
órgãos públicos para promover a cidadania e
fortalecer a democracia, face à ameaça das
grandes companhias digitais que determinam
hoje o que se deve consumir e quem pode
consumir.
 Os órgãos de comunicação social públicos no
contexto em que a media privada enfrenta
dificuldades económicas e quando a
desinformação ou as chamadas fake news
colocam os cidadãos na incerteza para
discernir o que é de facto informação
susceptível de ser consumida, a media
pública reocupa um lugar que supostamente
lhe fugia entre as mãos.
 Segundo Geraldo Sotelo, director do Serviço
Audiovisual do Uruguai, que falou sobre o
papel da media pública no contexto das fake
news, só faz sentido existir a media pública
se ela servir o interesse público, reflectir
todos os pontos de vista, cobrir os aspectos
mais relevantes ou assuntos de maior
preocupação da sociedade, tiver qualidade
nos seus conteúdos, for transparente nos
seus procedimentos editoriais e prestar
contas do dinheiro público, como gasta e
para quê gasta, entre outros.
 Ou seja, não basta existir, a media pública,
tem de ser útil aos cidadãos, esta deve
reflectir todos os pontos de vista no seu
posicionamento, e com o necessário
equilíbrio. Esses princípios enumerados
concorrem para recuperar a confiança do
público no jornalismo profissional (outra
maneira de dizer tradicional).
O relatório da UNESCO indica que a confiança
do cidadão na informação que consome tem
decaído vertiginosamente, por força da
censura que a media enfrenta, das restrições
de acesso à informação, dos processos
judiciais e das agressões verbais contra os
jornalistas. De 2012 a 2021, a confiança do
público na informação produzida pelos meios
tradicionais decaiu de 62% para os actuais
53%.
 A utilidade da media pública é uma discussão
muito actual para o nosso contexto, em que os
órgãos públicos estão hoje sobre o crivo da
sociedade como nunca se conheceu, por culpa
própria. Não dignifica sequer fazer jornalismo
nos termos em que alguns órgãos públicos têm
feito. E se não tivermos a coragem de denunciar
essa postura, estamos a comprometer
indirectamente a democracia deste País e a sua
paz social.

 * Secretário-geral do Sindicato dos Jornalistas


Angolanos (SJA)

 Teixeira Cândido |*
 As medias tradicionais ainda continuam a ser
a fonte de informação credível;
 Os fazedores de opinião-opinion makers,
constituem fonte primária de muitos
ciberactivistas e até de OCS;
 Os OCS tradicionais devem ir no encalço dos
acontecimentos noticiando factos ínéditos
com isenção, imparcialidade e veracidade;
 Devem inovar-se enquadrando-se nas mídias
digitais, fazendo com que a informação
chegue ao destinatário a qualquer hora e
momento;
MUITO
OBRIGADO

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