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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ

MBA EM COMUNICAÇÃO E MARKETING EM MÍDIAS


SOCIAIS

Resenha Crítica de Caso

Trabalho da disciplina Mídia Online e Produção de Conteúdo


Tutor: Marcelo Vasques De Oliveira

Goiânia – GO
2021

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TUDO E TODOS ESTÃO ONLINE

Referência: BRANDLEY, STEPHEN P; BARTLETT, NANCY. Harvard Business


School, Setembro de 2011. Disponível em:
http://pos.estacio.webaula.com.br/ead/# . Acesso em 03 de abril de 2021.

Introdução
Esta resenha crítica tem como objetivo abordar as principais ideias do estudo
de caso da Havard Bussiness School, Tudo e Todos estão Online, publicado em
2011, de Stephen P. Brandley e Nancy Barlett, bem como relacionar os fatos
descritos na obra com os conceitos da disciplina Mídia Online e Produção de
Conteúdo e o mercado de comunicação e marketing em mídias sociais. Na obra, os
autores relatam as principais mudanças de comportamentos de comunicação e
consumo de conteúdo das pessoas, ocasionadas pelo advento da internet,
sobretudo nos Estados Unidos.

Desenvolvimento
A chegada da internet revolucionou hábitos das pessoas em diversas áreas:
conversar, pesquisar, fazer compras, ouvir música, entreter-se. Segundo os autores,
em 2010, "tudo e todos estavam online e a distinção entre o mundo online e offline
tinha sido essencialmente apagada". Desde à popularização da banda larga ao
surgimento dos smartphones, a internet criou uma cultura digital, que vinha se
tornando cada vez mais complexa.
A banda larga foi essencial para a popularização da internet nos Estados
Unidos. Conforme pesquisas, entre 2001 e 2006, o total de domicílios com banda
larga no país saltou de 9,2 milhões para 64,6 milhões. Como resultado desse
avanço, "os usuários tinham acesso rápido, fácil e constante a quantias cada vez
maiores de conteúdo digital, e os criadores de conteúdo podiam distribuir
lucrativamente suas ofertas a um número massivo de pessoas", afirmam os autores.

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Outra tecnologia determinante para a consolidação da internet foi a
mobilidade, impulsionada principalmente pela emergência dos smartphones no final
dos anos 2000. Parte da evolução da internet móvel deveu-se à tecnologia 3G,
embora tenha enfrentado problemas relacionados à regulamentação e à
disponibilidade em grandes cidades no início.
Enquanto isso o WiFi (fidelidade sem fio), iniciada em 1999, multiplicou
pontos de acesso à rede em cafés, restaurantes e aeroportos. Popularizavam-se
também tecnologias funcionais como o sistema de posicionamento global (GPS) e
identificação por radiofrequência (RIFD).
Segundo os autores, a comunicação entre as pessoas e a conexão com seus
interesses eram os maiores benefícios advindos do avanço da internet. Por meio de
sites, redes sociais e aplicativos, as pessoas conversavam com seus amigos,
trabalhavam, aprendiam, liam, compravam etc. As organizações também se
beneficiaram, promovendo uma comunicação mais direta com seus públicos através
de perfis em mídias sociais, jogos e conteúdos interativos. "O mundo digital de alta
velocidade, portátil e interconectado mudou radicalmente o poder de acesso,
influência e propriedade de informações do indivíduo", observam.
Na época, a dinâmica do ambiente digital podia ser analisada sob três pilares
(produção de conteúdo, distribuição de conteúdo e consumo de conteúdo) tendo o
usuário como “jogador central”, cita o texto. Para o surgimento desse modelo, foram
necessárias a consolidação de avanços essenciais como a implementação da banda
larga universal, a distribuição de conteúdo com base em protocolo de internet, a
convergência de dispositivos compartilhando dados multimídia e a expansão de
redes móveis.
Como resultado da expansão da internet e a da presença de novos
dispositivos de conexão, aumentaram a presença e a frequência online das pessoas.
Pesquisas calcularam que, em 2010, 94% dos estadunidenses adultos enviavam ou
liam e-mails, 87% usavam sites de busca e 86% buscavam um mapa ou rotas.
Dados também apontaram blogs e mídias sociais como sites favoritos dos usuários
em momento de lazer.

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As mídias sociais tornavam-se cada vez mais populares. Segundo pesquisas,
mais de 75% dos estadunidenses com mais de 18 anos tinham perfil em pelo menos
uma mídia social em 2010. À medida em que as redes cresciam, deixavam de
cumprir apenas função de entretenimento, passando a influenciar em temas como
política, cidadania e negócios conforme contam os autores. "As redes sociais
evoluíram para um fenômeno de mídia influente, envolvente e poderoso", afirmam.
O Facebook, criado em 2004, tornou-se a rede social mais popular desde
2009, quando ultrapassou o MySpace. Contando com 500 milhões de usuários em
julho de 2010, parte do seu sucesso devia-se à integração da plataforma com jogos
e aplicativos, que atraiam mais usuários. Já o MySpace, lançado em 2004, teve
crescimento rápido, alcançando 90 milhões de membros em 2006, influenciado
parcialmente pela presença de personalidades famosas em sua rede. Porém, a
partir de 2010, o site passou a perder muitos usuários, ocasião em que lançou uma
versão repaginada do site com alvo no público jovem.
O Twitter foi lançado em 2006, porém seu pico crescimento foi a partir de
2009. De dezembro de 2009 a dezembro de 2010, 25 bilhões de tweets foram
enviados e mais de 100 milhões de novas contas foram criadas. Os autores
destacam a importância social do Twitter, quando serviu para mobilizar as pessoas
durante os protestos civis no Egito em 2011.
Entre outras redes sociais populares da época, os autores citam ainda o
LinkedIn, lançado em 2003 como uma mídia social voltada para profissionais e que
no final de 2006 já contava com 17 milhões de usuários, e os blogs, que em março
de 2007 somavam cerca de 70 milhões. "Os blogs se tornaram um local poderoso
para dar voz a consumidores individuais em comparação com corporações grandes,
como fórum para campanhas de base, ou para influenciar a mídia", observam os
autores.
Outras formas crescentes de comunicação digital nos Estados Unidos eram
as mensagens instantâneas e os e-mails. Segundo o texto, enquanto jovens e
adolescentes tendiam a usar mais ferramentas de mensagens instantâneas, os mais
velhos optavam pelo e-mail. Empresas de diversos segmentos também se
beneficiavam do e-mail para se comunicar com seus públicos ou clientes.

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O vídeo era uma das formas de entretenimento online mais crescente. Entre
tipos e assuntos de vídeos preferidos pelos usuários, incluíam-se conteúdos
gratuitos, pagos, amadores, comerciais, educativos, programas de televisão, filmes e
videoclipes, tendo o YouTube como maior do segmento, que teve 180 milhões de
visualizadores em março de 2010. A explosão da produção, disseminação e
consumo de vídeo online afetou inclusive o jornalismo, que incluía cada vez mais
vídeos e imagens enviadas pelo público em suas reportagens.
A música também ocupava boa parte do tempo online dos internautas. Na era
digital, "o modo como as pessoas descobriam, acessavam e ouviam música foi
radicalmente transformado", observam os autores. Vendas de CDs físicos caia
drasticamente, lojas online como iTunes popularizavam o conceito de compra
individual de singles, fãs se aproximavam mais de seus artistas por meio das mídias
sociais e consumidores demandavam uma experiência de ouvir música cada vez
mais focada na portabilidade, mobilidade e opção de escolhas.
A atividade de busca online também era bastante popular, sendo o Google a
maior referência nesse segmento. Segundo o texto, buscar era a segunda atividade
mais popular na internet na época. A busca paga, iniciada em 1998, permitiu aos
anunciantes competir pelo topo das listas de resultados oferecidos pelos provedores.
Em 2008, o mercado de buscas online faturou US$ 10,5 bilhões.
Outro segmento online emergente era o e-commerce. O crescimento do
mercado online, ofereceu maior competividade de preços ao consumidor, trouxe
mais opções de produtos e serviços oferecidos e fortaleceu o segmento de nichos. O
Ebay, site de compras, vendas e leilões, eram um dos maiores do gênero, tendo
85,9 milhões de usuários ativos em março de 2010
Na mesma época, crescia também o mercado de aplicativos para
smartphones e tablets. Segundo pesquisas, em 2010 cerca de 35% dos adultos nos
Estados Unidos tinham aplicativos em seus celulares. Em dezembro de 2009, o
iTunes, da Apple, disponibilizava mais de 100 mil aplicativos, enquanto a Android
Market, 15 mil. Previsões da época apontaram que o número de downloads de
aplicativos aumentaria de 10,9 bilhões em 2010 para 76,9 bilhões em 2014.

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Por fim, conforme destacam os autores, a internet forneceu aos usuários "um
mecanismo de feedback onipresente, de baixo custo, de alto alcance e útil",
possibilitando-lhes pesquisar, filtrar, personalizar e criar seus próprios conteúdos em
múltiplos espaços. Organizações como gravadoras de música, redações de jornais e
emissoras de televisão tiveram de ser criativas e se adaptar aos novos
comportamentos de consumo de conteúdo. "Nunca na história da humanidade
houve acesso tão amplo e quase instantâneo a tão larga quantidade de variedade
de informações", finaliza o texto.

Conclusão
Na obra, os autores traçam um panorama consistente das transformações do
comportamento de pessoas e organizações diante das novas tecnologias
possibilitadas pela internet. As explanações sobre banda larga, internet móvel e WiFi
foi importante para entender como a internet se tornou praticamente “onipresente”,
aumentando radicalmente o tempo de permanência das pessoas na rede, rompendo
barreiras entre online e offline. Como consequência, a comunicação à distância (via
mensagem instantânea ou e-mail) tornou-se cada vez mais comum.
As mídias sociais, por sua vez, deram voz ao público de maneira nunca vista
na mídia analógica tradicional. As pessoas podiam expressar sua opinião no Twitter
ou no Facebook, ouvir suas músicas favoritas no iTunes a qualquer momento,
assistir ou produzir vídeos de seu interesse no YouTube ou publicar informações em
um blog. Esse novo comportamento descrito no estudo ajuda a compreender o
surgimento de fenômenos atuais como prosumers (influenciadores digitais e
curadores de conteúdo), transmídia e marketing de conteúdo.
Diante desse novo cenário, as organizações tiveram que adaptar seus
modelos de negócios. Redações de jornais e emissoras de televisão passaram por
processo de convergência midiática, a indústria da música e do entretenimento se
apoia no streaming, enquanto o varejo online aposta no social commerce para
aumentar as vendas de seus produtos e serviços.

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