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CASAMENTO MATUTO

AURORA – CE

Personagens:
Noivo (Zé Titela)
Noiva (Carmelita)
Sacristão
Padre
Pastor (Zé Moacir)
Coronel
Velha (Dona Zefa)

(Entra o sacristão e começa a comer as ostas da capela)

Sacristão:
Eita que fome danada
Eu to muito magricela
Tomei um caldo ontem à noite
Rezando uma sentinela
Vou matar minha fome
Com as hóstias da capela

Padre:
Te peguei ladrão safado
Seu moleque trambiqueiro
Comendo as ostas sagrada
Do meu santo padroeiro
Tua mãe vai lhe bater
Com vara de mamelero

Sacristão:
Seu padre me desculpe
Eu não queria lhe roubar
Só tava matando a fome
Que queria me matar
Mais se mãe num ficar sabendo
Eu prometo lhe ajudar

Padre:
Pois então se ajeite agora
Vista essa batina ai
Vá buscar umas ostas sagrada
Lá no padre Juraci
Vá nu pé e volte noutro
Que já, já tem missa aqui

(O sacristão sai e no meio do caminho se depara com o noivo (Zé Titela)


namorando com a noiva (Carmelita), o noivo sai correndo atrás do sacristão para
tenta impedir que ele diga tudo ao padre)

Sacristão:
Ou seu padre me escute
Eu preciso lhe falar
Pois esse cabra safado
Acabei de encontrar
Debaixo do Juazeiro
Com a filha de Tatá
Fazendo o que não devia
E envergonhando o altar

Padre:
O que está me dizendo
Jamais pode ser verdade
Quer dizer que esse safado
Pecou contra a castidade
Perdeu minha confiança
Com essa imoralidade

Noivo:
Seu padre me desculpe
Me perdoe por favor
Cometi esse pecado
Dei uma de sedutor
Mas agora arrependido
Peço perdão ao senhor

Padre:
Mais perdão não adianta
Não tem como resolver
Nessa safadeza sua
Eu não quero nem me meter
Dona Zefa ta chegando
E a chibata vai comer

(A velha entra e começa a agredir o sacristão)


Velha:
Vem aqui cabra safado
Exijo uma explicação
Quem mexeu com carmelita
Vai sofrer na minha mão
Essa briga ta comprada
Hoje vai ter confusão

Padre:
Dona Zefa se acalme
O safado é esse ai
Oh sacristão se apresse
Traga o coronel aqui
Que hoje vai ter casamento
E não tem quem possa impedir

(O sacristão sai e vai buscar o coronel)

Noivo:
Eu só quero aqui dizer
Que estou muito envergonhado
Desonrei a minha igreja
Vou ter que casar forçado
Fui mexer com Carmelita
E agora estou lascado

(Entra o coronel e o sacristão)

Coronel:
Mas que conversinha é essa
Que o sacristão me falou
Que dizer que sua fia
Com meu fio se agarrou
No meio desse agarra-agarra
Será que ela embuchou?

Padre:
Calma, calma vocês dois
Não precisa choradeiro
Se carmelita embuchou
Debaixo do Juazeiro
Eu faço o casamento
Mas tem que pagar primeiro

Velha:
Mas nem se fizer de graça
Minha fia casa aqui
O casório vai ser feito
Pelo pastor Zé Mocir
Que eu sou é mulher de peito
E eu é quem vou decidir

Coronel:
A senhora cale a boca
Não queira nem se meter
Meu fio nunca foi crente
E crente nunca vai ser
Ele vai casar aqui
E o padre é quem vai benzer

Velha:
Vou buscar minha fia
Pra ligeiro se casar
Mas se ele não tiver
Na hora que nós chegar
Eu vou chamar o pastor
Pro casório realizar

(Sai de cena a velha)

Coronel:
Ou seu padre com licença
Preciso sair agora
Meu fio vamos se arrumar
Ligeirinho sem demora
Por que o noivo não pode
Chegar em cima da hora

(Sai todos com exceção do padre, em seguida entra à velha)

Velha:
Já ta tudo combinado
Por mim já foi decidido
Vou lhe da uma paulada
De deixar adormecido
Depois jogo nesse saco
E lhe sequestro escondido

(A velha executa o sequestro) (Entra o coronel e o noivo)

Coronel:
Olha meu fio que beleza
Nós chegamos adiantado
A festança vai ser grande
Já ta tudo preparado
Só que essa hora o padre
Já devia ter chegado

(Entra à velha e a noiva)

Noiva:
Zé Titela meu amor
Tu vai se casar com eu
Hoje tu cumpre a promessa
Que um dia me prometeu
To buchuda e engravidada
E já sei que o fio é teu

Noivo:
Carmelita minha flor
Eu quero me casar
Pra de noite nois mexer
No buraco do gambá
Mas o padre não se encontra
Por casório realizar

Velha:
Cale a boca seu safado
Deixe logo de besteira
Se inventar de correr
Eu lhe corto de peixeira
O pastor vai já chegar
E tu casa nem que num queira

(Entra o pastor)

Pastor:
Quem confia em Jesus
Ganhará a salvação
Eu cheguei pra fazer
Essa bonita união
Pois o senhor me consola
Jesus aleluia irmão

Coronel:
Mas que bagaceira é essa?
Que está acontecendo
Eu não to acreditando
No que ele está dizendo
Zé titela vai ser crente
E eu num tava nem sabendo

(Entra o sacristão trazendo o padre)

Sacristão:
Pare já o casamento
Que o padre ta chegando
Eu achei ele amarrado
No meio da mata gritando
A sorte foi que eu me agachei
E acabei lhe encontrando

Velha:
Pra acabar a questão
E terminar o embaraço
Os dois farão o casório
Cada um desata um laço
O padre faz uma parte
E o pastor outro pedaço

Noiva:
Isso mesmo mamãezinha
Vamos logo se interessa
Esse Zé Titela ai
Tem que cumprir a promessa
O meu fogo ta queimando
Tenho que se casar de pressa

Padre:
Eu já levei cacetada
Me jogaram no relento
Fui sequestrado e sofrir
Todo tipo de tormento
Mais Zé Titela eu te pergunto
Você aceita o casamento?

Noivo:
Eu aceito sim senhor
Com carmelita se casar
Antes que essa queira
Mandar alguém me matar
Já que sou o pai do bruguelo
O danado vou criar

Pastor:
Vim em nome do senhor
O matrimonio fazer
Aleluia gloria a deus
Eu quero mesmo é saber
Tu aceita carmelita
Com esse jovem se perder?

Noiva:
Aceito sim seu pastor
Levar Titela pra casa
Quando nosso fio nascer
Eu protejo na minha asa
Que o buraco do gambá
Ta ardendo feito brasa

Padre:
Já que fizemos o casório
Nessas duas religião
Pastor:
Está tudo abençoado
Jesus aleluia irmão
Os noivos viveram em paz
Na caatinga do sertão

(qualquer coisa pode ser mudado de papel, o pastor pode ser uma mulher é só
inverter, ver se esse daí dar certo se não eu tenho outro é quase desse jeito só não
tem o pastor)

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