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CASAMENTO NA ROÇA

Texto: Benício Júnior


Ano 2004
(ESQUETE- LIBERADO PARA QUALQUER FIM)

Personagens: Padre Delegado


Coronel (pai da noiva) Grávida
Noivo Marido da grávida
Noiva Bêbo
Mãe do noivo Bicha
Pai do noivo Freira
Mãe da noiva

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Padre – Senhores e senhoras as partes estão presentes?

Coronel - Estamos todos aqui nesse dia de muita felicidade para presenciarmos o
casório da minha linda fia Rosa Margarida Violeta Jasmim dos Campos, seu
vigáro.

Mãe do noivo – E do meu lindo fio, Cravônio Girasólio Petunio do Orvalho.


(aparece os dois)

Padre – Muito, bem os noivos estão presentes?

Coronel – Peraí seu vigáro hoje é um dia especiá e tenho que dizer algumas
palavras por que quem ta pagando a festa sou eu, entonce eu tenho direito.

Delegado – Viva o corané minha gente!

Todos – Vivaaaaaaa!!!!

Coronel - (em tom político) Meus poicos, e minhas poicas!

Delegado – (Atrás Do Coronel corrigindo) Meus poivos.

Coronel – Ou, meus poivos e minhas poivas, quando for eleito prometo para todos
um saco de jumento... (O noivo foge)

Delegado – Cimento coronel.

Cel – De cimento e também um saco galinha...


Del – De farinha, farinha.

Cel – De farinha, e pra as pessoas...

Mãe da Noiva – Par a cum isso home que iiso num é hora de pulítica não. Vamos
seu vigáro continui.

Padre – Como eu estava dizendo os noivos estão presentes?

Pai do Noivo – Sim seu vigáro, estão. ( olha e não vê o noivo) Oche cadê
Cravônio, sumiu.

Noiva – Cadê vômvôm, cadê, haaaaaaaaaa (em prantos e desmaia)

Cel – Cabra safado ta pensando que vai fugir assim do casório eu arranco os
seus, seus grugrumim... Delegado vá buscar aquele cabra agora! (Sai delegado e
volta com o noivo)

Noiva – Vômvôm, meu amor onde ocê tava?

Noivo – Eu só tinha ido tirar a água do juei minha Rôrô...

Cel – Cabra tu num inventa nenhuma presepada se não... (Puxa o trabuco, noivo
morre de medo tremendo)

Noivo – Vixe se não tiro a água, tinha despejado agorinha...

Padre – Vamos, meus filhos vamos começar. Estamos aqui reunidos para
presenciarmos o casamento...

Cel – Seu vigáro deixe de muita conversas e vamos logo com isso que já estou de
sangue quente...

Padre – Bem, sim senhor coronel. Se alguém for contra esse casamento fale
agora ou se cale para sempre?

Bebo – Eu ,seu vigáro. Ela num pode casar, por que ela me deu (Grita, enrolando
a língua dando entender rabo) ela me deu, ela me deu rá, rá, rádo... foi ela me
deu o rádio...

Del – É o que cabra, que conversa da gota é essa?

Bêbo- Eu num to dizendo que ela me deu o rádio. Aqui ó! O radim de pia. Se ela
me deu é por que ela gosta deu...

Del – E esse rádio funciona?


Bêbo- Num sei, peraí. (liga o rádio pra vê)

Del- Ta vendo abestalhado que não funciona,por isso ela te deu. (Leva o bêbado)

Padre – Muito bem vamos continuar. Cravônio Girasólio Petunio do Orvalho


aceita...

Grávida – (Escandalosa) Peraí seu vigáro, esse cabra aí num pode casar não!

Padre – Porque minha filha?

Grávida – Eu tava lá em casa torrando o café, e esse cabra sem vergonha chegou
de mansinho e foi me torrando, me torrando, torrando até que me torrou de vez e
olhe o resultado aqui! (mostra o bucho, noiva começa chorar)

Cel – Agora tu vai é morrer cabra safado! (se atraca com o noivo)

Marido - Calma, calma. Que conversa é essa muié, quem te torrou fui eu e vamos
pra casa vamos! Que mania de atrapaiá casamento dos outro.

Padre – Pronto como não tem mais ninguém pra...

Bicha – Êpa!!! Sai da frente que eu to chegando. Seu viado, ô desculpe seu
Vigário. Essa piranha num pode casar com ele não! Porque ele é da irmandade,
sabe! (faz gesto com a mão dizendo que ele é)

Noiva – Cravônio, que conversa é essa! Antes fosse a buchuda!

Noivo – Oxem,Ta me estranhando. Rôrô.

Pai do noivo- Ele é muito macho. Meu fio não é dessas coisas não. (Pra bicha)Ói
que eu lhe parto em dois seu...

Bicha – (gritando) Eu faço um escândalo, venha seu veio acabado. Que eu lhe
mostro com quantos pau se faz um...

Del- Veruska!!! (Todos param e olham para o delegado) Quero dizer, Sidrônio.
(se refazendo) Desapareça daqui antes que te levo em cana.

Cel – Muito bem seu delegado, muito bem. Depôs o senhor me explica dereito
esse causo...

Padre- Vamos continuar pelo amor de santo Antônio. Como eu estava falando
Cravônio aceita Rosa como sua legítma esposa, na pobreza, na riqueza, na saúde
e na doença até que a morte os separe?
Freira – Ui, ui, ui que calor. Esse olhar do noivo pra mim ta me deixando louca. To
pegando fogo. Vou me acabar! (Ataca o noivo)

Noiva – Que isso sua vaca. (se agarra nos cabelos dela, os outros apartam)

Padre - Meu Deus onde esse mundo vai parar. Tirem essa mulher daqui! Estão
casados pode beijar a noiva.

Cel- Muito bem seu vigáro. Vamos pra festança até o dia raiá.

Todos – Viva!!!!

Noivo – Eita coroné frouxo pra se acabá!

Todos –Viva!!!

Cel – É o que cabra?

Noivo- Eu disse eita coroné macho pra daná.

Todos – Viva!!!

Cel – Vai tê mii, pamonha, cangica, munguza até o bucho estourá!

Todos – Viva!!!

Noivo – Eita coroné corno pra lascá!

Todos – Viva!!!

Cel- Como é cabra afoito!

Noivo – Eu disse eita coroné bom pra lascá.

Cel- Vamos arrastá o pé nesse arraiá até ao sapato rasgá!!!

Del- Viva os noivos minha gente.

Todos –Vivaaaaa!!!!

FIM

Caruaru, 31 de maio de 2004

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