Casamento Murilindo e Giovanilda

Locutor: Lucas Noiva: Giovana Noivo: Murilo

Padre: João Vitor Pai: João Pedro Amigos: Todos os meninos

CENA I
(Locutor chega de bicicleta) Música:
Locutor: Boa noite, boa noite! “Nói tamo” aqui para um casório. Então meus compadres e minhas
comadres, eu peço aqui sua atenção, pra essa história que eu vou contar.
É uma história verdadeira, de uma moça bem faceira (entre a noiva), que não queria namorar e muito menos
se casar. Tinha muitos pretendentes, na roça era a mais cobiçada, mas cada um que se achegava só levava
fora e patada.
Um deles, era Murilindo (entra em cena). Um moço bom, de família boa. Chegava sempre trazendo um
ramo de flores.
Mas, acontece que o pai da noiva (entra em cena com uma espingarda), era de um sistema meio atípico, pra
ele mulher direita, tinha que ter um marido.
Pai: Giovanilda, já perdi minha paciência. Chega de enrolação, não quero minha filha na boca desse povo,
não. Já ta tudo decidido, já marquei a data e o “locar”, amanhã ocê desencalha. Escolhe um pretendente e vai
na igreja. Eu não quero saber de desculpas, amanhã você casa, seja por bem ou por mal. (sai de cena)
Noiva: Ai, ai, ai! E agora? O que, que eu faço? Eu não quero me casar. Mas, se eu não caso o meu pai vai
me matar. E agora, quem é que eu vou escolher? Acho que vou escolher, meu Murilindo. De todos, é o mais
ajeitadinho.
Locutor: Sabendo da fama do pai da moça, Murilindo se afrouxou. Morri de medo do “homi’.
Noivo: O casório é amanha e eu queria me casar, mas com esse pai da noiva, eu não sei não, emmmm. Acho
que eu vou beber uma, no bar do Seu Wirso.
(Música de bar)
Chega no bar, se senta com amigos e o padre. Começam a cantar.
Locutor: A igreja arrumada e o pai da noiva no altar. Nem o padre tinha chegado, com medo de infartar. O
padre entrou de mansinho com medo de apanhar. (entra fazendo o sinal da cruz)
Padre: A noiva ta chegando, vamo bater “parma”, pessoal.
(Música: Marcha Nupcial) – noiva entra com o pai
Fica desesperada porque não encontra o noivo.
Noiva: Cadê o noivo? Ai, ai, ai
(Finge que desmaia no colo do pai)
Pai: Mas, se ajeita menina, oxê. Se esse cabra da peste não aparecer, é hoje que ele vira picadinho.
Amigo do noivo: Calma ai, senhor. Eu vou buscar esse cabra.(pega a espingarda)
Noivo: (grita) não precisa que eu to chegando! (entra bêbado)
Música: Beber, cair e levantar
(Pai começa a empurrar e segurar o noivo)
Pai: Começa o casório, Seu Padre (ameaça com a espingarda)
Padre: Irmãos e irmãs, estamos aqui reunidos no casório de Murilindo e Giovanilda.
Giovanilda, você aceita de coração, a amar, casar, lavar as roupas, assistir o jogo do timão, até a morte os
separem?
Giovanilda: Eu não vou lavar a cueca dele não.
Padre: (bate na mesa) Se aceita ou não, muié??
Giovanilda: (mexe os ombros) fazer o que, né?
Padre: Murilindo, você aceita a se casar com Giovanilda?
Noivo: Eu posso ir no banheiro, Seu Padre? A bexiga ta apertada.
Pai: Se aprume, homi. Responde a pergunta.
Noiva: Oiá, se tiver o casamento, eu aceito, né.
Padre: Então, eu os declaro, Marido e muié. Pode beijar a noiva!
Noivo: Agora?
Noiva: Agora?
Padre: Agora!
Noiva: Nesse momento?
Padre: Exatamente.
(Noivos dão as mãos e se preparam para se beijar)
Amiga: (grita) Pode parar com essa palhaçada. Esse homi, já é casada com eu.
(Noiva desmaia)
Amiga: E nós tem 5 filhos pra criar.
Noivo: Cinco?
Padre: (bate na mesa) Agora que eu comecei esse casório, eu vou terminar. Quem vai se casar com quem
aqui?
Amiga: (Pega no braço do noivo) Sou eu que vou casar!
Noiva: (Puxa o noivo) Oxê, mas fui um que já casei.
Amigo do noivo: Oiá, se ele não quiser, eu aceito a senhora.
Amiga: Oxê, é claro que eu aceito.
Padre: Então vai ser casório duplo. Eu vou declaro, marido e muié. Vamo pra festa, sô!
(Entra na quadrilha)