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O SERVO VERDADEIRO

Como se caracteriza um verdadeiro servo do Senhor Jesus Cristo?


O verdadeiro servo de Deus é caracterizado pela renúncia total de sua própria vontade,
para que seja feita a vontade do Senhor Jesus. Essa renúncia total e espontânea, por amor,
de corpo, alma e espírito, identifica a verdadeira conversão, pois ninguém seria capaz de
sacrificar até a sua própria vida, incluindo sua família e seu futuro, para servir a alguém que
realmente não conhecesse.

Pode alguém ser servo sem que tenha nascido de novo?


Não. Somente os nascidos do Espírito Santo têm a capacidade de servir a Deus. Por quê?
Porque Deus é Espírito, e, para que alguém possa servi-Lo, é necessário que esteja em
espírito. Essa capacidade somente é dada ao ser humano quando ele nasce do Espírito
Santo, pois “O que é nascido da carne é carne; e o que é nascido do Espírito é espírito.”
(João 3.6). O Senhor Jesus também ensinou que importa que os verdadeiros adoradores, isto
é, os verdadeiros servos, adorem a Deus em espírito e em verdade (João 4.24).
Os conhecimentos bíblicos podem fazer nascer um verdadeiro servo de
Deus?
Não. Os conhecimentos bíblicos são capazes de informar as pessoas a respeito de Deus e de
Sua santa vontade, mas para que alguém possa ser considerado um verdadeiro servo, é
preciso que não apenas tenha conhecimento da Palavra de Deus, mas que também venha a
obedecê-la (Mateus 21.28-31).

É verdade que muitos falsos servos têm nascido da carne, isto é, pela capacidade intelectual
de absorção dos conhecimentos bíblicos e execução apenas de algumas de suas regras. Os
escribas e fariseus da época do Senhor Jesus são exemplos claros disso (Mateus 23.1-36).

Qual é o maior privilégio do servo do Senhor Jesus Cristo?


Poder servi-Lo por toda a eternidade, para ter a glória de contemplar a face do Altíssimo
(Apocalipse 22.3,4).
Como ter certeza de que somos servos aprovados por Deus?
O servo aprovado sente alegria em poder fazer a obra de Deus. Ele não tem prazer nas
coisas do mundo, e a Igreja é a sua grande motivação para viver. Todos os seus esforços se
concentram no sentido de ganhar almas para o Senhor Jesus Cristo, tendo satisfação em
ajudar a libertar as pessoas oprimidas pelo diabo, e procurando viver, em todos os
aspectos, uma vida aprovada por Deus.

Podemos ter certeza de que somos aprovados por Deus quando os frutos do Espírito estão
presentes em nossas vidas:

“Mas o fruto do Espírito é: amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade,


fidelidade, mansidão, domínio próprio...”

Gálatas 5.22,23

Segundo o apóstolo Paulo, o servo aprovado não tem de que se envergonhar, e maneja bem
a Palavra da Verdade (2 Timóteo 2.15). Além disso, o próprio Espírito Santo testifica com
o nosso espírito que somos filhos de Deus (Romanos 8.16), não sendo preciso ninguém nos
provar nada. Por outro lado, ninguém pode tirar esta certeza da mente do verdadeiro cristão.
Deus tem servos prediletos?

Não. Ele trata a todos com igualdade. Entretanto, existem servos mais dedicados e fiéis,
que, por isso mesmo, recebem mais responsabilidades e possuem maior confia​bi​lidade. Aos
servos que cumprem bem a sua tarefa, Ele dá a devida recompensa, conforme podemos
observar na parábola dos talentos:

“Então, aproximando-se o que recebera cinco talentos, entre​gou outros cinco, dizendo:
Senhor, confiaste-me cinco talentos; eis aqui outros cinco talentos que ganhei. Disse-lhe o
senhor: Muito bem, servo bom e fiel; foste fiel no pouco, sobre o muito te colocarei; entra
no gozo do teu senhor. E, aproximando-se também o que recebera dois talentos, disse:
Senhor, dois talentos me confiaste; aqui tens outros dois que ganhei. Disse-lhe o senhor:
Muito bem, servo bom e fiel; foste fiel no pouco, sobre o muito te colocarei; entra no gozo
do teu senhor. Chegando, por fim, o que recebera um talento, disse: Senhor, sabendo que és
homem severo, que ceifas onde não semeaste e ajuntas onde não espalhaste, receoso,
escondi na terra o teu talento; aqui tens o que é teu. Respondeu-lhe, porém, o senhor: Servo
mau e negli​gente, sabias que ceifo onde não semeei e ajunto onde não espalhei? Cumpria,
portanto, que entregasses o meu dinheiro aos banqueiros, e eu, ao voltar, receberia com
juros o que é meu. Tirai-lhe, pois, o talento e dai-o ao que tem dez.”

Mateus 25.20-28
O que é entrega de direitos?

É uma atitude que caracteriza o servo verdadeiro. É o reconhecimento de que, ao


entregarmos nossas vidas ao Senhor Jesus, passamos a pertencer a Ele e, dessa forma, todos
os nossos direitos agora Lhe pertencem:

“Porque fostes comprados por preço. Agora, pois, glorificai a Deus no vosso corpo.”

1 Coríntios 6.20

O apóstolo Paulo entendia tão profundamente o significado de pertencer a Cristo, que


afirmou:

“Logo, já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim; e esse viver que, agora, tenho na
carne, vivo pela fé no Filho de Deus, que me amou e a si mesmo se entregou por mim. E
os que são de Cristo Jesus crucificaram a carne, com as suas paixões e concupiscências.
Mas longe esteja de mim gloriar-me, senão na cruz de nosso Senhor Jesus Cristo, pela qual
o mundo está crucificado para mim, e eu, para o mundo. Porque morrestes, e a vossa vida
está oculta juntamente com Cristo, em Deus.”

Gálatas 2.20; 5.24; 6.14; Colossenses 3.3

Quando entregamos nossos direitos a Cristo, nossa vontade pessoal não mais importa. E
podemos orar como aprendemos:
“...faça-se a tua vontade, assim na terra como no céu.”

Mateus 6.10

Se entregamos nossos direitos a Cristo, podemos facilmente tolerar as ofensas dos outros,
não reagindo quando somos agredidos e pagan​do o mal com o bem:

“Não te deixes vencer do mal, mas vence o mal com o bem.”

Romanos 12.21

“Ao que te bate numa face, oferece-lhe também a outra; e, ao que tirar a tua capa, deixa-o
levar também a túnica.”

Lucas 6.29

Como reconhecer uma pessoa que entregou seus direitos a Deus?


A pessoa que entregou seus direitos a Deus não tem planos pesso​ais. É capaz de fazer tudo o
que o Espírito Santo lhe ordenar que faça, sem medir esforços:

“O vento sopra onde quer, ouves a sua voz, mas não sabes donde vem, nem para onde vai;
assim é todo o que é nascido do Espírito.”

João 3.8
A LEI E A GRACA

O que é lei e como foi instituída a Lei de Deus?


Lei é um conjunto de obrigações estabe​lecidas entre os homens, com a finalidade de manter
a ordem e o desenvolvimento de uma comuni​dade. A Lei de Deus foi instituída por Ele
mesmo, e revela​da a Moisés no Monte Sinai. Da mesma forma que o Seu Espírito escolheu
Paulo, para ser o “apóstolo dos gentios” e instrumento da Sua vontade, para instituir as
regras da graça divina aos novos convertidos, também escolheu Moisés, criado e educado
no Egito, para revelar a Sua Lei.

Por que razão a Lei de Deus foi instituída?


São muitas as razões da instituição da Lei de Deus, dentre as quais enumeramos as mais
importantes:

1. A Lei foi dada ao povo de Israel em razão da Aliança que Deus fez, e revelava as
condições dessa Aliança (Êxodo 24.1-8).
2. A Lei revelava a vontade de Deus para o Seu povo, e o seu cum​primento estreitava o
relacionamento do povo com Ele(Êxodo 19.5,6; Deuteronômio 28.14).

3. A Lei continha instruções de como o pecador poderia ser per-doado por Deus, pois
prescrevia os sacrifícios de animais para a expiação pelos pecados (Levítico 16.33,34).

4. A Lei obrigava o cidadão a exercitar a fé, através da obediênciaaos seus mandamentos.


Justamente essa prática da fé levava o fiel a manter comunhão com Deus. A exemplo disso
temos Daniel, Hananias, Misael e Azarias, que não se deixaram cor-romper com a cultura
da Babilônia, e mantiveram a fé de seus antepassados (Daniel 1.1-12).

5. A Lei de Deus foi adicionada à Aliança 430 anos depois, em razão das transgressões
(Gálatas 3.19), e tinha o propósito de:

a) Prescrever a conduta do povo de Israel.

b) Definir o que era pecado.

c) Revelar ao povo de Israel a sua tendência em desobedecer à Palavra de Deus e praticar o


mal.

d) Despertar no povo de Israel o sentimento da necessidade da mise​ricórdia, graça e


redenção divinas (Romanos 3.20; 5.20 e 8.2).
6. A Lei de Deus ressaltava que a submissão a Ele levaria o fiel aviver a plenitude da vida
(João 10.10).

7. Expressava também a natureza e o caráter de Deus, isto é, o Seu amor, bondade, justiça e
repúdio ao pecado. O povo de Israel deveria se aplicar na obediência à Lei, para que
pudesse ser chamado “povo de propriedade exclusiva de Deus e nação santa”(Êxodo
19.5,6; Levítico 19.2).

Como se divide a Lei de Deus?


Também chamada de Lei Mosaica (no Hebraico é torah e significa “ensino”), pode se
dividir em três partes:

1. A Lei Moral

Regras determinadas para se viver dentro de um comportamento ético, relacionado com


Deus e com os semelhantes (Êxodo 20.1-17), isto é, um padrão de moralidade puro e santo
(Levítico 19.2).

2. A Lei Civil

Trata da vida jurídica e social do povo de Israel como nação (Êxodo 21.1; 23.33).
3. A Lei Cerimonial

Trata da forma e do ritual de adoração ao Senhor. Sob esse aspecto, estão incluídas as leis
sacrificiais (Êxodo 24.12; 31.18).

Qual seria a punição daquele que cumprisse toda a Lei de Deus e falhasse
apenas em um ponto?
Seria considerado maldito (Deuteronômio 27.26; Gálatas l.3-10; Tiago 2.10). A verdade é
que o povo de Israel não tinha, e ninguém tem, qualquer possibilidade de cumprir todos os
mandamentos da Lei de Deus. Por meio da tentativa do cumprimento deles, no entanto, veio
o aprendizado da lei da fé (Hebreus 10.38; 11.1-40).

Qual foi a única pessoa capaz de cumprir toda a Lei de Deus?


O Senhor Jesus Cristo (Mateus 3.15; 5.17). O cumprimento da Lei de Deus significa viver
sem pecado. Porque o Senhor Jesus cumpriu toda a Lei, Ele pôde servir como o Cordeiro
expiatório.
Qual a diferença entre a Lei de Deus e a graça?
A Lei de Deus aponta o pecado (Romanos 7.7-12), mas não ofe​re​ce vitória sobre ele, pois é
incapaz de justificar alguém diante de Deus (Romanos 3.20). Nela o homem tenta se
justificar através de boas obras, enquanto que na graça ele é salvo pela fé n’Aquele que
cumpriu toda a Lei (Gálatas l.3,10-29).

As leis relativas à alimentação devem ser cumpridas por nós?


Quando Deus criou leis concernentes à alimentação do Seu povo, Israel estava no deserto,
por onde peregrinou por cerca de 40 anos. Muitas dessas leis têm a ver com os tipos de
comida, as condições do clima e a situação sanitária e higiênica daquele tempo e lugar. Ele
tinha em mente proteger as pessoas contra a proliferação de doenças, muito comuns naquela
época. Certas prescrições não têm sentido atualmente, quando vivemos em melhores
condições de higiene e saúde, desenvolvemos uma Medi​cina preventiva e temos meios de
defesa maiores do que as pessoas daquele tempo.

Apesar de hoje termos melhores conhe​ci​mentos sobre a quali​dade dos alimentos, e


podermos selecionar os melhores para a saúde do nosso corpo físico, o Senhor Jesus mostra
que prescrições alimentares e costumes tradicionais são irrelevantes em relação à nossa fé.
Nenhum alimento é puro ou impuro para o Senhor:

“Não é o que entra pela boca o que contamina o homem, mas o que sai da boca, isto, sim,
contamina o homem.”

Mateus 15.11

O apóstolo Paulo reforça esta afirmação do Senhor Jesus com as seguintes palavras:

“Acolhei ao que é débil na fé, não, porém, para discutir opiniões. Um crê que de tudo pode
comer, mas o débil come legumes; quem come não despreze o que não come; e o que não
come não julgue o que come, porque Deus o acolheu.”

Romanos 14.1-3

Por que na Lei era proibido comer o sangue de animais? Isto se aplica a
nós?
Tirar o sangue de uma pessoa ou de um animal, no Antigo Testamento, era o mesmo que tirar
a vida. Sendo a vida um dom exclusivo de Deus e per​tencente somente a Ele, comer ou
derramar o sangue representava violação do direito divino. O sangue, portanto, simbolizava
vida:

“Carne, porém, com sua vida, isto é, com seu sangue, não comereis.”

Gênesis 9.4

“Somente empenha-te em não comeres o sangue, pois o sangue é a vida; pelo que não
comerás a vida com a carne.”

Deuteronômio 12.23

Isto não se aplica a nós hoje, porque entendemos que o Senhor Jesus deu novo enfoque às
leis do Antigo Testamento. Elas foram abolidas, completadas, aperfeiçoadas ou explicadas
melhor pelo
próprio Senhor Jesus.

Observe os seguintes versículos: Mateus 5.17-48; 15.10-20. Ele mesmo, o Senhor Jesus,
não só deu Seu sangue para a redenção, mas deu-Se inteiramente por nós. Deu-nos a própria
vida. Isso se aplica inclusive à transfusão de sangue.

No livro de Atos dos Apóstolos, ainda sob grande influência das leis judaicas, um concílio
reunido em Jerusalém recomendou a abstenção do sangue.

“Que vos abstenhais das coisas sacrificadas a ídolos, bem como do sangue, da carne de
animais sufocados e das relações sexuais ilícitas; destas coisas fareis bem se vos
guardardes. Saúde.”

Atos 15.29

Também para essa situação, recomendamos a orientação do apóstolo Paulo em Romanos


14.1-3, mesmo porque, por mais que se espre​ma a carne, não é possível retirar-lhe todo o
sangue.

O Senhor Jesus Cristo cumpriu a Lei?


Ele mesmo afirmou que não veio revogar a Lei, mas cumpri-la:

“Não penseis que vim revogar a Lei ou os Profetas; não vim para revogar, vim para
cumprir.”

Mateus 5.17

Na realidade, o Senhor Jesus deu a correta interpretação da Lei. Os judeus a guardavam


apenas por cumprimento de princípios religio​​sos. Eram formalistas e colocavam a
obediência cega aos preceitos da reli​gião acima do amor. Tinham a letra da Lei na cabeça,
mas não tinham o seu verdadeiro sentido no coração.
Para os judeus, muitas vezes parecia que o Senhor Jesus estava quebrando a Lei, quando na
verdade Ele estava ensinando que o amor era muito mais importante do que a obediência a
um conjunto de regras ou preceitos formais, que acabavam deixando o ser humano, e o
próprio Deus, em segundo plano:

“...porque a letra mata, mas o espírito vivifica.”

2 Coríntios 3.6

A Lei está presente nos ensinamentos do Novo Testamento?


Sim, pois a Lei nada mais é do que um conjunto de instruções que Deus deu ao Seu povo.
Muitas dessas instruções eram específicas para o povo judeu, em uma determinada época,
como por exemplo o sacri​​fício de animais.

Outras tinham a ver especificamente com Israel, e outras se aplicam a todas as pessoas, em
todos os tempos. O Senhor Jesus nos ensinou a separar bem essas coisas, cumprindo, Ele
mesmo, a Sua parte.

“Mestre, qual é o grande mandamento na Lei?


Respondeu-lhe Jesus: Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma
e de todo o teu entendimento. Este é o grande e primeiro mandamento. O segundo,
semelhante a este, é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo.”

Mateus 22.36-39

O que significa graça?


Significa um benefício, uma dádiva ou um favor, concedido sem o merecimento da pessoa
beneficiada. Na Bíblia, a palavra “graça” está quase sempre ligada à salvação ou à
santificação do ser humano, por intermédio de uma atitude de Deus. O Senhor Jesus é
considerado o maior doador da graça de Deus para a salvação da humanidade:

“E o Verbo se fez carne e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade, e vimos a sua
glória, glória como do unigênito do Pai.”

João 1.14

Existe contradição entre a Lei e a graça?


Não. A própria Lei é um ato da graça de Deus, uma vez que apresenta ao homem condições
para que se aproxime do Criador. A graça também não dispensa muitas das suas instruções,
que são plenamente aplicáveis a todos os homens e em todos os tempos. Quando a Bíblia
diz que o Senhor Jesus é o fim da Lei, e que ela só durou até João Batista, está se referindo
a alguns aspectos e mandamentos, que perderam o sentido com a manifestação do Filho de
Deus e a Sua morte na cruz.

O apóstolo Paulo nos deixa claro que a Lei foi um instrumento usado por Deus, para que nos
fosse possível chegar a Cristo:

“De maneira que a lei nos serviu de aio para nos conduzir a Cristo, a fim de que fôssemos
justificados por fé.”

Gálatas 3.24

Havia manifestação da graça no Antigo Testamento?


Todos os livros do Antigo Testamento apontam para a graça de Deus, revelada em Seu
Filho, o Senhor Jesus. Podemos tomar como exemplo o livro de Gênesis. Logo no início do
Antigo Testamento, Deus manifesta Sua misericórdia para com os primeiros pecadores,
instituindo um plano para resgatá-los.
Após Adão e Eva terem pecado, Deus providenciou vestes para cobri-los, sinalizando que,
na plenitude dos tempos, Ele iria prover meios para que o ser humano não sofresse a
vergonha do pecado. Isso aconteceria mediante um sacrifício, ali exemplificado no ato de
sacrificar um animal para cobrir a nudez do casal pecador:

“Fez o Senhor Deus vestimenta de peles para Adão e sua mulher e os vestiu.”

Gênesis 3.21

Outro livro que aponta a graça no Antigo Testamento é o livro de Êxodo. Durante o
processo de libertação do povo de Deus no Egito, por exemplo, cada família de Israel foi
instruída a aspergir o sangue de um cordeiro nos umbrais da porta de sua casa, para que o
Destruidor não entrasse:

“Porque o Senhor passará para ferir os egípcios; quando vir, porém, o sangue na verga da
porta e em ambas as ombreiras, passará o Senhor aquela porta e não permitirá ao
Destruidor que entre em vossas casas, para vos ferir.”

Êxodo 12.23

Naquele tempo, Deus sinalizava ao mundo que iria mandar Seu Filho, para nos livrar do
destruidor de vidas. Hoje, todo aquele que aspergir o sangue do Cordeiro, o Senhor Jesus,
em sua vida será salvo.
“No qual temos a redenção, pelo seu sangue, a remissão dos pecados, segundo a riqueza da
sua graça.”

Efésios 1.7

Ao longo de todo o Antigo Testamento, Deus foi manifestando os sinais de Sua graça, na
proporção em que preparava a humanidade para a chegada do Messias.

Se estamos sob a graça, estamos desobrigados de obedecer à Lei?


Estamos desobrigados de cumprir os preceitos ritualísticos da Lei, mas ainda precisamos
ser moralmente corretos. O Senhor deixou claro que Sua passagem pela Terra não anulava a
Lei:

“Não penseis que vim revogar a Lei ou os Profetas; não vim para revogar, vim para
cumprir.”

Mateus 5.17

“Porque em verdade vos digo: até que o céu e a terra passem, nem um i ou um til jamais
passará da Lei, até que tudo
se cumpra.”
Mateus 5.18

A Bíblia fala que o ser humano é justificado pela fé, independente das obras da Lei. Por
outro lado, também mostra que a fé não anula a Lei, mas a confirma (Romanos 3.28-31).

A Lei foi feita para os pecadores. Se fomos libertos do pecado, não estamos mais debaixo
da Lei. De qualquer forma, a libertação que conquis​tamos através de Cristo nos impulsiona
a amar nossos semelhantes:

“A ninguém fiqueis devendo coisa alguma, exceto o amor com que vos ameis uns aos outros;
pois quem ama o próximo tem cumprido a lei.”

Romanos 13.8

O cristão precisa do Antigo Testamento?


Sim. O Antigo Testamento mostra os feitos de Deus na história da humanidade. Conta como
aconteceu a aliança do Criador com uma pequena nação, para, a partir dela, revelar-Se a
todas as outras da Terra.

Mostra o desenrolar de fatos que, gradativamente, foram formando um quadro que nos
ajudou a entender o plano de salvação. Observe o que o Senhor Jesus afirma sobre o Antigo
Testamento:

“Examinais as Escrituras, porque julgais ter nelas a vida eterna, e são elas mesmas que
testificam de mim.”

João 5.39

Através dos profetas do Antigo Testamento, tivemos muitas reve​la​ções importantes.


Algumas se cumpriram com o nascimento de Jesus, e outras, como a descida do Espírito
Santo, foram posteriores à Sua ascensão. Ainda existem outras que se cumprirão no final
dos tempos. Além disso, a vida dos heróis da fé, que viveram no Antigo Testamento, a
forma pela qual eles se relacionaram com Deus, e os milagres que testemunharam, servem
ainda hoje de estímulo para o nosso crescimento espiritual.

O Espírito Santo inspirou a confecção de toda a Bíblia. E Ele continua abençoando a todos
os que procuram conforto e alimento nas páginas do Antigo Testamento, tanto quanto nas do
Novo:

“Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a
correção, para a educação na justiça.”

2 Timóteo 3.16

“Assim será a palavra que sair da minha boca: não voltará para mim vazia, mas fará o que
me apraz e prosperará naquilo para que a designei.”

Isaías 55.11

Estar na graça é estar livre de toda a condenação?


Estar sob a graça é usufruir dos méritos do Senhor Jesus. Quando nos tornamos cristãos,
arrependidos sinceramente, não pode​mos mais ser condenados por nenhum pecado que
tenhamos cometido. Obser​ve o texto bíblico abaixo:

“Agora, pois, já nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus.”

Romanos 8.1

Imagine alguém com uma enorme dívida, tendo todos os seus cartões de crédito suspensos, e
seu nome no Serviço de Proteção ao Crédito, e que, subitamente, receba de presente o
cancelamento de todas as pendências.

Embora não tenha pago o que devia, também não é mais devedor e, portanto, não pode ser
condenado. Da mesma forma acontece com o cristão nascido de novo. Ele é considerado
justo diante de Deus, mas apenas por causa dos méritos do Senhor Jesus Cristo:
“Tendo cancelado o escrito de dívida, que era contra nós e que constava de ordenanças, o
qual nos era prejudicial, removeu-o inteiramente, encravando-o na cruz.”

Colossenses 2.14

O que significa ser salvo pela graça, mediante a fé?


Significa ser salvo por uma iniciativa de Deus, e não por nossos próprios méritos:

“Mas Deus prova o seu próprio amor para conosco pelo fato de ter Cristo morrido por nós,
sendo nós ainda pecadores.”

Romanos 5.8

Muitas pessoas acham que merecem ir para o Céu porque são muito boas, fazem caridade,
não devem a ninguém e até praticam alguma religião. Todos nós, no entanto, por mais
inocentes que nos consideremos, já nascemos sob a herança maldita de Adão. Com o
pecado original, todos nós fomos considerados reprovados por Deus, não havendo sequer
um justo: “Não há justo, nem um sequer.” (Romanos 3.10).

Nada do que fizéssemos poderia satisfazer a justiça divina, nem mesmo as boas obras. Por
isso, Deus tomou a iniciativa de nos salvar, dando Ele mesmo o Seu próprio sangue por nós:
“Pois todos pecaram e carecem da glória de Deus.”

Romanos 3.23

“Mas ele foi traspassado pelas nossas transgressões e moído pelas nossas iniqüidades; o
castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados.”

Isaías 53.5

“Nós amamos porque ele nos amou primeiro.”

1 João 4.19

Em resposta ao amor de Deus, resta-nos apenas aceitar a Sua oferta gratuita.


O SACRIFICIO

Quais os propósitos dos sacrifícios do Antigo Testamento?


Antes do nascimento de Cristo, os sacrifícios eram a única forma que os antigos tinham de
se aproximar do Deus Vivo. Geralmente, um sacrifício expressava amor, respeito, renúncia
pessoal e arrependimento. Os sacrifícios de animais eram praticados com o objetivo de
purificar o povo dos seus pecados, quando o Senhor Jesus ainda não havia nascido.

No Antigo Testamento, eles serviram de base para a compreensão do significado do


ministério de Cristo, que foi sacrificado para a remis​são dos pecados de toda a
humanidade:

“Ao se cumprirem os tempos, se manifestou uma vez por todas, para aniquilar, pelo
sacrifício de si mesmo, o pecado.”

Hebreus 9.26
Precisamos ainda hoje realizar sacrifícios?

Atualmente, não precisamos realizar sacrifícios de animais para sermos perdoados por
Deus, porque o sacrifício do Seu Filho foi pleno, suficiente e perfeito, sendo realizado uma
única vez por todas.

Mas o Senhor Jesus Cristo nos ensinou que a vida cristã implica em renúncias, o que nos
leva a outras formas de sacrifícios:

“Dizia a todos: Se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue, dia a dia tome a sua cruz
e siga-me.”

Lucas 9.23

“Rogo-vos, pois, irmãos, pelas misericórdias de Deus, que apresenteis o vosso corpo por
sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional.”

Romanos 12.1

Quais os sacrifícios que agradam a Deus?

Em primeiro lugar, o do nosso corpo, ou seja, nossa vida, nossa força, aquilo que somos
fisicamente. A Bíblia diz que devemos adorar a Deus em espírito e em verdade.
Nossas ações, nosso caráter e a nossa entrega à obra de Deus são importantes, bem como
tudo aquilo que fazemos e que contribui para o bem dos nossos semelhantes, para o
crescimento da obra de Deus, e para a Sua glória:

“Sacrifícios agradáveis a Deus são o espírito quebrantado; coração compungido e contrito,


não o desprezarás, ó Deus.”

Salmos 51.17

Os dízimos e ofertas são formas de sacrifício?


Sim, porque o dinheiro que entregamos à Igreja é o resultado do nosso trabalho, e
representa parte do tempo no qual gastamos a nossa vida para obtê-lo. Nesse aspecto, o
dinheiro é um pouco de nós mesmos, que deposi​tamos no altar do Senhor:

“Cada um contribua segundo tiver proposto no coração, não com tristeza ou por
necessidade; porque Deus ama a quem dá com alegria.”

2 Coríntios 9.7
O que é dízimo e qual a sua origem?

Dízimo quer dizer a décima parte. É um costume mais antigo que a Lei de Moisés. Na
Bíblia, lemos que o patriarca Abraão deu o dízimo a Melquisedeque, o rei de Salém,
conforme podemos ler no texto abaixo:

“Melquisedeque, rei de Salém, trouxe pão e vinho; era sacerdote do Deus Altíssimo;
abençoou ele a Abrão e disse: Bendito seja Abrão pelo Deus Altíssimo, que possui os céus
e a terra; e bendito seja o Deus Altíssimo, que entregou os teus adversários nas tuas mãos. E
de tudo lhe deu Abrão o dízimo.”

Gênesis 14.18-20

Qual a definição e a origem da oferta?

De acordo com as Escrituras Sagradas, oferta é uma ação, objeto ou comportamento, que
serve como meio a partir do qual o indivíduo se aproxima de Deus. A raiz da palavra
“oferta”, no Hebraico, significa “aproximar-se”. Trazendo ofertas sem defeitos, os antigos
servos de Deus entravam em Sua presença.

A origem da oferta está ligada ao primeiro sacrifício, realizado pelo próprio Deus, ainda no
Éden. Segundo a Bíblia, o Senhor sacrificou um animal, para cobrir a nudez de Adão e Eva,
instituindo essa forma de sacrifício, a fim de apagar o pecado do pecador. Aquele animal
representava o Filho de Deus, que teria de vir ao mundo, na plenitude dos tempos, para
cobrir a vergonha do pecado diante do Criador:

“Fez o Senhor Deus vestimenta de peles para Adão e sua mulher e os vestiu.”

Gênesis 3.21

Ainda hoje devemos sacrificar animais?


A oferta de animais sacrificados se perpetuou entre os judeus até por volta do ano 70 d.C.,
quando o templo reconstruído por Herodes foi totalmente destruído. Os judeus ainda
esperam que o templo seja novamente erguido em Jerusalém, para continuarem sacrificando
animais. Nós, cristãos, não precisamos sacrificar animais, porque Deus enviou Seu Filho
como Sacrifício Vivo, pleno e suficien​te para recon​ciliar criatu​ra e Criador:

“Jesus, porém, tendo oferecido, para sempre, um único sacrifício pelos pecados, assentou-
se à destra de Deus.”

Hebreus 10.12

“No dia seguinte, viu João a Jesus, que vinha para ele, e disse: Eis o Cordeiro de Deus, que
tira o pecado do mundo!”

João 1.29

Qual o significado real da oferta?


A oferta é o instrumento pelo qual o ser humano se aproxima de Deus. Essa aproximação é
desejada pelo Pai, que instituiu a oferta sacrificial. Consumando o processo de redenção da
humanidade, Deus ofertou o Seu próprio Filho:

“Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo o
que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.”

João 3.16

O jejum e outras formas de abstenção podem também ser consideradas


sacrifícios?
Ficar com fome, ou se privar de algo que faz bem ao corpo ou à alma, passar pela
necessidade ou pela dor, causadas pela abstinência volun​tá​ria, certamente são sacrifícios.
Alguns cristãos praticavam abstinên​cia sexual durante um determinado período, para se
dedicarem à oração:

“Não vos priveis um ao outro, salvo talvez por mútuo consentimento, por algum tempo, para
vos dedicardes à oração e, novamente, vos ajuntardes, para que Satanás não vos tente por
causa da incontinência.”

1 Coríntios 7.5

O jejum sacrificial era praticado pelo povo de Deus, desde tempos muito antigos:

“Havia uma profetisa, chamada Ana, filha de Fanuel, da tribo de Aser, avançada em dias,
que vivera com seu marido sete anos desde que se casara e que era viúva de oitenta e quatro
anos. Esta não deixava o templo, mas adorava noite e dia em jejuns e orações.”

Lucas 2.36,37

O jejum representa, antes de tudo, um sacrifício voluntário de consagração a Deus. Em si


mesmo, não tem o poder de mudar a vontade de Deus a nosso favor, mas serve para
evidenciar que nos humilhamos diante d’Ele. Deve ser feito com humildade, por todos
aqueles que, acima de tudo, aceitam a soberania do Senhor Jesus em suas vidas.
Deus ainda Se agrada desses sacrifícios, sendo completa a salvação proporcionada pelo
Senhor Jesus? Sim, porque a dimensão do nosso compromisso com Deus pode ser me​di​da
pela intensidade de nossas renúncias pessoais. O Senhor deixou claro que nossa entrega
deve ser total. Envolve sacrifício de tempo, dinheiro, parentes e tudo o mais:

“Assim, pois, todo aquele que dentre vós não renuncia a tudo quanto tem não pode ser meu
discípulo.”

Lucas 14.33

“E Jesus, fitando-o, o amou e disse: Só uma coisa te falta: Vai, vende tudo o que tens, dá-o
aos pobres e terás um tesouro no céu; então, vem e segue-me.”

Marcos 10.21

Muitas vezes, o compromisso com Cristo envolve o sacrifício da própria vida do discípulo.
Ele nunca nos escondeu a possibilidade de que, por causa do Seu nome, talvez tivéssemos
que renunciar ao nosso maior bem:

“Porquanto, quem quiser salvar a sua vida perdê-la-á; e quem perder a vida por minha
causa achá-la-á.”

Mateus 16.25
“Não temais os que matam o corpo e não podem matar a alma; temei, antes, aquele que pode
fazer perecer no inferno tanto a alma como o corpo.”

Mateus 10.28

“Como está escrito: Por amor de ti, somos entregues à morte o dia todo, fomos considerados
como ovelhas para o matadouro.”

Romanos 8.36

Ninguém melhor que o apóstolo Paulo soube compreender o signi​ficado da morte do Senhor
Jesus, e poucas pessoas se sacrificaram tanto pela obra de Deus:

“São ministros de Cristo? (Falo como fora de mim.) Eu ainda mais: em trabalhos, muito
mais; muito mais em prisões; em açoites, sem medida; em perigos de morte, muitas vezes.
Cinco vezes recebi dos judeus uma quarentena de açoites menos um; fui três vezes fustigado
com varas; uma vez, apedrejado; em naufrágio, três vezes; uma noite e um dia passei na
voragem do mar; em jornadas, muitas vezes; em perigos de rios, em perigos de salteadores,
em perigos entre patrícios, em perigos entre gentios, em perigos na cidade, em perigos no
deserto, em perigos no mar, em perigos entre falsos irmãos; em trabalhos e fadigas, em
vigílias, muitas vezes; em fome e sede, em jejuns, muitas vezes; em frio e nudez.”

2 Coríntios 11.23-27
SATANAS

Quais os livros da Bíblia que mencionam a existência de Satanás?


A Bíblia denuncia a existência e a ação do maligno praticamente em todos os livros, direta
ou indiretamente, pois narra a história da luta entre o bem e o mal, travada desde o início
dos tempos.

Satanás se manifesta pessoalmente, ou através dos demônios que comanda, durante toda a
história do povo de Deus. Em 1 Crônicas 21.1, por exemplo, lemos que ele se levantou
contra Israel e incitou Davi a contar o povo (fazer um censo). Nos dois primeiros capítulos
do livro de Jó, o diabo acusa o fiel servo de Deus e sugere que o Senhor o prove. No livro
de Zacarias, no terceiro capítulo, Satanás aparece em uma visão do profeta.

No Novo Testamento, ele é mencionado por Mateus, Marcos, Lucas e João, como principal
antagonista do Senhor Jesus aqui na Terra. Na proporção em que aparece sendo expulso e
envergonhado, o ministério do Senhor Jesus vai ficando claro, como Aquele que veio
destruir as obras satânicas. A menção a Satanás, direta ou indiretamente, continua no livro
de Atos, nas cartas às igrejas, e vai ser finalizada em Apocalipse, quando a vitória final do
Senhor Jesus é profetizada:
“Quando, porém, se completarem os mil anos, Satanás será solto da sua prisão e sairá a
seduzir as nações que há nos quatro cantos da terra, Gogue e Magogue, a fim de reuni-las
para a peleja. O número dessas é como a areia do mar. Marcharam, então, pela superfície
da terra e sitiaram o acampamento dos santos e a cidade querida; desceu, porém, fogo do
céu e os consumiu. O diabo, o sedutor deles, foi lançado para dentro do lago de fogo e
enxofre, onde já se encontram não só a besta como também o falso profeta; e serão
atormentados de dia e de noite, pelos séculos dos séculos.”

Apocalipse 20.7-10

O Senhor Jesus ensinou a respeito da existência de Satanás?


Sim, Ele reconheceu e ensinou sobre isso. Em diversos versículos a existência do mal é
mencionada, não como um mito, mas como um ser real, disposto a matar, roubar e destruir.
O Senhor, no entanto, também fez questão de deixar claro que os servos de Deus possuem
poder e autoridade para destruir as obras de Satanás. Observe os versículos abaixo, onde a
menção ao maligno é clara:

“O inimigo que o semeou é o diabo; a ceifa é a consumação do século, e os ceifeiros são os


anjos.”

Mateus 13.39
“Mas ele lhes disse: Eu via Satanás caindo do céu como um relâmpago.”

Lucas 10.18

“Se também Satanás estiver dividido contra si mesmo, como subsistirá o seu reino? Isto,
porque dizeis que eu expulso os demônios por Belzebu.”

Lucas 11.18

“O ladrão vem somente para roubar, matar e destruir; eu vim para que tenham vida e a
tenham em abundância.”

João 10.10

“Eis aí vos dei autoridade para pisardes serpentes e escorpiões e sobre todo o poder do
inimigo, e nada, absolutamente, vos causará dano.”

Lucas 10.19

Como se caracteriza a personalidade de Satanás?


a) Possui intelecto (2 Coríntios 11.3).
b) Possui emoção (Apocalipse 12.17).

c) Tem vontade própria (2 Timóteo 2.26).

d) É tratado como pessoa moralmente responsável (Mateus 25.41).

e) Pronomes pessoais são usados para descrevê-lo (Jó 1).

Quais são seus nomes?


Ele aparece personificado nas Escrituras Sagradas com diversos nomes, ou simplesmente
sincretizado com os ídolos do paganismo. Pode ser chamado de diabo (acusador); Lúcifer
(filho da manhã); Belzebu (Mateus 12.24); Belial (Juízes 19.22).

A palavra hebraica “satanás” tem o significado de “adversário”, podendo também ser


entendida como “denunciador” ou “caluniador”, sendo que estes dois últimos termos
também se aplicam a “diabo” (do Grego diabolos – aquele que separa).

Quais são seus títulos?


Maligno (1 João 5.18); tentador (1 Tessalo​nicenses 3.5); príncipe deste mundo (João
12.31); deus deste século (2 Coríntios 4.4); prínci​pe da potestade do ar (Efésios 2.2);
acusador de nossos irmãos (Apocalipse 12.10).

Quais são suas representações?


Serpente (Apocalipse 12.9); dragão (Apocalipse 12.3); anjo de luz (2 Coríntios 11.14).

Qual é a natureza de Satanás?


1) Sua natureza:

a) É uma criatura (Ezequiel 28.13).

b) É um ser espiritual, astuto e inteligente (Efésios 6.11,12).

c) Na ordem dos anjos, era chamado de querubim (Ezequiel 28.14).

d) Ocupava a maior posição entre os seres angelicais (Ezequiel 28.12).


2) Sua personalidade:

a) É assassino (João 8.44).

b) Mentiroso e pai da mentira (João 8.44).

c) Vive pecando (1 João 3.8).

d) Acusador (Apocalipse 12.10).

e) Adversário constante (1 Pedro 5.8).

3) Seus limites:

a) Ele é uma criatura e, por isso mesmo, não pode ser onisciente, onipotente e onipresente.

b) Pode e deve ser resistido pelos verdadeiros cristãos (Tiago 4.7).

c) No livro de Jó, podemos observar os seus limites de ação, impos​tos por Deus (Jó 1.12).

Qual era o estado original de Satanás, e como ele caiu?


O profeta Ezequiel descreve o seu estado original e a sua queda (Eze​quiel 28.11-19). O
profeta Isaías fala do seu pecado (Isaías 14.12-20).

1) A pessoa de Satanás:

a) Seu nome: Estrela da manhã (Isaías14.12).

b) Sua força: Ver Isaías 14.16-20.

2) O pecado (Isaías 14.13,14):

a) “Eu subirei ao céu”.

b) “Acima das estrelas de Deus exaltarei o meu trono” – essas estrelas


podem ser outros anjos ou as atuais estrelas.

c) “No monte da congregação me assentarei” – essa congregação pode ser a assembléia dos
anjos ou a assembléia de Israel, sob a autoridade do Senhor Jesus.

d) “Subirei acima das mais altas nuvens” – ele tentou usurpar a glória
de Deus.

e) “E serei semelhante ao Altíssimo” – Satanás queria ser a maior


autoridade nos Céus e na Terra. Basicamente, o seu pecado é
chama​do de orgulho (1 Timóteo 3.6), pois desejava ser semelhante ao Altíssimo.

Vale lembrar que até então o pecado não existia; ele nasceu da cobiça maligna no coração
do principal querubim da guarda ungido. Isso sugere que não importa o cargo espiritual de
um servo, mas que ele tenha a consciência de que é servo para sempre.

3) A punição de Satanás:

Nos textos de Ezequiel 28.16-19 e Apocalipse 20.10, vemos o desti​no final daquele que um
dia foi o querubim da guarda do Altíssimo.

Convém salientar que quanto mais alto o cargo de autoridade que assumimos, seja ele
espiritual ou administrativo, maior deve ser o nosso despojamento dele, tendo sempre em
mente o fato de que somos apenas servos inúteis. Por isso o apóstolo Paulo adverte:

“Aquele, pois, que pensa estar em pé, veja que não caia.”

1 Coríntios 10.12

A vida espiritual cristã pode ser exemplificada como sendo uma roda gigante: os que estão
em cima costumam relaxar na fé, porque alcança​ram uma suposta posição melhor. Correm o
risco de se acomo​darem na condição em que se encontram, abandonando o princípio da fé,
que é a dependência do Senhor.
Os que estão embaixo, entretanto, querem chegar em cima e, por isso, lutam e exercitam a
fé, não correndo assim o risco do relaxamento ou acomodação.

Podemos tomar o rei Salomão, a quem Deus conferiu sabedoria acima de todos os homens,
tanto quanto riqueza e poder, como exemplo: depois de ter acabado a construção do Templo,
ou seja, depois de ter parado de servir ao Senhor, seu Deus, deixou-se levar pela idéia de
servir-se a si mesmo. Com isso, cercou-se de muitas mulheres idólatras, tornando-se
semelhante a elas.

Lúcifer estava no topo da posição angelical; pertencia à ordem superior dos anjos e era o
principal deles, o servo de maior responsa​bi​lidade, mas abandonou a idéia de servo e
abraçou a idéia de principal.

Isso permitiu que o orgulho invadisse seu coração, fazendo-o alme​jar a posição de senhor.
Aí está a razão de sua queda.

Na Bíblia encontramos vários outros exemplos. O caso de Miriã e Arão, irmãos de Moisés,
reflete muito bem o que significa uma rebelião e suas conseqüências.

Eles estavam bem próximos da autoridade de seu irmão, sobre mais de três milhões de
pessoas. Miriã era mais velha que Moisés, e Arão fora designado sacerdote sobre os filhos
de Israel.

Os dois acharam, portanto, que estavam em condições de repreender aquele que Deus havia
constituído como autoridade e líder de Seu povo. Os olhos deles estavam tão bloqueados,
que chegaram a ponto de dizer:

“Porventura tem falado o Senhor somente por Moisés? Não tem falado também por nós?”

Números 12.2

No restante do capítulo vemos o desfecho dessa rebelião.

Ao longo do nosso trabalho na obra de Deus, temos visto muitas pessoas surgirem em nosso
meio, com esse mesmo espírito, dizendo: “Não somos também batizados com o Espírito
Santo?” A partir daí começam a difundir a rebelião contra a liderança da Igreja. O fim de
todas elas é a lepra espiritual, visível por todos, onde quer que estejam.

Qual tem sido a ação de Satanás neste mundo?


Podemos dividir em quatro aspectos:

1) Em relação à obra de salvação do Senhor Jesus Cristo:


a) Causador de conflito (Gênesis 3.15).

b) Tentação do Senhor Jesus (Mateus 4.1-11).

c) Usou várias pessoas para tentar impedir a Sua obra (Mateus


2.16 e 16.23).

d) Possuiu o corpo de Judas, para fazê-lo trair o Senhor Jesus (João


13.27).

2) Em relação às nações:

a) Ele as tem enganado, e vai continuar fazendo isso até o dia em


que será aprisionado (Apocalipse 20.2,3).

b) Juntará as nações para enfrentar o Senhor Jesus nabatalha do


Armagedom (Apocalipse 16.13,14).

3) Em relação aos incrédulos:

a) Ele tem lhes cegado a mente (2 Coríntios 4.4).

b) Tem arrebatado a Palavra de Deus de seus corações (Lucas 8.12).

c) Tem-nos usado para se opor à obra de Deus (Apocalipse 2.13).


4) Em relação aos verdadeiros cristãos:

a) Tenta fazê-los mentir (Atos 5.3).

b) Acusa-lhes (Apocalipse 12.10).

c) Tenta barrar-lhes o caminho (1 Tessalonicenses 2.18).

d) Arma-lhes ciladas (Efésios 6.11).

e) Emprega demônios para tentar derrotá-los (Efésios 6.12).

f) Tenta levá-los à prática da prostituição (1 Coríntios 7.5).

g) Semeia joio no seu meio (Mateus 13.38,39).

h) Incita perseguições (Apocalipse 2.10).

i) Inspira idéias aparentemente boas (Mateus 16.23).

j) Tenta arrebatá-los do Reino de Deus (1 Pedro 5.8).

Qual a defesa dos cristãos contra Satanás?


Podemos resumir em seis pontos:

1) A oração intercessória do Senhor Jesus (João 17.15).

2) Em casos especiais, Deus permite a ação limitada do diabo na vida dos Seus servos, com
um propósito benéfico (todo o livro de Jó e 2 Coríntios 12.7).

3) O cristão não deve proferir juízo contra Satanás (Judas 1.9).

4) O cristão deve permanecer vigilante, e em oração todo o tempo, para não cair nas suas
armadilhas (Mateus 26.41 e 1 Pedro 5.8).

5) O cristão deve sempre resistir a ele (Tiago 4.7).

6) O cristão deve estar sempre vestido da armadura de Deus, para proteger a sua salvação
(Efésios 6.11-18).
OS DEMONIOS

O que são os demônios e qual a sua origem?


Eram inicialmente anjos mensageiros de Deus, tendo perdido o seu estado original quando
aderiram à rebelião de Satanás (2 Pedro 2.4), também chamado de Belzebu, considerado o
maioral dos demônios (Mateus 12.24). A estrutura hierárquica dos seres angelicais era do
pleno conheci​mento de Satanás, pois ele havia participado dela, sendo o principal deles.

Dentro dessa mesma estrutura hierárquica, ele organizou os anjos decaídos, ou demônios,
para atuarem em áreas e regiões distintas (Marcos 5.10), pois não sendo ele onipresente,
onisciente e onipotente, e tendo a ambição de dominar toda a Terra, precisa dessa
organização estrutural para levar a cabo seus objetivos. A Bíblia nos informa a respeito
dessa estrutura (Efésios 6.11,12):

a) Principados

Classe especial de demônios, que ocupam a posição de autoridade política sobre países,
estados e municípios, de forma semelhante aos presidentes, governadores e prefeitos.

Agem inclusive através dos governantes (Apocalipse 16.14), conforme foi o caso de
Herodes, que tentou matar o menino Jesus. O espírito que nele operava o inspirou a mandar
matar todos os meninos, de Belém e seus arredores, com idade abaixo de dois anos.

Essa mesma ordem já havia sido dada no Egito, quando os filhos de Israel haviam se
multiplicado (Mateus 2.16 e Êxodo 1.16).

b) Potestades

Classe de demônios que agem na execução do poder religioso. É o caso, por exemplo,
daqueles espíritos que orientam a direção espiritual das nações e mantêm o controle da
religião dos povos.

Operam sinais e são responsáveis pela criação e desenvolvimento de todas as religiões


humanas. Na época de Jesus, por exemplo, agiram sobre Caifás, sumo sacerdote, os
principais sacerdotes e todo o Sinédrio, para O prenderem, julgarem e condenarem à morte
(Mateus 26.57-68).

Esses mesmos espíritos demoníacos de outrora continuam operando. No passado, tivemos a


Inquisição, quando milhares de pessoas foram condenadas e queimadas vivas, só porque
não professavam a fé católica.

Os principados (governo nazista) e potestades (governo religioso católico) planejaram as


duas grandes guerras mundiais, e trataram de executar mais de seis milhões de judeus, sem
contar os evangé​licos, ciganos, católicos ortodoxos e demais grupos não pertencentes à raça
ariana.
c) Dominadores

Espíritos imundos que dominam a mente humana, tornando-a escrava da razão. As pessoas
dominadas por eles são sedentas de mais e mais conhecimentos, e, na busca frenética pelo
desconhecido, acabam desprezando a fé salvadora.

Foi a sede pelo conhecimento do bem e do mal que levou Adão e Eva a desobedecerem a
Deus (Gênesis 3.5,6).

Satanás sabe que o ser humano tem, além do corpo físico, alma e espírito, e sabe também
que a alma humana está sujeita às emoções, enquanto o espírito à razão.

Os dominadores atuam no sentido de dominarem o espírito, com conhecimentos gerais, e a


alma, com as emoções da Arte. Ora, se Sata​nás dominar a alma e o espírito humano, então
terá o controle total.

d) Forças espirituais do mal

Nesta classe estão incluídos os espíritos imundos, espíritos de enfer​midades, que atuam no
sentido de levar as pessoas aos sofrimentos físicos e espirituais, tais como doenças e surtos
delas; desastres; medo; insônia; constantes dores no corpo; depressão; desejo de suicídio,
etc.

Esses espíritos são os que mais facilmente são identificados, pois a sua área de ação é no
povo em geral.

Existem outros tipos de demônios?


Sim. São eles:

1) Espíritos enganadores

Atuam exclusivamente com o engano (1 Timóteo 4.1). Têm operado de forma sutil com a
mentira, vestindo-a com uma falsa capa de verdade e a espalhando (Mateus 4.6).

2) Espíritos familiares

Têm como objetivo a destruição da família. Apesar de a Bíblia não mencionar essa classe
de espíritos, a experiência tem mostrado sua atuação. O diabo sabe que a família foi criada
por Deus, para se constituir na célula-mãe da sociedade. Se ele conseguir destruir um lar,
cada membro daquela família também poderá se constituir num elemento destruidor de
lares.

3) Espíritos imundos ​– Marcos 7.25 e Apocalipse 16.13.

4) Espíritos de demônios – Apocalipse 16.14.


5) Espírito do anticristo – 1 João 4.3.

6) Espírito de adivinhação – Atos 16.16.

7) Espírito de enfermidade – Lucas 13.11.

8) Espírito de prostituição – Oséias 4.12 e 5.4.

Quais são as características dos demônios?


Podemos dividir em três aspectos:

1. Natureza

São seres espirituais, desprovidos de corpos; conseqüentemente, não têm sexo, cor ou
tamanho. Por isso, uma legião deles pode possuir um só corpo humano (Mateus 12.43-45;
Marcos 5.9).

2. Intelecto

Conhecem o Senhor Jesus (Marcos 1.24); têm consciência do tempo em que serão punidos
(Mateus 8.29) e sabem que só há um Deus (Tiago 2.19). Também têm um sistema de doutrina
bem avan​ça​do, para tentarem confundir os da fé (1 Timóteo 4.1-3).

3. Natureza moral

São chamados de espíritos imundos e suas doutrinas conduzem a um comportamento imoral


(1 Timóteo 4.1,2).

Quais são as atividades dos demônios?


De modo geral:

1. Tentam impedir que a vontade de Deus seja feita (Daniel 10.10-


14; Apocalipse 16.13-16).

2. Tentam estender a autoridade de Satanás, cumprindo sua vonta​de


(Efésios 6.11,12).

3. Muitas vezes, tentando satisfazer a Satanás, acabam por realizar


os propósitos de Deus (1 Samuel 16.14; 2 Coríntios 12.7).

Em particular:
1. Causam doenças (Mateus 9.33; Lucas 13.11-16).

2. Tomam posse do corpo humano (Mateus 4.24).

3. Tomam posse de animais (Marcos 5.13).

4. Opõem-se ao crescimento espiritual dos filhos de Deus (Efésios


6.12).

5. Usam a Bíblia para tentar confundir os filhos de Deus, e têm


criado doutrinas falsas (1 Timóteo 4.1), tais como:

a) Predestinação.

b) Cair pelo poder de Deus.

c) Profecias, sonhos, revelações e visões individuais (prognósticos


de casamentos, viagens, negócios, etc.), tudo em nome do dom
de profecia. Esse trabalho é típico dos espíritos enganadores.

O que é possessão demoníaca?


É a habitação de um ou mais demônios no corpo de uma pessoa, exercendo-lhe controle e
influência, com prejuízos para as funções mentais e físicas. Nesse caso, os demônios agem
no interior da pessoa, de dentro para fora.

O que é opressão demoníaca?


É a influência de um ou mais demônios na pessoa. Assim, o espíri​to imundo age no exterior
do corpo, bloqueando a visão, entendi​men​to e compreensão da Palavra de Deus, ou seja,
age de fora para dentro.

Pode uma pessoa fiel ao Senhor Jesus ser possessa de demônios?


Quando uma pessoa crê em Jesus, mas não passou pelo novo nasci​mento, ou seja, ainda não
nasceu da água e do Espírito Santo, o que significa ter uma experiência pessoal com o
Senhor Jesus, pode ser possuída por demônios.

Aliás, esta é justamente a razão pela qual muitos cristãos são fracas​sados: aceitaram a
mensagem de salvação, aceitaram Jesus Cristo como Senhor e Salvador, foram batizados
nas águas e conhecem as Escrituras Sagradas, mas não nasceram de novo.
O Senhor Jesus deixa isso muito claro, não deixando margem de dúvida quanto à
necessidade de se nascer de novo:

“A isto, respondeu Jesus: Em verdade, em verdade te digo que, se alguém não nascer de
novo, não pode ver o reino
de Deus.”

João 3.3

Ora, se uma pessoa que não nasceu de novo não pode entrar no Reino de Deus, então ela
continua do lado de fora, e, se está do lado de fora, mesmo crendo em Deus e conhecendo a
Bíblia, estará em condições de ser possessa ou oprimida pelos demônios.

Uma pessoa batizada com o Espírito Santo pode ter demônios?

Não, nunca! O Espírito Santo não pode habitar no mesmo corpo que um demônio (2
Coríntios 6.16).

Pode ser oprimida por eles?


Também não! Quem é selado com o Espírito Santo jamais pode ser oprimido pelos
demônios.

Pode receber uma inspiração do diabo, ou mesmo ouvir a sua voz na


mente?
Sim, pode. O Senhor Jesus mesmo foi levado para o deserto, para ser tentado pelo diabo.
Ele já tinha recebido o Espírito Santo e, mesmo assim, chegou a ser conduzido pelo diabo
para ser tentado no pinácu​lo do Templo (Mateus 4.8). O apóstolo Pedro também deu uma
sugestão diabólica para o Senhor Jesus (Mateus 16.23).

Quais são os sintomas de uma possessão demoníaca?


Tudo aquilo que foge ao normal, sem que tenha uma causa plausí​vel. Podemos resumir em:

1. Doenças e enfermidades físicas – Mateus 9.32,33.

2. Doenças mentais – Mateus 17.15; Marcos 5.15.


3. Constantes dores de cabeça, ou dores localizadas em outras partes do corpo, não
diagnosticadas pela Medicina.

4. Insônia.

5. Medo e fobias.

6. Desejo de suicídio.

7. Vícios.

8. Nervosismo.

9. Depressão.

10. Visões de vultos e audições inexplicadas.

Todas as pessoas doentes ou enfermas são possessas de demônios?


Não, mas todas as doenças e enfermidades têm uma causa, que pode ser um espírito de
enfermidade ou uma bactéria demoníaca.
No texto bíblico de Atos 5.16, está registrada uma distinção entre doentes e possessos por
espíritos imundos: “Afluía também muita gente das cidades vizinhas a Jerusalém, levando
doentes e atormentados de espíri​tos imundos, e todos eram curados”.

O próprio Senhor Jesus concedeu aos discípulos autoridade sobre espíritos imundos, para
expeli-los, e para curar todas as doenças e enfermidades (Mateus 10.1).

Quando a manifestação dos demônios acontece mais freqüentemente?


Quando as pessoas que estavam enganadas pelos espíritos demoníacos ouvem a pregação
do Evangelho (João 8.32).

Qual será o destino dos demônios?


Alguns que estavam livres já foram lançados ao abismo (Lucas 8.31 e Apocalipse 9.11);
outros estão presos e serão soltos na Grande Tribu​lação (Apocalipse 9.1-11 e 16.13,14).
Finalmente, todos terão o mesmo destino que Satanás, isto é, serão lançados para dentro do
lago de fogo (Mateus 25.41 e Apocalipse 20.10).
PREDESTINACAO

O que significa predestinação?


A idéia da predestinação tem sido divulgada abertamente em
muitas igrejas evangélicas. Através de interpretações distorcidas do conteúdo bíblico, os
chamados predestinistas chegam à crença de que Deus escolhe antecipadamente algumas
pessoas para que sejam salvas, enquanto outras estariam destinadas à perdição eterna. A
doutrina foi criada por Agostinho, bispo de Hipona, no quarto século, a partir de uma
reação contra a idéia do livre-arbítrio. Os que acreditam na predestinação negam o
ensinamento de que Deus nos dá liberdade para escolher entre o bem e o mal, facilitando
nossa escolha através de Sua graça.

Em que sentido a Bíblia afirma, em seu texto, que somos predestinados?


Todas as vezes que a Bíblia se refere a nós como predestinados – a exemplo do que
acontece em Romanos 8.29,30 – refere-se ao fato de que o Criador, em Sua onisciência,
antecipou a possibilidade de que o ser humano escolhesse o caminho mau e, por isso, criou
anteci​pa​damente um plano para resgatá-lo:

“Porquanto aos que de antemão conheceu, também os predes​tinou para serem conformes à
imagem de seu Filho, a fim de que ele seja o primogênito entre muitos irmãos.”

Romanos 8.29

“Pedro, apóstolo de Jesus Cristo, aos eleitos (...) segundo a presciência de Deus Pai, em
santificação do Espírito, para a obediência e a aspersão do sangue de Jesus Cristo, graça e
paz vos sejam multiplicadas.”

1 Pedro 1.1,2

Todas as vezes que o termo “predestinação” aparece na Bíblia, refere-se a um povo, ou um


conjunto de pessoas. Ocorre sempre no sentido coletivo; nunca em particular:

“Vós, porém, sois raça eleita, sacerdócio real, nação santa, povo de propriedade exclusiva
de Deus, a fim de proclamardes as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua
maravilhosa luz.”

1 Pedro 2.9

Deus predestinou Israel para ser o Seu povo no Antigo Testamen​to. E Israel será para
sempre o Seu povo. Da mesma forma, predestinou a Igreja, para reinar com Cristo na
eternidade.

Aconteça o que acontecer, a Igreja reinará, porque foi predestinada para tão maravilhoso
destino. Entretanto, Deus não predestinou a indivíduos em particular, para fazerem parte do
povo de Israel ou da Igreja.

Deus pode predestinar alguém para a salvação ou para a perdição?


Não. A predestinação não tem respaldo bíblico e, portanto, não pode ser considerada
verdadeira. Os que se apóiam nessa idéia ofendem diretamente a Deus, que trata a todos
com igualdade e justiça:

“Porque para com Deus não há acepção de pessoas.”

Romanos 2.11

“O qual deseja que todos os homens sejam salvos e cheguem ao pleno conhecimento da
verdade.”

1 Timóteo 2.4

“Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo o
que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.”

João 3.16

Que argumentos podemos usar contra a predestinação?


Podemos usar muitos argumentos convincentes, à luz da Palavra de Deus, para impedir que
pessoas sinceras caiam no engano da predes​tinação. A primeira coisa a se pensar é que a
pre​des​​ti​nação anula a obra do Senhor Jesus Cristo. Se já somos predestinados, para
salvação ou perdição, como poderemos responder com espontaneidade ao apelo do
Salvador?

Observe os versículos abaixo:

“Atendei por vós e por todo o rebanho sobre o qual o Espíri​to Santo vos constituiu bispos,
para pastoreardes a igreja de Deus, a qual ele comprou com o seu próprio sangue.”

Atos 20.28

“Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, a
saber, aos que crêem no seu nome.”
João 1.12

“Eis que estou à porta e bato; se alguém ouvir a minha voz e abrir a porta, entrarei em sua
casa e cearei com ele, e ele, comigo.”

Apocalipse 3.20

Outro argumento contrário à predestinação é o julgamento de Deus sobre todos os seres


humanos. Se fôssemos realmente predestinados, por que motivo Deus Se daria ao trabalho
de nos julgar, se a sentença já estivesse escrita?

“E, assim como aos homens está ordenado morrerem uma só vez, vindo, depois disto, o
juízo...”

Hebreus 9.27

“Digo-vos que de toda palavra frívola que proferirem os homens, dela darão conta no Dia
do Juízo...”

Mateus 12.36

“Em verdade vos digo que menos rigor haverá para Sodoma e Gomorra, no Dia do Juízo, do
que para aquela cidade.”
Mateus 10.15

A idéia de um Deus de amor cai por terra diante da predestinação. Ele teria sacrificado Seu
Filho inutilmente, caso as pessoas já estivessem salvas ou condenadas.

Além disso, por que Ele deixaria nascer uma pessoa, simplesmente para depois atirá-la no
inferno? A Bíblia mostra que Deus tem um caráter perfeito, que não combina com atos de
maldade:

“Aquele que não ama não conhece a Deus, pois Deus é amor.”

1 João 4.8

“Porque o Filho do Homem veio buscar e salvar o perdido.”

Lucas 19.10

“Porque: Todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo.”

Romanos 10.13

Caso a predestinação fosse real, Deus não nos daria uma ordem para pregarmos o
Evangelho a toda criatura, porque isso não seria necessário.

“Jesus, aproximando-se, falou-lhes, dizendo: Toda a autori​dade me foi dada no céu e na


terra. Ide, portanto, fazei discípu​los de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do
Filho, e do Espírito Santo.”

Mateus 28.18,19

A Bíblia nos ensina a perseverarmos na fé, combatermos, sermos fiéis e santos. Todos os
incentivos à perseverança cristã não teriam sentido diante da predestinação.

“Segui a paz com todos e a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor...”

Hebreus 12.14

“Aquele, porém, que perseverar até o fim, esse será salvo.”

Mateus 24.13

“E tu, ó Timóteo, guarda o que te foi confiado, evitando os falatórios inúteis e profanos e as
contradições do saber, como falsamente lhe chamam, pois alguns, professando-o, se desvia​‐
ram da fé. A graça seja convosco.”

1 Timóteo 6.20,21

“Não abandoneis, portanto, a vossa confiança; ela tem grande galardão. Com efeito, tendes
necessidade de perseve​ran​ça, para que, havendo feito a vontade de Deus, alcanceis a
promessa. Porque, ainda dentro de pouco tempo, aquele que vem virá e não tardará; todavia,
o meu justo viverá pela fé; e: Se retroceder, nele não se compraz a minha alma. Nós, porém,
não somos dos que retrocedem para a perdição; somos, entretanto, da fé, para a conservação
da alma.”

Hebreus 10.35-39

“Sê fiel até à morte, e dar-te-ei a coroa da vida.”

Apocalipse 2.10

“Combati o bom combate, completei a carreira, guardei a fé. Já agora a coroa da justiça me
está guardada, a qual o Senhor, reto juiz, me dará naquele Dia; e não somente a mim, mas
também a todos quantos amam a sua vinda.”

2 Timóteo 4.7,8

A doutrina da predestinação faz oposição direta à graça de Deus, que nos deu a salvação
que não merecemos, através do sangue do Seu Filho:

“Porque todos nós temos recebido da sua plenitude e graça sobre graça.”

João 1.16
“Ora, nosso Senhor Jesus Cristo mesmo e Deus, o nosso Pai, que nos amou e nos deu eterna
consolação e boa esperança, pela graça.”

2 Tessalonicenses 2.16

“Porquanto a graça de Deus se manifestou salvadora a todos os homens.”

Tito 2.11

O relato bíblico da queda do ser humano fica sem sentido diante da predestinação. Torna-se
um fato ilustrativo, que não tem importância na história da salvação. E não é isso que a
Bíblia deixa claro:

“Portanto, assim como por um só homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado, a morte,
assim também a morte passou a todos os homens, porque todos pecaram.”

Romanos 5.12

“Pois todos pecaram e carecem da glória de Deus.”

Romanos 3.23

Se a doutrina da predestinação fosse verdadeira, não teríamos capacidade de escolha e


seríamos meros robôs nas mãos de Deus. Ao contrário disso, Ele nos dá a capacidade de
escolher, e espera que façamos a escolha certa:

“Porém, se vos parece mal servir ao Senhor, escolhei, hoje, a quem sirvais: se aos deuses a
quem serviram vossos pais que estavam dalém do Eufrates ou aos deuses dos amorreus em
cuja terra habitais. Eu e a minha casa serviremos ao Senhor.”

Josué 24.15
PERDAO

Por que nós devemos perdoar?


Em primeiro lugar, devemos perdoar porque estamos diante de uma ordem do Senhor Jesus
Cristo: “Perdoai e sereis perdoados.” (Lucas 6.37).

Em segundo lugar, devemos perdoar porque, caso não o façamos, também não seremos
perdoados.

Muitas pessoas cristãs acham que podem escolher se perdoam ou não a seus ofensores, mas
o ato nada tem a ver com uma simples opção. Trata-se de um mandamento, com
conseqüências sérias para quem o transgride.

Quando o Senhor nos ensinou a orar, incluiu o perdão aos inimigos como condição para
também sermos perdoados por nossas faltas diárias:

“Porque, se perdoardes aos homens as suas ofensas, também vosso Pai celeste vos
perdoará; se, porém, não perdoardes aos homens as suas ofensas, tampouco vosso Pai vos
perdoará as vossas ofensas.”
Mateus 6.14,15

O perdão como mandamento não passou desapercebido aos apóstolos, que compartilharam
o ensinamento na Igreja:

“Suportai-vos uns aos outros, perdoai-vos mutuamente, caso alguém tenha motivo de queixa
contra outrem. Assim como o Senhor vos perdoou, assim também perdoai vós.”

Colossenses 3.13

Por que o ato de perdoar é uma condição para que sejamos perdoados?
Porque representa uma atitude de fé no ministério do Senhor Jesus Cristo. Ele morreu por
todas as pessoas, incluindo nossos ofensores, e por todos os pecados, sejam eles
considerados grandes ou pequenos.

Sempre que insistimos em nos ressentir e cultivar sentimentos de vingança, estamos


afirmando que a morte do Senhor não foi suficiente por aquela pessoa que nos prejudicou.

Se a salvação se conquista pela fé no sacrifício do Cordeiro de Deus, como poderemos ser


salvos, se não admitirmos a plenitude disso?
“Jesus, porém, tendo oferecido, para sempre, um único sacrifício pelos pecados, assentou-
se à destra de Deus.”

Hebreus 10.12

Como devemos perdoar?


Devemos perdoar incondicionalmente. Da mesma forma que o Senhor nos perdoa. Ele lança
tudo o que fizemos de errado no mar do esquecimento. Observe os versículos abaixo:

“Também de nenhum modo me lembrarei dos seus pecados e das suas iniqüidades, para
sempre.”

Hebreus 10.17

“Eu, eu mesmo, sou o que apago as tuas transgressões por amor de mim e dos teus pecados
não me lembro.”

Isaías 43.25

Mesmo conhecendo o caráter misericordioso do Senhor e Sua dispo​sição para esquecer


todas as nossas faltas, muitos cristãos não agem da mesma maneira para com os seus
semelhantes. Vivem remo​endo mágoas do passado, que vão se transformando em um câncer
espiritual, que irá resultar em morte eterna.

“...nem haja alguma raiz de amargura que, brotando, vos perturbe, e, por meio dela, muitos
sejam contaminados.”

Hebreus 12.15

O verdadeiro perdão inclui o total esquecimento da ofensa rece​bi​da, sempre que necessário,
mesmo que o ofensor tenha a ousadia de repetir o agravo um número ilimitado de vezes:

“Então, Pedro, aproximando-se, lhe perguntou: Senhor, até quantas vezes meu irmão pecará
contra mim, que eu lhe perdoe? Até sete vezes? Respondeu-lhe Jesus: Não te digo que até
sete vezes, mas até setenta vezes sete.”

Mateus 18.21,22
O CARACTER DE DEUS

Como podemos definir o caráter de Deus?


A Bíblia resume o caráter de Deus em uma única palavra: amor.

“Aquele que não ama não conhece a Deus, pois Deus é amor.”

1 João 4.8

“Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo o
que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.”

João 3.16

Amar é fazer o melhor por quem se ama; por isso, o amor de Deus se desdobra em justiça e
misericórdia, de acordo com aquilo que for melhor para o mundo e para Seus servos.

O que é a justiça de Deus?


É algo que ocorre quando recebemos aquilo que merecemos. A justiça de Deus dá aos
pecadores a devida punição por seus pecados. Por causa de Seu senso de justiça, todos
foram encerrados debaixo da maldição do pecado, conforme Ele mesmo sentenciou:

“Eis que todas as almas são minhas; como a alma do pai, também a alma do filho é minha; a
alma que pecar, essa morre​rá.”

Ezequiel 18.4

“...Deus não poupou anjos quando pecaram, antes, preci​pi​tan​do-os no inferno, os entregou a
abismos de trevas, reservando-os para juízo.”

2 Pedro 2.4

Existem muitos pregadores ensinando um falso amor, que exclui a justiça. Em nome de uma
“graça” na qual Deus nada exige da pessoa, a quem tudo dá, há quem veja na misericórdia
divina um Deus que aceita não somente o pecador, mas também o seu pecado, contrariando
completamente os ensinamentos da Bíblia.

O que é a misericórdia divina?


É algo que ocorre quando Deus nos dá aquilo que não poderíamos receber por nossos
próprios méritos. Mesmo sem merecermos, Deus enviou Seu Filho para nos reconciliar com
Ele.

“Nós amamos porque ele nos amou primeiro.”

1 João 4.19

Jesus Cristo é a expressão máxima da misericórdia do Pai:

“Aquele que não poupou o seu próprio Filho, antes, por todos nós o entregou, porventura,
não nos dará graciosamente com ele todas as coisas?”

Romanos 8.32

O que é temor do Senhor?


Ao contrário do que muita gente pensa, ter temor do Senhor não é ter medo d’Ele. Como
poderíamos temer Alguém que Se revela justo e misericordioso?

Temer a Deus é reverenciá-Lo profun​damente, concordando com Suas idéias, obedecendo-O


espontaneamente. Quem teme ao Senhor se afasta do mal e escolhe o bem.
“O temor do Senhor é o princípio da sabedoria; revelam prudência todos os que o praticam.
O seu louvor permanece para sempre.”

Salmos 111.10

“Agora, pois, temei ao Senhor e servi-o com integridade e com fidelidade; deitai fora os
deuses aos quais serviram vossos pais dalém do Eufrates e no Egito e servi ao Senhor.”

Josué 24.14

Qual é o nome de Deus?


Deus revelou Seu nome a Moisés, quando apareceu a ele na sarça de fogo:

“Então, disse Moisés a Deus: Quem sou eu para ir a Faraó e tirar do Egito os filhos de
Israel? Deus lhe respondeu: Eu serei contigo; e este será o sinal de que eu te enviei: depois
de haveres tirado o povo do Egito, servireis a Deus neste monte. Disse Moisés a Deus: Eis
que, quando eu vier aos filhos de Israel e lhes disser: O Deus de vossos pais me enviou a
vós outros; e eles me pergun​tarem: Qual é o seu nome? Que lhes direi? Disse Deus a
Moisés: Eu sou o que sou. Disse mais: Assim dirás aos filhos de Israel: Eu sou me enviou a
vós outros. Disse Deus ainda mais a Moisés: Assim dirás aos filhos de Israel: O Senhor, o
Deus de vossos pais, o Deus de Abraão, o Deus de Isaque e o Deus de Jacó, me enviou a
vós outros; este é o meu nome eternamente, e assim serei lembrado de geração em geração.”

Êxodo 3.11-15

Acontece que, como vimos no texto, Deus não revelou nome algum a Moisés. Ele Se revelou
simplesmente como Aquele que é em Si mesmo; o Absoluto, Alguém com quem não teria
outro para ser confundido.

O tetragrama Yhwh (que quer dizer “aquele que é”) não é um nome, mas uma afirmação da
soberania e singularidade de Deus.

O nome Eloim (que transmite a idéia de Deus) é bastante usado no AntigoTestamento, e traz
a idéia de que Deus é uma Trindade, porque está no plural.

Adonai (traduzido por “Senhor”) expressa o fato de que Deus tem o domínio sobre todas as
coisas.

Jeová ou Javé são oriundos de Yhwh, e, como já afirmamos, não podem ser considerados
como nomes de Deus, de acordo com a Bíblia.

Existem na Bíblia muitos títulos para designar o Criador, conforme os relacionados abaixo:
Yahweh Shebaó – O Senhor dos Exércitos

El Shadai – Deus Todo-Poderoso

El Eliom – Deus Altíssimo

El Olam – Senhor Deus Eterno

Yahweh-jiré – O Senhor proverá

Yahweh-rafa – O Senhor que cura

Yahweh-nissi – O Senhor, nossa bandeira

Yahweh-shalom – O Senhor, nossa paz

Yahweh-rá-á – O Senhor, meu pastor

Yahweh-tsidkenu – O Senhor, nossa justiça

Yahweh-shamá – O Senhor está ali


ORACAO

O que é oração?
Oração é a comunicação entre criatura e Criador. É a maneira pela qual Deus Se relaciona
conosco, de forma amiga e paternal.

Orar é, antes de tudo, dialogar, ou seja: quando oramos, não deve​mos apenas monologar
com Deus; é preciso, antes de tudo, que dei​xe​mos espaço aberto para que Ele também possa
falar conosco.

“Invoca-me, e te responderei; anunciar-te-ei coisas grandes e ocultas, que não sabes.”

Jeremias 33.3

Existem diversos tipos de oração, a saber: oração de confissão; de louvor; de invocação; de


intercessão; de petição e oração da fé.

Qual a importância da oração na vida do servo de Deus?


É de vital importância para a nossa comunhão com o Senhor, para o nosso crescimento
espiritual e para a continuidade de nossa vida cristã.

Um cristão que não cultiva o hábito de orar é como um corpo que não respira. E está
destinado ao fracasso, pois cairá facilmente em tentação, conforme o próprio Senhor nos
alertou:

“Vigiai e orai, para que não entreis em tentação; o espírito, na verdade, está pronto, mas a
carne é fraca.”

Marcos 14.38

Todos os milagres acontecidos na vida dos homens e mulheres de Deus, em todos os


tempos, foram resultado de intensa oração.

John Wesley, um importante avivalista do século XVIII, costuma​va afirmar que “Deus nada
faz a não ser responder às orações”.

Se o Senhor Jesus também é uma Pessoa da Trindade, por que teve de


orar, quando esteve aqui na Terra?
O Senhor Jesus, mesmo sendo Deus, agiu cem por cento como homem, enquanto esteve aqui
na Terra. Ele nos deu o exemplo do que uma vida consagrada à oração pode realizar.

Através de Sua comunhão íntima com o Pai, por exemplo, Ele obteve forças para enfrentar e
vencer o momento mais difícil de Sua vida terrena:

“...Pai, se queres, passa de mim este cálice; contudo, não se faça a minha vontade, e sim a
tua.”

Lucas 22.42

Qual a relação entre jejum e oração?


O jejum, aliado à oração, é uma arma poderosa para libertar as pessoas da ação dos
demônios. Observe o que o Senhor Jesus Cristo nos ensinou:

“Respondeu-lhes: Esta casta não pode sair senão por meio de oração e jejum.”

Marcos 9.29

Porque é errado fazer orações para os mortos?


Porque os mortos não podem mais ser atingidos por nossas orações. Devemos tentar livrar
as pessoas do inferno enquanto estão vivas, não após morrerem.

A Palavra de Deus nos alerta:

“Livra os que estão sendo levados para a morte e salva os que cambaleiam indo para serem
mortos.”

Provérbios 24.11

No terceiro capítulo de João está escrito um dos versículos mais importantes do


cristianismo:

“Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo o
que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.”

João 3.16

Todas as chances que as pessoas têm de se reconciliar com Deus acontecem em vida; do
contrário, não precisaríamos de um Salvador: bastaria que os nossos entes queridos se
encarregassem de promover nossa salvação através de rezas, missas e velas.

O apóstolo Paulo nos alerta a desenvolver nossa salvação, com temor e tremor, agora,
enquanto estamos vivos, porque não teremos outra chance:
“Assim, pois, amados meus, como sempre obedecestes, não só na minha presença, porém,
muito mais agora, na minha ausência, desenvolvei a vossa salvação com temor e tremor.”

Filipenses 2.12

O Senhor Jesus Cristo sempre deu instruções muito claras para Seus discípulos. Quando Ele
nos ensinou a orar, através da oração conheci​da como Pai Nosso, que está registrada em
Mateus 6, evidenciou quais seriam os procedimentos quando nos dirigíssemos ao Todo-
Poderoso:

“Portanto, vós orareis assim: Pai nosso, que estás nos céus, santificado seja o teu nome;
venha o teu reino; faça-se a tua vontade, assim na terra como no céu; o pão nosso de cada
dia dá-nos hoje; e perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós temos perdoado aos
nossos devedores; e não nos deixes cair em tentação; mas livra-nos do mal pois teu é o
reino, o poder e a glória para sempre. Amém!”

Mateus 6.9-13

Devemos ir como filhos amorosos e dependentes; reverentes à santidade de Deus;


confiantes no estabelecimento de Seu Reino; submissos à Sua vontade; esperando Sua
provisão diária; arrependidos; com espírito de perdão e vigilantes em relação ao pecado.

Em nenhum momento o Senhor nos ensinou a orar pelos mortos. Certa vez, quando convocou
um homem que ficara enlutado para segui-Lo, observe o que aconteceu:
“A outro disse Jesus: Segue-me! Ele, porém, respondeu: Permite-me ir primeiro sepultar
meu pai. Mas Jesus insistiu: Deixa aos mortos o sepultar os seus próprios mortos. Tu,
porém, vai e prega o reino de Deus.”

Lucas 9.59,60

Caso a oração pelos mortos fosse necessária, o Senhor mesmo, naquele exato momento,
teria Se encarregado de orar, encomendando a alma do falecido. No entanto, podemos
observá-Lo preocupado com a salvação dos vivos, que só ocorre pela pregação do Reino
de Deus.

Mesmo com instruções tão claras sobre a ineficiência das orações pelos mortos, muitos
grupos religiosos divulgaram esta prática durante anos, extorquindo muito dinheiro de
pessoas que desejavam que seus mortos tivessem paz.

Ainda hoje, a oração pelos mortos dá muito lucro para fabricantes de artefatos religiosos,
tais como velas, incensos e terços, dentre outros objetos. Um lucro apenas para quem está
vivo, já que a morte sem Cristo é uma tragédia irreversível:

“Quem crer e for batizado será salvo; quem, porém, não crer será condenado.”

Marcos 16.16
IDOLATRIA

Por que não podemos orar aos santos?


Porque eles não podem fazer nada por nós. Foram pessoas com a mesma natureza humana,
que serviram ao Senhor da maneira que nós estamos servindo hoje.

Se realizaram algum milagre em vida, fizeram uso do poder do Espírito Santo, que também
está disponível para nós, hoje.

Pedro e João, quando iam para o templo, estavam tão cheios da unção de Deus que
conseguiram curar a enfermidade de um homem. Mas o milagre somente aconteceu, há que
se frisar, por causa da comu​nhão que os dois apóstolos tinham com o Médico dos médicos.

Eles não deram ao homem o seu próprio poder, mas a virtude que receberam do Alto:

“Pedro e João subiam ao templo para a oração da hora nona. Era levado um homem, coxo
de nascença, o qual punham diariamente à porta do templo chamada Formosa, para pedir
esmola aos que entravam. Vendo ele a Pedro e João, que iam entrar no templo, implorava
que lhe dessem uma esmola. Pedro, fitando-o, juntamente com João, disse: Olha para nós.
Ele os olhava atentamente, esperando receber alguma coisa. Pedro, porém, lhe disse: Não
possuo nem prata nem ouro, mas o que tenho, isso te dou: em nome de Jesus Cristo, o
Nazareno, anda!”

Atos 3.1-6

A mesma explicação acima fica valendo para todos os relatos de milagres acontecidos pelas
mãos dos apóstolos. A fonte era Jesus! O Senhor nos disse que poderíamos fazer as mesmas
obras que Ele fez, enquanto estivés​semos trabalhando na pregação da Palavra.

“Em verdade, em verdade vos digo que aquele que crê em mim fará também as obras que eu
faço e outras maiores fará, porque eu vou para junto do Pai.”

João 14.12

Precisamos deixar claro que tudo o que os apóstolos fizeram, quando estiveram vivos, foi
por causa da presença do Espírito Santo em suas vidas. Eles, em nenhum momento,
reivindicaram a condição de mediadores entre Deus e os homens, mesmo vivendo sob o
domínio do Império Romano, que possuía uma mitologia cheia de semideuses.

Em Atos, Pedro rejeita claramente ser tratado como um substituto do Senhor:

“Aconteceu que, indo Pedro a entrar, lhe saiu Cornélio ao encontro e, prostrando-se-lhe aos
pés, o adorou. Mas Pedro o levantou, dizendo: Ergue-te, que eu também sou homem.”
Atos 10.25,26

A mensagem bíblica é clara:

“E não há salvação em nenhum outro; porque abaixo do céu não existe nenhum outro nome,
dado entre os homens, pelo qual importa que sejamos salvos.”

Atos 4.12

E o que devemos pensar dos milagres que as pessoas dizem terem sido
realizados pelos santos, mesmo depois de terem morrido?
Não são milagres feitos pelos servos de Deus que já faleceram, pois os mortos não voltam e
nada podem fazer por nós, conforme já afirmamos.

Trata-se de engano de Satanás, que pode perfeitamente iludir pessoas espiritualmente


carentes.

“E não é de admirar, porque o próprio Satanás se transforma em anjo de luz.”

2 Coríntios 11.14
As forças malignas são capazes de escravizar uma pessoa durante anos, colocando-lhe uma
doença. Certa vez o Senhor livrou uma mulher, que havia passado anos de sua vida presa
por uma enfermidade de origem demo​níaca:

“Por que motivo não se devia livrar deste cativeiro, em dia de sábado, esta filha de Abraão,
a quem Satanás trazia presa há dezoito anos?”

Lucas 13.16

O mesmo espírito demoníaco que escraviza uma pessoa durante anos, quando lhe for
conveniente também pode retirar suas garras, de modo que pareça estar acontecendo uma
cura.

Eis a explicação para tantas curas mediúnicas e tantos milagres atribuídos aos santos.

Maria pode receber orações e nos ajudar?


Maria foi uma serva fiel, escolhida para ser a mãe do Senhor Jesus Cristo, porque Deus Se
agradou de seu caráter, conforme ela mesma expressou em seu cântico:

“Porque contemplou na humildade da sua serva. Pois, desde agora, todas as gerações me
considerarão bem-aventurada.”
Lucas 1.48

A escolha de Maria foi circunstancial, dentro de um determinado momento histórico, ou


seja, entre todas as mulheres da descendência de Davi, naquela época, ela era a que mais
reunia as qualidades para conceber milagrosamente.

Mas precisamos entender que santidade não significa divindade.O fato de Maria ter
carregado Jesus no ventre não a transformou numa deusa. Ela não pode ouvir orações, nem
resolver problemas, nem ser mediadora entre Deus e os homens, conforme o Senhor Jesus
Cristo:

“Porquanto há um só Deus e um só Mediador entre Deus e os homens, Cristo Jesus,


homem.”

1 Timóteo 2.5
REENCARNACAO

O que é reencarnação?
A reencarnação é uma doutrina que prega a pluralidade de vidas terrestres, ou seja: você
pode nascer, morrer e tornar a nascer, quantas vezes forem necessárias para o seu
desenvolvimento espiritual. E sempre que passar pela Terra, terá uma vida diferente, com
um corpo diferen​te e uma nova história.

Trata-se do ponto central do espiritismo pregado por um francês de nome Hippolyte Léon
Denizard Rivail, nascido em 1804, que ficou mais conhecido por Allan Kardec.

Por que nós, cristãos, não podemos crer na reencarnação?


Temos uma série de motivos para não acreditarmos na reencarnação. Essa doutrina não
aparece em nenhum momento na Bíblia, não foi pregada por Jesus e por nenhum dos
apóstolos, e, além disso, contradiz claramente o plano de salvação.
Os ensinamentos sobre reencarnação foram retirados do livro que pretensamente se intitula
“O Evangelho Segundo o Espiritismo”, e também de uma série de livros atribuídos a
indivíduos já falecidos que, na verdade, foram escritos por pessoas possessas por espíritos
malignos.

Observe o que afirma o texto sobre ensinos que não têm por base a Bíblia Sagrada:

“Assim, como já dissemos, e agora repito, se alguém vos pre​ga evangelho que vá além
daquele que recebestes, seja anátema.”

Gálatas 1.9

Na Bíblia está escrito que não podemos morrer e ficar voltando aqui na Terra. Observe:

“E, assim como aos homens está ordenado morrerem uma só vez, vindo, depois disto, o
juízo...”

Hebreus 9.27

Além disso, se tivéssemos a oportunidade de reencarnar sucessivas vezes, para ficarmos


mais santos e puros, então não teríamos necessida​de do Senhor Jesus Cristo.

“E ele é a propiciação pelos nossos pecados e não somente pelos nossos próprios, mas
ainda pelos do mundo inteiro.”
1 João 2.2

“Se, porém, andarmos na luz, como ele está na luz, man​te​mos comunhão uns com os outros,
e o sangue de Jesus, seu Filho, nos purifica de todo pecado.”

1 João 1.7

Jesus Cristo ensinou a Nicodemos sobre reencarnação?


Não. Observe o texto bíblico:

“Em verdade, em verdade te digo que, se alguém não nascer de novo, não pode ver o reino
de Deus.”

João 3.3

O Senhor Jesus estava Se referindo ao fato de que Nicodemos deve​ria abandonar sua velha
natureza e se regenerar espiritualmente. Deveria abandonar o pecado e ter uma vida nova.
Os apóstolos enten​deram e pregaram esta verdade:

“E, assim, se alguém está em Cristo, é nova criatura; as coisas antigas já passaram; eis que
se fizeram novas.”
2 Coríntios 5.17

“...quanto ao trato passado, vos despojeis do velho homem, que se corrompe segundo as
concupiscências do engano.”

Efésios 4.22
PONTOS DE CONTATO

O que são pontos de contato?


Pontos de contato são elementos usados para despertar a fé das pessoas, de modo que elas
tenham acesso a uma resposta de Deus para seus anseios.

Muitas pessoas têm dificuldade para colocar sua fé em prática; por isso, precisam de pontos
de contato, que podem ser o óleo ungido, a água, a rosa e outros elementos. Esses objetos
não têm poderes em si mesmos, mas despertam o coração e as mentes das pessoas para a
realidade de que o Senhor está presente para abençoá-las. Quando elas amadurecem
espiritu​almente, tendem a não depender tanto dos pontos de contato quanto no início de sua
caminhada cristã. Entendem que o poder está no Senhor Jesus Cristo e na ação do Seu
Espírito.

A Bíblia mostra pontos de contato?


Em diversas partes a Bíblia mostra pontos de contato. A saliva que o Senhor Jesus colocou
nos olhos do cego era um ponto de contato. Observe:

“Dito isso, cuspiu na terra e, tendo feito lodo com a saliva, aplicou-o aos olhos do cego,
dizendo-lhe: Vai, lava-te no tanque de Siloé (que quer dizer Enviado). Ele foi, lavou-se e
voltou vendo.”

João 9.6,7

O óleo que os discípulos usavam para a unção dos enfermos também era um ponto de
contato. Da mesma forma, os objetos de uso pessoal de Paulo e a sombra de Pedro,
conforme podemos ver na seqüência de versículos abaixo:

“Expeliam muitos demônios e curavam numerosos enfermos, ungindo-os com óleo.”

Marcos 6.13

“E Deus, pelas mãos de Paulo, fazia milagres extraordinários, a ponto de levarem aos
enfermos lenços e aventais do seu uso pessoal, diante dos quais as enfermidades fugiam das
suas víti​mas, e os espíritos malignos se retiravam.”

Atos 19.11,12

“A ponto de levarem os enfermos até pelas ruas e os colocarem sobre leitos e macas, para
que, ao passar Pedro, ao menos a sua sombra se projetasse nalguns deles.”
Atos 5.15
QUESTOES HISTORICAS E GEOGRAFICAS SOBRE A BIBLIA

Como eram a geografia e a história do Antigo Testamento?


Para entendermos a geografia e a história do Antigo Testamento, precisamos ter em mente
alguns dados:

Período dos patriarcas e do Êxodo

Abraão vivia em Ur, capital do antigo reino da Suméria, na Meso​po​tâmia, por volta de 2000
a.C. Obedecendo ao chamado divino, foi para uma outra terra – Harã – no Norte da
Palestina. Deus prometeu lhe dar um filho e fazer da sua descendência uma grande nação. A
sua família seria uma bênção para todas as nações.

Abraão quis antecipar o plano de Deus tendo um filho com a serva de Sara, sua mulher.
Treze anos depois nasceu Isaque, o filho prometi​do. Dele descendem os gêmeos Esaú e
Jacó, sendo este último escolhido para herdar a promessa. Devido a uma seca, a família de
Jacó foi viver no Egito, onde os seus descendentes se multiplicaram até formarem uma
nação. Temidos pelos egípcios, foram escravizados. Surgiu, então, Moisés, com a missão de
tirar o povo de Israel1 do Egito, e levá-lo de volta à terra prometida – Canaã.
De forma prodigiosa ele conseguiu conduzir o povo pelo deserto até a fronteira da nova
terra, incumbindo Josué de continuar a liderança.

A Terra de Canaã

Os cananeus viviam na Palestina antes da chegada dos hebreus2, em 1406 a.C. Diferente do
Egito ou da Mesopotâmia, a primitiva Canaã não tinha um governador único, cujo poder se
estendesse por todo o país. Cada cidade era autônoma, governada por um rei. A associação
desses reis exercia o poder sobre toda a região.

A terra de Canaã foi dada aos israelitas na base da misericórdia de Deus. O assentamento
das tribos foi feito por Josué, com muitas batalhas. Difícil era estabelecer uma ordem sem a
influência dos costumes e religiões dos cananeus.

Após a morte de Josué, vários juízes se sucederam na direção das tribos. Samuel, o último
juiz, atendeu ao pedido do povo de constituir-lhe um rei.

Período da monarquia

Saul foi o primeiro rei de Israel, por volta de 1043 a.C. Após ser rejeitado por Deus, foi
sucedido por Davi, a quem Deus prometeu o reino para sempre.

Com ele, a nação se tornou forte e segura como nunca antes. Salomão continuou o trabalho
do seu pai, Davi, fortalecendo o poderio de Israel e aumentando a riqueza da nação.
Foi no seu reinado que o templo de Jerusalém foi construído, mas também passou a ser
tolerada a adoração de outros deuses, como forma de agradar as suas esposas3.

Após a morte de Salomão, o reino se dividiu em Norte (reino de Israel) e Sul (reino de
Judá). Muitos reis foram se sucedendo, e seus governos classificados em bons e maus.
Vários profetas advertiram e consolaram tanto o povo quanto os governantes.

As invasões estrangeiras ocorreram várias vezes. Por duas vezes os assírios conquistaram o
reino de Israel; o reino de Judá foi conquistado uma vez pelos assírios e três vezes pelos
babilônios. De cada vez, os conquistadores levaram muitos cativos. O exílio mais
conhecido é o de Judá na Babilônia, que durou setenta anos. O regresso à Palestina se deu
quando a Pérsia conquistou a Babilônia.

Como entender a história e a geografia do Novo Testamento?


No tempo de Jesus, os judeus discutiam questões da Lei, da Histó​ria e da Política. As
respostas conflitantes revelavam agudas diferenças entre as várias seitas judaicas. As
pessoas estavam interessadas em traçar sua genealogia pelos seguintes motivos: estabelecer
direitos sobre propriedades adquiridas pela aliança; identificar-se com o Messias
prometido ou sacerdotes de destaque, ou simplesmente estabelecer suas raízes. Nação,
tribo, sangue e lugar de nascimento eram padrões que os judeus usavam para sua
valorização pessoal.
O helenismo e os judeus

Alexandre promovia a cultura grega em todas as terras que conquistava. Quando tomou a
Palestina dos persas, em 332 a.C., exigiu que os judeus adotassem a língua e os costumes
gregos.

Após a sua morte, em 323 a.C., seus generais retalharam o império. Seleuco I, um dos
generais, estabeleceu uma dinastia na Síria, conquistando também a Palestina. Mais tarde o
controle passou para os romanos.

A dominação romana

Os Herodes governavam na Palestina, juntamente com os procura​dores romanos, por


nomeação imperial. Herodes, o Grande, teve os últimos anos do seu reinado cheios de
conspirações. Pouco antes do nascimento de Jesus Cristo, quando se inicia o Novo
Testamento, executou os dois filhos que teve com Mariana, sua esposa preferida.

Outro filho conspirou contra ele e foi executado cinco dias antes da sua morte, em 4 a.C. Foi
digno de confiança e competente para os romanos, mas um tirano egoísta para os judeus.

Sucederam-no seus filhos. Arquelau, o menos estimado de todos eles, governou na Judéia.
Foi cruel e despótico. As queixas dos judeus contra ele provocaram o seu exílio.

Herodes Antipas foi nomeado tetrarca da Galiléia e da Peréia. Era orgulhoso e hábil
governante, mas assassinou João Batista, que denunciara seu casamento com Herodias. Foi
exilado no ano de 39 d.C., por ordem do imperador Calígula.

Os procuradores da Judéia eram diretamente responsáveis peran​te Roma. Pilatos foi o


quinto procurador e também o mais conhecido, por causa da crucificação de Jesus.

Inflexível e severo, ele foi brutal para os judeus. Outros procurado​res aparecem nas páginas
do Novo Testamento: Agripa, Félix e Festo.

Para conhecer a história e a geografia do Novo Testamento, é indispensável a leitura dos


evangelhos e do livro de Atos.

Quais os pontos geográficos mais importantes da Bíblia?


1) Belém

Pequena cidade situada 10 Km a Sudoeste de Jerusalém. Local do nascimento de Davi e de


Jesus:

“Tendo Jesus nascido em Belém da Judéia, em dias do rei Herodes, eis que vieram uns
magos do Oriente a Jerusalém.”
Mateus 2.1

2) Cafarnaum

Importante centro comercial a Noroeste do Mar da Galiléia. Nela Jesus passou


aproximadamente 18 meses do Seu ministério.

“Tendo Jesus entrado em Cafarnaum, apresentou-se-lhe um centurião, implorando: Senhor, o


meu criado jaz em casa, de cama, paralítico, sofrendo horrivelmente.”

Mateus 8.5,6

3) Nazaré

Cidade situada na Baixa Galiléia, região limitada ao Sul de Samaria, confrontando o Mar da
Galiléia e o Rio Jordão a Leste.

Está edificada sobre um alto e grande monte, a uma altitude de 375m acima do nível do mar.
Nesta cidade Jesus foi criado, aprendeu o ofício de carpinteiro e trabalhou até os trinta
anos.

“E foi habitar numa cidade chamada Nazaré, para que se cumprisse o que fora dito por
intermédio dos profetas: Ele será chamado Nazareno.”
Mateus 2.23

4) Jericó

Situada no Vale do Jordão, 28 Km ao Oriente de Jerusalém, 300m abaixo do nível do mar, é


um oásis alimentado por duas ou três fontes de água.

Cidade muito antiga, foi destruída e reconstruída muitas vezes. As muralhas citadas na
conquista de Canaã por Josué foram construídas em 1600 a.C.

“E foram para Jericó. Quando ele saía de Jericó, juntamente com os discípulos e numerosa
multidão, Bartimeu, cego mendigo, filho de Timeu, estava assentado à beira do caminho.”

Marcos 10.46

5) Jerusalém

Uma das mais antigas e famosas cidades do mundo. Foi edificada sobre montes e
circundada por muralhas. Segundo um pesquisador, a cidade começou no Monte Ofel, e à
medida que a população crescia, outros montes foram ocupados: Moriá, Sião, Acra e
Bezeta. Junto com as muralhas, os vales formados pelos montes davam proteção à cidade.

“Tomando consigo os doze, disse-lhes Jesus: Eis que subimos para Jerusalém, e vai
cumprir-se ali tudo quanto está escrito por intermédio dos profetas, no tocante ao Filho do
Homem.”

Lucas 18.31

6) Samaria

Está localizada na região montanhosa do centro da Palestina. Dista 60Km ao Norte de


Jerusalém. Mais ou menos em 880 a.C., Samaria passou a ser a capital do Reino do Norte.
Onri, rei de Israel, comprou o monte de Semer e edificou a cidade.

A maior parte da construção foi obra de Acabe, sucessor de Onri. Por volta de 722 a.C., os
assírios trouxeram cativos de outras nacionalidades para habitarem em Samaria. Junto com
os remanescentes israelitas, deram origem aos samaritanos.

“E era-lhe necessário atravessar a província de Samaria.”

João 4.4

7) Monte Hermon

É o pico mais elevado do Antelíbano, maciço montanhoso situado a Sudoeste dos Líbanos
orientais. Do Hermon nasce o Rio Farfar, que corre para Damasco, e filetes d’água que
formam o Rio Jordão.
“Sinto abatida dentro de mim a minha alma; lembro-me, portanto, de ti, nas terras do Jordão,
e no monte Hermom, e no outeiro de Mizar.”

Salmos 42.6

8) Monte Sião

Uma das colinas de Jerusalém, a Leste da cidade, é conhecido como Monte Santo, porque
nele esteve a Arca do Senhor, antes do Templo de Salomão.

Depois da edificação do Templo no Monte Moriá e da transferência definitiva da Arca, Sião


passou a ser um termo genérico para designar Jerusalém e o Templo, sendo compreendido
como lugar santo.

“Os que confiam no Senhor são como o monte Sião, que não se abala, firme para sempre.”

Salmos 125.1

9) Monte das Oliveiras

Situado ao Oriente da cidade de Jerusalém e separado do Monte Moriá pelo Vale de


Cedrom. A distância do monte ao centro de Jeru​salém era de 2.775m. Jesus, indo ou
voltando da Galiléia, passou muitas vezes pela estra​​da romana que cortava este monte, além
de Se retirar nele para oração e descanso.
“No monte das Oliveiras, achava-se Jesus assentado, quando se aproximaram dele os
discípulos, em particular, e lhe pediram: Dize-nos quando sucederão estas coisas e que
sinal haverá da tua vinda e da consumação do século.”

Mateus 24.3

10) Mar Mediterrâneo

Banha a Europa meridional, a Ásia ocidental e a África setentrio​nal. É o maior dos mares
internos, com uma extensão de 4.500Km e super​fície de três milhões de quilômetros
quadrados. Pelo Mediterrâneo, os fenícios enviaram madeira para Salomão construir o
templo em Jerusalém, e Paulo e Barnabé navegaram muitas vezes por suas águas.

“Também as naus de Hirão, que de Ofir trans​por​tavam ouro, traziam de lá grande quantidade
de madeira de sândalo e pedras preciosas.”

1 Reis 10.11

11) Rio Jordão

É um rio de curto percurso. Da sua cabeceira, nas proximidades do Hermom, até o Mar
Morto, mede 200Km em linha reta. Em curso sinuoso e acidentado são 351Km correndo
abaixo do nível do mar. Sua largura varia entre onze e sessenta metros, com profundidade
de um a cinco metros.
“Naqueles dias, veio Jesus de Nazaré da Galiléia e por João foi batizado no rio Jordão.”

Marcos 1.9

12) Mar da Galiléia

É um grande lago, com profundidade variando de quatro a cinqüenta metros. Ao seu redor
floresceram grandes cidades. Na margem ocidental ficava Cafarnaum, e ao Norte Betsaida,
cidade de Pedro
e André.

“Caminhando junto ao mar da Galiléia, viu os irmãos Simão e André, que lançavam a rede
ao mar, porque eram pescadores.”

Marcos 1.16

13) Mar Morto

Juntamente com o Vale do Jordão forma o ponto mais baixo da Terra – 400m abaixo do
nível do Mediterrâneo.

Possui 1.020 km2 (diminuir o 2) e profundidade variando de 10 a 400m. Suas águas são
densas e pesadas, chegando a 26% de sal, se comparados aos 4% normalmente encontrados
nos oceanos.
Não há vida, porém há trilhões de toneladas de minerais depositadas nele.

“Então, me disse: Estas águas saem para a região oriental, e descem à campina, e entram no
mar Morto, cujas águas ficarão saudáveis.”

Ezequiel 47.8

Notas:
1) Israel é outro nome dado por Deus a Jacó, depois da luta que teve com ele no Vau de
Jaboque (Gênesis 32.22).

2) Hebreu é a denominação dada ao povo de Israel, provavelmente por ascender de Heber,


um patriarca do tronco semita.

3) O rei Salomão se envolveu em muitos casamentos políticos, com mulheres de outras


terras, resultados de transações comerciais com reis estrangeiros. Construiu o Templo de
Jerusalém, mas também passou a tolerar a adoração a outros deuses, como forma de agradar
às suas esposas. Após a sua morte, o reino se dividiu em Norte (reino de Israel) e Sul (reino
de Judá). Dez tribos formaram o reino do Norte, capital Samaria, e duas o reino do Sul,
capital Jerusalém.

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