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A DOUTRINA

DE DEUS
***

CONTEÚDO

01. A Existência de Deus


02. Teorias Equivocadas
03. Entendendo A Idolatria
04. O Mistério Da Trindade
05. A Interação Da Trindade
06. Embates Doutrinários Sobre a Trindade
07. A Pessoa de Deus
08. Os Atributos de Deus
09. Os Nomes de Deus
10. A Criação – parte 1
11. A Criação – parte 2
12. A Revelação de Deus

Escola Bíblica Orvalho – Proibida a Reprodução – Uso Restrito Aos Alunos – Orvalho.Com
Lição 01
A EXISTÊNCIA DE DEUS

 A definição de Teologia: É a soma das palavras “theos” (Deus) e


“logos” (palavra, discurso). O termo surgiu na filosofia grega e foi
usado por Platão e Aristoteles. Posteriormente, os pais da igreja
(Tertuliano, Eusébio de Cesaréia e Agostinho de Hipona) também
passaram a usá-lo.

1) O PONTO DE PARTIDA
 As Escrituras Sagradas são nossa base de fé – 1 Co 4.6; Gl 1.8,9
 A Bíblia apresenta o Deus único e verdadeiro como já existente, sem
nenhuma pretensão de provar sua existência – Gn 1.1

2) O DEUS ÚNICO E VERDADEIRO


 O Deus único – Mc 12.29; Jo 17.3; Rm 16.27; 1 Tm 1.17; Jd 25
 O Deus verdadeiro – Jo 3.33; 1 Co 8.4-8; 1 Ts 1.9;

3) O CONHECIMENTO DE DEUS
 Deus é cognoscível ou incognoscível? Os dois!
▪ a cognoscibilidade está ligada à sua Pessoa:
◦ o testemunho de Deus na criação – Rm 1.18-23
◦ o Deus que espera ser buscado – At 17.26,27
◦ a busca eficaz – Jr 29.13
▪ a incognoscibilidade está ligada à sua infinitude e à limitação
do entendimento humano:
◦ um Deus imensurável – Sl 145.3; 147.5
◦ pensamentos que não alcançamos – Jó 36.26; Sl 139.6;
Is 40.28; Rm 11.33; Is 55.8,9; 1 Co 2.14
▪ haverá mudança quanto ao conhecimento – 1 Co 13.9-12
 Fases distintas: antes e depois da conversão a Cristo – Gl 4.8
 A obra do Espírito Santo nestas fases distintas:
▪ antes da conversão – Jo 16.8,9
▪ depois da conversão – 1 Co 2.9-16
Lição 02
TEORIAS EQUIVOCADAS

 Embora defendamos a revelação bíblica de Deus, também


precisamos entender os pensamentos equivocados dos nossos dias e
saber como responder a estas teorias – 1 Pe 3.15

1) O CHOQUE DAS CRENÇAS DE JUDEUS E GENTIOS


 A pregação de Paulo (e o contexto das crenças dos gentios):
▪ Listra – At 14.8-18
▪ Atenas – At 17.16-31
▪ Éfeso – At 19.26

2) DIFERENTES PENSAMENTOS SOBRE DEUS


 As distinções abaixo foram extraídas, em sua maioria, da
enciclopédia “Teologia Sistemática Pentecostal” (CPAD).
1. Ateísmo. A palavra grega vem da junção de “a” (uma partícula
negativa) e “theos” (que significa “deus”). Os ateus negam a
existência de Deus. – Sl 14.1 e 53.1
2. Agnosticismo. A palavra grega vem da junção de “a” (uma
partícula negativa) e “gnosis” (que significa “conhecimento”). O
termo “agnosticismo” foi usado pela primeira vez pelo biólogo e
filósofo inglês Thomas Henry Huxley. Indica uma crença suspensa,
de quem nem afirma e nem tampouco nega a existência de Deus. –
Lc 12.47,48
3. Evolucionismo. Se divide em dois braços, sendo que um reconhece
a Deus por trás do processo (teísta) e outro tenta excluir Deus da
criação (ateísta). – Sl 19.1-4
4. Politeísmo. A palavra é composta de “polys” (que no grego
significa “muito”) e “theos” (que no grego significa “deus”). É a
crença ou prática da adoração a mais de uma divindade.
5. Henoteísmo. Indica o sistema de adoração a um só Deus, admitindo,
todavia, a existência de outros deuses. O termo foi empregado pelo
alemão e historiador das religiões Max Muller. Seria uma espécie de
“monoteísmo” na convicção pessoal e um “polisteísmo” na
tolerância a outras crenças. – At 17.16
6. Panteísmo. Relacionam a identidade de Deus com o Universo. É
uma crença do hinduísmo, que esteve presente nos pensamentos
grego e romano. Deus é tudo e tudo é Deus. Não há distinção entre
Criador e criatura. – Rm 1.23
7. Materialismo. Uma espécie de “evolucionismo ateísta”, enfatiza a
matéria como realidade última, a única coisa existente. Diferente do
ateísmo (que nega apenas a existência de Deus), neste pensamento
não há lugar para Deus e nem tampouco para qualquer classe de
realidade espiritual, transcendental ou imaterial.
8. Deísmo. Doutrina pela qual se afirma a existência de Deus, mas, ao
mesmo tempo, assevera que Ele está longe de nós a ponto de não se
envolver com os assuntos humanos. Pode ser “monoteísta” ou
“politeísta”. Trata-se da crença dos epicureus (At 17.16-18) a quem
Paulo afirmou que Deus “não está longe de nós” (At 17.27). – Hb 11.6
Lição 03
ENTENDENDO A IDOLATRIA

 O primeiro mandamento – Mc 12.29


 Esta ordem não era só para os judeus da Antiga Aliança – At 21.25
 Precisamos entender porque a idolatria é algo tão abominável a
Deus, o que está por trás dela e como ele fere o propósito divino...

1) A FÉ NO DEUS INVISÍVEL
 O Deus invisível – Cl 1.15; 1 Tm 1.17; Hb 11.27
 A definição de fé – Hb 11.1; 2 Co 5.7
 Deus tem uma forma (imagem, representação) – Nm 12.8
 Mas por que Deus nunca se revelou com uma figura? – Dt 4.15-19
 A idolatria quebra a relação de fé com o Deus Invisível

2) O CULTO A DEMÔNIOS
 O culto a ídolos é dar honra a quem não pertence – Is 42.8
 Há espíritos por trás da idolatria – Os 4.12
 A idolatria é denominada, nas Sagradas Escrituras, de culto a
demônios – Lv 17.1-7; Dt 32.16,17; 1 Co 10.19-21; Ap 9.20
 O culto que Deus não recebe...
 Acerca da comida consagrada a ídolos – 1 Co 8.1-13 e 10.14-21

3) CRIADOR E CRIATURA
 A idolatria troca o Criador pela criatura – Jr 2.26,27; Rm 1.25
 Quem limita a forma, também limita o poder de Deus –
 Embora a idolatria vá além de um ídolo físico – Cl 3.5; 1 Jo 5.21
Lição 04
O MISTÉRIO DA TRINDADE

 O termo “Trindade” fala de uma “tri-unidade”.


 Ao mistério de um único Deus revelado em três pessoas distintas,
chamamos Trindade.
 O termo não se encontra na Bíblia. A nomenclatura é uma tentativa
de de finir um conceito que, por sua vez, é bíblico.

1) UM SÓ DEUS E TRÊS PESSOAS


 Não somos politeístas. Há um só Deus – Ef 4.6
 A Bíblia apresenta Deus em pessoas distintas – Mt 28.19; 2 Co 13.13
 O exemplo do Sol.

2) BASES BÍBLICAS DA TRINDADE


 Além dos textos acima, encontramos muitos outros textos que
apontam para a Trindade.
 No Antigo Testamento:
▪ falando sobre a criação do homem – Gn 1.26,27
▪ falando sobre a queda do homem – Gn 3.22
▪ falando sobre a Torre de Babel – Gn 11.7
 No Novo Testamento:
▪ o batismo de Jesus – Mt 3.16,17
▪ na ordenança do batismo – Mt 28.19
▪ na bênção apostólica – 2 Co 13.13
▪ a questão da epístola de João – 1 Jo 5.7,8

3) A DISTINÇÃO E UNIDADE DAS PESSOAS DA TRINDADE


 A criação – Gn 1.1
▪ o verbo criar está no singular (“bara”) enquanto que o nome
divino (“Elohiym”) está no plural.
 A visão de Isaías – Is 6.8
▪ os v.1 e 5 diz que ele viu “o” Senhor. O v.8 usa a pluralidade.
 Jesus e o Pai – Jo 10.30 X Jo 8.17,18
Lição 05
A INTERAÇÃO DA TRINDADE

 As divisões de tarefas e a ação conjunta da Trindade reforçam a ideia


da “triunidade”. A interação entre as pessoas é clara nas Escrituras.

1) A INTERAÇÃO NA CRIAÇÃO
 A Trindade está presente na criação:
▪ O Pai – Ne 9.6; At 17.24
▪ O Filho – Jo 1.1-3; Cl 1.15-17
▪ O Espírito Santo – Jó 33.4; Sl 104.30
 E nela vemos a interação do Pai, do Filho e do Espírito Santo:
▪ O Pai planeja. A sabedoria falando e revelando que, na
criação, “estava ao seu lado como arquiteto” – Pv 8.30
▪ O Filho é a Palavra. Toda a criação é dele: Jo 1.1-3; Hb 11.3
▪ O Espírito Santo executa. Quem se movia sobre as águas...

2) A REDENÇÃO – Ef 1.3-14
 O planejamento do Pai – vs. 3 a 5
 A entrega e sacrifício do Filho – vs. 6 a 12
 A aplicação do Espírito Santo (vs.13,14): 1. arrependimento (Jo
16.8,9); 2. novo-nascimento (Tt 3.5); 3. transformação – 2 Co 3.18
 Na regeneração a ação conjunta da Trindade também aparece:
▪ O Pai – Jo 1.11-13
▪ O Filho – 1 Jo 2.29
▪ O Espírito Santo – Tt 3.5
 Cada um também é mencionado concedendo a vida eterna:
▪ O Pai – 1 Jo 5.11
▪ O Filho – Jo 10.28
▪ O Espírito Santo – Gl 6.8
 A Trindade também é vista na obra da santificação:
▪ O Pai – Hb 2.11
▪ O Filho – Jo 17.17; Ef 5.26
▪ O Espírito Santo – Rm 8.11-13; 1 Co 6.11
3) A FORMAÇÃO DE UM CORPO PARA JESUS
 O Pai preparou o corpo – Hb 10.5
 Assim como na criação, a execução tem duas etapas: 1) a palavra
falada e 2) a ação do Espírito Santo – Lc 1.35,38
 Na ressurreição de Cristo a ação conjunta da Trindade também é vista:
▪ O Pai – At 2.24; 1 Co 6.14
▪ O Filho – Jo 2.19 e 10.18
▪ O Espírito Santo – Rm 1.4

4) A INSPIRAÇÃO DAS ESCRITURAS


 As declarações bíblicas sobre a inspiração divina das Escrituras
igualmente aponta o trabalho conjunto da Trindade:
▪ O Pai – 2 Tm 3.16
▪ O Filho – Hb 1.1,2; 2 Co 13.3
▪ O Espírito Santo – Mc 12.36; 2 Pe 1.20,21

5) A HABITAÇÃO NOS CRISTÃOS


 As declarações bíblicas sobre a habitação divina nos cristãos também
revela o trabalho conjunto da Trindade:
▪ O Pai – 2 Co 6.16; Ef 4.6; 1 Jo 4.12
▪ O Filho – Jo 14.23; 2 Co 13.5; Ef 3.17
▪ O Espírito Santo – Rm 8.9,11; 1 Co 3.16; Ef 2.22

6) A INTERAÇÃO NO SERVIÇO DOS SANTOS


 O serviço na Igreja – 1 Co 12.4-6
▪ Diversidade de dons e o mesmo Espírito
▪ Diversidade de ministérios e o mesmo Senhor
▪ Diversidade de operações e o mesmo Deus
 Quanto ao poder para operar milagres, a ação conjunta da Trindade
também é vista:
▪ O Pai – At 15.12 e 19.11; Hb 2.4
▪ O Filho – Lc 10.17-19; At 4.30 e 16.18
▪ O Espírito Santo – At 13.9-11; Rm 15.19
 As manifestações proféticas também revelam a ação conjunta do Pai,
Filho e Espírito Santo:
▪ O Pai – Lc 1.68-70; At 3.21
▪ O Filho – Lc 21.14,15; 2 Co 13.3
▪ O Espírito Santo – Mt 10.20; 1 Co 12.3
Lição 06
EMBATES DOUTRINÁRIOS

 Ao longo dos séculos a doutrina da Trindade tem sofrido muita


oposição e sobrevivido a ela. Segue um resumo dos principais
embates doutrinários na História da Igreja...

1) A HISTÓRIA DA DEFINIÇÃO DA TRINDADE


 A definição surgiu no final do segundo século, por Tertuliano de
Cartago, no combate ao monarquianismo, hoje chamado de unicismo.
 “Todos são um, por unidade de substância, embora ainda esteja
oculto o mistério da dispensação que distribui a unidade numa
Trindade, colocando em sua ordem os três, Pai, Filho e Espírito
Santo; três contudo, não em essência, mas em grau; não em
substância, mas em forma; não em poder, mas em aparência, pois
eles são de uma só substância e de uma só essência e de um poder
só, já que é de um só Deus que esses graus e formas e aspectos são
reconhecidos com o nome de Pai, Filho e Espírito Santo.”
(Tertuliano de Cartago – em “Contra Práxeas II”)
 O monarquianismo (do grego “monarchia”, significa “governo
exercido por um único soberano”), que surgiu na metade do segundo
século, se subdividia em dois ramos:
1. Dinâmico. Os principais propagadores foram Teodoro de
Bizâncio e Paulo de Samosata.
 Para este grupo, Jesus era apenas um homem de vida santa.
Uns rejeitavam qualquer direito divino em Jesus, enquanto
outros afirmavam que Ele teria se tornado divino, em certo
sentido, por ocasião da sua ressurreição.
 “O Logos e o Espírito eram qualidades divinas e não
pessoas. Eram poderes ou potencialidades de Deus, mas não
pessoas no sentido de seres independentes. Jesus era um
homem inspirado pelos poderes de cima. O poder do Logos
habitara Jesus como num vaso, como nós habitamos nossas
casas. A unidade que Jesus tinha com Deus era da vontade e
do amor, não de natureza.” (Paulo de Samosata)
2. Modalístico. Os propagadores foram Noeto, Práxeas e Sabélio.
 Eles não negavam a divindade do Filho, nem a do Espírito
Santo, mas, sim, a distinção dessas Pessoas.
 “Pai, Filho e Espírito Santo são nomes, são 'prosopa'
(semblantes, faces), e não seres independentes. São reais em
energias consecutivas; um vem depois do outro, aparecendo
o mesmo Deus em faces diferentes. Trata-se do mesmo Deus
agindo na História por meio de três semblantes. O 'prosopon'
do Pai aparece na sua obra criadora, como doador da lei. O
'prosopon' do Filho aparece do nascimento à ascensão de
Jesus. A partir da ascensão de Jesus surge o semblante do
Espírito, doador da vida.” (Sabélio)
 Hipólito, em “Contra Todas As Heresias”, refutou essas ideias.

2) O UNICISMO E O USO DO NOME DE JESUS


 Os unicistas (uma extensão moderna do monarquianismo) negam a
Trindade em nome de uma unidade absoluta. Portanto, só batizam
em nome de Jesus.
 Mas este ato, em si, signi fica negar a Trindade?
 A ordem dada por Jesus quanto ao batismo – Mt 28.19
 O cumprimento da ordem de Cristo pelos apóstolos:
▪ no dia de Pentecostes – At 2.38
▪ em Samaria – At 8.16
▪ na casa de Cornélio – At 10.48
▪ em Éfeso – At 19.5
 O argumento dos unicistas X o nosso argumento
 O nome de Jesus representando a Trindade na terra:
▪ na salvação – At 4.12; At 8.12; Rm 10.13
▪ na oração – Jo 14.13,13; Jo 16.23,24
▪ na libertação – Mc 16.17; At 16.18 X Mt 12.28 e Lc 11.20
▪ na cura – Mt 7.22; At 3.6
 O nome de Jesus é suficiente para salvar, curar, libertar e fazer
orações... mas não é para o batismo?
Lição 07
A PESSOA DE DEUS

 Deus não é meramente uma energia ou força. Ele é uma pessoa!


 Não é homem (Nm 23.19), mas tem personalidade.
 E, diferente do que o deísmo ensina, Deus se importa com o homem
e deseja um relacionamento pessoal – Gn 3.8; Sl 25.14; Jo 3.16

1) ELEMENTOS DA PERSONALIDADE
 “Os elementos que se combinam para formar a personalidade são:
intelecto, sensibilidade e vontade; mas todos estes poderes agem, a fim
de exigir uma liberdade tanto da ação externa quanto da escolha dos
fins para os quais a ação for direcionada. O intelecto deve dirigir, a
sensibilidade deve desejar, e a vontade deve determinar a direção dos
fins racionais. Não pode haver personalidade, seja humana, angelical ou
divina, à parte desse complexo de essenciais.” (Lewis Sperry Chafer,
“Teologia Sistemática”, p.211)
 A personalidade, tem três características básicas, e podemos
encontra-las em Deus, o Pai:
▪ mente – Is 55.8,9; Jr 29.11
▪ vontade – Mc 3.35; Jo 1.13; Rm 8.27 e 12.2; Gl 1.4
▪ emoções – Êx 4.14; Is 62.5

2) AÇÕES QUE SÓ UMA PESSOA PODE REALIZAR


 Além das características da personalidade, há ações que só uma
pessoa pode realizar e que são atribuídas a Deus:
▪ o trabalho – Gn 2.1-4; Jo 5.17
▪ a comunicação – Nm 12.6-8; Is 1.18
▪ o planejamento – At 4.26-28; Rm 8.28; Ef 1.11
▪ o julgamento (sendo que este, por sua vez, se subdivide em
dois aspectos distintos) – Rm 14.10,12; Ec 12.14
◦ recompensa – Cl 3.24
◦ castigo – Rm 2.5-10
▪ o amor – Jo 3.16; Rm 5.8
 O relacionamento de Deus com o homem é outra prova disto.
3) SIMILARIDADES ENTRE O HOMEM E DEUS
 Não podemos pensar que Deus seja parecido com o homem. O
homem foi criado à imagem de Deus – Gn 1.26,27
 “Portanto, a linguagem que utilizamos quando falamos d'Ele deve
expressar tanto nossa semelhança quanto nossa diferença em relação a
Ele.” (James Packer)
▪ EX: Deus é um Pai perfeito enquanto os humanos são imperfeitos.
 “As qualidades que Deus partilha conosco não são exatamente
como as nossas, pois as nossas palavras não são satisfatórias para
expressar sua perfeição. Deus quer e nós queremos; Deus ama e nós
amamos; Deus odeia e nós odiamos.Mas a vontade de Deus, o amor
de Deus e o ódio de Deus não são exatamente como os nossos. Em
cada caso, devemos tentar detectar em que sentido as qualidades de
Deus são como as nossas e em que sentido diferem.” (D. A. Carson)
 A própria personalidade do homem reflete, em parte, aquilo que
Deus tem em si mesmo.
 Ainda que precisemos levar em conta o antropomorfismo, os
membros do corpo humano são mencionados em relação a Deus:
▪ a face de Deus – Êx 33.11,20
▪ os olhos de Deus – 2 Cr 16.9
▪ a boca de Deus – Is 58.14
▪ a mão de Deus – Êx 7,5; Is 59.1
▪ os braços de Deus – Dt 33.27
▪ o dedo de Deus – Êx 31.18; Lc 11.20
▪ as narinas de Deus – Sl 18.15
▪ os ouvidos de Deus – Nm 11.1
Lição 08
OS ATRIBUTOS DE DEUS

 As Escrituras falam dos atributos de Deus – Rm 1.20


 Definição: Um atributo é uma propriedade intrínseca ao seu sujeito,
pela qual ele pode ser distinguido ou identificado.
 Devido à infinitude de Deus, a Bíblia descreve-o apenas dentro dos
limites do nosso entendimento – Sl 147.5; Is 40.12-28

1) CLASSIFICAÇÃO DOS ATRIBUTOS DE DEUS


 A maioria dos sistemas de classificação baseia-se no fato de que alguns
deles pertencem exclusivamente a Deus e outros se encontram, de
maneira limitada e num sentido relativo, também no homem.
▪ incomunicáveis (ou absolutos, imanentes e constitucionais);
▪ comunicáveis (ou relativos, transitivos e pessoais)

2) ATRIBUTOS INCOMUNICÁVEIS
 Descrição dos atributos incomunicáveis, absolutos e constitucionais:
▪ Perfeição – Jó 11.7; Sl 18.30
▪ Infinitude – 1 Re 8.27; Sl 145.3; At 17.24
▪ Eternidade – Gn 21.33; Sl 90.2 e 102.27; Tt 1.2
▪ Imutabilidade – Ml 3.6; Tg 1.17
▪ Onipresença – Sl 139.7-12; Jr 23.23,24
▪ Onisciência – Sl 139.1-4; Is 46.9,10; Hb 4.13; 1 Jo 3.20
▪ Onipotência – Sl 91.1; Ap 19.6
▪ Soberania – Dn 4.25; Gn 50.20; Rm 8.29

3) ATRIBUTOS COMUNICÁVEIS
 Descrição dos atributos relativos, comunicáveis ou pessoais
▪ Justiça – Gn 18.25; Sl 7.11 e 89.14; Rm 8.33
▪ Amor – Jr 31.3; Jo 3.16; Ef 2.4,5; 1 Jo 4.8; Jo 13.34
▪ Bondade – Sl 103.8 e 145.9; Mt 19.17; Rm 11.22; Gl 5.22
▪ Verdade e fidelidade – Dt 32.4; Is 65.16; Jo 14.6; Ef 4.25
▪ Santidade – Is 6.3; Ap 4.8; 1 Jo 1.5; 1 Pe 1.14-16
▪ Sabedoria – Jó 12.13; Sl 104.24; Tg 1.5 e Sl 19.7
Lição 09
OS NOMES DE DEUS

 Nome, na Bíblia, fala de identidade.


 Por isso Deus mudou o nome de pessoas:
▪ de Abrão para Abraão – Gn 17.5
▪ de Jacó para Israel – Gn 32.28
 Os nomes de Deus revelam quem Ele é (e aquilo que Ele faz).

1) NOMES PRIMÁRIOS DE DEUS


 Nomes primários de Deus (no Antigo Testamento):
▪ Elohim – O Forte (nome composto) – Gn 1.1
◦ É a forma plural de Eloah.
◦ Não aparece em nenhuma outra língua; só no hebraico. E não se
encontra em outras literaturas antigas extrabíblicas.
▪ Adonai – Senhor, Mestre – Is 6.1
▪ Jeová ou Yahweh (YHWH) – o Auto-Existente – Gn 2.4
◦ Deus só revelou este nome posteriormente – Êx 6.3

2) NOMES COMPOSTOS DE DEUS


 Nomes compostos de Deus (no Antigo Testamento):
▪ El Elyon – Deus Altíssimo – Gn 14.19,20
▪ El Shaddai – Deus Todo-Poderoso – Gn 17.1
▪ El Roí – Deus que vê – Gn 16.13
▪ El Olam – O Eterno Deus – Gn 21.33
▪ Jeová-Jireh – O Senhor Proverá – Gn 22.13,14
▪ Jeová-Nissi – O Senhor Nossa Bandeira – Êx 17.15
▪ Jeová-Shalom – O Senhor é Paz – Jz 6.24
▪ Jeová-Sabbaoth – O Senhor dos Exércitos – 1 Sm 1.3
▪ Jeová-Kadash – O Senhor Santifica – Êx 31.13
▪ Jeová-Raah – O Senhor é meu Pastor – Sl 23.1
▪ Jeová-Tsidkenu – O Senhor Justiça Nossa – Jr 23.6
▪ Jeová-El-Gmolah – O Senhor Deus da Recompensa – Jr 51.56
▪ Jeová-Nakah – O Senhor que fere – Ez 7.9
▪ Jeová-Shammah – O Senhor que está Presente – Ez 48.35
Lição 10
A CRIAÇÃO – parte 1

 A criação dá testemunho do Criador e deve ser entendida – Rm 1.20

1) POR QUE DEVEMOS CRER NA BÍBLIA?


 As verdades das Escrituras não podem ser fruto da imaginação
humana, por algumas razões:
▪ Os detalhes da formação da terra (os cientistas comprovam estas
etapas hoje, mas na época em que foram escritos, nada se sabia
sobre isto). Exemplo: Terra redonda (Jó 1.7; Pv 8.27; Is 40.22)
▪ As predições que se cumpriram:
◦ os Reinos Medo-Persa e Grego – Dn 8.20-21
◦ “Ciro” é mencionado quase 200 anos antes – Is 45.1
◦ inúmeras profecias cumpridas em Cristo...

2) BÍBLIA X CIÊNCIA
 Gênesis não foi escrito como uma obra científica e sim como
testemunho do fato de que Deus nos criou o homem e porque o fez.
 Enquanto a ciência, com (e às vezes sem) evidências, tenta descrever
o processo natural, as Escrituras se voltam apenas ao Autor da
Criação e Seu propósito.
 Mas não é porque a Bíblia não descreve o processo, que o contradiga.

3) TEORIA DO INTERVALO OU RECRIAÇÃO


 A teoria do intervalo se baseia na diferença entre Gn 1.1 e 1.2
▪ no princípio criou Deus...
▪ ...a terra era sem forma e vazia
 A possibilidade de um cataclismo (que, na geologia, significa:
“convulsão ou transformação de grandes proporções da crosta
terrestre; catástrofe”) – Is 45.18
 A teoria da recriação. Refutada em Ap 21.1
Lição 11
A CRIAÇÃO – parte 2

 A fé e a ciência se excluem?
 Quanto ao conhecimento (ciência) reconhecemos que Deus o deu ao
homem e que, no tempo do fim, se multiplicará – Dn 12.4

1) OS 7 DIAS DA CRIAÇÃO SÃO DIAS DE 24 HORAS?


 Se Sol e Lua só aparecem no quarto dia, como dizer que eram dias
de 24 horas?
 A definição de “dia” (a palavra hebraica é“yowm” e significa “dia,
tempo, ano, uma divisão de tempo, dias, período de vida”).
 Períodos de tempo onde o dia não é preciso – Sl 90.4 X 2 Pe 3.8
 A expressão “tarde” (do hebraico “erev”, significa “lusco-fusco”) e
“manhã” (do hebraico “boker”, significa “alvorada”) falam do ciclo
completo daquela etapa.
 O sétimo dia ainda não terminou, logo, ele também não é um “dia”
de 24 horas – Hb 4.3-11

2) A EVOLUÇÃO PODE ESTAR PRESENTE NA CRIAÇÃO?


 Se os dias da criação não foram dias de 24 horas (o que sugere uma
criação instantânea), a pergunta a ser feita é “pode ter havido um
processo na Criação?”
 Embora a Bíblia afirme uma criação direta do homem, sem margem
para o evolucionismo (Gn 2.7), é possível que no resto da criação
haja algo que se encaixe nas tentativas de explicação da Ciência?

3) QUESTÕES A SEREM LEVADAS EM CONTA


 A luz do primeiro dia da criação...
 No terceiro dia Deus não criou a terra seca. Ela já existia (Gn 1.1). O
Senhor apenas acomodou a terra já existente – Pv 8.22-30
 A vegetação não foi “criada pronta”, foi um processo. Deus
ordenou que se originassem da terra – Gn 2.4-6
 Os peixes e as aves vieram das águas – Gn 1.20
 Os animais vieram da terra – Gn 1.24
Lição 12
A REVELAÇÃO DE DEUS

 Além de saber um pouco de quem Deus é, através da Sua Palavra, e


de Seus atributos testemunhados na criação, há outras expressões da
revelação de Deus?

1) A IMPOSSIBILIDADE ATUAL DE VER A DEUS


 Sobre conhecer plenamente a Deus, podemos ressaltar duas coisas:
▪ isto não é possível agora – 1 Co 13.9-12a
▪ isto será possível um dia – 1 Co 13.12b
 Nenhum homem viu a Deus (em sua plenitude) – 1 Jo 4.12
 Porque ninguém pode ver Deus (em sua plenitude) e viver – Êx 33.20
 As suas manifestações tem ocorrido de forma limitada – Êx 33.21-23
▪ No Antigo Testamento encontramos as teofanias, ou
aparições (em uma forma limitada) do Anjo do Senhor.
▪ No Novo Testamento encontramos a revelação de Deus em
Jesus Cristo.

2) O ANJO DO SENHOR
 Há uma clara distinção entre menções de “o” Anjo do Senhor (artigo
definido) e “um” anjo do Senhor (artigo indefinido).
 Quando a Bíblia usa o artigo definido, não refere-se a um anjo qualquer,
e sim a uma “teofania” (manifestação ou aparição limitada de Deus).
 Ele é relacionado com o próprio Deus:
▪ Gn 18.1,2,13,17,22 e 33
▪ Gn 22.10-12 e 15-18
▪ Gn 32.28-30
▪ Gn 48.15,16
▪ Êx 3.2-6
▪ Js 5.13-15 e 6.2
 O nome do Senhor está nele – Êx 23.20,22
 O poder de perdoar/reter pecados é atribuído a Ele – Êx 23.20,22
 Na verdade toda manifestação de Deus (teofania) pertence ao Senhor
Jesus, pois é ele quem revela o Pai!
3) JESUS, A REVELAÇÃO DE DEUS
 O nome Emanuel – Is 7.14; Mt 1.22,23
 O Deus encarnado – Jo 1.1-3,14
 Acredita-se que as teofanias do Antigo Testamento eram
manifestações do próprio Senhor Jesus Cristo, uma vez que é Ele
quem revela o Pai – Jo 14.4-9; Cl 1.15; Hb 1.3

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