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CARLOS HENRIQUE PEREIRA DE SOUZA - carlospps@hotmail.com.br - CPF: 055.419.

151-20
Teologia (Conhecimento de Deus).
Deus, Quem Ele É?

Deus é um, e só um. Este é o grande brado do judaísmo chamado


shema. Baseia-se em Deuteronômio 6.4 “o Senhor, nosso Deus, é o único
Deus, é o único Senhor” - e foi repetido por Jesus no Novo Testamento.
Quando os escribas judeus perguntaram a Jesus qual era o maior
mandamento, Ele respondeu: “O primeiro de todos os mandamentos é:
Ouve, Israel, o Senhor, nosso Deus, é o único Senhor” (Mc 12.29).

❖ A definição da Unidade de Deus.


“Unidade” significa literalmente “Estado” ou qualidade de um”. Deus
é um ser, em comparação aos outros muitos seres. Há um e um só Deus
(monoteísmo) ao invés de muitos deuses (politeísmo). Há três palavras
relacionadas que devem ser distinguidas:
(1) Unidade: Não há dois ou mais deuses.
(2) Simplicidade: Não há duas ou mais partes em Deus.
(3) Trindade: Há três pessoas no único Deus.

❖ A Base Bíblica para a Unidade de Deus.


Desde o princípio até ao fim, as Escrituras afirmam a unidade
absoluta de Deus. “No princípio, criou Deus (não deuses) os céus e a
terra” (Gn 1.1). “Ouve , Israel, o Senhor, nosso Deus, é o único Senhor” (Dt
6.4). “Não terás outros deuses diante de mim” (Êx 20.3). “Eu sou o Senhor,
e não há outro” (Is 45.18). “O primeiro de todos os mandamentos é: ouve,
Israel, o Senhor, nosso Deus, é o único Senhor” (Mc 12.29). “[…] Sabemos
que o ídolo nada é no mundo, e, que não há outro Deus, senão um só” (1

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Co 8.4). “[Há] um só Deus e Pai de todos, o qual é sobre todos, e por
todos, e em todos” (Ef 4.6) “Porque há um só Deus e um só mediador
entre Deus e o homem, Jesus Cristo, homem” (1 Tm 2.5).
O texto está bastante claro: Há um só, ao invés de mais de um. A
unidade da divindade é um dos ensinos mais fundamentais da Bíblia.
Negar esta verdade é uma violação do primeiro mandamento.

A simplicidade de Deus – Deus é absolutamente simples.


“Simples” significa sem partes, pois o que tem partes pode se
desprender. Simples também significa indivisível, quer dizer, Deus não é
capaz de ser dividido. Não há “costura” em Deus, portanto não há lugar
no qual o tecido do seu Ser possa ser rasgado ou ser descosturado. Além
disso, a simplicidade de Deus significa que Ele é absolutamente um: Ele
não só tem unidade, mas Ele é unidade absoluta. Não unidade dentro da
multiplicidade; é unidade sem multiplicidade no seu Ser (essência),
embora haja uma pluralidade de pessoas.

❖ Base Bíblica para a simplicidade de Deus.


A Bíblia afirma que Deus é um, não múltiplo, no seu Ser. Esta
unidade absoluta de essência, junto com a sua imaterialidade, apoia o
conceito da simplicidade de Deus.
“Não terás outros deuses diante de mim” (Êx 20.3). “Ó Senhor dos
Exércitos, Deus de Israel, que habitas entre os querubins; tu és o Deus, tu
somente, de todos os reinos da terra; tu fizeste os céus e a terra. […] para
que todos os reinos da terra conheçam que só tu és o Senhor” (Is
37.16,20). “Eu sou o Senhor, e não há outro” (Is 45.18). “Não nos criou um
mesmo Deus? Por que seremos desleais uns para com os outros,
profanando o concerto de nossos pais?” (Ml 2.10).
Em suma, por esses e outros versículos, é evidente que há,
absolutamente, um só Deus. Mas se Deus é absolutamente um, então Ele
não pode ser dividido em muitos deuses. Combinado com a
imaterialidade de Deus, isto dá mais apoio à sua simplicidade. Embora a
palavra hebraica traduzida “um” (echad) dê espaço uma pluralidade de
pessoas dentro de uma unidade de substância, no contexto monoteísta e
anti-politeísta em que era usada, não há dedução de pluralidade de seres
ou partes dentro de um ser. Isto seria equivalente ao politeísmo, ao qual
o monoteísmo judaico se opunha veementemente desde o início. (Êx
20.3; Dt 6.4).

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❖ Referências sobre a imaterialidade de Deus.
Os seres materiais são feitos de partes. Considerando que Deus é
imaterial, Deus não pode ter parte material. “Deus é espírito, e importa
que os que o adoram o adorem em espírito e em verdade” (Jo 4.24).
“Porque as suas coisas invisíveis, desde a criação do mundo, tanto o seu
eterno poder como a sua divindade, se entendem e claramente de veem
pelas coisas que estão criadas” (Rm 1.20). “[Cristo] é imagem do Deus
invisível, o primogênito de toda criação” (Cl 1.15). “Ora, ao Rei dos séculos,
imortal, invisível, ao único Deus seja honra e glória para todo o sempre”
(1 Tm 1.17).
De acordo com estes versículos, Deus é invisível, imaterial e espírito
imortal. Como tal, Ele não tem partes temporais ou matérias pelas quais
Ele possa ser dividido ou destruído. Portanto, em contraste com as coisas
materiais, Ele é simples, e em contraste com as coisas temporais, Ele é
imperecível (cf. Hb 1.11,12) Estas passagens apresentam fortes
argumentos a favor da simplicidade (indivisibilidade) de Deus.

❖ A Triunidade de Deus.
Inicialmente, é importante destacar o que não se quer dizer pelo
conceito cristão de Triunidade. Não significa que haja três deuses
(triteísmo), e não significa que Deus tem três modos de um e o mesmo
ser (modalismo). O triteísmo nega a simplicidade absoluta de Deus, e o
modalismo nega a pluralidade de pessoas em Deus. O primeiro afirma
que há três seres na divindade, e o último afirma que não há três pessoas
em Deus.
O que, então, quer dizer a palavra trindade? Quer dizer que Deus é
uma Triunidade: Ele é pluralidade dentro da unidade, ou seja, são três
pessoas em uma única essência.

❖ O termo trindade.
O termo trindade não ocorre graficamente na Bíblia. Foi usado pela
primeira vez por Teófilo, viveu no segundo século de nossa era e usa pela
primeira vez o termo “TRIA”, em referência direta às três pessoas em que
subsiste a Divindade. Posteriormente, Tertuliano de Cartago, na África,
retoma o mesmo assunto e usa a palavra “TRINITAS”, porém, já no II e III
séculos. Outro vulto de destaque, no que diz respeito a doutrina da
Trindade, foi, sem dúvida, Atanásio (296-373 d.C.). Porém, seu Credo

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como é conhecido universalmente, só teve expansão no V século. Sua
declaração é: “Adoramos um Deus em Trindade, e Trindade em unidade,
não confundir as pessoas, nem separar as substâncias, pois a pessoa do
Pai é um, a do Filho é outra, e a do Espírito Santo, outra… Tal como é o
Pai, o mesmo são o Filho e o Espírito Santo”.
As Três Pessoas Divinas.
A unidade de Deus, como já dissemos, é um aspecto fundamental
da revelação. Está representada nas Escrituras com grande solenidade e
encontra-se ali preservada com o máximo cuidado.
A palavra pessoa (latim, “persona”; grego, “prosopon” ou
“hipostasis”), quando aplicada às distinções dentro da Divindade, tem
sido sempre usada com certa reserva. É fácil ver a razão para isto; a
saber, o fato de que é tão provável que surgira três personalidades
mutuamente exclusivas.
O Pai não poderia ser Pai senão com o Filho, nem podia o Filho à
parte do Pai; independência uma da outra, então, não é característico
destas três pessoas, porém, antes, cada uma depende mutuamente. O
Pai existe no filho e para o Filho, e o Filho existe no Pai e para o Pai,
enquanto que o Espírito Santo é a realidade íntima do Ser de ambos: Pai
e Filho e o laço de união entre eles. Cada qual existe não para si mesmo,
mas nos outros e para os outros.
a) A diferença: O verdadeiro método na interpretação dos fatos cristãos
deve reconhecer as duas coisas: a de Deus é a unidade do seu Ser
supremo, Criador, que á a fonte individual e o sustentador de todas as
coisas. Não obstante, existe, dentro da Unidade um Trindade que é mais
do que uma trindade de caracteres assumida por um indivíduo em uma
representação.
b) Na forma de trabalhar: O trabalho do Pai, e do Filho e do Espírito
Santo é, cada qual, o trabalho de Deus. É este um dos aspectos
fundamentais deste assunto. O trabalho de Cristo é o trabalho de Deus.
Cristo não é um delegado a quem Deus mandou, nem é o Espírito
Santo um agente externo enviado pelo Pai e pelo Filho. A obra de Cristo e
do Espírito é tanto o trabalho de Deus como o trabalho do Pai. Foi neste
sentido que Jesus declarou: “Eu e o Pai somos um” (Jo 10.30). Às vezes,
ouvimos alguém declarar: A história está dividida em três dispensações: A
do Pai (incluindo o período do Antigo Testamento), a do Filho (incluindo o
período da vida terrena de Jesus), e a do Espírito Santo (incluindo o
período que vai do Pentecoste em diante). Isto, porém não é correto

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dizer. Jesus disse: “Meu Pai trabalha até agora, e Eu trabalho também” (Jo
5.17). Em Cristo, Deusa si mesmo se deu na plenitude de sua graça para
salvar os homens do pecado. Isto foi feito de tal maneira que os homens
se tornaram cônscios de que, conhecendo a Cristo, conheciam a Deus.
“Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo” (2 Co 5.19).
Sempre, desde os dias do Novo Testamento, os homens têm encontrado
Deus em Cristo. Ele nos comunica Deus em graça salvadora para a
humanidade perdida. Cristo e Deus estão de tal modo relacionados que
onde Cristo está, aí Deus está; e o que Cristo faz, isso Deus faz.

❖ O relacionamento.
O Espírito Santo capacita os homens a chegarem a Deus por Cristo.
Apossar-se da graça de Deus em Cristo não é ato de inteligência humana
obscurecida e desvalida. É obra do Espírito Santo. Dele disse nosso
Senhor: “… quando ele vier, convencerá o mundo do pecado, e da justiça
e do juízo” (Jo 16.8). Há, portanto, um verdadeiro relacionamento entre as
três pessoas da Divindade. O Espírito Santo capacitava o homem a
apossar-se de Cristo, para a salvação. Ninguém pode dizer que Jesus
Cristo é Senhor, senão pelo Espírito Santo (1 Co 12.3 e ss). Assim sendo, o
Espírito Santo, Cristo e o Pai, estão bem relacionados, pois onde o
Espírito Santo está, aí está Cristo; e o que o Espírito Santo faz, também o
faz Cristo. O Espírito tanto é chamado o “Espírito de Cristo” como o
“Espírito de Deus” (Rm 8.9). O Senhor é Espírito (2 Co 3.17,18). Cristo está
presente no Espírito e através do Espírito (Mt 18.20; 28.19; Jo 14.16,18).
Muitas vezes nas Escrituras um membro da Trindade está falando
com o outro. Isto indica que Eles não são uma e a mesma pessoa.

❖ O Pai falando com o Filho.


O Salmo 2.7 (citado em Hb 1.5) declara: “Recitarei o decreto: o
Senhor me disse: Tu és meu Filho; Eu hoje te gerei”. Também: “Disse o
Senhor [o Pai] ao meu Senhor [o Filho]: Assenta-te à minha mão direita,
até que ponha os teus inimigos por escabelos dos teus pés” (Sl 110.1).
Jesus usou esta mesma passagem para mostrar a Deidade (Mt 22.41-46).
Repetindo, o Pai diz: “O teu trono, ó Deus [Filho], é eterno e perpétuo; por
isso, Deus [Pai], o teu Deus, te ungiu com óleo de alegria, mais do que a
teus companheiros” (Sl 45.6,7). Semelhantemente, o livro de Hebreus
aplica esta passagem (Hb 1.8,9). De fato, três vezes no Novo Testamento
o Pai falou do céu aprovando Jesus, o seu Filho (Mt 3.17; 17.5; Jo 12.28).

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❖ O Filho falando com o Pai.
“Então, o anjo do Senhor [Filho] respondeu e disse: Ó Senhor dos
Exércitos [o Pai], até quando não terás compaixão de Jerusalém e das
cidades de Judá, contra as quais estiveste irado estes setenta anos?” (Zc
1.12). O anjo (mensageiro) do Senhor é Deus, fato que está claro por ser
Ele que é chamado o Senhor (Jeová), termo reservado exclusivamente
para Deus. “E levantando olhos ao céu, disse: Pai, é chegada a hora;
glorifica a teu Filho, para que também teu Filho glorifique a ti” (Jo 17.1)
Repetindo: “Clamando Jesus [o Filho] com grande voz, disse: “Pai nas tuas
mãos entrego o meu espírito” (Lc 23.46).

❖ Todas as três pessoas juntas ao mesmo tempo.


Muitas vezes todas as três pessoas estão presentes e operando ao
mesmo tempo. Uma vez em Isaías diz: “As benignidades do Senhor
mencionarei e os muitos louvores do Senhor, consoante tudo o que o
Senhor [o Pai] nos concedeu. […] Assim ele foi seu Salvador. Em toda a
angústia deles foi ele angustiado, e o Anjo da sua presença [o Filho] os
salvou pelo seu amor e pela sua compaixão, ele os remiu. […] Mas eles
foram rebeldes e contristaram seu Espírito Santo; pelo que se lhes tornou
em inimigo e ele mesmo pelejou contra eles” (Is 63.7-10). No batismo de
Jesus (Mt 3.16,17), todos os três membros da Trindade estavam
presentes: “E sendo Jesus [o Filho] batizado, saiu logo da água, e eis que
se lhe abriram os céus, e viu o Espírito de Deus [o Espírito Santo]
descendo como pomba e vindo sobre ele. E eis que uma voz dos céus [o
Pai] dizia: Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo”. Na
fórmula batismal (Mt 28.19), os três ficam sob um “nome” (singular),
dizendo: “ Portanto, ide, ensinai todas as nações, batizando-as em nome
do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo”.
Todas estas muitas outras passagens mostram que há três Pessoas
diferentes e distintas que existem simultânea e eternamente e que
compartilham uma e a mesma essência ou natureza. Esta comprovação
está em nítido contraste com o modalismo (sabelianismo), que afirma
que há uma só pessoa em Deus que aparece em tempos diferentes na
forma de pessoas diferentes.

❖ Há uma Ordem Funcional na Trindade.


Todos os três membros da Trindade são iguais em essência, mas

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Eles não têm os mesmo papéis. É uma heresia (chamada subordinação)
afirmar que há subordinação ontológica de um membro da Trindade a
outro, vistos que eles são idênticos em essência. Todavia está claro que
há subordinação funcional, quer dizer, não só cada membro tem uma
função ou papel diferente, mas algumas funções também são
subordinadas a outras.

❖ A função do Pai.
Pelo próprio título de “Pai” e pelo rótulo de “a primeira pessoa da
Trindade” já está manifesto que a sua função é superior a do Filho e a do
Espírito Santo. Por exemplo, o Pai é apresentado como a fonte, o
Remetente e o Planejador da Salvação.

❖ A função do Filho.
Por outro lado, o Filho é o Meio, o Enviado e o Realizador da
Salvação. O Pai enviou e o Filho veio para nos salvar; o Pai planejou, mas
o Filho realizou na cruz. É por isso que é uma heresia (chamada
patripassianismo) afirma que o Pai sofreu na cruz – só o Filho sofreu e
morreu.

❖ A função do Espírito Santo.


De acordo com a teologia o Espírito Santo aplica a salvação
confirmando-a na vida de um pecador arrependido, que uma vez
reconheceu como único Salvador.
Em suma, o Pai é o planejador, o Filho é o Aperfeiçoador e o Espírito
Santo é o Aplicador da Salvação dos crentes. O Pai é a fonte, o Filho é o
Meio e o Espírito Santo é o Executor da Salvação, ou seja, é Ele que
condena, convence e converte.
Uma palavra final sobre a natureza e duração desta subordinação
funcional na divindade. Não é somente temporal e econômica: é
essencial e eterna. Por exemplo, o Filho é um Filho eterno (ver Pv 30.4; Hb
1.3). Ele não se tornou o Filho de Deus [Pai]; Ele sempre se relacionou
com o Pai como Filho e sempre se relacionará. A sua submissão ao Pai
não foi apenas por certo tempo, mas será por toda a eternidade. Paulo
escreveu: “Depois, virá o fim, quando tiver entregado o Reino a Deus, ao
Pai, e quando houver aniquilado todo império e toda potestade e força. E,
quando todas as coisas lhe estiverem sujeitas, então, também o mesmo
Filho se sujeitará aquele que todas as coisas lhe sujeitou, para que Deus

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seja tudo em todos (1 Co 15.24,28).

❖ A Trindade está implícita no Antigo Testamento.


Ainda que a Trindade não esteja formal e explicitamente
apresentada no Antigo Testamento, todos os ensinos do trinitarianismo
encontra-se ali. Há um só Deus (Êx 20.3; Dt 6.4; Is 45.18), contudo há três
Pessoas que são consideradas Deus. Às vezes, dois estão falando entre si
(Sl 45.6,8; 110.1; Zc 1.12). De fato, certo texto menciona todos os três
conversando (Is 63.7-10).
Até mesmo a palavra hebraica “um” (echad) Deus (Dt 6.4) indica
uma pluralidade na unidade, da mesma maneira que macho e fêmea são
considerados “uma” (echad) carne (Gn 2.24). Há também um louvor em
três partes dado a Deus pelo coro angelical? “Santo, Santo, Santo é o
Senhor dos Exércitos” (Is 6.3).

❖ A Trindade ensinada no Novo Testamento.


Como mostra a análise acima, o Novo Testamento ensina
claramente que há só um Deus e que há três Pessoas distintas que são
Deus: Estas duas premissas constituem elementos básicos do
trinitarianismo. O que coloca a Trindade em foco no Novo Testamento é a
presença da segunda Pessoa da divindade (Jesus Cristo) em forma
corpórea, conversando frequentemente com o Pai (cf. Jo 17). De fato,
como vimos, no batismo de Jesus todos os três membros da Trindade
estão ao mesmo tempo presentes: O Pai fala dos céus e o Espírito Santo
desce dos céus sobre o Filho que está nas águas (Mt 3.16,17). Mais tarde,
novamente, todos os três nomes são designados como a fórmula
batismal (Mt 28.19) e usado nas bençãos apostólicas (por exemplo, 2 Co
13.13).

❖ Ilustrações da Trindade.
Muitas ilustrações da Trindade têm sido oferecidas ao longo dos
séculos. Algumas são boas e outras não são. As ilustrações inapropriadas
quase sempre insinuam certa heresia, como o modalismo ou i triteísmo.

❖ Ilustrações inapropriadas da Trindade.


Os Três estados da água.
Uma ilustração frequentemente usada diz respeito aos três estados
da água (sólido, líquido e gasoso). O problema é que nenhuma gota de

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água está em todos os três estados ao mesmo tempo. Contudo, Deus é
ao mesmo tempo três em um. Portanto, apesar das boas intenções, esta
ilustração insinua a heresia do modalismo (que Deus tem uma essência,
mas não é três pessoas distintas).

❖ Os três elos em uma corrente.


Outro exemplo inapropriado é a comparação da Trindade com uma
corrente de três elos. O problema aqui é que os elos são três coisas
diferentes, ou seja, um elo quando separado do outro deixa de ser
corrente.

❖ O Corpo, a Alma eu Espírito Humano.


Outra ilustração que falha ao apresentar a Trindade é a de que
Deus assemelha-se à tricotomia humana: corpo, alma e espírito e, ao
mesmo tempo é um. O problema é que a alma e o corpo se separam na
morte. Os membros da Divindade são inseparáveis.

❖ Ilustrações apropriadas da Trindade.

Um triângulo.
Deus é como um triângulo, que é uma figura que tem três lados
diferentes ao mesmo tempo, há simultaneamente um estado de três na
unidade. Claro que nenhuma analogia é perfeita. A diferença aqui é que
os “ângulos” não são as Pessoas. Contudo, eles ilustram como pode haver
ao mesmo tempo um “estado de três” e uma unidade.

Um à terceira potência.
Outra ilustração interessante é que Deus é como uma terceira
potência (1x1x1=1). Deus é três em um; Ele não é 1+1+1=3.

O Amor é Triplo.
“Deus é amor” (1 Jo 4.16), e o amor envolve três elementos: Um
amante, um amado e um espírito de amor. Estes três são um. A
vantagem deste exemplo é que tem uma dimensão pessoal, em que o
amor é algo que só uma pessoa faz.

Mente, Ideias e Palavras.


Além disso, Deus é como a relação que há entre mente, ideias e

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palavras. Estas três são distintas, contudo elas estão unidas, pois as
palavras não podem se separar das ideias, e a mente que está por trás
delas.

❖ Heresias relativas a Deus e Jesus.


O trinitarianismo e a Cristologia ortodoxa têm de ser
cuidadosamente diferenciados das heresias. Estas, em sua maioria foram
condenadas pelos concílios da Igreja Cristã: modalismo (sabelianismo),
arianismo, docetismo, nestorianismo, monofisismo (eutiquianismo),
patripassionismo, monotelismo, apolinarismo, subordinação,
monarquismo, adocionismo e binitarismo.

❖ Triteísmo.
O triteísmo é a crença em que há três deuses ou três seres
separados na divindade. Poucos defenderam este ponto de vista, embora
muitos sem perceberem caem nela verbalmente pela linguagem
descuidada sobre a divindade. Ao ressaltar corretamente que as três
pessoas são distintas, é fácil não perceber estar enunciando o triteísmo,
que postula erroneamente haver três seres separados.

❖ Modalismo.
O modalismo também é chamado sabelianismo segundo o nome
do seu fundador, Sabélio, o modalismo advoga que Deus é só uma
pessoa que aparece de modos ou papéis diferentes, em tempos
diferentes, na economia divina da qual obtém o título “Economia Divina”,
em oposição à Trindade Ontológica da teologia ortodoxa.

❖ Arianismo.
Ário, fundador desta heresia, negou que Jesus seja completamente
Deus, dando-lhe um estado criado abaixo de Deus.

❖ Docetismo.
Derivada da palavra grega dokeo, “eu pareço”, o docetismo afirma a
deidade de Jesus, mas lhe nega a humanidade, afirmando que era só
uma humanidade e não real. Entre os proponentes deste erro estavam
Cerinto (100 d.C.) e Serapião, bispo de Antioquia.

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❖ Quem é Deus?
DEUS! É o nome da Suprema Divindade que os homens e os anjos
cultuam e adoram. Nos lábios cristãos, portanto, a palavra designa
fundamentalmente o Espírito Poderoso que é adorado e cujo o auxílio
invocamos. Ele é o Ser vivo dotado de personalidade, sensível de coração.
O conhecimento que temos dele, se não é perfeito, é contudo um
conhecimento verdadeiro. Se Deus não é o que concebemos que seja,
como devemos pensar nele? Evidentemente, Ele é aquilo que o
conhecimento sensível que temos dele concebe que seja.
Não podemos sem a mente de Cristo penetrar nos Segredos deste
Ser eterno. Nossa razão compreende muito pouco dele e, quando não
pode penetrar mais, a fé penetra e nós cremos muito além daquilo que
podemos entender; e esta nossa crença não contraria a razão; mas a
razão mesmo nos dita que devemos crer muito mais de Deus do que Ele
nos pode informar.

❖ Sua Existência Declarada.


Em parte alguma as Escrituras tratam de provar a existência de
Deus mediante provas formais. Reconhece-se como fato autoevidente e
como crença natural do homem. As Escrituras em parte alguma propõem
uma série de provas da existência de Deus como preliminar a fé.
Declaram o fato de Deus e chamam o homem a aventurar-se na fé. “O
que se chega a Deus, creia que há Deus”, é o ponto inicial na relação
entre o homem e Deus.

❖ Sua Existência Provada.


No escopo sem limite do pensamento humano e angélico nunca
poderá ser encontrado um mistério mais profundo que o da auto-
existência de Deus. É mistério. Só a fé aceita como Deus existe e que Ele
existe, porque Ele sempre existiu e porque existirá para sempre. Seu
nome é para sempre! EU SOU (Êx 3.14).
A ideia de Deus não é uma ideia reservada aos filósofos e aos
sábios, nem uma noção moderna, nem um elemento da civilização
ocidental. É uma ideia universal, no tempo e no espaço. Em todas as
latitudes e todas as culturas, desde as origens até os nossos dias, os
homens, sábios ou ignorantes, afirmaram sua crença na existência de um
chefe soberano no universo. Podemos ter evidências quanto a existência
de Deus, analisando a Criação, Natureza Humana e a História Humana.

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❖ O Argumento da Criação.
A razão argumenta que o universo deve ter tido um princípio. Todo
o efeito deve ter uma causa suficiente. O universo, sendo o efeito, por
conseguinte deve ter uma causa.
Consideremos nosso pequeno planeta e nele as várias formas de
vida existentes, as quais revelam inteligência e desígnio divinos.
Naturalmente surge a questão: “Como se originou tudo isso?”. A pergunta
é natural, pois as nonssas mentes são constituídas de tal forma que
esperam que todo efeito tenha uma causa. Logo, concluímos que o
universo deve ter tido um Primeira Causa, ou um Criador. “No princípio –
Deus” (Gn 1.1).
O argumento cosmológico depende da validade de três verdades
contribuintes que se apresentam da seguinte maneira:
1. Que todo efeito deve ter uma causa;
2. Que o efeito depende de sua causa para sua existência;
3. Que a natureza não pode produzir-se.
A doutrina comum sobre este assunto inclui os seguintes pontos de
observação: Primeiro, uma causa é alguma coisa. Ela tem existência real.
Ela não é simplesmente um nome para uma certa relação. É uma
entidade real, uma substância. Isto é evidente porque se não for uma
entidade não pode agir. Se aquilo que não existe pode ser uma causa,
então nada pode produzir alguma coisa o que seria uma contradição.
Segundo, uma causa deve ter, além de ser real, poder e eficácia. É
preciso que haja algo em sua natureza para explicar os efeitos que
produz.
Terceiro, esta eficácia tem der adequada; isto é, suficiente e
apropriada para o efeito. Que esta é uma visão verdadeira da natureza
de uma causa, esta evidente.
Observação. No universo, em tudo, encontramos ordem e leis. Para
nós, o universo é inteligível. Podemos compreendê-lo e interpretá-lo.
Ainda mais, podemos sistematizar os conhecimentos que dele
adquirimos, porque o que ele revela uma vez não nega mais tarde (Rm
1.19 e ss).
Assim temos as ciências físicas. Se o universo é inteligível, porque é
o efeito de uma causa inteligente. Só a inteligência pode causar o
inteligível e só a inteligência de um Ser Superior fará surgir o inteligível no
mundo habitável. Há uma ordem racional em tudo, e só uma razão pode

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causar um efeito racional. E, evidentemente, Deus é esta razão e esta
causa.

❖ O Argumento Antropológico.
“Porque nele (Deus) vivemos, e nos movemos, e existimos; como
também alguns dos vossos poetas disseram: Pois somos também sua
geração” (At 17.28 e ss). Este argumento (Anthropos – homem), prova a
existência de Deus, estabelecendo a natureza mental e moral do homem.
Através deles podemos formar um simbologismo e chegarmos a seguinte
conclusão.
Premissa Maior: O homem possui uma natureza moral e
mentalmente ela é intelectual, volitiva, emocional e moral.
Premissa Menor: As impotentes (para criar) forças naturais ou
artificiais são, em si mesma, incapacitadas para produzirem tal natureza
especial como a do homem.
Conclusão: depende de um força Superior, que é Deus.

1. O Argumento em si.
A própria constituição tríplice do homem prova a existência do seu
criador: “nele existimos”. Se Deus não existisse, evidentemente, o homem
também não existiria. O próprio cético (ateu) quando se propõem
combater a existência Divina, está simplesmente provando que Deus
existe, pois como se combater aquilo que não existe?

a) Prova Contemporânea.
O próprio testemunho contemporâneo prova também esta
realidade, no que diz respeito à existência do Supremo Deus.
Recentemente uma pesquisa mostrou que a maioria absoluta das
pessoas acredita em Deus.
“Deus existe?” A grande maioria das resposta foi positiva: 87,3%
afirmaram sem vacilar. Isto significa que, apesar do materialismo da vida
contemporânea, permanece muito vivo o senso de DEUS entre os
concidadãos.
Aliás, já Agostinho dizia: “Senhor, tu nos fizeste para ti, e inquieto é
nosso coração enquanto não repousa em ti”. É tão arraigado o senso de
Deus no homem que já aparece na pré-história, como um dos princípios
de hominização, quando os homens, sepultavam os seus mortos voltados
para o sol nascente (sol nascente que era tido como o olho da Divindade).

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Persiste também na grande descoberta do universo cosmológico imenso
e harmonioso. A intuição do “big bang”… da testemunho do Criador, a tal
ponto que os astronautas Armstrong, Edwin e outros, ao chegarem à Lua,
em 20/07/1969, deram demonstração de fé em Deus.
Assim se comprova que a “pouca ciência, a ciência de verniz ou
captada de um livro, afasta de Deus, mas a muita ciência leva a Deus” (1
Tm 6.20,21).

b) Não tem prova contra.


Quanto a negação da existência de Deus é uma opção ditada pela
evidência do Supremo Ser absoluto, do qual os demais seres se derivam
por criação; é o que já os filósofos gregos Platão e Aristóteles fizeram,
antes de Cristo. O 2145221/próprio Sócrates afirma esta grande realidade
em suas últimas palavras que antecediam sua morte: “Soou a hora da
partida. E seguiremos nosso caminho. Eu para a morte e vocês para a
vida. Qual o melhor? Só Deus sabe!”.

❖ O Argumento da Natureza Humana.


O homem dispõe da natureza moral, isto é, a sua vida é regulada
por conceitos do bem e do mal. Ele reconhece que há um caminho reto
de ação que deve seguir e um caminho errado que deve evitar. Esse
conhecimento chama-se 'consciência'. Ao fazer o bem, a consciência
aprova; ao fazer o mal, ela o condena. A consciência, seja obedecida ou
não, fala com autoridade.
Qual a conclusão que se tira deste conhecimento universal do bem
e do mal? Que há um legislador que idealizou uma norma de conduta
para o homem e fez a natureza humana capaz de compreender esse
ideal.
O Legislador é também um Juiz que recompensará os bons e
castigará os maus. Aquele que impôs a lei, finalmente defenderá essa lei.
Não somente a natureza moral do homem, como também todos os
aspectos da sua natureza testificam da existência de Deus. Até as
religiões mais degradadas demonstram o fato de que o homem, qual
cego, tateando, procura algo que sua alma anela.

O Argumento Teleológico a Favor da Existência de Deus (Desígnio).


Há diversas variações deste argumento, sendo que a mais famosa

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deriva de William Paley (1743-1805), que utilizou a analogia do construtor
de relógios. Da mesma forma que cada relógio é construído por alguém e
como o funcionamento do universo é muitíssimo mais complexo do que
um relógio, sabemos que há um Construtor do universo. Em suma, o
argumento teleológico é discutido a partir do projeto (design) a favor de
um projetista (designer) inteligente:
1. Todos os projetos implicam um projetista.
2. Existe um grande projeto para o universo.
3. Portanto, também deve haver um Grande Projetista na origem do
universo.

A primeira premissa é conhecida a partir da nossa própria


experiência; em todas as ocasiões nas quais vemos um projeto complexo,
sabemos pela nossa experiência prévia que ele surgiu da mente de um
projetista. Relógios implicam construtores de relógios; edifícios implicam
arquitetos, quadros implicam pintores; e mensagens codificadas
implicam um remetente inteligente. Sabemos que isto é verdade, porque
observamos esta ocorrência o tempo todo.
Da mesma forma, quanto mais fascinante o projeto, tanto mais
fascinante o projetista. Mil macacos sentados em máquinas de escrever,
ao longo de milhões de anos, jamais produziram uma peça do porte de
Hamlet, Só que Shakespeare escreveu esta obra magnífica na primeira
tentativa. Quanto mais complexo o projeto, tanto maior será a
inteligência necessária para desenvolvê-lo. É importante notar aqui que
por “projeto complexo” referimo-nos a uma complexidade específica. O
grande relógio de Estrasburgo tem, além das funções normais de um
relógio, uma combinação de luas e planetas que se movem, mostrando
dias e meses com a exatidão dos corpos celestes, com seus grupos de
figuras que aparecem e desaparecem com regularidade igual ao soarem
as horas no grande cronômetro.
Outro apoio para o argumento teleológico vem do princípio
antrópico, que propõe que, a partir da sua própria gênese, o universo foi
“ detalhadamente afinado” para proporcionar o surgimento da vida
humana, ou seja, o universo foi intrinsecamente pré-adaptado para a
chegada da vida humana. Se este delicado equilíbrio fosse minimamente
alterado, a vida jamais teria sido possível.
Por exemplo, o oxigênio representa 21% da atmosfera. Se o seu
nível fosse de 25%, haveria grandes queimadas no planeta, e se fosse de

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15%, os seres humanos morreriam sufocados. Se a força gravitacional
fosse alterada somente em uma parte em dez elevado à quadragésima
potência (dez seguido de quarenta zeros), o sol não existiria e a lua
colidiria com a terra ou se desprenderia em direção ao espaço (Heerem,
SMG, 196). Se a força centrífuga do movimento planetário não se
equilibrasse perfeitamente com as forças gravitacionais, nada poderia se
manter em órbita ao redor do sol. Se o universo estivesse se expandindo
a uma taxa de um milionésimo menor do que a atual, a temperatura na
terra seria de 10.000 graus Celsius. Se Júpiter não estivesse com a sua
formação atual, a terra estaria sendo bombardeada com matéria
espacial. Se a crosta terrestre fosse mais espessa, haveria uma
transmissão excessiva de oxigênio, o que inviabilizaria a vida. Se ela fosse
mais fina, a atividade vulcânica e tectônica tornariam a vida, igualmente,
impossível. E se a rotação da terra levasse mais de 24 horas, as
diferenças de temperatura entre a noite e o dia seriam demasiadamente
grandes.
Robert Jadtrow, novamente, resume as implicações disto: “O
princípio antrópico” parece nos informar que a própria ciência nos prova
um fato importante: este universo foi feito, projetado, para que o homem
nele habitasse. O resultado é impressionantemente teístico” (Jastrow,
SCBTF, grifo adicionado). O astrônomo ex-ateísta Alan Sandage chegou a
mesma conclusão: “O mundo é demasiadamente complicado em todos
os seus detalhes para que a sua existência seja atribuída simplesmente
ao acaso. Estou convencido de que a existência de vida sobre este
planeta, com toda a ordenação que vemos em cada um dos organismos,
é simplesmente muito boa, vista como um todo […] Quanto mais se
aprende bioquímica, mais inacreditável se torna, a não ser que se tenha
algum tipo de princípio organizador – um arquiteto, para os que creem
[…] (Sandage, “SRRB” in: T, 54).

❖ Argumento da História.
A marcha dos eventos da história universal fornece evidência de
poder e duma providência dominantes. Toda a história bíblica foi escrita
para revelar Deus na história, isto é, para ilustrar a obra de Deus nos
negócios humanos. “Os princípios do divino governo moral encontram-
se na história das nações tanto quanto na experiência dos homens”,
escreve D. S. Clarke (Sl 75.7; Dn 2,21; 5.21). O protestantismo inglês vê a
derrota da Armada Espanhola como uma intervenção Divina. A

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colonização dos Estados Unidos por imigrantes protestantes salvou-os da
sorte da América do Sul, e desta maneira salvou a democracia. Quem
negaria que a mão de Deus estivesse nesses acontecimentos? “A história
da humanidade, o surgimento e declínio de nações, como Babilônia e
Roma, mostram que o progresso acompanha o uso das faculdades dadas
por Deus e a obediência à Sua Lei e, que o declínio nacional e a podridão
moral seguem a desobediência.

❖ Argumento da Crença Universal.


A crença de Deus é praticamente tão difundida quanto a própria
raça humana, embora muitas vezes se manifeste em forma pervertida ou
grotesca e revestida de ideias supersticiosas. Esta opinião tem sido
contestada por alguns que argumentam existirem raças que não tem a
menor concepção de Deus. Mas o senhor Jevons, autoridade no assunto
de raças e religiões comparadas, diz esta opinião: “Como é do
conhecimento de todos os antropólogos, já foi para o limbo das
controvérsias mortas… Todos concordam que não existem raças, por
mais primitivas que sejam totalmente destituídas de concepção religiosa!
Embora alguém cite exceções, sabemos que a exceção não inutiliza a
regra.

❖ Conclusão sobre os Argumentos.


A maior parte, não deposita todas as suas fichas a favor da
existência de Deus em um único argumento. Na verdade, cada
argumento parece demonstrar um atributo diferente de Deus, junto com
a sua existência. Por exemplo, o argumento cosmológico demonstra que
um Ser infinitamente poderoso existe; o teleológico revela que este Ser é
superinteligente; o argumento antropológico (moral) estabelece que Ele é
moralmente perfeito; o da história prova sua ação nas relações humanas
e o da crença universal que todos os seres humanos foram criados para
adorar o seu Criador.

❖ Sua Existência Negada.


O ateísmo consiste na negação absoluta da ideia de Deus. Alguns
duvidam que haja verdadeiros ateus; mas se houver, é impossível provar
que estejam sinceramente buscando a Deus ou que sejam logicamente
coerentes.
Visto que são os ateus que se opõem às convicções mais profundas

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e mais fundamentais da raça humana, a responsabilidade de provar a
não-existência de Deus recai sobre eles. Não podem sincera e
logicamente dizer-se ateus enquanto não apresentarem provas
irrefutáveis da não existência de Deus.
O ateísmo é um crime contra a sociedade, pois destrói o único
fundamento da moral e da justiça.
O ateísmo advoga que somente o universo físico existe; não existe
nenhum Deus, em parte alguma. O universo (ou o cosmos) é tudo o que
existe e tudo o que existirá, e ele é autossustentado. Alguns dos nomes
mais famosos do ateísmo são Karl Marx, Friedrich Nietzsche e Jean-Paul
Sartre.

❖ A Natureza de Deus.
Os atributos divinos levam-nos, com efeito, às diversas provas da
existência e da natureza Divina. Não podemos elevar-nos apenas pelas
forças da razão natural a conhecer a natureza Divina no que constitui
propriamente. Nós só a conhecemos por seus efeitos e quando estes não
são manifestos, temos, então, uma percepção delineada pela fé (Hb 11.6).
Sem dúvida, os efeitos trazem alguma semelhança com a causa: é
por isso que nosso conhecimento da natureza Divina é real.
Deus não é incognoscível (que não se pode conhecer). Porque o
conhecimento que temos dele, se não é perfeito, como já tivemos ocasião
de ver, é contudo, um conhecimento verdadeiro e real.
A ciência está longe de conhecer o mundo de uma maneira perfeita
e adequada: ela tem, no entanto, a pretensão legítima de descobrir para
nós, em parte, a natureza e as leis. Da mesma forma, se não podemos,
com os braços, abarcar uma montanha, podemos, ao menos, pela vista,
ter dela um conhecimento parcial.

1. O ponto de vista Divino.


Do ponto de vista Divino (…) as Escrituras definem a natureza Divina
da seguinte forma.
a) Deus é Espírito. “Deus é espírito, e importa que os que o adoram o
adorem em espírito e em verdade” (Jo 4.24).
Deus é Espírito, Eterno e Imutável, tanto em seu Ser, como em sua
sabedoria, poder, santidade, justiça, bondade, amor retidão e verdade.
b) Deus é Luz. “E esta é a mensagem que dele ouvimos, e vos
anunciamos: que Deus é luz, e não há nele trevas nenhuma” (1 Jo 1.5).

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c) Deus é Amor. “E nós conhecemos, e cremos no amor que Deus nos
tem: Deus é amor; e quem está em amor está em Deus, e Deus nele” (1 Jo
4.16).

Por inferência, nas passagens de Mateus 26.64 e Marcos 14.62,


Jesus diz que Deus é Poder. Evidentemente, se faz necessário que Deus
se revele a si mesmo através de seus atributos. Por meio dos quais,
somos conduzidos à uma percepção de sua natureza. Onde, porém, isso
não pode ser alcançado, Deus revela-se a si mesmo, fazendo-se conhecer
ou proclamando o seu nome (Êx 6.2).
No que tange a vida, Deus é de natureza imortal. Ele é “…O Rei dos
séculos, imortal” (1 Tm 1.17). “… Aquele que tem, ele só, a imortalidade”
(1 Tm 6.16).
Tanto no Antigo como no Novo Testamento aplicam a deus
quantidade incontável de qualificativos, que não podemos sistematizar
ou hierarquizar como se fosse atributos principais e secundários. Na sua
natureza plena, cada um dos atributos divinos corresponde à
determinada presença de Deus perto dos homens na história deles, e
esta presença é sempre total em cada caso. Eles designam sempre um
ato Divino mais do que uma forma do Ser de Deus.

2. Sua Origem.
A sua palavra “origem” só se aplica as coisas criadas. Ao pensarmos
em qualquer coisa que tenha origem, não estamos pensando em Deus.
Deus é auto-existente, quanto as coisas criadas necessariamente se
originaram em algum lugar e em algum tempo. Além de Deus, não há
nada auto-acusado.
O fato de Deus existir é tão normal que não temos no Antigo
Testamento nenhuma referência, ou pelo menos não aparece na Bíblia
vestígio de especulações sobre a origem ou o destino de Deus, embora a
teologia ocupe lugar considerável nas crenças dos povos vizinhos. Não
havia especulações sobre a origem ou o destino de Deus, embora a
teologia ocupe lugar considerável nas crenças dos povos vizinhos. Não
havia especulações, sobre os antecessores de Deus nas tábuas
genealógicas. Desde que Ele apareça, já é um Deus maior e soberano, por
ser um Deus vivo (Gn 1.1 e ss).

a) Ele é o início (não teve início): Início aqui, não se prende ao começo

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de uma coisa, e sim, à Causa primeira de tudo. Assim como a vida é uma
realidade misteriosa que apenas se pode constatar e que ninguém sonha
contestar, assim Deus é realidade que se impõe. A fé não se preocupa a
procurar a origem de Deus, e sim, sua existência. Porque sabe que Ele
existe (Hb 11.6). Porque Ele é vivo, podemos falar dele como de um
homem vivo, não deixamos nunca de lembrar que Ele está vivo. Porém,
no que diz respeito a sua origem, as Escrituras falam abundantemente do
que se pode conhecer da sua existência e do seu caráter, seus atributos
naturais e morais, seus nomes e seus títulos, sua existência trina, e tudo
que tange à sua pessoa em palavras e obras. Porém, quanto à sua origem
elas permanecem em silêncio e perfeito isolamento!

b) O que Deus é: O que quer que Deus seja, e tudo que é Deus, Ele o é
em si mesmo. Toda vida ou forma de existência está em Deus e vem de
Deus, seja a forma mais primitiva de vida consciente ou a vida altamente
inteligente e autoconsciente dum serafim ou de um outro poder
angelical. Nenhuma criatura tem vida em si; toda a vida é dom de Deus.
De modo inverso, a vida de Deus não é dom de outrem. Se
houvesse outro do qual Deus pudesse receber o dom da vida, ou
qualquer dom, esse outro é que seria de fato Deus.
É uma maneira elementar, mas certa de pensar em Deus como
Aquele que tudo contém, que dá tudo que é dado, mas que não pode em
si mesmo receber nada que Ele não teria dado primeiro.
Admitir que Deus necessita de algo seria admitir um Ser Divino
incompleto. A necessidade é uma palavra própria à criatura e não poderá
ser empregada em relação ao Criador. Deus tem uma relação voluntária
com tudo quanto criou, mas não tem qualquer relação necessária com
coisa alguma fora de sim mesmo (Is 40.13 e ss; Rm 11.35,36).

c) Deus não tem graduação: Sendo Deus um Ser supremo e soberano,


segue-se que não pode ser elevado. Não há acima dele, nada além dele.
Para a criatura, qualquer movimento em direção a Deus é elevação, e
para longe dele é queda.
Deus mantém por si mesmo a sua posição, e não precisa permissão
de ninguém. Desde que não é possível elevar a Deus, assim também é
impossível degradá-lo. Está escrito que Ele sustenta todas as coisas pelo
supremo poder de Sua Palavra.
Hb 1.1. Como então Ele pode ser elevado ou sustentado pelas

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próprias coisas que sustenta? Seria então, ilógico.
Mais uma vez, Deus não precisa de defensores. Ele é o Eterno não-
defendido. Quando se faz necessário que Ele use seus exércitos
angelicais, não é para se defender, e, sim, para defender alguém. Em
apocalipse 12.7, Miguel aparece a combater o “o diabo e seus anjos” em
defesa do Céu. Mas não em defesa de Deus!
As Escrituras usam muitos termos militares, a fim de comunicar-se
conosco num idioma que possamos compreender; mas certamente não
foi planejado que pensássemos no trono da Majestade como estando
sitiado, com Miguel, o anjo principal e poderoso com seus exércitos
celestiais lutando em defesa do Senhor dos exércitos! Deus não precisa
ser ajudado por ninguém. Isto é impossível!

❖ A imaterialidade de Deus.
Deus é puro Espírito. Os crentes são proibidos de fazer imagem
física de Deus (Êx 20.4). Deus não composto de matéria nem é corpóreo
(feito de corpo).

❖ A Definição de Imaterialidade.
Imaterial significa literalmente não material. Claro que isso levanta a
questão sobre o que é matéria. O que a humanidade entende por
matéria tem sofrido mudanças consideráveis ao longo dos séculos.
Certos filósofos gregos (chamados atomistas) reputaram que a matéria
fosse composta de bolinhas duras de realidade conhecidas por átomos. A
ciência moderna tem eliminado muita coisa do assunto da matéria,
falando dela em termos de energia física. O famoso e=mc² de Einstein
declara que a energia é igual a massa vezes a velocidade da luz ao
quadrado.
A despeito da natureza exata da matéria, o que comumente
entendemos o que Deus não é, quando dizemos que Ele é não-material.
Além de ser finita (limitada), dizemos que a matéria se estende no
espaço, e isto, tradicionalmente, significa ter parte fora da parte. Matéria
é aquilo que ocupa espaço; duas partículas não podem ocupar o mesmo
lugar. Atualmente, a concepção de matéria é mais como um queijo suíço.
Mesmo assim, contém massa e partículas que a causam a estender-se no
espaço.
Outra propriedade da matéria, como hoje em dia se concebe, é que
está sujeita à segunda lei da termodinâmica: O universo material está

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esgotando a energia utilizável. Além de massa e energia física, a luz e
forças físicas (como gravidade e o magnetismo) também são parte do
universo físico. Em todos estes sentidos da palavra material, Deus não é
material. De certo ponto de vista observacional, muito da matéria é
visível; por conseguinte, quando a Bíblia descreve que Deus é “invisível”
(Cl 1.15; Hb 11.3) também está insinuando que Ele é imaterial.

❖ A Base bíblica para a Imaterialidade de Deus.


Muitos textos afirmam que Deus é imaterial. Além disso, todos
estes versículos indicam que Deus está fora do mundo, o próprio fato de
Ele ter criado o universo material confirma o fato de que Ele não é
material.
“No princípio, criou Deus os céus e a terra” (Gn 1.1). “Não farás para
ti imagem de escultura, nem alguma semelhança do que há em cima nos
céus, nem embaixo na terra, nem nas águas debaixo da terra” (Êx 20.4).
Deus disse: “Não poderás ver a minha face, porquanto homem nenhum
verá minha face e viverá” (Êx 33.20). “Mas, na verdade, habitaria Deus na
terra? Eis que os céus e até o céu dos céus te não poderiam conter” (1 Rs
8.27). “Assim diz o Senhor: O céu é o meu trono, e a terra, o escabelo dos
meus pés. Que casa me edificareis vós? E que lugar seria o do meu
descanso? Porque a minha mão fez todas estas coisas, e todas estas
coisas foram feitas, diz o Senhor; mais eis para quem olharei: para o
pobre e abatido de espírito e que treme diante da minha palavra” (Is 66
1,2) “Deus é espírito, e importa que os que o adoram o adorem em
espírito e em verdade” (Jo 4.24).

❖ Os atributos naturais de Deus.


Podemos dividir em vários pontos de vista os atributos divinos. O
ponto de vista principal, porém, é o que distingue os atributos naturais
dos atributos morais. Mais ou menos como fazem os filósofos,
distinguindo os atributos entitativos e os atributos operativos.
Os primeiros são relativos ao Ser mesmo de Deus e não comportam
nenhuma relação com seres contingentes: infinidade, onipotência,
onipresença, onisciência, eternidade.
Os segundos, relativos às operações divinas, que dizem respeito,
uns, às operações imanentes: inteligência, sabedoria, amor, justiça,
retidão, presciência, providência, vontade, misericórdia.
O primeiro grupo relaciona-se com a natureza de Deus; enquanto

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que o segundo, com o seu caráter. Seja como for, Ele o é sem limite
algum. Um estudo dos atributos divinos dentro da esfera de nosso
conhecimento, será necessário para uma melhor compreensão do
significado do pensamento. Porque, finalmente, aquilo que Deus é
mesmo, jamais pode ser concebido pela imaginação humana. Então, é
necessário que alguma coisa sensível ao tato ou à nossa imaginação nos
conduza a Deus.

❖ Infinidade.
Infinidade significa algo sem limites, e para uma mente finita é
evidentemente impossível compreender o ilimitado. Quando dizemos
que Deus é infinito queremos dar a ideia de que Ele não conhece limites.
Mais uma vez, dizer que Deus é infinito é dizer que não existe meio
de medi-lo. As medidas são a maneira pela qual as coisas criadas dão
conta de si mesmas. Elas indicam limitações, imperfeições, e não poderão
ser aplicadas a Deus. O peso indica a força da gravidade da terra sobre os
corpos materiais; distância mede intervalos entre os corpos no espaço; o
comprimento significa a extensão no espaço, e existem outras medidas
conhecidas por nós que são usadas para líquidos, energia, som luz, e
números para os múltiplos.
Tentamos medir também as quantidades abstratas, e falamos de
grande ou pequena fé, alta ou baixa inteligência, maior ou menor talento.
Porém é evidente que não podemos falar de medidas e
quantidades, e tamanho e peso, ao mesmo tempo em que estivermos
falando de Deus, pois estes dizem respeito a graduações, e não existem
graus em Deus.
Tudo que Ele é, Ele é sem crescimento ou soma, ou
desenvolvimento. Nada em Deus é menos ou mais, grande ou pequeno.
Ele é o que em si mesmo é, sem qualificativos de pensamento ou palavra.
É deus simplesmente.

❖ Base Bíblica da Infinidade de Deus.


“Grande é o nosso Senhor e de grande poder; o seu entendimento é
infinito” (Sl 147.5). “Porventura, alcançarás os caminhos de Deus ou
chegarás à perfeição do Todo poderoso? Como as alturas dos céus é a
sua sabedoria; que poderás tu fazer? Mais profunda é ela do que o
inferno; que poderás tu saber? Mais comprida é a sua medida do que a
terra; e mais larga do que o mar” (Jó 11.7-9). “Quem mediu com seu

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punho as águas, e tomou a medida dos céus aos palmos, e recolheu em
uma medida o pó da terra, e pesou os montes e os outeiros em
balanças?” (Is 40.12) “Porque os meus pensamentos não são os vossos
pensamentos, nem os vossos caminhos, os meus caminhos, diz o Senhor.
Porque, assim como os céus são mais altos do que a terra, assim são os
meus caminhos mais altos do que os vossos caminhos, e os meus
pensamentos mais altos do que os vossos pensamentos.” (Is 55.8,9).

❖ Onipotência
Onipotência significa, literalmente, que Deus tem poder ilimitado
(oni significa “todo”, potente significa “poderoso”). De acordo com o léxico
hebraico padrão, a palavra (shadday) significa autossuficiente ou todo-
poderoso. A Septuaginta (LXX) traduziu essa palavra hebraica pelo
vocábulo grego “pantokrator”, que significa todo-poderoso.
No sentido teológico, “onipotente” significa que Deus pode fazer
tudo o que é possível fazer: Ou, Deus pode fazer o que não é impossível
fazer. O seu poder é ilimitado e desinibido por qualquer outra coisa.
Negativamente, onipotência não significa que Deus possa fazer o
que é contraditório. A Bíblia afirma que Deus não pode contradizer a sua
natureza (Hb 6.18; 2 Tm 2.13; Tt 1.2). Ele não pode forçar a liberdade (veja
por exemplo, Mt 23.37). Ele trabalha persuasivamente, mas não
coercivamente.
Além disso, onipotência não significa que Deus tem de fazer tudo o
que Ele pode fazer: Significa que Ele tem o poder de fazer tudo o que é
possível, mesmo que decida não fazer certas coisas. Deus é livre para não
usar a sua onipotência sempre que Ele desejar, quer dizer, Deus é livre
para limitar o uso do seu poder, mas Ele não é Livre para limitar a
extensão do seu poder. Deus tem de saber tudo o que sabe, mas Deus
não tem de fazer tudo o que Ele pode fazer.
A onipotência de Deus não significa o exercício de seu poder para
fazer aquilo que está dentro dos limites da concepção humana, como por
exemplo: Se Deus é Onipotente por que permitiu a serpente entrar no
jardim, e tentar o casal inocente? Mas, além de tudo, devemos primeiro
que Deus é soberano e absoluto e, como tal, age de acordo com a
natureza e vontade. Assim, o poder criador de Deus é, primeiramente,
eficiência de sua vontade. O universo foi criado não como exercício da
força muscular dos braços de Deus, mas sobretudo pelo supremo poder
da sua palavra: usando-se a expressão “faça-se!”.

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A Soberania e Potência.
Estes dois atributos andam juntos. Um atributo não existe sem o
outro. A fim de reinar (soberania), Deus precisa ter poder (potência), e
expressa absoluto poder, no exercício de todo o seu governo.

Observações importantes sobre a Onipotência de Deus.


Muitos elementos significativos emanam da onipotência de Deus;
dois são dignos de nota. A onipotência ajuda a solucionar o problema do
mal, e nos dá garantia de que Deus pode realizar o que Ele proclama.

A Onipotência Soluciona o Problema do Mal.


A declaração clássica do problema do mal é a seguinte:
(1) Um Deus Todo-bom derrotaria o mal.
(2) Um Deus Todo-poderoso pode derrotar o mal.
(3) Mas o mal não é derrotado.
(4) Por conseguinte; não pode existir tal Deus.

Contudo, este argumento desconsidera um fator importante


implícito na onipotência que pode ser redeclarado deste modo:
(1) Um Deus Todo-bom derrotaria o mal.
(2) Um Deus Todo-poderoso pode derrotar o mal.
(3) Mas o mal ainda não está derrotado.
(4) Por conseguinte, o mal será derrotado. É o fato que um Deus Todo-
bom e Todo-poderoso nos garante que isto acontecerá. Em suma, visto
que Deus é Todo-bom e Todo-poderoso, Ele tem a capacidade para
derrotar o mal, e o derrotará.

A Onipotência garante que Deus cumprirá Sua Palavra.


A Onipotência também nos proporciona a garantia de que Deus
cumprirá a Sua Palavra, que se refira a predições sobre o futuro, quer
diga respeito a promessas para nós no presente. Por exemplo, um Deus
Onisciente pode predizer o futuro, mas só um Deus Onipotente pode
executar o que Ele predisse. Semelhantemente, um Deus Todo-amoroso
pode prometer salvação, mas só um Deus Todo-poderoso pode realizar o
que prometeu (cf 2 Tm 1.2).

Base Bíblica para Onipotência de Deus.


O salmista escreveu: “o nosso Deus está nos céus e faz tudo que lhe

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apraz” (Sl 115.3). “Tudo o que o Senhor quis, ele fez nos céus e na terra,
nos mares e em todos os abismos” (Sl 135.6). “ninguém há que possa
fazer escapar das minhas mãos; operando eu, quem impedirá?” (Is 43.13).
“Ah! Senhor Jeová! Eis que tu fizeste os céus e a terra com o teu grande
poder e com o teu braço estendido; não te é maravilhosa demais coisa
alguma” (Jr 32.17). Deus perguntou: “Quem pode se comparar comigo?
Quem tem coragem de me desafiar?” (Jr 49.19, NTLH). A Bíblia também
fala sobre “a sobre-excelente grandeza do seu poder” (Ef 1.19) e que Ele
sustenta “todas as coisas pela palavra do Seu poder” (Hb 1.3): “As coisas
que são impossíveis aos homens são possíveis a Deus” (Lc 18.27).

❖ Onipresença.
“Para onde irei do Teu Espírito, ou para onde fugirei da Tua face! Se
subir ao céu, tu aí estás; se fizer no Seol a minha cama, eis que tu ali estás
também” (Sl 139.7,8).
A palavra “presente”, naturalmente significa aqui, perto de, próximo
a, e o prefixo (oni) lhe dá universalidade. Deus está em todo lugar, aqui,
perto de tudo, próximo de tudo.
A doutrina da onipresença de Deus nos ensina que Deus está a um
só tempo distante e bem perto, e é nele que os homens se movem e
vivem e tem a sua existência (At 17.25,28). Por exemplo, as Escrituras nos
ensinam que Deus é infinito. Isto quer dizer que o seu Ser não conhece
limites; não podendo assim haver limites à sua presença; Ele é
Onipresente. Na Sua infinitude Ele cerca a criação finita e a contém. Não
há lugar além dele, para a existência de coisa alguma.

a) O alcance do termo. Hildeberk de Lavardin declara: “Deus está sobre


todas as coisas, sob todas as coisas, dentro, mas não enclausurado, fora
mas não excluído; acima, mas não levantado; embaixo, mas não
deprimido; inteiramente acima, presidindo; totalmente abaixo,
sustentado; totalmente por dentro, preenchendo todo espaço”.
b) O sentido do termo. A palavra “Onipresença” tem em si a mesma
sentença do argumento precedente. Deriva-se também de dois termos
latinos “ommis”, que significa “tudo”, e “praesum”, estar próximo ou
presente em qualquer lugar.

O termo denota a imensidade de Deus em todo o universo. Deus é

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infinito, sem fronteiras ou limites tanto quanto ao seu Ser como quanto
aos seus atributos, e cada aspecto e elemento de sua natureza é infinito.
Essa natureza infinita, em relação ao tempo, é chamada eternidade, e em
relação ao espaço é chamada onipresença.
“Em relação ao universo, ela implica tanto em transcendência de
Deus se entende que Ele está separado de toda sua criação como ser
independente e autoexistente. Já por imanência se entende sua presença
difundida e seu poder dentro de sua criação”.
Para Deus a distância não tem sentido; Ele não só conhece as
origens das coisas como está presente em cada coisa criada. O próprio
Jeremias descreve a Onipresença Divina da seguinte maneira: “Sou eu
apenas Deus de perto, diz o Senhor, e não também Deus de longe?
Esconder-se-ia alguém em esconderijos, de modo que eu não veja? Diz o
Senhor; (Jr 23.23,24). O Deus eterno é Onipresente e todo o seu Ser:

1. Sua mão: “Vede agora que eu, eu o sou, e mais nenhum Deus comigo;
eu mato, e eu faço viver; eu firo,; e ninguém há que escape da minha
mão” (Dt 32.39).
2. Seus olhos: “Os olhos do Senhor estão em todo o lugar, contemplando
os maus e os bons” (Pv 15.3).
3. Em todo o espaço: “Assim diz o Senhor: O Céu é o meu trono, e a terra
o escabelo dos meus pés...” (Is 66.1). Jacó exclama depois de ter
acordado: “Na verdade o Senhor está neste lugar; e eu não sabia” (Gn
28.16b).

O Deus eterno não depende de tempo ou lugar para está presente.


Quando Ele vai também fica; e quando fica também vai. Ele é o Deus:
“...Bem presente” (Sl 146.1). Um filósofo perguntou perguntou certa feita
a um cristão: “Onde está Deus?”, o cristão replicou: “Primeiro desejo
perguntar-lhe: Onde não está Ele, doutor?”.
Deus, portanto, através de Sua Onipresença controla e preenche
todos os limites do universo! Em Deus tudo está presente e Ele está
presente em tudo!

Base Bíblica para a Onipresença de Deus.


“Mas, na verdade, habitaria Deus na terra? Eis que os céus e até o
céu dos céus te não poderiam conter” (1 Rs 8.27). “Porque o Senhor é
Deus grande e Rei grande acima de todos os deuses. Nas tuas mãos

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estão às profundezas da terra, e as alturas dos montes são suas. Seu é o
mar, pois ele o fez, e as suas mãos formaram a terra seca” (Sl 95.3-5).
“Para onde me irei do Teu Espírito ou para onde fugirei da Tua face? Se
subir ao céu, tu aí estás; Se fizer no Seol a minha cama, eis que ali estás
também; Se tomar as asas da alva, se habitar nas extremidades do mar,
até ali a tua mão me guiará e a tua destra me susterá” (Sl 139.7-10).

❖ Onisciência.
Historicamente, a onisciência de Deus era uma doutrina clara e
direta. Deus conhece tudo, passado, presente e futuro; Ele conhece o real
e o impossível (o contraditório) está fora do conhecimento de Deus.
Devemos admitir, então, que Deus é uma inteligência infinita e
possui uma ciência infinita, a saber, não apenas a ciência de tudo o que
foi, é e será, mas ainda de tudo que é possível. No pensamento filosófico
a ciência consiste, em geral, no conhecimento da verdade. Considerada
em seu próprio ato, a ciência é a possessão intuitiva e perfeita pela
inteligência de todas as verdades que são do seu domínio. Quanto maior
a ciência, tanto maior é a luz e, se a ciência é infinita a luz é sem sombra.
Tal é a ciência de Deus.

a) Perfeição de sabedoria. Quando nos referimos à Sabedoria Divina,


significa que Deus possui conhecimento perfeito, e portanto, não tem
qualquer necessidade de aprender. Mas significa ainda mais: Deus nunca
aprendeu nem jamais o poderá fazer.
O dr. A. W. Tozer diz a seu respeito o que segue: “Deus sabe de
imediato e sem esforço algum toda matéria e todas as matérias, toda
mente e todas as mentes, todo espírito e todos os espíritos, todo ser e
todos os seres, toda a criatura e todas as criaturas, toda a pluralidade e
todos os plurais, toda a lei e todas as leis, todas as revoluções, todas as
causas, todos os pensamentos, todos os mistérios, todos os enigmas,
todos os sentimentos e desejos, todos os segredos jamais proferidos,
todas as coisas visíveis e invisíveis, todos os tronos e domínios, todas as
personalidades, movimento, espaço, tempo, vida, morte, bem, mal, céu,
inferno, eternidade...”.
b) Definição do argumento. A palavra Onisciência se deriva de dois
termos latinos “ommes”, que significa tudo e “cientia”, que significa
conhecimento. Ambos os termos denotam a infinita Sabedoria de Deus.
Seu conhecimento de todas as coisas. Deus conhece todas as coisas

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porque “… O seu conhecimento é infinito” (Sl 147.5). E além disso, “Ele é
sábio de coração, poderoso em força” (Jó 9.4).
Mas isso é apenas as orlas do manto da Sabedoria Divina! Ninguém
jamais pode sondar “a profundidade das riquezas, tanto o da Sabedoria ,
como da ciência de Ddeus” (Rm 11.33).
O Senhor Jesus, como um dos membros da Santíssima Trindade,
possui em si “...toda plenitude da divindade” (Cl 2.9), e por cuja razão
Pedro podia dizer: “...Senhor tu sabes tudo!” (Jo 21.17).

Base Bíblica para a onisciência de Deus.


“E viu o Senhor que a maldade do homem se multiplicara sobre a
terra e que toda a imaginação dos pensamentos de seu coração era só
má continuamente” (Gn 6.5). “Por ventura, a Deus se ensinaria ciência?”
(Jó 21.22). “Na verdade, as minha palavras não são falsas; contigo está
alguém cujo conhecimento é perfeito” (Jó 36.4). “Tens tu notícia do
equilíbrio das grossas nuvens e das maravilhas daquele que é perfeito
nos conhecimentos?” (Jó 37.16). “E quão preciosos são para mim, ó Deus,
os teus pensamentos! Quão grande é a soma deles! Se os contasse! Se os
contasse, seriam em maior número do que a areia; quando acordo, ainda
estou contigo” (Sl 139.17,18).

❖ Sabedoria.
A palavra hebraica para sabedoria é chokam (chakam); a palavra
grega é Sophia. Ambas as palavras significam “sabedoria” ou “habilidade”.
A sabedoria tem a ver com a habilidade de escolher os meios certos para
os fins desejados. O conhecimento é a apreensão da verdade pela mente,
ao passo que a sabedoria é a aplicação da verdade à vida, como o livro de
Provérbios amplamente ilustra (ver também Tg 1.5).
Considerando que Deus é infinito e sábio, Ele tem de ser
infinitamente sábio: Isto se chama onissapiência. Assim aplicada a Deus,
a sabedoria se refere à sua habilidade infalível de escolher os melhores
meios para realizar os melhores fins. Como tal, a sabedoria de Deus está
arraigada em vários outros atributos. A sua onisciência fornece o
conhecimento para as suas escolhas sábias; a sua onibenevolência
assegura que elas serão escolhas boas; e a sua onipotência lhe permite
alcançar os seus fins pelos meios que Ele escolhe.

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A Base Bíblica para a Sabedoria de Deus.
“E, tu, Esdras, conforme a sabedoria do teu Deus, que está na tua
mão, põe regedores e juízes que julguem a todo o povo” (Ed 7.25). “Com
ele está a sabedoria e a força; conselho e entendimento tem” (Jó 12.13).
“Seja bendito o nome de Deus para todo o sempre, porque dele é a
sabedoria e a força” (Dn 2.20). “Por isso, diz também a sabedoria de Deus:
Profetas e apóstolos lhes mandarei” (Lc 11.49). “Ao único Deus, sábio, seja
dada glória por Jesus Cristo para todo o sempre, Amém. “Mas falamos da
sabedoria de Deus, oculta em mistério, a qual Deus ordenou antes dos
séculos para nossa glória” (1 Co 2.7). “Para que, agora, pela igreja, a
multiforme sabedoria de Deus seja conhecida dos principados e
potestades nos céus” (Ef 3.10).

As palavras de Deus são sábias.


“A lei do Senhor é perfeita e refrigera a alma; o testemunho do
Senhor é fiel e dá sabedoria aos símplices” (Sl 19.7). “Os sábios foram
envergonhados, foram espantados e presos; eis que rejeitaram a palavra
do Senhor; que sabedoria, pois, teriam?” (Jr 8.9).

Os atos de Deus são sábios.


“Ó Senhor, quão variadas são as tuas obras! Todas as coisas fizeste
com sabedoria; cheia está a terra das tuas riquezas” (Sl 104.24). “O
Senhor, com sabedoria fundou a terra; preparou os céus com
inteligência” (Pv 3.19). “Ele fez a terra pelo seu poder; ele estabeleceu o
mundo por sua sabedoria e com a sua inteligência estendeu os céus” (Jr
10.12). “Quem é sábio, para que entenda estas coisas? Prudente, para
que as saiba? Porque os caminhos do Senhor são retos, e justos andarão
neles, mas os transgressores neles cairão” (Os 14.9).

Deus é a Fonte de toda Sabedoria.


“Porque o Senhor dá sabedoria e da sua boca vem o conhecimento
e o entendimento” Pv 2.6). “Depois, disse Faraó a José: Pois que Deus te
fez saber tudo isto, ninguém há de tão entendido e sábio como tu” (Gn
41.39). “E todo o Israel ouviu a sentença que dera o rei e temeu ao rei,
porque viram que havia nele sabedoria de Deus, para fazer justiça” (1 Rs
3.28). “E deu Deus a Salomão sabedoria, e muitíssimo entendimento, e
largueza de coração, como a areia que está na praia do mar” (1 Rs 4.29).

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A Base Teológica para a sabedoria de Deus.
A Sabedoria está baseada na onisciência.
Deus é onisciente ou Todo-conhecedor, Deus conhece todos os fins
e todos os meios. Além disso, Ele conhece quais destes meios são os mais
eficazes para alcançar estes fins. Conclui-se que a onisciência de Deus o
capacita a ser sábio.

A sabedoria está baseada na onibenevolência.


Deus não só o Todo-conhecedor, Ele também é Todo-bom. A
onisciência é somente a condição necessária para a sabedoria, não a
condição suficiente – a onibenevolência também é integrante. A pessoa
sábia não só conhece os meios eficazes para alcançar quais fins, mas Ele
também sabe quais são os melhores meios para o melhor fim. Por
conseguinte, um Deus que é Todo-conhecedor e Todo-bom é
verdadeiramente Todo-sábio (onissapiente).

A sabedoria está baseada na onipotência.


Para que onibenevolência de Deus seja operativa, Ele também tem
de ser Todo-poderoso, pois mesmo que Ele conheça os meios mais
eficazes para um fim (na sua onisciência) e os melhores meios para os
melhores fins ( na sua onibenevolência), Ele também tem de ser Todo-
poderoso para alcançar os seus fins desejados.

❖ Atributos morais de Deus

Santidade de Deus.
A definição da santidade de Deus.
As palavras bíblicas referentes são godesh, que significa
“afastamento”, “distanciamento” ou “sacralidade”, e godosh, que significa
“sagrado” ou “santo”. A palavra grega hagios, significa “íntegro”, “correto”,
“justo”, “santo” ou “pio”.
Teologicamente, a santidade de Deus significa que Ele é total e
inteiramente separado de toda a criação e do mal. A sua santidade está
associada com o seu zelo (Js 24.19), a sua exaltação (Sl 99.9; Is 5.16), a sua
justiça (Is 5.16; Lc 1.75), a sua onipotência (Ap 4.8), a sua singularidade
absoluta (Êx 15.11), a sua pureza moral (2 Co 7.1) e o seu agravamento
pelo mal (Sl 78.41). Como tal, a sua santidade inspira um sentimento
profundo de temor (Is 29.23).

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Como mencionado acima, a santidade de Deus é um atributo
metafísico e moral. Refere-se à sua singularidade moral absoluta como
também à sua separação total de todas as criaturas. Em certo sentido, a
santidade é um atributo global de Deus que o distingue de tudo o mais
que existe.

A base bíblica para a santidade de Deus.


“Ó Senhor, quem é como tu entre os deuses? Quem é como tu,
glorificado em santidade, terrível em louvores, operando maravilhas?” (Êx
15.11). “Porque eu sou o Senhor, vosso Deus; portanto, vós vos
santificareis e sereis santos, porque eu sou santo; e não contaminar a
vossa alma por nenhum réptil que se arrasta sobre a terra”. (Lv 11.44).
“Não podereis servir ao Senhor, porquanto é Deus santo, é Deus zeloso,
que não perdoará a vossa transgressão nem os vossos pecados” (Js
24.19).
Deus é para o homem o Santo Primeiro, o santo exige respeito,
veneração, profunda humildade. “Dele depende meu destino”. Declara R.
Otto.
A santidade de Deus se manifesta em suas obras: “Justo é o Senhor
em todos os seus caminhos, e santo em todas as suas obras” (Sl 145.17).
Nada senão o que é excelente pode proceder dele. Santidade é o padrão
de todas as suas ações.
A santidade de Deus se manifesta na sua lei. Essa lei proíbe o
pecado em todas as suas variantes. Nas suas modalidades mais
refinadas, e nas mais grosseiras, os intentos da mente como a
contaminação do corpo, o desejo secreto como ato abertamente
praticado.
A santidade de Deus se manifesta na cruz. De maneira espantosa, e,
contudo, a mais solene, a expiação demonstra a santidade infinita de
Deus e sua aversão ao pecado.
Sob este aspecto, Deus é reputado como sendo o Deus terrível,
diante do qual o homem sente angústia. Mas, por outro lado, o santo
exerce sobre o homem uma atração, uma espécie de fascinação mesmo,
porque Ele é o Bem e a Fonte de todo bem. Esta santidade divina faz,
então, o medo desaparecer e o temor se aproximar. E, portanto, tudo se
normaliza! Porque o medo faz fugir! Mas o temor faz adorar e servir.

a) Definição Bíblica. “Falou mais o Senhor a Moisés, dizendo: Fala a toda

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congregação dos filhos de Israel, e dize-lhes: Santo sereis, porque eu, o
Senhor vosso Deus, sou santo” (Lv 19.1,2).
O presente texto divino faz uma declaração do próprio Deus sobre
sua santidade e expressa vários sentidos e aplicações:

1º. Deus é santo: Essa ideia domina todo o Antigo Testamento,


expressando a intuição fundamental na qual arraigaram todas as demais
doutrinas particulares de santidade.

2º. Deus é santo em dois aspectos principais (estamos falando no


conceito de santidade exigida no Ser e na moral), aparentemente,
também compreendido pelas próprias nações pagãs que viviam à
margem de sua santidade declarada, mas, na realidade, ambos os polos
da religião de Israel se baseavam nesta santidade divina.

❖ Justiça de Deus.
A justiça de Deus é um atributo moral e, como tal, intrínseco a Deus
(e intrínseco às suas criaturas). Sendo um Ser infinito e imutável, Deus é
infinito e imutavelmente justo.
A palavra justo (em grego dikaios) significa, literalmente, “ser justo”,
“ser reto”. Teologicamente, diz respeito à característica intrínseca de Deus
em que Ele é absolutamente justo ou reto e é o padrão último de justiça e
retidão.
A justiça incorpora a ideia de equidade moral, e a iniquidade é seu
exato oposto. Quantos anos a palavra justiça referindo-se a Deus,
estamos apenas descrevendo uma das maneiras em que Ele é, nada
mais; e quando Deus age justamente Ele não está se conformando a
algum critério independente, mas agindo simplesmente como Ele mesmo
numa dada situação.
Tudo no universo é bom segundo se conforme à natureza de Deus e
mau se deixa de fazê-lo. Deus é seu próprio princípio de equidade moral,
autoexistente, e quando Ele condena os homens maus ou galardoa aos
justos, está apenas agindo como Ele mesmo, não influenciado por coisas
que não façam parte dele.

1. O conceito do argumento. As Escrituras em seu escopo (visão) e


conceito (classificação), declaram ser Deus “O justo juiz” (Gn 18.25; 2 Tm
4.8; Ap 16.7). Ele não pode ultrajar o direito de ninguém, se assim fosse,

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contrariaria toda a sua natureza, pois “justiça e juízo são a base do seu
trono”. (Sl 97.2b).
A justiça Divina é execução da retidão; Essa pode ser chamada de
santidade judicial.

2.O alcance do argumento. A palavra justiça aparece dezenas de vezes


no Antigo Testamento, como tradução do termo hebraico “çetheq”.

No Novo Testamento, o substantivo justiça aparece como tradução


do termo grego “dikaios” cerca de 90 vezes. E seu sentido geral, significa
equidade legal. A palavra quando se aplica a pessoa de Deus, significa
“infinita retidão daquele que é justo”.
Deus não é somente justo, mas justificador daquele que olha para
Cristo (Rm 3.24,25; 5.9; Gn 2.16; 3.8,24 etc.).
A retidão de Deus é a imposição de leis e exigências retas; podemos
chamá-la de santidade legislativa. Nesse atributo vemos revelado o
empenho de Deus pela santidade que sempre o impele a fazer e a exigir
o que é reto (Sf 3.5).
Deus é reto e íntegro em todo o seu Ser, obras e palavras e por
conseguinte, “...em todos os seus caminhos” (Sl 92.15; Os 14.9). “Ele se
move por uma vereda de equidade e absoluta perfeição”. Deus
estabelece normas retas para os salvos e também para os pecadores.

A base bíblica para a Justiça de Deus.

1. A justiça respeito aos seus juízos: “O temor do Senhor é limpo e


permanece eternamente; os juízos do Senhor são verdadeiros e justos
juntamente” (Sl 19.9).
2. A justiça é a base do seu trono: “Justiça e juízo são a base do seu trono;
misericórdia e verdade vão adiante do seu rosto” (Sl 89.14).
3. A justiça é o cetro do seu Reino: “Ó Deus, o teu trono subsiste pelos
séculos, cetro de equidade é o cetro do teu reino” (Hb 1.8).
4. A justiça não comete iniquidade: “O Senhor é justo, no meio dela; ele
não comete iniquidade; cada manhã traz o seu juízo à luz; nunca falta” (Sf
3.5).
5. A justiça é eterna: “Espalhou, deu aos pobres, a sua justiça permanece
pra sempre” (2 Co 9.9).
6. A justiça é o padrão último de julgamento para o mundo: “Porquanto

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tem determinado um dia em que com justiça há de julgar o mundo, por
meio do varão que destinou” (At 17.31).
7. A justiça retribui a todos de acordo com as suas ações: “[Deus]
recompensará cada um segundo as suas obras” Rm 2.6).

Sendo um atributo moral, as criaturas também podem possuir a


justiça: É uma característica comunicável de Deus, por conseguinte, é
algo:
(a) em que devemos ser ensinados (2 Tm 3.16,17);
(b) que devemos buscar (Mt 6.33);
(c) que devemos ter sede (Mt 5.6);
(d) pela qual devemos sofrer (1 Pe 3.14; 2 Tm 3.12);
(e) a que devemos nos submeter (Rm 10.3);
(f) que devemos praticar (1 Jo 3.7).

❖ A Misericórdia de Deus.
Há várias palavras hebraicas que são associadas com a
misericórdia de Deus. A palavra kapporeth (derivada de kopher) significa
“resgate”, “propiciatório” ou “assento da misericórdia, onde era oferecido
o sangue da expiação a Deus. A palavra racham significa “amar”, “ter
compaixão” ou “mostrar misericórdia”. A palavra chesed quer dizer
“bondade”, “benignidade”, “misericórdia”, “ternura” ou “bondade
carinhosa”.
Nas páginas do Novo Testamento, há palavras gregas associadas
com misericórdia. A palavra eleemon (deriva de eleeo) significa “mostrar
misericórdia”, “compadecer”, “ter compaixão” ou “ser misericordioso”. A
palavra eleemon descreve uma atitude misericordiosa e simpatizante em
referência aos seres humanos (Mt 5.7) como também a Jesus (Hb 2.17). A
palavra eleos é empregada acerca de um ser humano para com o outro
(Mt 9.13; 12.7; Lc 10.37) como também de Deus em relações aos seres
humanos (Lc 1.50,58 Gl 6.16; Rm 15.9; Tt 3.5).

A base bíblica para a Misericórdia de Deus.


A Misericórdia de Deus está arraigada na sua Bondade e Amor.
“Com o teu amor conduzes o povo que resgataste” (Êx 15.13 NVI).
“[Deus] guarda a misericórdia em mil gerações, que perdoa a iniquidade,
a transgressão e o pecado, ainda que não inocenta o culpado” (Êx 34.7
ARA). “Rendei graças ao Senhor, porque ele é bom, porque a sua

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misericórdia dura para sempre” (1 Cr 16.34 ARA) “E quando levantaram
eles a voz com trombetas, címbalos e outros instrumentos músicos para
louvarem ao Senhor, porque é bom; porque a sua misericórdia dura para
sempre” (2 Cr 5.13 ARA).

A Misericórdia de Deus é Grande.


“Eis que agora, o teu servo tem achado graça aos teus olhos, e
engrandeceste a tua misericórdia que a mim me fizeste, para guardar a
minha alma em vida” (Gn 19.19). “Segundo a grandeza da tua
benignidade e como também perdoaste a este povo desde a terra do
Egito até aqui” (Nm 14.19). “E disse Salomão: de grande beneficência
usaste tu com teu servo Davi, meu pai, como também el andou contigo
em verdade, e em justiça, e em retidão de coração, perante a tua face” (1
Rs 3.6).

A Misericórdia de Deus é Perpétua.


“Saberás, pois o Senhor, teu Deus, é Deus, o Deus fiel, que guarda o
concerto e a misericórdia até mil gerações aos que o amam e guardam os
seus mandamentos (Dt 7.9). “ Rendei graças ao Senhor, porque ele é
bom, porque a sua misericórdia dura para sempre” (1 Cr 16.34 ARA).
“Aconselhou-se com o povo, e ordenou cantores para o Senhor, que,
vestidos de ornamentos sagrados e marchando à frente do exército,
louvassem a Deus, dizendo: Rendei graças ao Senhor, porque a sua
misericórdia dura para sempre” (2 Cr 20.21 ARA).

A Misericórdia de Deus é Fiel.


“E contigo sejam misericórdia e fidelidade” (2 Sm 15.20 ARA). “Será,
pois, que, se, ouvindo estes juízos, os guardares e cumprires, o Senhor,
teu Deus, te guardará a aliança e a misericórdia prometida sob juramento
a teus pais” (Dt 7.12 ARA). “Ó Senhor, Deus de Israel, não há Deus como
tu, em cima nos céus nem embaixo na terra, como tu que guardas a
aliança e a misericórdia a teus servos que de todo o coração andam
diante de ti” (1 Rs 8.23 ARA).

❖ O amor de Deus.
Para nós essa é a mais profunda de todas as verdades que a
totalidade da vida de Deus encerra. É o sacrifício próprio! “...éDeus amor!
(1 Jo 4.16b). E esta e a grande declaração da Bíblia, quando descreve a

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natureza de Deus.
Na língua grega, a palavra amor pode ser vista em quatro
dimensões. Há o tipo de amor Eros, que é o amor físico e sensual,
necessariamente para relações do casamento. Há o tipo Philéo, que é o
amor expresso em amizade, afeição e fraternidade. Há o tipo Stergo, que
é o amor conjugal, Ágapê, que é o amor de Deus, este é, portanto, a fonte
de todo o amor.
O amor envolve o sacrifício de dar, em lugar de receber (Jo 3.16). A
benção do dar-se a si mesmo. Se o amor de Deus não fosse dessa
natureza, seria falso dizer que Deus é amor! Pois, mesmo em nossa
natureza humana, aquilo que procura usufruir de tudo, em vez de dar
tudo, recebe outro nome muito adverso.

Base Bíblica para o Amor de Deus.


“Tão somente o Senhor tomou prazer em teus pais para os amar; e
a vós, semente deles, escolheu depois deles, de todos os povos, como
neste dia se vê” (Dt 10.15). “Porque eu, o Senhor amo o juízo, e aborreço
a iniquidade” (Is 61.8). “Em toda a angústia deles foi ele angustiados, e o
anjo da sua presença os salvou; pelo seu amor e pela sua compaixão, ele
os remiu” (Is 63.9).

❖ Os Nome de Deus.
Longe de ser simples etiqueta, pura descrição externa, o nome em
toda a extensão das Escrituras tem profundo significado e infinito
alcance.
Ele exprime a realidade profunda do ser que carrega. Por isso, a
criação só está completa no momento em que a coisa trazida a existência
recebeu o nome (Gn 2.19).
Por outro lado, Deus é Javé, isto é, “Ele é”, pois sua realidade é de
Ser eternamente (Êx 3.13 e ss). Por todas estas razões, eliminar o nome é
suprimir a existência.
O sentido do nome. O nome é dado para fazer conhecer aquilo que
vem a existência (1 Sm 24.22; 2 Rs 14.27; Jó 18.17).
Do ponto de vista Divino de observação, o nome de Deus é o nome
por excelência! (Zc 14.9), a ponto de, por temor religioso, Deus só pode
ser chamado simplesmente no nome, e ninguém pode blasfemar,
conforme Lv 24.11 e 2 Sm 6.2.

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1. Jeová.
O nome de Deus é Javé = “Ele é”, nome Eterno (Êx 3.15), do qual
depende a realidade dos outros nomes (Is 56.5).
Nas páginas áureas da Bíblia Sagrada o nome completo da
divindade é Pai, Filho e Espírito Santo. Pode se tornar mais explícito:

a. Deus Pai (1 Pe 1.3).


b. Deus Filho (Hb 1.9).
c. Deus Espírito Santo (At 5.3,4).

Os títulos da primeira pessoa ficam largamente restritos a


combinações associadas com a palavra Pai.
Ele é chamado o Pai de nosso Senhor Jesus Cristo; Pai das
misericórdias; Aba, Pai! Pai Celestial; Pai dos espíritos; Pai Santo; Pai Justo;
Pai das Luzes; Pai da Glória.
No que diz respeito à segunda pessoa da Santíssima Trindade, há
cerca de trezentos títulos e designações na Bíblia que se referem a ela.
Contudo, seu nome final e completo é: SENHOR JESUS CRISTO; sendo
que;

• SENHOR, o título da Divindade;


• JESUS, o título da sua Humanidade;
• CRISTO, o título de seu ofício como profeta, sacerdote e rei,
incluindo o Messias do Antigo Testamento.
Os nomes e títulos revelados para “O Espírito de Deus” (Gn 1.2).
Depois, com mais de 20 designações como esta

JEOVÁ
“E Deus disse mais a Moisés: assim dirás aos filhos de Israel: o
Senhor Deus de vossos pais, Deus de Abraão, Deus de Isaque, Deus de
Jacó, me enviou a vós; este é o Meu Nome Eternamente, este é meu
memorial de geração a geração” (Êx 3.15).
A relação entre Jeová e Israel resume-se no uso dos nomes
encontrados nos concertos entre Jeová e seu povo.
• Aos que jazem em leitos de doença manifesta-se como JEOVÁ-RAFÁ,
“O Senhor que cura”, Êx 15.26.
• Os oprimidos pelo inimigo invocam a JEOVÁ-NISSI, “O Senhor nossa
bandeira”, Êx17.8-15.

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• Os carregados de cuidados aprendem que ele é JEOVÁ-SHALOM, “O
Senhor nossa paz”, Jz 6.24.
• Os peregrinos na terra sentem a necessidade de JEOVÁ-RA´AH, “O
Senhor é meu pastor”, Sl 23.1.
• Aqueles que se sentem sob condenação e necessitados da
justificação, esperançosamente invocam a JEOVÁ-TSIDKENU, “O
Senhor nossa justiça”, Jr 23.6.
• Aqueles que se sentem desamparados aprendem que ele é o
JEOVÁ-JIREH, “O Senhor que prove”, Gn 22.14.
• E quando o reino de Deus se houver concretizado na terra, será ele
conhecido como JEOVÁ-SHAMMAH, “O Senhor está ali”, Ez 48.35.

O nome de Deus de Israel, “YAHWEH”, é sempre difícil transcrever


em letras latinas por motivos tipográficos. Para exemplificar e unificar, se
tem por toda parte, transcrito o tetragrama sagrado, não segundo o valor
das letras hebraicas, mas de maneira fonética, resultando Jahvé.
Receio do nome: Jeová, segundo os rabinos significa “O Senhor
Redentor”. Ocorre cerca de 5.600 vezes em nossas traduções.
Entre os judeus, porém havia bastante relutância em pronunciar o
nome sagrado de Deus e, assim, as palavras hebraicas “El”, “elõah”, e
“Elohîm” se traduzem, como regra geral, por Theos, enquanto que YHWH
em casos excepcionais, por Kirios, isto é, “Senhor” Em outras partes,
porém, Kirios traz o sentido de Onipotente, Poderoso, ou senão, por
Dynamis, Força, Poder (Ne 5.5), ou Dynastês, Princípe, Soberano. Assim o
nome Javé ou Jah é substituído por Theos apenas cerca de 330 vezes.
Com efeito, foi com este nome que Deus se revelou a Moisés e
disse: “EU SOU O QUE SOU!”. Está em forma abreviada, “JÁ”, no Salmo
68.4, citado em conexão com o louvor. Em alguns casos, a palavra Aleluia
tem o sufixo “já” no final, e significa: Louvai ao Senhor, ou seu nome.

ELOHIM.
“No princípio criou Deus (Elohim) os céus e a terra...” (Gn 1.1).
Aqui, portanto, aparece pela primeira vez o nome da Suprema
Divindade. É uma revelação da Trindade em conjunto. Só no primeiro
capítulo encontramos este nome 32 vezes e, segundo os rabinos, 2310
vezes ocorre no Antigo Testamento.
Eloim ou Elohim forma o plural usando sufixo “IM”. A forma singular
é Eloah, que indica o Deus Criador de todas as coisas.

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Revela a Trindade.
Eloim revela a Deus como Supremo Criador de todas as coisas
visíveis e invisíveis. O Antigo Testamento usa mais frequentemente como
nome próprio. Este termo Eloim, que, originalmente era um simples
apelativo para designar todos os deuses, foi, contudo, consagrado pelos
judeus como substantivo do nome infalível de Jeová. Eles, então, o
entendiam de duas formas: para salientar que o Senhor era o Deus por
Excelência, e que o Criador era o Supremo de todo o universo. E,
semelhantemente, este nome indicava que, apesar de Ser Uno, contudo,
havia outras manifestações pluralizadas que indicávamos demais
membros da Trindade, na Divindade.
• El (Deus) – é usado em certas combinações:
• El-Elyon (Gn 14.18-20), o Deus Altíssimo, o Deus que é exaltado
sobre tudo o que se chama deus ou deuses.
• El-Shaddai, “O Deus que é suficiente para as necessidades do seu
povo”, Êx 6.3.
• El-Olam, “o Eterno Deus” (Gn 21.33).

ADONAI – significa literalmente ‘Senhor’ ou ‘Mestre’ e dá a ideia de


governo e domínio (Êx 23.17; Is 10.16,330. Por causa do que Deus é e do
que tem feito, ele exige o serviço e a lealdade do seu povo. Este nome no
Novo Testamento aplica-se ao Cristo glorificado.

❖ Crenças Errôneas.

A Ideia Gnóstica.
O termo “gnóstico” ou “agnóstico” vem da raiz “gnosis” que significa
“saber por excelência”. Ligado a palavra epistemologia que trazia em si o
sentido de “estudo dos limites da faculdade humana de conhecimento e
os critérios que condicionam a validade dos nossos conhecimentos” (Dic.
Da Líng. Port. 11 Edição 1979).
a. Conceito gnóstico. Os gnósticos advogam que o Deus Altíssimo
estaria bem remoto deste mundo. Não haveria modo como o Deus
Supremo pudesse tocar na matéria, pois isso o contaminaria. Deus
seria um ser desconhecido, inefável, acerca de quem nada pode ser
atribuído. Para o gnóstico, a única maneira de se chegar a Deus, era
através dos poderes angelicais. Deus estaria distante demais, e não

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poderia ser alcançado. Em outras palavras, os gnósticos
procuravam cada vez mais, afastar Deus das criaturas negando,
assim, sua natureza e paternidade.
b. Refutação do Argumento. Muitos livros do Novo Testamento foram
escritos para combaterem essa filosofia herética: Colossenses, as
três epístolas pastorais (Tiago, 1 e 2 Pedro), as três epístolas do
apóstolo João, 1 e 2 Timóteo, e as epístolas de Tito e Judas. O dr.
George Park Fisher escreve: O agnosticismo é a ciência da
destruição.
Conclusão: Eles ignoram quaisquer provas racionais, pois estas,
quando consistentemente seguidas, eliminam as próprias provas que
eles apresentam para suas próprias teorias. Mas, segundo se depreende,
o objetivo gnóstico era, degradar a Deus, a alma humana e a
imortalidade. E concluem dizendo: “Nunca podemos ter um
conhecimento puro objetivamente impoluto do Ser Supremo. Se
sabemos que Ele existe, não podemos saber o que É; se podemos afirmar
sua existência, somos, contudo, ignorantes quanto à sua essência” (cf.
Enc. Brit. 14 ed s. v. Agnosticismo).

Politeísmo (Culto de muitos deuses).


Era característico das religiões antigas e pratica-se ainda hoje em
muitas terras pagãs. Baseia-se ele na ideia de que o universo é
governado, não por uma força só, mas sim por muitas, de maneira que
há um deus da água, um deus do fogo, um deus da montanha, um deus
das guerras, etc. Foi esta a consequência natural do paganismo que
endeusou os objetos finitos, as forças naturais e “adoraram e serviram a
criatura e não ao Criador” (Rm 1.25).

O Panteísmo (Proveniente de duas palavras gregas que significam “tudo


é Deus”).
É o sistema de pensamento que identifica Deus com o universo.
Árvores e pedras, pássaros, terra e água, répteis e homens, todos são
declarados partes de Deus, e Deus vive e se expressa a Si mesmo através
do corpo.
Como se originou este sistema? O que está escrito em Rm 1.20-23
desvenda este mistério. Pode ser que na penumbra do passado, os
filósofos pagãos, havendo perdido de vista a Deus e expulsando-o de
seus corações, tenham observado que era necessário achar alguma coisa

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que preenchesse o seu lugar, visto que o homem procura sempre um
objeto de culto.

O Materialismo.
Nega qualquer distinção entre a mente e a matéria; afirma que
todas as manifestações da vida e da mente e todas as forças são
simplesmente propriedades da matéria. “O pensamento é secreção do
cérebro como a bílis é a secreção do fígado”; “o homem é apenas uma
máquina”, são alguns dos pensamentos prediletos dos materialistas. “O
homem é simplesmente um animal”, declaram eles, pensando que com
isto poderão extinguir o conceito generalizado acerca da superioridade
do ser humano e do seu destino divino.
Essa teoria é tão absurda que quase não merece refutação. No
entanto, em dezenas de universidades, em centenas de novelas, e de
muitos outros modos, discute-se e se aceita a ideia de que o homem é
um animal e máquina; que não tem responsabilidade por seus atos e que
não existe o bem nem o mal.
O mal do materialismo está no ato de destruir os fundamentos da
moralidade.
A nossa consciência nos afirma que somos algo mais do que
matéria e que somos diferentes das árvores e das pedras. Uma grama de
bom senso neste caso vale mais do que uma tonelada de filosofia.

O Deísmo.
Admite que haja um Deus pessoal, que criou o mundo; mas insiste
em que, depois da criação, Deus o entregou para ser governado pelas leis
naturais. Em outras palavras, ele deu corda ao mundo como quem dá
corda a um relógio e o deixou sem mais cuidado de sua parte. Dessa
maneira não seria possível haver nenhuma revelação e nenhum milagre.
Esse sistema, às vezes, chama-se racionalismo, porque eleva a razão à
posição de supremo guia em assuntos de religião; também se descreve
como religião natural, como oposta à religião revelada. Tal sistema é
refutado pelas evidências da inspiração da Bíblia e as evidências das
obras de Deus na história.
• As Escrituras ensinam duas importantes verdades concernentes à
relação de Deus para com o mundo;
• Sua transcendência, que significa sua separação do mundo e do
homem e sua exaltação sobre eles (Is 6.1);

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• Sua iminência, que significa sua presença no mundo e sua
aproximação do homem (At 17.28; Ef 4.6).

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