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151-20
Teologia (Conhecimento de Deus).
Deus, Quem Ele É?
❖ A Triunidade de Deus.
Inicialmente, é importante destacar o que não se quer dizer pelo
conceito cristão de Triunidade. Não significa que haja três deuses
(triteísmo), e não significa que Deus tem três modos de um e o mesmo
ser (modalismo). O triteísmo nega a simplicidade absoluta de Deus, e o
modalismo nega a pluralidade de pessoas em Deus. O primeiro afirma
que há três seres na divindade, e o último afirma que não há três pessoas
em Deus.
O que, então, quer dizer a palavra trindade? Quer dizer que Deus é
uma Triunidade: Ele é pluralidade dentro da unidade, ou seja, são três
pessoas em uma única essência.
❖ O termo trindade.
O termo trindade não ocorre graficamente na Bíblia. Foi usado pela
primeira vez por Teófilo, viveu no segundo século de nossa era e usa pela
primeira vez o termo “TRIA”, em referência direta às três pessoas em que
subsiste a Divindade. Posteriormente, Tertuliano de Cartago, na África,
retoma o mesmo assunto e usa a palavra “TRINITAS”, porém, já no II e III
séculos. Outro vulto de destaque, no que diz respeito a doutrina da
Trindade, foi, sem dúvida, Atanásio (296-373 d.C.). Porém, seu Credo
❖ O relacionamento.
O Espírito Santo capacita os homens a chegarem a Deus por Cristo.
Apossar-se da graça de Deus em Cristo não é ato de inteligência humana
obscurecida e desvalida. É obra do Espírito Santo. Dele disse nosso
Senhor: “… quando ele vier, convencerá o mundo do pecado, e da justiça
e do juízo” (Jo 16.8). Há, portanto, um verdadeiro relacionamento entre as
três pessoas da Divindade. O Espírito Santo capacitava o homem a
apossar-se de Cristo, para a salvação. Ninguém pode dizer que Jesus
Cristo é Senhor, senão pelo Espírito Santo (1 Co 12.3 e ss). Assim sendo, o
Espírito Santo, Cristo e o Pai, estão bem relacionados, pois onde o
Espírito Santo está, aí está Cristo; e o que o Espírito Santo faz, também o
faz Cristo. O Espírito tanto é chamado o “Espírito de Cristo” como o
“Espírito de Deus” (Rm 8.9). O Senhor é Espírito (2 Co 3.17,18). Cristo está
presente no Espírito e através do Espírito (Mt 18.20; 28.19; Jo 14.16,18).
Muitas vezes nas Escrituras um membro da Trindade está falando
com o outro. Isto indica que Eles não são uma e a mesma pessoa.
❖ A função do Pai.
Pelo próprio título de “Pai” e pelo rótulo de “a primeira pessoa da
Trindade” já está manifesto que a sua função é superior a do Filho e a do
Espírito Santo. Por exemplo, o Pai é apresentado como a fonte, o
Remetente e o Planejador da Salvação.
❖ A função do Filho.
Por outro lado, o Filho é o Meio, o Enviado e o Realizador da
Salvação. O Pai enviou e o Filho veio para nos salvar; o Pai planejou, mas
o Filho realizou na cruz. É por isso que é uma heresia (chamada
patripassianismo) afirma que o Pai sofreu na cruz – só o Filho sofreu e
morreu.
❖ Ilustrações da Trindade.
Muitas ilustrações da Trindade têm sido oferecidas ao longo dos
séculos. Algumas são boas e outras não são. As ilustrações inapropriadas
quase sempre insinuam certa heresia, como o modalismo ou i triteísmo.
Um triângulo.
Deus é como um triângulo, que é uma figura que tem três lados
diferentes ao mesmo tempo, há simultaneamente um estado de três na
unidade. Claro que nenhuma analogia é perfeita. A diferença aqui é que
os “ângulos” não são as Pessoas. Contudo, eles ilustram como pode haver
ao mesmo tempo um “estado de três” e uma unidade.
Um à terceira potência.
Outra ilustração interessante é que Deus é como uma terceira
potência (1x1x1=1). Deus é três em um; Ele não é 1+1+1=3.
O Amor é Triplo.
“Deus é amor” (1 Jo 4.16), e o amor envolve três elementos: Um
amante, um amado e um espírito de amor. Estes três são um. A
vantagem deste exemplo é que tem uma dimensão pessoal, em que o
amor é algo que só uma pessoa faz.
❖ Triteísmo.
O triteísmo é a crença em que há três deuses ou três seres
separados na divindade. Poucos defenderam este ponto de vista, embora
muitos sem perceberem caem nela verbalmente pela linguagem
descuidada sobre a divindade. Ao ressaltar corretamente que as três
pessoas são distintas, é fácil não perceber estar enunciando o triteísmo,
que postula erroneamente haver três seres separados.
❖ Modalismo.
O modalismo também é chamado sabelianismo segundo o nome
do seu fundador, Sabélio, o modalismo advoga que Deus é só uma
pessoa que aparece de modos ou papéis diferentes, em tempos
diferentes, na economia divina da qual obtém o título “Economia Divina”,
em oposição à Trindade Ontológica da teologia ortodoxa.
❖ Arianismo.
Ário, fundador desta heresia, negou que Jesus seja completamente
Deus, dando-lhe um estado criado abaixo de Deus.
❖ Docetismo.
Derivada da palavra grega dokeo, “eu pareço”, o docetismo afirma a
deidade de Jesus, mas lhe nega a humanidade, afirmando que era só
uma humanidade e não real. Entre os proponentes deste erro estavam
Cerinto (100 d.C.) e Serapião, bispo de Antioquia.
❖ O Argumento Antropológico.
“Porque nele (Deus) vivemos, e nos movemos, e existimos; como
também alguns dos vossos poetas disseram: Pois somos também sua
geração” (At 17.28 e ss). Este argumento (Anthropos – homem), prova a
existência de Deus, estabelecendo a natureza mental e moral do homem.
Através deles podemos formar um simbologismo e chegarmos a seguinte
conclusão.
Premissa Maior: O homem possui uma natureza moral e
mentalmente ela é intelectual, volitiva, emocional e moral.
Premissa Menor: As impotentes (para criar) forças naturais ou
artificiais são, em si mesma, incapacitadas para produzirem tal natureza
especial como a do homem.
Conclusão: depende de um força Superior, que é Deus.
1. O Argumento em si.
A própria constituição tríplice do homem prova a existência do seu
criador: “nele existimos”. Se Deus não existisse, evidentemente, o homem
também não existiria. O próprio cético (ateu) quando se propõem
combater a existência Divina, está simplesmente provando que Deus
existe, pois como se combater aquilo que não existe?
a) Prova Contemporânea.
O próprio testemunho contemporâneo prova também esta
realidade, no que diz respeito à existência do Supremo Deus.
Recentemente uma pesquisa mostrou que a maioria absoluta das
pessoas acredita em Deus.
“Deus existe?” A grande maioria das resposta foi positiva: 87,3%
afirmaram sem vacilar. Isto significa que, apesar do materialismo da vida
contemporânea, permanece muito vivo o senso de DEUS entre os
concidadãos.
Aliás, já Agostinho dizia: “Senhor, tu nos fizeste para ti, e inquieto é
nosso coração enquanto não repousa em ti”. É tão arraigado o senso de
Deus no homem que já aparece na pré-história, como um dos princípios
de hominização, quando os homens, sepultavam os seus mortos voltados
para o sol nascente (sol nascente que era tido como o olho da Divindade).
❖ Argumento da História.
A marcha dos eventos da história universal fornece evidência de
poder e duma providência dominantes. Toda a história bíblica foi escrita
para revelar Deus na história, isto é, para ilustrar a obra de Deus nos
negócios humanos. “Os princípios do divino governo moral encontram-
se na história das nações tanto quanto na experiência dos homens”,
escreve D. S. Clarke (Sl 75.7; Dn 2,21; 5.21). O protestantismo inglês vê a
derrota da Armada Espanhola como uma intervenção Divina. A
❖ A Natureza de Deus.
Os atributos divinos levam-nos, com efeito, às diversas provas da
existência e da natureza Divina. Não podemos elevar-nos apenas pelas
forças da razão natural a conhecer a natureza Divina no que constitui
propriamente. Nós só a conhecemos por seus efeitos e quando estes não
são manifestos, temos, então, uma percepção delineada pela fé (Hb 11.6).
Sem dúvida, os efeitos trazem alguma semelhança com a causa: é
por isso que nosso conhecimento da natureza Divina é real.
Deus não é incognoscível (que não se pode conhecer). Porque o
conhecimento que temos dele, se não é perfeito, como já tivemos ocasião
de ver, é contudo, um conhecimento verdadeiro e real.
A ciência está longe de conhecer o mundo de uma maneira perfeita
e adequada: ela tem, no entanto, a pretensão legítima de descobrir para
nós, em parte, a natureza e as leis. Da mesma forma, se não podemos,
com os braços, abarcar uma montanha, podemos, ao menos, pela vista,
ter dela um conhecimento parcial.
2. Sua Origem.
A sua palavra “origem” só se aplica as coisas criadas. Ao pensarmos
em qualquer coisa que tenha origem, não estamos pensando em Deus.
Deus é auto-existente, quanto as coisas criadas necessariamente se
originaram em algum lugar e em algum tempo. Além de Deus, não há
nada auto-acusado.
O fato de Deus existir é tão normal que não temos no Antigo
Testamento nenhuma referência, ou pelo menos não aparece na Bíblia
vestígio de especulações sobre a origem ou o destino de Deus, embora a
teologia ocupe lugar considerável nas crenças dos povos vizinhos. Não
havia especulações sobre a origem ou o destino de Deus, embora a
teologia ocupe lugar considerável nas crenças dos povos vizinhos. Não
havia especulações, sobre os antecessores de Deus nas tábuas
genealógicas. Desde que Ele apareça, já é um Deus maior e soberano, por
ser um Deus vivo (Gn 1.1 e ss).
a) Ele é o início (não teve início): Início aqui, não se prende ao começo
b) O que Deus é: O que quer que Deus seja, e tudo que é Deus, Ele o é
em si mesmo. Toda vida ou forma de existência está em Deus e vem de
Deus, seja a forma mais primitiva de vida consciente ou a vida altamente
inteligente e autoconsciente dum serafim ou de um outro poder
angelical. Nenhuma criatura tem vida em si; toda a vida é dom de Deus.
De modo inverso, a vida de Deus não é dom de outrem. Se
houvesse outro do qual Deus pudesse receber o dom da vida, ou
qualquer dom, esse outro é que seria de fato Deus.
É uma maneira elementar, mas certa de pensar em Deus como
Aquele que tudo contém, que dá tudo que é dado, mas que não pode em
si mesmo receber nada que Ele não teria dado primeiro.
Admitir que Deus necessita de algo seria admitir um Ser Divino
incompleto. A necessidade é uma palavra própria à criatura e não poderá
ser empregada em relação ao Criador. Deus tem uma relação voluntária
com tudo quanto criou, mas não tem qualquer relação necessária com
coisa alguma fora de sim mesmo (Is 40.13 e ss; Rm 11.35,36).
❖ A imaterialidade de Deus.
Deus é puro Espírito. Os crentes são proibidos de fazer imagem
física de Deus (Êx 20.4). Deus não composto de matéria nem é corpóreo
(feito de corpo).
❖ A Definição de Imaterialidade.
Imaterial significa literalmente não material. Claro que isso levanta a
questão sobre o que é matéria. O que a humanidade entende por
matéria tem sofrido mudanças consideráveis ao longo dos séculos.
Certos filósofos gregos (chamados atomistas) reputaram que a matéria
fosse composta de bolinhas duras de realidade conhecidas por átomos. A
ciência moderna tem eliminado muita coisa do assunto da matéria,
falando dela em termos de energia física. O famoso e=mc² de Einstein
declara que a energia é igual a massa vezes a velocidade da luz ao
quadrado.
A despeito da natureza exata da matéria, o que comumente
entendemos o que Deus não é, quando dizemos que Ele é não-material.
Além de ser finita (limitada), dizemos que a matéria se estende no
espaço, e isto, tradicionalmente, significa ter parte fora da parte. Matéria
é aquilo que ocupa espaço; duas partículas não podem ocupar o mesmo
lugar. Atualmente, a concepção de matéria é mais como um queijo suíço.
Mesmo assim, contém massa e partículas que a causam a estender-se no
espaço.
Outra propriedade da matéria, como hoje em dia se concebe, é que
está sujeita à segunda lei da termodinâmica: O universo material está
❖ Infinidade.
Infinidade significa algo sem limites, e para uma mente finita é
evidentemente impossível compreender o ilimitado. Quando dizemos
que Deus é infinito queremos dar a ideia de que Ele não conhece limites.
Mais uma vez, dizer que Deus é infinito é dizer que não existe meio
de medi-lo. As medidas são a maneira pela qual as coisas criadas dão
conta de si mesmas. Elas indicam limitações, imperfeições, e não poderão
ser aplicadas a Deus. O peso indica a força da gravidade da terra sobre os
corpos materiais; distância mede intervalos entre os corpos no espaço; o
comprimento significa a extensão no espaço, e existem outras medidas
conhecidas por nós que são usadas para líquidos, energia, som luz, e
números para os múltiplos.
Tentamos medir também as quantidades abstratas, e falamos de
grande ou pequena fé, alta ou baixa inteligência, maior ou menor talento.
Porém é evidente que não podemos falar de medidas e
quantidades, e tamanho e peso, ao mesmo tempo em que estivermos
falando de Deus, pois estes dizem respeito a graduações, e não existem
graus em Deus.
Tudo que Ele é, Ele é sem crescimento ou soma, ou
desenvolvimento. Nada em Deus é menos ou mais, grande ou pequeno.
Ele é o que em si mesmo é, sem qualificativos de pensamento ou palavra.
É deus simplesmente.
❖ Onipotência
Onipotência significa, literalmente, que Deus tem poder ilimitado
(oni significa “todo”, potente significa “poderoso”). De acordo com o léxico
hebraico padrão, a palavra (shadday) significa autossuficiente ou todo-
poderoso. A Septuaginta (LXX) traduziu essa palavra hebraica pelo
vocábulo grego “pantokrator”, que significa todo-poderoso.
No sentido teológico, “onipotente” significa que Deus pode fazer
tudo o que é possível fazer: Ou, Deus pode fazer o que não é impossível
fazer. O seu poder é ilimitado e desinibido por qualquer outra coisa.
Negativamente, onipotência não significa que Deus possa fazer o
que é contraditório. A Bíblia afirma que Deus não pode contradizer a sua
natureza (Hb 6.18; 2 Tm 2.13; Tt 1.2). Ele não pode forçar a liberdade (veja
por exemplo, Mt 23.37). Ele trabalha persuasivamente, mas não
coercivamente.
Além disso, onipotência não significa que Deus tem de fazer tudo o
que Ele pode fazer: Significa que Ele tem o poder de fazer tudo o que é
possível, mesmo que decida não fazer certas coisas. Deus é livre para não
usar a sua onipotência sempre que Ele desejar, quer dizer, Deus é livre
para limitar o uso do seu poder, mas Ele não é Livre para limitar a
extensão do seu poder. Deus tem de saber tudo o que sabe, mas Deus
não tem de fazer tudo o que Ele pode fazer.
A onipotência de Deus não significa o exercício de seu poder para
fazer aquilo que está dentro dos limites da concepção humana, como por
exemplo: Se Deus é Onipotente por que permitiu a serpente entrar no
jardim, e tentar o casal inocente? Mas, além de tudo, devemos primeiro
que Deus é soberano e absoluto e, como tal, age de acordo com a
natureza e vontade. Assim, o poder criador de Deus é, primeiramente,
eficiência de sua vontade. O universo foi criado não como exercício da
força muscular dos braços de Deus, mas sobretudo pelo supremo poder
da sua palavra: usando-se a expressão “faça-se!”.
❖ Onipresença.
“Para onde irei do Teu Espírito, ou para onde fugirei da Tua face! Se
subir ao céu, tu aí estás; se fizer no Seol a minha cama, eis que tu ali estás
também” (Sl 139.7,8).
A palavra “presente”, naturalmente significa aqui, perto de, próximo
a, e o prefixo (oni) lhe dá universalidade. Deus está em todo lugar, aqui,
perto de tudo, próximo de tudo.
A doutrina da onipresença de Deus nos ensina que Deus está a um
só tempo distante e bem perto, e é nele que os homens se movem e
vivem e tem a sua existência (At 17.25,28). Por exemplo, as Escrituras nos
ensinam que Deus é infinito. Isto quer dizer que o seu Ser não conhece
limites; não podendo assim haver limites à sua presença; Ele é
Onipresente. Na Sua infinitude Ele cerca a criação finita e a contém. Não
há lugar além dele, para a existência de coisa alguma.
1. Sua mão: “Vede agora que eu, eu o sou, e mais nenhum Deus comigo;
eu mato, e eu faço viver; eu firo,; e ninguém há que escape da minha
mão” (Dt 32.39).
2. Seus olhos: “Os olhos do Senhor estão em todo o lugar, contemplando
os maus e os bons” (Pv 15.3).
3. Em todo o espaço: “Assim diz o Senhor: O Céu é o meu trono, e a terra
o escabelo dos meus pés...” (Is 66.1). Jacó exclama depois de ter
acordado: “Na verdade o Senhor está neste lugar; e eu não sabia” (Gn
28.16b).
❖ Onisciência.
Historicamente, a onisciência de Deus era uma doutrina clara e
direta. Deus conhece tudo, passado, presente e futuro; Ele conhece o real
e o impossível (o contraditório) está fora do conhecimento de Deus.
Devemos admitir, então, que Deus é uma inteligência infinita e
possui uma ciência infinita, a saber, não apenas a ciência de tudo o que
foi, é e será, mas ainda de tudo que é possível. No pensamento filosófico
a ciência consiste, em geral, no conhecimento da verdade. Considerada
em seu próprio ato, a ciência é a possessão intuitiva e perfeita pela
inteligência de todas as verdades que são do seu domínio. Quanto maior
a ciência, tanto maior é a luz e, se a ciência é infinita a luz é sem sombra.
Tal é a ciência de Deus.
❖ Sabedoria.
A palavra hebraica para sabedoria é chokam (chakam); a palavra
grega é Sophia. Ambas as palavras significam “sabedoria” ou “habilidade”.
A sabedoria tem a ver com a habilidade de escolher os meios certos para
os fins desejados. O conhecimento é a apreensão da verdade pela mente,
ao passo que a sabedoria é a aplicação da verdade à vida, como o livro de
Provérbios amplamente ilustra (ver também Tg 1.5).
Considerando que Deus é infinito e sábio, Ele tem de ser
infinitamente sábio: Isto se chama onissapiência. Assim aplicada a Deus,
a sabedoria se refere à sua habilidade infalível de escolher os melhores
meios para realizar os melhores fins. Como tal, a sabedoria de Deus está
arraigada em vários outros atributos. A sua onisciência fornece o
conhecimento para as suas escolhas sábias; a sua onibenevolência
assegura que elas serão escolhas boas; e a sua onipotência lhe permite
alcançar os seus fins pelos meios que Ele escolhe.
Santidade de Deus.
A definição da santidade de Deus.
As palavras bíblicas referentes são godesh, que significa
“afastamento”, “distanciamento” ou “sacralidade”, e godosh, que significa
“sagrado” ou “santo”. A palavra grega hagios, significa “íntegro”, “correto”,
“justo”, “santo” ou “pio”.
Teologicamente, a santidade de Deus significa que Ele é total e
inteiramente separado de toda a criação e do mal. A sua santidade está
associada com o seu zelo (Js 24.19), a sua exaltação (Sl 99.9; Is 5.16), a sua
justiça (Is 5.16; Lc 1.75), a sua onipotência (Ap 4.8), a sua singularidade
absoluta (Êx 15.11), a sua pureza moral (2 Co 7.1) e o seu agravamento
pelo mal (Sl 78.41). Como tal, a sua santidade inspira um sentimento
profundo de temor (Is 29.23).
❖ Justiça de Deus.
A justiça de Deus é um atributo moral e, como tal, intrínseco a Deus
(e intrínseco às suas criaturas). Sendo um Ser infinito e imutável, Deus é
infinito e imutavelmente justo.
A palavra justo (em grego dikaios) significa, literalmente, “ser justo”,
“ser reto”. Teologicamente, diz respeito à característica intrínseca de Deus
em que Ele é absolutamente justo ou reto e é o padrão último de justiça e
retidão.
A justiça incorpora a ideia de equidade moral, e a iniquidade é seu
exato oposto. Quantos anos a palavra justiça referindo-se a Deus,
estamos apenas descrevendo uma das maneiras em que Ele é, nada
mais; e quando Deus age justamente Ele não está se conformando a
algum critério independente, mas agindo simplesmente como Ele mesmo
numa dada situação.
Tudo no universo é bom segundo se conforme à natureza de Deus e
mau se deixa de fazê-lo. Deus é seu próprio princípio de equidade moral,
autoexistente, e quando Ele condena os homens maus ou galardoa aos
justos, está apenas agindo como Ele mesmo, não influenciado por coisas
que não façam parte dele.
❖ A Misericórdia de Deus.
Há várias palavras hebraicas que são associadas com a
misericórdia de Deus. A palavra kapporeth (derivada de kopher) significa
“resgate”, “propiciatório” ou “assento da misericórdia, onde era oferecido
o sangue da expiação a Deus. A palavra racham significa “amar”, “ter
compaixão” ou “mostrar misericórdia”. A palavra chesed quer dizer
“bondade”, “benignidade”, “misericórdia”, “ternura” ou “bondade
carinhosa”.
Nas páginas do Novo Testamento, há palavras gregas associadas
com misericórdia. A palavra eleemon (deriva de eleeo) significa “mostrar
misericórdia”, “compadecer”, “ter compaixão” ou “ser misericordioso”. A
palavra eleemon descreve uma atitude misericordiosa e simpatizante em
referência aos seres humanos (Mt 5.7) como também a Jesus (Hb 2.17). A
palavra eleos é empregada acerca de um ser humano para com o outro
(Mt 9.13; 12.7; Lc 10.37) como também de Deus em relações aos seres
humanos (Lc 1.50,58 Gl 6.16; Rm 15.9; Tt 3.5).
❖ O amor de Deus.
Para nós essa é a mais profunda de todas as verdades que a
totalidade da vida de Deus encerra. É o sacrifício próprio! “...éDeus amor!
(1 Jo 4.16b). E esta e a grande declaração da Bíblia, quando descreve a
❖ Os Nome de Deus.
Longe de ser simples etiqueta, pura descrição externa, o nome em
toda a extensão das Escrituras tem profundo significado e infinito
alcance.
Ele exprime a realidade profunda do ser que carrega. Por isso, a
criação só está completa no momento em que a coisa trazida a existência
recebeu o nome (Gn 2.19).
Por outro lado, Deus é Javé, isto é, “Ele é”, pois sua realidade é de
Ser eternamente (Êx 3.13 e ss). Por todas estas razões, eliminar o nome é
suprimir a existência.
O sentido do nome. O nome é dado para fazer conhecer aquilo que
vem a existência (1 Sm 24.22; 2 Rs 14.27; Jó 18.17).
Do ponto de vista Divino de observação, o nome de Deus é o nome
por excelência! (Zc 14.9), a ponto de, por temor religioso, Deus só pode
ser chamado simplesmente no nome, e ninguém pode blasfemar,
conforme Lv 24.11 e 2 Sm 6.2.
JEOVÁ
“E Deus disse mais a Moisés: assim dirás aos filhos de Israel: o
Senhor Deus de vossos pais, Deus de Abraão, Deus de Isaque, Deus de
Jacó, me enviou a vós; este é o Meu Nome Eternamente, este é meu
memorial de geração a geração” (Êx 3.15).
A relação entre Jeová e Israel resume-se no uso dos nomes
encontrados nos concertos entre Jeová e seu povo.
• Aos que jazem em leitos de doença manifesta-se como JEOVÁ-RAFÁ,
“O Senhor que cura”, Êx 15.26.
• Os oprimidos pelo inimigo invocam a JEOVÁ-NISSI, “O Senhor nossa
bandeira”, Êx17.8-15.
ELOHIM.
“No princípio criou Deus (Elohim) os céus e a terra...” (Gn 1.1).
Aqui, portanto, aparece pela primeira vez o nome da Suprema
Divindade. É uma revelação da Trindade em conjunto. Só no primeiro
capítulo encontramos este nome 32 vezes e, segundo os rabinos, 2310
vezes ocorre no Antigo Testamento.
Eloim ou Elohim forma o plural usando sufixo “IM”. A forma singular
é Eloah, que indica o Deus Criador de todas as coisas.
❖ Crenças Errôneas.
A Ideia Gnóstica.
O termo “gnóstico” ou “agnóstico” vem da raiz “gnosis” que significa
“saber por excelência”. Ligado a palavra epistemologia que trazia em si o
sentido de “estudo dos limites da faculdade humana de conhecimento e
os critérios que condicionam a validade dos nossos conhecimentos” (Dic.
Da Líng. Port. 11 Edição 1979).
a. Conceito gnóstico. Os gnósticos advogam que o Deus Altíssimo
estaria bem remoto deste mundo. Não haveria modo como o Deus
Supremo pudesse tocar na matéria, pois isso o contaminaria. Deus
seria um ser desconhecido, inefável, acerca de quem nada pode ser
atribuído. Para o gnóstico, a única maneira de se chegar a Deus, era
através dos poderes angelicais. Deus estaria distante demais, e não
O Materialismo.
Nega qualquer distinção entre a mente e a matéria; afirma que
todas as manifestações da vida e da mente e todas as forças são
simplesmente propriedades da matéria. “O pensamento é secreção do
cérebro como a bílis é a secreção do fígado”; “o homem é apenas uma
máquina”, são alguns dos pensamentos prediletos dos materialistas. “O
homem é simplesmente um animal”, declaram eles, pensando que com
isto poderão extinguir o conceito generalizado acerca da superioridade
do ser humano e do seu destino divino.
Essa teoria é tão absurda que quase não merece refutação. No
entanto, em dezenas de universidades, em centenas de novelas, e de
muitos outros modos, discute-se e se aceita a ideia de que o homem é
um animal e máquina; que não tem responsabilidade por seus atos e que
não existe o bem nem o mal.
O mal do materialismo está no ato de destruir os fundamentos da
moralidade.
A nossa consciência nos afirma que somos algo mais do que
matéria e que somos diferentes das árvores e das pedras. Uma grama de
bom senso neste caso vale mais do que uma tonelada de filosofia.
O Deísmo.
Admite que haja um Deus pessoal, que criou o mundo; mas insiste
em que, depois da criação, Deus o entregou para ser governado pelas leis
naturais. Em outras palavras, ele deu corda ao mundo como quem dá
corda a um relógio e o deixou sem mais cuidado de sua parte. Dessa
maneira não seria possível haver nenhuma revelação e nenhum milagre.
Esse sistema, às vezes, chama-se racionalismo, porque eleva a razão à
posição de supremo guia em assuntos de religião; também se descreve
como religião natural, como oposta à religião revelada. Tal sistema é
refutado pelas evidências da inspiração da Bíblia e as evidências das
obras de Deus na história.
• As Escrituras ensinam duas importantes verdades concernentes à
relação de Deus para com o mundo;
• Sua transcendência, que significa sua separação do mundo e do
homem e sua exaltação sobre eles (Is 6.1);