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Lição 3: A Santíssima Trindade: um só Deus em três Pessoas (World)

LIÇÕES BÍBLICAS CPAD ADULTOS


3º Trimestre de 2017
Título: A razão da nossa fé — Assim cremos, assim vivemos - Comentarista: Esequias Soares

- Lição 3 -
16 de Julho de 2017

A Santíssima Trindade: um só Deus em


três Pessoas
TEXTO ÁUREO VERDADE PRÁTICA
Cremos em um só DEUS,
"Portanto, ide, ensinai todas as nações,
eternamente subsistente em três
batizando-as em nome do Pai, e do
pessoas distintas: o Pai, o Filho e o
Filho, e do ESPÍRITO SANTO." (Mt
Espírito Santo iguais em substância,
28.19)
glória, poder e majestade.
.

LEITURA DIÁRIA
Quinta - Jo 1.1
Segunda - Gn 1.1
As Escrituras afirmam que o Filho é
O nome hebraico Elohim, "Deus", é
Deus
plural, e isso vislumbra a Trindade
Sexta - At 5.3,4
Terça - Gn 1.26
A Palavra de Deus mostra a deidade
A doutrina da Trindade está implícita no
do Espírito Santo
Antigo Testamento desde o princípio
Sábado - Dt 6.4
Quarta - Fp 2.11
O nome "Deus" ou "SENHOR" se
A Bíblia ensina que o Pai é Deus
aplica ao Deus Trino e Uno

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE


1 Coríntios 12.4-6;    2 Coríntios 13.13

4 Ora, há diversidade de dons, mas o


Espírito é o mesmo. 13 A graça do Senhor Jesus Cristo, e o
5 E há diversidade de ministérios, mas o amor de Deus, e a comunhão do Espírito
Senhor é o mesmo. Santo seja com todos vós. Amém.
6 E há diversidade de operações, mas é o
mesmo Deus que opera tudo em todos.

HINOS SUGERIDOS: 10,185, 507 da Harpa Cristã

OBJETIVO GERAL
Saber que cremos em um só Deus, eternamente subsistente em três pessoas
distintas: o Pai, o Filho e o Espírito Santo.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Abaixo, os objetivos específicos referem-se ao que o professor deve atingir em
cada tópico. Por exemplo, o objetivo I refere-se ao tópico I com os seus
respectivos subtópicos.
         (I) Explicar as construções bíblicas trinitárias;
         (II) Mostrar que Deus é trino e único;
         (III) Conhecer algumas crenças inadequadas a respeito da Trindade;
         (IV) Apresentar algumas respostas às objeções acerca da Trindade.

INTERAGINDO COM O PROFESSOR


Na lição de hoje estudaremos a respeito de uma das mais importantes e cruciais
doutrinas do pensamento cristão, a Trindade. Não cremos na existência de três deuses,
mas em um só que subsistente em três pessoas distintas, eternas e que criaram todas as
coisas. É importante que você procure, no decorrer da lição, enfatizar que embora não
conste na Bíblia a palavra Trindade, vamos encontrar tanto no Antigo Testamento quanto
no Novo, evidências desta relevante doutrina. Veremos na lição como o conceito de
Trindade foi formulado. Segundo Stanley Horton, "historicamente, a Igreja formulou a
doutrina da Trindade em razão do grande debate a respeito do relacionamento entre Jesus
de Nazaré e o Pai".
Que o Deus Trino e Uno abençoe sua aula e seus alunos de modo que eles possam
compreender e confessar ao mundo a fé em um só Deus, existente em si mesmo como
Pai, Filho e Espírito Santo.

COMENTÁRIO
INTRODUÇÃO
A doutrina da Trindade é a verdade mais crucial do pensamento cristão, mas como
conciliar o monoteísmo revelado no Antigo Testamento com a divindade de cada
pessoa da Trindade? Esse é o enfoque da presente lição.  [Comentário: A doutrina da
Trindade é um dogma misterioso e de difícil compreensão da fé cristã. Foi
Agostinho quem deu à tradição ocidental a sua expressão madura e final acerca
da Trindade em seu tratado conhecido por A Trindade, que ele demorou dezesseis
anos para redigir – entre 400 e 416 d.C.. De início, informo que seria insensato
afirmar que podemos dar uma explicação completa sobre ela. Sabendo que Deus
não pode ser compreendido pela mente humana, se fosse, não seria Deus; como
entendia Agostinho, “Deus é incompreensível, mas não incognoscível”. Sobre este
assunto, só podemos saber, a respeito de Deus, e da Trindade, o pouco que as
Escrituras nos revelam. A tripla personalidade de Deus é, exclusivamente, uma
verdade da Revelação. Por definição, temos que Deus é uma Unidade, uma
essência divina, existindo em Três Pessoas na Divindade, sendo essas Três: Deus
Pai, Deus Filho e Deus Espírito Santo. Não há nas Escrituras o termo Trindade. O
Credo Atanasiano diz: “Adoramos um Deus em Trindade, e Trindade em Unidade,
sem confundir as Pessoas, sem separar a substância”. Cada uma das Três
Pessoas da Trindade é Deus, sendo iguais em autoridade, glória e poder. Cada
uma igual às outras, merecendo o mesmo culto, a mesma devoção, a mesma
confiança e fé (Dt 6.4; Mt 28.19; Mc 12.29; Gn 1.1; 2.7; Hb 11.3 e Ap 4.11). É
importante conhecermos bem esta doutrina para estarmos sempre “preparados
para responder a todo aquele que vos pedir razão da esperança que há em vós”
(1Pd 3.15).] Dito isto, vamos pensar maduramente a fé cristã?

I - CONSTRUÇÕES BÍBLICAS TRINITÁRIAS


1. A unidade na Trindade (1Co 12.4-6). Uma leitura superficial dessa passagem
pode levar alguém a argumentar que o texto não diz que cada uma dessas
pessoas é Deus, como costumam fazer determinados grupos tidos como cristãos.
O apóstolo Paulo se refere à Trindade usando outra linguagem. Ele afirma a
unidade de Deus, uma só essência e substância, em diversidade de manifestações
de cada Pessoa distinta. E declara que o Espírito é o mesmo, o Senhor é o mesmo
e o Deus Pai é o mesmo. É a unidade na diversidade.[Comentário: Pai, Filho e Espírito
Santo são três pessoas distintas, separadas, mas que em poder e glória são
iguais, são infinitas, eternas e trabalham com um mesmo objetivo. A gora, atenção,
a “substância” de Deus é Deus, não um monte de “ingredientes” que misturados
produzem a divindade. Deus é um, e só um. Este é o grande brado do judaísmo
chamado Shema (Dt 6.4). Em 1Co 12.4-6, Paulo distingue de forma clara as três
pessoas da Trindade, dizendo: “Ora, há diversidade de dons, mas o Espírito é o
mesmo. E há diversidade de ministérios, mas o Senhor é o mesmo. E há
diversidade de operações, mas é o mesmo Deus que opera tudo em todos”. Em Ef
4.4-6, Paulo ainda reforça o argumento, dizendo: “Há um só corpo e um só
Espírito, como também fostes chamados em uma só esperança da vossa vocação;
um só Senhor, uma só fé, um só batismo; um só Deus e Pai de todos, o qual é
sobre todos, e por todos, e em todos”. Paulo afirma que não falava com sabedoria
humana, mas com palavras que o Espírito Santo ensinava (1Co 2.13). A fé
monoteísta prossegue ao longo do Novo Testamento. Paulo ainda escreve: “No
tocante à comida sacrificada a ídolos, sabemos que o ídolo, de si mesmo, nada é
no mundo e que não há senão um só Deus. Porque ainda que há também alguns
que se chamem deuses, quer no céu ou sobre a terra, como há muitos deuses e
muitos senhores, todavia, para nós há um só Deus, o Pai, de quem são todas as
coisas e para quem existimos, e um só Senhor, Jesus Cristo, pelo qual são todas
as coisas, e nós também, por ele” (1Co 4.6). A observação de Paulo sobre “muitos
deuses e muitos senhores”, conforme os eruditos do Novo Testamento, igualmente
se refere aos governadores humanos com grande poder (muitos dos quais eram
adorados como deuses), bem como aos deuses pagãos. Em nenhum caso Paulo
os estava igualando ao Deus Criador. O que afirma em sua carta aos Gálatas é:
“Ora, o mediador não é de um só, mas Deus é um” (Gl 3.20). Outras passagens do
Novo Testamento que atestam a unidade de Deus são: Jo 5.44; 17.3; 1Tm 1.17;
6.15 e Jd 25.]

PONTO CENTRAL
Cremos em um só Deus, eternamente subsistente em três pessoas.

2. A bênção apostólica (2 Co 13.13). Há aqui certo paralelismo com a bênção


final não é comum nas epístolas paulinas. Não parece haver aqui intenção de
explicar a doutrina da Trindade. Trata-se do pronunciamento habitual do ministro
de culto ao despedir os fiéis no fim das reuniões nas primeiras décadas da história
da Igreja. Se isso puder ser confirmado, significa que os cristãos já estavam
conscientes dessa realidade divina desde muito cedo na vida da Igreja. A fonte da
graça do Senhor Jesus é o amor de Deus no Espírito Santo. É uma saudação
trinitária. [Comentário: A bênção apostólica é uma declaração da bênção de Deus
sobre a vida daqueles que crêm n'Ele e que se manifesta através da Trindade.
2Co 13.13 é a passagem mais antiga em que aparece uma bênção em nome de
Deus Pai, de Jesus Cristo e do Espírito Santo. A bênção apostólica escrita por
Paulo basicamente significa a expressão do desejo eficaz de que o Deus Triuno
abençoe os redimidos capacitando-os com as virtudes do amor, graça e
comunhão. Usualmente, Paulo concluía suas epístolas registrando uma bênção
final, em sua maioria apresentam uma fórmula mais simplificada em comparação à
bênção registrada em 2Co13.13. Não era intuito dele ensinar doutrina, mas apenas
um ‘fecho’ de suas cartas, porém, vê-se que desde cedo, os crentes conhecem o
conceito trinitário, considerando que esta epístola foi escrita cerca de 55-57 dC.]

3. O Deus trino e uno revelado (Ef 4.4-6). Temos aqui a diversidade de


operações e funções na unidade de Deus. É Deus quem nos chama por meio do
Espírito Santo. Jesus é o nosso Senhor, a fonte de nossa fé e esperança. O Pai, o
Filho e o Espírito Santo são iguais em poder, glória e majestade, que subsistem
desde a eternidade em uma só substância indivisível, mas manifestos na história
salvífica em formas pessoais e funções distintas (1Pe 1.2).  [Comentário:Novamente,
encontramos, no texto acima, a fórmula trinitária: o Deus-Pai, o Deus-Filho e o
Deus-Espírito. Cada uma das três Pessoas desempenha um papel na igreja. Essa
verdade, ensinada primeiramente aos crentes de Éfeso, consta também do Credo
de Atanásio – não se deve confundir as Pessoas; Pai é Pai, Filho é Filho e Espírito
Santo é Espírito Santo. Um só Pai, um só Filho e um só Espírito Santo. O Credo
de Atanásio, subscrito pelos três principais ramos da Igreja Cristã, é geralmente
atribuído a Atanásio, Bispo de Alexandria (século IV), mas estudiosos do assunto
conferem a ele data posterior (século V). Sua forma final teria sido alcançada
apenas no século VIII. O texto grego mais antigo deste credo provém de um
sermão de Cesário, no início do século VI. O credo de Atanasio, com quarenta
artigos, é um tanto longo para um credo, mas é considerado “um majestoso e
único monumento da fé imutável de toda a igreja quanto aos grandes mistérios da
divindade, da Trindade de pessoas em um só Deus e da dualidade de naturezas
de um único Cristo.” A. A. Hodge, The Confession of Faith ( Edinburgh & Pennsylvania: The Banner of Truth Trust, 1992 ), 7 . Segue o
texto do Credo de Atanásio:
1. Todo aquele que quiser ser salvo, é necessário acima de tudo, que sustente a fé
universal. [2] 2. A qual, a menos que cada um preserve perfeita e inviolável,
certamente perecerá para sempre. 3. Mas a fé universal é esta, que adoremos um
único Deus em Trindade, e a Trindade em unidade. 4. Não confundindo as
pessoas, nem dividindo a substância. 5. Porque a pessoa do Pai é uma, a do Filho
é outra, e a do Espírito Santo outra. 6. Mas no Pai, no Filho e no Espírito Santo há
uma mesma divindade, igual em glória e co-eterna majestade. 7. O que o Pai é, o
mesmo é o Filho, e o Espírito Santo. 8. O Pai é não criado, o Filho é não criado, o
Espírito Santo é não criado. 9. O Pai é ilimitado, o Filho é ilimitado, o Espírito
Santo é ilimitado. 10. O Pai é eterno, o Filho é eterno, o Espírito Santo é eterno.
11. Contudo, não há três eternos, mas um eterno. 12. Portanto não há três (seres)
não criados, nem três ilimitados, mas um não criado e um ilimitado. 13. Do mesmo
modo, o Pai é onipotente, o Filho é onipotente, o Espírito Santo é onipotente. 14.
Contudo, não há três onipotentes, mas um só onipotente. 15. Assim, o Pai é Deus,
o Filho é Deus, o Espírito Santo é Deus. 16. Contudo, não há três Deuses, mas um
só Deus. 17. Portanto o Pai é Senhor, o Filho é Senhor, e o Espírito Santo é
Senhor. 18. Contudo, não há três Senhores, mas um só Senhor. 19. Porque, assim
como compelidos pela verdade cristã a confessar cada pessoa separadamente
como Deus e Senhor; assim também somos proibidos pela religião universal de
dizer que há três Deuses ou Senhores. 20. O Pai não foi feito de ninguém, nem
criado, nem gerado. 21. O Filho procede do Pai somente, nem feito, nem criado,
mas gerado. 22. O Espírito Santo procede do Pai e do Filho, não feito, nem criado,
nem gerado, mas procedente. 23. Portanto, há um só Pai, não três Pais, um Filho,
não três Filhos, um Espírito Santo, não três Espíritos Santos. 24. E nessa Trindade
nenhum é primeiro ou último, nenhum é maior ou menor. 25. Mas todas as três
pessoas co-eternas são co-iguais entre si; de modo que em tudo o que foi dito
acima, tanto a unidade em trindade, como a trindade em unidade deve ser
cultuada. 26. Logo, todo aquele que quiser ser salvo deve pensar desse modo com
relação à Trindade. 27. Mas também é necessário para a salvação eterna, que se
creia fielmente na encarnação do nosso Senhor Jesus Cristo. 28. É, portanto, fé
verdadeira, que creiamos e confessemos que nosso Senhor e Salvador Jesus
Cristo é tanto Deus como homem. 29. Ele é Deus eternamente gerado da
substância do Pai; homem nascido no tempo da substância da sua mãe. 30.
Perfeito Deus, perfeito homem, subsistindo de uma alma racional e carne humana.
31. Igual ao Pai com relação à sua divindade, menor do que o Pai com relação à
sua humanidade. 32. O qual, embora seja Deus e homem, não é dois mas um só
Cristo. 33. Mas um, não pela conversão da sua divindade em carne, mas por sua
divindade haver assumido sua humanidade. 34. Um, não, de modo algum, pela
confusão de substância, mas pela unidade de pessoa. 35. Pois assim como uma
alma racional e carne constituem um só homem, assim Deus e homem constituem
um só Cristo. 36. O qual sofreu por nossa salvação, desceu ao Hades, ressuscitou
dos mortos ao terceiro dia. 37. Ascendeu ao céu, sentou à direita de Deus Pai
onipotente, de onde virá para julgar os vivos e os mortos. 38. Em cuja vinda, todo
homem ressuscitará com seus corpos, e prestarão conta de sua obras. 39. E
aqueles que houverem feito o bem irão para a vida eterna; aqueles que houverem
feito o mal, para o fogo eterno. 40. Esta é a fé Universal, a qual a não ser que um
homem creia firmemente nela, não pode ser salvo. Traduzido a partir do inglês de A. A. Hodge, Outlines of
Theology ( Edinburgh, & Pennsylvania: The Banner of Truth Trust, 1991), 117-118
.]

SÍNTESE DO TÓPICO I
Na Bíblia encontramos algumas construções trinitárias.

SUBSÍDIO TEOLÓGICO
O conceito do Deus Trino e Uno acha-se somente na tradição judaico-cristã. Esse conceito
não surgiu mediante a especulação dos sábios deste mundo, mas através da revelação
outorgada passo a passo na Palavra de Deus. Em todos os escritos dos apóstolos, a
Trindade é implícita e tornada como certa (Ef 1,1-14; 1Pe 1.2). Fica claro que o Pai, o Filho
e o Espírito Santo, existem eternamente como três Pessoas distintas, mas as Escrituras
também revelam a unidade dos três membros da Deidade. As Pessoas da Trindade têm
vontades separadas, porém nunca conflitantes (Lc 22.42; 1Co 12.11). O Pai fala ao Filho,
empregando o pronome da segunda pessoa do singular: Tu és meu Filho amado; em ti me
tenho comprazido' (Hb 9.14). Declara que veio 'não para fazer a minha vontade, mas a
vontade daquele que me enviou' (Jo 6.38)" (HORTON, Stanley. Teologia Sistemática: Uma
perspectiva pentecostal. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 1996, pp. 162-3).

II - O DEUS TRINO E UNO


1. Uma questão crucial. A Bíblia mostra com clareza meridiana a divindade do
Filho: "e o Verbo era Deus" (Jo 1.1). Trata-se de uma divindade plena e absoluta:
"porque nele habita corporalmente toda a plenitude da divindade" (Cl 2.9). As
Escrituras afirmam também que o Espírito Santo é Deus: "Não sabeis vós que sois
o templo de Deus e que o Espírito de Deus habita em vós?" (1Co 3.16); e é
também Senhor: "Ora, o SENHOR é o Espírito" (2 Co 3.17, ARA). Como conciliar
essa verdade com o monoteísmo ratificado pelo próprio Senhor Jesus? (Mc
12.29,30). Tal não se trata de triteísmo, isto é, "três deuses", pois existe um só
Deus e Deus é um só (1Co 8.6; Gl 3.20). A única explicação é a Trindade.
[Comentário: Dentro da língua portuguesa é difícil falarmos em Trindade e
compreendermos o verdadeiro sentido da palavra. A primeira impressão é a
existência de três pessoas da divindade que se relacionam, entre si, no projeto
divino de salvação da humanidade. Porém, o cristianismo é herdeiro da teologia
judaica, essencialmente monoteísta, aceitando a revelação de Deus na história de
Israel. Ao longo da história da Igreja, para ajuizar o sentido das questões sobre a
Trindade, entre os séculos IV e VI, foram convocados concílios que definiram o
relacionamento entre as pessoas trinitárias. Primeiramente, o Concílio de Nicéia,
em 325, - controvérsia entre Ário e Atanásio, sobre a igualdade da natureza do
Filho com o Pai, ou prevalece a posição de Atanásio a respeito da igualdade do
Filho com o Pai.A formulação do credo niceno, em 325, era a seguinte: "Cremos
em um só Deus, Pai onipotente, criador de todas as coisas visíveis e invisíveis; e
em um só Jesus Cristo, o Filho de Deus, gerado pelo Pai, unigênito, isto é, da
substância do Pai, Deus de Deus, Luz de Luz, Deus verdadeiro do Deus
verdadeiro, gerado não feito, de uma só substância com o Pai, pelo qual foram
feitas todas as coisas, as que estão no céu e as que estão na terra; o qual, por nós
homens e por nossa salvação, desceu, se encarnou e se fez homem e sofreu e
ressuscitou ao terceiro dia, subiu ao céu, e novamente deve vir para julgar os
vivos e os mortos: e no Espírito Santo." Este texto foi extraído de A Trindade na Perspectiva da História da
Salvação, de Clézio Ubiratã da Rosa. Clique aqui para seguir o link
.]

2. A Trindade. A Trindade está presente na Bíblia desde o Antigo Testamento (Gn


1.26; 3.22; Is 6.8). O Senhor Jesus apresenta o Pai e o Espírito Santo num tipo de
relacionamento "eu, tu ele" (Jo 16.7-16). Antes de sua ascensão ao céu, Jesus
mandou que os discípulos batizassem "em nome do Pai, e do Filho e do Espírito
Santo" (Mt 28.19). Essa é a passagem bíblica mais contundente em favor da
Trindade. Temos aqui um conceito trinitário muito claro e vívido. Trata-se de um
resumo da realidade divina ensinada durante seu ministério acerca de si mesmo e
do Pai (Mt 11.27) e do Espírito Santo (Mt 12.28). A Igreja, desde a antiguidade,
resume essas passagens bíblicas na fé em um só Deus que subsiste eternamente
em três pessoas distintas. [Comentário: “Ide, portanto, fazei discípulos de todas as
nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo…” (Mt
28.19). Esta fórmula tríplice do batismo é uma maneira de ressaltar a Santíssima
Trindade. No site Sola Scriptura, o artigo ‘A Trindade’, do Pr. Luis Antônio Ferraz,
traz o seguinte: “Na Divindade há três pessoas: o Pai, o Filho e o Espírito Santo.
Pode parecer um paradoxo, mas Deus é três e um simultaneamente. Precisamos
fazer distinção entre o termo "pessoa" e "natureza". As pessoas em Deus são três,
mas uma só é a natureza, que consiste na onipotência, onisciência, onipresença
etc. Vários exemplos foram apresentados para exemplificar esse caso; porém, o
triângulo equilátero é o que mais se aproxima desse conceito. Acompanhe: O
triângulo é indivisível, assim como Deus (simbolizado por toda a figura). Todavia,
cada lado é distinto do outro e, contudo, formam a mesma figura, que só existe
com os três lados iguais; assim, tomando a analogia, o Pai não é o Filho, o Filho
não é o Espírito Santo e vice e versa; porém, eles constituem o mesmo Deus. A
individualidade pessoal é mantida, bem como a unidade. Assim, Deus não é
somente o Pai, nem somente o Filho, e nem tampouco somente o Espírito Santo.
Deus é o Pai, o Filho e o Espírito Santo. [...] A Trindade no Antigo Testamento:
  a) Gênesis 1:26, 27 — Chegando o momento de criar o homem, Deus disse:
"Façamos o homem à nossa imagem, conforme nossa semelhança". O verbo
"fazer", nesse caso, aponta para um ato criativo, e somente Deus pode criar.
Assim, ao ser criado, o homem não poderia ter a imagem de um anjo ou de
qualquer outra criatura, mas a imagem de Deus, a imagem de seu Criador. No
versículo 27, lemos: "Criou Deus, pois, o homem à sua imagem, à imagem de
Deus o criou; homem e mulher os criou". O interessante, porém, é que a Bíblia diz
que Jesus Cristo também criou todas as coisas, as visíveis e invisíveis (João 1:1,
3; Colossenses 1:16, 17; Hebreus 1:10), o que inclui necessariamente o homem.
Desse modo, concluímos, à luz da Bíblia, que o homem tem a Jesus como seu
Criador, logo, o homem carrega Sua imagem, pois Jesus é Deus, uma vez que "à
imagem de Deus" o homem foi criado. Já em Jó 33:4, Eliú declara: "O Espírito de
Deus me fez". Afinal de contas, quem fez o homem? A Bíblia diz: "Criou Deus,
pois, o homem à sua imagem, à imagem de Deus o criou". E quem é esse Deus?
Resposta: Pai, Filho e Espírito Santo. É digno de nota que há outros textos em que
Deus fala no plural: Gênesis 3:22; 11:7-9; Isaías 6:8. Alguns dizem tratar-se de
plural de majestade, ou seja, é uma forma de expressão onde o indivíduo fala do
plural que não revela necessariamente uma pluralidade participativa. Todavia, isso
não funciona em Gênesis 1:26, 27, pois outros textos bíblicos deixam claro que o
Pai, o Filho e o Espírito Santo criaram o homem; logo, não está em jogo nenhum
plural de majestade, mas um ato criativo de Deus: Pai, Filho e Espírito Santo. Os
demais textos, portanto, devem ser interpretados seguindo-se essa mesma linha
de raciocínio.
  b) Deuteronômio 6:4 — "Escuta, ó Israel: Jeová, nosso Deus, é um só Jeová"
(TNM). Esse texto é usado para desacreditar a doutrina da Trindade, mas, ao
contrário disso, é o texto que prova que na unidade de Deus existe uma
pluralidade, dando abertura para a concepção trinitariana. Como assim? Na língua
hebraica, existem duas palavras para expressar unidade, a saber, ’ehadh e yehidh.
A primeira designa uma unidade composta ou plural. Exemplo: Gênesis 2:24 diz
que o homem e a mulher seriam uma (’ehadh) só carne, ou seja, dois em um. A
segunda palavra é usada para expressar unidade absoluta, ou seja, aquela que
não permite pluralidade. Exemplo: Juízes 11:34 diz que Jefté tinha uma única
(yehidh) filha. Qual dessas palavras é empregada em Deuteronômio 6:4? A
palavra ’ehadh, o que indica que na unidade da Divindade há uma pluralidade.
A Trindade no Novo Testamento: A revelação da Triunidade de Deus no Antigo
Testamento não é tão clara quanto no Novo. Os textos bíblicos abaixo alistados
(respeitando-se os devidos contextos) mostram sempre juntos o Pai, o Filho e o
Espírito Santo. Levando-se em conta que Deus é único (Isaías 43:10) e que ele
não partilha sua glória com ninguém (Isaías 42:8; 48:11), é interessante notar
como o Pai, o Filho e o Espírito Santo são postos em pé de igualdade, coisa que
nenhuma criatura, por melhor que fosse, poderia atingir, nem muito menos uma
"força ativa" (agente passivo).
  a) Mateus 28:19 — A ordem de Jesus é para batizar em "nome do Pai, e do Filho
e do Espírito Santo". Ora, se Jesus fosse uma criatura e o Espírito Santo uma
"força ativa", seria estranho que as pessoas fossem batizadas em nome do Criador
(que não divide sua glória com ninguém), em nome de um anjo, e de uma "força
ativa"; aliás, que necessidade há em batizar alguém em nome de uma "força"?
Tudo isso só faz sentido se Jesus e o Espírito Santo forem Deus, assim como o
Pai.
  b) Lucas 3:22 — No batismo do Filho, lá estão o Espírito Santo e o Pai; como
sempre, inseparáveis. Essa é uma das razões pelas quais o batismo cristão deve
ser ministrado em nome das três pessoas.
  c) João 14:26 — Jesus fala do Espírito Santo, que será enviado pelo Pai, em seu
próprio nome, isto é, de Cristo.
  d) 2ª Coríntios 13:13 — Outra fórmula trinitária, onde aparece o Filho, em
primeiro lugar, com sua graça ou benignidade imerecida; depois, o Pai, com seu
amor; e finalmente, o Espírito Santo, com a comunhão ou participação que dele
procede.
  e) 1ª Pedro 1:1, 2 — Pedro fala aos escolhidos, que foram eleitos segundo a
presciência do Pai, santificados pelo Espírito e aspergidos com o sangue de Jesus
Cristo.
  f) Outros versículos — Romanos 8:14-17; 15:16, 30; 1ª Coríntios 2:10-16; 6:1-
20; 12:4-6; 2ª Coríntios 1:21, 22; Efésios 1:3-14; 4:4-6; 2ª Tessalonicenses 2:13,
14; Tito 3:4-6; Judas 20, 21; Apocalipse 1:4, 5 (compare com 4:5) etc. É digno de
nota que se o Filho fosse uma criatura e o Espírito Santo uma "força ativa", os dois
não poderiam assumir o primeiro lugar em algumas das passagens bíblicas acima
citadas. Aliás, o que uma "força ativa" estaria fazendo no meio de duas pessoas?
As TJ objetam dizendo que mencionar as três Pessoas juntas, não indica que
sejam a mesma coisa, pois Abraão, Isaque e Jacó (Mateus 22:32), bem como
Pedro, Tiago e João (Mateus 17:1) sempre são citados juntos; contudo, isso não
os torna um. O que as TJ não perceberam foi o seguinte: Abraão, Isaque e Jacó
tinham algo em comum: o patriarcado. Já Pedro, Tiago e João tinham em comum
o apostolado. E o que o Pai, o Filho e o Espírito Santo têm em comum? Resposta:
a natureza divina, ou simplesmente, a divindade. “Este texto foi extraído na íntegra do site Sola Scriptura.
Acesse o link a seguir para ler mais:http://solascriptura-tt.org/TeologiaPropriaTrindade/Trindade-LAFerraz.htm
.]

SÍNTESE DO TÓPICO II
Cremos em um Deus trino e uno.

SUBSÍDIO TEOLÓGICO
Trindade
[Do grego irias; do latim trinitatem, grupo de três pessoas] Doutrina segundo a qual a
Divindade, embora uma em sua essência, subsiste nas Pessoas do Pai, do Filho e do
Espírito Santo. As Três Pessoas são iguais nas substâncias e nos atributos absolutos,
metafísicos e morais.
Apesar de o termo não se encontrar nas Sagradas Escrituras, as evidências que atestam a
doutrina são, tanto no Antigo, como no Novo Testamento, incontestáveis.
A palavra Trindade foi usada pela primeira vez, em sua forma grega, por Teófilo; e, em sua
forma latina, por Tertuliano.
O Credo Atanasiano assim se expressa acerca da doutrina da Santíssima Trindade:
'Adoramos um Deus em trindade, e a trindade em unidade, sem confundir as pessoas,
sem separar a substância" (ANDRADE, Claudionor Corrêa de. Dicionário Teológico. 8.ed.
Rio de Janeiro: CPAD, 1999, p, 279).

Ill - AS CRENÇAS INADEQUADAS


1. Os monarquianistas dinâmicos. Trata-se de um movimento que surgiu após a
metade do segundo século em torno do monoteísmo cristão. Tertuliano, um dos
líderes cristãos daquela geração, polemizou com eles, chamando-os de
monarquianistas (do grego, monarchia, "governo exercido por um único
soberano"). Eles ensinavam que Jesus recebeu a dynamis, "poder", em grego, por
ocasião do seu batismo no rio Jordão; outros afirmavam que Jesus se tornou
divino por ocasião de sua ressurreição. Todas as ideias do movimento negavam a
deidade absoluta de Jesus e contrariavam a crença desde a Era Apostólica, que
considerava Jesus "o verdadeiro Deus e a vida eterna" (l Jo 5.20). Eles são os
ancestrais do arianismo. [Comentário: Ainda no primeiro século surgiram os que
Tertuliano chamou de monarquianistas (do grego monarchia - governo exercido
por uma única pessoa). Os monarquianistas dinâmicos (do grego dynamis “força,
poder”, pois diziam que Deus deu força e poder a Jesus, adotando-o como Filho),
negavam a divindade absoluta de Jesus, e também a Trindade. Esta heresia era o
prenúncio do arianismo, que, no início de terceiro século, negava a eternidade de
Jesus, pois considerava Cristo um deus de segunda categoria, igual ao ensino das
Testemunhas de Jeová. Essa doutrina dos dinâmicos era defendida por Teodoro
de Bizâncio, Artemão e Paulo de Samosata.  Extraído do artigo SEITAS MODALISTAS, de Marcelo de Oliveira Lima,
disponível em:http://www.palavraprudente.com.br/prudente/estudos/modalistas.html
]

2. Os monarquianistas modalistas. Esses são assim identificados porque


ensinavam que Deus aparece de modos diferentes. Para eles, Deus aparece com
a máscara de Pai na obra criadora, com a máscara de Filho no seu nascimento e
na ascensão, e a partir daí aparece com a máscara de Espírito Santo. Pai, Filho e
Espírito Santo não são três pessoas, mas três faces, semblantes ou máscaras. É a
doutrina unicista que nega a Trindade, Trata-se de um erro teológico crasso, pois a
Bíblia é clara na distinção dessas pessoas (Mt 3.16,17; Jo 8.17,18; 2 Jo 3). O
bispo Sabélio foi o principal expoente dessa doutrina, por isso ela é conhecida
como sabelianismo. Seus herdeiros espirituais ainda estão por aí. O resumo
teológico deles é o seguinte: Deus é Jesus; no entanto, a Bíblia ensina que Jesus
é Deus. [Comentário: Monarquianistas modais ou modalistas ensinavam que as três
pessoas da Trindade manifestavam-se de vários modos, daí o nome modalista.
Defendidos por Noeto de Esmirna e Práxeas de Cartago, ensinavam que o Pai
nasceu e sofreu, e que Jesus era o Pai. Por essa razão, no Ocidente, eles eram
chamados de patripassianistas (do latim Pater “Pai” e passus de patrior “sofrer” - o
Pai encarnou-se em Cristo e sofreu com Ele). No Oriente eram chamados
sabelianistas, pois o heresiarca Sabélio foi quem mais se destacou na propagação
dessa heresia. Segundo essa doutrina, o Pai, o Filho e o Espírito Santo são
apenas três aspectos da Divindade, sendo, portanto, uma só Pessoa. Esse
ensinamento do bispo Sabélio é hoje chamado de sabelianísmo ou modalismo.
Sabélio usava a palavra “pessoa” para cada Pessoa da Trindade, mas para ele
essa “pessoa” tinha o sentido de máscara ou manifestações diferentes de uma
mesma Pessoa Divina. Na sua concepção o Pai, o Filho e o Espírito Santo são
nomes de três estágios ou fases diferentes. Ele era Pai na criação e na
promulgação da Lei; Filho na encarnação, Espírito Santo na regeneração. Essa
doutrina foi combatida por Tertuliano em Contra Prãxeas, quando pela primeira vez
este apologista usa o termo Trinitas (“Trindade”) para a Divindade: “Todos são de
um, por unidade de substância, embora ainda esteja oculto o mistério da
dispensação que distribui a unidade em uma Trindade, colocando em sua ordem
os três: Pai, Filho e Espírito Santo; três contudo,... não em substância, mas em
forma, não em poder, mas em aparência, pois eles são de uma só substância e de
uma só essência e de um poder só, pois é de um só Deus que esses graus,
formas e aspectos são reconhecidos com o nome de Pai, Filho e Espírito
Santo.” Extraído do artigo SEITAS MODALISTAS, de Marcelo de Oliveira Lima, disponível

em: http://www.palavraprudente.com.br/prudente/estudos/modalistas.html
]

3. O arianismo. É o nome da doutrina formulada por Ário e do movimento que ele


fundou em Alexandria, Egito, no ano 318. Sua doutrina contrariava a crença
ortodoxa seguida pelas igrejas desde o período apostólico. Ário ensinava que o
Senhor Jesus não era da mesma substância do Pai; era criatura, criado do nada,
uma classe divina de natureza inferior, nem divina nem humana, uma terceira
classe entre a deidade e a humanidade. A palavra de ordem de seus seguidores
era: "Houve tempo em que o Verbo não existia". Mas o ensino bíblico sustentado
pelas igrejas desde o princípio afirma que o Filho é eterno (Is 9.6), pois transcende
a criação: "E ele é antes de todas as coisas, e todas as coisas subsistem por ele"
(Cl 1.17). [Comentário: O Arianismo vem de Arius, ou Ário, um professor do início do
século 4 D.C. Um dos assuntos mais antigos e provavelmente mais importante a
ser debatido entre os cristãos da antiguidade foi a questão da divindade de Cristo.
Era Jesus verdadeiramente Deus em carne ou era Jesus um ser criado? Era Jesus
Deus ou apenas como Deus? Arius defendia a ideia de que Jesus foi criado por
Deus como o primeiro e mais importante ato da Criação. O Arianismo, então, é a
crença de que Jesus era um ser criado com atributos divinos, mas não era
divindade em Si mesmo. O Arianismo engana-se ao interpretar referências sobre
Jesus estando cansado (João 4:6) e Jesus não sabendo a data do Seu retorno
(Mateus 24:36). Sim, é difícil compreender como Jesus poderia estar cansado e/ou
não saber algo, mas dizer que Jesus era um ser criado não é a resposta. Jesus
era completamente Deus, mas também era completamente humano. Jesus não se
tornou um ser humano até a sua encarnação. Portanto, as limitações de Jesus
como um ser humano não têm nenhum impacto em sua natureza ou eternidade
divina. A segunda má interpretação do Arianismo é o significado de “primogênito”
(Romanos 8:29; Colossenses 1:15-20). Os arianos interpretam “primogênito”
nesses versículos como se dissessem que Jesus “nasceu” ou foi “criado” como o
primeiro ato de Criação. Esse não é o caso. Jesus mesmo proclamou a sua auto-
existência e eternidade (João 8:58; 10:30). João 1:1-2 nos diz que Jesus “estava
com Deus”. Nos tempos bíblicos, o filho primogênito de uma família ocupava uma
posição de grande honra (Gênesis 49:3; Êxodo 11:5; 34:19; Números 3:40; Salmos
89:27; Jeremias 31:9). É neste sentido que Jesus é o primogênito de Deus. Jesus
é o membro preeminente da família de Deus. Jesus é o ungido, o “Maravilhoso,
Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz” (Isaías 9:6). Jesus
não “nasceu”, na verdade, Ele se tornou o Senhor sobre toda a criação como o
“primogênito” de Deus. Depois de mais ou menos um século de debates em vários
conselhos da igreja primitiva, a Igreja Cristã oficialmente denunciou o Arianismo
como uma doutrina falsa. Desde então, o Arianismo nunca mais foi aceito como
uma doutrina viável da fé Cristã. No entanto, o Arianismo nunca morreu, mas tem
continuado pelos séculos de várias formas diferentes. As Testemunhas de Jeová
de hoje defendem uma posição parecida com a dos arianos em relação à natureza
de Cristo. Assim como a igreja primitiva, precisamos renegar quais ataques na
divindade do nosso Senhor e Salvador, Jesus Cristo. Extraído de: O que é Arianismo? Disponível
em:https://www.gotquestions.org/Portugues/Arianismo.html
]

SÍNTESE DO TÓPICO III


Os monarquianistas dinâmicos, os modalistas e o arianismo propagam crenças
inadequadas a respeito da Trindade.

CONHEÇA MAIS
Trindade
"[Do gr. trios, três; do lat. trinitatem, grupo de três pessoas] Doutrina bíblica segundo a
qual a divindade, embora uma em sua essência, subsiste nas Pessoas do Pai, do Filho e
do Espírito Santo. Para conhecer mais, leia Dicionário Teológico, CPAD, p.349.

SUBSÍDIO TEOLÓGICO
Arianismo
Heresia fermentada por um presbítero do 4° século chamado Ário. Negando a divindade
de Cristo, ensinava ele ser Jesus o mais elevado dos seres criados, Todavia, não era
Deus. Por este motivo, seria impropriedade referir-se a Cristo como se fora um ente divino.
Para fundamentar seus devaneios doutrinários, buscava desautorizar o Evangelho de João
por ser o propósito desta Escritura, justamente, mostrar que Jesus Cristo era, de fato, o
Filho de Deus. Os ensinos de Ário foram condenados no Concílio de Níceia em 325
(ANDRADE, Claudionor Corrêa de. Dicionário Teológico, 8.ed. Rio de Janeiro: CPAD,
1999, p. 52).

IV - RESPOSTA ÀS OBJEÇÕES ACERCA DA TRINDADE


1. Esclarecimento. Os unicistas modernos pregam que a doutrina da Trindade é
uma invenção do Concílio de Niceia, por ordem de um imperador romano pagão.
Mas esses movimentos estão equivocados, pois mais de cem anos antes
Tertuliano já havia formulado a doutrina da Trindade. Além disso, o tema do
referido Concílio, o Filho, reafirma a deidade de Jesus e a sua consubstancialidade
com o Pai. O Credo não traz informação alguma sobre o Espírito Santo. O
documento aprovado em Niceia tornou-se ponto de partida, ao invés de ponto de
chegada. A controvérsia prosseguiu por duas razões principais: a volta do
arianismo e a indefinição sobre o Espírito Santo. [Comentário: história do unicismo
moderno (o retorno da velha heresia sabeliana) Essa doutrina surgiu em uma
reunião pentecostal das igrejas Assembléias de Deus realizada em abril de 1913,
em Arroyo Seco, nos arredores de Los Angeles, na Califórnia, numa cerimônia de
batismo. O preletor, R. E. McAlister, disse que os apóstolos batizavam em nome
do Senhor Jesus e não em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, e quando as
pessoas ouviram isso ficaram atônitas. McAlister foi notificado que seu ensino
possuía elementos heréticos. Ele tentou esclarecer sua prédica, mas ela já havia
produzido efeito. Um de seus ouvintes era John Sheppe que após aquela
mensagem, passou uma noite em oração, refletindo a mensagem de McAlister e
concluiu que Deus havia revelado o batismo verdadeiro que seria somente em
nome de Jesus. Também Franck J. Ewart, australiano, adotou essa doutrina e em
15 de abril de 1914 levantou uma tenda em Belvedere, ainda nos arredores de Los
Angeles, e passou a pregar sobre a fórmula batismal de Atos 2.38. Comparando
com Mt 28.19, chegou à conclusão de que o nome de Deus seria então somente o
nome Jesus. É verdade que o batismo somente no nome de Jesus era praticado
por pastores pentecostais como Howard Goss e Andrew Urshan, mas foi somente
com Franck J. Ewart que o batismo em nome de Jesus desenvolveu teor teológico
próprio. Assim, em 15 de abril de 1914, Franck J. Ewart e Glenn Cook se
batizaram mutuamente com a nova fórmula. Esse movimento começou então a
crescer em cima dessa polêmica e ficou conhecido por vários nomes como: Nova
Questão, movimento Somente Jesus, o Nome de Jesus, Apostólico, ou
Pentecostalismo Unicista. A essência da doutrina unicista é a centralização no
nome de Jesus. Os teólogos unicistas entendem que a expressão em nome, de
Mateus 28.19 referindo ao Pai, Filho e Espírito Santo são apenas nomes
singulares de Jesus. Assim, o que parecia ser apenas uma polêmica referente à
fórmula batismal resultou na negação da doutrina da Trindade. Os unicistas não
aceitam a pluralidade de pessoas na unidade Divina, qualquer referência à idéia de
Trindade eles interpretam como sendo várias manifestações de Deus ou de Jesus.
Logo não são contra a Trindade pelo fato de não crer que Jesus seja Deus, mas
ironicamente pelo fato de crer que Deus é só Jesus.
3 – Principais grupos unicistas modernos
-Igreja Evangélica Voz da Verdade (IEVV);
-Igreja Só Jesus;
-Igreja Local (Witness Lee)
-Adeptos do Nome Yehoshua e Suas Variantes;
-Tabernáculo da Fé.
-A Voz da Pedra Angular (Willian Soto Santiago)
-Ministério Internacional Creciendo en Gracia
-Igreja Cristo Vive (do apostolo Miguel Ângelo)
-Pentecostal Novo Nascimento em Cristo e outras.  Extraído de:http://www.cacp.org.br/igreja-voz-da-verdade-uma-seita-
unicista/
]

2. A definição de Tertuliano. Ele foi o neologista da Igreja que criou o termo


"Trindade", na seguinte declaração: "Todos são um, por unidade de substância,
embora ainda esteja oculto o mistério da dispensação que distribui a unidade
numa Trindade, colocando em sua ordem os três. Pai, Filho e Espírito Santo; três
contudo, não em essência, mas em grau; não em substância, mas em forma; não
em poder, mas em aparência; pois eles são de uma só substância e de uma só
essência e de um poder só, já que é de um só Deus que esses graus e formas e
aspectos são reconhecidos com o nome de Pai, Filho e Espírito Santo (Contra
Práxeas, II). Um só Deus, portanto, a essência, a substância e o poder são um só;
mas a diferença está no grau, na forma e na aparência que chamamos de
"pessoas" (Mt 28.19). [Comentário: ‘Neologista’ = aquele que faz uso ou é
simpatizante de neologismos; neologizante, neólogo. Neologismo é o processo de
criação de uma nova palavra na língua devido à necessidade de designar novos
objetos ou novos conceitos ligados às diversas áreas. Com exímio uso do latim,
Tertuliano foi o primeiro a usar o termo Trinitas para designar a Trindade. Expôs
também a tese de que o Pai e o Filho eram da mesma substância. Antecipou-se
em um século ao Símbolo de Nicéia. Tertuliano escreve “antes de todas as coisas,
Deus estava sozinho, sendo Ele seu próprio universo. Ele estava sozinho,
entretanto, no sentido em que não havia nada de externo a Ele, pois mesmo então
Ele não estava realmente sozinho, já que Ele tinha consigo aquela Razão que Ele
possuía em Si mesmo, isto é, sua própria Razão”. (Tertuliano: Adversus Prax. 5). Em outra
passagem ele tenta explicar, mais claramente que os seus antecessores, o ser-
outro ou a individualidade desta razão imanente ou verbo. Ele explica que a
racionalidade ou o discurso, por meio do qual o homem cogita e faz planos é, de
uma certa maneira, um “outro” e um “segundo” no homem, e assim é com o Verbo
divino, com o qual Deus raciocina desde toda a eternidade e que constitui “um
segundo para consigo”http://pensandoteologia.blogspot.com.br/2010/03/tertuliano-e-doutrina-da-trindade.html.]

3. Formulação definitiva da Trindade. Isso só aconteceu no Concílio de


Constantinopla em 381, com base nos trabalhos de Atanásio que combateram os
arianistas e também os grupos contrários à doutrina do Espírito Santo, como os
pneumatomacianos e os tropicianos; e com base nas obras dos chamados pais
capadócios: Basílio de Cesareia, Gregório de Nissa e Gregório de Nazianzo. O
Credo Niceno-Constantinopolitano reafirma o Credo de Niceia e define a divindade
do Espírito Santo, estabelecendo de uma vez por todas a doutrina da Santíssima
Trindade. [Comentário: Do site Wikipédia temos: “O Primeiro Concílio de
Constantinopla se realizou em 381, foi debatida a natureza de Cristo e o
arianismo. Sendo este o primeiro Concílio Ecumênico realizado em
Constantinopla, foi convocado de forma cesaropapista por Teodósio I em 381. O
concílio aprovou o Credo niceno-constantinopolitano, e tratou de outros assuntos
teológicos. O concílio reuniu-se na Igreja de Santa Irene de maio a julho de 381. É
reconhecido como o segundo concílio ecumênico pela Igreja Católica, Nestoriana,
Ortodoxa e uma série de outros grupos cristãos.”https://pt.wikipedia.org/wiki/Primeiro_Conc
%C3%ADlio_de_Constantinopla
. O Concílio de Constantinopla (381) foi convocado pelo imperador
Teodósio I, que no ano anterior havia oficializado o cristianismo católico e trinitário
como a religião do Império Romano. Esse concílio coroou de uma vez por todas os
esforços de Atanásio e dos três capadócios ao condenar todos os tipos de
subordinacionismo e sabelianismo (modalismo). Revisou o Credo do Nicéia,
tornando mais claras certas expressões e acrescentando um terceiro artigo sobre
o Espírito Santo e a igreja. Esse importante documento ficou conhecido na história
como Credo Niceno ou Niceno-Constantinopolitano. Os pneumatomacianos ou
macedonianos negavam a divindade do Espírito Santo. Os chamados pais
capadócios (Basílio de Cesaréia, Gregório de Nazianzo e Gregório de Nissa) foram
importantes pensadores cristãos dominaram o cenário teológico na segunda
metade do 4° século e trabalharam juntos para tornar vitoriosa a fé nicena. Eram
amigos de Atanásio e desenvolveram o seu pensamento teológico. Eles criaram as
fórmulas que tornaram possível o consenso da maior parte dos teólogos orientais
em torno da questão trinitária. Tomaram para si a tarefa de definir mais claramente
a unidade e a diversidade existentes na Divindade, inclusive a terminologia
adequada para isto, ou seja, de que em Deus há três hipóstases (subsistências
individuais) e apenas uma “ousia” ou essência divina. Todos os três viveram na
Capadócia, a região orienral da Ásia Menor, parte da moderna Turquia.]
SÍNTESE DO TÓPICO IV
Na Bíblia Sagrada encontramos as respostas às objeções acerca da Trindade.

SUBSÍDIO TEOLÓGICO
Concílio de Niceia e de Constantinopla
Primeiro concílio ecuménico da história. Convocado pelo imperador Constantino, em 325,
teve como objetivo solucionar os problemas que dividiam a cristandade. Problemas esses
causados pelo arianismo. Buscando reafirmar a unidade da Igreja, os participantes do
concílio redigiram uma confissão teológica, confirmando a ortodoxia doutrinária do
Cristianismo.
Em 381, reuniram-se em Constantinopla 150 bispos, a pedido do imperador Teodócio l,
com o objetivo de confirmar a unidade da igreja no Oriente. Terminado os trabalhos,
aquele segmento da cristandade livrava-se de mais de meio século de domínio ariano"
(ANDRADE, Claudionor Corrêa de. Dicionário Teológico. 8.ed. Rio de Janeiro: CPAD,
1999, pp. 88,89).

CONCLUSÃO
Diante do exposto, está claro que a doutrina da Trindade é bíblica e está presente
desde o Gênesis até o Apocalipse. [Comentário: Podemos considerar a doutrina da
Trindade um dos pilares do cristianismo ortodoxo. No entretanto, pelo menos no
contexto brasileiro, demonstramos pouca consideração e há até mesmo um
desconhecimento acerca dela. A razão disso talvez seja o pragmatismo que a
religião brasileira tem como base. As pessoas só se interessam por aquilo que
entendem que pode ser útil para sua vida. Elas querem coisas práticas e estão
enjoadas de teoria. Esse é justamente o motivo pelo qual não gostam de estudar
teologia. Por aqui vale mais as “experiências” com Deus, relegando a teoria ao
esquecimento. Com esta pequena teoria apresentada, podemos compreender que
Deus nos é revelado como Pai, Filho e Espírito Santo, cada um com atributos
pessoais distintos, mas sem divisões de natureza, essência ou ser. E por que é
importante conhecer e crer assim? Assim como no início do cristianismo, a
Trindade tem sido motivo de controvérsias. Até para Trinitaristas, uma
compreensão nebulosa, pode levar a uma falsa adoração. Este estudo é pouco
para compreendermos o assunto, ele está mais para uma exortação à pesquisa.
Como sugestão, ficam os links citados, visite-os e leia-os.] “Ora, àquele que é
poderoso para vos guardar de tropeçar e apresentar-vos irrepreensíveis, com
alegria, perante a sua glória. Ao único Deus sábio, Salvador nosso, seja glória e
majestade, domínio e poder, agora, e para todo o sempre. Amém”. (Judas 24-25),

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