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Aula 02

Câmara de Belo Horizonte-MG - Passo


Estratégico de Língua Portuguesa - 2023
(Pós-Edital)

Autor:
Carlos Roberto

29 de Dezembro de 2023

60022990682 - Renato Master da Consolação Pereira


Carlos Roberto
Aula 02

Sumário

1 - Apresentação........................................................................................................................................3

2 – Importância do Assunto – Análise Estatística ....................................................................................... 4

3 – Estrutura das palavras ......................................................................................................................... 5

3.1 - Radical ....................................................................................................................................... 5

3.2 – Tema ........................................................................................................................................ 5

3.3 – Afixos ........................................................................................................................................ 5

3.4 - Desinências ............................................................................................................................... 6

3.5 – Vogal temática .......................................................................................................................... 6

3.6 – Vogal e consoante de ligação .................................................................................................... 6

3.7 – Cognatos ................................................................................................................................... 6

3.8 – Palavras primitivas e derivadas ................................................................................................... 7

3.9 – Palavras simples e compostas..................................................................................................... 7

4 - Formação das palavras ........................................................................................................................ 8

4.1- Derivação ................................................................................................................................... 8

4.2 - Composição............................................................................................................................... 9

4.3 – Redução .................................................................................................................................... 9

4.4 – Hibridismos............................................................................................................................... 9

4.5 - Onomatopeias ........................................................................................................................... 9

5 – Classes de palavras ............................................................................................................................. 10

5.1 Substantivo .................................................................................................................................... 10

5.1.1 – Flexão de gênero dos substantivos ......................................................................................... 12

5.1.2 – Flexão de número dos substantivos ....................................................................................... 12

5.1.3 – Flexão de Grau dos Substantivos ............................................................................................ 16

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5.2 - Artigo........................................................................................................................................... 17

5.3 - Adjetivo........................................................................................................................................ 17

5.3.1 – Classificação dos Adjetivos .................................................................................................... 18

5.3.2 – Locução Adjetiva ................................................................................................................... 19

5.3.3 – Flexão dos Adjetivos .............................................................................................................. 19

5.3.3.1 – Flexão de Gênero dos Adjetivos .......................................................................................... 19

5.3.3.2 – Flexão de Número dos Adjetivos ......................................................................................... 19

5.3.3.2 – Flexão de Grau dos Adjetivos ............................................................................................. 20

5.4 - Numeral ....................................................................................................................................... 21

5.5 - Preposição .................................................................................................................................. 22

5.1.1 – Preposições Essenciais .......................................................................................................... 22

5.1.2 – Preposições Acidentais ......................................................................................................... 22

5.1.3 – Locução Prepositiva .............................................................................................................. 22

5.6 - Advérbio ...................................................................................................................................... 23

5.6.1 – Locução Adverbial ................................................................................................................ 24

5.6.2 – Flexão de grau dos advérbios .................................................................................................25

5.7 - Interjeição ................................................................................................................................... 26

5.8 Conjunção ...................................................................................................................................... 27

5.8.1 - Conjunções e Locuções Conjuntivas Coordenativas ............................................................... 27

5.8.2 - Conjunções e Locuções Conjuntivas Subordinativas ............................................................. 28

6 - Aposta Estratégica ............................................................................................................................. 31

7 - Questões-chave de revisão.................................................................................................................. 31

8 - Lista de questões comentadas ............................................................................................................ 43

9 - Revisão Estratégica ............................................................................................................................58

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9.1 - Perguntas.....................................................................................................................................58

9.2 - Perguntas com respostas .............................................................................................................59

1 - APRESENTAÇÃO
A língua portuguesa é um rico objeto de estudo – você certamente já percebeu isso! Por apresentar tantas
especificidades, é natural que ela fosse dividida em diferentes áreas, o que facilita sua análise. Entre essas
áreas, está a Morfologia, que é o estudo da estrutura, da formação e da classificação das palavras. Na
Morfologia, as palavras são estudadas isoladamente, desconsiderando-se a função que exercem dentro da
frase ou do período, estudo realizado pela Sintaxe. Nos estudos morfológicos, as palavras estão agrupadas
em dez classes, que podem ser chamadas de classes de palavras ou classes gramaticais.

Daremos, na aula de hoje, mais um grande PASSO rumo à sua aprovação. Adentraremos num assunto
bastante interessante, sempre cobrados em provas de Língua Portuguesa: classe de palavras/formação e
estrutura das palavras.

Desejo-lhes uma excelente aula!

Bons estudos!

#amoraovernáculo

“A vida sem luta é um mar morto no centro do organismo universal”.


(Machado de Assis)

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2 – IMPORTÂNCIA DO ASSUNTO – ANÁLISE ESTATÍSTICA


Com o intuito de fazer um estudo direcionado, de acordo com as especificidades da banca, fizemos um
ranking com os percentuais de incidência segregados por assunto, baseando-nos numa amostra de
questões cobradas de 2017 a 2022. Isso nos permite visualizar os assuntos “preferidos” da banca
examinadora.

Língua Portuguesa

% de cobrança em provas anteriores (Consulplan)


Interpretação de textos; reescrita de frases. 34,21%
Classes de Palavras; formação e estrutura das palavras. 15,63%
Semântica; regência verbal; regência nominal; 14,44%
Ortografia; acentuação gráfica; crase. 9,52%
Linguagem; tipologia textual; fonética. 7,38%
Relação de coordenação e subordinação das orações; pontuação. 7,22%
Termos da oração; partícula "se"; vocábulo "que"; vocábulo "como". 5,08%
Tempos e modos verbais. 3,02%
Concordância verbal; concordância nominal; vozes verbais. 2,86%
Função sintática dos pronomes átonos; função sintática dos pronomes
relativos; colocação pronominal. 0,63%
TOTAL 100,00%

Essa tabela mostra a ordem decrescente de incidência dos assuntos, ou seja, quanto maior o percentual de
cobrança de um dado assunto, maior sua importância.

Os assuntos Classes de palavras e Formação e Estrutura das Palavras possuem um grau de incidência de
15,63% nas questões colhidas, possuindo importância muito alta no contexto geral da nossa matéria, de
acordo com o esquema de classificação que adotaremos, qual seja:

% de Cobrança Importância do Assunto


Até 1,9% Baixa a Mediana
De 2% a 4,9% Média
De 5% a 9,9% Alta
10% ou mais Muito Alta

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3 – ESTRUTURA DAS PALAVRAS


Conforme veremos, são dez as classes gramaticais: substantivo, adjetivo, artigo, numeral, preposição,
advérbio, conjunção, interjeição, verbo e pronome. As classes pronome e verbo serão vistas em aulas
vindouras, haja vista a importância e pertinência temática com os assuntos que abordaremos no curso.

Desejo-lhes uma excelente aula! Bons estudos!

3.1 - Radical

Radical é o elemento significativo das palavras (também chamado de morfema lexical).

Encontra-se o radical separando a palavra de seus elementos secundários (morfemas gramaticais1),


quando houver.

CERT-o; CERT-eza; in-CERT-eza; in-OBSERV-ância; OBSERV-ação; ex-PORT-


ação;im-PORT-ação.

3.2 – Tema

Tema é o radical acrescido de uma vogal (vogal temática).

Basta destacar o -r do infinitivo para encontrar o tema:

FUGI-r; ESTUDA-r; PASSA-r; APROVA-r; SONHA-r; ENRIQUECE-r; DOA-


r.

3.3 – Afixos

Afixos (morfemas derivacionais) são elementos secundários que se agregam ao radical para formar palavras
derivadas. Quando antepostos ao radical ou tema, chamam-se prefixos, e sufixos, quando pospostos.

PREFIXO RADICAL SUFIXO


des anima dor
re nova mos
en riqu ecer

1
Morfemas gramaticais podem ser: desinência (morfema flexional); afixo (morfema derivacional);
vogal temática.

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3.4 - Desinências

As desinências (ou morfemas flexionais) servem para indicar a flexão das palavras:

a) o gênero e o número dos substantivos, dos adjetivos e de alguns pronomes:

aprovad-o; aprovad-a; nomeado-s; nomeada-s


b) o número e a pessoa dos verbos:

pass-o; passa-s; passa-mos; passa-is; passa-m

3.5 – Vogal temática

Vogal temática é o elemento que, acrescido ao radical, forma o tema de nomes e verbos. Nos verbos,
distinguem-se três vogais temáticas:

i. “a” que caracteriza os verbos da 1ª conjugação: passar, passavas, etc.


ii. “e” que caracteriza os verbos da 2ª conjugação: viver, vivemos, etc.
iii. “i” que caracteriza os verbos da 3ª conjugação: sorrir, sorrirá, etc.

3.6 – Vogal e consoante de ligação

São fonemas que, em certas palavras derivadas ou compostas, inserem-se para evitar dissonâncias, isto é,
para facilitar a pronúncia desses vocábulos.

Se examinarmos, por exemplo, os vocábulos gasômetro e cafeteira, verificaremos que:

a) o primeiro é formado por dois radicais (gás + metro) ligados pela vogal “o”, sem valor significativo;
b) o segundo é constituído do radical “café” + o sufixo “eira”, entre os quais aparece a consoante
insignificativa “t”, para evitar o hiato “ée”.

3.7 – Cognatos

Cognatos são vocábulos que procedem de uma raiz comum, que constituem uma família etimológica2.

À raiz da palavra latina “anima” (significa “espírito”), prendem-se, por exemplo, os seguintes cognatos:
alma, animal, animar, animação, etc.

2
Etimologia é a parte da gramática que trata da história ou origem das palavras e da explicação do
significado de palavras através da análise dos elementos que as constituem.

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3.8 – Palavras primitivas e derivadas

Quanto à formação, as palavras podem ser primitivas ou derivadas.

▪ Palavras primitivas são as que não derivam de outras. Permitem que delas se originem novas
palavras no idioma:

pedra, mar, novo, dente


▪ Palavras derivadas são as que provêm de outras:

pedreiro, marinha, renovar, dentista

3.9 – Palavras simples e compostas

Com relação ao radical, dividem-se as palavras em simples e compostas.

▪ Palavras simples possuem apenas um radical:

mar, marinha, pedra, pedreiro, começar, recomeçar


▪ Palavras compostas são as que apresentam mais de um radical:

passatempo, automóvel, guarda-marinha, aguardente, quebra-mar

obs.: para as palavras compostas, deve-se estar atento às regras de emprego do hífen.

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4 - FORMAÇÃO DAS PALAVRAS


Quando surgem novas invenções na humanidade, nascem também os neologismos3, que são decorrência
do progresso e do desenvolvimento da cultura humana. Novas necessidades de expressões surgem de
novas ideias e invenções.

Na Língua Portuguesa, há dois processos gerais para a formação de palavras: a derivação e a composição.

4.1- Derivação

A derivação consiste em formar uma palavra nova (derivada), a partir de outra já existente (primitiva). Pode
ocorrer de quatro maneiras:

▪ Derivação por sufixação (ou sufixal): acrescenta-se um sufixo a uma radical, formando-se novos
substantivos, adjetivos, verbos e advérbios.

Sufixo nominal (formam-se substantivos e adjetivos): velo-cista, velo-z, pont-eira,


pont-udo.
Sufixo verbal (formam-se verbos): real-izar, pass-ar, lut-ar.

Sufixo adverbial (formam-se advérbios): feliz-mente, bondosa-mente, corajosa-mente.


▪ Derivação por prefixação (ou prefixal): antepõe-se um prefixo a um radical.

imparável, incapaz, desligar, pré-história, impermeável, antiaéreo.


▪ Derivação parassintética (ou parassíntese): anexa-se, ao mesmo tempo, um prefixo e um sufixo a
um radical.

e-magr-ecer, des-alm-ado, em-papel-lar, re-patri-ar


▪ Derivação regressiva: substitui-se a terminação de um verbo pelas desinências “a”, “o” ou “e”.

mudar – muda, combater – combate, incentivar – incentivo, levantar–levante, falar


– fala

3
Neologismo é o processo de criação de uma nova palavra na língua devido à necessidade de
designar novos objetos ou novos conceitos ligados às diversas àreas: tecnologia, arte, economia,
esportes etc.

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▪ Derivação imprópria: muda-se a classe de uma palavra, estendendo-lhe a significação.

Tenho medo do correr dos dias. (correr = substantivo, em vez de verbo)

Andarei com os bons para tornar-me um deles. (bons = substantivo, em vez de


adjetivo)

4.2 - Composição

Composição é o processo de formação de palavras a partir da junção de duas ou mais palavras ou de dois ou
mais radicais já existentes. Pode efetuar-se por:

▪ Justaposição: união de duas ou mais palavras (ou radicias) sem alteração na sua estrutura:

Passatempo, girassol, televisão, rodovia, guarda-roupa, bem-te-vi.


▪ Aglutinação: união de dois ou mais vocábulos (ou radicais), com alterações de pronúncias em um ou
mais elementos:

Aguardente (água ardente), embora (em boa hora), hidrelétrico (hidro elétrico),
planalto (plano alto), boquiaberto (boca aberta).

4.3 – Redução

Ao lado de sua forma plena, algumas palavras apresentam uma forma reduzida:

Cinema (por cinematografia), Seu (por Senhor), quilo (por quilograma), moto (por
motocicleta).

4.4 – Hibridismos

Quando, na formação da palavra, entram elementos de línguas diferentes:

Alcoômetro (álcool + metro; árabe + grego), automóvel (auto + móvel; grego + latim),
televisão (tele + visão; grego + latim).

4.5 - Onomatopeias

Palavras que reproduzem sons e ruídos existentes na natureza (sons e vozes dos seres):

Miar, miau, rufar, rugir, uivar, tchibum, piu, pipocar, chiar.

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5 – CLASSES DE PALAVRAS
Na Língua Portuguesa, há dez classes gramaticais de palavras:

VARIÁVEIS INVARIÁVEIS
1 – Substantivo 7 - Preposição
2 – Artigo 8– Advérbio
3 – Adjetivo 9 – Interjeição
4 – Numeral 10 – Conjunção
5 – Pronome*
6 – Verbo*

*Pronome e Verbo serão abordados nas próximas aulas.

▪ Os substantivos, artigos, adjetivos, numerais e pronomes são agrupados como nomes, pois
caracterizam e determinam seres, objetos, fatos etc.
▪ Os verbos e advérbios definem a circunstância em que a ação ocorre.
▪ As preposições e conjunções fazem a ligação entre as palavras e os termos da oração.
▪ A interjeição transmite emoção.

Uma mesma palavra pode pertencer a mais de uma classe gramatical.


O velho tinha o hábito da leitura diária. (velho = substantivo)
O livro velho ainda nos é útil nos dias atuais. (velho = adjetivo)

5.1 Substantivo

Substantivos são palavras que designam os seres. Nas frases, exercem diversas funções sintáticas (sujeito,
objeto direto, objeto indireto etc.). O substantivo é classificado da seguinte forma:

▪ Quanto ao significado: próprio ou comum; concreto ou abstrato.


▪ Quanto à formação: simples ou composto; primitivo ou derivado.
▪ Quanto à formação e ao significado, simultaneamente, pode ser um substantivo coletivo.

Substantivos comuns são aqueles que designam seres da mesma espécie:

pessoa, meninos, mesa, luz, oceano, criança, palmeira.

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Substantivos próprios se aplicam a um ser em particular:

Fernando Pessoa, Carlos Roberto, Brasil, Deus, Brasília.


Substantivos concretos nomeiam seres reais ou não:

Homem, fantasma, alma, fada, lobisomem, pedra, mulher.


Substantivos abstratos nomeiam ação, qualidade, sentimento ou emoção dos seres, sem os quais não
podem existir:

Beijo, beleza, coragem, frio, rapidez, vida, inteligência, estudo.


Substantivos simples são formados por um só radical:

Chuva, pão, amor, maçã, tempo.


Substantivos compostos são formados por mais de um radical:

Passatempo, beija-flor, guarda-chuva, bem-te-vi.


Substantivos primitivos são os que não derivam de outra palavra da Língua Portuguesa:

Pedra, sol, ferro, flor, casa, trovão.


Substantivos derivados são os que derivam de outra palavra:

Pedreiro, ferreiro, trovoada, florescer, casebre.


Substantivos coletivos são os que designam um conjunto de seres da mesma espécie:

Constelação, rebanho, exército, arquipélago, banda, boiada, cardume, colmeia,


década, matilha, lote, ramalhete, plateia.
À exceção dos coletivos, cada substantivo possui quatro classificações. Por exemplo:

▪ Carro: comum, simples, concreto e primitivo;


▪ Brasília: próprio, simples, concreto e derivado;
▪ Enxame: comum, simples, concreto, primitivo e coletivo.

Palavras substantivadas são aquelas que provêm de outras classes gramaticais:

Não deixo o certo pelo duvidoso. (Graciliano Ramos)

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O morrer pertence a Deus. (Raquel de Queirós)

5.1.1 – Flexão de gênero dos substantivos

Há dois gêneros na Língua Portuguesa: o masculino e o feminino.

1) São masculinos os substantivos precedidos do artigo “o(s)” e femininos os precedidos do artigo


“a(s)”.

Masculinos: menino, elefante, mestre, doutor.


Femininos: menina, elefanta, presidenta, doutora.
2) Biformes são os substantivos que apresentam duas formas para indicar o gênero:

Menino/menina, professor/professora, presidente/presidenta, advogado/ advogada.


3) Uniformes são os substantivos que apresentam uma só forma para indicar o gênero. Classificam-se
em:

3.1) Epiceno: apresentam uma só forma para designar os dois gêneros em nomes de certos animas (macho
ou fêmea).

O jacaré macho/ o jacaré fêmea; a onça macho/a onça fêmea; a cobra macho/a cobra
fêmea.
3.2) Sobrecomuns: apresentam um só gênero para se referir ao masculino ou ao feminino.

o indivíduo(homem ou mulher), a criança (menino ou menina), o cônjuge (marido ou


mulher).
3.3) Comuns de dois gêneros: sob uma só forma, designam os indivíduos dos dois sexos pela mudança do
determinante (artigo, adjetivo ou pronome).

O colega/a colega; o cliente/a cliente; artista famoso/artista famosa; um


estudante/uma estudante.

5.1.2 – Flexão de número dos substantivos

Na Língua Portuguesa, há dois números gramaticais: singular e plural.

Singular indica um ser ou um grupo de seres: ave, bando.

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Plural indica mais de um ser ou grupo de seres: aves, bandos.

Os substantivos flexionam-se no plural de diferentes formas, a depender da terminação do singular.

▪ Substantivos terminados em vogal ou em ditongo oral: acréscimo de “s” à forma singular.

Pá/pás; pai/pais; herói/heróis; régua/réguas; caju/cajus.


▪ Substantivos terminados “m”: troca-se o “m” por “ns”.

Jovem/jovens; álbum/álbuns; som/sons; refém/reféns.


▪ Substantivos terminados em “r” ou “z”: acréscimo de “es” ao singular.

Colher/colheres; hambúrguer/hambúrgueres; dólar/dólares; raiz/raízes; juiz/juízes.


▪ Substantivos terminados em “al”, “el”, “ol”, “ul”: troca-se o “l” por “is”.

Papel/papéis; mel/méis (ou meles); túnel/túneis; anzol/anzóis;


Exceção: mal/males; cônsul/cônsules.
▪ Substantivos terminados em “il”: troca-se o “il” por “is” dos vocábulos oxítono; troca-se o “il” por
“eis” dos vocábulos paroxítonos.

Funil/funis; fuzil/fuzis; fóssil/fósseis; projétil/projéteis.


▪ Substantivos terminados em “s”: acrescenta-se “es” nos vocábulos oxítonos e monossílabos; os
paroxítonos e proparoxítonos são invariáveis.

País/países; mês/meses; português/portugueses; gás/gases. (monossílabos e oxítonos)


Pires/pires; lápis/lápis; ônibus/ônibus; óculos/óculos; tênis/tênis (paroxítonos e
proparoxítonos)
▪ Substantivos terminados em “x”: são invariáveis.

O tórax/ os tórax; a fênix/ as fênix; uma xerox/duas xerox.


▪ Substantivos terminados em “ão”: há três maneiras possíveis de se formar o plural.

i. Troca-se o “ão” por “ãos”:

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Cidadão/cidadãos; irmão/irmãos, ancião/anciãos; bênção/bênçãos.


ii. Troca-se o “ão” por “ões”:

Espião/espiões; mamão/mamões; limão/limões; botão/botões.


i. Troca-se o “ão” por “ães”:

Cão/cães; pão/pães; capitão/capitães; escrivão/escrivães.

Plural dos substantivos compostos

O plural dos substantivos compostos pode ser formado de diversas maneiras. Seguem as principais formas
de fazê-lo.

➢ Quando estiverem unidos por hífen, pluralizam-se os dois elementos.

a) Substantivo + Substantivo:

Decretos-leis; couves-flores; cirurgiões-dentistas; editores-chefes.


b) Substantivo + Adjetivo / Adjetivo + Substantivo:

Cachorros-quentes; obras-primas; más-línguas; carros-fortes; boas-vidas.


c) Numeral + Substantivo:

Segundas-feiras; sextas-feiras; terceiros-capitães; primeiras-aprovações.


➢ Pluraliza-se apenas o segundo elemento.

a) Elementos unidos sem hífen::

Autopeças; girassóis; ultrassons; passatempos.


b) Verbo + Substantivo:

Bate-bocas; guarda-roupas; beija-flores; lava-louças.


c) Elemento Invariável + Palavra Variável:

Vice-campeões; alto-falantes; bem-amados; recém-empossados.

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d) Palavras Repetidas:

Corre-corres; reco-recos; pisca-piscas; toque-toques.


➢ Pluraliza-se apenas o primeiro elemento.

a) Substantivo + Preposição + Substantivo:

Pés-de-moleque; mãos de obra; câmaras de ar; caixas d’água.


b) Quando o segundo elemento limita o primeiro (tipo, finalidade):

Bananas-prata; salários-família; cidades-satélite; alunos-modelo.


➢ Os dois elementos ficam invariáveis.

a) Verbo + Advérbio:

Bota-fora; pisa-mansinho.
b) Verbo + Substantivo Plural:

Saca-rolhas; guarda-vidas.
c) Verbos Antônimos:

Os senta-levanta atrapalharam a apresentação.


d) Frases Substantivas:

Os Deus-nos-acuda eram ouvidos pelos que estavam presentes do dia da tragédia.


➢ Palavras Substantivadas flexionam-se no plural como os substantivos.

Os sins e os nãos; os prós e os contras.


➢ Substantivos que admitem mais de um plural:

Padre-nosso/padre-nossos/padres-nossos; salvo-conduto/salvo-condutos/salvos-
condutos.

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5.1.3 – Flexão de Grau dos Substantivos

É empregada para apresentar a relação de tamanho dos seres. Os dois graus dos substantivos são: o
aumentativo e o diminutivo.

A indicação de grau pode ser expressa de duas formas: analítica e sintética.

a) Aumentativo Analítico:

Letra grande, pedra enorme, obra gigantesca.


b) Aumentativo Sintético:

Muralha; mulherona; povaréu, volumaço.


c) Diminutivo Analítico:

Casa pequenina; letra minúscula; homem pequeno.


d) Diminutivo Sintético

Livrinho; cursinho; pedrisco; caixote; casebre.


Questão de Revisão

Assinale a alternativa que traz, respectivamente, um substantivo cujo plural se faz a exemplo de
“bem-estar” (termo presente no 1º primeiro parágrafo); e outro substantivo, destacado em
expressão do texto, com sentido de coletivo.

a) Alto-falante / “Quase metade da população mundial não tem acesso...”

b) Saca-rolha / “... a base da assistência universal.”

c) Bomba-relógio / “... o progresso em saúde tem sido desigual...”

d) Louva-a-deus / “... em detrimento da prevenção de doenças...”

e) Arco-íris / “... e participação das pessoas e da comunidade...”

Comentário:

A palavra “bem-estar” possui, em sua composição, um advérbio (bem) e um verbo substantivado


pelo processo de derivação imprópria (o estar). Logo, temos um advérbio (bem) + um substantivo
(estar). Substantivo é palavra variável, por conseguinte, pode ser pluralizada. Assim, o plural de
bem-estar é bem-estares.

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A palavra “alto-falante” é composta pela junção do advérbio "alto" (transmite a ideia de


modo) com o adjetivo "falante". Advérbio é palavra invariável, e não vai para o plural. O adjetivo
"falante" é variável, e vai para o plural. Assim, o plural de alto-falante é alto-falantes.

A palavra “saca-rolha” é composta pela junção do verbo "saca" (tira, arranca) com o
substantivo "rolha". O verbo não vai para o plural nos compostos. O substantivo rolha é variável,
logo vai para o plural. Assim, o plural de saca-rolha é saca-rolhas.

A palavra “bomba-relógio” é composta pela junção de dois substantivos: bomba e relógio. O


substantivo relógio especifica o tipo de bomba. Quando o segundo elemento expressa especifica
o primeiro, pode-se flexionar só o primeiro (bombas-relógio) ou ambos (bombas-relógios).

Os substantivos “louva-a-deus” (os louva-a-deus) e arco-íris (os arco-íris) não variam no plural.

Substantivos coletivos são os que designam um conjunto de seres da mesma espécie: constelação,
rebanho, exército, arquipélago, banda, boiada, cardume, colmeia, década, matilha, lote,
ramalhete, plateia. Nas alternativas, apenas os vocábulos “população” e “comunidade”
correspondem ao sentido de coletivo.

Gabarito: “a”

5.2 - Artigo

O artigo pode ser classificado em:

➢ Definido – determina o substantivo (o, a, os, as).

Encontrei o jovem aprovado naquele concurso.


Encontrei a jovem aprovada naquele concurso.
➢ Indefinido – indetermina o substantivo (um, uma, uns, umas).

João estudou Língua Portuguesa por uma gramática.

Maria pegou uma caneta para fazer a prova.

5.3 - Adjetivo

Adjetivos são palavras que expressam as qualidades ou características dos seres.

Sintaticamente, exercem as funções de predicativo e adjunto adnominal.

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O aluno esforçado passará na prova.

Em concursos públicos, não há espaço para candidatos preguiçosos.


Uma mesma palavra pode ser classificada como substantivo ou adjetivo. Deve-se ter atenção ao contexto
da oração para fazer a distinção.

O homem pobre (adjetivo) possui valores inalcançáveis pelo dinheiro.

O pobre (substantivo) foi humilhado na festa dos ricos.

5.3.1 – Classificação dos Adjetivos

a) Adjetivo primitivo: que não deriva de outra palavra.

Pobre; bom; forte; feliz; fiel.


b) Adjetivo derivado: que deriva de outra palavra.

Azulado; escurecido; pobrezinha; amado.


c) Adjetivo simples: formado apenas por um radical.

Claro; brasileiro; escuro; esperta; magro.


d) Adjetivo composto: formado por mais de um radical.

Cor-de-rosa; recém-nascido; castanho-escuro; luso-brasileiro.


e) Adjetivo explicativo: exprime qualidade própria dos ser.

Fogo quente; neve fria.


f) Adjetivo restritivo: exprime qualidade que não é própria dos ser.

Comida saudável; homem honesto; político corrupto.


g) Adjetivo pátrio: referem-se à nacionalidade ou ao lugar de origem.

Africano; inglês; brasiliense; carioca.

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5.3.2 – Locução Adjetiva

Expressão que equivale a um adjetivo (formada por preposição + substantivo / preposição + advérbio) e
caracteriza um substantivo.

Homem de coragem (corajoso); amor de mãe (materno); amor de filho (filial); gente da
serra (serrana); sessão da tarde (vespertina).

5.3.3 – Flexão dos Adjetivos

O adjetivo flexiona-se em gênero, número e grau.

5.3.3.1 – Flexão de Gênero dos Adjetivos

O adjetivo flexiona-se para concordar com o substantivo a que se refere, no masculino ou feminino. Podem
ser:

a) Uniformes: os que têm a mesma forma em ambos os gêneros.

Leal (amigo leal/amiga leal); inteligente (aluno inteligente/aluna inteligente)


b) Biformes: os que possuem duas formas, uma para o feminino e outra para o masculino.

Menino mau/menina má; rapaz bonito/moça bonita.

5.3.3.2 – Flexão de Número dos Adjetivos

Os adjetivos simples seguem as mesmas regras de flexão numérica dos substantivos.

Gostoso/gostosos; feliz/felizes; gentil/gentis.


Para formar o plural de adjetivos compostos, como regra-geral, deve-se flexionar apenas o último
elemento no plural.

Medida socioeducativa/medidas socioeducativas; análise econômico-


financeira/análises econômico-financeiras; ciência político-social/ciências político-
sociais.
Exceções:

i. Flexionam-se os dois componentes de surdo-mudo: jovens surdos-mudos, crianças surdas-


mudas;
ii. Os que indicam cor são invariáveis: ternos azul-marinho, gravatas azul-ferrete, raios
ultravioleta;

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iii. A composição ADJETIVO + SUBSTANTIVO é invariável: olhos verde-mar; vestidos azul-


turquesa; blusas amarelo-laranja;
iv. São invariáveis as locuções adjetivas formadas de COR + DE + SUBSTANTIVO: vestidos cor
de rosa; suéteres cor de café.

5.3.3.2 – Flexão de Grau dos Adjetivos

O adjetivo apresenta-se em grau comparativo e superlativo.

O grau comparativo pode ser de igualdade, de superioridade e de inferioridade.

1) Grau comparativo de igualdade: comparam-se qualidades com a mesma intensidade.

Sou tão alto quanto você.

A laranja é tão saudável como o limão.


2) Grau comparativo de superioridade: maior intensidade ao primeiro elemento da comparação.

Sou mais alto (do) que você.


Estudar é mais prazeroso (do) que o ócio.
3) Grau comparativo de inferioridade: menor intensidade ao primeiro elemento da comparação.

O filme era menos interessante (do) que o livro.


O grau superlativo pode ser: absoluto (analítico e sintético); relativo (de superioridade e de inferioridade).

1) Grau superlativo absoluto analítico: o adjetivo intensifica-se por meio de um advérbio.

A prova estava muito fácil.


Ele é excessivamente dedicado.
2) Grau superlativo absoluto sintético: o adjetivo intensifica-se pelo acréscimo do sufixo.

Ele ficou felicíssimo com a aprovação no concurso público.


3) Grau superlativo relativo de superioridade: comparação em grau mais elevado em relação a outro
ser ou objeto.

Sua técnica de estudo era a mais eficiente de todas.

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4) Grau superlativo relativo de inferioridade: comparação em grau inferior em relação a outro ser ou
objeto.

Achava-se o menos estudioso da escola.

Questão de Revisão

Assinale a alternativa em que a palavra destacada qualifica (adjetiva) o vocábulo anterior.

a) ... encontrar lugar...

b) ... nem titubeia...

c) ... outro motorista...

d) ... sua conta...

e) ... didática eficaz...

Comentário:

Na fração "didática eficaz", o vocábulo em destaque tem a função de atribuir uma qualificação
ao substantivo "didática". Logo, "eficaz" pertence, no exemplo, à categoria dos adjetivos

Gabarito: “e”

5.4 - Numeral

O numeral é a palavra que exprime número, ordem numérica, múltiplo ou fração. Pode ser: cardinal,
ordinal, multiplicativo e fracionário.

1) Numeral cardinal: indica determinada quantidade.

Quatro laranjas; quarenta e dois soldados; dez aprovações.

2) Numeral ordinal: indica a ordem que o ser ocupa em determinada série.

Ele foi o primeiro colocado do concurso público.

3) Numeral multiplicativo: indica quantas vezes é aumentada determinada quantidade.

Após passar na prova do concurso público, ele terá o salário triplicado.

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4) Numeral fracionário: indica em quantas partes é dividida determinada quantidade.

Um décimo dos concorrentes estava preparado para fazer a prova.

5.5 - Preposição

Preposição é uma palavra invariável que liga um termo dependente a um termo principal, estabelecendo
uma relação entre ambos (posse, modo, lugar, causa, fim, etc.). Essa relação é chamada de subordinativa,
porquanto, entre os elementos ligados pela preposição, não há sentido dissociado. Por serem conectivos
subordinativos, antepõem-se a termos dependentes (objetos indiretos, complementos nominais, adjuntos,
etc.) e a orações subordinadas.

5.1.1 – Preposições Essenciais

Palavras que funcionam sempre como preposição (a, após, até, com, contra, de, desde, em, entre, para, por,
sem, sob, sobre, trás.)

O aprovado era de Brasília.


Estudar é essencial a todos.

Acompanhou com atenção a aula do professor.

5.1.2 – Preposições Acidentais

Palavras que pertencem a outras classes gramaticais e que, ocasionalmente, funcionam como preposições.

Estudamos conforme a necessidade. (preposição acidental)


Conforme solicitado pelo professor, finalizamos os exercícios. (conjunção
conformativa)

5.1.3 – Locução Prepositiva

União de duas ou mais palavras com função de preposição (ao encontro de; cerca de; em frente de; a
despeito de; ao invés de; depois de; a fim de, etc.).

Estudava a fim de passar no certame.


Depois de meses de preparação, alcançou o cargo público.
Algumas preposições podem unir-se a palavras de outras classes gramaticais e formar uma combinação ou
uma contração.

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i. Combinação: quando há junção de duas palavras sem alteração fonética.

Os alunos foram ao curso pela manhã. (preposição a + artigo o)


ii. Contração: quando há junção de duas palavras com alteração fonética.

A conduta da aluna era majestosa. (preposição de + artigo a)


A preposição a pode contrair-se com o artigo feminino a, ocorrendo o fenômeno da crase4, evidenciada por
meio do acento grave.

Os alunos foram à biblioteca. (preposição a + artigo a)

Questão de Revisão

Na frase “… sendo obrigadas a excluir contas por suspeita de fraude.”, o termo em destaque
forma uma expressão indicativa de:

a) finalidade.

b) oposição.

c) modo.

d) origem.

e) causa.

Comentário: o termo “por” é uma preposição e introduz a causa da exclusão das contas: a
suspeita de fraude.

Gabarito: “e”

5.6 - Advérbio

O advérbio é uma palavra invariável que modifica o sentido do verbo, do adjetivo e do próprio advérbio.
Exerce a função de indicar circunstâncias (tempo, modo, lugar, dúvida, causa etc.) em que ocorrem as ações
verbais.

4
Assunto abordado em aula anterior.

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Carlos estudou bem. (modifica o verbo)

Carlos estudou muito bem. (modifica o advérbio)


Ele fez a prova muito tranquilo. (modifica o adjetivo)

5.6.1 – Locução Adverbial

São expressões que, iniciadas por preposição, exercem a função de advérbio.

Chegou de manhãzinha para fazer a prova.


De vez em quando, é importante fazer pausas.
Os advérbios e as locuções adverbiais são classificados de acordo com as circunstâncias ou a ideia acessória
que exprimem. Podem ser: de afirmação, de dúvida, de intensidade, de lugar, de modo, de negação, de
tempo. Há, também, os advérbios interrogativos.

Principais Advérbios e Locuções Adverbiais


Advérbio Locução Adverbial
Afirmação sim, realmente, certamente, com certeza, sem dúvida, por certo, etc.
efetivamente, deveras, etc.
Dúvida talvez, acaso, porventura, quiçá, quem sabe
provavelmente, etc.
Intensidade bastante, muito, demais, mais, menos, em excesso, em demasia, por completo, de
quase, tão, quanto, tanto, pouco, etc. muito, de pouco, etc.

Lugar abaixo, acima, lá, cá, ali, aqui, dentro, fora, à direita, à esquerda, por ali, ao lado, de
perto, longe, atrás, detrás, etc. perto, de longe, por dentro, de fora, etc.

Modo assim, mal, bem, devagar, depressa, pior, à vontade, a pé, às pressas, em vão, em
melhor. geral, de cor, lado a lado, passo a passo,
frente a frente.

Negação não, tampouco, etc. de jeito nenhum, de modo algum, de


forma nenhuma, etc.
Tempo hoje, amanhã, ontem, antes, depois, já, de repente, às vezes, à tarde, à noite, de
agora, sempre, tarde, cedo, longe, nunca, vez em quando, em breve, hoje em dia, a
antes, raramente, etc. qualquer momento, etc.

São chamadas de advérbios interrogativos as palavras onde, aonde, donde, quando, como, por que, nas
interrogações diretas ou indiretas, referentes às circunstâncias de lugar, tempo, modo e causa.

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Interrogação direta Interrogação indireta


Como passou? Perguntei como passou.
Onde trabalha? Indaguei onde trabalha.
Por que comemoras? Não sei por que comemoras.

As palavras terminadas em “mente” classificam-se, normalmente, como advérbios de modo.

Esplendidamente, ele passou no concurso.


Lamentavelmente, ele não se preparou de forma adequada.

5.6.2 – Flexão de grau dos advérbios

Assim como os adjetivos, alguns advérbios admitem a variação de grau comparativo e superlativo, mas
são invariáveis em gênero e número.

1) Grau comparativo de igualdade: formado por TÃO + ADVÉRBIO + QUANTO.

O aluno sabia tão bem a matéria quanto o professor.


2) Grau comparativo de superioridade analítico: formado por MAIS + ADVÉRBIO + (DO) QUE.

O aluno respondia às questões mais rapidamente (do) que o professor.


3) Grau comparativo de superioridade sintético: formado por melhor que, pior que.

Carlos escreve melhor (do) que João.


4) Grau comparativo de inferioridade: formado por MENOS + ADVÉRBIO + (DO) QUE.

Ele corre menos rapidamente do que ela.


5) Grau superlativo analítico: formado por advérbios de intensidade (muito, tão, pouco)

O curso fica muito longe do lugar onde eu moro.


6) Grau superlativo sintético: formado pelos advérbios com acréscimo do sufixo ÍSSIMO.

O curso fica longíssimo do lugar onde eu moro.


Deve-se ter atenção quanto às palavras no diminutivo que podem caracterizar intensidade.

Ela acordou bem cedinho no dia da prova.

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Questão de Revisão

A criação da palavra “fumaçarada” associa fumaçada e fumarada, formadas a partir de fumaça.


É correto afirmar que a palavra criada produz efeito estilístico compatível com a ideia de:

a) comparativo, grande quantidade.

b) diminutivo, pequena intensidade.

c) diminutivo, pouca qualidade.

d) aumentativo, grande quantidade.

e) aumentativo, média intensidade.

Comentário:

A palavra “fumaçarada” é formada pela junção do sufixo “ada” ao radical “fumaça”, por meio
da consoante de ligação “r”. Essa junção traz a ideia de aumentativo e grande quantidade.

Gabarito: “d”

5.7 - Interjeição

A interjeição é a palavra ou locução que exprime estados emocionais.

Ah! Como é bom estudar!

Meu Deus! Eu preciso fazer boa prova!


Tchau! Bons estudos!
Algumas interjeições possuem sentido completo e são consideradas frases.

Silêncio!
Cuidado!

Socorro!

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Quando a emoção é expressar por meio de duas ou mais palavras, caracteriza-se a locução interjetiva.

Virgem Maria!

Ora essa!

Santo Deus!
Puxa vida!

5.8 Conjunção

Conjunção é uma palavra invariável que liga orações ou palavras da mesma oração.

As conjunções classificam-se em:

1) Conjunções coordenativas:
a. Aditivas
b. Adversativas;
c. Alternativas;
d. Conclusivas;
e. Explicativas.
2) Conjunções subordinativas:
a. Causais;
b. Comparativas;
c. Concessivas;
d. Condicionais;
e. Conformativas;
f. Consecutivas;
g. Finais;
h. Proporcionais;
i. Temporais;
j. Integrantes.

5.8.1 - Conjunções e Locuções Conjuntivas Coordenativas

• Conjunções Coordenativas Aditivas: trazem a ideia de adição, acrescentamento.

Não aprovo nem compactuo com atitudes desonestas.

Estudar não só instrui, mas também alimenta a alma.

• Conjunções Coordenativas Adversativas: trazem a ideia de oposição, contraste (mas, porém,


todavia, contudo, entretanto, senão, no entanto, não obstante).

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Gostaria de viajar, mas tenho de estudar para o concurso.

Somos bons alunos, contudo a prova será difícil.


A conjunção e pode apresentar-se com sentido adversativo.

Quis dizer mais alguma coisa e (=mas) não pôde. (Jorge Amado)

• Conjunções Coordenativas Alternativas: trazem a ideia de alternância (ou,ou...ou, ora...ora,


quer...quer, já...já, seja...seja).

Ora estuda, ora descansa.

Ou estuda, ou pede pra sair!

• Conjunções Coordenativas Conclusivas: expressam relação de conclusão (logo, portanto, por


conseguinte, pois – posposto ao verbo –, por isso).

O aluno estudou muito, por isso passou no concurso.


O aluno estudou; saiu-se, pois, bem nas provas.

• Conjunções Coordenativas Explicativas: expressam relação de explicação, de motivo (porque, que,


pois – antes do verbo –, porquanto).

Faltou ao evento, porque precisava estudar.


Estuda todos os dias, porquanto quer mudar de vida.

5.8.2 - Conjunções e Locuções Conjuntivas Subordinativas

• Causal – inicia orações que exprimem causa (porque, que, porquanto, como, pois que, já que, visto
que, uma vez que, desde que).

O descanso é importante porque faz parte da preparação.

Como estava estudando, não aceitou o convite para assistir ao jogo.


É difícil aceitar a reprovação, visto que foram meses de dedicação.

• Comparativa – inicia orações que representam uma comparação referente à oração principal (como,
que, qual, como se, tal como, tanto como, assim como, tão quanto, mais que, menos que).

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É tão inteligente quanto o professor da matéria.

Nada nos anima tanto como a aprovação de um aluno.

• Concessiva – inicia orações que exprimem fatos que se admitem, em oposição a outros (embora,
conquanto, a despeito de, que, ainda que, mesmo que, ainda quando, mesmo quando, posto que,
por mais que, por muito que, por menos que, se bem que, nem que, em que pese, apesar de que).

Estude, nem que seja um pouco.


A despeito de haver dificuldades, com esforço é possível superá-las.

Embora estivesse cansado, continuou estudando.

• Condicional – inicia orações que exprimem condição (se, contanto que, caso, desde que, a não ser
que, a menos que, dado que).

Se você não se dedicar com afinco, não passará no certame.


Viajarei com a família, desde que consiga continuar estudando.

• Conformativa – indicam conformidade (conforme, como, consoante, segundo, de acordo com).

Fizemos o planejamento conforme o “coach” orientou.


Tudo ocorreu como esperávamos.

• Consecutiva – iniciam orações que exprimem consequência (tanto que, sem que, de sorte que, de
modo que, tão, tanto, de forma que, de maneira que, sem que).

As mãos tremiam tanto que não conseguiu redigir a redação.


Ontem estava estudando, de sorte que não pude ir à festa.

• Final – iniciam orações que exprimem finalidade (para que, a fim de que, que).

Dei ordens que se mantivesse estudando.


Seja disciplinado a fim de que seu objetivo seja alcançado.

• Proporcional – iniciam orações que exprimem ideia de proporcionalidade (à proporção que, à


medida que, ao passo que, quanto mais/menos, tanto mais/menos).

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Ele estudava mais à medida que a prova se aproximava.

Quanto mais se estuda, mais se aprende.

• Temporal – iniciam orações que exprimem noção de tempo (quando, enquanto, mal, apenas, logo
que, assim que, sempre que, antes que, depois que, desde que, toda vez que).

Quando ele estuda, sente-se uma pessoa melhor.

Depois que passar no concurso, estarei apto a realizar sonhos.

• Integrante – introduzem orações substantivas, ou seja, orações que atuam como substantivo na
frase (que, se).

É importante que ressaltem o valor das pequenas coisas.


Não há dúvida sobre se somos racionais.

Questão de Revisão

A expressão em destaque no trecho “Nada disso me faz falta, assim como o livro e a livraria a
eles.” estabelece relação entre as orações com sentido de:

a) proporção.

b) finalidade.

c) causa.

d) comparação.

e) condição.

Comentário: a expressão “assim como” é uma locução conjuntiva subordinativa comparativa.

Gabarito: “d”.

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6 - APOSTA ESTRATÉGICA
No assunto formação de palavras, a grande aposta é na derivação e na composição. As questões giram em
torno de uma distinção interessante na derivação:

Não confunda derivação parassintética com derivação prefixal e sufixal (juntas), pois, no
primeiro caso, o acréscimo de sufixo e de prefixo é obrigatoriamente simultâneo. Já nas
palavras desvalorização e desigualdade, os afixos são acoplados em sequência:
desvalorização provém de desvalorizar, que provém de valorizar, que por sua vez provém
de valor (derivação prefixal e sufixal).

É impossível fazer o mesmo com palavras formadas por parassíntese: não se pode dizer
que expropriar provém de "propriar" ou de "expróprio", pois tais palavras não existem.
Logo, expropriar provém diretamente de próprio, pelo acréscimo concomitante de prefixo
e sufixo.

No assunto classes de palavras, o foco normalmente será na conjunção e na flexão dos substantivos. O uso
das conjunções é fundamental, pois distinguem significado entre as partes do texto. É importante
reconhecer as relações semânticas que elas estabelecem em um estudo morfossemântico bem
aprofundado.

Com relação à flexão dos substantivos, a banca aborda as possibilidades a partir de falhas de concordância
ocasionadas por falha na flexão. Por exemplo, como é o plural de uma palavra composta por um verbo mais
um substantivo? Apenas o substantivo varia: guarda-roupa, guarda-roupas.

7 - QUESTÕES-CHAVE DE REVISÃO
Questão 1
CONSULPLAN - Técnico de Enfermagem (CM BH)/2018

Quão rara é a Terra?

Agora que temos a certeza de que existe um número enorme de planetas com características físicas
semelhantes às da Terra, vale perguntar se eles têm, de fato, a chance de abrigar formas de vida e, se
tiverem, que vida seria essa.
Antes, alguns números importantes. Os melhores dados com relação à existência de outros planetas vêm
do satélite da NASA Kepler, que anda buscando planetas como a Terra mapeando 100 mil estrelas na nossa
região cósmica.

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Pelo desenho da missão, a identificação dos planetas usa um efeito chamado de trânsito: quando um
planeta passa em frente à sua estrela (por exemplo, Vênus passando em frente ao Sol) o brilho da estrela é
ligeiramente diminuído.
Marcando o tempo que demora para o planeta passar em frente à estrela, a diminuição do brilho e, se
possível, o período da órbita (quando o planeta retorna ao seu ponto inicial), é possível determinar o
tamanho e massa do planeta.
Com isso, a missão estima que cerca de 5,4% de planetas na nossa galáxia têm massa semelhante à da
Terra e, possivelmente, estão na zona habitável, o que significa que a temperatura na sua superfície permite
a existência de água líquida (se houver água lá). Como sabemos que o número de estrelas na nossa galáxia
é em torno de 200 bilhões, a estimativa da missão Kepler implica que devem existir em torno de 10 bilhões
de planetas com dimensões semelhantes às da Terra.
Nada mal, se supusermos que basta isso para que exista vida. Porém, a situação é bem mais complexa e
depende das propriedades da vida e, em particular, da história geológica do planeta.
Aqui na Terra, a vida surgiu 3,5 bilhões de anos atrás. Porém, durante aproximadamente 3 bilhões de anos,
a vida aqui era constituída essencialmente de seres unicelulares, pouco sofisticados. Digamos, um planeta
de amebas.
Apenas quando a atmosfera da Terra foi “oxigenada”, e isso devido à “descoberta” da fotossíntese por
essas bactérias (cianobactérias, na verdade), é que seres multicelulares surgiram.
Essa mudança também gerou algo de muito importante: quando o oxigênio atmosférico sofreu a ação da
radiação solar é que se formou a camada de ozônio que acaba por proteger a superfície do planeta. Sem
essa proteção, a vida complexa na superfície seria inviável.
Fora isso, a Terra tem uma lua pesada, o que estabiliza o seu eixo de rotação: a Terra é como um pião que
está por cair, rodopiando em torno de si mesma numa inclinação de 23,5 graus.
Esta inclinação é a responsável pelas estações do ano e por manter o clima da Terra relativamente
agradável. Sem nossa Lua, o eixo de rotação teria um movimento caótico e a temperatura variaria de forma
aleatória.
Juntemos a isso o campo magnético terrestre, que nos protege também da radiação solar e de outras
formas de radiação letal que vêm do espaço, e o movimento das placas tectônicas, que funciona como um
termostato terrestre e regula a circulação de gás carbônico na atmosfera, e vemos que são muitas as
propriedades que fazem o nosso planeta especial.
Portanto, mesmo que existam outras “Terras” pela galáxia, defendo ainda a raridade do nosso planeta e
da vida complexa que nele existe.
(Marcelo Gleiser – Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/colunas/marcelogleiser/1172152-quao-rara-e-
a-terra.shtml.)
Releia o trecho a seguir: “Pelo desenho da missão, a identificação dos planetas usa um efeito chamado de
trânsito [...].” (3º§). Em relação à formação da palavra destacada, ela é formada por um processo de
a) derivação sufixal.
b) derivação prefixal.
c) derivação parassintética.
d) composição por aglutinação.

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Questão 2
CONSULPLAN - Técnico Legislativo (CM BH)/II/2018

Por que Marte perdeu sua água e acabou não ficando parecido com a Terra?

Embora a superfície de Marte seja hoje árida e inóspita, há bilhões de anos provavelmente estava tão
coberta de água quanto a Terra.
O que provocou o desaparecimento deste recurso crucial para o desenvolvimento da vida?
Uma das teorias vigentes é de que a água sumiu do planeta vermelho quando ele perdeu o campo
magnético que o protegia dos ventos solares.
No entanto, um estudo recente feito por cientistas da Universidade de Oxford, no Reino Unido, mostrou
que a perda do campo magnético não permite explicar o desaparecimento de toda a água que existia no
planeta.
O resto, segundo a pesquisa, foi absorvido pelas rochas de basalto, que podem reter em seu interior
aproximadamente 25% mais água que as pedras do mesmo tipo na Terra, já que são ricas em óxido de ferro.
Este processo foi tão intenso que é estimado que a crosta do planeta tenha consumido um oceano de mais
de 3 km de profundidade.
Processo irreversível
Os pesquisadores da Universidade de Oxford chegaram a essa conclusão após calcular quanta água era
possível de eliminar da superfície do planeta pela interação do líquido com os minerais das rochas.
O cálculo incluiu também fatores como a temperatura das pedras e a pressão atmosférica. Os resultados
mostram que as rochas levaram grande parte da água da superfície para o interior do planeta.
Depois de absorvida, a água não pode ressurgir, porque as rochas basálticas não funcionam exatamente
como uma esponja: elas quebram as moléculas, absorvendo apenas o oxigênio, enquanto o hidrogênio se
espalha pelo espaço.
Essas rochas então se afundaram no manto (camada logo abaixo da superfície, assim como na Terra),
deixando o planeta seco, sem a possibilidade de abrigar vida.
Diferenças sutis, mas importantes
Por que a Terra não passou por um processo parecido?
Segundo os pesquisadores de um estudo publicado na última edição da revista Nature, “Marte é um
planeta muito menor que a Terra, com um perfil de temperatura diferente e uma quantidade maior de ferro
em seu manto”.
“São diferenças sutis, mas podem ter um efeito significativo, que aumenta com o tempo”, diz o paper.
Esses fatores permitiram que a superfície de Marte fosse mais reativa à água que a nossa, possibilitando a
formação de minerais que absorveram água e se afundaram para o interior do manto.

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Já na Terra, em seus primeiros anos de formação, as rochas hidratadas tendiam a flutuar até se
desidratarem.
(Disponível em: http://www.bbc.com/portuguese/brasil-42445360.)

Assinale a alternativa cujo conteúdo apresente a correlação correta entre a palavra e o processo que tenha
lhe formado.
a) “intenso” – derivação regressiva.
b) “embora” – composição por aglutinação.
c) “atmosférica” – derivação parassintética.
d) “desaparecimento” – composição por justaposição.

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Questão 3
CONSULPLAN - Soldado Bombeiro Militar (CBM PA)/2016

O direito à literatura
O assunto que me foi confiado nesta série é aparentemente meio desligado dos problemas reais: “Direitos
humanos e literatura”. As maneiras de abordá‐lo são muitas, mas não posso começar a falar sobre o tema
específico sem fazer algumas reflexões prévias a respeito dos próprios direitos humanos. [...]
[...] pensar em direitos humanos tem um pressuposto: reconhecer que aquilo que consideramos
indispensável para nós é também indispensável para o próximo. Esta me parece a essência do problema,
inclusive no plano estritamente individual, pois é necessário um grande esforço de educação e
autoeducação a fim de reconhecermos sinceramente este postulado. Na verdade, a tendência mais funda é
achar que os nossos direitos são mais urgentes que os do próximo.
[...] a literatura aparece claramente como manifestação universal de todos os homens em todos os tempos.
Não há povo e não há homem que possa viver sem ela, isto é, sem a possibilidade de entrar em contato com
alguma espécie de fabulação. Assim como todos sonham todas as noites, ninguém é capaz de passar as
vinte e quatro horas do dia sem alguns momentos de entrega ao universo fabulado. [...]
Ora, se ninguém pode passar vinte e quatro horas sem mergulhar no universo da ficção e da poesia, a
literatura concebida no sentido amplo a que me referi parece corresponder a uma necessidade universal,
que precisa ser satisfeita e cuja satisfação constitui um direito. [...]
Portanto, a luta pelos direitos humanos abrange a luta por um estado de coisas em que todos possam ter
acesso aos diferentes níveis de cultura. A distinção entre cultura popular e cultura erudita não deve servir
para justificar e manter uma separação iníqua, como se do ponto de vista cultural a sociedade fosse dividida
em esferas incomunicáveis, dando lugar a dois tipos incomunicáveis de fruidores. Uma sociedade justa
pressupõe o respeito dos direitos humanos, e a fruição da arte e da literatura em todas as modalidades e em
todos os níveis é um direito inalienável.

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(CANDIDO, Antonio. O direito à literatura. In: Vários escritos. Rio de Janeiro: Ouro sobre Azul; São Paulo: Duas
Cidades, 2004.)

“[...] indispensável para nós é também indispensável para o próximo. Esta me parece a essência do
problema, inclusive no plano estritamente individual, [...]” (2º§) Quanto às palavras destacadas, pode‐se
afirmar que
a) apenas em “individual”, o prefixo visto indica “privação”.
b) são exemplos iguais quanto ao processo de formação de palavras.
c) há um contraste quanto ao significado dos prefixos que as compõem.
d) sua formação contém o mesmo prefixo cujo significado indica negação.
e) apenas “indispensável” contém o prefixo também visto em “indelicado”.

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Questão 4
CONSULPLAN - Técnico em Edificações (Cascavel)/2014

O aluno depende demais do Google


Para o historiador, o desafio é educar a nova geração a usar a “máquina” chamada livro.

Ele é um rato de biblioteca. Robert Darnton ama os livros. Especialmente se forem antigos, com mais de
200 anos. Darnton é um dos maiores historiadores americanos. Por quatro décadas, explorou os meandros
das grandes bibliotecas da Europa à caça de volumes perdidos de romances amorais do Antigo Regime ou
da única cópia de um folhetim subversivo da França pré-revolucionária. Darnton, de 69 anos, se aposentou
da Universidade Princeton em 2007 e assumiu a direção da Biblioteca da Universidade Harvard. Tomou a
missão de digitalizar e tornar acessível gratuitamente pela Internet o conjunto da produção intelectual de
Harvard. Defensor da nova tecnologia, Darnton detecta nos alunos a perda de intimidade com uma
tecnologia mais antiga – o livro.
ÉPOCA – O livro tem futuro?
Robert Darnton – O livro é uma grande invenção. É agradável de manusear e ler. Não desaparecerá. Mas
crianças e adolescentes têm hoje pouco contato com ele. Sua fonte de entretenimento é o computador. Os
jovens são fascinados pelas pequenas doses de informação a que têm acesso pelos diferentes tipos de
máquina e não desenvolvem o hábito das longas horas de leitura. Para eles, o livro é menos convidativo,
confortável e familiar que para nós. Isso me preocupa. Creio que veremos surgir diversas formas de leitura
e toda uma variedade de meios de comunicação. Os livros acadêmicos serão híbridos, publicados em parte
na forma convencional, em parte online, com dados, links e material suplementar em áudio, vídeo e
imagem. No caso dos livros de não ficção, que escrevo para o público leigo, acho ótimo poder exibir aspectos
do passado graças à nova tecnologia.
ÉPOCA – Seus alunos ainda leem livros?

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Robert Darnton – Meus alunos em Harvard são ávidos pela leitura. Mas não conhecem suas convenções,
não sabem usar uma biblioteca, não sabem fazer pesquisas nem acompanhar as notas de rodapé. Eles
dependem demais do Google. Ele é uma ferramenta fantástica, mas não é adequada para oferecer ao leitor
o tipo de experiência, de degustação, que só o livro possibilita, como quando usamos o sumário para nos
orientar ou folheamos capítulos aleatoriamente. O Google não permite isso. Haverá uma perda se
dependermos demais desses mecanismos. Nesse sentido, sou pessimista. Devemos educar a nova geração
a usar essa “máquina”, o livro, do modo como foi criada para ser usada.
(Época, nº 537, São Paulo, 01/09/2008. Adaptado.)

Em “[...] romances amorais do Antigo Regime [...]” (1º§), o termo sublinhado possui o mesmo sentido do
prefixo em
a) acéfalo.
b) antepor.
c) ambíguo.
d) adjacência.
e) apodrecer.

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Questão 5
CONSULPLAN - Auxiliar Administrativo (Monte Belo)/I/2011

Nesta trajetória, em parte minha, em parte de minhas ficções – já escritas ou ainda nem definidas – ficou-
me a certeza de que o bem supremo não é a vida mas uma vida digna; o bem maior não é o amor mas um
amor que dê alegria e paz – e que, mesmo se terminar, continuará nos aquecendo na memória.
E que há sempre, em algum lugar talvez inesperado, a possibilidade de música e voo.
Não há fase da vida para ser paciente e virtuoso; não há idade para ser belo, amoroso e sensual.
De todos os meus livros, este é especialmente uma série de reflexões, em prosa e em poesia, sobre os medos
e alegrias, ganhos e perdas que nos traz o amor em suas várias formas. Ele nos faz melhores se tiver sido
bom; nos ajuda a aceitar a transformação se tiver sido terno; nos ensina a respeitar a liberdade se tiver sido
sagrado. E se for tudo isso, certamente será um amor demorado, um amor delicado, um digno amor;
mesmo doente vestirá seu traje de baile para não perturbar a calma de quem é amado; mesmo solitário porá
a máscara da festa para não inquietar quem precisa partir.
Não sei se fui capaz dele ou se o mereci, mas esse amor – cuja duração nem sempre importa – vale muitas
vidas e não nos pertence. Foi colocado em nós como um aroma num frasco, guiado por outra mão que não
a do mero acaso. Tem em si uma luz que a maturidade torna mais vibrante e espalhada – e, apesar das dores,
muito mais enternecida.
(Lya Luft)

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Assinale a afirmativa que apresenta verbo no presente do indicativo.


a) “Certamente será um amor demorado.”
b) “Ficou-me a certeza de que o bem supremo não é a vida mas uma vida digna.”
c) “Ele nos faz melhores se tiver sido bom.”
d) “Foi colocado em nós como um aroma num frasco,...”
e) “Não sei se fui capaz dele ou se o mereci,...”

Classes de palavras

Questão 6
CONSULPLAN - Profissional de Área Administrativa (CREA RJ)/2011

Amanhecera um domingo alegre no cortiço, um bom dia de abril. Muita luz e pouco calor.

As tinas estavam abandonadas; os coradouros despidos. Tabuleiros e tabuleiros de roupa engomada saíam
das casinhas, carregados na maior parte pelos filhos das próprias lavadeiras que se mostravam agora quase
todas de fato limpo; os casaquinhos brancos avultavam por cima das saias de chita de cor. Desprezavam-se
os grandes chapéus de palha e os aventais de aniagem; agora as portuguesas tinham na cabeça um lenço
novo de ramagens vistosas e as brasileiras haviam penteado o cabelo e pregado nos cachos negros um
ramalhete de dois vinténs; aquelas trancavam no ombro xales de lã vermelha, e estas de crochê, de um
amarelo desbotado. Viam-se homens de corpo nu, jogando a placa, com grande algazarra. Um grupo de
italianos, assentado debaixo de uma árvore, conversava ruidosamente, fumando cachimbo. Mulheres
ensaboavam os filhos pequenos debaixo da bica, muito zangadas, a darem-lhes murros, a praguejar, e as
crianças berravam, de olhos fechados, esperneando. A casa da Machona estava num rebuliço, porque a
família ia sair a passeio; a velha gritava, gritava Nenen, gritava o Agostinho. De muitas outras saiam cantos
ou sons de instrumentos; ouviam-se harmônicas e ouviam-se guitarras, cuja discreta melodia era de vez em
quando interrompida por um ronco forte de trombone.
(AZEVEDO, Aluísio. O Cortiço. 36. ed. São Paulo. Ática, 2000 / fragmento)

A exemplo da variação do substantivo em destaque em “Desprezavam-se os grandes chapéus de palha e os


aventais de aniagem...” indique a alternativa em que há correção gramatical:
a) Os órfãos daquela casa precisam de ajuda.
b) Havia uma coleção de troféis em sua casa.
c) Os cidadães têm direitos e deveres.
d) Dois escrivãos foram convocados para o trabalho.
e) Eles possuem caráters diferentes.

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Questão 7
CONSULPLAN - Soldado Bombeiro Militar (CBM PA)/2016

Tempos loucos – Parte 2


Os adultos que educam hoje vivem na cultura que incentiva ao extremo o consumo. Somos levados a
consumir de tudo um pouco: além de coisas materiais, consumimos informações, ideias, estilos de ser e de
viver, conceitos que interferem na vida (qualidade de vida, por exemplo), o sexo, músicas, moda, culturas
variadas, aparência do corpo, a obrigatoriedade de ser feliz etc. Até a educação escolar virou item de
consumo agora. A ordem é consumir, e obedecemos muitas vezes cegamente a esse imperativo.
Quem viveu sem usar telefone celular por muito tempo não sabe mais como seria a vida sem essa inovação
tecnológica, por exemplo. O problema é que a oferta cria a demanda em sociedades consumistas, que é o
caso atual, e os produtos e as ideias que o mercado oferece passam a ser considerados absolutamente
necessários a partir de então.
A questão é que temos tido comportamento exemplar de consumistas, boa parte das vezes sem crítica
alguma. Não sabemos mais o que é ter uma vida simples porque almejamos ter mais, por isso trabalhamos
mais etc. Vejam que a ideia de lazer, hoje, faz todo sentido para quase todos nós. Já a ideia do ócio, não. Ou
seja: para descansar de uma atividade, nos ocupamos com outra. A vadiagem e a preguiça são
desvalorizadas.
Bem, é isso que temos ensinado aos mais novos, mais do que qualquer outra coisa. Quando uma criança de
oito anos pede a seus pais um celular e ganha, ensinamos a consumir o que é oferecido; quando um filho
pede para o pai levá‐la ao show do RBD, e este leva mesmo se considera o espetáculo ruim, ensinamos a
consumir, seja qual for a estética em questão; quando um jovem pede uma roupa de marca para ir a uma
festa e os pais dão, ensinamos que o que consumimos é mais importante do que o que somos.
Não há problema em consumir; o problema passa a existir quando o consumo determina a vida. Isso é
extremamente perigoso, principalmente quando os filhos chegam à adolescência. Há um mercado
generoso de oferta de drogas. Ensinamos a consumir desde cedo e, nessa hora, queremos e esperamos que
eles recusem essa oferta. Como?!
Na educação, essa nossa característica leva a consequências sutis, mas decisivas na formação dos mais
novos. Como exemplo, podemos lembrar que estes aprendem a avaliar as pessoas pelo que elas aparentam
poder consumir e não por aquilo que são e pelas ideias que têm e que o grupo social deles é formado por
pares que consomem coisas semelhantes. Não é a toa que os pequenos furtos são um fenômeno presente
em todas as escolas, sejam elas públicas ou privadas.
Nessa ideologia consumista, é importante considerar que os objetos perdem sua primeira função. Um carro
deixa de ser um veículo de transporte, um telefone celular deixa de ser um meio de comunicação; ambos
passam a significar status, poder de consumo, condição social, entre outras coisas.
A educação tem o objetivo de formar pessoas autônomas e livres. Mas, sob essa cultura do consumo, esses
dois conceitos se transformaram completamente e perderam o seu sentido original. Os jovens hoje
acreditam que têm liberdade para escolher qualquer coisa, por exemplo. Na verdade, as escolhas que fazem
estão, na maioria das vezes, determinadas pelo consumo e pela publicidade. Tempos loucos, ou não?

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(SAYÃO, Rosely. Tempos loucos – Parte 2. Disponível em:


http://blogdaroselysayao.blog.uol.com.br/arch2006‐10‐01_2006‐10‐15.html. Acesso em: dezembro de
2015.)

“No 5º§ do texto lido, há dois vocábulos sublinhados. Em relação a tais termos, pode‐se afirmar que são
responsáveis por ___________________ e pertencem à classe de palavras de ____________________.”
Assinale a alternativa que completa correta e sequencialmente a afirmativa anterior.
a) julgamentos / adjetivos
b) argumentos / advérbios
c) exemplos / substantivos
d) opiniões / locuções adverbiais
e) informações / locuções conjuntivas

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Questão 8
CONSULPLAN - Assistente Social (Juatuba)/2015/Edital 01-2014

Os pobres homens ricos


Um amigo meu estava ofendido porque um jornal o chamou de boa‐vida. Vejam que país, que tempo, que
situação! A vida deveria ser boa para toda gente, o que é insultuoso é que o seja apenas para alguns.
“Dinheiro é a coisa mais importante do mundo.” Quem escreveu isso não foi nenhum de nossos estimados
agiotas. Foi um homem que a vida inteira viveu de seu trabalho, e se chamava Bernard Shaw. Não era um
cínico, mas um homem de vigorosa fé social, que passou a vida lutando, a seu modo, para tornar melhor a
sociedade em que vivia – e em certa medida o conseguiu. Ele nos fala de alguns homens ricos:
“Homens ricos e aristocratas com um desenvolvido senso de vida – homens como Ruskin, Willian Morris,
Kropotkin – têm enormes apetites sociais… não se contentam com belas casas, querem belas cidades… não
se contentam com esposas cheias de diamantes e filhas em flor; queixam‐se porque a operária está
malvestida, a lavadeira cheira a gim, a costureira é
anêmica, e porque todo homem que encontra não é um amigo e toda mulher não é um romance… sofrem
com a arquitetura do vizinho…”
Esse “apetite social” é raríssimo entre os nossos homens ricos; a não ser que “social” seja tomado no sentido
de “mundano”. E nossos homens de governo têm uma pasmosa desambição de governar.
Vi, há tempo, um conhecido meu, que se tornou muito rico, sofreu horrorosamente na hora de comprar um
quadro. Achava o quadro uma beleza, mas como o pintor pedia tantos contos ele se perguntava, e me
perguntava, e perguntava a todo mundo se o quadro “valia” mesmo aquilo, se o artista não estaria pedindo
aquele preço por sabê‐lo rico, se não seria “mais negócio” comprar um quadro de fulano. Fiquei com pena
dele, embora saiba que numa noite de jantar e boate ele gaste tranquilamente aquela importância, sem que
isso lhe dê nenhum prazer especial. Fiquei com penaporque realmente ele gostava do quadro, queria tê‐lo,

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mas o prazer que poderia ter obtendo uma coisa ambicionada era estragado pela preocupação do negócio.
Se não fosse pelo pintor, que precisava de dinheiro, eu o aconselharia a não comprar.
Homens públicos sem sentimento público, homens ricos que são, no fundo, pobres‐diabos – que não
descobriram que a grande vantagem real de ter dinheiro é não ter que pensar a todo momento, em
dinheiro…
(BRAGA, Rubem. 200 Crônicas escolhidas. 31ª Ed. – Rio de Janeiro: Record, 2010.)

“Dinheiro é a coisa mais importante do mundo.” Nessa frase, há um adjetivo no grau


a) comparativo de igualdade.
b) comparativo de superioridade.
c) superlativo absoluto analítico.
d) superlativo relativo de superioridade.

Classes de palavras

Questão 9
CONSULPLAN - Técnico Judiciário (TSE)/Administrativa/2012
Presente perfeito
Aproveito a chegada do 13° salário e a proximidade do Natal para discutir o presente perfeito. Num mundo
perfeitamente racional, ninguém nem pestanejaria antes de presentear seus familiares e amigos com
dinheiro vivo.
Em princípio, nada pode ser melhor. Elimina-se o risco de errar, pois o presenteado escolhe o que quiser, e
no tamanho certo. Melhor, ele pode juntar recursos de diversas origens e comprar um item mais caro, que
ninguém sozinho poderia oferecer-lhe.
Só que o mundo não é um lugar racional. Se você regalar sua mulher com um caríssimo jantar na expectativa
de uma noite tórrida de amor, estará sendo romântico. Mas, se ousar oferecer-lhe dinheiro para o mesmo
fim, torna-se um simples cafajeste.
Analogamente, você ficará bem(c) se levar um bom vinho para o almoço de Dia das Mães na casa da sogra.
Experimente, porém, sacar a carteira e estender-lhe R$ 200 ao fim da refeição e se tornará “persona non
grata” para sempre naquele lar.
Essas incongruências chamaram a atenção de economistas comportamentais, que desenvolveram modelos
para explicá-las. Aparentemente, vivemos em dois mundos distintos, o das relações sociais e o da economia
de mercado. Enquanto o primeiro é regido(d) por valores como amor e lealdade, o segundo tem como marca
indexadores monetários e contratos. Sempre que misturamos os dois(a) registros, surgem mal-entendidos.
O economista Dan Ariely vai mais longe e propõe que, no mundo das relações sociais, o presente serve para
aliviar culpas: ofereça ao presenteado algo de que ele goste, mas acha bobagem comprar, como um jantar
naquele restaurante chique ou um perfume um pouco mais(b) caro. O que você está lhe dando, na verdade,
é uma licença para ser extravagante.

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Segundo Ariely, é esse mecanismo que explica o sucesso de vales-presentes e congêneres, que nada mais
são que dinheiro com prazo de validade e restrições de onde pode ser gasto.
(Hélio Schwartsman. Folha de S.Paulo, 4/12/2011, com adaptações)

Assinale a palavra que, no texto, exerça papel adjetivo.


a) dois
b) mais
c) bem
d) regido

Classes de palavras

Questão 10
CONSULPLAN - Fiscal (Cantagalo)/Obras/2013

Ceará, o berço do Pacto


Programa que inspirou o pacto nacional nasceu em Sobral e é criticado por ter material didático
padronizado e estar baseado em avaliações.
Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa é uma colcha de retalhos que articula diversas
experiências de alfabetização no Brasil aliadas à formação de professores, a exemplo do Pró-Letramento.
Mas a principal inspiração e modelo essencial para o Pnaic é um programa do governo do Ceará. O programa
que nasceu em Sobral foi introduzido em 2004 para a erradicação do analfabetismo no município e batizado
de Programa pela Alfabetização na Idade Certa (Paic).
Reflexo no Ideb
O Paic surgiu da constatação de que apenas 15% dos alunos do 2º ano do ensino fundamental do Ceará liam
e compreendiam um pequeno texto, e somente 42% conseguiram produzir um pequeno texto (nenhum foi
considerado ortográfico).
Com o auxílio da Undime e da Unicef, o Paic conseguiu capilaridade nos municípios, e se concentrou em
cinco eixos: gestão da educação municipal, avaliação externa, alfabetização, educação infantil, literatura
infantil e formação do leitor. Desde então, o Ideb do estado para o 4º e 5º ano pulou de 3,2, em 2005, para
4,9 em 2011 (o esperado era 4,0). Se em 2007 apenas 15 municípios, de um universo de 184, tinham nível
considerado desejável de alfabetização (um deles era Sobral), em 2011 praticamente todos os municípios
alcançaram o mesmo patamar (com a exceção de cinco, que ficaram no nível “suficiente”, segundo mais
alto).
Para Idevaldo Bodião, ex-professor da Faculdade de Educação da Universidade Federal do Ceará, ex-
secretário de Educação e Assistência Social de Fortaleza e membro do Comitê Ceará da Campanha Nacional
pelo Direito à Educação, os rápidos resultados da iniciativa foram o principal atrativo da atenção do MEC.
“Com a troca de ministros, era preciso encontrar um programa rápido e urgente que desse resultados
imediatos. E não é fácil propor, gestar e criar um programa para aplicá-lo nacionalmente e que tenha

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resultados em um ano ou dois no máximo. Então, a saída foi encontrar algo que já existia, e que pudesse ter
visibilidade e capilaridade”, analisa.
Diferenças no material
A principal diferença entre o Paic e o Pnaic está no modelo de material adotado nas formações de
orientadores de estudo. Enquanto o Pacto reuniu pesquisadores do Brasil inteiro para elaborar um material
aberto e que respeitasse contextos locais e desse liberdade para o professor alfabetizador embasar sua
própria prática pedagógica, o Paic criou um material único para o estado que, apesar de sua boa qualidade,
segundo Bodião, tolheu a autonomia do professor.
Nesse sentido, a formação seria mais um treinamento para aplicar as apostilas do que fundamentos para o
educador refletir e elaborar suas próprias práticas. “Minha preocupação é que se amanhã tirarmos o
material desse professor, como ele dará aula? Ele fica absolutamente órfão.” E uma dependência como essa
do material exigiria uma formação continuada permanente, o que não acontece. Dessa forma, a iniciativa
estaria fadada a ser extinta tão logo não houvesse mais o material, deixando os educadores reféns de uma
política que pode ser alterada com uma mudança de governo.
Maria do Rosário Longo Mordatti, professora titular da Unesp-Marília e presidente da Associação Brasileira
de Alfabetização faz ressalvas a materiais prontos. “Todos os materiais previamente elaborados têm em
princípio um problema: sua possibilidade de utilização é bem genérica e ampla para todas as situações”,
afirma. “O que ocorre na sala de aula e faz o aluno aprender é a relação que se estabelece entre professor e
aluno.”
Segundo Maria do Socorro Nunes Macedo, professora da Universidade Federal de São João Del Rei (UFSJ)
e coordenadora do GT de Alfabetização, Leitura e Escrita da Anped, o Pnaic busca driblar justamente essa
questão do material da experiência do Ceará, em vez de elaborar um conteúdo único, instrumentalizando o
professor para fazer um trabalho a partir do contexto em que está inserido.
Leitura do mundo
Outra preocupação expressada por Bodião em relação ao Paic é com a valorização quase que absoluta de
conteúdos de língua portuguesa, deixando de lado a leitura do mundo citada por Paulo Freire (“A leitura do
mundo precede a leitura da palavra”, dizia o educador). Para Bodião, o processo de alfabetização deveria
auxiliar os alunos a entenderem o mundo a partir da palavra escrita, e não simplesmente a aplicarem
conteúdos disciplinares.
A avaliação é um dos alicerces do Paic, e o seu modelo inspirou o Pacto Nacional. Isso leva ao
questionamento, segundo Bodião, sobre o que a avaliação realmente avalia. “Ela avalia se o professor está
cumprindo as diretrizes na formatação do Paic. Então qualquer outro professor que tenha um processo de
alfabetização diferente não vai bem na avaliação, e isso não quer dizer que ele ensina errado, mas que ele
não ensina como no material do Paic”, argumenta.
Os resultados rápidos permitidos pela avaliação são o maior atrativo de programas como o Paic e o Pnaic.
O modelo adotado pelas iniciativas, diz Bodião, é capaz de mudar mapas de alfabetização no curto prazo,
em cerca de dois anos. Isso seria ideal, se houvesse um legado deixado pelas experiências. O especialista
teme, dessa forma, que em dez anos nada reste desses programas. “Parece que só sobrevivem enquanto
existe o treinamento para a aplicação do material que está pronto. Não se investe na compreensão
autônoma dos próprios professores. E isso é um complicador que não tem sido tratado.”
(Carmen Guerreiro. Ceará, o berço do Pacto. Educação, São Paulo, Ano 17, n. 193, p. 72-74. Maio/2013.)

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Quanto à classificação verbal do termo sublinhado, marque a alternativa correta.


a) “... conseguiu capilaridade nos municípios,...” – futuro do presente
b) “... a avaliação é um dos alicerces do Paic,...” – pretérito imperfeito
c) “... a formação seria mais um treinamento...” – presente do indicativo
d) “... se houvesse um legado deixado pelas experiências.” – pretérito perfeito
e) “... e somente 42% conseguiram produzir um pequeno texto...” – pretérito perfeito

8 - LISTA DE QUESTÕES COMENTADAS


Questão 1
CONSULPLAN - Técnico de Enfermagem (CM BH)/2018

Quão rara é a Terra?

Agora que temos a certeza de que existe um número enorme de planetas com características físicas
semelhantes às da Terra, vale perguntar se eles têm, de fato, a chance de abrigar formas de vida e, se
tiverem, que vida seria essa.
Antes, alguns números importantes. Os melhores dados com relação à existência de outros planetas vêm
do satélite da NASA Kepler, que anda buscando planetas como a Terra mapeando 100 mil estrelas na nossa
região cósmica.
Pelo desenho da missão, a identificação dos planetas usa um efeito chamado de trânsito: quando um
planeta passa em frente à sua estrela (por exemplo, Vênus passando em frente ao Sol) o brilho da estrela é
ligeiramente diminuído.
Marcando o tempo que demora para o planeta passar em frente à estrela, a diminuição do brilho e, se
possível, o período da órbita (quando o planeta retorna ao seu ponto inicial), é possível determinar o
tamanho e massa do planeta.
Com isso, a missão estima que cerca de 5,4% de planetas na nossa galáxia têm massa semelhante à da
Terra e, possivelmente, estão na zona habitável, o que significa que a temperatura na sua superfície permite
a existência de água líquida (se houver água lá). Como sabemos que o número de estrelas na nossa galáxia
é em torno de 200 bilhões, a estimativa da missão Kepler implica que devem existir em torno de 10 bilhões
de planetas com dimensões semelhantes às da Terra.
Nada mal, se supusermos que basta isso para que exista vida. Porém, a situação é bem mais complexa e
depende das propriedades da vida e, em particular, da história geológica do planeta.
Aqui na Terra, a vida surgiu 3,5 bilhões de anos atrás. Porém, durante aproximadamente 3 bilhões de anos,
a vida aqui era constituída essencialmente de seres unicelulares, pouco sofisticados. Digamos, um planeta
de amebas.

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Apenas quando a atmosfera da Terra foi “oxigenada”, e isso devido à “descoberta” da fotossíntese por
essas bactérias (cianobactérias, na verdade), é que seres multicelulares surgiram.
Essa mudança também gerou algo de muito importante: quando o oxigênio atmosférico sofreu a ação da
radiação solar é que se formou a camada de ozônio que acaba por proteger a superfície do planeta. Sem
essa proteção, a vida complexa na superfície seria inviável.
Fora isso, a Terra tem uma lua pesada, o que estabiliza o seu eixo de rotação: a Terra é como um pião que
está por cair, rodopiando em torno de si mesma numa inclinação de 23,5 graus.
Esta inclinação é a responsável pelas estações do ano e por manter o clima da Terra relativamente
agradável. Sem nossa Lua, o eixo de rotação teria um movimento caótico e a temperatura variaria de forma
aleatória.
Juntemos a isso o campo magnético terrestre, que nos protege também da radiação solar e de outras
formas de radiação letal que vêm do espaço, e o movimento das placas tectônicas, que funciona como um
termostato terrestre e regula a circulação de gás carbônico na atmosfera, e vemos que são muitas as
propriedades que fazem o nosso planeta especial.
Portanto, mesmo que existam outras “Terras” pela galáxia, defendo ainda a raridade do nosso planeta e
da vida complexa que nele existe.
(Marcelo Gleiser – Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/colunas/marcelogleiser/1172152-quao-rara-e-
a-terra.shtml.)
Releia o trecho a seguir: “Pelo desenho da missão, a identificação dos planetas usa um efeito chamado de
trânsito [...].” (3º§). Em relação à formação da palavra destacada, ela é formada por um processo de
a) derivação sufixal.
b) derivação prefixal.
c) derivação parassintética.
d) composição por aglutinação.
Comentário:
a) derivação sufixal.
Correta – A palavra “identificação” é formada pelo processo de derivação sufixal, pois o sufixo “-ção” foi
acrescentado ao radical.
b) derivação prefixal.
Incorreta- Na palavra “identificação” não há prefixo.
c) derivação parassintética.
Incorreta- A derivação parassintética ocorre quando um prefixo e um sufixo são acrescidos, de forma
simultânea, ao radical. Fato que não acontece em “identificação”.
No trecho “Pelo desenho da missão, a identificação dos planetas usa um efeito chamado de trânsito [...].”,
a palavra destacada é formada pelo processo de derivação sufixal, e não pelo processo de derivação
parassintética.
d) composição por aglutinação.

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Incorreta- A composição por aglutinação acontece quando há fusão de palavras ou radicais com alguma
alteração. Não é o caso de “identificação”.
Gabarito: A

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Questão 2
CONSULPLAN - Técnico Legislativo (CM BH)/II/2018

Por que Marte perdeu sua água e acabou não ficando parecido com a Terra?

Embora a superfície de Marte seja hoje árida e inóspita, há bilhões de anos provavelmente estava tão
coberta de água quanto a Terra.
O que provocou o desaparecimento deste recurso crucial para o desenvolvimento da vida?
Uma das teorias vigentes é de que a água sumiu do planeta vermelho quando ele perdeu o campo
magnético que o protegia dos ventos solares.
No entanto, um estudo recente feito por cientistas da Universidade de Oxford, no Reino Unido, mostrou
que a perda do campo magnético não permite explicar o desaparecimento de toda a água que existia no
planeta.
O resto, segundo a pesquisa, foi absorvido pelas rochas de basalto, que podem reter em seu interior
aproximadamente 25% mais água que as pedras do mesmo tipo na Terra, já que são ricas em óxido de ferro.
Este processo foi tão intenso que é estimado que a crosta do planeta tenha consumido um oceano de mais
de 3 km de profundidade.
Processo irreversível
Os pesquisadores da Universidade de Oxford chegaram a essa conclusão após calcular quanta água era
possível de eliminar da superfície do planeta pela interação do líquido com os minerais das rochas.
O cálculo incluiu também fatores como a temperatura das pedras e a pressão atmosférica. Os resultados
mostram que as rochas levaram grande parte da água da superfície para o interior do planeta.
Depois de absorvida, a água não pode ressurgir, porque as rochas basálticas não funcionam exatamente
como uma esponja: elas quebram as moléculas, absorvendo apenas o oxigênio, enquanto o hidrogênio se
espalha pelo espaço.
Essas rochas então se afundaram no manto (camada logo abaixo da superfície, assim como na Terra),
deixando o planeta seco, sem a possibilidade de abrigar vida.
Diferenças sutis, mas importantes
Por que a Terra não passou por um processo parecido?
Segundo os pesquisadores de um estudo publicado na última edição da revista Nature, “Marte é um
planeta muito menor que a Terra, com um perfil de temperatura diferente e uma quantidade maior de ferro
em seu manto”.

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“São diferenças sutis, mas podem ter um efeito significativo, que aumenta com o tempo”, diz o paper.
Esses fatores permitiram que a superfície de Marte fosse mais reativa à água que a nossa, possibilitando a
formação de minerais que absorveram água e se afundaram para o interior do manto.
Já na Terra, em seus primeiros anos de formação, as rochas hidratadas tendiam a flutuar até se
desidratarem.
(Disponível em: http://www.bbc.com/portuguese/brasil-42445360.)

Assinale a alternativa cujo conteúdo apresente a correlação correta entre a palavra e o processo que tenha
lhe formado.
a) “intenso” – derivação regressiva.
b) “embora” – composição por aglutinação.
c) “atmosférica” – derivação parassintética.
d) “desaparecimento” – composição por justaposição.
Comentário:
Analisando as alternativas, temos que:
a - “intenso” – derivação regressiva.
Incorreta- A derivação regressiva consiste em formar um substantivo a partir de um verbo.
Isso não acontece com a palavra “intenso”
b - “embora” – composição por aglutinação.
Correta- A palavra “embora” é formada por processo de aglutinação, pois os radicais se juntaram e houve
perda de fonemas (em+boa+hora).
c - “atmosférica” – derivação parassintética.
Incorreta- Na formação da palavra “atmosfera”, há apenas sufixo “ica” (derivação sufixal)
d - “desaparecimento” – composição por justaposição.
Incorreta- Na palavra “desaparecimento” há derivação prefixal e sufixal.
Gabarito: B

Estrutura e formação de palavras

Questão 3
CONSULPLAN - Soldado Bombeiro Militar (CBM PA)/2016

O direito à literatura
O assunto que me foi confiado nesta série é aparentemente meio desligado dos problemas reais: “Direitos
humanos e literatura”. As maneiras de abordá‐lo são muitas, mas não posso começar a falar sobre o tema
específico sem fazer algumas reflexões prévias a respeito dos próprios direitos humanos. [...]

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[...] pensar em direitos humanos tem um pressuposto: reconhecer que aquilo que consideramos
indispensável para nós é também indispensável para o próximo. Esta me parece a essência do problema,
inclusive no plano estritamente individual, pois é necessário um grande esforço de educação e
autoeducação a fim de reconhecermos sinceramente este postulado. Na verdade, a tendência mais funda é
achar que os nossos direitos são mais urgentes que os do próximo.
[...] a literatura aparece claramente como manifestação universal de todos os homens em todos os tempos.
Não há povo e não há homem que possa viver sem ela, isto é, sem a possibilidade de entrar em contato com
alguma espécie de fabulação. Assim como todos sonham todas as noites, ninguém é capaz de passar as
vinte e quatro horas do dia sem alguns momentos de entrega ao universo fabulado. [...]
Ora, se ninguém pode passar vinte e quatro horas sem mergulhar no universo da ficção e da poesia, a
literatura concebida no sentido amplo a que me referi parece corresponder a uma necessidade universal,
que precisa ser satisfeita e cuja satisfação constitui um direito. [...]
Portanto, a luta pelos direitos humanos abrange a luta por um estado de coisas em que todos possam ter
acesso aos diferentes níveis de cultura. A distinção entre cultura popular e cultura erudita não deve servir
para justificar e manter uma separação iníqua, como se do ponto de vista cultural a sociedade fosse dividida
em esferas incomunicáveis, dando lugar a dois tipos incomunicáveis de fruidores. Uma sociedade justa
pressupõe o respeito dos direitos humanos, e a fruição da arte e da literatura em todas as modalidades e em
todos os níveis é um direito inalienável.
(CANDIDO, Antonio. O direito à literatura. In: Vários escritos. Rio de Janeiro: Ouro sobre Azul; São Paulo: Duas
Cidades, 2004.)

“[...] indispensável para nós é também indispensável para o próximo. Esta me parece a essência do
problema, inclusive no plano estritamente individual, [...]” (2º§) Quanto às palavras destacadas, pode‐se
afirmar que
a) apenas em “individual”, o prefixo visto indica “privação”.
b) são exemplos iguais quanto ao processo de formação de palavras.
c) há um contraste quanto ao significado dos prefixos que as compõem.
d) sua formação contém o mesmo prefixo cujo significado indica negação.
e) apenas “indispensável” contém o prefixo também visto em “indelicado”.
Comentário:
a) apenas em “individual”, o prefixo visto indica “privação”.
Incorreta. O vocábulo “individual” não apresenta prefixo, mas sim sufixo “-al”.
b) são exemplos iguais quanto ao processo de formação de palavras.
Incorreta. Em “individual” temos derivação sufixal e em “indispensável” temos uma derivação prefixal, pois
foi acrescido o prefixo “in-” ao radical.
c) há um contraste quanto ao significado dos prefixos que as compõem.
Incorreta- Em "individual" há sufixo, e não prefixo.
d) sua formação contém o mesmo prefixo cujo significado indica negação.

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Incorreta – O prefixo que indica negação só aparece em "indispensável".


e) apenas “indispensável” contém o prefixo também visto em “indelicado”.
Correta. A palavra “indelicado” também é formada por derivação prefixal, ao se acrescentar o prefixo “in’,
que indica negação, ao radical.
Gabarito: E

Estrutura e formação de palavras

Questão 4
CONSULPLAN - Técnico em Edificações (Cascavel)/2014

O aluno depende demais do Google


Para o historiador, o desafio é educar a nova geração a usar a “máquina” chamada livro.

Ele é um rato de biblioteca. Robert Darnton ama os livros. Especialmente se forem antigos, com mais de
200 anos. Darnton é um dos maiores historiadores americanos. Por quatro décadas, explorou os meandros
das grandes bibliotecas da Europa à caça de volumes perdidos de romances amorais do Antigo Regime ou
da única cópia de um folhetim subversivo da França pré-revolucionária. Darnton, de 69 anos, se aposentou
da Universidade Princeton em 2007 e assumiu a direção da Biblioteca da Universidade Harvard. Tomou a
missão de digitalizar e tornar acessível gratuitamente pela Internet o conjunto da produção intelectual de
Harvard. Defensor da nova tecnologia, Darnton detecta nos alunos a perda de intimidade com uma
tecnologia mais antiga – o livro.
ÉPOCA – O livro tem futuro?
Robert Darnton – O livro é uma grande invenção. É agradável de manusear e ler. Não desaparecerá. Mas
crianças e adolescentes têm hoje pouco contato com ele. Sua fonte de entretenimento é o computador. Os
jovens são fascinados pelas pequenas doses de informação a que têm acesso pelos diferentes tipos de
máquina e não desenvolvem o hábito das longas horas de leitura. Para eles, o livro é menos convidativo,
confortável e familiar que para nós. Isso me preocupa. Creio que veremos surgir diversas formas de leitura
e toda uma variedade de meios de comunicação. Os livros acadêmicos serão híbridos, publicados em parte
na forma convencional, em parte online, com dados, links e material suplementar em áudio, vídeo e
imagem. No caso dos livros de não ficção, que escrevo para o público leigo, acho ótimo poder exibir aspectos
do passado graças à nova tecnologia.
ÉPOCA – Seus alunos ainda leem livros?
Robert Darnton – Meus alunos em Harvard são ávidos pela leitura. Mas não conhecem suas convenções,
não sabem usar uma biblioteca, não sabem fazer pesquisas nem acompanhar as notas de rodapé. Eles
dependem demais do Google. Ele é uma ferramenta fantástica, mas não é adequada para oferecer ao leitor
o tipo de experiência, de degustação, que só o livro possibilita, como quando usamos o sumário para nos
orientar ou folheamos capítulos aleatoriamente. O Google não permite isso. Haverá uma perda se
dependermos demais desses mecanismos. Nesse sentido, sou pessimista. Devemos educar a nova geração
a usar essa “máquina”, o livro, do modo como foi criada para ser usada.

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(Época, nº 537, São Paulo, 01/09/2008. Adaptado.)

Em “[...] romances amorais do Antigo Regime [...]” (1º§), o termo sublinhado possui o mesmo sentido do
prefixo em
a) acéfalo.
b) antepor.
c) ambíguo.
d) adjacência.
e) apodrecer.
Comentário:
A palavra “amorais” apresenta o prefixo “a” que indica negação.
a) acéfalo - A palavra "acéfalo" apresenta o prefixo "a" tem o sentido de negação, assim como acontece com
“amorais”.
b) antepor - O termo "antepor" apresenta o prefixo "ante" que tem sentido de "anterioridade".
c) ambíguo – O termo "ambíguo" é formado pelo prefixo "ambi", que significa "duplicidade".
d) adjacência – O termo "adjacência" significa "qualidade daquilo que é próximo" e é formada pelo prefixo
"ad", que significa "aproximação".
e) apodrecer. A palavra "apodrecer" significa "tornar podre" e é formada pelo prefixo "a", que nesta palavra
significa "tornar a", "transformar".
Gabarito: A

Estrutura e formação de palavras

Questão 5
CONSULPLAN - Auxiliar Administrativo (Monte Belo)/I/2011

Nesta trajetória, em parte minha, em parte de minhas ficções – já escritas ou ainda nem definidas – ficou-
me a certeza de que o bem supremo não é a vida mas uma vida digna; o bem maior não é o amor mas um
amor que dê alegria e paz – e que, mesmo se terminar, continuará nos aquecendo na memória.
E que há sempre, em algum lugar talvez inesperado, a possibilidade de música e voo.
Não há fase da vida para ser paciente e virtuoso; não há idade para ser belo, amoroso e sensual.
De todos os meus livros, este é especialmente uma série de reflexões, em prosa e em poesia, sobre os medos
e alegrias, ganhos e perdas que nos traz o amor em suas várias formas. Ele nos faz melhores se tiver sido
bom; nos ajuda a aceitar a transformação se tiver sido terno; nos ensina a respeitar a liberdade se tiver sido
sagrado. E se for tudo isso, certamente será um amor demorado, um amor delicado, um digno amor;
mesmo doente vestirá seu traje de baile para não perturbar a calma de quem é amado; mesmo solitário porá
a máscara da festa para não inquietar quem precisa partir.

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Não sei se fui capaz dele ou se o mereci, mas esse amor – cuja duração nem sempre importa – vale muitas
vidas e não nos pertence. Foi colocado em nós como um aroma num frasco, guiado por outra mão que não
a do mero acaso. Tem em si uma luz que a maturidade torna mais vibrante e espalhada – e, apesar das dores,
muito mais enternecida.
(Lya Luft)

Assinale a afirmativa que apresenta verbo no presente do indicativo.


a) “Certamente será um amor demorado.”
b) “Ficou-me a certeza de que o bem supremo não é a vida mas uma vida digna.”
c) “Ele nos faz melhores se tiver sido bom.”
d) “Foi colocado em nós como um aroma num frasco,...”
e) “Não sei se fui capaz dele ou se o mereci,...”
Comentário:
A) “Certamente será um amor demorado.”
Incorreta – O verbo “será” está no futuro do presente do indicativo, na 3ª pessoa do singular.
B) Ficou-me a certeza de que o bem supremo não é a vida mas uma vida digna.”
Incorreta – O verbo “ficou” está no pretérito perfeito do indicativo, na 3ª pessoa do singular.
C) “Ele nos faz melhores se tiver sido bom.”
Correta – O verbo “faz” está no presente do indicativo, na 3ª pessoa do singular.
D) “Foi colocado em nós como um aroma num frasco,...”
Incorreta – O verbo “foi” está no pretérito perfeito do indicativo, 3ª pessoa do singular.
E) “Não sei se fui capaz dele ou se o mereci,...”
Incorreta – O verbo “fui” está no pretérito perfeito do indicativo, 1ª pessoa do singular.
Gabarito: C

Classes de palavras

Questão 6
CONSULPLAN - Profissional de Área Administrativa (CREA RJ)/2011

Amanhecera um domingo alegre no cortiço, um bom dia de abril. Muita luz e pouco calor.

As tinas estavam abandonadas; os coradouros despidos. Tabuleiros e tabuleiros de roupa engomada saíam
das casinhas, carregados na maior parte pelos filhos das próprias lavadeiras que se mostravam agora quase
todas de fato limpo; os casaquinhos brancos avultavam por cima das saias de chita de cor. Desprezavam-se
os grandes chapéus de palha e os aventais de aniagem; agora as portuguesas tinham na cabeça um lenço

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novo de ramagens vistosas e as brasileiras haviam penteado o cabelo e pregado nos cachos negros um
ramalhete de dois vinténs; aquelas trancavam no ombro xales de lã vermelha, e estas de crochê, de um
amarelo desbotado. Viam-se homens de corpo nu, jogando a placa, com grande algazarra. Um grupo de
italianos, assentado debaixo de uma árvore, conversava ruidosamente, fumando cachimbo. Mulheres
ensaboavam os filhos pequenos debaixo da bica, muito zangadas, a darem-lhes murros, a praguejar, e as
crianças berravam, de olhos fechados, esperneando. A casa da Machona estava num rebuliço, porque a
família ia sair a passeio; a velha gritava, gritava Nenen, gritava o Agostinho. De muitas outras saiam cantos
ou sons de instrumentos; ouviam-se harmônicas e ouviam-se guitarras, cuja discreta melodia era de vez em
quando interrompida por um ronco forte de trombone.
(AZEVEDO, Aluísio. O Cortiço. 36. ed. São Paulo. Ática, 2000 / fragmento)

A exemplo da variação do substantivo em destaque em “Desprezavam-se os grandes chapéus de palha e os


aventais de aniagem...” indique a alternativa em que há correção gramatical:
a) Os órfãos daquela casa precisam de ajuda.
b) Havia uma coleção de troféis em sua casa.
c) Os cidadães têm direitos e deveres.
d) Dois escrivãos foram convocados para o trabalho.
e) Eles possuem caráters diferentes.
Comentário:
a) Os órfãos daquela casa precisam de ajuda.
Correta – A palavra “órfãos” é paroxítona terminada em ãos, por isso recebe acento.
b) Havia uma coleção de troféis em sua casa.
Incorreta – A palavra “troféu” é oxítona e, flexionada no plural, fica “troféus” e não “troféis”
c) Os cidadães têm direitos e deveres.
Incorreta -A palavra “cidadão”, no plural, é “cidadãos” e não “cidadãos”.
d) Dois escrivãos foram convocados para o trabalho.
Incorreta – A palavra “escrivão”, no plural, é “escrivães” e não “escrivãos”.
e) Eles possuem caráters diferentes.
Incorreta - A palavra “caráter”, no plural, é “caracteres” e não “caráters.”.
Gabarito: A

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Questão 7
CONSULPLAN - Soldado Bombeiro Militar (CBM PA)/2016

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Tempos loucos – Parte 2


Os adultos que educam hoje vivem na cultura que incentiva ao extremo o consumo. Somos levados a
consumir de tudo um pouco: além de coisas materiais, consumimos informações, ideias, estilos de ser e de
viver, conceitos que interferem na vida (qualidade de vida, por exemplo), o sexo, músicas, moda, culturas
variadas, aparência do corpo, a obrigatoriedade de ser feliz etc. Até a educação escolar virou item de
consumo agora. A ordem é consumir, e obedecemos muitas vezes cegamente a esse imperativo.
Quem viveu sem usar telefone celular por muito tempo não sabe mais como seria a vida sem essa inovação
tecnológica, por exemplo. O problema é que a oferta cria a demanda em sociedades consumistas, que é o
caso atual, e os produtos e as ideias que o mercado oferece passam a ser considerados absolutamente
necessários a partir de então.
A questão é que temos tido comportamento exemplar de consumistas, boa parte das vezes sem crítica
alguma. Não sabemos mais o que é ter uma vida simples porque almejamos ter mais, por isso trabalhamos
mais etc. Vejam que a ideia de lazer, hoje, faz todo sentido para quase todos nós. Já a ideia do ócio, não. Ou
seja: para descansar de uma atividade, nos ocupamos com outra. A vadiagem e a preguiça são
desvalorizadas.
Bem, é isso que temos ensinado aos mais novos, mais do que qualquer outra coisa. Quando uma criança de
oito anos pede a seus pais um celular e ganha, ensinamos a consumir o que é oferecido; quando um filho
pede para o pai levá‐la ao show do RBD, e este leva mesmo se considera o espetáculo ruim, ensinamos a
consumir, seja qual for a estética em questão; quando um jovem pede uma roupa de marca para ir a uma
festa e os pais dão, ensinamos que o que consumimos é mais importante do que o que somos.
Não há problema em consumir; o problema passa a existir quando o consumo determina a vida. Isso é
extremamente perigoso, principalmente quando os filhos chegam à adolescência. Há um mercado
generoso de oferta de drogas. Ensinamos a consumir desde cedo e, nessa hora, queremos e esperamos que
eles recusem essa oferta. Como?!
Na educação, essa nossa característica leva a consequências sutis, mas decisivas na formação dos mais
novos. Como exemplo, podemos lembrar que estes aprendem a avaliar as pessoas pelo que elas aparentam
poder consumir e não por aquilo que são e pelas ideias que têm e que o grupo social deles é formado por
pares que consomem coisas semelhantes. Não é a toa que os pequenos furtos são um fenômeno presente
em todas as escolas, sejam elas públicas ou privadas.
Nessa ideologia consumista, é importante considerar que os objetos perdem sua primeira função. Um carro
deixa de ser um veículo de transporte, um telefone celular deixa de ser um meio de comunicação; ambos
passam a significar status, poder de consumo, condição social, entre outras coisas.
A educação tem o objetivo de formar pessoas autônomas e livres. Mas, sob essa cultura do consumo, esses
dois conceitos se transformaram completamente e perderam o seu sentido original. Os jovens hoje
acreditam que têm liberdade para escolher qualquer coisa, por exemplo. Na verdade, as escolhas que fazem
estão, na maioria das vezes, determinadas pelo consumo e pela publicidade. Tempos loucos, ou não?
(SAYÃO, Rosely. Tempos loucos – Parte 2. Disponível em:
http://blogdaroselysayao.blog.uol.com.br/arch2006‐10‐01_2006‐10‐15.html. Acesso em: dezembro de
2015.)

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“No 5º§ do texto lido, há dois vocábulos sublinhados. Em relação a tais termos, pode‐se afirmar que são
responsáveis por ___________________ e pertencem à classe de palavras de ____________________.”
Assinale a alternativa que completa correta e sequencialmente a afirmativa anterior.
a) julgamentos / adjetivos
b) argumentos / advérbios
c) exemplos / substantivos
d) opiniões / locuções adverbiais
e) informações / locuções conjuntivas
Comentário:
a) julgamentos / adjetivos
Correta – As palavras “perigoso” e “generoso” funcionam como adjetivos e elas expressam a opinião da
autora, ou seja, manifestam o julgamento que ela faz.
b )argumentos / advérbios
Incorreta – As palavras destacadas não são argumentos e nem funcionam como advérbios.
c) exemplos / substantivos
Incorreta - As palavras destacadas não funcionam como exemplos e nem funcionam como substantivos.
d) opiniões / locuções adverbiais
Incorreta - As palavras destacadas expressam opiniões, mas não são locuções adverbiais.
e) informações / locuções conjuntivas
Incorreta - As palavras destacadas não são informações e não são locuções adverbiais.
Gabarito: A

Classes de palavras

Questão 8
CONSULPLAN - Assistente Social (Juatuba)/2015/Edital 01-2014

Os pobres homens ricos


Um amigo meu estava ofendido porque um jornal o chamou de boa‐vida. Vejam que país, que tempo, que
situação! A vida deveria ser boa para toda gente, o que é insultuoso é que o seja apenas para alguns.
“Dinheiro é a coisa mais importante do mundo.” Quem escreveu isso não foi nenhum de nossos estimados
agiotas. Foi um homem que a vida inteira viveu de seu trabalho, e se chamava Bernard Shaw. Não era um
cínico, mas um homem de vigorosa fé social, que passou a vida lutando, a seu modo, para tornar melhor a
sociedade em que vivia – e em certa medida o conseguiu. Ele nos fala de alguns homens ricos:

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“Homens ricos e aristocratas com um desenvolvido senso de vida – homens como Ruskin, Willian Morris,
Kropotkin – têm enormes apetites sociais… não se contentam com belas casas, querem belas cidades… não
se contentam com esposas cheias de diamantes e filhas em flor; queixam‐se porque a operária está
malvestida, a lavadeira cheira a gim, a costureira é
anêmica, e porque todo homem que encontra não é um amigo e toda mulher não é um romance… sofrem
com a arquitetura do vizinho…”
Esse “apetite social” é raríssimo entre os nossos homens ricos; a não ser que “social” seja tomado no sentido
de “mundano”. E nossos homens de governo têm uma pasmosa desambição de governar.
Vi, há tempo, um conhecido meu, que se tornou muito rico, sofreu horrorosamente na hora de comprar um
quadro. Achava o quadro uma beleza, mas como o pintor pedia tantos contos ele se perguntava, e me
perguntava, e perguntava a todo mundo se o quadro “valia” mesmo aquilo, se o artista não estaria pedindo
aquele preço por sabê‐lo rico, se não seria “mais negócio” comprar um quadro de fulano. Fiquei com pena
dele, embora saiba que numa noite de jantar e boate ele gaste tranquilamente aquela importância, sem que
isso lhe dê nenhum prazer especial. Fiquei com penaporque realmente ele gostava do quadro, queria tê‐lo,
mas o prazer que poderia ter obtendo uma coisa ambicionada era estragado pela preocupação do negócio.
Se não fosse pelo pintor, que precisava de dinheiro, eu o aconselharia a não comprar.
Homens públicos sem sentimento público, homens ricos que são, no fundo, pobres‐diabos – que não
descobriram que a grande vantagem real de ter dinheiro é não ter que pensar a todo momento, em
dinheiro…
(BRAGA, Rubem. 200 Crônicas escolhidas. 31ª Ed. – Rio de Janeiro: Record, 2010.)

“Dinheiro é a coisa mais importante do mundo.” Nessa frase, há um adjetivo no grau


a) comparativo de igualdade.
b) comparativo de superioridade.
c) superlativo absoluto analítico.
d) superlativo relativo de superioridade.
Comentário:
a) comparativo de igualdade.
Incorreta – Na frase destacada, a importância do dinheiro não está sendo comparada à de outro ser
específico.
b) comparativo de superioridade.
Incorreta- Na frase, a importância do dinheiro não está sendo comparada de forma superior à outro ser
específico.
c) superlativo absoluto analítico.
Incorreta –não está sendo não está sendo intensificada em relação a outros seres.
d) superlativo relativo de superioridade.
Correta - Na frase, a importância do dinheiro está sendo intensificada em relação a um conjunto de seres e
se mostra superior.

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Gabarito: D

Classes de palavras

Questão 9
CONSULPLAN - Técnico Judiciário (TSE)/Administrativa/2012
Presente perfeito
Aproveito a chegada do 13° salário e a proximidade do Natal para discutir o presente perfeito. Num mundo
perfeitamente racional, ninguém nem pestanejaria antes de presentear seus familiares e amigos com
dinheiro vivo.
Em princípio, nada pode ser melhor. Elimina-se o risco de errar, pois o presenteado escolhe o que quiser, e
no tamanho certo. Melhor, ele pode juntar recursos de diversas origens e comprar um item mais caro, que
==1f0cda==

ninguém sozinho poderia oferecer-lhe.


Só que o mundo não é um lugar racional. Se você regalar sua mulher com um caríssimo jantar na expectativa
de uma noite tórrida de amor, estará sendo romântico. Mas, se ousar oferecer-lhe dinheiro para o mesmo
fim, torna-se um simples cafajeste.
Analogamente, você ficará bem(c) se levar um bom vinho para o almoço de Dia das Mães na casa da sogra.
Experimente, porém, sacar a carteira e estender-lhe R$ 200 ao fim da refeição e se tornará “persona non
grata” para sempre naquele lar.
Essas incongruências chamaram a atenção de economistas comportamentais, que desenvolveram modelos
para explicá-las. Aparentemente, vivemos em dois mundos distintos, o das relações sociais e o da economia
de mercado. Enquanto o primeiro é regido(d) por valores como amor e lealdade, o segundo tem como marca
indexadores monetários e contratos. Sempre que misturamos os dois(a) registros, surgem mal-entendidos.
O economista Dan Ariely vai mais longe e propõe que, no mundo das relações sociais, o presente serve para
aliviar culpas: ofereça ao presenteado algo de que ele goste, mas acha bobagem comprar, como um jantar
naquele restaurante chique ou um perfume um pouco mais(b) caro. O que você está lhe dando, na verdade,
é uma licença para ser extravagante.
Segundo Ariely, é esse mecanismo que explica o sucesso de vales-presentes e congêneres, que nada mais
são que dinheiro com prazo de validade e restrições de onde pode ser gasto.
(Hélio Schwartsman. Folha de S.Paulo, 4/12/2011, com adaptações)

Assinale a palavra que, no texto, exerça papel adjetivo.


a) dois
b) mais
c) bem
d) regido
Comentário:
A) dois

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Correta – “Sempre que misturamos os dois registros, surgem mal-entendidos.” A palavra “dois” é um
numeral, mas, nesse caso, acompanha o substantivo “registros”, exercendo a função de adjetivo.
B) Mais
Incorreta – “ ofereça ao presenteado algo de que ele goste, mas acha bobagem comprar, como um jantar
naquele restaurante chique ou um perfume um pouco mais caro.” A palavra “mais” é um advérbio de
intensidade que modifica o adjetivo “caro”.
C) Bem
Incorreta- “Analogamente, você ficará bem se levar um bom vinho para o almoço de Dia das Mães na casa
da sogra.” A palavra “bem” é um advérbio que modifica o verbo “ficará”.
D) regido - “Enquanto o primeiro é regido por valores como amor e lealdade, o segundo tem como marca
indexadores monetários e contratos.” Incorreta – A forma verbal “regido” está no particípio (forma
nominal).
Gabarito: A

Classes de palavras

Questão 10
CONSULPLAN - Fiscal (Cantagalo)/Obras/2013

Ceará, o berço do Pacto


Programa que inspirou o pacto nacional nasceu em Sobral e é criticado por ter material didático
padronizado e estar baseado em avaliações.
Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa é uma colcha de retalhos que articula diversas
experiências de alfabetização no Brasil aliadas à formação de professores, a exemplo do Pró-Letramento.
Mas a principal inspiração e modelo essencial para o Pnaic é um programa do governo do Ceará. O programa
que nasceu em Sobral foi introduzido em 2004 para a erradicação do analfabetismo no município e batizado
de Programa pela Alfabetização na Idade Certa (Paic).
Reflexo no Ideb
O Paic surgiu da constatação de que apenas 15% dos alunos do 2º ano do ensino fundamental do Ceará liam
e compreendiam um pequeno texto, e somente 42% conseguiram produzir um pequeno texto (nenhum foi
considerado ortográfico).
Com o auxílio da Undime e da Unicef, o Paic conseguiu capilaridade nos municípios, e se concentrou em
cinco eixos: gestão da educação municipal, avaliação externa, alfabetização, educação infantil, literatura
infantil e formação do leitor. Desde então, o Ideb do estado para o 4º e 5º ano pulou de 3,2, em 2005, para
4,9 em 2011 (o esperado era 4,0). Se em 2007 apenas 15 municípios, de um universo de 184, tinham nível
considerado desejável de alfabetização (um deles era Sobral), em 2011 praticamente todos os municípios
alcançaram o mesmo patamar (com a exceção de cinco, que ficaram no nível “suficiente”, segundo mais
alto).
Para Idevaldo Bodião, ex-professor da Faculdade de Educação da Universidade Federal do Ceará, ex-
secretário de Educação e Assistência Social de Fortaleza e membro do Comitê Ceará da Campanha Nacional

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pelo Direito à Educação, os rápidos resultados da iniciativa foram o principal atrativo da atenção do MEC.
“Com a troca de ministros, era preciso encontrar um programa rápido e urgente que desse resultados
imediatos. E não é fácil propor, gestar e criar um programa para aplicá-lo nacionalmente e que tenha
resultados em um ano ou dois no máximo. Então, a saída foi encontrar algo que já existia, e que pudesse ter
visibilidade e capilaridade”, analisa.
Diferenças no material
A principal diferença entre o Paic e o Pnaic está no modelo de material adotado nas formações de
orientadores de estudo. Enquanto o Pacto reuniu pesquisadores do Brasil inteiro para elaborar um material
aberto e que respeitasse contextos locais e desse liberdade para o professor alfabetizador embasar sua
própria prática pedagógica, o Paic criou um material único para o estado que, apesar de sua boa qualidade,
segundo Bodião, tolheu a autonomia do professor.
Nesse sentido, a formação seria mais um treinamento para aplicar as apostilas do que fundamentos para o
educador refletir e elaborar suas próprias práticas. “Minha preocupação é que se amanhã tirarmos o
material desse professor, como ele dará aula? Ele fica absolutamente órfão.” E uma dependência como essa
do material exigiria uma formação continuada permanente, o que não acontece. Dessa forma, a iniciativa
estaria fadada a ser extinta tão logo não houvesse mais o material, deixando os educadores reféns de uma
política que pode ser alterada com uma mudança de governo.
Maria do Rosário Longo Mordatti, professora titular da Unesp-Marília e presidente da Associação Brasileira
de Alfabetização faz ressalvas a materiais prontos. “Todos os materiais previamente elaborados têm em
princípio um problema: sua possibilidade de utilização é bem genérica e ampla para todas as situações”,
afirma. “O que ocorre na sala de aula e faz o aluno aprender é a relação que se estabelece entre professor e
aluno.”
Segundo Maria do Socorro Nunes Macedo, professora da Universidade Federal de São João Del Rei (UFSJ)
e coordenadora do GT de Alfabetização, Leitura e Escrita da Anped, o Pnaic busca driblar justamente essa
questão do material da experiência do Ceará, em vez de elaborar um conteúdo único, instrumentalizando o
professor para fazer um trabalho a partir do contexto em que está inserido.
Leitura do mundo
Outra preocupação expressada por Bodião em relação ao Paic é com a valorização quase que absoluta de
conteúdos de língua portuguesa, deixando de lado a leitura do mundo citada por Paulo Freire (“A leitura do
mundo precede a leitura da palavra”, dizia o educador). Para Bodião, o processo de alfabetização deveria
auxiliar os alunos a entenderem o mundo a partir da palavra escrita, e não simplesmente a aplicarem
conteúdos disciplinares.
A avaliação é um dos alicerces do Paic, e o seu modelo inspirou o Pacto Nacional. Isso leva ao
questionamento, segundo Bodião, sobre o que a avaliação realmente avalia. “Ela avalia se o professor está
cumprindo as diretrizes na formatação do Paic. Então qualquer outro professor que tenha um processo de
alfabetização diferente não vai bem na avaliação, e isso não quer dizer que ele ensina errado, mas que ele
não ensina como no material do Paic”, argumenta.
Os resultados rápidos permitidos pela avaliação são o maior atrativo de programas como o Paic e o Pnaic.
O modelo adotado pelas iniciativas, diz Bodião, é capaz de mudar mapas de alfabetização no curto prazo,
em cerca de dois anos. Isso seria ideal, se houvesse um legado deixado pelas experiências. O especialista
teme, dessa forma, que em dez anos nada reste desses programas. “Parece que só sobrevivem enquanto
existe o treinamento para a aplicação do material que está pronto. Não se investe na compreensão
autônoma dos próprios professores. E isso é um complicador que não tem sido tratado.”

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(Carmen Guerreiro. Ceará, o berço do Pacto. Educação, São Paulo, Ano 17, n. 193, p. 72-74. Maio/2013.)

Quanto à classificação verbal do termo sublinhado, marque a alternativa correta.


a) “... conseguiu capilaridade nos municípios,...” – futuro do presente
b) “... a avaliação é um dos alicerces do Paic,...” – pretérito imperfeito
c) “... a formação seria mais um treinamento...” – presente do indicativo
d) “... se houvesse um legado deixado pelas experiências.” – pretérito perfeito
e) “... e somente 42% conseguiram produzir um pequeno texto...” – pretérito perfeito
Comentário:
“... conseguiu capilaridade nos municípios,...” – futuro do presente
Incorreta – O verbo “conseguiu” está no pretérito perfeito do indicativo.
“... a avaliação é um dos alicerces do Paic,...” – pretérito imperfeito
Incorreta - O verbo “é” está no presente do indicativo.
“... a formação seria mais um treinamento...” – presente do indicativo
Incorreta – O verbo “seria” está no futuro do pretérito.
“... se houvesse um legado deixado pelas experiências.” – pretérito perfeito
Incorreta – O verbo "houvesse" está no pretérito imperfeito do subjuntivo.
e) “... e somente 42% conseguiram produzir um pequeno texto...” – pretérito perfeito
Correta – O verbo “conseguiram” está no pretérito perfeito do indicativo.
Gabarito: E

9 - REVISÃO ESTRATÉGICA

9.1 - Perguntas

1. Quais e quantas são as classes gramaticais?

2. Quais são as pequenas partes usadas para compor as palavras?

3. Quais são os processos de derivação e quais são os processos de composição de palavras?

4. Uma mesma palavra pode pertencer a mais de uma classe gramatical? Explique.

5. Como funciona a classificação dos substantivos?

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6. Resuma a formação do plural dos substantivos.

7. Cite as possibilidades de classificação dos adjetivos.

8. O que são preposições acidentais?

9. Quais são as conjunções coordenativas?

10. Quais são as conjunções subordinativas?

9.2 - Perguntas com respostas

1. Quais e quantas são as classes gramaticais?

São dez as classes gramaticais: substantivo, adjetivo, artigo, numeral, preposição, advérbio, conjunção,
interjeição, verbo e pronome.

2. Quais são as pequenas partes usadas para compor as palavras?

Essas pequenas partes são chamadas de morfemas (morfema = menor parte significativa da palavra). São
eles: radical (elemento significativo das palavras, também chamado de morfema lexical); tema (radical
acrescido de uma vogal - vogal temática); afixos (morfemas derivacionais, são elementos secundários que
se agregam ao radical para formar palavras derivadas. Quando antepostos ao radical ou tema, chamam-se
prefixos, e sufixos, quando pospostos); desinências (morfemas flexionais, pois servem para indicar a flexão
das palavras); vogal temática (elemento que, acrescido ao radical, forma o tema de nomes e verbos. Nos
verbos, distinguem-se três vogais temáticas); vogal e consoante de ligação (em certas palavras derivadas
ou compostas, inserem-se para evitar dissonâncias, isto é, para facilitar a pronúncia desses vocábulos).

3. Quais são os processos de derivação e quais são os processos de composição de palavras?

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4. Uma mesma palavra pode pertencer a mais de uma classe gramatical? Explique.

Sim! A depender do contexto, uma palavra pode alternar a classe gramatical a qual pertence. Exemplo:

Vocês verão a minha glória! (verbo ver)

O verão está chegando! (substantivo)

5. Como funciona a classificação dos substantivos?

Os substantivos são classificados em comum ou próprio, derivado ou primitivo, simples ou composto,


concreto ou abstrato. Pode ser também coletivo. À exceção dos coletivos, cada substantivo terá, então,
quatro classificações. Exemplo: carro - comum, simples, concreto e primitivo.

6. Resuma a formação do plural dos substantivos.

O plural dos substantivos compostos pode ser formado de diversas maneiras. Seguem as principais formas
de fazê-lo:

- Quando os substantivos estiverem unidos por hífen, pluralizam-se os dois elementos se ambos
forem substantivos, se ambos forem adjetivos, se for um numeral e um substantivo.

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- Pluraliza-se apenas o segundo elemento se forem unidos sem hífen, se for um verbo com um
substantivo, se for um elemento invariável mais uma palavra variável e se forem palavras repetidas.

- Pluraliza-se apenas o primeiro elemento se a palavra for composta por substantivo + preposição +
substantivo e se o segundo elemento limita o primeiro (tipo, finalidade).

- Os dois elementos ficam invariáveis se for a junção de verbo + advérbio, de verbo + substantivo
plural, verbos antônimos e frases substantivas;

- Palavras substantivadas flexionam-se no plural como os substantivos.

7. Cite as possibilidades de classificação dos adjetivos.

Adjetivo primitivo: que não deriva de outra palavra.

Adjetivo derivado: que deriva de outra palavra.

Adjetivo simples: formado apenas por um radical.

Adjetivo composto: formado por mais de um radical.

Adjetivo explicativo: exprime qualidade própria dos ser.

Adjetivo restritivo: exprime qualidade que não é própria dos ser.

Adjetivo pátrio: referem-se à nacionalidade ou ao lugar de origem.

8. O que são preposições acidentais?

Preposições acidentais são aquelas palavras que pertencem a outras classes gramaticais e que,
ocasionalmente, funcionam como preposições. As principais: exceto consoante, durante, mediante, afora,
fora, segundo, tirante, visto, senão, como, conforme, mediante, salvo, segundo.

9. Quais são as conjunções coordenativas?

No estudo para concursos, não deixe de decorar as conjunções!

Conjunções coordenativas:
a. Aditivas
b. Adversativas;
c. Alternativas;

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d. Conclusivas;
e. Explicativas.

10. Quais são as conjunções subordinativas?

Conjunções subordinativas:
a. Causais;
b. Comparativas;
c. Concessivas;
d. Condicionais;
e. Conformativas;
f. Consecutivas;
g. Finais;
h. Proporcionais;
i. Temporais;
j. Integrantes.

Pessoal, chegamos ao final desta aula. Façam uma boa revisão dos conceitos vistos hoje para
gabaritarem as provas de Língua Portuguesa.

Na próxima aula, continuaremos avançando gradativamente, de modo a visitar cada tópico


cobrado pela banca examinadora. Estejam atentos aos percentuais estatísticos de cobrança para
direcionarem seus estudos, ok?

Forte abraço!

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