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Dicas sobre fontes de alimentação

Como muitos Radioamadores sempre reclamam que a maior parte dos bons artigos
técnicos sobre fontes de alimentação lineares sempre estão em inglês, tomei a iniciativa
de rascunhar essa mensagem com alguns interessantes arquivos em português sobre
fontes lineares para 13,8 Volts. Seguem em anexo os seguintes arquivos:

- fonte de 28 Volts (facilmente adaptável para 13,8 Volts) publicada nos handbooks da
ARRL de 1993 a 2007

- layout da placa de circuito impresso dessa fonte do handbook

- o renomado artigo da fonte de 13,8 Volts do N1HFX

- artigo da fonte de 13,8 Volts do PY2ENK, publicado na revista Antenna-Eletrônica


Popular volume 100-1, de agosto de 1990

- os dois artigos extremamente detalhados do Antonio Portella PY1IO sobre a


construção de uma fonte linear de 13,8 Volts, publicados em duas revistas Antenna-
Eletrônica Popular de 1985

Sobre teoria de fontes de alimentação, os artigos mais completos e detalhados que já vi


em português foram escritos em 1985 pelo saudoso Antonio Portella PY1IO, tendo
sido publicados na revista Antenna-Eletrônica Popular. Nesses artigos o Portella
esclarece até como calcular o transformador e também como dimensionar corretamente
os dissipadores. Apenas o circuito regulador é antiquado, com um obsoleto
uA78MGU1C (que até mesmo naquela época já não era mais encontrado!), com a
possibilidade de substituição por um comum regulador do tipo LM7805, indicada no
segundo artigo.

Particularmente eu não sou "fã" de fontes de alta corrente com os integrados da série
LM78xx. Estes pequenos reguladores são muito simplórios, e vão bem apenas para
pequenas fontes de tensão variável para uso na bancada, mas não para aquelas que
serão utilizadas com transceptores de comunicação (salvo se o projeto tiver previsão
de circuitos adequados de proteção), sendo que prefiro o LM723, que é muito mais
confiável. Vou tentar anexar os dois artigos do Portella nessa mensagem, mas se não
passar, os posto nos arquivos do grupo.

Outra excelente opção é utilizar os também consagrados esquemas das fontes


ASTRON, pois são simples, excelentes e confiáveis:

http://www.repeater-builder.com/astron/astron-intro-stuff.html

http://www.repeater-builder.com/astron/astron-index.html

http://www.repeater-builder.com/astron/pdf/seits-astron-article.pdf

http://www.repeater-builder.com/astron/pdf/astron-rs-12a-bb.pdf (esquema da RS-12)


No próprio datasheet do LM723 existem versões diferentes para o uso do integrado, e
apesar das fontes Astron não utilizarem aquele circuito que utiliza um capacitor de
compensação entre os pinos 4 e 13 do integrado, vale a pena adicioná-lo, conforme
alguns artigos sobre as fontes Astron recomendam.

O valor deste capacitor de compensação a ser instalado entre os pinos 4 e 13 do


LM723 deverá ser entre 100 pF e 1000 pF, conforme orienta o primeiro link que
indiquei. Mas jamais passe do valor de 1000 pF, a não ser que utilize alguma
daquelas configurações especiais apontadas no datasheet !

Aqui está uma coleção de diagramas onde podem ser encontradas algumas dessas
diferentes versões:

http://hmin.tripod.com/als/andysm/pages/analogs3.html

O problema é que no ano de 1979, uma famosa revista inglesa publicou um esquema
onde por erro de revisão o valor do capacitor de compensação que nunca deve ser
maior do que 1nF (nano Farad) na modalidade Miller, foi citado como 10 nF, ou seja,
dez vezes o valor correto. A fonte até funcionaria, mas a divulgação daquele esquema
com erro acabou se tornando um modismo, sendo montado por inúmeros hobbystas e
plagiados por diversos outros “copiadores de projetos” em várias revistas similares nos
anos seguintes, deixando o LM723 com uma má e indevida reputação: seria utilizado
por "hobbystas", mas não para uma fonte precisa de laboratório. Apenas 15 anos depois
aquele erro foi corrigido numa errata, mas até aí milhares de pessoas que haviam
montado suas fontes usando aquele esquema já haviam se decepcionado... Como esse
artigo foi inúmeras vezes “copiado”, o erro seguiu a frente e o mau desempenho desse
circuito acabou levando uma indevida “má fama” ao LM723.O problema só veio a tona
após a publicação de um artigo publicado na revista RadCom em 1996, onde
equivocadamente o valor do capacitor C7 que vai entre os pinos 4 e 13 do LM723 foi
indicado com o valor de 10nF (10.000 pF), sendo que poderia ser no máximo 1nF
(1000 pF). Eis aqui uma página que reproduz esse artigo, ainda com o erro original:

http://www.qsl.net/vu2upx/Projects/40apsu.htm

Havia um interessante artigo “Power supply design with the LM723” do Paul Webster
VK2BZC discorrendo sobre o LM723 e esse terrível equívoco, mas sua página já não
está mais na internet:

http://www.midcoast.com.au/~paulb/

Tentei recuperá-lo via "Wayback Machine", mas também não consegui...

Se você procurar na internet por esquemas de fontes 13,8 Volts com o LM723 (procure
pelos termos 13.8v power supply schematic LM723, você encontrará inúmeros
esquemas com o capacitor de compensação nesse valor incorreto... fique atento!

Para que você não tenha que perder muito tempo procurando por esquemas práticos e
corretos para montagem, anexo dois renomados diagramas de fontes de alimentação
com o LM723: um deles é o clássico projeto do famoso N1HFX, e o outro um esquema
de uma fonte de 28 Volts publicada por anos no Handbook da ARRL. Na tradução, já
acrescentei os valores de conversão para 13,8 Volts. Se você for montar esse segundo
esquema, não deixe de usar o limite de corrente, pois será de grande valia:

http://www.py2adn.com/artigos/fonte_de_alimenta%C3%A7%C3%A3o_linear_de_alta
_corrente.PDF

Se possível (desde que o pino 9 (VZ) da versão plástica não seja utilizado no projeto!),
utilize o LM723CH, de encapsulamento metálico, com conexões mais curtas
possíveis e com fios bem grossos. (o LM723CH de encapsulamento metálico pode ser
utilizado na maior parte dos projetos onde é utilizado o LM723 de encapsulamento
plástico, desde que não esteja sendo utilizado o pino 9 nessa última versão!)

Outra página com interessantes dicas sobre fontes com o LM723 é a do Tony Van
Roon, VA3AVR:

http://www.sentex.net/~mec1995/circ/ps3010/ps3010a.html

Também vale a pena relembrar de uma interessante dica que o colega Luiz Amaral
PY1LL sempre nos alerta em relação a fontes de alimentação: com um único
transistor que suporte boa potência, não há necessidade de se utilizar resistores de
equalização. O problema é encontrar aqui no Brasil esses raros e caros transistores
MJ10015 (NPN Darlington, 250W, 50A) ou MJ10016 (NPN Darlington, 250W, 60A),
mas para quem se dispuser a obtê-los fora do país, é uma excelente opção.

Outro item que também se deve ter muito cuidado é em relação aos transistores
falsificados, pois até mesmo os banais 2N3055 já estão sendo alvo de falsários! Como
exemplo mais comum, tem aparecido no comércio muitos 2N3055 com a marca
“Toshiba”, sendo que esse fabricante japonês jamais fabricou aquele tipo de transistor,
tanto é que você não conseguirá encontrar o datasheet do mesmo com essa marca.

Ao substituir o 2N3055 (100V, 15A, 115W) por outro transistor melhor, tenha muito
cuidado ao comprar os famosos MJ802 (100V, 30A, 200W). Quase todos os MJ802
encontrados atualmente no comércio varejista são falsos! Compre apenas de
fornecedores idôneos, como Dabi, Farnell, Mouser ou Jameco, ou reaproveite
exemplares garimpados em sucata! (fontes lineares industriais antigas comumente
utilizam o transistor MJ802 - as atuais utilizam apenas MOSFETs).

Dica: se você não tiver condições de importar um MJ10015 ou MJ10018 como o Luiz
Amaral recomendou, utilize o MJ802 verdadeiro (100V, 30A, 200W). Em São Paulo
tem a R$ 3,50 cada, originais da OnSemi (antiga Motorola) na Dabi (Rua Timbiras 301
- São Paulo). Comprei um lote desses recentemente, a além de conferir a embalagem e
as bandejas de isopor, ao testá-los numa fonte de 60A deram conta do recado, sem
aquecer. A Dabi também aceita pedidos via e-mail, providenciando a entrega via
correios, facilitando a vida de quem reside longe de São Paulo:

http://www.dabicomercio.com.br/

Macete para identificar transistores falsos: nos transistores originais de fabricantes


de primeira linha (Motorola, OnSemi), os isoladores cerâmicos dos terminais são azuis
e de grandes proporções, característica dificilmente encontradas em transistores falsos
ou de segunda linha, em regra marrons , verdes ou vermelhos. Fuja desses!

Curiosamente, os “2N3055” mais encontrados no comércio aqui no Brasil têm a


inscrição "Toshiba" na cor vermelha e isoladores vermelhos, sendo que a Toshiba
nunca fabricou transistores com isoladores ou inscrição daquela cor... De repente tá aí a
explicação pra muitos problemas!

O Luciano Sturaro, PY2BBS até fez uma página de alerta sobre transistores falsos:

http://www.py2bbs.qsl.br/transistores-falsos.php

Outras páginas sobre o assunto:

http://transfal.tripod.com/

http://sound.westhost.com/counterfeit.htm

Quem quiser comprovar as diferenças, faça um teste prático: abra a carcaça de um


transistor original queimado e compare o tamanho da pastilha com a de um falso.
Melhores detalhes nessa página:

http://sound.westhost.com/fake/counterfeit-p1.htm#mj15003

Ainda sobre fontes lineares, o saudoso e genial De Marco PY2WM nos relembrava de
um interessante artigo do Manfred Mornhinweb XQ2FOD sobre fontes lineares,
onde ele resolve facilmente o problema de isolação de transistores reguladores
instalando-os no negativo, com uma simples e inteligente modificação no circuito da
fonte:

http://ludens.cl/Electron/Ps20/Ps20.html

Segundo o De Marco, o circuito descrito no artigo do XQ2FOD é mais eficiente do que


os que usam os transistores reguladores como seguidores de emissor. O projetista
explica que os seguidores de emissor costumam precisar de 2 a 3 Volts entre coletor e
emissor para uma operação confiável. Com os transistores operando na configuração
emissor comum, a tensão coletor-emissor mínima pode chegar a 0,1V! Com isso a
dissipação de calor diminui muito. Além disso, os transistores podem ser montados
diretamente no dissipador, sem o uso de isoladores, o que também aumenta a
eficiência da dissipação de calor. Dessa forma o transformador também não precisa ter
uma tensão tão elevada, pois há menor perda nos transistores. O De Marco construiu
diversas fontes usando aquele circuito, onde é normal obter 13,8V @ 20A com apenas
5mV de ripple na saída. O capacitor pode ser formado com 10 capacitores de 6800 µF x
50V em paralelo.

O Luiz Amaral PY1LL também nos alertou de que era possível conseguir esse ripple
de <5mV para carga de 30A e com uma variação na tensão de saída de apenas 30mV
para essa corrente em fontes de montagem caseira. E relembra que para isso, a coisa
mais importante (especialmente quanto ao ripple) é o layout da fonte. Se a corrente dos
eletrolíticos passar, pouco que seja, pelo fio negativo da saída, não há como se baixar o
ripple.

Para se baixar a tensão do transformador, reafirma o Luiz, tem-se de ter um ripple


mínimo sobre o capacitor de filtro. Isto faz com que a corrente de carga do mesmo seja
uma sequência periódica de pulsos muito estreitos e de grande valor e que são ricos em
harmônicos de 120 Hz que geram a interferência em LF. Capacitores em paralelo com
os diodos ajudam a minimizar isso, mas nem sempre se consegue eliminar tal
interferência.

Sobre o circuito de proteção crowbar, o diagrama é esse aqui, na página do De Marco:

http://py2wm.qsl.br/power_supply_overvoltage_protection/power_supply_overvoltage_
protection.html

http://py2wm.qsl.br/RFI/RF_protection.html

Ele é praticamente imune contra RF e funciona. De resto é semelhante ao do N1HFX,


sem aquele resistor ao terra. O fusível é importante, essencial! O Zener pode ser de
1/4W, na eventualidade de ele conduzir será para pouca corrente e pouquíssimo tempo.
Mas pode ser maior sem nenhum problema. O SCR pode ser um TIC116 para 80A de
corrente de surto ou o TIC126 para 100A. A missão dele é queimar o fusível, não vai
ter aquecimento, será instantâneo!

O De Marco PY2WM também recomendava colocar algum medidor de tensão na


fonte, apesar da tensão fixa! Alternativamente ou adicionalmente outro medidor para
medir a corrente de saída. Talvez seja necessário ter um pequeno transformador a parte
só para a alimentação independente desses medidores, caso sejam digitais (hoje em dia
existem excelentes ofertas desses tipos de medidores no eBay, principalmente da
China).

Em relação ao artigo do N1HFX, o De Marco não concordava com o autor no que diz
que os transistores “costumam abrir, e não entrar em curto”, pois ele mesmo já viu isso
acontecer por mais de uma vez! E limitar corrente não é solução nesse caso! O De
Marco recomendava não deixar de colocar o SCR protetor como descreveu em seu
artigo, cujo link postei acima. Ele também reclamava de que o circuito do N1HFX tem o
famigerado capacitor no gate do SCR que só prejudica, dando a impressão de que o
autor não entendeu muito e copiou receita sem entender, pegando o datasheet do
LM723 mais o circuito do SCR por aí e fez o circuito da fonte... Mas fora isso, o
restante do circuito está correto.

O De Marco explicava que não tem problema colocar mais transistores, que assim
trabalharão mais folgadamente, só não se poderia deixar de ajustar a limitação de
corrente, senão um curto vai fazer da fonte uma máquina de solda elétrica!

Outra importante recomendação do De Marco: quando o trimpot de ajuste de tensão der


mau contato, o resultado é que a tensão irá disparar para o máximo pois o LM723
entenderá que a tensão na saída está baixa. Se houver proteção então tudo bem, mas há
outro jeito: coloque um resistor adicional de 5 a 10K entre o cursor e o terminal do
trimpot que vai para o positivo (ligado à saída da fonte); se acontecer mau contato o
LM723 receberá uma tensão maior e jogará a tensão na saída pra baixo. Simples e
eficaz! E não altera nada do circuito.

Outro experiente montador de fontes, o Ronaldo Brisolla PY2NFE também prefere


utilizar o LM723 como regulador, mas nos alerta para alguns pontos importantes:

- preferencialmente utilizar o LM723CH, de encapsulamento metálico (isso se o pino 9


do LM723 comum não for utilizado!);

- se a fonte for ser utilizada em equipamentos de RF de alta potência, alimentar o


LM723 (pinos 11 e 12) com um transformador à parte (os projetos mais bem elaborados
já preveem isso).

- colocar um capacitor de 0,01 µF (10 nF) entre os pinos 5 e 6 do LM723, e também no


pino 10, para eliminar qualquer resíduo de RF que pode entrar no circuito e causar perda
de regulação. É de bom tom colocar também um capacitor desse mesmo valor no
emissor do 2N3055 que vai para a base dos demais 2N3055;

- a ligação do terra seve ser muito bem dimensionada, com fios grossos e curtos, sem
dar voltas por dentro da fonte, saindo do transformador e indo para a placa e desse
mesmo ponto seguindo para o borne de saída. Isso evitará o aparecimento do chamado
ruído de modo comum, ocasionando um "HUM" que nenhum capacitor eletrolítico
poderá tirar;

- da mesma forma, a ligação do fio que leva a tensão para os coletores dos transistores
também deverá ser bem dimensionada, com ligações curtas e grossas, pois como a
corrente será elevada, poderá existir uma DDP entre o ponto de saída dos diodos e o
coletor dos transistores e a tensão será também diferente no coletor do 2N3055 que está
na placa.

- em relação aos resistores de serão ligados aos emissores, evitar colocar os mesmos na
placa, pois eles vão esquentar muito e com isso acabará acarretando danos à placa ao
longo do tempo. Se não tiver outro ponto em que possa instalá-los, utilize distanciadores
de cerâmica para os mesmos.
Acredito que com toda essa documentação em português e mais as preciosas dicas que
foram postadas aqui na lista, ficará mais fácil entender e montar uma boa fonte linear
para 13,8 Volts.

73, Adinei PY2ADN

Bom, sobre o assunto do LM723 eu nunca tive problema algum com


ele, concordo com o Adinei, se der errado a montagem é porque o circuito
tem algum gato, e como existem gatos, muitas vezes desconhecidos pelos
projetistas.

Antes de existir o LM723 o conteúdo interno dele era montado com


componentes discretos, como o IC LM741 e transistores comuns. A grande
vantagem é que ele contem quase tudo dentro dele para se fazer uma fonte bem
estável, com ajuste fino, com limitador ou protetor de sobre corrente. Ele tem
também um gerador de tensão super estável para se utilizar na referencia do
comparador com a tensão de saída do circuito.

Que eu me lembre, o LM723 já era encontrado na Sta. Ifigênia em torno de


1980 em diante...

Uma coisa que o LM723 não tem é o protetor contra sobre tensão na
saída ou na carga, que geralmente nas fontes mais elaboradas é feito com
componentes discretos em separado.

Adinei, vou acatar a sua sugestão e vou comentar um projeto com o


LM723 passo a passo na pasta de mensagens de projetos de fontes
que estamos fazendo aos poucos.

Quanto a esta fonte com regulação negativa, realmente é complicado analisar,


pois 99,9999% das fontes são de regulação positiva, portanto não é usual
montar deste jeito. É como dirigir um automóvel com a mão da direção inglesa,
é tudo ao contrario, e, além disso, posicionar-se de cabeça para baixo, ou seja,
pendurado no volante... É tudo ao contrario, e o raciocínio não está
condicionado a este tipo de análise de circuito...

A grande vantagem mesmo dos circuitos com regulação negativa é a não


necessidade de buchas de isolação e mica isolante. Podendo o Coletor do
transistor ir direto no GND, utilizando-se apenas de pasta térmica, o que reduz
substancialmente a resistência térmica do circuito e a capacidade de irradiação
do calor gerado nos transistores de potencia...

Na pasta de projeto de fontes, nas FOTOS, existe uma fonte da YAESU


FP757HD, que é excelente, usa este tipo de regulação negativa, e funciona, eu
mesmo já montei uma cópia. O único detalhe é acerta corretamente os pinos do
transistor JFET, pois como não tem a indicação de do Dreno o do Fonte, e dá
uma certa confusão. Não é erro da YAESU, e sim do tipo de desenho do tr.
JFET, pois é fácil achar o Gate, entretanto os outros pinos não são.

A vantagem desta fonte é que a tensão de saída da fonte, de 13,8 VDC vai
aumentando lentamente, do zero até atingir a tensão máxima, e isto é bom para
o circuito do radio, pois a mudança de 0 para 13,8 VDC não é instantânea, em
cerca de 2 segundo ocorre a transição, é o único circuito que eu já vi que utiliza
este conceito de subida lenta da tensão de saída. E o circuito com o JFET faz
esta função no circuito...

A confusão da montagem do JFET é tanta que tem um modelo de radio de HF


da KENWOOD que usa um transistor JFET no amplificador de RF de
recepção em que TODOS os rádios que saíram de fabrica saíram
montados invertidos, e aí teve um colega nosso do BRASIL que descobriu
que estava montado invertido o Dreno com o Fonte, e quando é colocando
correto o radio deixa de ser surdo....

Nos circuitos mais modernos ALINCO alterou a serigrafia nos


circuitos do tr JFET para não dar duvidas aos seus clientes e consumidores,
entretanto utilizam um desenho fora do padrão. Os outro fabricantes de ponta
mantem o desenho padrão, e aí pode dar confusão em quem lê o circuito.
Entretanto como todos os rádios hoje em dia utilizam tecnologia SMD , são
montados por robôs, então é mais difícil montar invertido os componentes...

73

Marcos PY2TKI
Resistores Equalizadores em Fontes de Alimentação

Comentários feitos pelo De Marco PY2WM na lista QRP-BR em 2009, a respeito de resistores equalizadores em
fontes de alimentação.

A respeito de resistores equalizadores em fontes de alimentação, vale a pena lembrar


alguns fatos:

Aqui temos um par de transistores em paralelo utilizados no controle de uma fonte


linear. Eles operam como um resistor variável de passagem. Servem para substituir
o que seria um transistor de saída equivalente com maior capacidade. Coloca-se os
resistores em cada emissor para equilibrar a corrente entre eles - de outro modo vai
tudo pra um só e ele se queima enquanto o outro só fica olhando...

Para cálculo desses resistores, queremos a menor queda de tensão suficiente para a
operação adequada, de outro modo teremos desperdício de energia em calor, o próprio
aquecimento aumentado, maior tensão necessária do transformador... ...portanto, menor
eficiência.

Vamos supor o uso do velho e bom 2N3055:


Vamos tomar como 5A o máximo de corrente em cada um. Este é um valor onde cada
transistor tem certa folga, desde que a tensão de queda não produza muita dissipação ->
calor. Para um cálculo melhor, teríamos que saber qual a tensão de queda sobre ele
nesse caso (depende da tensão de saída projetada e da tensão DC aplicada ao coletor),
calcular então a potência dissipada para saber a necessidade de dissipador.

Pelo gráfico e pela tabela temos que Vce(sat), tensão entre coletor-emissor de saturação,
é de 0,4V típico ou 1V máximo. Tomamos a média (0,4 + 1) / 2 = 0,7 sendo esse o valor
da tensão no resistor. O valor do resistor é:

R = 0,7V/5A = 0,14 Ohm

Na falta de datasheet pode-se tranquilamente utilizar 1 Volt, dando muita folga, o que
daria o valor de 0,2 Ohm. Os transistores mais modernos costumam ter tensão de
saturação menor, o resistor poderá ter um valor, por exemplo, de 0,5V/5A = 0,1 Ohm.

A dissipação é P = 0,7 * 5 = 3,5 Watts sugerindo um de 5 ou 10 Watts. Esse valor de


resistor se consegue enrolando fio de cobre fino sobre um resistor comum de fio. Foi o
que fiz na minha fonte Soundy, aproveitando os resistores que lá estavam, de valor
impróprio e enrolando fio 30 AWG. Não há problema com a indutância criada.

Para completar, o cálculo do transformador.

Temos uma queda de 0,7 Volt no resistor, mais 1 Volt no transistor; se a fonte deve
entregar, por exemplo, 13,8V então no capacitor eletrolítico deve existir no mínimo
(incluindo o vale no ripple observável com osciloscópio) 13,8 + 1 + 0,7 = 15,5V.

Se for retificação em ponte há 2V de perda nos diodos, portanto 15,5 + 2 = 17,5V. Se


for transformador com CT então somente um diodo em série, portanto 1V, teremos
16,5-0-16,5V. Usando diodos Schottky modernos isso será menor, melhorando
eficiência.

A tensão será maior por 1,4 vezes (tensão de pico), mas quando houver consumo de
corrente ela irá cair.

Isso dá uma aproximação prática para nosso uso. Poderia incluir a queda no
transformador, deve ser menor que 1 Volt.

Não falei nada do transistor Darlington, necessário dependendo da corrente, o que


introduz mais uma junção PN de queda de tensão.

De Marco, PY2WM
Se me permitem, seguem alguns comentários:

1 - É muito perigoso fazer testes de fontes diretamente nos rádios. Lâmpadas e


resistores também não são muito confiáveis, pois seus valores ôhmicos se alteram
conforme a corrente flui por eles. Existe uma forma mais segura que é montar uma
carga própria para testes de fontes:

http://www.py2nfe.com.br/carga-fonte.html

2 - O circuito da ARRL (é um dos melhores) também pode ser visto comentado aqui:

http://www.py2nfe.com.br/fonte-linear.html

3 - Alguns cuidados devem ser tomados em testes e avaliações, sendo:

I - Metodologia. Os testes devem ser realizados de forma igual para que não existam
diferenças de leituras que comprometam possíveis comparações;

II - Instrumental. Os instrumentos utilizados devem ter qualidade suficiente para que


tb não comprometam os resultados. Multímetros de 10,00 ou osciloscópios xing-ling de
200,00 não darão leituras confiáveis. Até mesmo os fios utilizados devem ser de boa
qualidade.

III - Não é recomendável a medição de corrente utilizando multímetros, pois


dificilmente eles suportam mais de 10A e normalmente por pouco tempo. Avaliar a
corrente por meio da medição da tensão sobre um resistor (de alta dissipação) ou o uso
de um sensor por efeito hall são métodos mais seguros e eficazes;

IV - As medições de ripple devem ser feitas sempre nos bornes de saída da fonte, nunca
no conector do rádio, e o cabo de GND da ponta do osciloscópio deve ser o mais curto
possível;

V - Medições (qualquer que sejam) devem ser feitas ou no modo FM ou em CW. Ficar
falando OOOOOLA não resolve;

VI - Uma medição muito importante - mas pouco realizada - é a medição do ruído de


modo comum que existem em muitas fontes. Esse ruído é causado por ligações muito
longas e em locais errados entre ponte retificadora, transistores, placa, etc. Essa medição
é feita com o osciloscópio com em uma maior frequência de varredura;

VII - Não tentem fazer uma avaliação acima das características informadas pelo
fabricante;

VIII - Uma característica importante ( e nunca informada em fontes nacionais) é o ciclo


de trabalho , ou duty cycle. Ou seja, quanto tempo a fonte pode ser usada sob qual
capacidade de corrente. Observem que as fontes da kenwood / Yaesu (por exemplo)
possuem essa informação.

E para aqueles que vão montar uma fonte: não economizem!


Dissipadores, componentes, transformador, etc., são itens - em geral - os mais caros,
mas se desejam ter uma fonte confiável e durável ela não sairá barata.

Ronaldo - PY2NFE

Não faça "crowbar" com relés desligando a entrada de alimentação porque a


sobretensão armazenada sobre os capacitores, normalmente de grande capacidade irão
descarregar sobre seu tão cuidado equipamento alimentado. O crowbar real tem que
colocar em curto a saída da fonte para que estoure fuziveis e garanta que nos seus
bornes de saída a tensão seja zero volts durante a anomalia.

Villas - PY5VB

Outra alternativa simples e barata para o crowbar (na alta de um bom SCR) para ser
utilizada em qualquer tipo de fonte dessa classe: adicionar um diodo zener de 16
volts entre os bornes positivo e negativo, para proteção de sobretensão (obviamente
deixando um fusível de proteção antes do diodo!). Dessa forma, se a tensão da fonte se
elevar acima dessa tensão, o diodo fará com que o fusível se queime, protegendo o
restante do circuito. Se quiser otimizar ainda mais este circuito, utilize no lugar do zener
um diodo transzorb (Transient Voltage Suppressor, uma espécie de "zener rápido"),
como o P6KW18 (600W) ou o 1.5KE18 (1500W), ambos com tensão de ruptura de
15,3 Volts. Hoje em dia esses diodos são baratos e facilmente encontráveis na Santa
Ifigênia. Da mesma forma, esse modernos e rápidos diodos transzorb são os mais
indicados para serem utilizados num circuito crowbar, ao invés dos antiquados e lentos
diodos zener.

Adinei, PY2ADN

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