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Lista FINAL DE SEMANA

QUÍMICA
01. (ENEM) Climatério é o nome de um estágio no processo de amadurecimento de determinados frutos, caracterizado pelo aumento
do nível da respiração celular e do gás etileno (C2H4). Como consequência, há o escurecimento do fruto, o que representa a perda de
muitas toneladas de alimentos a cada ano. É possível prolongar a vida de um fruto climatérico pela eliminação do etileno produzido.
Na indústria, utiliza-se o permanganato de potássio (KMnO4) para oxidar o etileno a etilenoglicol (HOCH 2CH2OH), sendo o processo
representado de forma simplificada na equação:

2 KMnO4 + 3 C2H4 + 4 H2O  2 MnO2 + 3 HOCH2CH2OH + 2 KOH


O processo de amadurecimento começa quando a concentração de etileno no ar está em cerca de 1,0 mg de C 2H4 por kg de ar. As
massas molares dos elementos H, C, O, K e Mn são, respectivamente, iguais a 1 g/mol, 12 g/mol, 16 g/mol, 39 g/mol e 55 g/mol. A fim
de diminuir essas perdas, sem desperdício de reagentes, a massa mínima de KMnO 4 por kg de ar é mais próxima de
(A) 0,7 mg.
(B) 1,0 mg.
(C) 3,8 mg.
(D) 5,6 mg.
(E) 8,5 mg.

02. (ENEM) Pesquisadores conseguiram produzir grafita magnética por um processo inédito em forno com atmosfera controlada e em
temperaturas elevadas. No forno são colocados grafita comercial em pó e óxido metálico, tal como CuO. Nessas condições, o óxido é
reduzido e ocorre a oxidação da grafita, com a introdução de pequenos defeitos, dando origem à propriedade magnética do material.
Considerando o processo descrito com um rendimento de 100%, 8 g de CuO produzirão uma massa de CO2 igual a
Dados: Massa molar em g/mol: C = 12; O = 16; Cu = 64
(A) 2,2 g.
(B) 2,8 g.
(C) 3,7 g.
(D) 4,4 g.
(E) 5,5 g.

03. (ENEM) O crescimento da frota de veículos em circulação no mundo tem levado à busca e desenvolvimento de tecnologias que
permitam minimizar emissões de poluentes atmosféricos. O uso de veículos elétricos é uma das propostas mais propagandeadas por
serem de emissão zero. Podemos comparar a emissão de carbono na forma de CO 2 (massa molar igual a 44 g.mol-1) para os dois tipos
de carros (a combustão e elétrico). Considere que os veículos tradicionais a combustão, movidos a etanol (massa molar igual a 46
g.mol-1), emitem uma média de 2,6 mol de CO2 por quilômetro rodado, e os elétricos emitem o equivalente a 0,45 mol de CO 2 por
quilômetro rodado (considerando as emissões na geração e transmissão da eletricidade). A reação de combustão do etanol pode ser
representada pela equação química:
C2H5OH(I) + 3 O2(g)  2 CO2(g) + 3 H2O(g)

Foram analisadas as emissões de CO2 envolvidas em dois veículos, um movido a etanol e outro elétrico, em um mesmo trajeto de
1.000 km. A quantidade equivalente de etanol economizada, em quilograma, com o uso do veículo elétrico nesse trajeto, é mais
próxima de
(A) 50.
(B) 60.
(C) 95.
(D) 99.
(E) 120.

04. (UFRGS) Júlio Verne publicou, em 1865, Da Terra à Lua (De la Terre à la Lune), que traz uma aventura inusitada para a época, enviar
um objeto à Lua a partir de um tiro de canhão. Para o sucesso da missão, um dos desafios era o problema do ar a bordo do projétil,
afinal o oxigênio seria consumido, e o ambiente ficaria saturado de gás carbônico. Júlio Verne tinha grandes conhecimentos de Física
e Química para a época, e a solução proposta foi utilizar dois processos químicos: aquecimento de clorato de potássio (KClO3) para
produzir O2 e exposição de potassa cáustica (KOH) para absorver CO2. Segundo a ficção, seriam necessários cerca de 3,2 kg de oxigênio
por dia para cada tripulante da nave. A quantidade de clorato de potássio necessário para produzir 3,2 kg de oxigênio é de
aproximadamente
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(A) 3,7 kg.


(B) 4,1 kg.
(C) 8,2 kg.
(D) 12,3 kg.
(E) 16,3 kg.

05. (UFRGS) Um experimento clássico em aulas práticas de Química consiste em mergulhar pastilhas de zinco em solução de ácido
clorídrico. Através desse procedimento, pode-se observar a formação de pequenas bolhas, devido à liberação de hidrogênio gasoso,
conforme representado na reação ajustada abaixo:
Zn + 2 HCl  ZnCl2 + H2
Ao realizar esse experimento, um aluno submeteu 2 g de pastilhas de zinco a um tratamento com ácido clorídrico em excesso. Com
base nesses dados, é correto afirmar que, no experimento realizado pelo aluno, as bolhas formadas liberaram uma quantidade de gás
hidrogênio de, aproximadamente
(A) 0,01 mols.
(B) 0,02 mols.
(C) 0,03 mols.
(D) 0,06 mols.
(E) 0,10 mols.

06. (ENEM) O cobre, muito utilizado em fios da rede elétrica e com considerável valor de mercado, pode ser encontrado na natureza
na forma de calcocita, Cu2S(s), de massa molar 159 g/mol. Por meio da reação Cu2S(s) + O2(g)  2 Cu(s) + SO2(g), é possível obtê-lo na
forma metálica. A quantidade de matéria de cobre metálico produzida a partir de uma tonelada de calcocita com 7,95% (m/m) de
pureza é
(A) 1,0x103 mol.
(B) 5,0x102 mol.
(C) 1,0x100 mol.
(D) 5,0x10-1 mol.
(E) 4,0x10-3 mol.

07. (ENEM) Um marceneiro esqueceu um pacote de pregos ao relento, expostos à umidade do ar e à chuva. Com isso, os pregos de
ferro, que tinham a massa de 5,6 g cada, acabaram cobertos por uma camada espessa de ferrugem (Fe 2O3.H2O), uma substância
marrom insolúvel, produto da oxidação do ferro metálico, que ocorre segundo a equação química:
2 Fe + 3/2 O2 + H2O  Fe2O3.H2O(s)
Considere as massas molares (g/mol): H = 1; O = 16; Fe = 56.
Qual foi a massa de ferrugem produzida ao se oxidar a metade (50%) de um prego?
(A) 4,45 g.
(B) 8,90 g.
(C) 17,80 g.
(D) 72,00 g.
(E) 144,00 g.

08. (UCS) O benzoato de potássio pode ser obtido, em nível laboratorial, pela ação do permanganato de potássio sobre o tolueno, em
meio ácido, conforme ilustra simplificadamente a equação química abaixo:

Se, nas condições em que é realizada, a reação acima tem um rendimento de 80%, pode-se concluir que a massa de tolueno, em
quilogramas, necessária para se obter 1,601 kg de benzoato de potássio é igual a
(A) 0,34.
(B) 0,57.
(C) 0,82.
(D) 1,15.
(E) 3,00.
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09. (UFRGS) Nas tecnologias de energias renováveis, estudos têm sido realizados com tintas fotovoltaicas contendo nanopartículas de
dióxido de titânio, TiO2. Essas tintas são capazes de transformar a energia luminosa em energia elétrica. O dióxido de titânio natural
pode ser obtido da ilmenita, um óxido natural de ferro e titânio minerado a partir das areias de praia. A reação de obtenção do dióxido
de titânio, a partir da ilmenita, é representada pela reação abaixo já ajustada:

2 FeTiO3 + 4 HCl + Cl2  2 FeCl3 + 2 TiO2 + 2 H2O

A massa de dióxido de titânio que pode ser obtida, a partir de uma tonelada de areia bruta com 5% de ilmenita, é, aproximadamente
(Dados: TiO2 = 80 g.mol-1 e FeTiO3= 152 g.mol-1)
(A) 16 kg.
(B) 26,3 kg.
(C) 52,6 kg.
(D) 105,2 kg.
(E) 210,4 kg.

10. (UFRGS) Um teste clássico para a identificação de alcenos é o descoramento de uma solução de bromo. Bromo, que tem uma
coloração vermelho-castanho, se adiciona à dupla ligação formando um produto dibromado incolor, conforme mostra a equação
abaixo.

Para a realização desse teste, primeiramente, adiciona-se, em três tubos de ensaio, hex-1-eno; em seguida, bromo, conforme se
registrou na tabela abaixo.

Ao final do teste, quais serão os tubos de ensaio que apresentarão uma solução incolor?
(A) Apenas A.
(B) Apenas B.
(C) Apenas C.
(D) Apenas A e B.
(E) Apenas B e C.

11. (ENEM) As indústrias de cerâmica utilizam argila para produzir artefatos como tijolos e telhas. Uma amostra de argila contém 45%
em massa de sílica (SiO) e 10% em massa de água (H 2O). Durante a secagem por aquecimento em uma estufa, somente a umidade é
removida. Após o processo de secagem, o teor de sílica na argila seca será de
(A) 45%.
(B) 50%.
(C) 55%.
(D) 90%.
(E) 100%.

12. (UFRGS) A análise elementar de um hidrocarboneto mostrou que ele é composto por 20% de hidrogênio e 80% de carbono. O
composto abaixo que apresenta essa composição é o
(A) eteno.
(B) benzeno.
(C) etino.
(D) etano.
(E) metanol.
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13. (UFRGS) O ácido cítrico, presente em quase todos os seres vivos, é um ácido fraco, encontrado em grande quantidade nas
chamadas frutas cítricas. Sabe-se que sua massa molar é 192 g mol-1 e que a sua composição percentual em massa é de 37,5% de
carbono, 58,3% de oxigênio e o restante de hidrogênio. Sua fórmula molecular é, portanto
(A) C5H5O7.
(B) C5H6O7.
(C) C6H8O7.
(D) C6H9O8.
(E) C7H12O6.

14. (UCS) A hemoglobina é uma metaloproteína que contém 0,35% de Fe em massa. Ela está presente nos glóbulos vermelhos e
permite o transporte de oxigênio pelo sistema circulatório. Sabendo-se que a molécula de hemoglobina contém 4 átomos de Fe, sua
massa molar é de aproximadamente
Dados: Fe = 56 g.mol–1.
(A) 16000 g.mol–1.
(B) 32000 g.mol–1.
(C) 60000 g.mol–1.
(D) 64000 g.mol–1.
(E) 80000 g.mol–1.

15. (UPF) De acordo com a Lei de Proust, é possível determinar as porcentagens em massa dos tipos de partículas que formam uma
determinada substância. Considerando que o cobre metálico (Cu (s)), quando combinado com enxofre (S8(s)), forma a substância sulfeto
de cobre(II) (CuS(s)), qual a porcentagem de íons cobre(II) e de íons sulfeto nessa substância?
(A) Cu2+ = 33,54% e S2– = 66,46%
(B) Cu2+ = 66,46% e S2– = 33,54%
(C) Cu2+ = 64,4% e S2– = 35,6%
(D) Cu2+ = 50% e S2– = 50%
(E) Cu2+ = 35,6% e S2– = 64,4%

Gabarito

01. C 02. A 03. A 04. C 05. C 06. A 07. A 08. D 09. B 10. C
11. B 12. D 13. C 14. D 15. D
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FÍSICA
1. Dois carros, A e B, se deslocam numa pista retilínea, ambos no mesmo sentido e com velocidades constantes. O carro que está na
frente desenvolve 72km/h e o que está atrás desenvolve 126km/h. Num certo instante a distância entre eles é 225m.O tempo que o
carro A leva para alcançar o carro B é:
(A) 5s (B) 10s (C) 15s
(D) 20s (E) 25s

2. Um carro com velocidade constante de 40m/s ultrapassa um trem de comprimento 120m e velocidade constante de 20m/s.
Desprezando o tamanho do carro, marque a alternativa que indica a duração da ultrapassagem.
(A) 4s (B) 6s (C) 12s
(D) 8s (E) 10s

3. Um trem de passageiros executa viagens entre algumas estações. Durante uma dessas viagens, um passageiro anotou a posição
do trem e o instante de tempo correspondente e colocou os dados obtidos no gráfico abaixo:

Com base no gráfico, considere as seguintes afirmativas:


I. Nessa viagem, o trem para em quatro estações diferentes.
II. O trem retorna à primeira estação após oito horas de viagem.
III. O trem executa movimento uniforme entre as estações.
IV. O módulo da velocidade do trem, durante a primeira hora de viagem, é menor do que em qualquer outro trecho.

Assinale a alternativa correta.


(A) Somente as afirmativas II e III são verdadeiras.
(B) Somente as afirmativas I e II são verdadeiras.
(C) Somente as afirmativas I e III são verdadeiras.
(D) Somente as afirmativas II e IV são verdadeiras.
(E) Somente as afirmativas III e IV são verdadeiras.

4. Um atleta participou de uma corrida em sua cidade com um percurso de 12 quilômetros completando a prova em 40 minutos. A
velocidade média desenvolvida pelo atleta foi de:
(A) 15 km/h. (B) 13 km/h. (C) 18 km/h.
(D) 10 km/h. (E) 9 km/h.

5. Um móvel desloca-se durante 10min com velocidade constante de 5,0m/min e, a seguir, durante mais 5,0min, com velocidade
constante de 8,0m/min. A velocidade média desse móvel no intervalo de 15 minutos é, em m/min:
(A) 3,5 (B) 6,0 (C) 6,5
(D) 13 (E) 15

6. O rompimento da barragem de contenção de uma mineradora em Mariana (MG) acarretou o derramamento de lama contendo
resíduos poluentes no rio Doce. Esses resíduos foram gerados na obtenção de um minério composto pelo metal de menor raio atômico
do grupo 8 da tabela de classificação periódica. A lama levou 16 dias para atingir o mar, situado a 600 km do local do acidente, deixando
um rastro de destruição nesse percurso. Caso alcance o arquipélago de Abrolhos, os recifes de coral dessa região ficarão ameaçados.
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Com base nas informações apresentadas no texto, a velocidade média de deslocamento da lama, do local onde ocorreu o rompimento
da barragem até atingir o mar, em km/h corresponde a:
(A) 1,6 (B) 2,1 (C) 3,8
(D) 4,6 (E) 5,2

7. A tabela registra dados do deslocamento em função do tempo t, referentes ao movimento retilíneo uniforme de um móvel. Qual
é a velocidade desse móvel?

t(s) x(m)
0 0
2 6
5 15
9 27

(A) 1/9 m/s. (B) 1 m/s. (C) 3 m/s.


(D) 6 m/s. (E) 15 m/s.

8. Três móveis, A, B, C deslocam-se com velocidades constantes cujos módulos são designados por VA, VB e VC respectivamente. O
móvel A percorre, em um dado intervalo de tempo, o dobro da distância percorrida por B no mesmo intervalo de tempo. O móvel C
necessita do triplo desse intervalo de tempo para percorrer a mesma distância percorrida por A. Se VB é igual a 3 m/s, VA e Vc valem,
respectivamente, em m/s?
(A) 2 e 3.
(B) 6 e 2.
(C) 3 e 1.
(D) 3 e 2.
(E) 9 e 2.

9. Na figura abaixo o motorista avista um felino à sua frente. Ao apertar no freio para evitar à colisão a velocidade do automóvel
passa a diminuir gradativamente, a aceleração constante de módulo 7,5 m/s². Sabendo que antes de apertar o freio ele estava com
uma velocidade em módulo de 54 km/h.

Nessas condições, é correto afirmar que, à distância percorrida depois que o motorista acionou o freio até parar é de:
(A) 2,0m. (B) 6,0m. (C) 15,0m.
(D) 24,0m. (E) 30,0m.
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10. Um automóvel que trafega com velocidade constante de 10 m/s, em uma pista reta e horizontal, passa a acelerar uniformemente
à razão de 60 m/s em cada minuto, mantendo essa aceleração durante meio minuto. A velocidade instantânea do automóvel, ao final
desse tempo, e sua velocidade média, no mesmo intervalo de tempo, são respectivamente.
(A) 30 m/s e 15 m/s.
(B) 30 m/s e 20 m/s.
(C) 20 m/s e 15 m/s.
(D) 40 m/s e 20 m/s.
(E) 40 m/s e 25 m/s.

11. Um automóvel que anda com velocidade de 72km/h é freado de tal forma que 6s após o início da freada, sua velocidade é de 8m/s.
O tempo gasto pelo móvel, até parar, e a distância percorrida até então valem, respectivamente:
(A) 10s e 100m
(B) 10s e 200m
(C) 20s e 100m
(D) 20s e 200m
(E) 5s e 150m

12. Uma partícula inicialmente em repouso passa a ser acelerada constantemente à razão de 3,0 m/s 2 no sentido da trajetória. Após
ter percorrido 24 m, sua velocidade é:
(A) 3,0 m/s.
(B) 8,0 m/s.
(C) 12,0 m/s.
(D) 72,0 m/s.
(E) 144 m/s

13. O gráfico mostra o módulo das velocidades v em função do tempo t de dois móveis A e B que partiram da mesma posição inicial e
deslocaram-se ao longo de uma reta. Com base neste gráfico, podemos afirmar que:

(A) O móvel A é alcançado por B em 5 segundos.


(B) A velocidade de B é o dobro de A aos 3 segundos.
(C) O móvel A percorre o dobro da distância do móvel B durante 5 segundos.
(D) O móvel B percorre uma distância maior do que o móvel A durante os 5 segundos.
(E) A velocidade do móvel B é constante durante os 5 segundos.
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14. As figuras abaixo representam gráficos da aceleração a e da velocidade v, ambos em função do tempo t, de objetos em movimento
retilíneo.

Analise os pares de gráficos (I) (I'), (II) (II') e (III) (III'). Indique em que casos o gráfico dá velocidade em função do tempo refere-se
corretamente ao gráfico da aceleração em função do tempo.
(A) Apenas em (I) (I’).
(B) Apenas em (I) (I’) e (II) (II’).
(C) Apenas em (II) (II’) e (III) (III’).
(D) Apenas em (I) (I’) e (III) (III’).
(E) Apenas em (III) (III’).

15. O gráfico que segue representa os movimentos unidimensionais de duas partículas, 1 e 2, observados no intervalo de tempo (0,
tf). A partícula 1 segue uma trajetória partindo do ponto A, e a partícula 2, partindo do ponto B. Essas partículas se cruzam no instante
tC.

As velocidades escalares das partículas 1 e 2 no instante tc e suas acelerações escalares são, respectivamente.
(A) V1 < 0 V2 < 0 a1 > 0 a2 > 0
(B) V1 > 0 V2 < 0 a1 > 0 a2 > 0
(C) V1 < 0 V2 > 0 a1 < 0 a2 < 0
(D) V1 > 0 V2 < 0 a1 < 0 a2 < 0
(E) V1 > 0 V2 > 0 a1 > 0 a2 < 0

GABARITO
1-C 2-B 3-A 4 -C 5-D
6-A 7-C 8-B 9-C 10 - E
11 - A 12 - C 13 - C 14 - E 15 - D
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HISTÓRIA
1 - Considere as seguintes afirmações acerca das relações entre o Oriente e o Ocidente no mundo medieval.
I- Uma das causas da queda do Império Romano do Ocidente foi a expansão do islamismo pelo território da Europa ocidental.
II- A cultura árabe legou para as sociedades europeias estudos sobre autores como Platão e Aristóteles, estabelecendo um elo de
ligação entre o mundo antigo pagão e o mundo moderno cristão.
III- A península ibérica foi profundamente marcada pela presença muçulmana, que se estendeu entre os séculos VIII e XV, produzindo
reflexos na cultura lusitana e hispânica.
Quais estão corretas?
(A) apenas I.
(B) apenas II.
(C) apenas I e III.
(D) apenas II e III.
(E) I, II e III.

2 - (UFRGS) Sobre o sistema feudal na Idade Média, é correto afirmar que:


(A) a economia é agrícola e pastoril, descentralizada e voltada para o mercado externo.
(B) a sociedade estrutura-se como uma pirâmide, cuja base é formada pelos servos; o meio, pela nobreza; e a parte superior, pelo
clero.
(C) a burguesia é a classe social econômica e politicamente mais poderosa.
(D) a Igreja Católica consolida seu poder após o declínio do feudalismo.
(E) a suserania e a vassalagem constituem- se em relações políticas entre os servos e os membros do clero.

3 – (UFRGS) Um dos elementos essenciais nas relações sociais da Idade Média Ocidental foi a instituição da vassalagem, difundida
desde o reinado de Carlos Magno. Instituição que consistia em:
(A) um juramento de compra de terras por um vassalo a um senhor, as quais eram trabalhadas por servos.
(B) um contrato revogável de prestação de serviços temporários por parte de um cavaleiro profissional, a serviço de um senhor.
(C) uma concessão temporária de terras do rei a funcionários especializados da alta administração, que exploravam o trabalho dos
servos da gleba.
(D) uma relação contratual entre um senhor e seus servos, que prestavam serviços em troca de proteção.
(E) uma relação de dependência pessoal que vinculava, por meio de um juramento, um senhor a um subordinado, vassalo.

4 – (UFRGS) Diversos fatores motivaram a denominada ‘Crise do século XIV’, ocorrida na Europa da Baixa Idade Média. Dentre esses
fatores, pode-se citar corretamente:
(A) a disseminação das guerras pelo continente europeu, a quebra da produção de alimentos e a mortandade causada pela peste
bubônica.
(B) a efervescência religiosa das Cruzadas, a eclosão da Revolução dos Trinta Anos e o despovoamento do Sacro Império.
(C) a eclosão da Guerra dos Sete Anos, a conquista da França pelos muçulmanos e a epidemia de varíola.
(D) a deflagração da Guerra da Sucessão Espanhola, a dissolução da Liga Hanseática e a decadência das comunas.
(E) o advento da Reforma Protestante, o abandono dos arroteamentos e a eclosão de guerras entre as cidades italianas

5 – (Enem) Acompanhando a intenção da burguesia renascentista de ampliar seu domínio sobre a natureza e sobre o espaço
geográfico, através da pesquisa científica e da invenção tecnológica, os cientistas também iriam se atirar nessa aventura, tentando
conquistar a forma, o movimento, o espaço, a luz, a cor e mesmo a expressão e o sentimento.
SEVCENKO, N. O Renascimento. Campinas: Unicamp, 1984.
O texto apresenta um espírito de época que afetou também a produção artística, marcada pela constante relação entre
a) fé e misticismo.
b) ciência e arte.
c) cultura e comércio.
d) política e economia.
e) astronomia e religião.
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6 – (UFRGS) Sobre o desenvolvimento do pensamento moderno no Ocidente, entre os séculos XIV e XVIII, é correto afirmar que
a) os estudos empíricos sobre a natureza, realizados no Renascimento, contribuíram para o desenvolvimento da ciência europeia.
b) o abandono do dogma cristão pelo pensamento humanista motivou a criação dos tribunais do Santo Ofício para combater as
heresias.
c) a filosofia foi marcada por uma completa ruptura em relação à visão de mundo, elaborada durante a antiguidade.
d) a Reforma Protestante caracterizou-se pela reafirmação dos valores institucionais da Igreja e pela defesa do papado.
e) a rígida separação social entre a elite letrada e a população camponesa impedia o desenvolvimento de práticas culturais populares.

7 – (Unesp) As reformas protestantes do princípio do século XVI, entre outros fatores, reagiam contra
a) o pensamento humanista e permitiram uma ampla revisão administrativa e doutrinária da Igreja Católica.
b) a valorização, pela Igreja Católica, das atividades mercantis, do lucro e da ascensão da burguesia.
c) a venda de indulgências e a autoridade do Papa, líder supremo da Igreja Católica.
d) as missões evangelizadoras, desenvolvidas pela Igreja Católica na América e na Ásia.
e) o princípio do livre-arbítrio, defendido pelo Santo Ofício, órgão diretor da Igreja Católica.

8 – Foram elementos da Reforma Católica no século XVI:


a) A tradução da Bíblia para as diversas línguas nacionais, a defesa do princípio da infalibilidade da Igreja e a proibição do casamento
dos clérigos.
b) A afirmação da doutrina da predestinação, a condenação das indulgências como instrumento para a salvação e a manutenção do
celibato dos clérigos.
c) A manutenção do latim como língua litúrgica, a reafirmação do livre-arbítrio e a eliminação do batismo como um dos sacramentos.
d) A tradução da Bíblia para as diversas línguas nacionais, a abolição da confissão e a crítica ao culto das imagens.
e) A manutenção do latim como língua litúrgica, o estabelecimento do Tribunal do Santo Ofício e a criação da Companhia de Jesus.

Questão Gabarito
1 D
2 B
3 E
4 A
5 B
6 A
7 C
8 E
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PORTUGUÊS
1. Todas as opções a seguir mostram formas de diminutivos dos vocábulos entre parênteses, com o sufixo –inho.

Assinale a opção em que todas as formas estão corretamente grafadas.


a) paizinho (pai) / paisinho (país) / raizinha (raiz).
b) papelsinho (papel) / piresinho (pires) / reizinho (rei).
c) tunelzinho (túnel) / lapizinho (lápis) / avozinho (avô).
d) adeusinho (adeus) / camizinha (camisa) / mãozinha (mão).
e) dorzinha (dor) / tecnicazinha (técnica) / xadresinho (xadrez).

TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:


Assiste à demolição

– Morou mais de vinte anos nesta casa? Então vai sentir “uma coisa” quando ela for demolida. Começou a demolição. Passando pela rua,
ele viu a casa já sem telhado, e operários, na poeira, removendo caibros. Aquele telhado que lhe dera tanto trabalho por causa das goteiras,
tapadas aqui, reaparecendo ali. Seu quarto de dormir estava exposto ao céu, no calor da manhã. Ao fundo, no terraço, tinham desaparecido as
colunas da pérgula, e a cobertura de ramos de buganvília – dois troncos subindo do pátio lá embaixo e enchendo de florinhas vermelhas o chão de
ladrilho, onde gatos da vizinhança amavam fazer sesta e surpreender tico-ticos.
Passou nos dias seguintes e viu o progressivo desfazer-se das paredes, que escancarava a casa de frente e de flancos jogando-a por assim
dizer na rua. Os marcos das portas apareciam emoldurando o vazio. O azul e as nuvens circulavam pelos cômodos, em composição surrealista. E o
pequeno balcão da fachada, cercado de ar, parecia um mirante espacial, baixado ao nível dos míopes.
A demolição prosseguiu à noite, espontaneamente. Um lanço de parede desabou sozinho, para fora do tapume, quando já cessara na rua
o movimento das lotações. Caiu discreto, sem ferir ninguém, apenas avariando – desculpem – a rede telefônica.
A casa encolhera-se, em processo involutivo. Já agora de um só pavimento, sem teto, aspirava mesmo à desintegração. Chegou a vez da
pequena sala de estar, da sala de jantar com seu lambri envernizado a preto, que ele passara meses raspando a poder de gilete, para recuperar a
cor da madeira. E a vez do escritório, parte pensante e sentinte de seu mecanismo individual, do eu mais íntimo e simultaneamente mais público,
eu de gavetas sigilosas, manuseadas por um profissional da escrita. De todo o tempo que vivera na casa, fora ali que passara o maior número de
horas, sentado, meio corcunda, desligado de acontecimentos, ouvindo, sem escutar, rumores que chegavam de outro mundo – cantoria de
bêbados, motor de avião, chorinho de bebê, galo na madrugada.
E não sentiu dor vendo esfarinharem-se esses compartimentos de sua história pessoal. Nem sequer a melancolia do desvanecimento das
coisas físicas. Elas tinham durado, cumprido a tarefa. Chega o instante em que compreendemos a demolição como um resgate de formas cansadas,
sentença de liberdade. Talvez sejamos levados a essa compreensão pelo trabalho similar, mais surdo, que se vai desenvolvendo em nós. E não é
preciso imaginar a alegria de formas novas, mais claras, a surgirem constantemente de formas caducas, para aceitar de coração sereno o fim das
coisas que se ligaram à nossa vida.
Fitou tranquilo o que tinha sido sua casa e era um amontoado de caliça e tijolo, a ser removido. Em breve restaria o lote, à espera de
outra casa maior, sem sinal dele e dos seus, mas destinada a concentrar outras vivências. Uma ordem, um estatuto pairava sobre os destroços, e
tudo era como devia ser, sem ilusão de permanência.

Fonte: ANDRADE, Carlos Drummond de. Cadeira de balanço. 12. ed. Rio de Janeiro: Livraria José Olympio Editora, 1979.
Vocabulário
caibro s.m. elemento estrutural de um telhado, geralmente peças de madeira que se dispõem da cumeeira ao frechal, a intervalos regulares e
paralelas umas às outras, em que se cruzam e assentam as ripas, frequentemente mais finas e compridas, e sobre as quais se apoiam e se encaixam
as telhas
pérgula s. f. espécie de galeria coberta de barrotes espacejados assentados em pilares, geralmente guarnecida de trepadeiras
buganvília s.f. designação comum às plantas do gênero bougainvillea, trepadeira, muito cultivadas como ornamentais
de flanco s. m. pela lateral
marco s. m. parte fixa que guarnece o vão de portas e janelas, e onde as folhas destas se encaixam, prendendo-se por meio de dobradiças
tapume s. m. cerca ou vala guarnecida de sebe que defende uma área; anteparo, geralmente de madeira, com que se veda a entrada numa área,
numa construção
lambri s. m. revestimento interno de parede, usado com fim decorativo ou para proteger contra frio, umidade ou barulho; feito de madeira,
mármore, estuque, numa só peça ou composto por painéis, que vão até certa altura ou do chão ao teto (mais usado no plural)
caliça s.f. conjunto de resíduos de uma obra de alvenaria demolida ou em desmoronamento, formado por pó ou fragmentos dos materiais diversos
do reboco (cal, argamassa ressequida) e de pedras, tijolos desfeitos
lote s. m. porção de terra autônoma que resulta de loteamento ou desmembramento; terreno de pequenas dimensões, urbano ou rural, que se
destina a construções ou à pequena agricultura
Fonte: HOUAISS, A. e Villar, M. de S. Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa. Elaborado no Instituto Antônio Houaiss de Lexicografia e Banco de Dados da Língua
Portuguesa. Rio de Janeiro. Objetiva, 2009.
Lista FINAL DE SEMANA

2. Assinale a alternativa em que todos os vocábulos possuem o mesmo número de fonemas.


a) vizinhança – composição – tranquilo
b) telhado – quarto – pequeno
c) chorinho – ninguém – terraço
d) desintegração – acontecimentos – desvanecimento
e) envernizado – escritório – mecanismo

TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:


Texto 1

Erico Verissimo (1905 – 1975), nascido em Cruz Alta (RS), foi um dos escritores mais populares da chamada segunda fase modernista, que começou
na década de 1930. Sua obra mais conhecida é o “Tempo e o Vento”, uma trilogia de romances, na qual ele narra a história de um clã familiar, os
Terra Cambarás, de 1745 até 1945, tendo como contexto a formação da fronteira nacional na região sul. O espaço central desses romances é a
cidade fictícia de Santa Fé, situada no noroeste do Rio Grande do Sul. O texto “O Sobrado”, que integra o romance “O Continente”, versa sobre o
chefe do clã, Licurgo Cambará, que resiste em casa ao cerco dos inimigos pertencentes ao clã oposto, dos Amaral. Na obra, é abordado um
episódio da Revolução Federalista (1893 – 1895), uma guerra civil entre dois grupos de ideias opostas: um que desejava aumentar os poderes do
presidente da República e outro que desejava uma maior autonomia aos estados.

O SOBRADO

Era uma noite fria de lua cheia. As estrelas cintilavam sobre a cidade de Santa Fé, que de tão quieta e deserta parecia um cemitério
abandonado. 1Era tanto o silêncio e tão leve o ar, que se alguém aguçasse o ouvido talvez pudesse até escutar o sereno na solidão.
2Agachado atrás dum muro, José Lírio preparava-se para a última corrida. Quantos passos dali até a igreja? Talvez uns dez ou doze, bem

puxados. Recebera ordens para revezar o companheiro que estava de vigia no alto duma das torres da Matriz. “Tenente Liroca”, dissera-lhe o
coronel, havia poucos minutos, “suba pro alto do campanário e fique de olho firme no quintal do Sobrado. Se alguém aparecer pra tirar água do
poço, faça fogo sem piedade.”
José Lírio olhava a rua. Dez passos até a igreja. Mas quantos passos até a morte? Talvez cinco... ou dois. Havia um atirador infernal na
água-furtada do Sobrado, à espreita dos imprudentes que se aventurassem a cruzar a praça ou alguma rua a descoberto.
Os segundos passavam. Era preciso cumprir a ordem. Liroca não queria que ninguém percebesse que ele hesitava, que 3era um covarde.
Sim, covarde. Podia enganar os outros, mas não conseguia iludir-se a si mesmo. Estava metido naquela revolução porque era federalista e tinha
vergonha na cara. Mas não se habituava nunca ao perigo. Sentira medo desde o primeiro dia, desde a primeira hora 4— um medo que lhe vinha de
baixo, das tripas, e lhe subia pelo estômago até a goela, 5como uma geada, 6amolecendo-lhe as pernas, os braços, a vontade. 7Medo é doença;
medo é febre.
Engraçado. A noite estava fria mas o suor escorria-lhe pela cara barbuda e entrava-lhe na boca, com gosto de salmoura.
O tiroteio 8cessara ao entardecer. Talvez a munição da gente do Sobrado tivesse acabado. Ele podia atravessar a rua devagarinho,
assobiando e acendendo um cigarro. Seria até uma provocação bonita. Vamos, Liroca, honra o lenço encarnado. Mas qual! Lá estava aquela
sensação fria de vazio e enjoo na boca do estômago, o minuano gelado nos miúdos.
Donde lhe vinha tanto medo? Decerto do sangue da mãe, pois as gentes do lado paterno eram corajosas. O avô de Liroca fora um bravo
em 35. O pai lhe morrera naquela mesma revolução, havia pouco mais dum ano tombara estripado numa carga de lança, mas lutando até o último
momento.
“Lírio é macho”, murmurou Liroca para si mesmo. “Lírio é macho.” 9Sempre que ia entrar num combate, repetia estas palavras: “Lírio é
macho”.
Levantou-se devagarinho, 10apertando a carabina com ambas as mãos. Sentia o corpo dorido, a garganta seca. Tornou a olhar para a
igreja. Dez passos. Podia percorrê-los nuns cinco segundos, quando muito. Era só um 11upa e estava tudo terminado. Fez avançar cautelosamente a
cabeça e, com a quina do muro a tocar-lhe o meio da testa e a ponta do nariz, 12fechou o olho direito e com o esquerdo ficou espiando o Sobrado
que lá estava, do outro lado da praça, com sua fachada branca, a dupla fileira de janelas, a sacada de ferro e os altos muros de fortaleza. Havia no
casarão algo de terrivelmente humano que fez o coração de José Lírio pulsar com mais força.
13Os federalistas tinham tomado a cidade havia quase uma semana, 14mas Licurgo Cambará, o intendente e chefe político republicano do

município, encastelara-se em sua casa com toda a família e um grupo de correligionários, e de lá ainda oferecia resistência. 15Enquanto o Sobrado
não capitulasse, os revolucionários não poderiam considerar-se senhores de Santa Fé, pois os 16atiradores da água-furtada praticamente
dominavam a praça e as ruas em derredor.
17Por alguns instantes José Lírio ficou a mirar a fachada do casarão, e de repente a lembrança de que Maria Valéria estava lá dentro lhe

varou o peito como um pontaço de lança. Soltou um suspiro fundo e entrecortado, que foi quase um soluço. De novo se encolheu atrás do muro e
tornou a olhar para a igreja. Se conseguisse chegar a salvo até a parede lateral, ficaria fora do alcance do atirador do Sobrado, e poderia entrar no
campanário pela porta da sacristia.
18Vamos, Liroca, só uma corrida. Que te pode acontecer? O homem te enxerga, faz pontaria, atira e acerta. Uma bala na cabeça. Pronto!

Cais de cara no chão e está tudo liquidado. Acaba-se a agonia. Dizem que quando a bala entra no corpo da gente, no primeiro momento não dói.
Depois é que vem a ardência, como se ela fosse de ferro em brasa. Mas quando o ferimento é mortal não se sente nada. 19O pior é arma branca.
Vamos, Liroca. Dez passos. Cinco segundos. Lírio é macho, Lírio é macho.
José Lírio continuava imóvel, olhando a rua. Ainda ontem um companheiro seu ousara atravessar aquele trecho à luz do dia, num
Lista FINAL DE SEMANA
momento em que o tiroteio cessara. Ia cantando e fanfarronando. Viu-se de repente na água-furtada do sobrado um clarão acompanhado dum
estampido, e o homem tombou. O sangue começou a borbotar-lhe do peito e a empapar a terra.
“Vamos, menino!” 20Quem falava agora nos pensamentos de Liroca era seu pai, o velho Maneco Lírio. Sua voz áspera como lixa vinha de
longe, de um certo dia da infância em que Liroca faltara à escola e ao chegar a casa encontrara o pai atrás da porta com um rebenque na mão.
21“Agora tu me pagas, salafrário!” Liroca saíra a correr como um doido na direção do fundo do quintal. “Espera, poltrão!” E de repente o que o

velho Maneco tinha nas mãos não era mais o chicote, e sim as próprias vísceras, que lhe escorriam moles e visguentas da ferida do ventre. “Vamos,
covarde!”
22De súbito, como tomado dum demônio, Liroca ergueu-se, apertou a carabina contra o peito e deitou a correr na direção da igreja. Seus

passos soaram fofos na terra. Deu cinco passadas e a meio caminho, sem olhar para o Sobrado, numa voz frenética de quem pede socorro, gritou:
“Pica-paus do inferno! Sou homem!”. Continuou a correr e, ao chegar ao ponto morto atrás da parede lateral da igreja, rojou-se ao solo e ali ficou,
arquejante, com o peito colado à terra, o coração a bater acelerado, e sentindo entrar-lhe na boca e nas narinas talos de grama úmida de sereno.
“A la fresca!”, murmurou ele. “A la fresca!”
23Estava inteiro, estava salvo. Fechou os olhos e deixou-se quedar onde estava, babujando a terra com sua saliva grossa, a garganta a

arder, e o corpo todo amolentado por uma fraqueza que lhe dava um trêmulo desejo de chorar.

VERISSIMO, Erico. O tempo e o vento, parte I: O Continente. 4ª ed. São Paulo: Companhia das Letras, 2013, p. 17-19 (texto adaptado).
Texto 2

PENSAR A CIBERGUERRA

1A ideia de ciberguerra tem sido questionada por alguns estudiosos, tanto militares quanto civis. Para Thomas Rid, por exemplo, não

houve até o momento qualquer ciberataque que possa enquadrar na clássica definição de Clausewitz para o “ato de guerra”. Para o pensador
prussiano, basicamente se pode classificar como ato de guerra algo relacionado a ações violentas. Além disso, o ato de guerra é sempre
“instrumental”, isto é, através da violência física ou da ameaça do uso da força é possível impelir o inimigo a realizar aquilo que o atacante deseja. E
ainda não se deve esquecer uma terceira característica do ato de guerra: 2o ataque deve ser algum tipo de ideia-noção ou intenção¸ de meta
política. Um dos problemas apresentados aqui é pensar aquilo que se entende por “violência”. Nesse caso, conforme Jarno Limnéll, estamos
lidando com um conceito ambíguo, que agrega mais do que causas físicas ou a morte.
3A ciberguerra compõe parte daquilo que alguns chamam de “guerra não convencional”. 4A ocorrência de um incidente envolvendo

ataques à rede de um determinado país logo desperta comparações com a vasta filmografia sobre “revoltas de computadores”, sobre os
indomáveis hackers. Mas, ao contrário, talvez fosse interessante diminuir os excessos sobre o assunto e trazê-lo cuidadosamente para o lugar da
história.
O texto “Cyberwar is coming!”, de John Arquilla e David Ronfeldt, foi um dos primeiros a apontar a singularidade de novos modos de
conflito. Publicado pela Rand Corporation, agência reconhecida por subsidiar o Departamento de Defesa norte-americano, o trabalho da dupla
repercutiu ao apresentar a necessidade de pensar as tecnologias da informação como aspecto central nas novas estratégias militares. 5Arquilla e
Ronfeldt destacam a necessidade de conhecer o campo inimigo, revelam inspiração nos mongóis do século XIII, afirmam a importância de
considerar a relação histórica entre mudanças tecnológicas e novas formulações para as doutrinas militares.
Anos depois, a mesma dupla de pesquisadores publicaria outro trabalho, procurando delimitar aquilo a que chamaram de netwar, a
guerra em rede. Para eles, esse modo de conflito ganharia preponderância, haja vista que, para levar adiante uma ciberguerra, seria necessária
uma quantidade maior de recursos financeiros e um repertório menor de artefatos a serem utilizados. A netwar seria típica de conflitos de baixa
intensidade, sendo perceptível com maior nitidez nas ações de grupos como o Hamas e os zapatistas.
6Provavelmente, a diferença mais visível entre os dois tipos de conflito, ciberguerra e guerra em rede, possa ser observada no fato de que

o primeiro exige o uso de ambientes cibernéticos, enquanto o segundo não. Sendo assim, as ciberguerras apresentam um maior potencial para
serem empreendidas por agentes estatais, 7embora isso não seja uma regra. Os formatos em torno da ciberguerra também evidenciam a
necessidade do uso das redes de computadores para que os resultados esperados sejam atingidos.
Nye Jr. chama a atenção para a força que os conflitos cibernéticos ganharam neste século. O fato de possibilitarem a participação de
agentes não estatais e a inserção cada vez mais profunda dos computadores e softwares na vida cotidiana somente reforça a necessidade de
considerarmos os influxos desse tipo de ação. Evidentemente, acompanhar a ideia de que existe ciberguerra envolve a compreensão das
semelhanças e diferenças em relação ao que classicamente consideramos uma guerra.
Numa guerra do tipo clássico, o aspecto físico exerce papel fundamental. Deve-se levar em conta o preparo de tropas fisicamente
saudáveis, habilidosas no manejo de armamentos e com a possibilidade de movimentação em diferentes terrenos. Em tal modalidade de guerra, os
combates tendem a cessar a partir da exaustão das tropas ou por seu desgaste. Por um lado, os governos dispõem de um quase monopólio do uso
da força em larga escala, e os defensores precisam conhecer muito bem o terreno de movimentação. Além disso, é preciso considerar que um
combate desse tipo requer consideráveis recursos de manutenção, mobilidade e investimentos financeiros. Afinal de contas, deslocar tropas do
Atlântico Norte para o Pacífico ou da América do Sul para a África exige tempo e considerável gasto com combustíveis, entre outros.
Toda essa situação ganha contornos diferentes na ciberguerra. Nela podem atuar diversos atores, estatais e não estatais, identificados e
anônimos. A distância física é quase irrelevante, o ataque se sobrepõe à defesa, já que a rede mundial de computadores não foi pensada como algo
a ser necessariamente defendido. Outra característica está no fato de que a parte maior, e oficialmente mais poderosa, tem capacidade limitada
para desarmar ou destruir o inimigo, ocupar o território ou usar efetivamente estratégias de força contrária.
8Em 2014, por exemplo, nos confrontos entre a Rússia e a Ucrânia, o sistema de comunicações via telefone celular ucraniano foi atacado.
9A companhia Ukrtelecom teve suas instalações invadidas por homens armados que danificaram cabos de fibra ótica, comprometendo seriamente

o fornecimento do serviço. Por outro lado, grupos de hackers ucranianos, a exemplo do Cyber-Berkut, atacaram as páginas russas. O site da agência
de comunicação estatal Rússia Today foi invadido e nele a palavra “russos” foi substituída por “nazistas”.
Lista FINAL DE SEMANA
Justamente por suas características, trata-se de um conflito que mais frequentemente se desenvolve nas sombras, com certa discrição.
Se há cibercomandos, eles são anunciados sempre como unidades de função defensiva, não de ataque. Ao mesmo tempo, é importante pensar que
as intervenções cibernéticas podem servir como ato de abertura de uma guerra mais convencional. Dito de outro modo, um ataque cibernético
pode ser o primeiro passo em uma ação maior.

LEÃO, Kari; SILVA, Francisco. Por que a guerra?: Das batalhas gregas à ciberguerra - uma história da violência entre os homens. 1ª ed. Rio de Janeiro: Civilização
Brasileira, 2018, p. 469 - 472 (texto adaptado).

Carl Von Clausewitz (1790 – 1831) – foi um experiente militar prussiano, especialista em estratégias de batalhas e considerado um
grande teórico devido às suas definições amplamente difundidas sobre a guerra.

3. Assinale a alternativa em que o processo de formação de palavras dos vocábulos destacados está corretamente indicado:
a) “[...] cessara ao entardecer.” (texto 1, ref. 8) - Derivação prefixal e sufixal.
b) “[...] era um covarde.” (texto 1, ref. 3) - Derivação regressiva.
c) “[...] atiradores da água-furtada [...].” (texto 1, ref. 16) - Composição por justaposição.
d) “[...] o ataque deve ser algum [...]” (texto 2, ref. 2) - Derivação imprópria.
e) “[...] embora isso não seja uma regra” (texto 2, ref. 7) - Hibridismo.

TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:


A confeitaria esteve fechada bem uns seis meses, para obras. Passando pela calçada, os antigos frequentadores já não tinham esperança de voltar
ao lanche costumeiro, pois qualquer casa que se fecha para remodelação, já sabe: vira banco ou companhia de investimentos muito sofisticada,
com letras na porta de vidro dizendo assim: Kredytar, Finanlys, Ríkox...
Pois aquela, desmentindo a lei econômica, reabrira confeitaria mesmo, e tão moderna que muitos clientes se sentiram enleados ao entrar em local
antes de conhecida modéstia; o estabelecimento exigiria talvez fregueses também remodelados, de gabarito mais alto. Pouco a pouco foram
regressando, se abancando. Era tudo novo, menos o garçom, a louça e o talher. “Por sinal que talher e louça também estão pedindo reforma, hein,
Belisário?”.
Belisário, garçom boa-praça, admitiu que sim. Até já fizera ver isso ao gerente, ponderando-lhe que numa casa tão bacana aqueles elementos
inferiores destoavam; o pessoal acabaria espalhando que a firma não aguentou o repuxo das obras, ficou sem grana para miudezas.
— E ficou mesmo — respondeu-lhe o gerente. — Belisário, vê se te manca, tá?
Belisário remeteu-se ao silêncio. Aos patrões não adianta ajudar; pois que se danem. E foi cuidar da vida, que não anda mole.
— Estou vendo pela sua cara, Belisário. Você encolheu, rapaz!
Aí, ele me confiou que passara seis meses comendo só uma vez por dia, e não era comida de banquete. Para variar, durante um mês, somente
almoçava; no mês seguinte, jantava apenas. Dessa maneira, reeducou o estômago e pôde sobreviver. Mas o Otacílio, esse, “já reparou no
Otacílio?”. Otacílio, um baixote, gordo, servia no setor da esquerda. Passeei os olhos pelo salão, não o encontrei.
— Pois é aquele ali, no lugar de sempre. O senhor não reconheceu? Natural. Perdeu vinte quilos com as obras. Quase abotoa o paletó.
Luva-de-Pelica, um todo cheio de salamaleques, perdera quinze e teve de voltar para Miracema. João Velho, dez; João Novo, onze; outros ficaram
entre dez e doze quilos. Toda a turma emagrecera. O salário fora pago pontualmente pela firma, porém sumiram as gorjetas, e é gorjeta que
sustenta um homem.
— Mas, Belisário, vocês podiam se defender com biscates, servir em reuniões, casamentos.
— Não, doutor. Biscate é sagrado: fica para os colegas aposentados pelo Instituto.
Admirei a generosidade de Belisário e de seus pares da ativa, e ia louvá-la, mas ele não deixou:
— E daí, se a gente pega a xepa deles, eles vêm de sarrafo em cima da gente, morou? Tem muito aposentado bom de briga, e lá um dia a gente vai
ser um velhinho igual a eles, tem de pensar no amanhã e no depois de amanhã... Não vale a pena chupar jabuticaba dos outros.
— E que é que você fez durante esse meio ano?
— Eu? Nada. Tempo havia de sobra, dava vontade de aproveitar, mas aproveitar como? o quê? Ficava de mãos abanando, esperando uma bandeja,
um bule de chá que não aparecia. Até o barulho de louça, os gritos para a cozinha faziam falta. Então ia para a porta das confeitarias espiar os
colegas de mais sorte, que trabalhavam, com uma inveja deles, do cansaço deles! Meu garoto mais moço, de quatro anos, veio me servir, de
brincadeira, dizendo que agora eu é que era o freguês, queria com pão alemão ou pão de Petrópolis? Mineral com gás ou sem gás? Quis
achargraça, mas foi me subindo um nervoso, empurrei a mão do garoto, a louça caiu no chão, se espatifou, ele saiu chorando... Sabe que mais? A
patroa me dizendo sempre: “Belisário, some de minha presença que tu está me enchendo!”. Sumir pra onde? Gostei não, doutor. Descanso de
garçom é fogo. Quer mais umas torradinhas?

(Carlos Drummond de Andrade. Caminhos de João Brandão, 2016.)


4. Verifica-se o emprego de palavra formada com prefixo que exprime ideia de repetição em:
a) “Pouco a pouco foram regressando, se abancando” (2º parágrafo).
b) “o estabelecimento exigiria talvez fregueses também remodelados” (2º parágrafo).
c) “ele me confiou que passara seis meses comendo só uma vez por dia” (7º parágrafo).
d) “os antigos frequentadores já não tinham esperança de voltar ao lanche costumeiro” (1º parágrafo).
e) “numa casa tão bacana aqueles elementos inferiores destoavam” (3º parágrafo).
Lista FINAL DE SEMANA
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:
Leia o fragmento do texto Mito nº 1 “O português do Brasil apresenta uma unidade surpreendente”, de Marcos Bagno:

Esse é um dos mitos mais graves dos que compõem a mitologia do preconceito linguístico no Brasil. [...].
Existe também toda uma longa tradição de estudos filológicos e gramaticais que se baseou, durante muito tempo, nesse (pré) conceito
irreal da “unidade linguística do Brasil”.
Esse mito é muito prejudicial à educação porque, ao não reconhecer a verdadeira diversidade do português falado no Brasil, a escola
tenta impor sua norma linguística como se ela fosse, de fato, a língua comum a todos os mais de 200 milhões de brasileiros, independentemente
de sua idade, de sua origem geográfica, de sua situação socioeconômica, de seu grau de escolarização etc. Com isso também se nega o caráter
multilíngue do nosso País, onde são faladas mais de duzentas línguas diferentes, entre línguas indígenas, línguas trazidas pelos imigrantes europeus
e asiáticos, línguas surgidas das situações de contato nas extensas zonas fronteiriças com os países vizinhos, além de falares remanescentes das
diversas línguas africanas trazidas pelas vítimas do sistema escravagista. E, é claro, nega a existência da língua de sinais, a LIBRAS, que é a língua
empregada por milhares de surdos país afora.
[...] não existe nenhuma língua no mundo que seja “una”, uniforme e homogênea. [...] Toda e qualquer língua humana viva é, intrínseca e
inevitavelmente, heterogênea, ou seja, apresenta variação em todos os seus níveis estruturais (fonologia, morfologia, sintaxe, léxico etc.) e em
todos os seus níveis de uso social (variação regional, social, etária, estilística etc.).
[...]
[...] A função da escola é, em todo e qualquer campo de conhecimento, levar a pessoa a conhecer e dominar coisas que ela não sabe e,
no caso específico da língua, conhecer e dominar [...] a leitura e a escrita e, junto com elas, outras formas de falar e de escrever, outras variedades
de língua, outros registros. [...]
(BAGNO, Marcos. Preconceito Linguístico. 56. ed. revista e ampliada. São Paulo: Parábola, 2015. p. 25-35. Adaptado.)

5. Observe as palavras apresentadas no quadro a seguir, extraídas do texto Mito nº 1 “O português do Brasil apresenta uma unidade
surpreendente”, de Marcos Bagno:

língua, linguístico, também, filológicos, são, asiáticos, país, geográfica, além,


vítimas, léxico, etária, específico, níveis, é

Sobre essas palavras, analise as informações descritas nos itens a seguir:

I. Uma palavra é acentuada porque é monossílaba tônica.


II. Três vocábulos acentuados atendem à regra das palavras oxítonas.
III. Três palavras acentuadas atendem à regra das paroxítonas.
IV. Apenas cinco palavras acentuadas atendem à regra das proparoxítonas.

Marque a única alternativa inteiramente correta sobre as regras de acentuação:


a) I e II apenas.
b) I, II e III apenas.
c) II, III e IV apenas.
d) I apenas.

6. (Esa 2022) Assinale a alternativa em que os vocábulos obedecem às mesmas regras de acentuação gráfica das palavras
“temática” e “saúde”, respectivamente:
a) hífen, ótimo.
b) parabéns, mágico.
c) médico, conteúdo.
d) robótica, café.
e) revólver, faísca.

7. (Esa 2022) Marque a alternativa que classifica as palavras abaixo quanto à acentuação, respectivamente:

Tábua / Céu / Tórax

a) Paroxítona / Paroxítona / Paroxítona.


b) Oxítona / Monossílabo átono / Paroxítona.
c) Paroxítona / Monossílabo tônico / Paroxítona.
d) Monossílabo átono / Paroxítona / Oxítona.
e) Proparoxítona / Paroxítona / Oxítona.
Lista FINAL DE SEMANA

TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:


SER AUTOR

Escrever é difícil? Parece que sim, a julgar pelo que ouço de pessoas muito diversas, até mesmo de escritores. Imagine para os pobres
mortais! E, sobretudo, acrescentaria, numa sociedade que se julga e é julgada por não saber, em geral, escrever. Até mestrandos e doutorandos,
vejam só, recorrem a colegas, selecionados da área de Letras, que supõem "saber português", para uma boa revisão do que rascunharam em seus
trabalhos acadêmicos.
No meu tempo de docência universitária, ouvia, frequentemente, alunos comentarem que concluiriam o curso sem saberem escrever,
que o português era difícil, com muitas regras e exceções! Tomava fôlego, quando este comentário era feito em sala de aula e, como quem não
quer nada, indagava informalmente a um aluno: Por que você acha que não sabe português e que nossa(!) língua é difícil? Resposta invariável: Não
domino bem estas classificações gramaticais e tenho também meus vaciles quanto ao uso da norma culta! Veja a gramática do inglês! Bem mais
simples, não? Então, você escreve bem textos em inglês? É, mais ou menos...
Respiro fundo. Me lembro logo do Mário Quintana em situação semelhante: "Um dia de espantos, hoje. Conversando com uma rapariga
em flor, estudante, queixa-se ela da dificuldade da língua portuguesa, espanto-me: Mas como pode ser difícil uma língua em que você está falando
comigo há dez minutos com toda a facilidade? Ela ficou espantada."
Meus espantos eram frequentes... Ainda são! A escora, embora queiram alguns tampar o sol com a peneira, estimula a cultura do erro,
contribuindo muito, e desde cedo, para perpetuar esta avaliação de que a língua é difícil, de que escrever "um texto correto" então nem se fala!
Basta. uma concordância, uma regência, "as sintaxes de exceção"...
Passava para os meus alunos testemunhos de alguns escritores, valorizados como tais, o de Rachel de Queiroz, por exemplo: Se eu
dependesse, afirmava, para escrever, do domínio dos nomes tão complicados presentes no ensino da língua (ela se divertia), eu não poderia ser
escritora. Como é mesmo? Oração reduzida de gerúndio? Sujeito inexistente? Substantivo epiceno? caçoava. E ela, acrescento, mesmo pela fala da
narradora, nem sempre se vale da língua bem-comportada.
Escrever, na verdade, ainda que adotado certinho o português que é ensinado, exige bem mais da gente: o conhecimento do real, a
ordenação das ideias, o domínio do gênero textual, a intenção comunicativa... Muitos outros conhecimentos, enfim! A vivência dos bancos
escolares prossegue atuante pela vida afora, qual uma corrente. Nos tornamos adultos, com curso superior, e carentes ainda de um professor, por
perto, para nos corrigir! Não dá para entender, dá? Só os escritores (e, atualmente, nem todos, nem todos...) e os que se arvoram em
conhecedores da língua escapam de uma avaliação severa. Eta língua difícil! Eta sociedade que fica então a afrontar o uso da língua legitimado
pelas autor(idades)!
Como ficar seguro de se assumir como autor, na escola e na vida, com tanto isto não pode, isto deve ser evitado, isto afronta as leis da
língua, isto é, de emprego não referendado pelos escritores (quais, na verdade?), isto, tenham paciência, é lá português? Perguntinha tola que me
fica incomodando (gosto de me complicar - neurose? com indagações perturbadoras): que língua falam todos os brasileiros (e são tantos!) sem
escolaridade?
Fui a uma boa papelaria comprar um cartão para escrever a uma amiga, que aniversariava. Em minha procura, fui me dando conta de que
eu só selecionava cartões com ilustrações de gosto duvidoso para mim: em geral, multicoloridas, florezinhas que estressavam o cartão, com
variedade nas partes externa e interna deles, borboletas estilizadas então, em quase todos... E as mensagens? Sem erros gramaticais, diga-se logo!
Mas que mensagens tolas, com palavras ou expressões mais que gastas, ou, ao contrário, meio solenes, com a pretensão, talvez, de darem ao texto
certo sabor literário. Estas mensagens pouco variavam. Pudera!, eram impessoais. Onde o autor?
Sempre considerei que a vida, asseguradas certas igualdades, está na diferença. Uma palavra diferente pode nos proporcionar uma
esperança nova. Indaguei a um funcionário da papelaria se não havia cartão, desses duplos, sem mensagem, e que a ilustração, caso existente,
fosse sóbria (empreguei outra palavra, mais corrente, na ocasião). Não tinha, me respondeu. Coube, então, ao atendente me perguntar: Por que
quer escrever a mensagem? Que trabalho! Já estão prontas em todos estes cartões daqui!
Capitulei. A sociedade, de modo geral, quer mesmo textos prontos e quase iguais. Reflexo mais evidente de gente que não está
habituada a pensar, que acha que não pode ser autora nem de uma frasezinha (para que se expor assim à avaliação de um professor por aí?). Pego
um destes cartões: "os primeiros raios de sol", "iluminem seu coração", "fazer seus pensamentos brilharem"... Positivamente não imagino uma
criança ou um jovem como autor destas expressões. Para um adulto ser o destinatário, iriam pensar, iriam sim!, que ele as copiou justamente de
um cartão destes, que já gozam de certa tradição, não se pode enganar!
No fundo mesmo, continuidade de uma rotina escolar antiga, em que o estudante, raramente, se sente autor do que escreve. Ouvi ou li
outro dia o comentário pertinente que na escola se faz muita redação, mas se escreve pouco. Diria, que, sobretudo, quando se espera que, no
texto, se crie um clima afetivo, com reticências, exclamações, interrogações. A escola se apresenta como a escola do ponto, fundamentalmente.
Afinal, quase sempre, o interlocutor do aluno, - um interlocutor potente! -, é o professor. Todo cuidado é pouco... não é? Por isso, muitas vezes, a
presença, em textos escolares, de palavras com paletó e gravata, ainda que empregadas inadequadamente.
O Manoel de Barros tem razão: Língua solene é coisa de políticos e advogados. É preciso ir ao encriançamento das palavras, palavras-
brinquedo, palavras bolhas-de-sabão... Em certas situações, naturalmente. Com crianças então! Para festejar o aniversário de uma amiga, por que,
num cartão, não começar a ser autor com um singelo, mas carinhoso "Gosto de você" ou num torpedo com um sempre bem recebido "Um beijo,
minha amiga". Garantia assegurada de autoria textual! E de afetividade...

Fonte: UCHÔA, Carlos Eduardo Falcão. A vida e o tempo em tom de conversa: crônicas de um professor de linguagem. 1ª ed.
Rio de Janeiro: Odisseia, 2013, p. 141-145. (Texto adaptado)
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8. Leia o trecho abaixo.

“[...] o conhecimento do real, a ordenação das ideias, o domínio do gênero textual, a intenção comunicativa...” (6º§)

Assinale a opção em que a palavra proposta deve ser acentuada por não seguir a mesma regra de acentuação do termo em
destaque no trecho.
a) Aldeia.
b) Cheia.
c) Conteiner.
d) Epopeico.
e) Boleia.

Gabarito:

Resposta da questão 1: [A]


Resposta da questão 2: [B]
Resposta da questão 3: [C]
Resposta da questão 4: [B]
Resposta da questão 5: [B]
Resposta da questão 6: [C]
Resposta da questão 7: [C]
Resposta da questão 8: [C]
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LINGUAGENS
1.(ENEM) É através da linguagem que uma sociedade se comunica e retrata o conhecimento e entendimento de si própria e do mundo
que a cerca. É na linguagem que se refletem a identificação e a diferenciação de cada comunidade e também a inserção do indivíduo
em diferentes agrupamentos, estratos sociais, faixas etárias, gêneros, graus de escolaridade. A fala tem, assim, um caráter
emblemático, que indica se o falante é brasileiro ou português, francês ou italiano, alemão ou holandês, americano ou inglês, e, mais
ainda, sendo brasileiro, se é nordestino, sulista ou carioca. A linguagem também oferece pistas que permitem dizer se o locutor é
homem ou mulher, se é jovem ou idoso, se tem curso primário, universitário ou se é iletrado. E, por ser um parâmetro que permite
classificar o indivíduo de acordo com sua nacionalidade e naturalidade, sua condição econômica ou social e seu grau de instrução, é
frequentemente usado para discriminar e estigmatizar o falante.

Nesse texto acadêmico, as autoras fazem uso da linguagem formal para


A) estabelecer proximidade com o leitor.
B) atingir pessoas de vários níveis sociais.
C) atender às características do público leitor.
D) caracterizar os diferentes falares brasileiros.
E) atrair leitores de outras áreas do conhecimento.

2.(ENEM) Alegria, alegria


Que maravilhoso país o nosso, onde se pode
contratar quarenta músicos para tocar um uníssono.
(Mile Davis, durante uma gravação)
antes havia orlando silva & flauta, e até mesmo no
meio do meio-dia. antes havia os prados e os bosques
na gravura dos meus olhos. antes de ontem o céu estava
muito azul e eu & ela passamos por baixo desse céu. ao
mesmo tempo, com medo dos cachorros e sem muita
pressa de chegar do lado de lá.
do lado de cá não resta quase ninguém. apenas os
sapatos polidos refletem os automóveis que, por sua
vez, polidos, refletem os sapatos...

Quanto ao seu aspecto formal, a escrita do texto de Caetano Veloso apresenta um(a)
A) escolha lexical permeada por estrangeirismos e neologismos.
B) regra típica da escrita contemporânea comum em textos da internet.
C) padrão inusitado, com um registro próprio, decorrente da criação poética.
D) nova sintaxe, identificada por uma reorganização da articulação entre as frases.
E)emprego inadequado da norma-padrão, gerador de incompreensão comunicativa.

3.(ENEM) A expansão do português no Brasil, as variações regionais com suas possíveis explicações e as raízes das inovações da
linguagem estão emergindo por meio do trabalho de linguistas que estão desenterrando as raízes do português brasileiro ao examinar
cartas pessoais e administrativas, testamentos, relatos de viagens, processos judiciais, cartas de leitores e anúncios de jornais desde
o século XVI, coletados em instituições como a Biblioteca Nacional e o Arquivo Público do Estado de São Paulo. No acervo de
documentos que servem para estudos sobre o português paulista está uma carta de 1807, escrita pelo soldado Manoel Coelho, que
teria seduzido a filha de um fazendeiro. Quando soube, o pai da moça, enfurecido, forçou o rapaz a se casar com ela. O soldado,
porém, bateu o pé: “Nem por bem, nem por mar!”, não se casaria. Um linguista pesquisador estranhou a citação, já que o fato se
passava na Vila de São Paulo, mas depois percebeu: “Ele quis dizer ‘nem por bem, nem por mal!’. O soldado escrevia como falava. Não
se sabe se casou com a filha do fazendeiro, mas deixou uma prova valiosa de como se falava no início do século XIX.”

O fato relatado evidencia que fenômenos presentes na fala podem aparecer em textos escritos. Além disso, sugere que
A) os diferentes falares do português provêm de textos escritos.
B) o tipo de escrita usado pelo soldado era desprestigiado no século XIX.
C) os fenômenos de mudança da língua portuguesa são historicamente previsíveis.
D) as formas variantes do português brasileiro atual já figuravam no português antigo escrito.
E) as origens da norma-padrão do português brasileiro podem ser observadas em textos antigos.
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4. (ENEM) Prezada senhorita,


Tenho a honra de comunicar a V. S. que resolvi, de acordo com o que foi conversado com seu ilustre progenitor, o tabelião juramentado
Francisco Guedes, estabelecido à Rua da Praia, número 632, dar por encerrados nossos entendimentos de noivado. Como passei a ser
o contabilista-chefe dos Armazéns Penalva, conceituada firma desta praça, não me restará, em face dos novos e pesados encargos,
tempo útil para os deveres conjugais. Outrossim, participo que vou continuar trabalhando no varejo da mancebia, como vinha fazendo
desde que me formei em contabilidade em 17 de maio de 1932, em solenidade presidida pelo Exmo. Sr. Presidente do Estado e outras
autoridades civis e militares, bem assim como representantes da Associação dos Varejistas e da Sociedade Cultural e Recreativa José
de Alencar. Sem mais, creia-me de V. S. patrício e admirador, Sabugosa de Castro

A exploração da variação linguística é um elemento que pode provocar situações cômicas. Nesse texto, o tom de humor decorre da
incompatibilidade entre
A) o objetivo de informar e a escolha do gênero textual.
B) a linguagem empregada e os papéis sociais dos interlocutores.
C) o emprego de expressões antigas e a temática desenvolvida no texto.
D) as formas de tratamento utilizadas e as exigências estruturais da carta.
E) o rigor quanto aos aspectos formais do texto e a profissão do remetente.

5.(ENEM) Desde suas origens, o Brasil tem uma língua dividida em falares diversos. Mesmo antes da chegada dos portugueses, o
território brasileiro já era multilíngue. Havia cerca de 1,2 mil línguas faladas pelos povos indígenas. O português trazido pelo
colonizador tampouco era uma língua homogênea, havia variações dependendo da região de Portugal de onde ele vinha. Há de se
considerar também que a chegada de falantes de português acontece em diferentes etapas, em momentos históricos específicos. Na
cidade de São Paulo, por exemplo, temos primeiramente o encontro linguístico de portugueses com índios e, além dos negros da
África, vieram italianos, japoneses, alemães, árabes, todos com suas línguas. “Todo este processo vai produzindo diversidades
linguísticas que caracterizam falares diferentes”, afirma um linguista da Unicamp. Daí que na mesma São Paulo pode-se encontrar
modos de falar distintos como o de Adoniran Barbosa, que eternizou em suas composições o sotaque típico de um filho de imigrantes
italianos, ou o chamado erre retroflexo, aquele erre dobrado que, junto com a letra i, resulta naquele jeito de falar “cairne” e “poirta”
característico do interior de São Paulo.

A partir desse breve histórico da língua portuguesa no Brasil, um dos elementos de identidade nacional, entende-se que a diversidade
linguística é resultado da
A) imposição da língua do colonizador sobre as línguas indígenas.
B) interação entre os falantes de línguas e culturas diferentes.
C) sobreposição das línguas europeias sobre as africanas e indígenas.
D) heterogeneidade da língua trazida pelo colonizador.
E) preservação dos sotaques característicos dos imigrantes.

6.(ENEM) O tradicional ornato para cabelos, a tiara ou diadema, já foi uma exclusividade feminina. Na origem, tanto “tiara” quanto
“diadema” eram palavras de bom berço. “Tiara” nomeava o adorno que era o signo de poder entre os poderosos da Pérsia antiga e
povos como os frísios, os bizantinos e os etíopes. A palavra foi incorporada do Oriente pela Grécia e chegou até nós por via latina, para
quem queria referir-se à mitra usada pelos persas. Diadema era a faixa ou tira de linho fino colocado na cabeça pelos antigos latinos,
herança do derivado grego para diádo (atar em volta, segundo o Houaiss). No Brasil, a forma de arco ou de laço das tiaras e alguns
usos específicos (o nordestino “gigolete” faz alusão ao ornato usado por cafetinas, versões femininas do “gigolô”) produziram novos
sinônimos regionais do objeto.

No texto, relata-se que o nome de um enfeite para cabelo assumiu diferentes denominações ao longo da história. Essa variação
justifica-se pelo(a)
A) distanciamento de sentidos mais antigos.
B) registro de fatos históricos ocorridos em uma dada época.
C) associação a questões religiosas específicas de uma sociedade.
D) tempo de uso em uma comunidade linguística.
E) utilização do objeto por um grupo social.
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7.(ENEM) Pela primeira vez na vida teve pena de haver tantos assuntos no mundo que não compreendia e esmoreceu. Mas uma mosca
fez um ângulo reto no ar, depois outro, além disso, os seis anos são uma idade de muitas coisas pela primeira vez, mais do que uma
por dia e, por isso, logo depois, arribou. Os assuntos que não compreendia eram uma espécie de tontura, mas o Ilídio era forte. Se
calhar estava a falar de tratar da cabra: nunca esqueças de tratar da cabra. O Ilídio não gostava que a mãe o mandasse tratar da cabra.
Se estava ocupado a contar uma história a um guarda-chuva, não queria ser interrompido. Às vezes, a mãe escolhia os piores
momentos para chamá-lo, ele podia estar a contemplar um segredo, por isso, assustava-se e, depois, irritava-se. Às vezes, fazia birras
no meio da rua. A mãe envergonhava-se e, mais tarde, em casa, dizia que as pessoas da vila nunca tinham visto um menino tão velhaco.
O Ilídio ficava enxofrado, mas lembrava-se dos homens que lhe chamavam reguila, diziam ah, reguila de má raça. Com essa memória,
recuperava o orgulho. Era reguila, não era velhaco. Essa certeza dava-lhe forças para protestar mais, para gritar até, se lhe apetecesse.

No texto, observa-se o uso característico do português de Portugal, marcadamente diferente do uso do português do Brasil. O trecho
que confirma essa afirmação é:
A) “Pela primeira vez na vida teve pena de haver tantos assuntos no mundo que não compreendia e esmoreceu.”
B) “Os assuntos que não compreendia eram uma espécie de tontura, mas o Ilídio era forte.”
C) “Essa certeza dava-lhe forças para protestar mais, para gritar até, se lhe apetecesse.”
D) “Se calhar estava a falar de tratar da cabra: nunca esqueças de tratar a cabra.”
E) “O Ilídio não gostava que a mãe o mandasse tratar a cabra.”

GABARITO
01.C
02.C
03.D
04.B
05.B
06.E
07.D
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INGLÊS
1.(UFRGS) Considere as possibilidades de reescrita do
segmento Inspired by fictional languages such as those in 4. (UNESP) Children's interest in TV __________ between ages
the Star Wars films, Peterson made Dothraki and Valyrian as of 5 and 10.
rich and realistic as possible. (A) keeps on growing
I - Peterson, inspired by fictional languages such as those in the (B) kept on grow
Star Wars films, made Dothraki and Valyrian as rich and (C) is keeping in growing
realistic as possible. (D) keep
(E) keeps to grow
II - Being as rich and realistic as possible, Peterson made
Dothraki and Valyrian inspired by fictional languages such as
5. (UNESP) Assinale a alternativa que preenche corretamente
those in the Star Wars films.
a sentença a seguir: Most people cannot learn verbs without
III- Fictional languages in the Star Wars films inspired Peterson __________ them.
to make Dothraki and Valyrian as rich and realistic as possible.
(A) to study
Quais poderiam substituir o segmento destacado, sem
(B) studying
prejuízo do sentido original e da correção gramatical?
(C) study
(A) Apenas I. (D) studied
(E) studies
(B) Apenas II.
(C) Apenas III. 6. (UFRGS 2014) Which of the alternatives below has the
same structure as The fans’ transgression of bourgeois
(D) Apenas I e II.
taste?
(E) I, II e III.
(A) The government’s interference with middle class
education.
2. (UNITAU) Assinale a alternativa que corresponde à
(B) The students’s discussion and their argument.
sequência na qual se inclui um uso inadequado do artigo em
(C) The girl’s reading an interesting book.
inglês:
(D) The fan’s harsh criticizing went unnoticed.
(E) The teacher’s introduced quite complex matters.
(A) a watch; a pity; an orange.
(B) an umbrella; a real effort; a year.
7 - (UFRGS – 2013) Assinale a frase em que ‘s está empregado
(C) a small plane; an idea; a whale.
com o mesmo sentido e com a mesma função sintática que
(D) a one-man show; an university; a private investigator.
em I mean that the public's not home.
(E) an egg; an uncle; a book.
(A) She's the best singer of her generation.
3. (MACK-SP) Assinale a correta:
(B) My kid's classmates aren't friendly.
Mary had too _______ work to do: _________ dishes to wash,
(C) The store's opened a new branch.
_________ clothes to iron, ________ pairs of pie to cook, but
(D) Aviation's no-smoking policy is very strict.
just _________ time to do it all.
(E) My wife's not arrived yet.
(A) much –many – a few - a little – much;
(B) few – much – a few – many – many;
Gabarito
(C) a little – little – few – a few – much;
(D) much – many – many – many – little; 1- A 2- D 3- D 4- A 5- B 6- A 7- A
(E) many – many – few – few – many.

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