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Blumenau
2021
Matheus Campos Hemkemaier
Blumenau
2021
Ficha de identificação da obra elaborada pelo autor,
através do Programa de Geração Automática da Biblioteca Universitária da UFSC.
Inclui referências.
Este Trabalho de Conclusão de Curso foi julgado adequado para obtenção do título de
Engenheiro de Materiais e aprovado em sua forma final pela Comissão Examinadora e pelo
Curso de Graduação em Engenharia de Materiais da Universidade Federal de Santa Catarina.
________________________
Matheus Campos Hemkemaier
Acadêmico
Banca Examinadora:
________________________
Prof. Dr. Guilherme Mariz de Oliveira Barra
Orientador
Universidade Federal de Santa Catarina
________________________
Prof. Dr. Johnny de Nardi Martins
Avaliador
Universidade Federal de Santa Catarina
________________________
Prof.(a) Dr.(a) Andrea Cristiane Krause Bierhalz
Avaliadora
Universidade Federal de Santa Catarina
5
AGRADECIMENTOS
“Há uma coisa pior do que voltar do laboratório para casa e encontrar a pia cheia de louça
suja: simplesmente não ir ao laboratório”
(Chieng-Shiung Wu,2001)
8
RESUMO
ABSTRACT
In the current situation, such as the high demand for medicines for the methodology of the
pandemic prevention methodology, it does not include the consumption of new COVID-19
products, with the custom of using these masks and led to a mask greater generation of profits.
Therefore, there is a need to work on techniques and materials to combine better conditions for
combating these agents, as well as guaranteeing the sustainability of the product. In this way,
the use of the topic of interest in the technique of fabrication of polyacid membranes (PLA)
with a dispersion of an antiviral agent of zinc oxide (NPsZnO), aiming at the study of its use in
facial faces . In order to guarantee a PLA membrane with fibers of submetric dimensions with
NPsZnO, polymeric solutions of PLA were prepared, using organic solvents, with a polymeric
concentration of 22%. As NPsZnO 2 , they were incorporated into the polymeric solution, in
the most mass proportions of 1, 4 and 6% m, in dispersion via ultrasound in bath times30 and
60 min. As polymeric solutions with and without as NPZ were processed by electrospinning,
in parameters of distance between collector and needle (15 cm), the power supply of the solution
(1.34 mL/h) and applied voltage (10 kV). As NPsZnO, they form 1 by scanning electron
microscopy (SEM), they form individuals and spherical with diameter distribution between 30-
90nm and mean diameter of 54 ± nm. As a micrograph of the diameters, report an average
increase with a proportion of ZnO, as a sample with 2%m NPsZnO showed better uniformity
and lower incidence of failures. The presence of spectroscopy in the infrared spectrum by
Fourier transform (FTIR) indicates that the presence of nanoparticles (NPs) does not change
the characteristic characteristic of PLA. Since the TGA offers greater thermal stability, the
confidence of the TGA increases reliability. As analysis of calorimetry analysis (DSCimetry)
the differential transition to the incorporation of ZnO tends to decrease the glass temperature)
and the melting temperature (Tm) of the PLA matrix. The hydrophobic character of the PLA
membrane is maintained, even with a maximum addition of 6% ZnO. Per membrane, as larger
samples and similar maximum stress plaza test samples, containing 2 control properties
containing the content of 1.4 and 6% as samples containing 1.4 and 6% as samples of 1.4 and
6% of ZnO. Thus, the membrane was acquired as an incorporation of NPs and with the
possibility of possible use with improvement and characteristics for new multifunctional masks
of material.
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 –(a) Máscara cirúrgica; (b) Respirador N95; (c) Máscara artesanal de tecido...........24
Figura 2 – Mecanismo de transmissão por aerossóis da COVIDE 19......................................25
Figura 3 – Máscaras observadas em microscópio (a) Respirador N95; (b) Máscara
cirúrgica;(c) Máscara artesanal de algodão com trama fechada...............................................26
Figura 4 – Formação do cone de Taylor com o incremento da tensão.....................................28
Figura 5 – Esquema do processo de eletrofiação......................................................................29
Figura 6 – Bead observado via microscopia eletrônica de varredura.......................................30
Figura 7 – Fenômenos ocorrentes no processamento de eletrofiação (a) Entupimento da
agulha; (b) Formação de espiculas; (c) Múltiplos jatos; (d) Jato único e contínuo..................30
Figura 8 – Microscopia eletrônica de varredura das fibras de PVP aglomeradas devido a
evaporação de solvente inadequada..........................................................................................34
Figura 9 – Relação entre umidade relativa e grau de porosidade para fibras de poli (ε-
caprolactona).............................................................................................................................35
Figura 10 - Representação da unidade de repetição do PLA....................................................36
Figura 11 – Diagrama esquemático dos isômeros ópticos de L - D - ácido lático....................37
Figura 12 – Matérias primas utilizadas (a) PLA em grânulos; (b) NPsZnO.............................41
Figura 13 - Fluxograma da metodologia experimental..............................................................42
Figura 14 – Equipamento de Eletrofiação.................................................................................43
Figura 15 – Esquema ilustrativo do preparo das soluções e fabricação das membranas
eletrofiadas................................................................................................................................44
Figura 16 – Lâmina de vidro com fibras de PLA depositadas..................................................47
Figura 17 – (a) Goniômetro; (b) Gota sobre membrana PLA....................................................50
Figura 18 – (a) Máquina de ensaio de tração; (b) Corpo de prova, membrana de PLA. (c) Ensaio
de tração....................................................................................................................................51
Figura 19 – Micrografia MEV das nanopartículas de óxido de zinco......................................52
Figura 20 – Histograma de distribuição de diâmetro das nanopartículas de óxido de zinco....52
Figura 21 – Micrografia ótica das fibras eletrofiadas, (a, b) Amostra de 16%m PLA, (c,d),
Amostra de 18%m PLA, (e,f), Amostra de22%m PLA. Objetivas de 20x e 50x...................54
Figura 22 – Micrografias MEV da membrana eletrofiada de (a, b) PLA puro.........................56
Figura 23 - Histograma de distribuição de diâmetro das fibras de PLA puro...........................57
11
LISTA DE QUADROS
LISTA DE TABELAS
LISTA DE EQUAÇÕES
∆Hf
(1) 𝑋𝑐 = ∗ 100
∆H°f∗∅
15
LISTA DE ABREVIAÇÕES
DCE Dicloroetano
DDP Diferença de potencial elétrico
DMF Dimetilformamida
DSC Calorimetria exploratória diferencial
DTGA Termogravimetria Derivada
EDS Espectroscopia por energia dispersiva
FDA Food and Drung Administration
FTIR Espectroscopia por infravermelho com Transformada de Fourier
LABMAT Laboratório de Materiais
LAMAE Laboratório de Microscopia e Análise Estrutural
LCM Laboratório de Caracterização Microestrutural
LTE Laboratório de Análises Térmicas e Espectroscopia
LTMA Laboratório de Transformações e Materiais Avançados
MEV Microscopia eletrônica de varredura
MO Microscópio ótico de luz transmitida
NPs Nanopartículas
NPsZnO Nanopartículas de óxido de zinco
OMS Organização Mundial de Saúde
PA Poli(amida)
PDLA Poli(ácido D-láctico)
PDLLA Poli(ácido DL-láctico)
PE Poli(etileno)
PET Poli(tereftalato de etileno)
PLA Poli(ácido láctico)
PLLA Poli(ácido L-láctico)
PP Poli(propileno)
PVP Poli(vinilpirrolidona)
SBS Fiação a sopro por solução
TGA Análise termogravimétrica
TNT Tecido não tecido
16
LISTA DE SÍMBOLOS
± Mais ou menos
%m Fração em massa
cm Centímetros
mm Milímetro
µm Micrômetro
nm Nanômetro
ºC Graus Celsius
kV Quilovolt eV Eletrovolt
mL Mililitros
mL.h -1 Mililitro por hora
min Minutos
g Gramas
MPa Megapascal
GPa Gigapascal
mm/mm Milímetro por milímetro
% Porcentagem
α Fase cristalina alfa
β Fase cristalina beta
γ Fase cristalina gama
λ Comprimento de onda
cm-1 Número de onda
°ΔΗf Entalpia de fusão da amostra
°ΔΗf* Entalpia de fusão para o PLA perfeitamente cristalino
ϕ Fração mássica do PLA na mistura
J.g-1 Joule por grama
Xc grau de cristalinidade
Tg Temperatura de transição vítrea
Tc Temperatura de cristalização
Tm Temperatura de fusão
18
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO....................................................................................................................20
1.1 OBJETIVOS .......................................................................................................... 23
2 Fundamentação Teórica...................................................................................... 24
2.1 Máscaras de proteção facial ................................................................................... 24
3.2.3 Preparação das soluções PLA contendo nanopartículas de óxido de zinco ... 44
5 Conclusão ............................................................................................................. 74
6 Sugestões de trabalhos futuros ........................................................................... 76
7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .............................................................. 77
ANEXO A - Análises térmicas de DSC……………………………………………………. 83
20
1 INTRODUÇÃO
1.1OBJETIVOS
• Desenvolver uma membrana com potencial atividade antiviral para uso em máscaras
faciais a partir de fibras poliméricas de PLA com nanopartículas de óxido de zinco utilizando a
técnica de eletrofiação.
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Este tópico visa elucidar termos e conceitos discutidos ao logo do trabalho, dedicados
à proteção facial, processos e materiais alternativos para o controle e combate a agentes virais.
Figura 1 –(a) Máscara cirúrgica; (b) Respirador N95; (c) Máscara artesanal de tecido
.
Fonte: Desenvolvido pelo autor.
Máscaras faciais cirúrgicas são liberadas para uso como dispositivos médicos pela FDA e são
compostas normalmente de uma a três camadas e os polímeros comumente utilizados são o
poli(propileno) (PP), poli(etileno) (PE), poli(amida) (PA) e poli(tereftalato de etileno) (PET),
também utilizados em respiradores (BABAAHMADI et al., 2021), já máscaras categorizadas
como de uso não profissional, são confeccionadas de froma artesanal, em geral, não seguem
25
nheum padrão e apresentam vários designs sendo produzidas em uma ampla variedade de
tecidos genéricos, sendo que o material mais comumente utilizado é o algodão (MORAIS et.
Al., 2021).
Diferentemente das máscaras faciais de uso não profissional, respiradores apresentam
maior eficiência de filtração e retenção de particulados, contêm de três ou mais camadas de
filtragem com gramaturas mais elevadas, dois painéis de um tecido não tecido (TNT) e um meio
filtrante em microfibras sintéticas, normalmente tratadas eletrostaticamente. Respiradores são
projetados para proteger o usuário contra a atmosfera perigosa, aerossóis infecciosos
transportados pelo ar contendo vírus, como exemplificado na Figura 2. No respirador PFF2,
equivalente ao modelo americano N95, “95” significa que a eficiência de filtragem sob as
condições de teste designadas pode chegar a 95%. A utilização correta de máscaras faciais
protege o indivíduo da exposição a uma potencial infecção e de transmissão respiratória através
de emissão de fluídos corporais. (MUKHOPADHYAY, 2014).
depende das interações com as fibras individuais e com as tramas que compõe a estrutura
tortuosa do filtro. Sendo que a eficiência dos mecanismos de filtração é função do tamanho dos
bioaerossóis e microrganismos (BARHATE; RAMAKRISHNA, 2007).
As partículas virais de SARS-CoV-2, são categorizadas como pequenos bioaerossóis
com forma elíptica ou esférica e tamanhos inferiores a 150 nm. A maioria das máscaras faciais
cirúrgicas convencionais não oferece a melhor proteção devido aos seus grandes tamanhos de
poros e características de ajuste insatisfatório. Por outro lado, respiradores ( N95) fornecem
uma proteção mais eficiente contra vírus transportados pelo ar (BABAAHMADI et al., 2021).
Em estudos de MORAIS (2021), que comparou mais 300 máscaras entre elas
respiradores, máscaras cirúrgicas e máscaras de uso não profissional, no Brasil, respiradores
N95, apresentaram maior eficiência para filtragem de partículas de aerossóis, com distribuição
máxima entre 100-120nm, e eficiência em retenção de em torno de 98%. Máscaras cirúrgicas
aprestam uma eficiência de 89% e para máscaras caseiras em algodão a eficiência de filtração
é muito variável, entre 20% e 60%, não se mostrando a melhor opção entre as máscaras faciais.
A Figura 3 ilustra as diferenças a nível microscópico de um respirador N95, máscara cirúrgica
e uma máscara artesanal de algodão com trama fechada.
vírus (CHIN; POON, 2020). Com isso, o estudo de máscaras cirúrgicas multifuncionais vem
ganhando espaço. Contudo, devem atender a critérios que incluem, além da alta eficiência de
filtração contra bioaerossóis, propriedades como barreira a fluídos, boa permeabilidade ao ar,
resistência mecânica adequada e a capacidade inativar agentes patogênicos (BABAAHMADI
et al., 2021).
Dessa maneira, técnicas de eletrofiação tem destaque na fabricação de membranas
compotas por fibras submicrométricas, como alta relação superfície-volume, porosidade alta e
interconectada e boa permeabilidade a gases. Além disso, o processo permite introduzir outras
cargas e agentes para conferir as membranas multifuncionalidades como hidrofobicidade,
atividade antibacteriana e antiviral, que atendem a proposta do trabalho. Portanto, membranas
fibrosas ultrafinas são capazes tanto de bloquear fisicamente partículas e vírus como de atender
as características multifuncionais através de técnicas como a eletrofiação.
2.2 ELETROFIAÇÃO
Existem duas formas de deposição, de acordo com tipo de coletor, que poder ser um
coletor giratório ou estático, que interferem na forma de deposição das fibras de maneira a
depositar as fibras orientadas ou aleatórias (RAMAKRISHNA, S. et.al., 2005). Em um sistema
de eletrofiação é necessário o controle de diversos parâmetros de maneira a adquirir fibras
contínuas e com morfologia uniforme as quais apresentam maior potencial de aplicação. Fibras
com diâmetros reduzidos proporcionam maior área de superfície e normalmente, propriedades
superiores (BHATTARAI et al., 2019).
Contudo, as fibras podem apresentar imperfeições que afetam as suas propriedades
finais. Entre as irregularidades mais comuns estão os beads, regiões com um aumento
considerável no diâmetro, gerados por inúmeras combinações de fatores, como ineficiente
emaranhamento das cadeias poliméricas, falta de estiramento das fibras, taxa de evaporação
inadequada dos solventes, baixa concentração de polímero em solução, alta tensão de superfície
da solução e diferença de potencial elétrico insuficiente (RAMAKRISHNA, S. et.al., 2005;
MERLINI, C., 2014). A Figura 6 apresenta beads observados via microscopia eletrônica de
varredura (MEV).
30
A forma com que o processo é conduzido e a evaporação muito rápida dos solventes
pode levar desde formação de “espículas” na ponta da agulha e até seu entupimento (REYES;
LAGERWALL, 2020). A Figura 7, apresenta diferentes estruturas formadas na ponta da agulha
para condições adequadas e inadequadas durante o processo de eletrofiação.
solvente deve ser evaporado por completo, permanecendo somente as fibras poliméricas
sólidas. Fatores como capacidade de dissolução do polímero e volatilidade do solvente são as
principais características em sua escolha (BHATTARAI et al., 2019).
A volatilidade é diretamente proporcional à pressão de vapor, sendo que solventes com
altos valores de pressão de vapor como a acetona, 30,6 kPa a 25°C, apresentam acelerada
evaporação e, portanto, pode levar desde ao entupimento da agulha e até a formação de
porosidade nas fibras, aliadas a parâmetros ambientais, como elevada umidade. Por outro lado,
solventes com baixa pressão de vapor, e portando pouco voláteis como a dimetilformamida
(DMF), com 480 Pa a 25°C podem levar a uma evaporação ineficiente, que resulta geralmente
em uma membrana não fibrosa devido à deposição das fibras com resíduo de solvente, levando
a uma “fusão” entre as fibras (LIMA, 2013). A escolha dos solventes depende da melhor
condição de evaporação do solvente sem comprometer a morfologia das fibras, levando em
consideração o polímero a ser solubilizado e as condições ambientais do processamento para o
PLA normalmente são utilizados o clorofórmio, acetona ou uma combinação entre
dimetilformamida e dicloroetano (VIROVSKA et al., 2014).
Outro fator influente é a viscosidade regida pela proporção polímero/solvente, massa
molar e incorporação de partículas em solução. A concentração para cada sistema é variável e
deve-se buscar um valor ótimo para cada sistema, para a obtenção das fibras. A viscosidade da
solução muito baixa gera um efeito de electrospray, que leva a formação de partículas esféricas,
concentrações pouco maiores há a formação de fibras, contudo podem aprestam defeitos como
beads e outras imperfeições. Em concentrações ideias, pode-se adquirir fibras contínuas sem
irregularidades e caso a concentração extrapole este valor ideal, fibras com maiores diâmetros
são obtidas, além da possibilidade de apresentarem uma morfologia irregular e helicoidal
(MERLINI, C., 2014; DEITZEL, J. M. et. al, 2001).
Além disso, a massa molar polimérica tem relação semelhante a concentração ao
reduzir a massa molar, aumenta-se a quantidade de defeitos e ao se aumentar a massa molar, as
fibras tendem a se apresentar-se mais uniformes e contínuas. Além disso, melhorar e intensificar
o estiramento das fibras através de cargas e aditivos condutores, de modo geral, induz um maior
estiramento e a obtenção de diâmetros menores em contrapartida, a alta condutividade também
gera instabilidades do jato comprometendo eficiência da eletrofiação, como formação a
espiculas e múltiplos jatos. (KOSKI; YIM; SHIVKUMAR, 2004). Já em processo de dispersão
de nanocargas a viscosidade pode ser altamente afetada pela presença das nanopartículas (NPs)
33
além da própria massa molar que pode ser reduzida pelos meios de alta energia utilizados para
promover a dispersão e distribuição de partículas em soluções poliméricas, como
homogeneizadores e equipamento de sonicação (ZHANG et al., 2019).
Outro fator de processo relevante é a vazão de alimentação, que tem influência sobre
a quantidade de material que é alimentada na ponta da agulha. Assim como os outros parâmetros
de processo, a vazão de alimentação da solução tem relação com os diâmetros das fibras e a
presença ou não de imperfeições. Taxas mais elevadas possibilitam a formação de fibras com
maiores diâmetros, devido a maior proporção de solução ejetada da ponta da agulha, além de
promover a deposição de fibras com um excesso de solvente, resultando na incidência de
defeitos. (RAMAKRISHNA, S. et.al., 2005). Dessa forma, durante o processo de eletrofiação
há a necessidade de buscar o equilíbrio entre a maior vazão possível, respeitando um valor
limite que não comprometa a obtenção fibras uniformes e sem imperfeições, para se obter
maiores taxas de produção mantendo-se a qualidade.
35
Figura 9 – Relação entre umidade relativa e grau de porosidade para fibras de poli (ε-
caprolactona).
A partir disso, com a polimerização do ácido lático, o PLA derivado possui três
isômeros: o poli(ácido L-láctico) (PLLA), poli(ácido D-láctico) (PDLA) e o poli(ácido DL-
láctico) (PDLLA) (TOKIWA, 2009).
Essas variações tem relação com da estrutura cristalina do material polimérico que
pode ser amorfa ou semicristalina a cristalinidade e, portanto, a estabilidade térmica,
propriedades mecânicas e a biodegradabilidade do PLA são influenciadas pelo seu peso
molecular e principalmente pela sua estereoquímica (CANEVAROLO JR , 2010;PEREGO;
CELLA; BASTIOLI, 1996). A proporção entre isômeros pode levar a um PLA totalmente
amorfo ou até 40% cristalino, normalmente o PLA constituído entre 50 e 93% do isômero L
(PLLA) é amorfo enquanto o PLA contendo mais de 93% do isômero L é semicristalino. Com
relação à fase cristalina, o PLA existe em três tipos de configurações dos cristalitos α, β, e γ,
sendo a estrutura ortorrômbica α a mais comum entre o polimorfismo do PLA (CHONG et al.,
2022). A cristalinidade depende fortemente do processamento do polímero e taxas de
resfriamento, processo de eletrofiação tendem a aumentar o grau de cristalinidade pois o campo
gerado faz com que as moléculas poliméricas se orientem durante o estiramento das fibras
(PEREA, 2011).
Em relação as propriedades térmicas, o ponto de fusão (Tm) do PLA puro (L ou D)
pode variar de 130 a 180 °C e sua temperatura de transição vítrea (Tg) entre 50 a 80 °C
(ANDERS SÖDERGARD, 2010). Polímeros semicristalinos, como no caso do PLA, com o
aumento do grau de cristalinidade a massa específica do polímero tende a aumentar, pois a
38
estrutura polimérica se encontra em forma mais compacta. Desse modo, o módulo e tensão de
ruptura tendem a ser maiores para polímeros de maior grau de cristalinidade em contrapartida,
tem-se um menor alongamento à ruptura (CANEVAROLO JR, 2010). O PLA possui como
desvantagem que limita sua utilização, a baixa flexibilidade no entanto, através de processos de
modificação morfológica, como processos de eletrofiação com a obtenção de fibras de PLA, é
possível se contornar essa desvantagem e se obter membranas flexíveis de PLA (VIROVSKA
et al., 2014).
O PLA, sendo um dos polímeros mais atraentes a substituto promissor aos polímeros
sintéticos amplamente utilizados no uso diário, bem como na elaboração de novos materiais
aplicados as mais diversas áreas e com as mais variadas funcionalidades, vem sendo
amplamente estudado para obtenção de filmes e membranas (FARAH; ANDERSON;
LANGER, 2016). Estudos investem na obtenção de membranas e filtros de PLA para aplicações
desde separação de óleo/água, visto o caráter hidrofóbico do PLA que é insolúvel e água
(NUGRAHA et al., 2021). Além de desenvolvimento de compósitos com óxido de zinco (ZnO)
para embalagem alimentícia, os materiais fibrosos híbridos de PLA e ZnO obtidos através de
eletrofiação são uma promisso proposta, pois podem combinar as propriedades benéficas do
polímero e da carga inorgânica, biodegradabilidade, atividade fotocatalítica, antiviral e
bactericida garantem possibilidade de aplicação desde áreas alimentícia a médica, na fabricação
de embalagens bactericidas a filtros contra agentes patogênicos (SINGHVI; ZINJARDE;
GOKHALE, 2019; BABAAHMADI et al., 2021).
3 MATERIAIS E MÉTODOS
3.1 MATERIAIS
Neste trabalho foi utilizado o PLA Polymer 2002D, fabricado pela empresa Nature
Works. O isômero desse PLA é o poli (ácido L-láctico) (PLLA). Os solventes orgânicos
utilizados foram o 1,2-Dicloroetano (DCE) e a Dimetilformamida-N,N (DMF), com graus de
pureza analítica (P.A.), procedentes da empresa Vetec.
Como aditivo, as nanopartículas de óxido de zinco (NPsZnO) formam fornecidas pelo
Laboratório de Materiais (LABMAT), da Universidade Federal de Santa Catarina,
Florianópolis, sintetizadas de acordo com trabalho de ISLAM et al., (2019) e caracterizadas em
microscópio eletrônico de varredura (MEV). A Figura 12 exibe o PLA em grânulos as
nanopartículas de ZnO.
3.2 MÉTODOS
PLA/1% NPsZNO 30
99 1,0803 1 0,0109 30
min
PLA/1% NPsZNO 60
99 1,0803 1 0,0109 60
min
PLA/2% NPsZNO 30
98 1,0694 2 0,0218 30
min
PLA/2% NPsZNO 60
98 1,0694 2 0,0218 60
min
PLA/4% NPsZNO 30
96 1,0476 4 0,0436 30
min
PLA/4% NPsZNO 60
96 1,0476 4 0,0436 60
min
PLA/6% NPsZNO 30
94 1,0257 6 0,0655 30
min
PLA/6% NPsZNO 60
94 1,0257 6 0,0655 60
min
3.3 CARACTERIZAÇÕES
Com o auxílio de uma lâmina de vidro, como exemplificado na Figura 16, as fibras
foram coletadas durante a eletrofiação e destinadas a uma análise previa em microscópio ótico
de luz transmitida (MO). Esta etapa foi realizada visando avaliar a formação das fibras, de modo
selecionar a concentração mais adequada de solução polimérica, para posterior incorporação
das nanopartículas e produção das membranas eletrofiadas.
Foi utilizado uma sonda de espectroscopia por energia dispersiva (EDS, do inglês
Energy Dispersive Spectroscopy) acoplada ao microscópio eletrônico de varredura, disponível
no LCM da UFSC, Florianópolis. A identificação da energia dos raios-x gerados após a
incidência de um feixe de elétrons na amostra permite identificar qualitativamente a
composição química do material na região de análise e identificar a presença das nanopartículas
nas membranas durante os ensaios em MEV.
As propriedades térmicas das amostras de PLA grânulo, PLA eletrofiado com e sem
NPsZnO foram determinadas utilizando o equipamento DSC NETZSCH 214 Polyma da
fabricante NETZSCH Instruments®, no LTE da UFSC, Campus Blumenau. As massas das
amostras foram medidas em um porta amostra de alumínio de formato cilíndrico e fechadas
hermeticamente. O ensaio foi conduzido sob atmosfera inerte de nitrogênio sendo realizados
em duas varreduras para cada amostra:
∆Hf
𝑋𝑐 = ∗ 100 (1)
∆H°f∗∅
O grau de cristalinidade (Xc) das amostras foi determinado segundo a razão entre a
entalpia de fusão observada na análise (∆𝐻𝑓) e a entalpia de fusão do polímero 100% cristalino
−1
(∆𝐻°𝑓), no caso do PLA ∆𝐻*𝑓 = 93,7 𝐽. 𝑔 , considerando a fração em massa do polímero
presente na membrana (∅) (CANEVAROLO JR, 2010).
50
Figura 18 – (a) Máquina de ensaio de tração; (b) Corpo de prova, membrana de PLA.
(c) Ensaio de tração.
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES
Figura 21 – Micrografia ótica das fibras eletrofiadas, (a, b) Amostra de 16%m PLA,
(c,d), Amostra de 18%m PLA, (e,f), Amostra de22%m PLA. Objetivas de 20x e 50x.
1%m NPsZnO
2%m NPsZnO
4%m NPsZnO
6%m NPsZnO
Membrana de PLA
Puro (0% de NPs)
A distribuição dos valores de diâmetros médio das fibras pode ser observada através
de histogramas, Quadro 3, que relaciona o diâmetro das fibras com a frequência sob as imagens
de MEV. Para as amostras contendo NPs houve um aumento no diâmetro das fibras a partir de
maiores concentrações entre 2% a 6%m de NPs. Porém, quando se observa a relação do tempo
de dispersão das NPs em solução, membranas com 60 min de ultrassom apresentam maior
dispersão de resultados considerando distribuição de diâmetros.
As condições de eletrofiação levaram a fibras com diâmetros médios entre 400 e 800
nm, que compreende a faixa de tamanho de fibras aplicadas a máscaras de não tecidos, valores
acima do resultado obtido para membrana controle sem as nanopartículas. As membranas com
1%m, apresentam frequência de 58% para faixa de diâmetros entre 200 - 400 nm, já para
membrana com 2%m de NPs diâmetros entre 400 - 500nm compõem 32% da frequência de
fibras, considerando também a morfologia das fibras obtidas a membrana com 2%m de NPs
apresenta melhor relação entre tamanho e morfologia tanto para processos conduzidos a 30 e
60 minutos de ultrassom, o aumento da concentração de NPs sugere a obtenção de fibras com
menor incidência de defeitos, porém com um aumento do diâmetro médio das fibras devido à
maior dificuldade de estiramento da solução.
61
Figura 25 - Espectros de EDS, (a) PLA sem nanopartículas, (b) PLA com 1% de NPsZnO, (c)
PLA com 6% de NPsZnO, amostras com 60 min de ultrassom.
Zn
Zn
Vale ressaltar que os resultados de EDS são qualitativos para estes elementos, contudo
através da relação percentual em massa dos elementos, (Tabela 3), fica evidente o indicativo
que, para membranas com maior fração de nanopartículas, o sinal é mais intenso e o valor de
fração mássica do elemento zinco é maior, evidenciando a presença das NPs nas membranas e
a diferença de concentração entre membranas com 0%, 1% e 6% em massa de NPsZnO.
Elemento
PLLA puro PLLA/1%NPsZnO PLLA/6%NPsZnO
(%m)
Para verificar a presença dos grupos funcionais característicos do PLA foi realizada a
espectroscopia no infravermelho por transformada de Fourier (FTIR), em amostras de PLA em
grânulo, matéria prima, e nas membranas de PLA sem nanopartículas e com diferentes
porcentagens de NPsZnO. A Figura 26 apresenta os espectros obtidos na análise de FTIR.
A identificação dos grupos funcionais foi possível com base em valores de vibração
expressos na literatura (Tabela 4). Nos espectros das amostras sem carga, PLA grânulo e
membrana de PLA puro, as bandas observadas são aquelas características do PLA: a banda em
torno de 2996 e 2946 cm-1 (Picos P1 e P2) característicos dos grupos vibracionais CH3 e CH2,
respectivamente, em torno de 1751 cm-1 a banda característica do PLA (Pico P3) relacionado
ao grupo C=O; entre 1450 e 1350 cm-1 (Picos P4 e P5) bandas que representam os grupos CH3,
C-O e CH. Por fim, as bandas em 1183 e 1085 cm-1 (Picos P6 e P7) se relacionam ao
estiramento e vibração C-O-C.
64
Figura 26 - Espectros de FTIR amostras PLA grânulo, membranas de PLA puro e com NPsZnO.
Como pode se observar, assim como não há significativas mudanças entre os espectros
do PLA em grânulo e o PLA puro, as amostras contendo nanopartículas apresentam espectros
similares ao de PLA puro e PLA em grânulo, aparentemente indicando que as nanopartículas
de óxido de zinco acabaram por não interferir na vibração dos grupos da cadeia polimérica do
PLA. Na Tabela 4 se especificam os valores dos picos analisados e seus respectivos grupos
vibracionais segundo a leitura de referência de POZZA JUNIOR (2018).
1° Aquecimento 2° Aquecimento
Amostra
Tg Tc Tm Xc Tg Tc Tm1 Tm2 Xc
PLA Grânulo 56,5 * 157,2 43,0 56,5 * 152,7 * 56,5
M. PLA Puro 59,8 91,1 159,1 39 57,1 121,7 151,2 157 37
M. PLA 1%m NPsZnO 60,2 94,0 158,1 38 54,7 121,6 146,8 153,3 33
M. PLA 2%m NPsZnO 60,7 97,7 157,8 37 53,9 129 147,9 * 7
M. PLA 4%m NPsZnO 60,3 94,8 158,5 36 54,8 128,7 148,5 * 10
M. PLA 6%m NPsZnO 60,1 98,2 158,6 39 52,9 * 146,9 * 4
Fonte: Desenvolvido pelo Autor.
68
O evento que ocorre junto transição vítrea, como uma “aparente fusão” é devido à
relaxação molecular, normalmente aparecendo como uma transição endotérmica próximo ao
final da transição vítrea, tensões acumuladas nas amostras como resultado do processamento,
como os processos de estiramento em eletrofiação, são liberados quando material é aquecido.
A razão do fenômeno ocorrer junto a transição vítrea é devido ao fato de que nessa temperatura,
69
a amostras polimérica passa de um estado rígido para uma estrutura mais flexível e sua
mobilidade permite aliviar as tensões condicionadas pelo processamento (CANEVAROLO JR,
2004, MOTHÉ; AZEVEDO, 2009). Esse comportamento desaparece nas curvas de DSC do
segundo aquecimento, por essa razão, a Tg é determinada no segundo aquecimento das
amostras.
O PLA puro assim como as amostras com nanopartículas de ZnO apresentaram picos
de cristalização a frio no primeiro aquecimento. Esse pico de cristalização surge devido a
processo de solidificação rápida do polímero, não possibilitando o crescimento dos cristais
assim, quando a amostra é aquecida e energia é fornecida para o sistema os núcleos cristalinos
sofrem um crescimento a uma taxa elevada, dando origem a um processo de recristalização,
que ocorre a temperaturas inferiores a temperuta de fusão do polímero (CANEVAROLO JR,
2004). Avaliando os picos de fusão das membranas com ZnO, observa-se um deslocamento de
157°C do PLA em grânulo para aproximadamente 158°C, para amostras eletrofiadas. Além
disso, o PLA exibiu um único pico de fusão, Tm, em aproximadamente 159°C para amostras de
PLA puro e com NPsZnO. O grau de cristalinidade observado para a membrana eletrofiada de
PLA puro foi de 39%. A adição das nanopartículas de ZnO, não teve uma influência
significativa nos valores de cristalinidade das membranas eletrofiadas, indicando que apenas os
processos de estiramento das cadeias poliméricas na eletrofiação já garante altos valores de e
com a introdução do ZnO em diferentes concentrações não há expressiva interferência o grau
de cristalinidade. A fim de avaliar o impacto das nanopartículas de forma independente do
processamento foi realizada uma segunda medida em DSC, após o primeiro ensaio de
aquecimento e resfriamento, para apagar o histórico térmico do polímero.
Avaliando o impacto das nanopartículas de forma independente do processamento foi
a partir da segunda varredura em DSC, após o primeiro ensaio de aquecimento. Figura 30, foi
possível verificar que as temperaturas de transição vítrea para as amostras de PLA estão com
Tgs próximas de 57°C tanto para amostras de PLA em grânulo quanto para o PLA puro
eletrofiado, já as amostras contendo ZnO as temperaturas de transição vítreas foram levemente
reduzidas para valores entorno dos 54°C. Esse resultado indica que as NPsZnO permitiram
maior mobilidade das cadeias poliméricas e assim uma redução da temperatura de transição
vítrea.
70
Das temperaturas de fusão fica evidente os picos duplos para as amostras de PLA
puro, 0% NPs e PLA contendo 1% de ZnO, como é bem observado na literatura as fibras de
PLA cristalinas podem apresentar diferentes morfologias cristalinas, como estrutura α , com
morfologia de cadeia lamelar dobrada, e a estrutura β metaestável, com uma morfologia de
cadeia estendida em “ziguezague” planar. Estes são notados por dois picos distintos próximos
entre si no ponto de fusão (OLIVEIRA et al., 2013), a medida que o teor de ZnO aumenta a
intensidade dos picos diminui e se tornam apenas um único pico. Com a presença das NPs há
uma redução da temperatura de fusão do PLA, esse efeito pode estar associado a redução da
intensidade de ligações secundárias na fase cristalina, pela presença das nanopartículas entre as
estruturas cristalinas que por consequência reduzem também a cristalinidade do PLA.
71
com valores de tensão máxima igual a 2,1 ± 0,2 MPa. Para concentrações superiores a 2%, a
tensão máxima é reduzida, esse resultado pode estar associada a presença de agregados de NPs
presentes nas fibras que agem como pontos de tensão e levam a falha prematura (SHANKAR;
WANG; RHIM, 2018).
As amostras com 1%m de ZnO apresentaram valores de tensão máxima similar as
amostras com menor resistência e maior concentração de ZnO vale ressaltar que a morfologia
das fibras para membrana com 1%m de ZnO conta com fibras com maior incidência de defeitos
e fibras rompidas ao longo da amostra como observado em MEV o que pode estar relacionado
ao valor inferior em relação a membrana controle.
Já em relação a rigidez do material, o módulo de elasticidade das amostras apresenta
maior valores similares estaticamente para amostras com 0, 1 e 6%m de NPs. Em contrapartida,
amostras com 2% e 4% de NPs apresentam módulo de elasticidade inferiores, entre 46 ±7 e 43
±3 MPa, sugerindo maior flexibilidade nessas condições. A deformação das amostras não
apresentou significante diferença entre os valores de amostras com e sem a incorporação de
nanopartículas, vale ressaltar que os dados foram tratados usando análise de variância
(ANOVA) através do software Excel 2019,e teste de Tukey foi utilizado para determinar a
diferença estatística dos valores médios com significância expressa em nível de 5 %, ainda
assim, para compreender melhor o desempenho mecânico de membranas eletrofiadas sugere
se, aumentar o número de corpos de prova e com isso a confiabilidade dos resultados obtidos.
74
5 CONCLUSÃO
apresenta Tc, indicando que o processamento de eletrofiação e NPs induz a nucleação de cristais
e proporciona a ocorrência de cristalizações a frio.
A partir das curvas da segunda varredura de DSC foi possível constatar uma
diminuição das temperatura de transição vítrea do PLA, possivelmente associadas a
interferência do ZnO que promoveu maior mobilidade das cadeias poliméricas a cristalização a
frio foi observada na amostra de PLA puro com a introdução de NPsZnO, as temperaturas se
deslocam para maiores valores, até o momento em 6%m de ZnO a Tc não é mais observada,
sugerindo que as NPs agem de forma heterogênea na nucleação de cristais para o PLA, da
mesma forma a temperatura de fusão é influenciada pela presença das nanopartículas que
reduzem as temperaturas, à medida que NPs são incorporadas.
Das análises de ângulo de contato, para avaliar o caráter hidrofóbico das membranas
de PLA, com a adição do óxido de zinco o caráter hidrofóbico é diminuído conforme a
proporção de ZnO aumenta, contudo, não ao ponto de mudar o caráter hidrofóbico da
membrana, indicando que o método de incorporação das NPs, por meio da solução polimérica,
diminui o impacto da carga hidrofílica sob o caráter hidrofóbico do PLA, assim pode garantir
mais uma funcionalidade a membrana pela repelência a líquidos. Dos resultados de análise
mecânica fica evidente a redução da tensão máxima para membranas com maior incidência de
defeitos. Contudo, a amostra com 2%m de ZnO teve resistência equiparável a membrana de
PLA puro, considerando que essa amostras apresentou melhor condição morfológica das fibras
obtidas. Vale destacar que para melhores resultados em ensaios mecânicos o número de amostra
deve ser maior, a fim de aumentar a confiabilidade dos resultados e confirmar os efeitos das
composições das fibras com e sem ZnO.
Por fim, com o desenvolvimento do trabalho foi possível obter membranas de
PLA/ZnO constituídas por fibras com poucos defeitos, as quais podem se apresentar como
candidatas promissoras para aplicações em máscaras, considerando o tamanho de fibras,
propriedades mecânicas e caráter hidrofóbico. Membranas com 22%m de PLA e 2%m de ZnO
apresentaram melhor condição na obtenção de membranas eletrofiadas considerando os ensaios
e caraterizações aplicados, este trabalho fornece não somente resultados promissores sobre o
desenvolvimento de materiais com potencial multifuncional, mas também questionamentos
sobre a influência dos processamentos e materiais nas propriedades antivirais, bactericida,
biodegradabilidade e retenção de partículas pontos iniciais que servem de fonte para novos
estudos e complementos a partir deste trabalho.
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7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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