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- Ó Abílio me emprestas o teu rapaz para me ajudar a tirar os carros de mão de areia do fundo
do “oldeiro”?
- Oh compadre Zé Maria já o mando passar para esse lado. Acácio, oh Acácio vai lá de o outro
lado ajudar o tio Zé Maria a tirar uma areia, despacha-te homem.
O rapaz desamarrou o barco que estava sempre amarrado no porto da Baralha e passou para
o outro lado, para os Chães.
- Olha Acácio pega aquele carro de mão e começa a tirar daqui e a bota no rio, ali naquele
canto.
O Acácio pegou no carro de mão, enquanto o tio Zé Maria foi limpar uns cômbaros que
estavam cheios de ervas e a levada que passava por cima do forte.
Naquele meio tempo a filha do tio Zé Maria, que estava em cima na casa da fazenda, de pelo
Acácio carregando a areia para o rio. Baixou correndo e ficou olhando para aquele rapaz de
olhos claros e tronco amplo.
Sem uma palavra foi cercando o rapaz, aproximando-se dele, mas parecia que ele não a
enxergava. Então resolveu chegar mais perto e meter-se na frente do carro de mão. Não é que
o danado desviava o carro, não olhava para ela e seguia rumo ao rio com o carro carregado de
área.
-Mas que coisa, pensava a Isaura. Nem olha para mim, nem um sorriso, nem um olá. É como se
eu não existisse. Que vou fazer?
Nestes pensamentos foi para debaixo de uma macieira, junto à presa da água a matutar no
jeito de lhe chamar a atenção. De repente levantou com uma decisão tomada. Correu em
direção ao Acácio que levava o carro de mão cheio de areia e derrubou o carro e despejou a
areia. Ficou ali a rir para ele esperando a reação.
O Rapaz mostrou-se enfadado, mas não disse nada. Voltou a encher o carro e se dirigiu para o
rio. Nisto a Isaura correu de novo e lhe virou o carro.
- Oh ti Zé olhe aqui a sua filha que não me deixa acarretar a areia. Está sempre a derrubar o
carro de mão.
- Está quieta Isaura, vai cuidar das ovelhas que estão indo para o que é dos outros. Vai logo.