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Jogo de tabuleiro pedagógico

Alíngua portuguesa ganhou um colorido especial, por causa do contato


com o tupi e se distanciou muito do português falado em Portugal. Nossa
sociedade moderna e culta, infelizmente não lhe dá valor e coloca a língua
tupi no rol das coisas inúteis, incompreensíveis e enigmáticas. Esqueceram
uma língua comprovadamente rica e bela pelos seus cultores do passado.
Portanto, buscamos trazer um pouco dessa vasta cultura para o nome
do nosso tabuleiro, Iguatemi, que tem como significado rio ondulante.
Expediente

Sandra Emília Costa


Coordenadora

Diogo Trindade
Illustrador

Liene e Thiffany
Pesquisa

Dabela Jr.
Design e Diagramação

Thiffany
Nome do Jogo

Dabela Jr.
Capa
´
sumario

Lenda do guaraná

Lenda do cavalo marinho

Lenda do Mapinguari

Lenda da vitória regia

Anhanga

Lenda do pirarucu

Bruxa

Lenda da Cobra Honorato

Caipora

Carbúnculo

MODO DE JOGAR
Lenda do
Guarana´
Em uma aldeia dos índios Maués havia um casal que não podiam
ter filhos e pediram para o Deus Tupã. Quando o menino nasceu passou
a ser admirado pela tribo. Mas isso despertou a inveja no espírito de
Jurupari, o Deus da escuridão. Um dia Jurupari se transformou em uma
serpente e matou o indiozinho, a mote do menino comoveu toda a tribo,
inclusive Tupã. Manifestando-se através de raios e trovões e a mãe aos
prantos entendeu que os trovões era um aviso de Tupã para plantar os
olhos no curumim. Poucos dias depois nasceu uma plantinha - Guaraná
Lenda do
Cavalo
Marinho
O Cavalo-Marinho do Uaicurapá ou Cavalo Marinho Parintinense
do Uaicurapá é um mito sobre uma criatura mística aquática parecida
com um cavalo terrestre, de pelos brancos, podendo ter pelos pretos
também e até escamas como peixes sendo a crina e a cauda feitas
de fios de ouro. Afirma a lenda que quem encontrar o cavalo-marinho
ficará rico. Hoje em dia, poucos amazonenses conhecem a Lenda do
Cavalo-Marinho, da Ilha do CavaloMarinho, ao longo do rio Uaicurapá.
A Ilha, também conhecida como a Ilha do Monstro Marinho, por sua
conformação semelhante à um animal gigantesco saído das águas é um
local de tradição folclórica amazonense.
Lenda do
mapinguari
Os caboclos contam que dentro da floresta vive o Mapinguari, um
gigante peludo com um olho na testa e a boca no umbigo. Para uns, ele
é realmente coberto de pelos, porém usa uma armadura feita do casco
da tartaruga, para outros, a sua pele é igual ao couro de jacaré.
Segundo esta Lenda, alguns índios ao atingirem uma idade mais
avançada evoluiriam e transformariam-se em Mapinguari e passariam a
habitar o interior das florestas passando a viver apenas no seu interior
e sozinhos. Há também quem diga que seus pés têm o formato de uma
mão de pilão.
O Mapinguari emite um gritos semelhantes ao grito dado
pelos caçadores. Se alguém responder, ele logo vai ao encontro do
desavisado, que acaba perdendo a vida. A criatura é selvagem e não
teme nem caçador, porque é capaz de dilatar o aço quando sopra no
cano da espingarda. Os ribeirinhos amazônicos contam muitas histórias
de grandes combates entre o Mapinguari e valentes caçadores. O
Mapinguari sempre leva vantagem e os caçadores que conseguem
sobreviver, muitas vezes ficam aleijados ou com terríveis marcas no
corpo para o resto de suas vidas. Há quem diga que o Mapinguari só
anda pelas florestas de dia, guardando a noite para dormir. Quando
anda pela mata, vai gritando, quebrando galhos e derrubando árvores,
deixando um rastro de destruição. Outros contam que ele só aparece
nos dias santos ou feriados. Dizem que ele só foge quando vê um bicho-
preguiça
Lenda da
´
Vitoria ´
Regia
Conta a lenda que uma bela índia chamada Naiá apaixonou-se
por Jaci (a Lua),que brilhava no céu a iluminar as noites. Nos contos
dos pajés e caciques, Jaci de quando em quando descia à Terra para
buscar alguma virgem e transformá-la em estrela do céu para lhe fazer
companhia. Naiá, ouvindo aquilo, quis também virar estrela para brilhar
ao lado de Jaci.
Durante o dia, bravos guerreiros tentavam cortejar Naiá, mas era
tudo em vão, pois ela recusava todos os convites de casamento. E mal
podia esperar a noite chegar, quando saía para admirar Jaci, que parecia
ignorar a pobre Naiá. Mas ela esperava sua subida e sua descida no
horizonte e, já quase de manhãzinha, saía correndo em sentido oposto
ao Sol para tentar alcançar a Lua. Corria e corria até cair de cansaço no
meio da mata. Noite após noite, a tentativa de Naiá se repetia. Até que
ela adoeceu. De tanto ser ignorada por Jaci, a moça começou a definhar.
Mesmo doente, não havia uma noite que não fugisse para ir em
busca da Lua. Numa dessas vezes, a índia caiu cansada à beira de
um igarapé. Quando acordou, teve um susto e quase não acreditou: o
reflexo da Lua nas águas claras do igarapé a fizeram exultar de felicidade!
Finalmente ela estava ali, bem próxima de suas mãos. Naiá não teve
dúvidas: mergulhou nas águas profundas e acabou se afogando.
Jaci, vendo o sacrifício da índia, resolveu transformá-la numa
estrela incomum. O destino de Naiá não estava no céu, mas nas águas,
a refletir o clarão do luar. Naiá virou a Vitória Régia, a grande flor
amazônica das águas calmas, a estrela das águas, tão linda quanto as
estrelas do céu e com um perfume inconfundível. E que só abre suas
pétalas ao luar.
anhanga
anhangá
Entidade sobrenatural dos silvícolas que os jesuítas elevaram à
condição de Diabo, o Anhangá é um dos espíritos mais temidos pelos
índios. Rival de Jurupari, o espírito dos pesadelos, a quem os jesuítas
também aplicaram a pecha de demônio, este Anhangá (ou Anhanga, sem
acento) era, na verdade, o espírito da caça das florestas amazônicas, e
só metia medo mesmo nos desafetos das matas.
Sua figura é garbosa, apresentando-se sob a forma de um cervo
branco de olhos em brasa, com o detalhe dos chifres cobertos de pelos.
Ao que parece, os catequistas também deram um toque piedoso na sua
figura, já que, em algum momento, o cervo passou a possuir uma cruz
bem no meio da testa (de qualquer modo, algo estranho na testa de
um demônio). Apesar da sua bela aparência, não é muito aconselhável
tentar avistar o Anhangá, pois diz-se que a simples visão deste cervo
fantasma é o bastante para deixar uma pessoa louca. E se alguém,
ainda assim, pretender caçá-lo,
é melhor esquecer: o Anhangá é uma criatura tão segura de si que,
em vez de fugir do cano de uma espingarda, põe-se a mastigá-lo
tranquilamente, como se fosse cana de açúcar.
Mas o legítimo Anhangá continuará a ser sempre o cervo guardião
das florestas.
Lenda do
Pirarucu
O Pirarucu era um grande guerreiro indígena que habitou as
planícies da Amazônia. Era conhecido por sua valentia, mas também
por sua vaidade e arrogância. Após algumas tentativas de conversa
sem resultado, Tupã resolve castigar o Pirarucu e lança sobre a terra
uma terrível tempestade que arrasta o índio para o rio, local em que
o Deus o transforma em um peixe grande, escuro, de cabeça chata
e calda vermelha que serviria de alimentação para os outros. O Índio
Pirarucu que foi transformado por Tupã, em um enorme peixe escuro
como castigo por ter um coração perverso.
bruxa
Personagem onipresente em todos os recantos assombrados do
mundo, a bruxa, no Brasil, também conheceu uma próspera divulgação.
Modelo do qual partem todas as suas parentas – das quais, por aqui,
a Cuca parece ser a mais famosa –, de modo geral ela surge com o
aspecto clássico da velha horrenda trajada de negro, o nariz comprido
com verruga na ponta, olhos remelentos, vassoura em punho, o gato
preto ao pé, o caldeirão fumegante etc.
Esta, porém, é a bruxa clássica europeia. A nossa tem alguns
adendos particulares desconhecidos da maioria das pessoas.
Nem todos sabem, por exemplo, que a bruxa tem o poder de se
transformar em coruja, morcego, ou mesmo em uma mariposa negra.
Poucos de nós sabem, também, que a sétima filha de sete irmãs está
fadada a ser bruxa. Também é parcamente sabido – especialmente nas
regiões urbanas, lamentavelmente desinformadas destas questões
transcendentes – que a bruxa tem o poder de se infiltrar nas menores
frestas, não adiantando, por isso, passar a chave na porta sem meter
algodão nas frinchas.
Crianças de até sete anos que ainda não receberam o batismo
são um dos alvos prediletos dessa criatura nojenta, pois ela adora
sorver o sangue de bebê pagão.
Segundo a crendice, há uma maneira infalível de se identificar
uma bruxa: se ela cumprimentar sempre com a mão esquerda,
podemos estar certos de se tratar de uma das concubinas do Diabo,
mesmo que a criatura se apresente com uma adorável aparência.
No norte do Brasil, não se diz bruxa, mas “feiticeira”, o que
não diminui em nada a sua periculosidade. Felizmente, por lá, não
acontecem os famosos sabás noturnos, nos quais as bruxas, montadas
nuas sobre vassouras, cruzam os céus, tendo ao fundo a silhueta
prateada da lua.
Para defender-se da bruxa, os estudiosos indicam uma série
de talismãs. A estrela de cinco ou seis pontas, as palhas secas do
Domingo de Ramos, postas em cruz, ou então um molho de fios, que
a bruxa não pode deixar de contar antes de operar os seus males, são
os mais lembrados. Muito útil, também, é espalhar facas ou tesouras
abertas, além de punhados de sal, por toda a casa.
cobra
honorato
A índia Tapuia sentiu a gravidez quando se banhava nas águas
do rio Claro. Teve os filhos nas margens do Cachoeiri, entre os rios
Amazonas e Trombetas. Vieram ao mundo na forma de duas serpentes
escuras. A mãe lhes deu os nomes cristãos de Honorato e Maria. Eram
gêmeos. Não podiam viver na terra. Criaram-se nas águas. O povo os
chamava Cobra Norato e Maria Caninana.
Cobra Norato era forte e bom. Não fazia mal a ninguém. Pelo
contrário, salvou muita gente de morrer afogada. Lutou contra peixes
grandes e ferozes. Passava o dia nadando, esperando a chegada da
noite. Quando a lua surgia no céu, ele saía da água, arrastando o corpo
pela areia. Então, Cobra Norato se desencantava. Deixava o couro da
cobra na margem do rio, e se transformava num belo rapaz. Adorava
festas. Ia dançar, ver as moças, conversar com os outros rapazes. Pela
madrugada, enfiava-se novamente no couro da cobra que deixara na
margem e mergulhava nas águas do rio.
Sua irmã, Maria Caninana, era má e violenta. Jamais visitou a mãe.
Afundava embarcações, feria peixes pequenos. Por isso, Cobra Norato a
matou, depois de uma luta terrível. As duas serpentes se engalfinharam
no meio do rio Madeira, transformando suas águas calmas num imenso
redemoinho.
Para virar homem de uma vez por todas, Cobra Norato precisava
de alguém que ajudasse a desencantá-lo. Antes de mais nada, era
necessário encontrá-lo dormindo. Depois, deveriam se jogar três pingos
de leite de mulher na boca da cobra e dar uma cutilada de ferro virgem
na sua cabeça. Ela, então, fecharia a boca e da ferida na cabeça sairiam
três gotas de sangue. Assim, Honorato ficaria homem para o resto da
vida
caipora
Segundo muitas tribos, principalmente as do Tronco Linguístico
Tupi-Guarani, o Caipora era uma entidade que possuía como função
e dom o controle e guarda das florestas,e tudo que existia nela. Com
o contato com outras civilizações não - indígenas, esta divindade foi
bastante modificada quanto a sua interpretação, passando a ser vista
como uma criatura maligna. Com o passar dos tempos muitas pessoas
ainda continuam a relatar sua aparição, isto se dá na maioria das vezes
com pessoas no interior de matas, o local onde caipora habita.
Segundo as pessoas que já viram Caipora, as características
variam e a impressão que se tem dela pode variar dependendo se
Caipora quer perturbar ou ajudar a pessoa.
Muitas pessoas afirmam que Caipora é um menino moreno
, parecido com um indiozinho, olhos e cabelos vermelhos, possui os
pés virados para trás. Outras pessoas dizem que ele parece com
um indiozinho possui uma lança, um cachimbo, já outras pessoas o
descrevem igual aos modelos anteriores porém com apenas um olho.
Caipora tem o poder de ressuscitar qualquer animal morto sem
sua autorização, para isso apenas fala para que o bicho ressuscite.
Por ser muito veloz às vezes as pessoas apenas sentem Caipora como
se fosse uma rajada de vento no mato.Para entrar numa mata com
permissão da Caipora, a pessoa deve levar sempre uma oferenda para
ela, como um Pedaço de Fumo-de-Rolo, um Cachimbo. Caipora emite
um som estridente causando que causa arrepios e pavor a todos os que
o escutam. Em algumas regiões do Brasil Caipora é conhecido como o
Curupira.
´
carbunculo
Diz a lenda que um sacristão da igreja de São Tomé viu sair a
criatura, certo dia, das águas de uma lagoa vizinha. Ela era
parecida com um lagarto, só que enorme, levando na cabeça
uma pedra tão brilhante que fazia ofuscar as vistas. Apesar da
dificuldade em capturá-lo, o sacristão conseguiu apoderar-se dele
e levá-lo para casa. Ali, ele descobriu, deliciado, que o Carbúnculo
tinha o poder de dar riquezas infinitas ao seu possuidor, além de
transformar-se, à noite, numa linda mulher.
O sacristão, então, passou a devotar todos os seus cuidados
à criatura sobrenatural, esquecido de Deus e dos homens.
A inveja, porém, falou mais forte, e os homens de bem da
cidade decidiram prender o ex-sacristão, condenando-o à morte.
O Carbúnculo, porém, veio em seu socorro e, depois de espalhar
a morte e a devastação, raptou o amigo das mãos dos seus
carrascos, desaparecendo com ele.
Diz a lenda que o sacristão vive até hoje, no cerro do Jarau,
em meio às riquezas, junto do seu amigo do peito, que à noite
continua a se metamorfosear em bela ninfa.
O personagem, porém, não é cria nativa dos gaúchos.
Segundo os estudiosos, ele está espalhado pelas regiões andinas,
e até mesmo Flaubert chegou a invocá-lo em A Tentação de
Santo Antão. Pertence ao ciclo das criaturas mágicas ocultadoras
de tesouros, tradição que vem desde os mouros e, ainda mais
remotamente, do antigo Oriente. Nas lendas mais antigas, o
Carbúnculo só desperta de cem em cem anos, quando a pedra
luminosa cai da sua testa.

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