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Lendas do folclore brasileiro e já apareceu em diversos cavalos durante a noite, dando nós e
livros, filmes e peças teatrais. Um dos fazendo tranças. Esses são sinais de que
autores que mais divulgou a lenda do o Saci passou por ali. Ele também tem
Saci foi Monteiro Lobato, que criou o o costume de entrar nas casas para
personagem Pedrinho como seu amigo pregar peças nas pessoas. Pode queimar
inseparável. as comidas que estão no fogão, ou fazer
Segundo a lenda do Saci, ele é um ser objetos desaparecerem. Às vezes até
baixinho, negro e possui apenas uma apaga velas e luzes. O Saci cria um
perna, por isso se locomove pulando redemoinho quando passa rápido por
rapidamente pela floresta. Outra um lugar, levantando folhas e sujeira.
característica marcante é o seu capuz Quando isso acontece, a lenda do Saci
vermelho. conta que é possível capturá-lo
O Saci é muito brincalhão, agitado e lançando uma peneira no meio do
travesso. Por isso ele está sempre redemoinho. Então, quem capturar o
realizando travessuras por onde passa. Saci deve retirar o seu gorro e colocá-
lo dentro de uma garrafa. Ele vive na vento, e segundo a lenda, a única os sete anos e, após esse período, vive
mata e tem um trabalho importante, maneira de captura-lo é assim: mais setenta e sete praticando suas
pois é um grande conhecedor de plantas ✓ Primeiro tem que jogar uma peneira travessuras entre os humanos e os
e ervas medicinais, ajudando a curar no redemoinho, aí o saci vai parar de animais. Por fim, ao morrer, o saci
quem fica doente na floresta. Mas se rodar e aparecer. torna-se um cogumelo venenoso.
alguém tentar pegar alguma dessas ✓ Depois é preciso muito rapidamente
ervas na floresta sem pedir a retirar a carapuça dele.
autorização do Saci vai se tornar vítima Se demorar muito ele volta a rodar e
de uma das suas travessuras. O Saci some no redemoinho. Quando perde
vive a procura de caçadores, e quando sua carapuça o saci se torna vulnerável.
encontra um na floresta fica assustando Então a pessoa deverá prender ele
para ele ir embora e não matar nenhum dentro de uma garrafa. Depois de preso
animal nem destruir a natureza. Para ele irá obedecer a pessoa que o prendeu
não ser pego o Saci consegue se ali.
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deslocar rapidamente para um lugar Acredita-se que o saci nasceu do
distante dentro de um redemoinho de broto de bambu, permanecendo ali até
5º ano B
Curupira é o nome de um com a pena de ficar perdido por dias
personagem do folclore brasileiro que dentro dos bosques, desorientado, sem
surgiu entre os povos indígenas. Essa saber nem o próprio nome, incapaz de
lenda fala de um ser mítico protetor da acertar o caminho de volta para casa e
floresta que se voltava contra aqueles sem a lembrança de quem são seus
que entravam na floresta para derrubar parentes, ou onde mora.
árvores ou caçar animais. É uma das Os índios acreditavam e temiam
lendas mais antigas do nosso folclore. tanto o curupira que muitos, quando
O curupira, de acordo com a lenda é iam entrar na floresta, prestavam
um menino de tamanho pequeno, de oferendas para garantir o favor desse
cabelos vermelhos, dentes afiados e pés ser. A lenda fala que o curupira gostava
virados para trás. muito de cachaça e fumo, mas existem
A função do Curupira é proteger as relatos de que os indígenas ofereciam
florestas. E todo aquele que derruba, ou flechas, penas de aves, entre outros
por algum outro motivo estraga objetos.
inutilmente as árvores, é punido por ele
Muitos acreditavam que o curupira aqueles que procuram indígenas não adoravam o curupira,
poderia assumir a forma de um animal propositadamente encontrar o curupira apenas o temiam.
para confundir o caçador e fazê-lo se nunca o encontrarão, porque seus pés A lenda do curupira é uma das mais
perder no mato. O caçador avistava o ao contrário dão a esse ser uma antigas presentes no folclore brasileiro,
animal, mas não conseguia capturá-lo importante vantagem: suas pegadas e o relato mais antigo dela foi feito, em
e, na perseguição, acabava ficando indicam uma direção, enquanto o 1560, por José de Anchieta.
perdido no meio da floresta. Todavia, curupira está, na verdade, indo na
muitos falam que o curupira só fazia direção contrária.
isso contra os caçadores que caçavam A lenda narra que o curupira não
por prazer. Aqueles que caçavam para gosta de estar em locais densamente
atender suas necessidades básicas não povoados e, por isso, evita estar onde
eram incomodados pelo curupira. estão muitos humanos. O ambiente
Quem encontrasse o Curupira na natural do curupira é a floresta e, por
floresta deveria amarrar um nó em um isso, os indígenas temiam tanto entrar
pedaço de cipó como forma de fugir nela. Por fim, uma última informação Escola Santa Maria
desse ser. De acordo com a lenda, importante era o fato de que os 5º ano B
O Negrinho do Pastoreio é um Diz a lenda que nos tempos da
personagem do folclore brasileiro escravidão um fazendeiro ordenou que
muito conhecido na região Sul do país. um menino negro de quatorze anos
De origem africana e cristã, a lenda do fosse pastorear cavalos e potros que
negrinho do pastoreio surgiu acabara de comprar. Após um tempo, o
provavelmente no século XIX. Foi menino voltou e o fazendeiro percebeu
muito contada no final do século que faltava um cavalo: o baio.
passado pelos brasileiros que Como castigo o fazendeiro chicoteou
defendiam o fim da escravidão. o menino até sangrar e mandou que ele
O Negrinho do Pastoreio vive nos fosse procurar o cavalo que faltava.
pampas gaúchos e sempre que alguém Aflito, o Negrinho foi à procura do
perde alguma coisa, recorre a sua ajuda animal. Em pouco tempo, achou ele
para encontrar o objeto perdido. Ele pastando. Laçou-o, mas a corda se
está sempre acompanhando de seu partiu e o cavalo fugiu novamente.
cavalo baio, cavalgando por aí.
Na volta à fazenda, o patrão, ainda ajuda quando precisam achar algum Segundo as tradições, caso alguém
mais irritado, espancou o garoto e o objeto perdido. perca alguma coisa, basta pedir ao
amarrou, nu, sobre um formigueiro Segundo a lenda, o menino foi negrinho para que o ajude e que acenda
No dia seguinte, quando ele foi ver transformado num anjo e, ainda hoje, uma vela para sua madrinha, Nossa
o estado de sua vítima, tomou um susto. fica cavalgando pelos campos dos Senhora; que o salvou do formigueiro e
O menino estava lá, mas de pé, com a pampas gaúchos o concedeu uma tropa para pastorear.
pele lisa, sem nenhuma marca das
chicotadas. Ao lado dele, estava a
Virgem Nossa Senhora e mais adiante
o baio e os outros cavalos. O fazendeiro
jogou-se ao chão pedindo perdão, mas
o negrinho nada respondeu. Com a
bênção da santa, o menino montou em O Negrinho do Pastoreio, é considerada .
um cavalo e saiu galopando pelos uma narração pesada, triste, e ao
pampas, onde até hoje as pessoas dizem mesmo tempo, de fé, esperança, Escola Santa Maria
tê-lo visto, e a quem rezam pedindo compaixão e liberdade. 5º ano B
A mula sem cabeça é um mito possui ferraduras de aço e relincha tão
brasileiro das estórias criadas na alto que se ouve a muitos metros de
tradição popular de contar histórias. distância. Também é comum ouvir o
Esse mito faz parte das lendas do animal soluçando como um ser
folclore que foram trazidos para o humano, ela costuma aparecer somente
Brasil, possivelmente, pelos durante a noite, principalmente quinta
colonizadores portugueses e espanhóis ou sexta-feira, quando a mulher era
quando desembarcaram no continente transformada em mula sem cabeça, que
americano. lançava fogo pelo pescoço e corria em
Uma das histórias mais comuns fala disparada pelas matas e pelos campos
que a mulher que se envolvesse principalmente em noite de Lua Cheia.
amorosamente com um padre seria O encantamento desaparecia no
castigada e viraria a famosa Mula sem terceiro cantar do galo, pois nesse
Cabeça. Nas narrativas lendárias, as momento, a mulher voltava à sua
pessoas a descrevem como uma mula normalidade, geralmente exausta e
marrom ou preta muito assustadora que ferida.
Existem diferentes versões de Como é comum às histórias
história da mula sem cabeça. Em uma populares, mas não se sabe ao certo
delas, conta-se que, se uma mulher quando nem em que região brasileira
dormisse com o namorado antes do surgiu essa lenda. O certo, é que é uma
casamento, ela poderia ser enfeitiçada e história contada com o firme intuito de
virar uma mula sem cabeça. Essa assustar as meninas e moças dos
versão estava ligada às tradições das povoados brasileiros desde os
famílias que buscavam o controle dos primeiros séculos. Dessa forma os pais
relacionamentos amorosos de suas buscavam manter, por meio do medo, o
filhas. Era uma forma de mantê-las nos controle das filhas e a garantia da
padrões morais da época. manutenção de princípios morais.
Uma outra versão da lenda afirma O que mais impressiona quem ouve as
que toda mulher que mantivesse estórias da mula sem cabeça é a sua
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ligações amorosas com um padre, seria característica principal, a bola de fogo
castigada e transformada em mula sem constante que tem no lugar da cabeça.
5º ano B
cabeça.
A Lenda do Boto cor-de-rosa, ou (Santo Antônio, São João e São Pedro),
simplesmente a Lenda do Boto, é uma as chamadas Festas Juninas. Vem
lenda de origem indígena que faz parte vestido de branco e com um grande
do folclore brasileiro. Ela surge na chapéu a fim de esconder o buraquinho
região amazônica, no Norte do País. que ele tem no alto da cabeça para
Reza a lenda que o boto-cor-de-rosa, respirar e para esconder o nariz
animal inteligente e semelhante ao pontudo, que se mantêm após a sua
golfinho que vive nas águas transformação.
amazônicas, com um poder especial se Dono de um estilo comunicativo,
transforma em um homem muito com boa conversa, atraente e
bonito, elegante e conquistador, que galanteador, o boto escolhe a moça
parte à procura de mulheres para solteira mais bonita da festa e a leva
seduzi-las nas noites de lua cheia. para o fundo do rio. Depois de seduzir
Normalmente ele aparece nas a jovem e antes do fim da noite, ele a
festividades de junho, nas abandona. Essa mulher engravida, e seu
comemorações dos santos populares filho cresce sem pai, uma vez que o
boto voltou retorna para o rio e a O boto cor-de-rosa é considerado
mulher nunca mais o vê. amigo dos pescadores da região
Essa lenda ajudou a popularizar a amazônica. De acordo com a lenda, ele
crendice de que, quando uma mulher ajuda os pescadores durante a pesca,
engravida e não sabe quem é o pai da além de conduzir em segurança as
criança ou então se vê abandonada pelo canoas durante tempestades. O boto
parceiro, é porque ela foi engravidada também ajuda a salvar pessoas que
pelo boto, sendo a criança conhecida estão se afogando, tirando-as do rio
como filho(a) do boto. Conta a lenda que sempre que uma
moça é tida como desaparecida, dizem
que a mesma foi capturada pelo
mamífero.