Você está na página 1de 6

Fizeram-nos acreditar que amor mesmo, amor pra valer, só acontece uma vez,

geralmente antes dos 30 anos. Não nos contaram que o amor não é
programado nem chega com hora marcada.

Fizeram-mos acreditar que cada um de nós é a metade de uma laranja, e que a


vida só ganha sentido quando encontramos a outra metade. Não nos contaram
que já nascemos inteiros, que ninguém na nossa vida merece carregar nas
costas a responsabilidade de completar o que nos falta: nós crescemos através
de nós mesmos. Se estivermos em boa companhia, é só mais rápido.

Fizeram-nos acreditar numa fórmula chamada "dois em um", duas pessoas


pensando igual, agindo igual, que isso era que funcionava. Não nos contaram
que isso tem nome: anulação. Que só sendo indivíduos com personalidade
própria é que poderemos ter uma relação saudável.

Fizeram-nos acreditar que casamento é obrigatório e que desejos fora de hora


devem ser reprimidos. Fizeram a gente acreditar que os bonitos e magros são
mais amados, que os que transam pouco são caretas, que os que transam muito
não são confiáveis, e que sempre haverá um chinelo velho para um pé torto.
Ninguém nos disse que chinelos velhos também têm seu valor, já que não nos
machucam, e que existe mais cabeças tortas do que pés.

Fizeram a gente acreditar que só há uma fórmula de ser feliz, a mesma para
todos, e os que escapam dela estão condenados à marginalidade. Não nos
contaram que estas fórmulas dão errado, frustram as pessoas, são alienantes, e
que poderíamos tentar outras alternativas menos convencionais
A Morte Não É Nada
A morte não é nada.
Eu somente passei
para o outro lado do Caminho.
Eu sou eu, vocês são vocês.
O que eu era para vocês,
eu continuarei sendo.

Me deem o nome
que vocês sempre me deram,
falem comigo
como vocês sempre fizeram.

Vocês continuam vivendo


no mundo das criaturas,
eu estou vivendo
no mundo do Criador.

Não utilizem um tom solene


ou triste, continuem a rir
daquilo que nos fazia rir juntos.
Rezem, sorriam, pensem em mim.
Rezem por mim.

Que meu nome seja pronunciado


como sempre foi,
sem ênfase de nenhum tipo.
Sem nenhum traço de sombra
ou tristeza.

A vida significa tudo


o que ela sempre significou,
o fio não foi cortado.
Porque eu estaria fora
de seus pensamentos,
agora que estou apenas fora
de suas vistas?

Eu não estou longe,


apenas estou
do outro lado do Caminho...
Você que aí ficou, siga em frente,
a vida continua, linda e bela
como sempre foi.

(Santo Agostinho)

A Idade de Ser Feliz

Existe somente uma idade para a gente ser feliz


somente uma época na vida de cada pessoa
em que é possível sonhar e fazer planos
e ter energia bastante para realizá-los
a despeito de todas as dificuldades e obstáculos

Uma só idade para a gente se encantar com a vida


e viver apaixonadamente
e desfrutar tudo com toda intensidade
sem medo nem culpa de sentir prazer

Fase dourada em que a gente pode criar e recriar a vida


à nossa própria imagem e semelhança
e sorrir e cantar e brincar e dançar
e vestir-se com todas as cores
e entregar-se a todos os amores
experimentando a vida em todos os seus sabores
sem preconceito ou pudor

Tempo de entusiasmo e de coragem


em que todo desafio é mais um convite à luta
que a gente enfrenta com toda a disposição de tentar algo novo,
de novo e de novo, e quantas vezes for preciso

Essa idade, tão fugaz na vida da gente,


chama-se presente,
e tem apenas a duração do instante que passa ...
... doce pássaro do aqui e agora
que quando se dá por ele já partiu para nunca mais!
O MENESTREL

Depois de algum tempo, aprendemos a diferença, a sutil diferença, entre dar a


mão e acorrentar uma alma. E aprendemos que amar não significa apoiar-se, e
que companhia nem sempre significa segurança. E começamos a aprender que
beijos não são contratos e presentes não são promessas. E começamos a
aceitar suas derrotas com a cabeça erguida e olhos adiante, com a graça de um
adulto e não com a tristeza de uma criança.

E aprendemos a construir todas as nossas estradas no dia de hoje, porque o


terreno do amanhã é demasiado para os planos, e o futuro tem o costume de
cair em meio ao vão. Depois de um tempo aprendemos que o sol queima se
ficarmos expostos por muito tempo. E aprendemos que não importa o quanto
nos importamos, algumas pessoas simplesmente não se importam... E
aceitamos que não importa quão boa seja uma pessoa, ela vai magoar-nos de
vez em quando e nós precisamos perdoá-la, por isso. Aprendemos que falar
pode aliviar dores emocionais.

Descobrimos que se levam anos para se construir confiança e apenas segundos


para destruí-la, e que nós podemos fazer coisas em um instante das quais nos
vamos arrepender para resto da vida. Aprendemos que verdadeiras amizades
continuam a crescer mesmo a longas distâncias. E o que importa não é o que
nós temos na vida, mas quem nós temos na vida. E que bons amigos são a
família que nos permitiram escolher. Aprendemos que não temos que mudar
de amigos se compreendemos que os amigos mudam, percebemos que eu e o
meu melhor amigo podemos fazer qualquer coisa, ou nada, e ter bons
momentos juntos.

Descobrimos que as pessoas com quem nós mais nos importamos na vida são
tomadas de nós muito depressa, por isso devemos sempre deixar as pessoas
que amamos com palavras amorosas, pode ser a última vez que as vejamos.
Aprendemos que as circunstâncias e os ambientes têm influência sobre nós,
mas nós somos responsáveis por nós mesmos. Começamos a aprender que não
nos devemos comparar com os outros, mas com o melhor que podemos ser.
Descobrimos que levamos muito tempo para nos tornarmos na pessoa que
queremos ser, e que o tempo é curto. Aprendemos que não importa onde já
chegamos, mas sim onde vamos, no entanto, se não sabemos que lugar é esse,
qualquer lugar serve. Aprendemos que, ou nós controlamos os nossos atos ou
eles vão acabar por nos controlar, e que ser flexível não significa ser fraco ou
não ter personalidade, pois não importa quão delicada e frágil seja uma
situação, sempre existem dois lados.

Aprendemos que heróis são pessoas que fizeram o que era necessário fazer,
enfrentando as consequências. Aprendemos que paciência requer muita
prática. Descobrimos que algumas vezes a pessoa que nós esperamos que nos
empurre quando vamos cair, é uma das poucas que nos vão ajudar a levantar.

Aprendemos que maturidade tem mais a ver com os tipos de experiência que
tivemos e aquilo que aprendemos com elas do que com quantos aniversários já
celebramos. Aprendemos que há mais dos nossos pais em nós do que
supomos.

Aprendemos que quando estamos com raiva temos o direito de estar com
raiva, mas isso não nos dá o direito de ser cruéis. Descobrimos que só porque
alguém não o ama doa maneira que queremos, não significa que esse alguém
não nos ame com tudo o que pode, pois existem pessoas que nos amam, mas
simplesmente não sabem como demonstrar ou viver isso.
Aprendemos que nem sempre é suficiente ser perdoado por alguém, algumas
vezes temos de aprender a perdoar-nos a nós mesmos. Aprendemos que com a
mesma severidade com que julgamos, em algum momento seremos
condenados. Aprendemos que não importa em quantos pedaços o nosso
coração foi partido, o mundo não para para que ele se cicatrize. Aprendemos
que o tempo não é algo que possa voltar para trás.

Portanto... planta o teu jardim e decora a tua alma, ao invés de esperares que
alguém te traga flores. E assim aprendemos que realmente podemos suportar
aquela dor... que realmente somos fortes, e que podemos ir muito além do que
pensamos. Aprendemos que a vida tem valor e que nós temos valor diante da
vida!
Veronica Shoffstall

Já escondi um amor com medo de perdê-lo, já perdi um amor por escondê-lo.


Já segurei as mãos de alguém por medo, já tive tanto medo, ao ponto de nem
sentir as minhas mãos.
Já expulsei pessoas que amava de minha vida, já me arrependi por isso.
Já passei noites a chorar até adormecer, já fui dormir tão feliz, ao ponto de
nem conseguir fechar os olhos.
Já acreditei em amores perfeitos, já descobri que eles não existem.
Já amei pessoas que me dececionaram, já dececionei pessoas que me amaram.
Já passei horas em frente a um espelho a tentar descobrir quem sou, já tive
tanta certeza de mim, ao ponto de querer desaparecer.
Já menti e arrependi-me depois, já disse a verdade e também me arrependi.
Já fingi não dar importância às pessoas que amava, para mais tarde chorar sem
ninguém estar a ver.
Já sorri a chorar lágrimas de tristeza, já chorei de tanto rir.
Já acreditei em pessoas que não valiam a pena, já deixei de acreditar nas que
realmente valiam.
Já tive crises de riso quando não podia.
Já quebrei pratos, copos e vasos, de raiva.
Já senti muita falta de alguém, mas nunca lhe disse.
Já gritei quando devia estar calada, já me calei quando deveria gritar.
Muitas vezes deixei de dizer o que penso para agradar uns, outras vezes disse
o que não devia para magoar outros.
Já fingi ser o que não sou para agradar uns, já fingi ser o que não sou para
desagradar outros.
Já contei piadas e mais piadas sempiada, apenas para ver um amigo feliz.
Já inventei histórias com final feliz para dar esperança a quem precisava.
Já sonhei demasiado, ao ponto de me confundir com a realidade
Já tive medo do escuro, hoje no escuro "me acho, me agacho, fico ali".
Já cai inúmeras vezes a achar que não iria me reerguer, já me reergui inúmeras
vezes a achar que não cairia mais.
Já liguei para quem não queria apenas para não ligar para quem realmente
queria.
Já corri atrás de um carro, por ele levar embora, quem eu amava.
Já chamei pela minha mãe a meio da noite para fugir de um pesadelo. Mas ela
não apareceu e foi um pesadelo maior ainda.
Já chamei pessoas próximas de "amigo" e descobri que não eram... Algumas
pessoas, nunca precisei chamar de nada e sempre foram e serão especiais para
mim.
Não me deem fórmulas certas, porque eu não espero acertar sempre.
Não me mostre o que esperam de mim, porque vou seguir o meu coração!
Não me façam ser o que não sou, não me convidem a ser igual, porque
sinceramente sou diferente!
Não sei amar pela metade, não sei viver de mentiras, não sei voar com os pés
no chão.
Sou sempre eu mesma, mas com certeza não serei a mesma para sempre!
Gosto dos venenos mais lentos, das bebidas mais amargas, das drogas mais
poderosas, das ideias mais insanas, dos pensamentos mais complexos, dos
sentimentos mais fortes.
Tenho um apetite voraz e os delírios mais loucos.
até me podes empurrar de um penhasco que eu vou dizer:
- E depois? Eu adoro voar!

Você também pode gostar