O casamento de Jesus

De vez em quando, em louvores e sermões, ouvimos falar das bodas do Cordeiro e da

igreja como noiva de Jesus. Mas será que compreendemos o real significado dessa união? Perguntas
simples parecem tão óbvias que dá vergonha perguntar “- E se eu for uma mulher casada, Jesus vai
casar comigo?” ou ainda “- Sendo eu homem, como pode Jesus se casar comigo?”. Qual é o
verdadeiro sentido deste casamento que acontecerá na segunda vinda de Jesus Cristo?
Nossa fonte de sabedoria não poderia ser outra: a bíblia. Você conhece um pouco da vida
de Abraão, mas vamos relembrar. Abraão foi o primeiro líder do povo hebreu, que ouviu Deus
mandar ele sair de sua casa, de sua parentela, e ir para a terra que Deus estava lhe dando. O Senhor
prometeu-lhe que faria a partir dele uma grande nação, mas este mesmo homem precisou esperar
muitos anos para ter um filho – Isaque – e Abraão e Sara foram pais já idosos. Certa vez, Deus
pediu Isaque em sacrifício de adoração e Abraão O obedeceu, mas não foi necessário o sacrifício,
pois ficou comprovada a sua obediência.
O tempo passou. Isaque tornou-se um homem em idade de casamento. O casamento de
Isaque com a jovem Rebeca é descrito no livro de Gênesis e afinal, se está na bíblia este casamento,
certamente há algo a se aprender com ele. Vamos lá, acompanhe comigo Gênesis 24:2-4:
“² E disse Abraão ao seu servo, o mais velho da casa, que tinha o governo sobre tudo o
que possuía: Põe agora a tua mão debaixo da minha coxa,³ Para que eu te faça jurar pelo Senhor
Deus dos céus e Deus da terra, que não tomarás para meu filho mulher das filhas dos cananeus, no
meio dos quais eu habito.⁴ Mas que irás à minha terra e à minha parentela, e dali tomarás mulher
para meu filho Isaque. “
O velho Abraão tinha um propósito: obedecer a Deus e começar uma grande família. Na
terra dos cananeus onde Abraão estava, havia muitas moças solteiras e algumas até de sangue nobre
e boa herança. Mas não deveria ser uma nora vinda de povos estranhos, precisava ser alguém que
partilhava do mesmo propósito que Abraão, alguém que entendesse a missão que Isaque assumiria,
por isso alguém da mesma parentela.
O servo obediente agiu viajando até a terra de Abraão, mas chegando lá, orou a Deus. E
orou sabiamente, pedindo a Deus que Ele indicasse a noiva que atendia ao Seu propósito, conforme
se observa em Gênesis 24:11-14.
“¹¹ E fez ajoelhar os camelos fora da cidade, junto a um poço de água, pela tarde, ao
tempo que as moças saíam a tirar água.¹² E disse: Ó Senhor, Deus de meu senhor Abraão, dá-me
hoje bom encontro, e faze beneficência ao meu senhor Abraão!¹³ Eis que eu estou em pé junto à
fonte de água e as filhas dos homens desta cidade saem para tirar água;¹⁴ Seja, pois, que a
donzela, a quem eu disser: Abaixa agora o teu cântaro para que eu beba; e ela disser: Bebe, e
também darei de beber aos teus camelos; esta seja a quem designaste ao teu servo Isaque, e que eu
conheça nisso que usaste de benevolência com meu senhor. “
E foi assim que Rebeca, a noiva, agiu quando veio ao poço. O servo explicou a ela e à
família dela o que fazia ali, e a moça aceitou logo que compreendeu o propósito do que estava
acontecendo. Em Gênesis 24:58: “E chamaram a Rebeca, e disseram-lhe: Irás tu com este homem?
Ela respondeu: Irei. ”
Por sua vez, o noivo Isaque, um homem preparado pelo seu pai e consciente do seu dever,
aceitou casar-se assim que viu Rebeca, pois diz em Gênesis 24:66-67 a:“E o servo contou a Isaque
todas as coisas que fizera.⁶⁷ E Isaque trouxe-a para a tenda de sua mãe Sara, e tomou a Rebeca, e
foi-lhe por mulher, e amou-a”.
Vamos agora meditar sobre esse casamento, e fazer uma comparação. Certamente esta
história está na bíblia para edificação do povo de Deus, então vamos imaginar em sentido figurado.
Em sentido figurado, Abraão seria Deus Pai, que enviou seu servo Espírito Santo, para buscar uma
noiva adequada – a igreja – que vai se casar com Jesus (Isaque).
Essa comparação não pode ser literal, porque Abraão é homem, e nunca foi Deus. Isaque
não é ninguém comparado a Jesus, e o Espírito Santo não é servo de ninguém. Deus Pai, Jesus e
Espírito Santo não são pessoas, são o Deus único. E pessoas são pecadoras, mortais e limitadas.
 Mas vamos usar Abraão, o Servo, Isaque e Rebeca como figuras.
Abraão (Deus Pai) tinha todos os meios para chegar ao seu propósito de formar uma
enorme família de filhos e filhas. Ele tinha condições de sustentar e proteger uma grande família,
mas precisava começá-la. O servo (Espírito Santo) saiu pelo mundo procurando, e quando
encontrou a noiva (igreja) trabalhando, tratou de a convencer para caminharem até Isaque (Jesus).
Rebeca a noiva, fez o que se esperava pois estava trabalhando e, quando perguntada disse: Sim,
quero ir! Então, Isaque submeteu-se como Jesus, casou-se e amou Rebeca como Jesus ama a Igreja.
Diante dessa comparação, observamos que o propósito de Deus vai se cumprir, e que o
casamento de Isaque e Rebeca é uma ilustração de como isso vai acontecer. O Espírito Santo está
buscando e convencendo a noiva de Jesus. A noiva de Jesus está trabalhando e se mantendo fiel e
formosa aos olhos de Deus. Jesus em breve voltará para se unir à igreja, como um só corpo.
Porque está escrito:
“¹ Não se turbe o vosso coração; credes em Deus, crede também em mim.² Na casa de
meu Pai há muitas moradas; se não fosse assim, eu vo-lo teria dito. Vou preparar-vos lugar.³ E
quando eu for, e vos preparar lugar, virei outra vez, e vos levarei para mim mesmo, para que onde
eu estiver estejais vós também. “ João 14:1-3