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REBECA, UMA MULHER COM GRANDE POTENDIAL,
TODAVIA ...
Gênesis 24:1-28
Provérbios 31:10
I. A Proposta de Casamento
Começou quase como um conto de fadas. Um rapaz solteiro muito
desejado, o único filho dum pai rico e herdeiro duma grande fortuna
(Gên. 24:34-36), andava à procura de esposa. Mesmo antes de nascer,
Deus tinha-lhe prometido que teria uma enorme descendência. Havia-lhe
dito também que faria com ele e com a sua descendência um concerto
eterno. Gên. 17:19; 12:2,3. Portanto, a mãe desses filhos e a avó dos
filhos deles tinha de ser escolhida com muito cuidado.
Isaque era esse jovem solteiro. O pai, Abraão, fez todos os
preparativos para o casamento – escolheu mesmo a noiva. Tinha enviado
um homem em que podia confiar, com tão delicada incumbência –
provavelmente Eliezer, mordomo da sua casa (Gên. 15:2-4) a Haran, na
Mesopotâmia, onde Abraão vivera anteriormente. Alguns dos seus
parentes ainda moravam lá. Parecia-lhe que alguém do seu círculo
familiar seria a melhor garantia para uma união matrimonial harmoniosa.
Eles teriam os mesmos princípios e mútua compreensão.
Embora vivendo em Canaã, Isaque não estava autorizado a casar
com uma mulher da região, porque os cananeus estavam sob a maldição
de Deus. Gên. 9:22-27. Eram pagãos, pois não adoravam o Deus de
Isaque, e o casamento com uma incrédula daria origem a um par desigual
aos olhos de Deus (2 Cor. 6:14).
Abraão, que desejava uma esposa escolhida por Deus para o seu
filho, estava convencido de que os casamentos deviam ser feitos no céu.
Rebeca, Uma Mulher com Grande Potencial, Todavia ... 2
Acreditava que Deus estava pessoalmente interessado na união de duas
pessoas. Afinal de contas, não tinha Ele criado uma esposa especial para
Adão, alguém com quem o primeiro homem pudesse desfrutar uma
felicidade perfeita?
Acreditava que Deus havia também escolhido uma esposa para
Isaque. Na qualidade de pai, podia dar riquezas ao filho, mas só o Senhor
podia dar-lhe uma esposa compreensiva (Prov. 19:14) – uma boa esposa
é um dom e uma bênção do Senhor (Prov. 18:22). Abraão tinha a certeza
de que o próprio Deus Se encarregaria da viagem, se ele lhe pedisse.
Assim, encorajou o mordomo com a promessa de que o Senhor Deus
enviaria o Seu anjo diante dele para assegurar o contato com a mulher
adequada.
Após uma viagem de cerca de 880 quilômetros, Eliezer chegou a
Haran, onde vivia Naor, irmão de Abraão. Fez duas coisas logo que
chegou. Orou pedindo ajuda, e, depois, sendo um homem prático, foi
para o lugar mais natural de ajuntamento do povoado, o poço de água.
Entardecia. Em breve as mulheres viriam buscar água.
Como é que escolheria a esposa apropriada para Isaque, dentre as
muitas que viriam ao poço? Qual delas teria Deus destinado para mulher
do filho do seu Senhor? Tudo dependia da direção de Deus, por isso
Eliezer prosseguiu em oração. Pediu um sinal pelo qual a pudesse
reconhecer: "Que a jovem a quem eu pedir água e que ofereça também
de beber aos meus camelos seja a esposa que queres para Isaque". E,
sabendo que uma pessoa pode pedir tudo a Deus, suplicou êxito para
aquele mesmo dia.
Apesar de breve, esta oração revelava o grande discernimento do
mordomo. As mulheres orientais eram muito tímidas quando se
encontravam com homens estranhos. Portanto, se uma moça lhe
respondesse com tanto à vontade, ele poderia considerar isso como
orientação de Deus.
Mas teria ele consciência de que a resposta à sua oração mostraria
também outras qualidades na jovem? Não era coisa simples tirar água
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para dez camelos. Seria necessário tirar e transportar 120 a 240 litros.
Isso exigia boa saúde e força física. A mulher que iria ser o próximo elo
na cadeia de muitos descendentes que Deus havia prometido a Abraão
precisaria de ser forte e saudável.
A ação revelaria também alguma coisa a respeito do seu caráter.
Simpatia e prontidão em servir deviam ser características da noiva de
Isaque. Eficiência e capacidade de fazer trabalho duro seriam benéficas
na existência nômade que teria de levar com o marido. Ser-lhe-ia útil
também mostrar iniciativa quando tinha idéias próprias.
Isaque, filho de pais idosos, permanecera solteiro até depois dos 40.
Era muito ligado à mãe. Não era homem de grandes feitos. A esposa
precisaria de o complementar, revelando qualidades que ele não possuía.
O servo de Abraão tinha orado silenciosamente. Ninguém ouvira o
seu pedido, senão Deus. Mal tinha acabado de orar quando algo dentro
dele lhe disse que olhasse para cima. Ali na sua frente viu uma moça
com um cântaro ao ombro. Esbelta, jovem. À medida que ela se
aproximava, ele sentia uma convicção crescente de que essa era a
resposta à sua oração. Ali estava a noiva de Isaque!
O dia começara como qualquer outro para Rebeca. Não tinha
recebido qualquer indicação de que se trataria dum dia histórico. Não
tinha a menor idéia de que estava prestes a assumir o papel principal
numa história de amor que iria enternecer os corações durante milhares
de anos, no futuro. O passeio diário ao poço era prosaico, como o de
ontem e de anteontem – mas neste dia, ao chegar ao poço percebeu uma
certa tensão no estranho que observava a sua chegada. Isso não a
contrariou. Correspondeu alegremente quando ele lhe pediu água.
Por que é que o bater do meu coração é tão leve, tão feliz – como
se aguardasse alguma coisa? – perguntava a si mesma. Parecia que algo
do exterior lhe dava asas aos pés e força extra aos braços. Queria fazer
algo de especialmente amável a este simpático velho. Por isso, ofereceu-
se para dar também de beber aos camelos. Levou muito tempo até todos
os animais ficarem satisfeitos e, todavia, aquele sentimento leve e feliz
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permanecia nela. Terminou eficientemente a árdua tarefa. Os olhos
atentos do estrangeiro não a tinham deixado um só instante. Examinava-
a em silêncio.
Quando acabou o trabalho, ele deu-lhe presentes de ouro.
Surpreendeu-a o fato de ele dar um presente tão rico pelo pequeno favor,
mas podia ver, pelas pessoas que estavam com ele, que se tratava dum
homem rico.
"Diz-me de quem és filha".
Ela notou a tensão reprimida na sua voz. Quando respondeu: "Sou a
filha de Betuel, filho de Milca e de Naor", ele inclinou a cabeça perante
Deus e louvou-O.
Quando ouviu mencionar o nome bem conhecido do seu tio Abraão,
durante a oração, e verificou que este piedoso homem tinha feito aquela
longa viagem com o principal objetivo de se encontrar com a sua família,
correu a casa a dizer-lhes.
Devido a toda aquela excitação, ninguém dormiu muito bem na
casa de Betuel naquela noite. Todos haviam chegado a uma conclusão
depois de ouvirem a história do homem – Deus estava a dirigir as coisas.
Tinham ouvido como a busca da esposa de Isaque se ancorava nas
promessas do Senhor. Como o nascimento e a vida de Isaque eram a
prova de que Deus cumpria o prometido (Rom. 4:18-21; Heb. 11:17-19),
assim deveria o seu casamento estar ligado às Suas promessas. A
confiança de Abraão nessas promessas foi a razão das suas ações. Ao
enviar Eliezer à procura da noiva. Abraão estava convicto de que fazia a
vontade de Deus, e tinha a certeza duma resposta às suas orações.
Perguntas:
1. Descreva em poucas palavras como se processou o casamento de
Isaque com Rebeca.
2. De que é símbolo o casamento? (Efésios 5:23,24,32). Que
conclusões pode tirar daí?
3. Compare Gên. 24:3 com 2 Cor. 6:14. Que pode concluir disso?
4. Que lugar tem a oração nesta história?
5. O que é que o impressiona no que diz respeito à direção de
Deus? (Leia também o Salmo 32:8; 143:8).
6. De que maneira é que o princípio bíblico apresentado em
Provérbios 20:18 se aplica ao processo deste casamento?
7. O que é que podem aprender desta história os que andam à
procura de um companheiro para a vida?
Perguntas:
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1. O que caracterizou a Rebeca do estudo anterior?
2. O que é que revela Gênesis 27 a respeito da sua fé?
3. Que atitude a caracterizou como mãe?
4. Que razões poderia ela ter tido para tomar o futuro de Esaú e
Jacó nas suas próprias mãos? (Romanos 9:10-12).
5. Foi bom para ela intervir como fez? Por quê ou porque não?
6. Ao estudar Rebeca como esposa à luz de Efésios 5:21-33 e
Provérbios 31:12, que conclusões pode tirar?
7. Aprendeu certamente várias coisas diferentes com o exemplo de
Rebeca. Enumere-as pela ordem da sua importância, e pergunte
a si mesmo que benefício prático poderão elas ter para si.