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Domingo de Páscoa: do coelho, do cordeiro ou de Jesus Cristo?

Cláudio Araújo
Março 2024

Quando a Páscoa se aproxima, rapidamente a mídia e o comércio tratam de nos avisar. Uma
explosão de chocolates e coelhos se irradia na internet e na TV, e os mercados são tomados por
corredores de ovos de páscoa. Lojas e Shoppings se fantasiam em enormes fábricas de chocolates.
Dificilmente deixaremos de perceber a chegada de uma data tão festiva. Mas afinal, qual é o
verdadeiro sentido da Páscoa? Porque o coelho comercial, o cordeiro judeu e o Salvador da
Humanidade dividem a mesma data?
Depois de meditar sobre a Palavra de Deus, e de consultar outras fontes, algumas conclusões
aparecem. Quer saber quais? Vejamos.
O simpático coelhinho da páscoa surgiu em contos da Europa medieval, mais ou menos na
mesma época em que surgiram outras famosas histórias infantis, que eram ilustradas por lobos
malvados e por porquinhos falantes. O personagem do coelho que distribuía ovinhos coloridos
desembarcou na América junto com os imigrantes europeus, cerca de 300 anos atrás, mas foi
redescoberto como uma grande jogada comercial no começo dos anos 1900. O mamífero fofinho,
com roupinhas simpáticas, que entrega delícias de chocolate em uma data tradicional, foi uma
grande sacada de marketing que, nos dias de hoje, só se compara ao Natal em termos de comércio.
Mas antes de existir o apelo comercial pelo chocolate, as famílias já se reuniam nos
domingos de Páscoa por um motivo muito, muito mais antigo; e muito, muito mais importante:
celebrar a ressurreição de Jesus Cristo. Vamos continuar e descobrir como essa celebração
começou? Então vamos prosseguir.
O povo hebreu (judeu) era escravo no Egito, por volta de 1.800 antes de Cristo, quando Deus
mandou Moisés liderar a saída do povo de Deus, em direção à terra prometida. Para convencer o
Faraó (Rei do Egito) a libertar o povo de Deus, foram necessárias Dez Pragas sobre o Egito para
convencê-lo. A décima praga, e talvez a mais mortal, está descrita em Êxodo 11:5: “E todo
primogênito na terra do Egito morrerá, desde o primogênito de Faraó, que se assenta no seu trono,
até o primogênito da escrava que mói a farinha, e todo primogênito dos animais.“
Deus não queria que tal praga atingisse seu povo, e consta em Êxodo 12 que o Senhor
mandou Moisés e Arão ensinarem aos hebreus: “³ Falem a toda a congregação de Israel, dizendo:
No dia dez deste mês, cada um tomará para si um cordeiro, segundo a casa dos pais, um cordeiro
para cada família. (…) ⁵ O cordeiro será sem defeito, macho de um ano, podendo também ser um
cabrito. (…) ⁷ Pegarão um pouco do sangue e o passarão nas duas ombreiras e na viga superior da
porta, nas casas em que o comerem.(…) ¹¹ É assim que vocês devem comê-lo: já prontos para
viajar, com as sandálias nos pés e o cajado na mão. Comam depressa. É a Páscoa do Senhor. ¹²
Porque, naquela noite, passarei pela terra do Egito e matarei na terra do Egito todos os
primogênitos, tanto das pessoas como dos animais, e executarei juízo sobre todos os deuses do
Egito. Eu sou o Senhor. ¹³ O sangue será um sinal para indicar as casas em que vocês se
encontram. Quando eu vir o sangue, passarei por vocês, e não haverá entre vocês praga
destruidora, quando eu ferir a terra do Egito. ¹⁴ Este dia lhes será por memorial, e vocês o
celebrarão como festa ao Senhor; de geração em geração vocês celebrarão este dia por estatuto
perpétuo.”
Este dia, em que Deus deixou claro que o anjo da morte atingiria apenas as casas dos
egípcios, e que levaria o povo de Deus até a maravilhosa Terra Prometida, ficou conhecido como A
Pesach.
Mil e oitocentos anos depois, as profecias sobre a vinda, a perseguição e a ressurreição do
Messias se cumpriram e, vejam só, durante os dias da Pesach, a Páscoa dos judeus! A última ceia de
Jesus com os discípulos ocorreu durante um jantar de Páscoa, na véspera do sacrifício do cordeiro
de Deus (que é Jesus Cristo).
Naquela Páscoa, o cordeiro de Deus sem defeitos foi sacrificado, e seu sangue serve para
marcar aqueles que serão livrados da morte, igual aconteceu com carneirinhos no antigo Egito. E
não é apenas isso:
As instruções para o sacrifício do cordeiro entre os hebreus no Egito era que “todo o
ajuntamento da congregação de Israel o matará no crepúsculo da tarde” (Êxodo 12:6). O
evangelho de Marcos nos explica que a morte de Jesus – o Cordeiro de Deus - ocorreu às três da
tarde (Marcos 15.34-37), e que seu corpo foi retirado do madeiro “ao cair da tarde”, conforme
ficou registrado na Bíblia em Marcos 15.42-43. Não é incrível a forma como o Antigo Testamento
confirma as profecias sobre o Messias?
Repetindo os acontecimentos do Êxodo do Egito, que agora entendemos serem parte de uma
profecia, na Páscoa dos judeus era celebrado o domingo da Libertação, e agora na Páscoa dos
Cristãos, celebramos o domingo da Ressurreição.
Quanto ao coelhinho da páscoa, não há pecado em reunir a família para celebração e um belo
almoço. Sinceramente, cá entre nós, não conheço pessoa que despreze ganhar chocolates de
presente. É uma delícia! Mas o principal motivo da Páscoa não pode ser deixado em segundo plano,
e nossas famílias precisam conhecer A Verdade.
A Páscoa não é a festa do coelho, nem uma celebração judaica. A Páscoa é o símbolo da fé
cristã, porque representa a vitória de Jesus Cristo sobre a morte. A Páscoa indica que o sangue de
Jesus marca o seu povo e que, tal qual os hebreus no Egito, seremos conduzidos à nossa Terra
Prometida, onde viveremos a eternidade junto ao Pai.
Povo de Deus, chocolate é muito gostoso, mas não desviem seu foco.
Jesus está voltando.

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