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Bom dia, nós somos alunos lá da IFPA e a gente está numa missão da disciplina

antroecologia,
fazendo trabalho baseado assim nas pessoas que têm uma liderança na comunidade,
por exemplo, a igreja católica, a igreja evangélica, os agricultores,
o agricultor mais velho da comunidade, entendeu, mais idoso.
Você é uma pessoa que tem uma história pra falar da comunidade.
E aí, aqui na comunidade do Pilônio do Oito, a gente escolheu a igreja católica,
a igreja evangélica e alguém da agricultura, né?
E aí a gente vai fazer essa entrevista com vocês, tá bom?
Como é seu nome?
Paulo Vilares Medentes Ferreira.
Qual a sua idade?
35 anos.
Você é casado?
Sim, religioso.
Qual o seu trabalho?
No momento eu trabalho na agricultura.
Você pode falar alguma coisa também relevante tanto na igreja como na agricultura,
tá bom?
Até que sério você estudou?
Terceiro ano ensino médio.
E continua?
Não.
E pretende continuar?
Quem sabe futuramente.
Continuar.
As oportunidades estão aí.
E hoje está tudo mais fácil assim pra gente estudar, porque tem internet pra
ajudar, né?
Pode fazer um curso online, um curso técnico, né?
Como se chama a sua comunidade?
Vila Paraíso, que é o 98.
Ela só está anotando, né?
Anota aí, tá bom.
Você sabe por que ela recebeu esse nome?
Vila Paraíso.
Será? Por que tem esse nome na minha comunidade?
Não.
Sabe dizer pra gente?
Ela saberia, dona, dizer pra gente por que esse nome da comunidade?
Filha, saiu o negócio.
É que tem uma ferida no meu peito, eu tô com medo até que ela fez, mas saiu.
Ela foi denominada...
A partir que ela ficou desmembrada da vila de Santa Maria da Barreira,
então ela tinha que ser registrada,
então colocaram esse nome por ser um lugar calmo,
muitos arboreiros então denominaram o Vila Paraíso por essa razão, por ser calmo.
Há quanto tempo você mora nesse local?
Desde quando eu nasci.
Então você tem quantos anos?
Quantos anos?
35.
35?
36.
Você se lembra de como era a comunidade antes?
Faz um processo de quando você nasceu, adolescência, como é que ela está hoje?
Ah, mudou muito a comunidade.
A unidade da comunidade, casas que as famílias amantaram.
Qualquer coisa mudou, porque era antes.
Educação, economia, mudou para melhor.
Com certeza.
Você acredita que a comunidade mudou muito com o passar do tempo?
O que mudou?
Olha, o que mudou?
Na questão da educação, a escola, que foi uma nova escola que fizeram,
que era outra que tinha, não era muito...
Até que cresceu tudo.
E a estrada, sempre foi assim?
Não.
Melhorou tanto, né?
Bastante.
A questão do esporte, que não tinha arena ali e tudo.
Melhorou muito bem, me lembrava.
Mudou um tempo para cá.
Apesar que eu quase não jogo na arena, é uma coisa difícil, mas os outros aí que
jogo, mudou bastante sim.
Como você acha que a comunidade é hoje?
Como ela é?
Sim, como é que ela é hoje em comparação a que era antes?
Eu acho que é muito boa para se viver aqui.
Apesar que sempre foi assim, né?
Ela teve essa calma aí, a turma aí.
Uma comunidade boa para se viver aqui.
Você acredita que antigamente era melhor para se viver, ou prefere como é
atualmente?
Eu preferia como era antes, nem como era no passado, eu prefere como ela está hoje.
Como ela está hoje, está bom.
Está melhor.
Qual a principal atividade desenvolvida aqui?
Por exemplo, pesca, horto, farinha, açaí.
A principal atividade que vocês desenvolvem aqui na comunidade?
Qual é a principal?
Pode ser mais de uma, pesca, agricultura, horta.
É porque pesca aqui não tem assim, porque maré não tem.
Aqui na comunidade, né?
Mas a agricultura aqui, horta também, quentinha, já não tem.
A agricultura familiar.
Tem outros aí que trabalham.
Mas é o que a agricultura assim?
Farinha?
É questão da farinha, de roça, né?
Tem outros que ainda tem, né?
Pesca porque não tem maré aqui próximo.
É a agricultura mesmo, em geral.
Também tem a questão do estrativismo em caranguejo, né?
Tem algumas famílias que mais trabalham em caranguejo.
Para você, é importante que existam essas atividades
de produção de alimentação na comunidade?
Sim.
É importante, é.
Não só aqui, né?
Em todas as comunidades, que é o que é importante aqui mais.
E o que vocês produzem?
Vocês levam para a cidade?
Ou é vendida aqui mesmo na comunidade?
Geralmente fica aqui, né?
Vocês vendem aqui mesmo?
Geralmente fica aqui.
Ou é mais para a subsistência de vocês mesmo, né?
Geralmente quem faz é para si próprio, né?
Para a sua família.
Você se lembra de alguma história?
Alguma lenda que é contada aqui?
Aqui na comunidade.
Você tem uma história específica daqui?
Na comunidade?
Complicou-se.
Aquela história de pescador.
De visagem.
Tem aquelas histórias de mãe do rio, né?
Tem um rio aí que fazia visagem, essas coisas.
Esse tipo de história aí que quase toda a vila tem, né?
Mas aí as pessoas se reúnem aí de vez em quando?
Agora não tem, né?
Mas antigamente tinha mais.
A história viva é que não tinha energia assim.
E já ia falar que quando vai embora energia a gente sempre se reúne.
Os velhos sempre contavam essas histórias de visagem e tudo.
Tem alguma assim específica que pode relatar rapidinho para a gente?
Olha, o vovô contava muito no nome de bicicleta aí que passava e chegava lá na
frente e caía.
Tipo que a bicicleta se desmontava.
É que ele contava bastante essa história para a gente.
História da bicicleta velha, né?
É.
A gente passava assim na rua.
História da bicicleta velha.
Que bacana.
Contava bastante essa...
Qual é a religião predominante na sua comunidade?
Aqui tem mais evangélicos, tem mais catônicos, aí com a Alva...
Acho que variam. Acho que é igual, eu acho.
Porque tem bastante evangélicos e tem bastante católicos, né?
Tem.
Porque tanto evangélico quanto católico tem aqueles que dizem ser, mas dificilmente
vão.
Tanto católico quanto evangélico.
Acho que basicamente a mesma quantia.
Como é que a gente fala?
Tão razoável.
Tem aquele católico e não católico.
As pessoas que vivem aqui têm cuidado de preservar a comunidade limpa?
Você acha que a pessoa tem essa sensibilidade?
Nós ganhamos uma pracinha, a gente vai cuidar dela.
Acho que nem todos têm essa consciência.
Mas não tem aquele vandalismo de destruir as coisas?
Não, não. A pessoa é Deus que não tem esse...
Os moradores são unidos quando se trata de reivindicar algum direito que está em
falta na comunidade?
Ah, por exemplo, a gente precisa de mais saúde, todo mundo se reúne e volta.
Geralmente, o pessoal são meio barraqueiros para isso.
É, ele reúne.
Tu te lembra essa última vez que vocês se reuniram aqui, num protesto?
Não.
O pessoal mais se reuniu quando faltava água, que passava mais de dois dias.
Já parou a estrada.
Enquanto não resolveram o problema, não liberaram a estrada.
A comunidade fica assim um, dois, até três dias.
Depois, quando eu vejo que o negócio já está querendo ser resolvido...
Tem que partir.
É, a gente tem que lutar mesmo.
Porque se não, para a gente ficar...
Ah, está tudo bem, ninguém está fazendo barulho.
Existe alguma festividade realizada neste local?
Sim, a gente realiza em novembro.
Novembro, qual é a festividade?
No Padueiro Cristo Rei.
Cristo Rei.
Novembro, qual é a festividade?
Novembro, qual é a festividade?
É a festa da comunidade.
A festividade.
A festividade do Novembro.
A festividade do Cristo Rei.
Quando vocês pedem ajuda de reforço para a prefeitura, vocês recebem apoio?
Sim, agora ultimamente a gente recebe.
Na gestão atual, não é?
Na gestão atual a gente recebe.
E antes?
Era difícil.
Só na época da política.
Na época da campanha.
Você é feliz morando neste local ou gostaria de morar em algum outro lugar?
Eu sou feliz, sim, com certeza.
Gosta muito daqui.
Para mim sair daqui só se for de muita necessidade mesmo.
Acho que é só.
O tempo que você disponibilizou para a gente está respondendo.
Muito obrigada, bom dia.
Tenho que agradecer a sua contribuição.
Saiba que essa gravação vai ser inscrita, mas vai ser preservada sua identidade.
A gente agradece muito por sua participação.

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