pouco mais sobre a dinâmica da comunidade. Tá bom. E aí a dona Raimunda gentilmente veio nos visitar e aí nós apresentamos a escola e agora eu passo a palavra para o professor Francinaldo, que também deve dar a sua acolhida aqui para Dona Raimunda, né? E a filha dela? Eliane. Então, dona Raimunda, Prazer. Boa tarde. Seja bem vindo aqui à nossa escola, né? Sua filha, dona Eliane. Aqui é a turma da primeira série H E nós estamos com um projeto sobre as comunidades ribeirinhas. Então, para poder depois a gente vai fazer o escrever a nossa entrevista, Os telefones estão aqui gravando, tá bom? Mas fique a vontade, tá certo? Tá bom. E aí a gente tem algumas perguntas para fazer para a senhora, mas eu gostei de iniciar perguntando. Eu vou fazer umas perguntas, depois a gente fazem as letras, Tá bom? O seu nome completo, a sua idade, se tem algum problema, fala a idade e a quanto tempo a senhora mora lá na comunidade de Igarapé Açu. Eu sou Raimundo e Denisa Pinto dos Santos, tenho 72 anos, moro há 63 anos na comunidade de Carapeços da Ponta Negra, que é o nome completo da comunidade. Muito bem. Obrigado pela sua disposição aqui conosco e a vontade. Então a gente vai abrir aqui espaço para os grupos fazerem as perguntas certas. Sim, porque aí vai ser com certeza 01h00 muito agradável aqui fora. Dependendo de que eu sei de que eu vivi, estou vivendo. Vou colaborar, sim. O nosso grupo aqui é formado por minha professora Suellen de Sociologia e aí o professor Francinaldo, a professora Oneide de Geografia, professor profissional de Filosofia e a professora Daniela de História. Será então a professora Daniela? Vou passar a palavra professora Daniela, porque gostaria também de dar umas palavras. A dona Raimunda. É uma satisfação tê lo aqui, né? Nossos alunos estão vão conhecer uma comunidade, né? Ele já. Estamos com várias já estudando sobre essa comunidade, mas ouvi um morador antigo da comunidade. É muito importante porque está trabalhando, porque as vivências, as suas vivências, a sua memória, então. Pode ter certeza da sua importância aqui, não é? Toda essa fala assim e eu vou falar o que eu vou lembrar. E é isso que nós queremos. O que a senhora consegue aprender nas suas memórias? E quantos anos a senhora tem de comunidade? Professor perguntou Mas quando eu fui, eu cheguei em 63 anos. Eu moro nessa comunidade. Cheguei com a idade de nove anos. Moro 63. E assim veio da cidade para a comunidade, de uma outra comunidade. De uma outra comunidade. Próximo de comunidade, pendurei. Viemos pegar a pesca dos meus pais. A família foi. Adolescente com nove anos e estou até hoje. Vivi os anos todos com meu pai. Até os 20 anos construí família e moro até hoje 63 anos. Eu faço parte dessa. De boa. Maravilha, né? Então a gente vai abrir agora o momento para as equipes, né? Fazer essas perguntas para senhora, né? E aí, senhora, você falou aquilo que você alcance poder responder. Maravilha! Muito obrigado. Gostaria de fazer a primeira pergunta. Boa tarde. Boa tarde. Gostaria de perguntar como é que surgiu a comunidade de Guarapari. É meu amor, eu vou dizer assim para você. Quando eu cheguei com nove anos para ir para a comunidade de Igarapé Açu e não era comunidade porque na época se chamava Localidade, não existia a comunidade, então já era esse nome Igarapé Açu. Né? Só que não tinha o Ponta Negra. Por quê? Porque depois de muitos anos foram surgindo várias outras comunidades de Carapeços. Muitos mesmo. Então para que se conheça Igarapé Açu e tenha destaque diferente, tem que ter uma referência como a Ponta Negra aqui em frente. O museu faz parte de Igarapé Açu, então ficou a comunidade de Carapeços da Ponta Negra. Como tem Carapeços do Mar e Carapeços do Lago Grande né? Então a nossa comunidade de Igarapé Açu é destacada pela comunidade de Ponta Negra. Era com o nome Ponta Negra que era passou da Ponta Negra. Quando eu já cheguei pra essa comunidade já existia esse nome localidade de Igarapé Açu. Então eu não sei informar vocês como foi a origem desse nome de Igarapé. É o que eu e o que eu posso dizer para vocês. Quando eu cheguei já existia esse nome Igarapé Açu, localidade de Igarapé Azul. Agora a origem desse nome, porque os meus pais e as pessoas que viveram, que moraram lá. Quando nós chegamos para a comunidade dos moradores antigos lá que fundaram, que começaram a comunidade, falavam que lá era assim, Foi um lugar aonde habitou portugueses, os portugueses no tempo da Cabanagem, que veio a Cabanagem pra cá, aquela sim revolta, aquela revolta toda. Então lá moraram os portugueses, hoje até hoje, lá na Normandia, minha casa próxima, no meu terreno, um terreno do nosso amigo, do nosso vizinho. Lá tem os os alicerces das casas que eram feitas de alvenaria na época, né, que era a casa dos portugueses lá, então a gente não sabe quem foi e quem foi que surgiu com esse nome de Igarapé Açu. Só sei dizer pra vocês que o que o meu conhecimento que eu acho que os nossos avós, nossos pais foram passando pra gente, foi sobre isso que lá existe até hoje os alicerces das casas dos portugueses. Então talvez sejam os portugueses que tenham escolhido esse nome lá. A gente não sabe. Eu não sei. O que eu posso dizer para vocês? Dona Raimunda, assim como a senhora fala, o que eu posso dizer para vocês? E muita gente agradece. Aí a senhora fala de localidade que antes não era chamada de uma localidade de comunidade. Sim, localidade. Tem memória, mas quando ela passa a ser chamada de comunidade. O tempo não conta. Novo ano, mas assim que período assim ela começa a ser chamada? A partir de que momento os. Moradores começam a. Era de comunidade e quando surgiu para através dos estudos através do de Belém, dos deputados que foram estudando. Então, em vez de ser localidade, surgiu essa ideia de ser comunidade, porque comunidade é uma coisa em comum pra todo mundo. Todo objetivo que vai para uma comunidade que seja comum, a bem de todos. Então, se achou que seria melhor ser comunidade, de que localidade se tornaria um nome mais concreto para uma comunhão com o coletivo das pessoas, né? Próximo. Boa tarde. Boa tarde. O senhor saberia dizer qual e quais os primeiros moradores da comunidade? Meu amor, é como eu falei pra você e aquilo. Os primeiros moradores da comunidade lá da localidade comunidade foi os portugueses. Depois vieram as famílias e que foram se juntando. Como tinha naquele tempo que ninguém era dono da terra, todo mundo que precisava ia procurar uma terra pra se colocar, né? E todo mundo chegava lá. De chegar lá eu vou medir tantos metros, tantos metros e meu. Aí o outro chegava até aqui e o teu vou pegar daqui até lá, na frente é o meu. Então foram se colocando as famílias ali para morar naquele naquele pedaço de terra ali que alguém que já visitou o restaurante ou já foi na comunidade algumas vezes, sabe como é a comunidade. Então cada um foi se tornando dono, né? Era, tinha o coronel. Acho que vocês conhecem alguém da família em Biriba ou Antônio em Biriba. Nem Biriba o pai dele era. Eu conheci o pai dele, que era o coronel Mário Biriba era dono de terra lá. Então essas pessoas, essas pessoas que tinham o poder aquisitivo de adquirir mais terras lá, Paulo Corrêa foram as pessoas que mais tiveram terra lá da comunidade que tem ainda, né, que tinham condições de chegar lá, pagar alguém pra medir tantos metros e ficar com a terra e cada foi as pessoas. E aí os que menos favorecidos chegando já tinha menos terra, aí tirava um pedaço pra mim, o pedaço pro outro e foi crescendo a localidade que hoje já é a comunidade. E como é que se deu a chegada da sua família naquele lugar, no lugar? Nós. Nós morávamos na área de beira de Amazônia, vindo de Pindorama e pra cá. Nós morávamos na beira do rio Amazonas e já morávamos uns tempos na Beira, nessa nessa região aí, como eu nasci pra lá, teve nove anos. Aí começou o fenômeno das terras caídas e com as terras caídas, levou a casa do meu avô, da família da minha, o pai da minha mãe. E aí nós decidimos procurar o Igarapé Açu, porque ali não caía, né? E ainda tinha a terra dos compadres da minha mãe que nós não tínhamos terra. Mas pra pegar assim pra cada um ficar com o dono. Aí já foi através do compadre da minha mãe que deu a terra deles pra gente morar lá, pra nós chegarmos na comunidade. Foi através do fenômeno da Terra Caída que a gente morava muito tempo na região de beira do rio Amazonas. Aí a necessidade, o medo de morrer também com as terras caídas fez. A gente fez a gente procurar um abrigo mais tranquilo pra viver, né? Próximo. Boa tarde Gabrielle, boa tarde. Eu queria saber. Qual é a principal fonte de renda da comunidade? É meu amor, hoje. Hoje eu posso dizer para você que eu amo meus até passado meus pais. A gente viveu da agricultura no tempo da juta, ou era o trabalho que era a fonte de renda na comunidade? Pesca A pesca também. Hoje não se trabalha mais com a Junta. Não tem como. Não tem mais terra pra trabalhar com juta, porque as Terras Caídas está ficando próximo do igarapé hoje e não tem mais condição de trabalhar. Ninguém pode mais derrubar a mata também porque a o meio ambiente também. É preciso a gente cuidar também do meio ambiente. Hoje a economia dos igarapés. E da pesca. Né? Da pesca porque eu sou pescador aposentada pela D20 e do de 2021 pra cá eu me tornei uma empreendedora com pequeno restaurante lá na comunidade, o restaurante da Tip e é a nossa fonte de renda e a pesca, que é do que a gente sobrevive, né? Quem tem o meu filho tem um gado e o gado também é a fonte de renda dele, mas já é pouco. Os criadores eram muito, Hoje não tem mais, quase só tem dois Criador, que é o meu filho, mas um outro senhor lá na comunidade. Por quê? Porque é mesmo porque as terras estão ficando pouco, até tendo muita terra caída, né? Muitos problemas agora, hoje em dia a comunidade dos moradores do meu tempo que eu cheguei, meu pai e minha mãe não existe mais. Dos moradores antigos só existe eu e meu esposo, os veteranos da comunidade. Só nós damos o resto. Tudo já foram pra glória e nós estamos lá na batalha pela sobrevivência. Dona Raimunda, A senhora falou das economias passadas e hoje a comunidade vive da pesca e a gente faz a questão do empreendedorismo. No restaurante, Sim. Aí a senhora falou que antes também se viveu. Ele ajuda a sua família, trabalhou com ajuda e muito. Então diga como era essa economia da ajuda para eles. E assim meu pai a gente deu. Todo ano tinha que fazer um roçado novo, derrubar a mata, tantos metros de terra, derrubar, fazer a derrubada para plantar ajuda, né? Derrubava, deixava pegar aquele tempo de sol pra poder queimar. Depois. Ia fazer aquele trabalho de limpeza para depois, quando começasse a chuva em novembro, dezembro, começar a plantar. E era o trabalho bom, mas muito sacrificou isso pra gente que eu, meus irmãos todinho. Nós éramos 14 irmãos. Só não ia o pequenininho por roçado trabalhar, mas ele ia ficar na rede dormindo na beira do roçado pra gente ajudar nossos pais, trabalhar na limpeza da juta quando chegava no tempo do inverno. Colher ajuda, Cortar, afogar, né? É um trabalho muito sacrifico. Eu digo meus filhos, eu conto pra eles. Olha, quando tá chovendo muito eu digo assim Olha, me lembro quando a gente era jovem, que eu ia pro roçado lavar juta, eu e os pessoal que trabalhava com meus pais e a gente ficava assim de chover. A chuva chovia. Eu ficava dentro d'água, com água até por aqui, batendo o queixo assim em cima do asfalto, deixando a chuva passar pra lavar junto. E era um sacrifício muito grande pra poder a gente tirar o nosso sustento, né? Era muito, foi muito. Sacrificou para minha família. Hoje eu digo meus filhos, já era tempo bom, já passou, passou, não tem por bom, tá hoje. Hoje nós estamos vivendo o tempo bom. Naquele tempo a gente não tinha um motor, a gente não tinha uma rabeta, A gente vinha pra cidade que é muito longe, nessa minha filha, que acho que ela não sabe onde, onde nós morava ali, que era muito, muito em cima da minha casa, dentro do igarapé, a gente vinha de canoa, remando para a cidade tão aberta. E eu fiz tudo isso na minha vida. Era verdura. Minha mãe trabalhava com verdura também e eu vendia verdura, vendia melancia, vendia lenha. E estou aqui hoje com 72 anos, para contar essas histórias para vocês. A senhora lembra? Ê essa juta que vocês trabalhavam era vendida para quem não era, lembra? Lembro pouco aqui aonde é hoje, aqui perto do mascote. Ali a gente vendia meus pais. 23 Entrego um dia junto pra eles, que era o japonês Altus e senhora. Pode explicar sempre qual era a dinâmica de lavar ajuda? Como é que fazia o que tinha que lavar? Porque a gente, vamos dizer, vocês, esteja vivo assim, numa foto, O plantio da Malva, que hoje ainda tem a malva aqui na nossa região, ajuda também se cultiva. Parece que em Juruti também Alenquer é um tipo de planta que lá ela cresce direto, assim como um bambu, né? Não tem quase galhos, só tem que ali em cima e aquilo tem que cortar e juntar bastante eles para fazer os feixes. O que é festa? É juntar um monte assim né? Amarrar aquilo na cabeça, medida de ponto, corte, amarrar no meio mais na ponta pra depois lá folgar ele juntar um monte daqueles feixes amarrado, colocar uns paus em cima daquela daquela juta para amassar ela para ir para o fundo, para poder apodrecer a casca dela, as folhas. Aí com dez, 12 dias, aí ela tem tempo de lavar, aí vai se puxa tudinho aqui, faz o jirau assim, ó, onde é que fosse essa mesa aqui. Aí faz aquele jirau para três, quatro pessoas. É bem grande. Aí puxa, cada um pega um feixe aí, puxa, aqui em cima ela já tá só aquela fibra com o pau dela, que é o bagaço dela. Aí só vai quebrando e já descascando e puxando. Vai puxando, puxando a coisa que vai saindo tudinho. O talo dela vai saindo, vai ficando só aquela fibra dela. Depois você junta aquilo, lava, sacode, sacode. Ela é uma mão de obra muito sofrida, Mas a gente sobreviveu. Próximo. Meu nome é Raquel. Eu queria saber quais são as dificuldades que a comunidade enfrenta durante o período das cheias. Não achei assim, porque para nós lá, toda a comunidade ribeirinha que vai nesse tempo, agora nós estamos vivendo em pleno. Verão o intenso de verão que eu, com 72 anos não tinha visto no verão que está esse ano. Então não tem no inverno e nós temos dificuldades assim, se você está em casa, você não tiver um transporte para você se locomover, pra ir aqui ou ali, você fica dentro de casa, você depende de ter um transporte para sair de casa. Então se você. Se você tem um transporte, você tem tudo, porque você vai pra onde quer uma canoa, num bote, alguma coisa você se locomove, você tem que se si se movimentar, mas se não tem, você vai ter que ficar dentro de casa esperando até que apareça um bote, marcador ou um transporte pra você sair, né? E não é a dificuldade nossa, no inverno só é isso. Mas temos facilidade hoje para o nosso trabalho de restaurante. E quando nós temos mais visitantes, mais clientes no restaurante e pelo inverno que tudo fica fácil, né? Fica tudo cheio. O povo gosta de ir por causa do banho que atravessa. Entra pelo igarapé, Meu esposo quando vem buscar o cliente, entra pelo cara a pé. Aí já tem uma saída que a gente já falou que vai pro Rio Tapajós, Aí ele já vem pelo Tapajós trazer o preço da cidade. Então pra nós o inverno é muito melhor. Próximo. Metade do tamanho de uma. Gostaríamos de saber. Quais os desafios da comunidade. Em relação ao direito a direitos básicos como a saúde, educação, transporte. Mas é assim. Eu quero falar para vocês o seguinte a nossa comunidade eu sempre eu digo até meus clientes que me procuram saber. Diga como é que funciona em cada peça. Agora peço por isso A nossa comunidade. Eu considero a comunidade um bairro da cidade. Ela é bem aqui, ó, De lancha. Você leva cinco ou oito minutos pra chegar no restaurante do Jacaré ou no restaurante da Tita. No nosso barquinho leva 20 minutos do casa. Hoje nós não temos. Nós não temos acesso à saúde. Nós não temos uma visita de um agente de saúde. Nós não temos educação na educação. Nós não temos porque já tivemos Windows em. 98, 99 e até 2001 escola funcionou lá, que era dez, 12 crianças. Como ficou? Não tinha mais turma para formar continuar a escola. Aí teve que parar a escola. Hoje, as crianças, meus netos, moram aqui na cidade para estudar, porque não tem escola na comunidade e os que moram lá, os pais é que trazem para a cidade para estudar, porque nem o transporte eu já busquei para ver se conseguia trazer as crianças com segurança para trazer e levar para seus pais. Não consegui. A prefeitura não dava porque pouca criança não tem condição de da prefeitura pagar o transporte para essas crianças estudarem. E as crianças que estudam que moram lá os pais vem trazer de manhã, sai de casa às 06h30 pra trazer as crianças para a escola. Aí a mãe que vê a mãe tem uma senhora lá, aquela que vem trazer e vem buscar os filhos, porque ela e os dois filhos. É uma dificuldade muito grande, né? Nós não temos assim alguém que se preocupe de nos ajudar a saúde. Hoje nós temos o tratamento de de esgotos na comunidade, porque eu já corri atrás de de manilhas para fazer aquela maneira que sabe aquilo tudo, sabe o que é manilha, aqueles tubão que fazem esgoto pra gente conseguir fazer força na comunidade? Porque a gente precisa de tratamento de água? Porque pelo interior tudo é feito do buraco, como era antigamente até aqui na cidade, né? Hoje, como a gente já tem esse restaurante e mesmo a gente precisa do tratamento da água, eu corri atrás com uma amiga minha lá na Secretaria de Infraestrutura. O secretário Daniel me concedeu, na época A3A quatro anos atrás, 51 a 55 manilhas pra distribuir para os moradores e para fazer as suas costas. E só que depois desse cadastro que eu fiz que eu consegui 55 anilhas, já chegaram mais família para a comunidade. Aí eu estou com outro pedido de 40 manilhas lá no na na na semi de novo para ver se eu consigo liberar para distribuir para os outros moradores que a gente não tem assistência do poder público em nada. E o resto? O prefeito é o Nélio Aguiar. Ele conhece o restaurante do Jacaré. Ele já foi no restaurante do Jacaré, aquela comunidade Casa do Jacaré. Ele já foi no meu restaurante lá duas vezes, sabe? Mas ele nunca procurou saber e sentir que tá precisando disso, disse. A oportunidade. Aí eu deixei um ofício pra esposa dele, lá na Sé, na frente da Prefeitura da Assistência Social. E ele nunca, nunca, nunca me ligou, nem a secretária dela pra dizer que eu tinha que ir lá. Era uma conversa de um dia que ela foi na minha casa. Eu comprei. Ela disse Ah, mas eu vou tirar um tempo, pode chamar pra gente conversar. Até hoje. Então nós não temos nada, nada de assistência na saúde, no transporte escolar, em tudo lá pelo apoio do poder público. Somos um bairro da cidade, mas somos esquecidos pelos nossos. Pelo nosso poder público. Obrigada. Boa tarde. A comunidade barbear. Acesso a água potável. A água potável. Para nós é assim. Cada morador vem aqui na cidade, tem que comprar água, pegar água da torneira pra levar, que é pra gente se alimentar, fazer o nosso, o nosso, o nosso alimento. É pra gente tomar, pra pra consumir. No nosso trabalho do cotidiano a gente usa do Rio. Nós não temos um, pelo -1 posto que o poder público fosse fazer pra gente lá, pra que a gente pudesse ter o acesso a água potável pra cada um. Cada um tem que ser lá em casa, de dois em dois dias. Nós temos que pegar água aqui na torneira pra. E hoje a dificuldade está muito grande, porque o verão tá imenso lá pra casa, pra gente pegar a água do Tapajós, que é pra usar no nosso consumo do trabalho de. E nós estamos chegando quase a 500 metros de borracha pra chegar o motorzinho bomba pra jogar água pra gente. Pra gente ter essa água e pra tomar tem que buscar também de dois em dois dias aqui na cidade para a gente poder ter uma água potável. Boa tarde. Boa tarde. Queria saber qual é o índice do lixo produzido pelos moradores da comunidade? É o lixo da comunidade no inverno? Cada um traz do seu colhe o seu lixo, né? E traz para a cidade para colocar nessa lixeira ali. No verão, como hoje, a dificuldade está muito grande, longe. A dificuldade para chegar numa embarcação tá muito difícil. Então eu faço o seguinte eu reciclo o lixo que dá pra queimar, eu queimo porque não tem condição de trazer o que não dá. Tem que enterrar porque a gente precisa, não pode estar jogando aí a céu aberto, né? Então cada um faz isso. Esse nessa época desse verão que tá muito grande, hoje eu tenho a preocupação de juntar o lixo na beira do igarapé, que tá tudo seco. Aí eu vou juntando aqui e ali, acha um saco enterrado, Eu desenterro, boto pra secar, pra depois queimar. É assim que todo mundo está fazendo, cada morador na sua casa. Já. Uma vitória. E falando agora um pouco sobre cultura e. Religião e a perguntar para a senhora quais são as principais manifestações culturais e religiosas praticadas. É cultural mesmo Acima nós não temos nenhum dizer vamos fazer. Nós não temos nenhuma. Porque é como eu estava falando para vocês, nós somos uma comunidade esquecida pelo poder público. Nem nessa parte que eles podiam nos ajudar para que a nossa comunidade crescesse, tivesse mais uma forma. A estrutura do turismo. Como era uma comunidade turística muito visitada pelos turistas internacionais e nacionais aqui da nossa cidade. E a gente e nós não temos. Só mesmo a festa religiosa que tem na comunidade que é a Padroeira Nossa Senhora do Perpétuo Socorro. E a festividade dela é celebrada no segundo domingo de outubro, todo ano a festividade da padroeira. Lá fora disso, nós temos outra. Cultura assim dizer, né? Boa tarde. Olá. Boa tarde. Perguntar se existe algo mais. Em vez de falar sobre. Mais abaixo. Gente Lenda. Deixa eu lembrar aqui na vida existem histórias que é contadas e contadas por moradores antigos que vão contar alguma história que a senhora lembra que contaram lá na comunidade quando crianças. E a senhora conta? E assim eu como eu digo hoje com 72 anos e tá com uns cinco ou seis anos que morreu a senhora também mais antiga lá da comunidade, que era Dona Ana Ferreira. Ela morreu com 90 e ia fazer completar 99 anos. E a gente? Ela sempre sentava se com a gente pra contar as histórias da comunidade e principalmente, que hoje até eu passei. Já teve um conhecimento dessa, dessa um pouco dessa história de que? Do tempo dos portugueses, quando veio a Cabanagem, quando eles tinham muito dinheiro, que eles vieram por causa de matar e querer tomar tudo que eles tinham, eles enterravam tudo que eles tinham, que era joias, coisa de prata, de ouro que hoje tem. Olha, fulano desenterrou o dinheiro, tirou dinheiro. Então o dinheiro que vem das moedas de ouro de que era o dinheiro também. Já o ouro também, que era a prata, né, Porque eles tinham muito e o pessoal tirava, eles enterravam. Então muitas pessoas assim que moravam na comunidade, tiraram o dinheiro lá da comunidade, enterraram era pote, era tanque, era mesmo tipo forno, né, Desses que torram farinha cheio de dinheiro, que era justamente o ouro dos portugueses, né? E para se tornar dinheiro, o que que eles faziam na época? Eles iam para Belém, levavam para Belém, para alguém conhecido, para trocar, fazer a troca desses objetos pelo dinheiro, né? E só que quem tirava o dinheiro ali na comunidade não pode ir, não pode mais voltar a lá, porque, segundo eles, diziam que contavam que a pessoa que tirava o dinheiro voltasse pra lá, morreria toda a família. Aí não ficava, não ficava ali. Então várias pessoas fizeram isso, tiraram dinheiro por lá na comunidade e outras comunidades e se deslocaram porque deixaram tudo para trás pra não querer perder ninguém da família. Ana Raimunda Que mais? Ela contava assim de histórias para vocês? Assim ela contava alguma coisa em relação ao Rio ou outras histórias e muitas histórias ela contava. Hoje, como eu digo, assim a gente já chega numa idade, a gente já esquece muita coisa, né? Que a cabeça hoje eu digo já tem tanta coisa e preocupação de fazer isso, faz aquilo, faz aquilo, faz já. Hoje eu sou presidente da comunidade, aí trabalhei na igreja, é uma confusão e a gente vai estar esquecendo das coisas, né? Mas essa memória melhor. Que tem, está lembrando tudo isso. Eu esqueço boas coisas. Eu mesmo, uma vez em casa, eu eu. Quando eu comecei que a igreja aí na comunidade de Igarapé, a sua comodidade de igreja começou, não tinha igreja. Quando chegamos, nossos pais não tinha igreja, tinha muito morador, mas não tinha nenhuma igreja. Aí meu pai dizia assim Nós vamos ter que fazer uma igreja aqui na comunidade e nunca ninguém conseguiu fazer a igreja. Aí foi o tempo que eu casei, teve os filhos, tive sete filhos e logo no início eu casei. Católico civil, né? Dá. Consegui batizar um casal de filhos através do Padre Silva, da comunidade de Nossa Senhora das Graças. Depois não consegui mais batizar cinco porque tinha que casar católico pra poder batizar através do batismo dos meus filhos. Para me casar teve que casar e fundar a comunidade de igreja lá na comunidade de Igarapé Azul e fiquei 34 anos trabalhando a frente da igreja. Lá estou dois anos afastada, mas esse ano já voltei de novo e vou continuar até quando Papai do Céu me permitir. E. Um dia, quando não tinha igreja, já tinha, já tinha casado, tinha batizado os filhos, fazia a celebração da Palavra na minha casa. Aí, de dia de domingo, os vizinhos iam para casa para assistir, pra gente fazer celebração. Aí, quando foi um dia, um domingo de manhã, todo dia que tinha terminado, estava baixando a água e tinha saído embaixo da casa. Era a primeira onde sair até sair a terra ali. E eu levantei de manhã, fiz o café e desci. Como só tinha um pedaço de terra embaixo da casa, assim desci lá atrás jogando comida para as crianças lá embaixo. Aí eu fiquei olhando assim eu vi aquele negocinho brilhoso no chão assim, sabe? Mas como se fosse uma louça assim, muito bonita, brilhosa, assim. Parece que tinham passado um brilho ali em cima dela, brilhando aquilo. Aí fiquei olhando. Acho que é isso aqui que eu nunca vi. Todo dia eu desço aqui. Ainda não tinha visto aquilo ali, né? Aí eu fiquei pensando, olhando lá para aquilo, Aí levantei, aí bati em cima daquilo assim, Aí fez tum, tum, tum, tum. Aí eu fiquei maquinando que que eu vou pensar que é aquilo? Fiquei pensando Aí só tava eu, meus meninos, tudo pequeno. Aí quando eu olho, vem chegando primeiro o primeiro. Pra ir pra celebração. Aí e minha sogra disse Oi, o que você está fazendo aí? Aí eu falei assim pra ele vem cá, vem um negócio aqui que eu vi aqui que eu ainda não tinha visto aqui. O que que foi? Aí chegou lá. Quer dizer, rapaz, não sei o que. Que é isso aqui? Tá enterrado, aqui só tá esse pedaço de fora assim que era o lado daquele lado, assim, desse tamanho, esse de fora. Aí, o que que é isso? Minha sogra de não sei que rebate. Aí ele bateu tum tum, tum. Sabia que ele era inteiro, né? Aí ele disse assim pra mim o que a senhora diz que é isso? Eu disse Eu não sei, mas vamos já saber agora que eu já quebra pra ver o que. A curiosidade era tanto, né? Aí eu peguei um pedaço de pedra, bati em cima, pô, quebrou o pedaço. Ele tava cheio de água. Aquela água limpa, limpa, limpa, limpa dentro. Eu fiquei olhando dentro. Aí ele disse Agora vou já meter a mão aí se não me pegar a mão, né? Aí meti a mão assim dentro. Aí foi, levei para o fundo daqui, olhei pro esse lado aqui com a mão, assim, topei que era assim, tipo um pote, sabe? É pote de barro. Vocês já viram que aquele pote de barro, aquele fundo redondo? Aí meti a mão, assim passei. Aí eu tirei de lá e trouxe a mão pro outro lado e pra cá. Era a boca do pote, o pescoço. Aí eu falei Eu acho que é um pote de o que tá enterrado aqui? Ele disse agora que não fazer, digamos, desenterrar, já tá quebrado. Agora vamos desenterrar uma criatura que ele pote, que tinha uma água tão limpa como se fosse essa aqui dentro do pote e embaixo tinha uma lama assim, brilhosa, sabe? Dentro do pote. Aí tiramos aquilo. Aí vem, chega outros dois vizinhos. O que é que vocês estão fazendo aí? Vem cá, vem ver o que nós fizemos aqui. Aí virou e mexeu, virou e mexeu pra cair de velho. Aí um dos que tinham chegado a esse pedaço um pouco desse barro pra gente guardar, já pensando que, segundo as pessoas disseram porque quando você ó essas, essas coisas que aparecem pra você, tem que ser só pra você, não pode chamar outra pessoa, porque segundo a lenda, desaparece, se transforma em qualquer coisa. Tem que ser só para aquela pessoa que viu a primeira vez. Aí eu fiquei só. Como é que eu digo? Acho que ele tá pensando bem, porque isso era dinheiro que tinha, que era ouro, né? Levou pra casa dele. Aí passou uns dias aí conversando com a vizinha, ela disse Poxa, Chica, tu foste muito besta, Não era pra te ter chamado ninguém, era pra ti ter deixado pra ti tirar sozinha que tudo era dinheiro, porque aí o compadre fulano de tal já tinha tirado também uma vez e tinha dado de novo pra uma filha dela lá pra tirar. E justamente foi o que eu cuidei. Então era assim, é a segunda lenda. O pessoal diz assim quem tira não pode ficar naquele lugar, né? Tem que se mudar de um lugar para o outro. Por exemplo, se mora aqui na cidade, se tira aqui, vamos dizer aqui, daqui, nesse pedaço aqui de São Francisco, vai ter que sair daqui menos lá pro final da praia da cidade, então pra cá, pro início. Só não pode mais ficar aqui no bairro, porque segundo senão, morre alguém da família, morre toda a família. Bem próximo. A gente tinha. Não momento há qualquer coisa. Chega. Boa tarde! E a pergunta que deve fazer. Diante das dificuldades? Existe uma rede de apoio. Para lidar com os problemas enfrentados? Nós não temos. É vergonhoso até a gente dizer que, como eu estou falando para vocês, a gente se considera um bairro da cidade e nós não temos ninguém que nos dê esse apoio, a não ser hoje. Tá com três anos que o único órgão que nos dá apoio é a Defesa Civil, que na enchente eles nos dão a cesta básica. Hoje a noite de segunda feira, a uma moça, funcionária da Defesa Civil, a Charlene, me ligando, né? Que é pra amanhã a gente receber cesta básica também, que é o apoio do governo para as pessoas que estão lá, do ribeirinho, da da situação, da seca. Então é a única e a única que dá apoio para nós. E a Defesa. Civil. Boa tarde. Boa tarde. Eu queria perguntar a senhora o impacto da cheia e da vazante do rio. A comunidade. E para nós. Como eu falei de agora, só a cheia nos traz muito benefício. E quando nós temos mais trabalho nos restaurantes, que são os dois, ele acha que estão funcionando. São dois, já tem, tem mais um. Mas então não está funcionando, não estava funcionando, que está agora. No momento está tudo fechado porque não tem trânsito, o rio está tudo seco, igarapé e o tempo que a gente mais tem visitantes na comunidade, né? A comunidade também recebe muito turista. Tem os lixeiros que levam os turistas pra conhecer a comunidade. Dá através do trabalho deles, né? E na seca assim a gente não tem visitante, porque nós temos a dificuldade de alguém chegar na comunidade porque não tem o trânsito, né? Não tem como chegar. E aí a dificuldade e o impacto é muito grande para nós. Essa época do verão, que essa é uma das seca, não tá? Fala no Jornal Nacional. Há 50 anos atrás tinha dado uma seca, mas não chegou nem o que tá acontecendo hoje, né? Então o impacto é só pra nós maior. E no verão porque nos causa esses problemas da do turista não entra na net, não tem. Tem que fechar o restaurante porque não tem como funcionar, porque não tem trânsito. As pessoas chegaram. Fechado. Agora tá tudo fechado porque tá tudo terra. Igarapé da Terra só tem um pedaço de terra como daqui ali o portão por onde eu entrei e está bem baixinho assim, tá baixinho, baixinho, baixinho. Acho que é nome de barco. Tem os que estão dentro do igarapé, estão em terra, não saem, que não saíram e deixaram porque a gente era acostumado assim lá em casa, todo ano no verão fica abaixo, tem anos que fica abaixo. A gente deixa a nossa embarcação mais pra baixo da nossa casa um pouco e vai andando pela beira do igarapé. O resto fica tudo água. A gente tem como chegar perto de casa e esse ano as nossas embarcação tá tudo pra fora pelo Tapajós, porque não tem, não secou, secou que não ficou nenhuma canoa do que era perto. Então hoje está tudo fechado. O restaurante Nossa Casa do Jacaré, tá tudo fechado aqui e tem muita gente ligando pra gente para saber que quer ir almoçar, conhecer o restaurante só no inverno, quando tiver trânsito, que agora não tem como chegar nem pelo Tapajós e pelo Tapajós. Não dá. Pelo Tapajós tem muito atoleiro que atola até no meio da canela. E se tratar que tem muitos e tanto. O que aí tá é um bichinho que dá sentido aqui na cidade. Já aqui feito o mercadão, tem muito no meio da praia. É um destino assim. Tem uns que são quadradinho, que tem o triângulo e as pontas dele são todas muito afiadas, né? Aquilo te piso em cima, se não tiver cuidado, quebra dentro do pé, dentro do pé da gente. Aquilo dão problema pra gente de saúde. Aí não tem como ninguém chegar. Só a gente que já tá acostumado nessa luta, dá de viver ali pra sobrevivência, sobreviver com aquilo ali, porque tem outras pessoas que não tem costume, não vai. Próximo. Boa tarde. Quando começa. A. A partir. Na cheia. A gente que tem o meu filho tem um gado na cheia. Quando a água vai enchendo, termina já ficando pouca terra. Aí tem que retirar o gado, né, Que não pode ficar o gado lá no interior por causa que não tem como ficar dentro d'água. Aí o que se faz? Tem que trazer esse animal de barco. Desembarca aqui na feira da feira, passa para dentro de umas carretas pra levar pra colônia, onde é alugado pra se colocar esse gado que o do meu filho vai lá pro São Jorge aqui na BR. No km 92 o gado vai, aí ele passa e seis meses de primeiro era seis meses de terra e seis meses de água. Hoje a gente não sabe porque hoje tá dando maré. Tá, O que é a maré? A maré na hora que a água vem começa a subir. Quando ela sobe, ela vai lá muito em cima. Aí quando ela vaza, aquela água que tinha lá, ela vai levando junto, mas vai secando mais. Hoje está nessa situação. Então a gente não sabe se agora em novembro já era o período de estar chovendo já e até a chuva a água já está retornando, né? Hoje nós estamos dia 26, né? Só está vazando. É muito, muito, muito, muito, muito. Que é como eu digo para vocês, eu ainda não tinha visto a beira do Tapajós ficar na situação que está para nós conseguirmos água para nossa casa lá com motobomba. Nós estamos com quase 500 metros de borracha a chegar em casa pra caixa. Puxando pelo motor. Pedro Raimunda e os outros animais, os seus pets e os cachorros e galinhas. Assim cada. Lá em casa tem a casa dos cachorros, tem a casa das galinhas, porque os patos dele ficam na água, mesmo que pra ele a água quanto mais água melhor. Pra eles que dorme por cima do palco nas obras, sobe em cima da varanda da casa por lá e diz Mas as galinhas tem que ter o galinheiro que fica preso as galinhas ali dia e noite preso e os cachorros também. Porque a gente tem que ter os animais por perto da gente, né? Não pode botar todo mundo pra cidade nem pra colônia. Aí fica com a gente. São nossos guardiões de cachorros. Próximo. Mais alguém? Todo mundo já fez essas perguntas. Boa tarde. Se tratando de voto, se cada Como na comunidade nós não temos uma má secção eleitoral, né? Cada pessoa tem que ver com o seu transporte mesmo pra cá, pra cidade, para votar nas suas sessões, que já não tem nada no título, né? Como a gente não tem seção na comunidade, o próprio PT já coloca esse para onde você vai votar. A gente pergunta Você mora onde? Então vai ver uma seção mais próxima para a gente votar, né? E Colégio São Raimundo Feliz, Belo Barão. Ali há. O Ibama, a mais próximo do Rio, que se torna mais favorável pra gente, eleitor, vir e votar que lá não funciona. Nós não temos a seção eleitoral. Quais são os principais meios de transporte utilizado pela comunidade. Lá é o nosso, o nosso transporte lá. E hoje nós já temos rabeta, né? Todo mundo tem um rabeta, ninguém precisa de uma remando como eu vinha na minha época. E o rabeta, o motor rabeta na popa de uma canoa ou de uma jarra e o motor e lanchas e também baseados no nosso transporte lá pro restaurante nosso. Nós temos uma base de 11 metros, que é o nosso transporte e é canoa. É uma baseada também com motor rabeta nesse nosso serviço de casa e. E quais são os principais peixes? Que se consegue despachar la em Carapeços. Se eu te dissesse que hoje, hoje nós estamos vivendo um tempo já mais escasso de peixe na comunidade, esse peixe grande né? Porque hoje, já hoje são muitos moradores. Muito morador teve muita evasão de moradores na comunidade e hoje cada pessoa, cada morador final de semana aí leva um amigo, dois amigos, aí leva um monte de malhadeira e vai pescar. Todo mundo pesca pra cá, não respeita o acesso abaixo das árvores das, né? Mas ali a gente pesca, a gente dá com dificuldade, consegue pegar tambaqui, tucunaré na época da cheia, quando começa a vazar bastante, tucunaré, pega tucunaré de azul, de de rico, de tudo. Malhadeira todo tipo de peixe a gente pega, graças a Deus mesmo que tem muita invasão de pescadores, mas existe todo tipo de peixe na nossa comunidade. Se botar uma malhadeira miúda pra pegar pra pegar já Curimataú pra pegar aquilo tudo se pega. Graças a Deus que ainda existe, não existe mais como tinha antigamente, com fartura. Mas a gente ainda consegue pegar bem pra se alimentar. Andava ainda pelo restaurante Lava os seus clientes. Qual é, afinal. O pedido que mais é pedido nesse restaurante? É o peixe mais consumido pelas pessoas que vão lá na comunidade. É o peixe mais consumido. Nosso lar é o tambaqui, o pirarucu também. O tucunaré também é bem saído, porque assim o nosso tambaqui, o tambaqui que a gente serve lá no restaurante, ele não é regional porque ele não é regional, que a gente não pega daqui da região, porque o tambaqui nosso da região ele não presta pra assado e o povo gosta do Tamaki assado. Ele é bom pra caldeirada, para fazer aquele cozido, porque a gente ama, a gente gosta de comer, né? É o nosso da região, mas o cliente, ele gosta mesmo é do tambaqui, que vem do Mato Grosso, que ele é de represa e ele é um peixe muito gostoso. Então ele é um prato preferido no nosso restaurante. E o mais preferido mesmo é o tambaqui, Tucunaré, Pirarucu é a galinha caipira. Gente muda um pouco do seu ponto de vista. Assim, qual a importância da comunidade para o turismo e para a navegação? Isso pode? Eu acho que a maior importância para a comunidade nesse sentido do turismo, para nós é muito bom, porque a nossa comunidade se torna reconhecida, muito reconhecida lá no nosso trabalho lá. E nós já tivemos visita lá de chinês português com seus intérpretes, porque os chineses não sabem o que falar com eles. Eu só fazia confirmar. Já o rapaz que estava ajudando ele, que era o tradutor dele, que dizia ele tá dizendo isso. Então é muito, muito internacional, Já tem muito disto. Conhece na. Que o nosso restaurante também é pra gente, pra nós comunitários. Como eu sempre digo, é muito importante pra ver o crescimento da comunidade, O conhecimento da comunidade pra gente é muito bom, principalmente para o nosso trabalho de empreendedor, né? Com tudo e com o restaurante ali. Então, cada pessoa que chega lá e eu lhe encontrei na internet, eu lhe encontrei, não sei aonde eu lhe encontrei e eu disse que eu vim a conhecer a senhora e que vinha comer essa comida aqui, que todo mundo fala que é muito bom, o resto é o restaurante. Então, pra nós, o que é muito, é muito importante. É o conhecimento, o reconhecimento das pessoas que vão lá, né, que conhece, que vêm, que apreciam a nossa comunidade. Porque um dia desses eu chamei a atenção do condutor lá de turista que quando ele entra na comunidade ele vai, ele quer saber de correr dentro do igarapé. Aí eu falei pra ele Poxa, se eu. Dava a chave de ligar pouco para o nome dele. O seu. Pois é, seu Moisés, eu sei, eu estou fazendo um trabalho bom. O turista quer apreciar a natureza. Se eu entro aqui correndo, ele não quer saber se eu estava usando velocidade. Ele quer apreciar a natureza. Ele veio aqui pra conhecer, pra usufruir desse momento dele com a comunidade, né? Ah, mas as vezes o tempo já tá curto, porque tanta gente tem um tempo certo pra retornar com ele e o importante é o senhor pro senhor é bom, mas pra nós não é porque você não deixa a pessoa conhecer direito e você vem causar problemas pra gente correr com as Marias e a lancha. No tempo de inverno as nossas canoas ficam batendo na ponte, ficam batendo no esteio, fica se batendo nas coisas. Então isso aí não é bom pra gente. Eu falei pra ele É bom pro senhor que o senhor tá ganhando seu dinheiro, pra nós que estamos aqui, o senhor só está trazendo problema pra nós, né? Então, por um lado é bom, por outro, traz esses problemas pra gente na comunidade, mas dentro das situações a gente vai se entendendo e vai se superando também. Eu mudei pela localização. Assim ela funciona como. Porto de abrigo para as embarcações. Sim, na época de inverno, sim. Na época de inverno fica cheio igarapé, principalmente quando está trovejando, se formando o tempo o pessoal atravessa pra lá porque o igarapé dentro do igarapé não dá maresia, né? Então se torna um abrigo para os barcos. Aí de manhã o pessoal atravessa pra cá e agora o pessoal quando dá esses temporais agora não tem pra onde correr que tá a secura na boca, as canoas, nem canoa tá entrando mais. Mais alguém? Boa tarde. Boa tarde. Para melhorá la. Não entendi direito. Foram criados para melhorar a estrutura turística da região. Para saber se houve investimento para melhorar o turismo na região. A unidade não se pode dizer do poder público? Não. O único investimento que para melhorar mesmo foi a ideia. Primeiro foi do restaurante Casa do Jacaré, que já funciona em cinco anos e nós estamos lá com dois anos, já indo para os três. Depois da Convide Verde ter levado uma filha minha, é pra ir abrir, pra conseguir abrir o restaurante pra mim, sobreviver de uma depressão e do sofrimento de perda da filha. A única solução foi dada. Foi pensada pelos filhos, pelo neto, pelos amigos. Foi abrir um restaurante, mas abrir um restaurante aonde que eu não tinha ninguém tinha espaço. Ninguém tinha espaço. O único espaço que nós tínhamos é a casa. A casa nossa de morada, que é bastante grande, cheia de varanda. E a pessoa que foi comigo lá falou de sentir que abre um restaurante aqui na tua casa. Mas como que eu vou abrir um restaurante que não tem espaço? Não tem como. Em plena pandemia, em 2021, quando não tinha leito, não tinha vacina, só pessoas morrendo, não tinha leito nas UTI. Como é que vai abrir um restaurante aqui se a gente não está podendo nem visitar nossas famílias? Né? E eu coloquei todas as dificuldades que vocês podem imaginar pra gente, pensando numa situação que desagradável de saber que não ia dar certo. E aí, essa minha filha, o outro, o outro. Aí se juntaram as noras. Neto Quando a minha filha fez dois meses de falecida se reunir em casa, a família todinha, irmã, sobrinho, neto, uns amigos e foram lá e colocaram. Começaram a colocar na internet que ali seria um restaurante. Abriu um restaurante e colocaram colocar, mandar o vídeo pra todo mundo colocar na internet lá o local, né? E aí o pessoal começaram a procurar saber onde era que queria conhecer. Ai meu Deus do céu, como é que vem? Aí foi aquela preocupação você abrir um restaurante, você precisa de muita coisa, né? Como eu tinha feito em 2020 um curso de gastronomia e o nosso empreendedor foi o Saulo, o Saulo do restaurante, né? Ele foi o nosso empreendedor E o que ele falou pra gente que nós devíamos, quando quisesse, pensássemos de abrir qualquer empreendimento, não pensasse em ter dinheiro, mas pensasse em usar o que você tinha para usar e fazer aquilo que você queria. E foi o que aconteceu aí. Então vamos abrir o restaurante onde? Na varanda da casa, a cozinha, a nossa cozinha, os nossos pratos, tudo que a gente tem. E assim nós começamos o restaurante e quando foi no dia 20, no dia 20, começaram a ligar pra essa para o filho dela que já agendando o almoço no restaurante. Da hora que os meninos colocaram era todo mundo querendo saber porque o nosso nosso lugar lá é muito bonito, saber aonde era e quando foi. No dia 21, nós recebemos o primeiro, o primeiro agendamento, que foi o Dr. Fábio. Você sabe, né? Camargo é uma turma de amigos dele divulgado. O juiz promotor era uma base de quase 20 pessoas e a nossa varanda, o nosso restaurante. Primeiro foi a varanda da casa e depois a gente foi trabalhando e foi investindo. Hoje nós já temos o restaurante mesmo. Hoje já tem um outro espaço que eu já consegui a conseguir a graça de Deus. E assim a gente vai devagarzinho e vai organizando tudo. Então é nós mesmo. O jacaré mesmo, ele mesmo também se dispôs. A AH teve incentivo também de amigos pra fazer o restaurante. Como eu digo, hoje ele tem vindo já tem uns cinco anos funcionando. O restaurante dele nós estamos só com dois anos, mas graças a Deus também já fomos muito visitados, temos muitos amigos e muitos clientes que já passaram e que se tornaram amigos da gente. A senhora trouxe aí uns cartãozinho pra dar porque eu quero, eu quero conhecer. Agora eu tô curiosa pra conhecer. Se eu disser pra você que eu acabei esquecendo na correria. Mas tá, tá. Nós temos Instagram que a minha filha vai passar para vocês. Isso aí também, tá? A partir. Eu acho que a partir de dezembro, janeiro, provavelmente, se Deus quiser, a gente já esteja recebendo alguém, porque já vai estar com o meio de locomoção para chegar até o restaurante Dona Raimunda. E a senhora sabe quantas e quantas famílias moram na comunidade assim? E mora, mora? Nós somos 15 famílias que moram definitivo. Agora nós estamos 45 ou todos que têm casa na comunidade, mas que só vai final de semana, que mora aqui na cidade, que só vai passar a final de semana na comunidade. Mas alguém. Na ainda. A gente. A gente fica muito feliz e vê a senhora aqui. Não é como eu falei. É a oportunidade que está sendo dada para mim, para os colegas e todos os demais que não conhecem, porque a nossa região é muito rica e muito grande. Então esse trabalho. Faz com que nós aprendemos muito mais sobre as comunidades, porque a gente sai, a gente não. Tem condições de levar os nossos alunos a campo, mas vocês estão vindo trazer esse conhecimento pra gente, né? É um saber muito importante para nós. É assim, a senhora não é qualquer mulher. Por toda a entrevista que ela está tendo, toda a sua história de vida e de luta, de puxar a questão para não ter. As autoridades estão por lá. A senhora vem. Consegue. Até esqueci o nome que até ela consegue lá para fazer as manilhas. Manilhas, né? Olha só, a gente aprende até as questões de construções, as manilhas para fazer. Então vocês estão vendo um saber, né, de luta. Reivindicar as coisas para a comunidade. E assim, é uma satisfação muito grande, porque a senhora aqui, compartilhando todo esse seu saber com a gente, desde seu. É assim, eu estou encantada. Eu vou lá agora, depois de ouvir que. Eu quero que ela deixe seu contato aí, como é pra todos, né? Quando tiver a oportunidade de convidar os pais da família para conhecer a cidade que a gente julga já de. Lá na comunidade. Nós já tivemos confraternização de escola, da turma do Matheus, da escola da UNAMA. Pessoal do IESP, já tive comemoração de casamento lá no nosso restaurante, passou até na TV Tapajós em abril desse ano, né? Foi lá no nosso restaurante e graças a Deus a gente tem esse grande reconhecimento através das nossas amizades de adolescente, né? Que nós, nós, a gente tem uma amizade muito grande com o Gerardo, que é da mais sabor. O A família Pastana em geral nós conhecemos desde jovem de adolescência. Estudamos juntos o Antônio Carlos, que é dono da Daqui Pão, é meu compadre e padrinho dessa minha filha que faleceu e através deles aí a gente só vai crescendo as nossas amizades, porque as amizades deles vão levando até a gente. Vamos comemorar aniversário. A família pastando no restaurante da família dos irmãos. Lá vai tudo pra lá. Então, graças a Deus a gente tem através do nosso trabalho, a gente tem boa aceitação e a gente só só tem gratidão a Deus pelo não. Hoje eu digo pros meus filhos assim que a saudade de vez em quando eu choro muito de saudade da minha filha. Mas tenho gratidão a Deus, porque eu fico imaginando que estar conversando com meu filho caçula dizendo que ficou na pensão pensando no meu filho. Eu fico pensando o seguinte eu fui, eu cheguei aqui com nove anos, fiquei jovem, fiquei adulto, casei, teve todos vocês. Nunca passou na minha cabeça de ter um empreendimento, um restaurante, trabalhar com restaurante. Depois que nós paramos de trabalhar com juta, nós fomos trabalhar com gado, eu sei tirar leite, enfim, todo o trabalho pesado. Essas mão aqui já pegaram e não é difícil fazer e nunca passou na minha cabeça assim de hoje ter um restaurante tá trabalhando como restaurante. Aí fica na cozinha essa minha filha aqui. Aí quando não tá, eu ajudo também. Aí tem a outra, minha nora, tem as outras nora. E assim a família é reduzido, mais a família que trabalha na na do trabalho, no restaurante junto com a família, né? Mas eu nunca imaginei. Mas como eu digo, tudo é no tempo e na hora de Deus é perfeito. Então ele já tinha eu quando eu nasci, na minha, no livro da minha vida saber. Eu sabia que um dia eu ia ter que passar por esse trabalho de conhecimento de muitas pessoas e criar um laço muito grande de amizade, de amigos que fazem parte da nossa vida através do nosso restaurante e gostaria de contar com vocês nessa Já já convido vocês todos conhecer o nosso restaurante. Nós cobramos 25 R$ de passagem para ir e voltar. Lá no restaurante você vai com 25 R$, vai e volta lá no restaurante, tá? Eu assim agradeço a senhora. Agradeço a professora de trazer uma mulher de luz aqui para nós conhecer, né? Claro que a professora Suellen, que trouxe assim aquela gente que falava de lá pra perto e conhecemos lá e assim a sua história de vida é um exemplo. Quero eu estar bem como a senhora quando tiver essa idade de força, de vontade de trabalhar com essa energia, de ainda de vir tirar o seu tempo. Porque o tempo é uma coisa preciosa, gente, Tirar o seu tempo para compartilhar todo esse conhecimento, todo esse saber. Muito obrigada. Eu que agradeço. Meu filho estava preocupado, mas será que esse era Consegue, mamãe? Eu digo mais, meu filho. Vou conseguir falar e atravessar que eu vi numa canoa pequena, com vento forte e enrolada no encerado pra não me molhar, porque quando chegamos no nosso barco maior não tinha onde acionar o motor. E agora? Aí eu fiquei lá. Aí chegou uma lancha dos irmãos lá. Aí ficou conversando, a mulher conversando para entregar a palavra. Eu digo Meu amor, eu lhe peço desculpa. Eu gostaria de passar o resto da tarde conversando com você, mas infelizmente eu tenho outro compromisso que tenho que chegar. Tudo que. Ela passou pra chegar. Mas estou. Estou feliz por. Vocês todos, pelo convite que recebi da amiga. Eu quero desejar pra você só. Sucesso no estudo de vocês. Estudem para você não ter que passar pela junta. Tirar o leite da vaca mais cedo e mais tarde. Grandes pessoas de bem na vida. Ai, o que eu desejo para todos vocês? Vamos estudar que sem estudo ninguém. E. Eu gostaria só assim, de te dizer como eu estou emocionada porque a senhora aceitou o nosso convite de coração E é ter vindo nos brindar com tanta sabedoria, com tanto conhecimento. Isso assim. Eu não tenho nem palavras para expressar minha gratidão pela sua presença. Eu que agradeço. Eu tenho gratidão a Deus Porque? Porque o que a gente espera desse mundo são essas coisas, a gente compartilhar da nossa sabedoria com aquelas pessoas que precisam ter conhecimento daquilo que a gente vive, que a gente vivenciou e que a gente vive, né? Então, pra mim foi uma felicidade muito grande estar aqui respondendo aquilo que dentro das minhas possibilidades, pude passar para vocês. Para todos vocês, tá? Em nome da turma, dos nossos colegas, professores, das escolas, gostaria de brindar com. Com esse mimo, mas. É de muito coração. Obrigada. Eu que agradeço. Depois a dona Raimunda vai tirar uma fotografia dos professores. Depois da gente gostaria. A gente vai tirar essa mesa e todos os alunos ficam aqui. Aí as fotos sempre pra quem. Quiser. Agora vou afastar essa mesa para os. Alunos tirarem fotos. Fazer. Você pode fazer uma coisa chamada Eu estou recebendo a melhor. Maneira. Aqui.