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Minha querida filha Duda,

Este livro é dedicado a você, que é minha maior


inspiração e motivo de luta por um mundo mais
justo e igualitário.
Você é minha maior conquista e meu amor por
você só cresce a cada dia. Que este livro seja um
reflexo do amor que tenho por você e do meu
desejo de um mundo melhor para você e para
todas as mulheres.

Com todo o meu amor,


Sua mãe.
EM MEMÓRIA
Meu pai, você se foi, mas deixou um legado que jamais
esquecerei, o amor e a esperança que sempre cultivou e que em
meu coração sempre florescerá. Lembro-me dos seus conselhos
sábios e das histórias que contava com tanto carinho, você sempre
acreditou que podíamos fazer a diferença e me ensinou a acreditar
e lutar por um mundo melhor. Você sempre foi o meu herói, com a
sua força e bondade, e agora, mesmo distante, guia-me com a sua
sabedoria e amor que nunca morrerá.
Sinto a sua falta, meu pai! Mas sei que em cada passo que
dou, você está comigo de alguma forma e que o seu legado de
amor e esperança sempre iluminará o meu caminho. Obrigado por
ter sido o meu pai e por ter deixado em mim o amor e a esperança
de que podemos, sim, fazer a diferença. E tornar o mundo
um lugar melhor!
CARTA AO LEITOR(A),
Cada poema apresentado neste livro é uma expressão dos sentimentos
que surgem ao observar a sociedade em que vivemos. São sentimento de
indignação, revolta, tristeza, mas também de esperança e solidariedade.
Através da poesia, busquei dar voz aos que muitas vezes são silenciados e
invisibilizados em nossa sociedade.
Acredito que a poesia tem o poder de sensibilizar e tocar o coração
das pessoas, e é isso que busquei fazer neste livro. Espero que cada verso
seja uma fonte de inspiração e reflexão, e que possa contribuir para uma
sociedade mais humana.
Agradeço desde já pelo seu interesse e pela oportunidade de
compartilhar essa experiência única e emocionante.
Com Carinho,
Glaucia Vargas
Me assusta e acalma
Ser portadora de várias almas
De um só som comum eco
Ser reverberante
Espelho, semelhante
Ser a boca
Ser a dona da palavra sem dono
De tanto dono que tem.
Elisa Lucinda Campos
ÚTERO
Do ventre materno, nasce uma criança,
um ser pequenino, com laços sanguíneos,
unidos estão, os fios da vida,
que emaranhados vão.

Cresce a menina, curiosa e ávida,


explorando o mundo, em busca da vida.
seus passos incertos, mas cheios de ardor,
caminham na trilha do seu próprio fulgor.

Dos primeiros risos aos passos vacilantes,


a meninice se vai transformando instantes.
a flor que desabrocha e se torna mulher,
com sonhos no peito, pronta pra florescer.

Entre risos e lágrimas, ela se descobre,


desbravando o amor, que o coração cobre.
a força ancestral, que flui em seu ser,
ligando os corações, fazendo-os florescer.

Laços sanguíneos, fios de amor e de dor,


conectam as vidas, tecendo um só ardor.
A menina se torna mulher, plena de graça,
carregando consigo a herança que abraça.

E assim segue a vida, com seus ciclos e encantos,


a menina que se transforma, em cada um dos tantos.
Com laços sanguíneos, unidos pelo destino,
ela escreve sua história, com amor e tino.
MULHER
Nasci mulher, trago comigo
Uma força que muitos não conseguem ver
Uma luz que ilumina o caminho
Uma voz que precisa ser ouvida

Nasci mulher, sei que tenho um propósito


Lutar contra a injustiça e a desigualdade
Ser uma voz para as que não têm
Ser um exemplo para as próximas gerações

Nasci mulher, carrego comigo


A capacidade de amar e cuidar
Ser um porto seguro para quem precisar
Uma guerreira que jamais desistirá

Nasci mulher, sei que não estou sozinha


Somos muitas quebrando barreiras
Derrubando preconceitos
Mostrando que somos capazes de lutar
De ser a mudança que queremos ver
E de mostrar que somos fortes, unidas e poderosas.
NARCISA
Filha de mãe narcisista,
que me via como extensão de si mesma,
sempre buscando me moldar à sua imagem,
me julgando se eu não correspondesse.

Ela me elogiava quando a enaltecida,


mas quando tinha opiniões próprias,
me diminuía, me fazia sentir pequena,
me acusava de ser teimosa e orgulhosa.

Ela me usava como sua fonte de admiração,


uma prova do seu sucesso e superioridade,
nunca dava amor verdadeiro,
apenas sua manipulação disfarçada de caridade.

Cresci com uma dor profunda dentro de mim,


sentindo que nunca era boa o suficiente,
agora luto para me libertar,
e me tornar a pessoa que eu verdadeiramente sou, independente.
CRIANÇA INTERIOR
De imaginar e de brincar
De correr, pular e se divertir
De descobrir e de sorrir

Os dias são longos e cheios de magia


Vida simples e cheia de alegria
Não há preocupações, não há medo
Apenas o presente, o agora, o brinquedo

As memórias da infância são doces


Momentos que ficam para sempre
Amigos que nunca esquecemos
E de aventuras que nunca esmorecemos

Infância, um tempo de inocência


De pureza e de esperança
Tempo que nos molda para a vida
Nos dá base para a nossa jornada
Que possamos sempre lembrar
Da beleza da infância em nosso coração
Manter viva a criança que um dia fomos
Em nossa alma e razão.
À MARGEM
Crianças nascem
Como sementes lançadas ao vento
Sem um solo fértil para germinar
Sem um futuro garantido pela frente

Elas são frutos de uma realidade dura


De pobreza, violência e exclusão
E muitas vezes são esquecidas
Pelas vozes altas da sociedade em questão

Elas merecem nossa atenção


Nosso cuidado, amor e proteção
São flores que podem desabrochar
E transformar a sombria realidade em uma nova direção

Elas têm sonhos e esperanças


Direito de serem felizes
Cabe a nós, como sociedade, garantir
Que elas tenham as mesmas oportunidades para sorrir

Vamos estender nossas mãos


Oferecer o nosso apoio e incentivo
Para que essas crianças possam florescer
E mostrar ao mundo todo seu potencial escondido.

A verdadeira riqueza de uma sociedade


Não está no que tem, mas no que dá.
FASES
Adolescência rebelde,
fase de mudanças e desafios,
momento de transição,
onde nem sempre se acertam os passos.

Época de conflitos internos,


onde a identidade está em construção,
a rebeldia, uma forma de expressão,
que nem sempre é compreendida pela razão.

É preciso compreender,
entender que vai passar,
o momento de descobertas,
onde é preciso se reinventar.

Fase de questionamentos,
rebeldia, um grito de socorro,
uma forma de manifestar a insatisfação,
e buscar um lugar no mundo.

É preciso paciência,
não julgar sem compreender,
adolescência é um momento,
onde as emoções estão à flor da pele.

E, no final, a rebeldia pode ser,


uma forma de mostrar o caminho,
onde a verdadeira liberdade,
é ser quem é, sem precisar de aprovação.
SER NORMAL
Ser normal como um rio manso,
Segue seu curso sem desvios,
Sem deixar que nada perturbe,
Sem desafios,
Sem desvarios.
Ser normal como a maioria,
Sem destaque,
Sem diferença,

Seguir as normas
Regras da sociedade
Sem questionar,
Sem resistência.
Será que é o ideal?

Será que a verdadeira grandeza, está em ser único,


Autêntico,
Destemido?

Pode ser confortável,


Pode ser um limitador,
Não se permita ser apenas mais um, seja você mesmo,
Sem medo,
Sem pudor.
CICATRIZES
Traumas são buracos negros,
que nos sugam para o vácuo escuro,
deixando feridas abertas, profundas,
que parecem nunca ter cura.

Nos consomem como um fogo ardente,


queima tudo o que está em volta,
deixando apenas cinzas e destroços,
de uma vida que já não existe mais.

Essas feridas nos definem,


nos moldam, nos ensinam
a força da resiliência,
e a encontrar a luz em meio à escuridão.

Apesar das cicatrizes que carregamos,


e dos buracos negros que nos cercam,
seguimos em frente, um passo de cada vez,
com a esperança de encontrar a cura que buscamos.
IGNORÂNCIA
Intolerância religiosa, uma nuvem preta,
Que paira sobre nós, obscurecendo a luz,
Ignorância é o muro que nos separa,
E nos impede de compreender a cruz.

A cruz que cada um carrega em seu peito,


E que representa a sua fé e devoção,
Mas que muitas vezes é usada como arma,
Para justificar a discriminação.

A intolerância religiosa é uma ferida,


Que sangra a alma da humanidade,
E nos faz esquecer que somos irmãos,
Com uma essência comum e dignidade.

A ignorância é o muro que nos isola,


E nos impede de enxergar a verdade,
A verdade de que todos somos iguais,
E que a diversidade é uma riqueza na sociedade.

Precisamos demolir esse muro da ignorância,


E abrir nossos corações para o amor,
Para que a luz possa brilhar novamente,
E a nuvem preta se dissipe como uma flor.

Que a tolerância religiosa seja a nossa bandeira,


E a solidariedade seja a nossa ação,
Para que possamos viver em harmonia,
E construir um mundo mais jus
ANCESTRALIDADE
Árvore da vida
majestosa
com galhos estendidos ao céu
raízes profundas na terra
frutos que alimentam o eu

Símbolo da existência
da nossa história, da nossa raiz
ligando-nos aos nossos antepassados
e aos nossos descendentes

Seus galhos são braços


que abraçam os nossos ancestrais
seus frutos são sementes
que perpetuam a nossa história

Árvore da vida cresce


com seus ramos espalhados pelo mundo
seus descendentes, que como folhas, renovam-se a cada estação
mantendo nossa existência e essência em constante evolução
mesmo que não possamos ver o futuro
sabemos que a árvore da vida continuará a crescer
seus descendentes, assim como nós
serão a continuidade do que um dia se iniciou

Árvore da vida, honremos


e todos os seus descendentes
podendo deixar assim, um legado
um mundo melhor para os que ainda virão após nós.
FRUTO PODRE
Amargo e triste
sinal claro de que algo não está bem
atrai moscas, insetos
um cheiro ruim que não nos deixa bem

a consequência de uma escolha errada


de um caminho que não foi o melhor
de um descuido, uma negligência
que levou a esse fruto não ter valor

não podemos ignorá-lo


ele nos ensina uma importante lição
nem tudo que brilha é ouro
nem todas as escolhas nos levam à perfeição

o fruto podre nos faz refletir


nossas próprias atitudes e escolhas
o que plantamos e o que colhemos
as consequências que devemos enfrentar

devemos olhar com atenção


aprender o que não fazer
assumindo nossas escolhas
conquistar o futuro que decidimos hoje.
O PIOR DOS MALES
Fome
desnutrição
mortalidade infantil
causam dor e sofrimento,
males que afetam cidadãos em todo o mundo.

A fome
chaga que corrói o corpo,
traz consigo a tristeza e a desesperança,
ferida que sangra a alma,
deixando marcas para a vida inteira.

A desnutrição
irmã da fome
traz consigo a fraqueza e a debilidade,
é como uma planta que murcha sem água,
sem poder crescer e se desenvolver.

A mortalidade infantil
o pior dos males,
tira a vida de crianças inocentes,
deixa um vazio que será preenchido,
luto que será carregado para sempre.

Em meio a tanta dor,


há quem se dedique a combater esses males,
iniciativas que buscam alimentar e cuidar,
luta constante para que as crianças possam sobreviver.

Não podemos desistir da luta,


não podemos aceitar a fome,
a desnutrição
e a mortalidade infantil,
permitir que crianças morram por falta de comida,
cada vida é preciosa e merece ser protegida.
CICLO
Ciclo natural que pulsa em nós,
para muitas, um fardo pesado,
portador de vergonha, dor e exclusão,
menstruação, um processo tão sagrado.

Meninas desprovidas de proteção,


problema que não podemos desconsiderar,
comprometendo saúde, bem-estar, educação,
o futuro em risco, precisamos ajudar.

Sem o absorvente,
o ciclo se torna um pesadelo,
improvisam com tecidos e jornais
manchadas, são alvo de risos
silêncio cruel, a hora do preconceito.

Não podemos aceitar,


é preciso transformar,
Falar sobre o ciclo sem tabus,
sem receio,
Ensinar sobre amor próprio,
garantir acesso, sem preço.

Dignidade e saúde
de nossas meninas,
mais que direitos,
são deveres, são sina.
Não devemos negar,
nesse ciclo da vida,
todos devemos atuar.
ATO COVARDE
Palavra que machuca,
fere, humilha, destrói,
ato de covardia que não tem justificativa,
e que deixa marcas profundas na alma.

Quem já sofreu
sabe o que é dor,
sabe o que é sentir medo,
insegurança e solidão,
sabe o que é sentir olhares cruéis,
que ferem mais do que qualquer agressão.

Violência silenciosa,
que corrói a autoestima e confiança,
impede o crescimento e o desenvolvimento,
marca a vida daqueles que são vítimas.

A vida não deve ser assim,


marcada pela maldade,
cada um de nós merece respeito e dignidade.
é preciso denunciar, falar e agir,
para que o bullying seja erradicado,
não se perpertue, causando isolamento
é hora de dizer basta,
para cada um de nós viva em paz.
DESAMOR
Olhares maliciosos percorrem as ruas,
julgando cada passo, cada escolha,
a falta de inclusão social é como uma mácula,
que separa as pessoas.

Quando não se enquadram nos padrões impostos,


são vistas como diferentes e inferiores,
suas vidas são expostas
a um julgamento cruel, sem piedade.

A falta de inclusão é uma ferida aberta,


faz com que as pessoas se sintam inertes,
Sem voz e sem forças
mas somos todos iguais,
merecemos o mesmo respeito e dignidade,
não importa nossa cor, gênero, orientação sexual,
nem a deficiência física, mental, intelectual, sensorial
nos diferencia.

A indiferença é uma doença,


que precisa ser curada com amor e compaixão,
e a inclusão é a cura
que nos traz a esperança,
de um mundo sem exclusão.
GRITO POR IGUALDADE
Educação, uma luz que deveria brilhar,
num país onde muitos sonhos estão a naufragar.
A precariedade, uma triste realidade,
em escolas públicas, um desafio de verdade.

Paredes rachadas, livros desatualizados,


professores mal remunerados, alunos desmotivados.
A falta de estrutura é uma sentença,
uma barreira à esperança e à crença.

Educação precária, uma dor profunda,


para muitos jovens, uma ferida imunda.
Como buscar a ascensão, se o conhecimento é limitado?
Como sonhar com o futuro, se o presente é desolado?

A educação é a chave para a liberdade,


o portal para a igualdade, a base da sociedade.
Mas, quando precária, torna-se uma prisão,
um obstáculo à evolução,
um freio à inclusão,
que impacta o destino da nação.
CORPOS
Corpo em paz,
contentamento em ser
consciência livre,
sem se esconder
padrão de beleza,
mera ilusão
a verdadeira essência,
é a nossa conexão.

Não há medidas,
nem formas perfeitas
somos únicas,
em nossas feições feitas
a beleza está nas nossas diferenças
que nos fazem especiais,
em nossas presenças.

O corpo é templo,
abrigo da alma,
deve ser cuidado
sem nenhuma calma
não para seguir padrões impostos
E sim para ser saudável, e nunca imposto.
TEMPOS SOMBRIOS
Na era dos tempos modernos
diversidade é a essência da vida
um mundo repleto de cores e sabores
onde cada ser é um universo a ser descoberto

Mas nem sempre é fácil lidar com o ego


que nos impede de enxergar
a beleza que há em cada diferença,
e a riqueza que ela pode nos proporcionar

A tempestade pode ser forte e assustadora


mas também pode trazer renovação
assim como a diversidade em nossa sociedade
que nos desafia a sair da nossa zona de conforto

É preciso aprender a respeitar


as escolhas e os caminhos dos outros
e entender que cada um tem sua história
e que todos nós somos seres humanos
iguais por dentro

Os tempos modernos nos convidam a evoluir


a deixar para trás o preconceito e o medo
e a abraçar a diversidade em todas as suas formas
pois é ela que nos faz crescer e nos torna mais felizes e plenos.
AVERSÃO
Rotulada como objeto, a mulher sofre,
com o peso do machismo que a oprime,
como se o seu valor se resumisse,
apenas ao corpo que ostenta e define.

A mulher é muito mais que isso,


não é um rótulo, não é um objeto,
ela é um ser humano, é um espírito,
que merece respeito, amor e afeto.

O machismo a reduz a uma figura vazia,


um objeto de desejo e prazer,
e assim, ela se torna uma mercadoria,
que pode ser comprada, vendida, usada sem querer.

A mulher é muito mais que isso,


ela é um ser de luz, de força e coragem,
tem o direito de ser livre e feliz,
viver sua vida sem medo ou constrangimento.

Não há rótulos, não há objetos,


apenas seres humanos em busca de amor,
e a mulher merece todo o respeito,
porque ela é um ser de valor e de muita cor.

Que o machismo seja combatido,


que a mulher seja vista como ela é,
um ser humano forte, corajoso e decidido,
que tem o direito de viver sem temer.
IMPUNIDADE
A cada dia que passa,
Mais histórias de dor e violência,
De mulheres que são agredidas,
Sem justiça ou providência.

A falta de justiça é uma ferida,


Que sangra a alma de quem sofreu,
E nos faz questionar se a vida,
De uma mulher vale menos do que a de um homem seu.

Os abusos e as agressões,
Não podem continuar impunes,
É preciso que haja providências,
Para que as mulheres possam viver sem medo algum.

A violência contra a mulher,


É uma chaga em nossa sociedade,
E só será vencida com coragem,
E ações concretas de verdade.

Não podemos mais tolerar,


A impunidade que protege o agressor,
É hora de exigir mudanças,
E garantir que a justiça sirva ao amor.
O CÂNCER DA SOCIEDADE
A impunidade é um veneno,
Que corrói a justiça e a paz,
Ela alimenta o crime e o medo,
E enfraquece a nossa sociedade cada vez mais.

Os corruptos enriquecem impunemente,


Os criminosos agem sem temor,
E os inocentes sofrem silenciosamente,
Sem ver justiça ou reparação.

A impunidade é um câncer,
Que devora a nossa dignidade,
E nos faz questionar se há esperança,
De um mundo melhor e de verdade.

Mas não podemos nos render,


Ao desânimo ou à apatia,
Devemos lutar por um futuro,
Com justiça e igualdade a cada dia.

Não podemos permitir que a impunidade,


Continue a reinar em nosso país,
Devemos exigir mudanças e responsabilidade,
Para vivermos em um mundo mais feliz.
POLITICAGEM
A política é um jogo de poder,
Onde muitos querem se manter,
Mas poucos se importam em fazer,
O que é certo para o povo viver.

Promessas vazias são feitas,


Para conquistar votos e eleições,
Enquanto a população fica à espera,
De mudanças e soluções.
Corrupção e desigualdade,
São males que assolam a nação,
E a política, infelizmente,
É a raiz dessa corrupção.

Mas não devemos desistir,


De lutar por um país melhor,
E exigir dos nossos governantes,
Transparência, ética e valor.

A política pode ser transformada,


Se a sociedade se unir,
E juntos, com sabedoria,
Um futuro melhor construir.
CATIVEIRO
Em um relacionamento tóxico,
O amor se transforma em dor,
E a cada dia que passa,
A alma se enche de pavor.

O abuso é a arma usada,


Para manter o outro em rédea curta,
E a cada gesto de carinho,
Segue-se uma atitude incerta.

É como estar preso numa gaiola,


Onde o ar é rarefeito e sufocante,
E a cada tentativa de fuga,
O medo se torna mais constante.

A prisão é mental e emocional,


E nem sempre é fácil de perceber,
Mas a alma grita por liberdade,
E o coração clama por um novo amanhecer.

É preciso ter coragem,


Para romper com esse ciclo doentio,
E buscar ajuda e apoio,
Para se livrar deste cativeiro sombrio.

Não permita que o amor se torne dor,


E que a felicidade seja apenas um sonho,
Livre-se da gaiola e da prisão,
E deixe o amor verdadeiro ser o seu abrigo.
RAÍZES
Memórias são tesouros guardados,
Em nossos corações e mentes,
São histórias que nos moldaram,
E que nos ensinaram a ser gente.

Cada lembrança é uma parte de nós,


Que nos ajuda a construir nossa identidade,
E a manter viva a chama do orgulho,
De quem somos e de nossa comunidade.

Orgulho que vem da nossa história,


De nossas raízes e de nossos ancestrais,
Que nos ensinaram a lutar com garra,
E a nunca desistir dos nossos ideais.

Nossa identidade é nossa força,


Que nos faz levantar a cabeça,
E a enfrentar qualquer desafio,
Com coragem e firmeza.

Que nossas memórias nos inspirem,


E nosso orgulho seja nossa guia,
Para que possamos sempre lembrar,
De quem somos e de nossa valia.
BRASILIDADE
A cultura é o que nos define,
É o que nos molda e nos inspira,
Mas quando a informação retrocede,
A nossa cultura também se retira.

A história que nos trouxe até aqui,


É um tesouro que deve ser preservado,
Mas quando a ignorância é permitida,
O retrocesso é inevitável.

A informação é a chave do progresso,


É o que nos ajuda a prosseguir,
Mas quando a ignorância é alimentada,
O retrocesso começa a surgir.

A cultura é uma construção coletiva,


Que deve ser respeitada e valorizada,
Mas quando a desinformação é permitida,
A nossa cultura é prejudicada.

Que a informação seja sempre buscada,


E a cultura seja sempre preservada,
Para que o retrocesso seja evitado,
E o nosso desenvolvimento seja garantido.
SISTEMA OPRESSOR
Não existe justiça quando,
O governo é opressor,
Quando a lei é seletiva,
E o povo vive em dor.

Não existe justiça quando,


Os bandidos de colarinho branco,
Fazem suas falcatruas,
E seguem impunes pelo banco.

A justiça é para poucos,


Para os que têm dinheiro e poder,
Enquanto os pobres são esquecidos,
E têm que lutar para sobreviver.

Mas não devemos nos calar,


Nem nos deixar abater,
Pois a voz do povo é forte,
E pode fazer o governo tremer.

Não podemos permitir a opressão,


Nem nos curvar à injustiça,
Devemos lutar por nossos direitos,
E exigir que a lei seja justa.

Que os bandidos de colarinho branco,


Não fiquem impunes por suas ações,
E que a justiça seja para todos,
Não apenas para os mais ricos e soberanos.
REPÚDIO
A maldade e a crueldade caminham juntas,
Em um mundo onde a empatia é esquecida,
O ser humano se torna semelhante a feras,
Com a agressividade como sua única saída.

A falta de amor nos torna insensíveis,


E a dor do próximo não nos atinge mais,
Somos capazes de causar sofrimento,
Sem sentir qualquer tipo de paz.

A crueldade é uma doença da alma,


Que se espalha e contamina a humanidade,
E a maldade é a sua maior aliada,
Que nos leva a perder a nossa humanidade.

A agressividade é a sua arma mais forte,


Que nos faz agir sem pensar nas consequências,
E nos transforma em monstros cruéis,
Que destroem tudo em suas presenças.

Que a empatia seja sempre cultivada,


E a bondade seja a nossa maior virtude,
Para que a maldade e a crueldade,
Não tenham mais lugar em nossa amplitude.
CAPITALISMO SELVAGEM
Na rotina diária, sem perceber,
Somos escravos do que não queremos ser.
A sociedade molda nossas mentes,
E nos faz aceitar o que não condiz com a gente.

O status quo é a prisão invisível,


Que nos faz seguir o caminho previsível.
Trabalhar, consumir, reproduzir,
Sem questionar o que estamos a construir.

E assim, voluntariamente,
Nos tornamos escravos sem ver claramente.
Aceitamos a realidade social,
E nos esquecemos que somos livres afinal.

É hora de romper as correntes,


E despertar para as verdades latentes.
Não deixe que a sociedade dite quem você é,
Pois sua liberdade é um direito que ninguém pode lhe tirar.
SELVA URBANA
A selva urbana é o nosso lar,
Onde a sobrevivência é lutar.
A cada dia uma batalha,
Onde a fome e a pobreza nos abalam.

Os fortes sobrevivem,
E os fracos são engolidos.
A realidade social é selvagem,
E nos faz sentir como animais acuados.

A desigualdade é a norma,
E a justiça muitas vezes falha.
Os sonhos viram miragens,
E a esperança é o que nos sustenta.

Mas mesmo assim seguimos em frente,


Com a força de quem não se rende.
A selva pode ser implacável,
Mas nossa vontade é inabalável.

E assim, enfrentamos a realidade,


Com a coragem de quem tem liberdade.
Pois mesmo na selva mais selvagem,
A nossa humanidade nos torna corajosos e valentes.
INQUIETUDE
Na busca da presença,
O coração sente a ausência,
Um vazio que dói demais,
E a saudade que não se desfaz.

A busca é incessante,
Um desejo tão constante,
De encontrar o que se perdeu,
E voltar a ser feliz como se mereceu.

Mas a estrada é longa,


E a espera pode ser lenta,
O coração bate forte,
E a ansiedade é seu corte.

Até que um dia, enfim,


O reencontro chega ao fim,
E a alegria é sem igual,
Pois a presença é real.

E assim, a ausência,
Deixa a lembrança da experiência,
De que a busca vale a pena,
Quando se encontra a cena.
ESPANTALHOS
No campo vasto da vida, vejo espantalhos,
Pessoas que não vivem, apenas sobrevivem.
Seus corações inertes, como velhos galhos,
Perdidos em um mundo que não os cativa.

Trajes vazios, semblantes desbotados,


Espantalhos de sonhos e anseios perdidos.
Emaranhados em teias de dias calados,
Na rotina, suas almas estão escondidas.

O vento sopra e eles não sentem o ar,


Presos em campos de tristeza e letargia.
Passam os dias, sem saber como voar,
Esquecendo a essência da própria magia.

Oh, espantalhos solitários e frios,


Abandonem essa sina de mera existência.
Despertem o fogo que arde nos seus vazios,
E redescubram a força da própria essência.

Desatem as amarras que os prendem ao chão,


Deixem o medo ser apenas uma lembrança.
No horizonte, há um sol que brilha em canção,
Convidando-os a dançar na dança da esperança.
AQUI E AGORA
Mundo em constante transformação
Momentos que passam em rápida ação
E a loucura que nos faz perder a razão

O mundo é grande, cheio de possibilidades


Mas nem sempre é fácil encontrar as verdades
Em meio ao caos e à complexidade

Os momentos são únicos, devem ser aproveitados


Cada segundo, cada instante, deve ser valorizado
Pois o tempo não espera, e os momentos são finitos

E a loucura, ah, a loucura...


Às vezes nos leva a lugares de pura aventura
Mas é preciso cuidado, para não perdermos a cura

A loucura deve ser controlada, para não nos dominar


E para que possamos aproveitar tudo o que há para amar
No mundo, nos momentos, em tudo que há para explorar

Que possamos viver intensamente, com equilíbrio e harmonia


Aproveitando cada momento, sem medo, sem melancolia
E que a loucura nos guie para a criatividade e a alegria.
IMPERFEITOS
Arrependimento, culpa
Dois sentimentos que nos fazem ter a alma nua
O arrependimento nos leva a refletir
Sobre tudo o que fizemos, sobre o que devíamos seguir

A culpa nos faz sentir a dor


De tudo o que nos arrependemos, de todo o amor
Que não demos, de toda a palavra errada
De tudo o que fizemos, sem pensar na jornada

Mas é preciso lembrar


Que o arrependimento pode nos ajudar
A aprender com nossos erros e acertos
E a crescer, a evoluir, a ser mais espertos

E a culpa, é preciso libertar


Não podemos deixar ela nos dominar
É preciso perdoar a nós mesmos
E seguir em frente, sem nenhum peso

Que possamos aprender com o passado


E viver o presente, sem nenhum fardo
Que a vida seja uma lição de amor
E que possamos seguir em frente, sem nenhum temor.
ALMAS VAZIAS
A multidão passa rápida,
Efêmera, qual brisa leve,
Construída de almas vazias,
Que a sociedade engrandece.

Nas ruas, nas praças, nos becos,


A massa se aglomera,
Até que a noite desça,
E o silêncio a revelar.

São dores, alegrias, sonhos,


Que a multidão carrega,
Mas que somem no turbilhão,
E na pressa que a segrega.

E assim, fugaz, efêmera,


Segue a multidão adiante,
Sem ouvir a própria alma,
E vivendo só de instantes.

O mundo perdido sem empatia,


Árvores e animais morrendo a cada dia,
Seres humanos virando estatística,
A vida se tornando uma triste crítica.

Onde está a bondade e a compaixão?


Onde está o amor pela criação?
Tudo se perdeu em uma busca insana,
Pela ganância e pelo poder que nos tiram a alma.
NATUREZA HUMANA
Florestas queimam, rios se secam,
O ar que respiramos cada vez mais tóxico,
Não há mais tempo para ignorarmos,
O grito das criaturas que agonizam.

É hora de olhar para além de nós,


E enxergar a dor que causamos,
Temos que agir com urgência,
Para salvar o que nos resta.

O mundo precisa de empatia,


De amor, compaixão e harmonia,
Cuidemos dele com dedicação,
Para que seja um lar para cada geração.
DUAS FACES
Flores tão belas, puras e sinceras,
Que em seus desabrochar nos fazem sorrir,
Mas por trás das pétalas e das cores vivas,
Há uma triste verdade que não queremos admitir.

Pois assim como as flores, há quem se mostre belo,


Mas que por dentro guarda uma hipocrisia cruel,
Que se esconde como um veneno em um jarro de mel,
E que aos poucos corrompe a alma e o coração fiel.

Não se deixe enganar pelas aparências,


Pois a verdadeira beleza está na honestidade,
E não há flor que possa superar a transparência,
Que nos faz viver em paz e liberdade.

Por isso, que as flores nos inspirem a ser verdadeiros,


E a não cair na armadilha da hipocrisia,
Pois só assim poderemos viver em harmonia,
E encontrar a verdadeira felicidade em nossos caminhos.
RASGOS DE EMOÇÕES
A flor da pele,
Um jardim de emoções que florescem,
És a expressão daquilo que é intenso,
Que fala sem palavras, mas que se revela.

És a pele que treme, que arrepia,


Que mostra o que está por dentro,
Que denuncia a alma, que se entrega,
Que se despe sem pudor, sem receio.

Flor da pele, és o amor que se sente,


A paixão que incendeia, que consome,
És a lágrima que escorre, que traduz,
Que reflete a dor, que traz a cura.

És a vida que pulsa, que vibra,


Que nos faz sentir vivos, intensos,
Flor da pele, és a beleza que transcende,
Que nos conecta, que nos une, que nos transforma.
REFLEXOS DA OPRESSÃO
Na sociedade, um espelho é erguido,
Onde críticas são refletidas e acolhidas.
Palavras afiadas, como flechas no ar,
Despertam consciências, fazem-nos despertar.

As críticas sociais, de voz corajosa,


Denunciam injustiças, são força poderosa.
Apontam desigualdades, clamam por mudança,
Revelam feridas, buscando esperança.

Nos olhos da crítica, vemos a verdade,


A realidade nua, sem qualquer vaidade.
Ela questiona o status quo estabelecido,
Desafiando normas, rompendo o tecido.

Ela revela as falhas, as brechas profundas,


Que se escondem nas estruturas mais fecundas.
A pobreza, a opressão, a marginalização,
A crítica social clama por libertação.
É um chamado à ação, à transformação,
Para construir um mundo de inclusão.
Ouvir as críticas é um ato de coragem,
Um passo em direção a um novo estágio
Pois somente quando enfrentamos as feridas,
Podemos construir um futuro de vida.
QUEM SOU EU?
Quem sou eu, afinal?
Fantasma ou fantoche,
Feito de sombras e fumaça
Ou manipulado pelo toque?

Sou o reflexo do que vi


E do que me fizeram crer,
Um mero espectro sem voz
Ou um boneco a obedecer?

Mas não, eu sou mais que isso,


Mais que a sombra que projetam,
Sou a força que me habita,
Aquilo que me fazem ser.

Não sou fantasma nem fantoche,


Sou a soma das minhas partes,
A voz que ecoa em mim,
A pulsão no meu coração.

Sou o mistério que me envolve,


O enigma que ainda não sei,
A busca pelo meu caminho,
O ser que está por vir.

Não sou o que me fizeram ser,


Nem a sombra que projetam,
Sou o que eu escolho ser,
Um ser humano em construção.
POSFÁCIO
Gláucia escreve como quem precisava disso há um tempo e descobre, de
súbito, que realmente tem muito a dizer. Por vezes, caminha rapidamente e
nos arrebata no trajeto; em outros momentos, segue com calma, aperta
nossa mão e nos convida a escutar.
O desabafo é palpável, o desabrochar das palavras também.
Os textos representam uma catarse do feminino, escritos por meio de
uma sucessão de situações de muito daquilo que toca a autora e da sua
crítica voz que ecoa.
Uma obra que faz uma denúncia contundente às mais variadas formas
de opressão da mulher, além de pedir, pacientemente, que tenhamos mais
empatia. E Gláucia, gregária como é, surgiu para acrescentar, na escrita
contemporânea, a força de suas opiniões e a pureza de sua poesia.
Com essa potência, não é raro sentirmos como se estivéssemos
falando junto com a autora, gritando sobre algo que compartilhamos no
fundo do nosso ser, por vezes machucado, mas que, apesar das intempéries,
não se submete. Pelo contrário, levanta, resiste e escreve.

Jeane Esquivel

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