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Aula 4

Verbos

Português para Institutos e Universidades


Federais - Assistente em Administração/Alu...

Prof. José Maria


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Português para Institutos e Universidades Federais - Assiste...
Aula 4: Verbos

Sumário
.......................................................................................................................................................................................

VERBOS ....................................................................................................................................................... 5

FORMAS NOMINAIS...................................................................................................................................... 6

INFINITIVO................................................................................................................................................... 6

GERÚNDIO.................................................................................................................................................... 7

PARTICÍPIO................................................................................................................................................... 8

LOCUÇÕES VERBAIS..................................................................................................................................... 9

FLEXÕES VERBAIS........................................................................................................................................ 11

NÚMERO E PESSOA ...................................................................................................................................... 11

MODOS VERBAIS ......................................................................................................................................... 11

TEMPOS VERBAIS ........................................................................................................................................ 13

ASPECTO VERBAL......................................................................................................................................... 14

TEMPOS PRIMITIVOS E DERIVADOS.............................................................................................................. 16

TEMPOS DERIVADOS DO PRETÉRITO PERFEITO DO INDICATIVO................................................................... 20

TEMPOS DERIVADOS DO INFINITIVO IMPESSOAL.......................................................................................... 24

TEMPOS COMPOSTOS.................................................................................................................................. 27

TEMPOS COMPOSTOS DO MODO SUBJUNTIVO............................................................................................. 29

EMPREGO DOS MODOS E TEMPOS VERBAIS ................................................................................................. 30

MODO INDICATIVO....................................................................................................................................... 31

MODO SUBJUNTIVO..................................................................................................................................... 35

MODO IMPERATIVO...................................................................................................................................... 37

VERBOS NOTÁVEIS....................................................................................................................................... 37

VERBOS SER E IR........................................................................................................................................... 37

QUERER E REQUERER; VER E REAVER; VER E PROVER.................................................................................. 38

VERBOS TERMINADOS EM -EAR.................................................................................................................... 42

VERBOS TERMINADOS EM -IAR..................................................................................................................... 44

VERBOS TERMINADOS EM -UAR.................................................................................................................... 45

VERBOS NOTÁVEIS....................................................................................................................................... 47

VERBOS SER E IR........................................................................................................................................... 47

QUERER E REQUERER; VER E REAVER; VER E PROVER.................................................................................. 49

VERBOS TERMINADOS EM -EAR.................................................................................................................... 56

VERBOS TERMINADOS EM -IAR..................................................................................................................... 57

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VERBOS TERMINADOS EM -UAR.................................................................................................................... 59

VOZES VERBAIS ........................................................................................................................................... 58

CONVERSÃO DE VOZ ATIVA EM PASSIVA ANALÍTICA E VICE-VERSA.............................................................. 60

CONVERSÃO DE VOZ PASSIVA SINTÉTICA EM VOZ PASSIVA ANALÍTICA........................................................ 64

CORRELAÇÃO DOS TEMPOS VERBAIS ........................................................................................................... 68

PRINCIPAIS CORRELAÇÕES........................................................................................................................... 68

OUTRAS CORRELAÇÕES............................................................................................................................... 69

QUESTÕES COMENTADAS PELO PROFESSOR............................................................................................... 72

QUESTÕES COMENTADAS PELO PROFESSOR............................................................................................... 94

QUESTÕES COMENTADAS PELO PROFESSOR............................................................................................... 126

RESUMO DIRECIONADO .............................................................................................................................. 147

MODOS VERBAIS.......................................................................................................................................... 150

TEMPOS VERBAIS......................................................................................................................................... 151

LOCUÇÕES VERBAIS..................................................................................................................................... 156

CORRELAÇÃO DOS TEMPOS VERBAIS........................................................................................................... 157

VOZES VERBAIS............................................................................................................................................ 158

LISTA DE QUESTÕES - CESGRANRIO............................................................................................................. 162

ASPECTO VERBAL......................................................................................................................................... 195

TEMPOS PRIMITIVOS E DERIVADOS.............................................................................................................. 197

TEMPOS DERIVADOS DO PRETÉRITO PERFEITO DO INDICATIVO................................................................... 201

TEMPOS DERIVADOS DO INFINITIVO IMPESSOAL.......................................................................................... 205

TEMPOS COMPOSTOS.................................................................................................................................. 208

TEMPOS COMPOSTOS DO MODO SUBJUNTIVO............................................................................................. 210

EMPREGO DOS MODOS E TEMPOS VERBAIS ................................................................................................. 211

MODO INDICATIVO....................................................................................................................................... 212

MODO SUBJUNTIVO..................................................................................................................................... 216

MODO IMPERATIVO...................................................................................................................................... 218

CORRELAÇÃO DOS TEMPOS VERBAIS ........................................................................................................... 218

PRINCIPAIS CORRELAÇÕES........................................................................................................................... 218

OUTRAS CORRELAÇÕES............................................................................................................................... 219

LISTA DE QUESTÕES..................................................................................................................................... 222

QUESTÕES COMENTADAS PELO PROFESSOR............................................................................................... 240

LISTA DE QUESTÕES - BANCA FGV............................................................................................................... 254

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QUESTÕES COMENTADAS PELO PROFESSOR............................................................................................... 269

LISTA DE QUESTÕES..................................................................................................................................... 310

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Verbos
É essencial um estudo aprofundado de verbos, em especial dos tópicos referentes à conjugação verbal e às vozes
verbais, assuntos de frequente cobrança em provas de concurso. Os verbos são uma das mais importantes classes de
palavras, pois, a partir deles, estrutura-se toda a análise sintática. Podem fazer referências a ações (falar, cantar, vender,
etc.), processos (acontecer, suceder, esquentar, etc.), estados (ser, estar, ficar, etc.) ou fenômenos naturais (chover,
trovejar, amanhecer, etc.).
Vamos passo a passo destrinchar TUDO de verbos, começando por uma breve classificação

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Formas Nominais
São três as formas nominais: Infinitivo, Gerúndio e Particípio. Elas assim são chamadas, pois podem exercer funções
sintáticas próprias de nomes – substantivos, adjetivos e advérbios.
Exemplos:

Estudar faz bem para a alma.

Saiu correndo da sala de aula.

É uma pessoa iluminada por Deus.

O infinitivo “Estudar” desempenha o papel sintático de sujeito, função típica dos substantivos.

O gerúndio “correndo” corresponde ao modo como o indivíduo saiu da sala, exercendo um papel similar ao dos
advérbios de modo. Sintaticamente, isso se traduz num adjunto adverbial de modo.
Já o particípio “iluminada” exerce função adjetiva, modificando o substantivo “pessoa”. Sintaticamente, isso se traduz
num adjunto adnominal.

Infinitivo
O Infinitivo pode se apresentar na forma impessoal, ou seja, na forma não flexionada, com as terminações AR (verbos
de 1ª conjugação), ER (verbos de 2ª conjugação) ou IR (verbos de 3ª conjugação).
Pode também se apresentar na forma pessoal, ou seja, na forma flexionada, concordando com a pessoa gramatical.
Veja a seguir as formas flexionadas de infinitivo e fique atento às desinências de número e pessoa:
Esse assunto é para eu estudar

Esse assunto é para tu estudares

Esse assunto é para ele estudar

Esse assunto é para nós estudarmos

Esse assunto é para vós estudardes

Esse assunto é para eles estudarem

IMPORTANTE!

Quando inserido numa locução verbal como um dos auxiliares ou como verbo principal, o infinitivo não
admite a forma flexionada. É obrigatório, nesse caso, o emprego da forma não flexionada por razões de boa
sonoridade.

Exemplos:

Eles devem analisarem com cuidado as informações. (ERRADO)

Eles devem analisar com cuidado as informações. (CERTO)

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Vocês podem comparecerem assim que desejarem. (ERRADO)

Vocês podem comparecer assim que desejarem. (CERTO)

Cuidado com as redações em que o auxiliar é isolado do principal no infinitivo por alguma expressão intercalada! Esse
distanciamento entre auxiliar e principal pode mascarar erros de flexão do infinitivo. Observe:
Os alunos devem, a partir de hoje até o final da semana que vem, tendo em vista a necessidade de atualização cadastral
periódica, comparecerem aos postos de saúde munidos da documentação comprobatória.
A frase apresenta ERRO no uso da forma flexionada de infinitivo “comparecerem”. Note que ela integra uma locução
verbal, cujo auxiliar é a forma verbal “devem”. Esse erro é mascarado devido às expressões intercaladas posicionadas
entre o auxiliar e o principal. Elas poluem nossa visão e acabam nos induzindo ao erro. Fique atento, pois é assim que as
bancas tentarão enganar você! Se essas intercalações não estivessem presentes, ficaria bem mais fácil perceber o erro
em “Os alunos devem... comparecerem”.
Como dito, não se flexiona infinitivo em locução verbal. A redação correta, portanto, seria:

Os alunos devem, a partir de hoje até o final da semana que vem, tendo em vista a necessidade de atualização cadastral
periódica, comparecer aos postos de saúde munidos da documentação comprobatória.
CESPE – MP/PI - 2018

Saiu a mais nova lista de coisas que devem ou não ser feitas.

Seria incorreto o emprego do verbo “ser” no plural — serem.

( ) CERTO ( ) ERRADO

RESOLUÇÃO:

Não se flexiona o infinitivo presente em uma locução verbal, seja esse infinitivo um dos auxiliares ou o verbo principal.

No caso, a forma “devem” e o infinitivo “ser” são auxiliares do verbo principal no particípio “feitas”. A forma “ser”,
portanto, não pode ser flexionada, sob pena de incorrermos num erro gramatical.
Resposta: CERTO

Gerúndio
O Gerúndio apresenta como desinência característica a terminação NDO (lendo, fazendo, trabalhando, estudando,
etc.).
Essa forma nominal expressa uma ideia de continuidade da ação. Observe a seguinte frase:

O pesquisador está analisando amostras do tecido.

(A forma de gerúndio empregada dá o entendimento de que a ação está em curso.)

A ideia de continuidade do gerúndio pode ser expressada pelo infinitivo antecedido da preposição “a”, construção bem
comum em Portugal. Observe:
Estou a trabalhar em um importante projeto.

= Estou trabalhando em um importante projeto.

(É possível substituir a expressão “a trabalhar” por “trabalhando”, mantendo a ideia de continuidade)

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Outra observação importante é relativa ao vício de linguagem do gerundismo, que consiste no uso desnecessário do
gerúndio em locuções verbais. Observe:
Vou estar transferindo sua ligação.

Você pode estar me telefonando daqui a cinco minutos, por favor.

Há necessidade de inserir uma ideia de continuidade nessas frases? Não há! O gerúndio é totalmente inadequado. As
redações corretas seriam:
Vou transferir sua ligação.

Você pode me telefonar daqui a cinco minutos, por favor.

Particípio
Como já mencionado, o particípio pode se apresentar na forma regular, com as terminações ADO (para verbos de 1ª
conjugação) e IDO (para verbos de 2ª e 3ª conjugações); e na forma irregular, também chamada de reduzida.
É uma forma nominal bastante empregada na voz passiva, nos tempos compostos e nas orações reduzidas. Tudo isso
será detalhado nos próximos itens e aulas.

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Locuções Verbais
As locuções verbais (ou perífrases verbais) são formadas por verbos auxiliares ligados a um verbo principal no
infinitivo, gerúndio ou particípio. Constituem uma única unidade de sentido, como se equivalessem a um único verbo.
É muito importante que você tenha isto em mente: as locuções são formadas por dois ou mais verbos, mas se
comportam como algo único, indissociável, inseparável.
Lá na Sintaxe, por exemplo, pedirei para você contar quantas orações há no período. Para isso, você precisará contar
quantas unidades verbais nela há. Tantas unidades verbais corresponderão a tantas orações: por exemplo, se há apenas
uma unidade verbal, isso significa que há apenas uma oração; se há duas unidades verbais, isso significa que há duas
orações; e assim sucessivamente. Imaginemos que, na nossa frase, tenhamos 5(cinco) verbos e 1(uma) locução verbal.
Quantas orações teremos? É isso mesmo! Teremos 6(seis) orações. A locução verbal, apesar de ser formada por mais
de um verbo, constitui apenas uma unidade de sentido, formando apenas uma oração.
Mas, professor, como eu saberei se aqueles dois verbos juntinhos formam uma unidade de sentido? Em outras palavras,
como saber se aquela união de verbos forma uma locução? Essa pergunta é importantíssima e sua resposta precisa ser
bem elaborada, de modo a não ficar dúvida alguma.
A primeira e mais importante evidência da presença de uma locução verbal é que tanto o verbo auxiliar como o
verbo principal devem se referir ao mesmo sujeito. Na frase “O professor vai resolver muitos exercícios na aula.”,
tanto o verbo auxiliar “vai” como o principal “resolver” compartilham do mesmo sujeito. Se perguntarmos “Quem vai?”
ou “Quem resolverá?”, a resposta será a mesma: o professor!
Esse primeiro filtro já nos leva a importante conclusão: verbos causativos e sensitivos acompanhados de infinitivos
ou gerúndios nunca irão formar locuções verbais, pois os sujeitos são diferentes.
Veja a frase:

Eu me vejo trabalhando neste Tribunal.

Note que o verbo sensitivo “vejo” tem como sujeito “eu”. Já a forma de gerúndio “trabalhando” tem como sujeito
acusativo (Lembra a definição de sujeito acusativo na aula passada?) o pronome oblíquo “me”. Portanto, não ocorre
uma locução verbal, pois os sujeitos são diferentes!
Mais um exemplo:

Eu te mandei fazer as malas.

Note que o verbo causativo “mandar” tem como sujeito “eu”. Já a forma de infinitivo “fazer” tem como sujeito
acusativo o oblíquo “te”. Portanto, não ocorre uma locução verbal, pois os sujeitos são diferentes!
No entanto, mesmo constatando que os dois verbos que estão juntinhos possuem o mesmo sujeito, podem restar
algumas dúvidas! Ora, se formos capazes de desenvolver a oração introduzida pelo infinitivo ou gerúndio, fazendo
aparecer algum conector, provamos que não ocorre uma locução verbal. Veja:
Maria finge ser sincera. (= Maria finge que é sincera)

Paulo julga estar bem. ( = Paulo julga que está bem)

Não nos cabe julgar a preferência alheia. (= Não nos cabe que julguemos a preferência alheia).

Portanto, para efeito de prova, teremos uma locução verbal quando os dois verbos – auxiliar e principal -
compartilharem do mesmo sujeito. No entanto, se houver a presença de um verbo sensitivo ou causativo ou se o
infinitivo ou gerúndio puderem ser desenvolvidos com o aparecimento de um conector, NÃO teremos locução
verbal.

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Um caso particular de locução verbal é o tempo composto: trata-se da locução formada pelos auxiliares ter ou haver
conjugados, acompanhados do verbo principal no particípio, fazendo parte da conjugação normal de um verbo.
Dessa forma, todo tempo composto é uma locução verbal, mas nem toda locução verbal é um tempo composto,
pois as locuções não restringem seus auxiliares aos verbos ter e haver nem impõem que seus verbos principais estejam
no particípio. Conheceremos, no detalhamento dos tempos verbais, as principais formas compostas.

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Flexões Verbais
Os verbos são palavras variáveis, que se flexionam em número, pessoa, tempo, modo e voz. Daremos grande
destaque às flexões de modos, tempos e vozes, que são os carros-chefes nas provas de concurso.

Número e Pessoa
Aqui não há grandes mistérios, pois já detalhamos, na aula relativa a pronomes, as pessoas do discurso: 1ª pessoa – a
que fala; 2ª pessoa – a com quem se fala; a 3ª pessoa – a de quem se fala.
Um ponto interessante a ser citado diz respeito a um vício de linguagem muito comum na linguagem coloquial: trata-
se do desrespeito à uniformidade de tratamento das pessoas. Costuma-se, por exemplo, tratar a mesma pessoa por
“tu” e “você” na linguagem falada. Em textos ou discursos que exijam o emprego da norma culta, é necessário se ater a
esse detalhe e corrigir esse equívoco.
Exemplo:

Pedi para você não se importar com isso, pois o objetivo deles era propositadamente te chatear.

Observe que houve mistura de tratamentos: a mesma pessoa é tratada por “tu” e “você”.

Correções:

Pedi para você não se importar com isso, pois o objetivo deles era propositadamente chateá-lo.

Pedi para tu não te importares com isso, pois o objetivo deles era propositadamente te chatear.

Modos Verbais
A flexão de modo é fácil e importante! Olha que combinação rara, moçada! Algo fácil geralmente não é importante; já
algo importante não é geralmente fácil. E aqui temos algo fácil e importante ao mesmo tempo!
Os modos verbais indicam as diversas maneiras como um fato pode realizar-se. São três os modos verbais: Indicativo,
Subjuntivo e Imperativo.
Vamos detalhá-los a seguir:

Indicativo
O modo Indicativo apresenta o fato como certo ou real no momento da fala. Expressa, assim, uma realidade do
ponto de vista de quem fala ou escreve.
Exemplo:

Eu te ligarei depois da aula (Trata-se de um fato tido como certo no momento da fala).

Subjuntivo
O modo Subjuntivo apresenta o fato como duvidoso, provável, incerto no momento da fala. Expressa, assim,
uma hipótese, condição ou um desejo do ponto de vista de quem fala ou escreve.

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Uma maneira rápida de se identificar verbos no Subjuntivo é perceber a presença de alguns sinalizadores desse
modo. E o que seriam esses sinalizadores, professor? Seriam palavras ou expressões que, por indicarem dúvida,
possibilidade, desejo, acompanham verbos no Subjuntivo. Seriam elas: se (condicional, equivalendo a “caso”), caso,
talvez, é possível, é provável, pode ser, quem sabe, etc. Aparecendo essas palavras ou expressões, fatalmente o
verbo que as acompanha estará flexionado no Subjuntivo.
Exemplo:

Talvez eu te ligue depois da aula (Trata-se de um fato tido como incerto no momento da fala).

Ainda no Subjuntivo, veio à memória um lindo verso da saudosa Cassia Eller: “Quem sabe eu ainda sou uma
garotinha.”. A expressão “Quem sabe” indica possibilidade. Logo, o modo verbal a ser empregado deveria ser
o Subjuntivo. Se fôssemos abraçar os purismos gramaticais, seria necessário substituir a forma verbal sou (flexão de
Indicativo) por seja (flexão de Subjuntivo). Ter-se-ia, assim, de acordo com a norma culta: Quem sabe ainda seja uma
garotinha...
Claro que uma linda canção como essa não seria nunca desmerecida por uma discreta licença poética, não é mesmo?

Imperativo:
O modo Imperativo indica ordem, pedido, conselho. Os verbos de Imperativo são de interlocução, ou seja, são
verbos que se dirigem a um falante, expressando uma solicitação, uma sugestão ou um mandamento.
Exemplo:

Pense, fale, compre, beba

Leia, vote, não se esqueça

Use, seja, ouça, diga

Tenha, more, gaste e viva

(Pitty – Admirável Chip Novo)

Nos versos da cantora Pitty, os verbos em destaque estão no modo Imperativo, pois expressam ordem.

IMPORTANTE

A mesma forma verbal pode pertencer a distintos tempos e modos. É o contexto em que ela se insere
que vai definir a correta flexão.

Suponha que envie uma mensagem para minha esposa, dizendo: “Amor, talvez eu saia mais tarde hoje do trabalho.”.
Ora, eu nem completo a mensagem e ela já responde: “Negativo! Saia mais cedo hoje, pois temos o aniversário da Bia
para ir e você havia prometido me fazer companhia!”.
Perceba que a forma “saia” apareceu duas vezes. Na minha fala, ela está flexionada no Subjuntivo, indicando uma
possibilidade, uma hipótese. Na fala da minha esposa, porém, essa forma verbal está no Imperativo e expressa uma
ordem (Ai de mim se não obedecer! Rs).

Uma dica sempre pertinente: antes de atacar o tempo verbal, amarre o modo. Repita: antes de atacar o
tempo verbal, amarre o modo. Não se convenceu de que essa dica é importante?

Veja o exemplo a seguir:

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Quando eu passar num concurso público, professor, farei um churrasco de comemoração e convidarei o senhor e toda
a sua família.
Que bom saber disso! Vou cobrar, hein? Galera, brincadeiras à parte, a forma verbal “passar” está flexionada em que
tempo? Como vou saber, professor? O senhor ainda não falou nada acerca de tempos verbas, ora! Que tal amarrar o modo
verbal primeiro, hein? Note que, ao se dizer “Quando eu passar”, está-se fazendo menção a um fato ainda incerto,
estão de acordo? Quando digo incerto, não fique triste! Apenas não temos a certeza do dia, hora e minuto da sua
nomeação, por isso a incerteza. O fato pode ser incerto, mas ele é bem possível. Eu diria até provável, dado o seu
esforço de preparação. Voltemos à pergunta: em que tempo está flexionada a forma verbal “passar”? Alguns
poderiam afirmar que ela está no Infinitivo. De fato, o Infinitivo apresenta essa forma, mas não é o caso. Por quê,
professor? O Infinitivo corresponde a uma forma nominal, que, como vimos, é um estágio do verbo anterior à flexão de
modo e tempo. Não é o caso da frase em questão, pois o verbo está flexionado no modo Subjuntivo. Uma prova disso é
a presença do “SE” ou “QUANDO”, sinalizando hipóteses temporais ou condicionais. Mas, professor, o senhor não
queria saber o tempo? Exato! Com o modo verbal definido, fica mais fácil a identificação do tempo. Pensemos um pouco.
O cenário hipotético de passar num concurso se desenha em que momento? No futuro, correto? Vamos ligar os
pontos: a forma verbal “passar” está flexionada, portanto, no Futuro do Subjuntivo.
As pessoas ouvem falar em Futuro do Subjuntivo e pensam que estamos falando grego. Viram que não é um bicho de
sete cabeças, certo? Trata-se de um futuro hipotético, possível, provável.

Tempos Verbais
A flexão de tempo serve para situar a ocorrência do fato em relação ao momento em que se fala. Essa é uma
distinção importante: não se pode confundir o momento em que ocorre o fato com o momento em que este fato é
narrado.
Eis a lista de tempos distribuídos em cada um dos modos verbais. Vamos detalhá-los um a um:

Tempos do Indicativo: Presente, Pretérito (Perfeito – Simples/Composto, Imperfeito, Mais-que-Perfeito –


Simples/Composto), Futuro (do Presente – Simples/Composto, do Pretérito - Simples/Composto)
Tempos do Subjuntivo: Presente, Pretérito (Imperfeito, Perfeito – Composto, Mais que Perfeito – Composto), Futuro –
Simples/Composto.
Tempos do Imperativo: Imperativo Afirmativo, Imperativo Negativo

Observações
O Imperativo pode ser classificado em Afirmativo ou Negativo. O segundo vem acompanhado por palavras ou
expressões de caráter negativo (não, nunca, jamais, etc.).
Exemplos:

Não se esqueça de mim, por favor!

Jamais deixes de ler o regulamento da competição.

Não nos deixeis cair em tentação.

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Aspecto Verbal
Para usar os tempos e modos verbais de forma adequada, além do conhecimento das flexões, é necessário inferir
também a duração e momento de percurso da ação ou do processo verbal. Esse conceito é denominado de Aspecto
Verbal. Essa noção será muito importante na análise dos tempos compostos.
Quanto à duração, o aspecto verbal pode ser:

Aspecto Pontual
Trata-se de uma ação ou um processo sem duração, momentâneo.

Exemplos:

A bomba estourou.

O bêbado caiu.

Aspecto Durativo
Trata-se de uma ação ou um processo que se prolonga por determinado tempo.

Exemplos:

Ele gritava de dor

O sol está brilhando

Aspecto Habitual/Iterativo
Trata-se de uma ação ou um processo que se repete habitualmente.

Exemplos:

Ele dá comida aos pombos todos os dias.

Ele joga bola aos domingos com os colegas.

Quanto ao percurso, o aspecto verbal pode ser:

Aspecto Incoativo ou Inceptivo


A ação ou o processo verbal está em seu início.

Exemplo:

O dia vem surgindo.

Ele começou a ler o poema.

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Aspecto Cursivo
A ação ou o processo verbal está em andamento.

Exemplo:

O balão continua subindo.

Os alunos estão conversando com o professor.

Aspecto Conclusivo
A ação ou processo verbal está em seu final.

Exemplo:

Eu acabei de falar com o professor.

Terminei de ler o livro.

Não são muito comuns questões solicitarem essas nomenclaturas, mas é muito importante ter essas noções. As
questões geralmente nos apresentarão algum tempo composto ou locução verbal e nos questionarão acerca do seu
início (se é que a ação já iniciou), seu final (se é que a ação já terminou) e sua duração.
Na frase “Eu tenho estudado Português feito louco.”, a forma verbal “tenho estudado” dá a entender que a ação teve
seu início no passado e ainda não chegou ao seu final, pois ainda dura no presente. Captou? Pergunte nesse tipo de
questão o início (se é que já iniciou), o fim (se é que já terminou) e a duração.
CESPE - TMCI (CGM J Pessoa)/Pref João Pessoa/2018
A corrupção é uma doença da alma. Como todas as doenças, ela não acomete a todos. Muitas pessoas são suscetíveis a
ela, outras não. A corrupção é uma doença que deve ser combatida por meio de uma vacina: a educação. Uma educação
de qualidade para todos os brasileiros deverá exercitar o pensamento e a crítica argumentada e, principalmente,
introduzir e consolidar virtudes como a solidariedade e a ética. Devemos preparar uma nova geração na qual a
corrupção seja um fenômeno do passado. Nesse futuro não tão remoto, teremos conquistado a utopia de uma
verdadeira justiça social.
Isaac Roitman. Corrupção e democracia. Internet: <https://noticias.unb.br> (com adaptações).

Com relação aos sentidos e aos aspectos gramaticais do texto apresentado, julgue o item a seguir.

A substituição de “teremos conquistado” por conquistaremos manteria os sentidos originais do texto.

( ) CERTO ( ) ERRADO

RESOLUÇÃO:

Observemos o trecho original: “Nesse futuro não tão remoto, TEREMOS CONQUISTADO a utopia...”.

A forma verbal destacada dá a entender que a conquista da utopia da justiça social se concretizou no futuro ANTES de
outras ações também no futuro.
A substituição pela forma CONQUISTAREMOS resulta em: “Nesse futuro não tão remoto, CONQUISTAREMOS a
utopia...”.

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A forma verbal em destaque faz menção a uma ação futura, mas sem a ideia da redação original de ação futura anterior
a outras ações.
Dessa forma, o sentido original sofre mudança com a reescrita proposta!

O item está, portanto, ERRADO!


Resposta: ERRADO

Tempos Primitivos e Derivados


São vários os tempos verbais, o que assusta o aluno assim que ele se depara com o desafio de estudar o assunto. Há,
porém, uma boa notícia: são apenas três os tempos primitivos, responsáveis por formar todos os outros tempos
verbais. São primitivos o Presente do Indicativo, o Pretérito Perfeito do Indicativo e o Infinitivo Impessoal. Outra boa
notícia é que o padrão que a seguir será apresentado se aplica a todos os verbos (irregulares inclusive), excetuando-se
os anômalos.

Tempos Derivados do Presente do Indicativo


Derivam do Presente do Indicativo: o Presente do Subjuntivo e os Imperativos Afirmativo e Negativo. Gostaria de
que vocês dessem bastante atenção à formação dos Imperativos, alvo de muitas cobranças em provas de concurso.
Vamos descrever a seguir os processos de formação dos tempos verbais. Tomaremos como exemplos as importantes
conjugações dos verbos TER, VER, VIR e PÔR, que devem se tornar bem familiares para vocês.

Presente do Subjuntivo

Deriva diretamente da 1a pessoa do singular do Presente do Indicativo. Como é o procedimento? Na 1ª pessoa do


Presente do Indicativo, retira-se a vogal final e acrescenta-se a desinência de modo e tempo – vogal “e” para verbos de
1ª conjugação; vogal “a”, para verbos de 2ª e 3ª conjugação.
Exemplos:

APROXIMAR

Na flexão de 1ª pessoa do Presente do Indicativo, temos: “Eu aproximo”;

Retirando-se a vogal final “o”, obtém-se o radical formador do tempo derivado: “aproxim”;

Acrescentando a desinência de modo e tempo do Presente do Subjuntivo - vogal “e” -, obteremos as


seguintes flexões: Talvez eu aproxime; Talvez tu aproximes; Que ele aproxime; Que nós aproximemos; Caso vós
aproximeis; Caso eles aproximem.

TRAZER

Na flexão de 1ª pessoa do Presente do Indicativo, temos: “Eu trago”;

Retirando-se a vogal final “o”, obtém-se o radical formador do tempo derivado: “trag”;

Acrescentando a desinência de modo e tempo do Presente do Subjuntivo - vogal “a” -, obteremos as


seguintes flexões: Talvez eu traga; Talvez tu tragas; Que ele traga; Que nós tragamos; Caso vós tragais; Caso
eles tragam.

Vejamos o comportamento dos verbos TER, VER, VIR e PÔR:

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ATENÇÃO!

Não seguem estritamente esse padrão de formação os verbos haver, ser, estar, dar, ir, querer e saber. As
formas de Presente do Subjuntivo desses verbos são: haja, seja, esteja, dê, vá, queira e saiba.
Verbos que não possuem a flexão de 1ª pessoa do singular do Presente do Indicativo não possuem Presente
do Subjuntivo. É o caso de abolir, emergir/imergir, viger, falir, precaver-se, colorir, etc.
Cuidado com os verbos aderir, polir, competir, repelir, gerir! Eles admitem SIM 1ª pessoa do singular do
Presente do Indicativo: eu adiro; eu pulo; eu compito; repilo; eu giro. A flexão de Presente do Subjuntivo,
portanto, fica assim: talvez eu adira; talvez tu adiras; talvez ele adira...; talvez eu pula; talvez tu pulas;
talvez ele pula...; talvez eu compita; talvez tu compitas; talvez ele compita...; talvez eu repila; talvez tu
repilas; talvez ele repila...; talvez eu gira; talvez tu giras; talvez ele gira...; etc.
Como já alertado, os verbos TER, VER, VIR e PÔR influenciarão as conjugações de MANTER, RETER, DETER,
OBTER, REVER, PREVER, INTERVIR, CONVIR, REPOR, DISPOR, DEPOR e tantos outros derivados.
Imperativo Afirmativo

Como é o procedimento?

Tomam-se as segundas pessoas do presente do indicativo, com eliminação do s final.

Tomam-se as demais pessoas do presente do subjuntivo, reproduzindo-as literalmente.

Vejamos o comportamento dos verbos TER, VER, VIR e PÔR:

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Observação:

É muito comum, não só na linguagem falada, mas também na escrita, haver mistura de pessoas gramaticais no
emprego do modo Imperativo.
Exemplos:

Decide o seu caminho para não perder o foco.

(2ª p) (3ª p)

Note que “decide” está flexionado na 2ª pessoa do singular do Imperativo Afirmativo - TU DECIDES – S = DECIDE
(TU). No entanto, o possessivo “seu” é de 3ª pessoa. Não ocorre, assim, uniformidade no tratamento das pessoas.
Correção: Decide o teu caminho para não perderes o foco.

Correção: Decida o seu caminho para não perder o foco.

Imperativo Negativo:

A formação do Imperativo Negativo é bem mais simples que a do Afirmativo. No Negativo, simplesmente
se tomam formas do Presente do Subjuntivo, reproduzindo-as literalmente.

Vejamos o comportamento dos verbos TER, VER, VIR e PÔR:

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Tempos Derivados do Pretérito Perfeito do Indicativo


Derivam do Pretérito Perfeito do Indicativo três importantes tempos: o Pretérito Mais-que-Perfeito do Indicativo, o
Futuro do Subjuntivo e o Pretérito Imperfeito do Subjuntivo. Professor, nunca ouvi falar desses tempos na minha vida!
Você, meu caro, já os utiliza bastante, mas não associa o uso aos nomes deles, entende? Vamos em frente! Muita
informação importante teremos aqui!
Primeiramente, vamos entender como se dá a formação dos tempos derivados. Ao flexionar a 2ª pessoa do singular do
Pretérito Perfeito do Indicativo, deparamo-nos com a terminação STE. O radical dos tempos derivados é obtido
subtraindo-se dessa a terminação STE.
No caso do verbo TER, a flexão de 2ª pessoa do singular do Pretérito Perfeito do Indicativo é “TU TIVESTE”. O radical
formador dos tempos derivados será, portanto, “TIVE”.
No caso do verbo VER, a flexão de 2ª pessoa do singular do Pretérito Perfeito do Indicativo é “TU VISTE”. O radical
formador dos tempos derivados será, portanto, “VI”.
No caso do verbo VIR, a flexão de 2ª pessoa do singular do Pretérito Perfeito do Indicativo é “TU VIESTE”. O radical
formador dos tempos derivados será, portanto, “VIE”.
No caso do verbo PÔR, a flexão de 2ª pessoa do singular do Pretérito Perfeito do Indicativo é “TU PUSESTE”. O radical
formador dos tempos derivados será, portanto, “PUSE”.

Pretérito Mais-que-Perfeito do Indicativo:

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A desinência de modo e tempo identificadora do Pretérito Mais-que-Perfeito do Indicativo é “RA”, seja o verbo de
1ª, 2ª ou 3ª conjugação. A simples presença, portanto, dessa desinência já nos permite identificar a que modo e tempo
pertence a forma verbal. Muitas são as questões que, sem rodeios, perguntam objetivamente qual o tempo, modo,
pessoa e número da forma verbal em destaque. Conhecer as desinências é essencial!

Futuro do Subjuntivo:

As desinências identificadoras do Futuro do Subjuntivo coincidem com as do Infinitivo Pessoal (ou Flexionado),
porém o radical nem sempre coincide. Daí o cuidado que se deve ter para não flexionar o Futuro do Subjuntivo da
mesma forma que o Infinitivo Pessoal. Note a diferença:
Pediram para nós FAZERMOS uma festa.

Se nós FIZERMOS uma festa, convidaremos os professores.

Vejam só! Foi o que disse para vocês! A desinências coincidem – no caso “RMOS” -, mas os radicais diferem – no
Infinitivo Pessoal, tem-se “FAZE”; no caso do Futuro do Subjuntivo, tem-se “FIZE”, extraído da 2ª pessoa do singular
do Pretérito Perfeito do Indicativo sem a terminação STE.
Além disso, as flexões de Futuro do Subjuntivo são comumente acompanhadas das conjunções temporais e
condicionais “QUANDO” e “SE”.

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Pretérito Imperfeito do Subjuntivo:

A desinência de modo e tempo identificadora do Pretérito Imperfeito do Subjuntivo é “SSE”, seja o verbo de 1ª, 2ª
ou 3ª conjugação. A simples presença, portanto, dessa desinência já nos permite identificar esse modo e tempo. Mais
uma vez! Foco nas desinências!
Além disso, as flexões de Pretérito Imperfeito do Subjuntivo são comumente acompanhadas das conjunções
temporais e condicionais “QUANDO”, “SE” e “CASO”.

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IMPORTANTE!

As formas verbais de vir, ver e pôr e derivados no Pretérito Imperfeito e no Futuro do Subjuntivo costumam gerar
dúvidas.
Exemplos:

Quando você compor uma boa música, será recompensado pelo público. (ERRADO)

Quando você compuser uma boa música, será recompensado pelo público. (CERTO)

Se o Governo intervisse menos na economia, haveria mais crescimento econômico. (ERRADO)

Se o Governo interviesse menos na economia, haveria mais crescimento econômico. (CERTO)

Se nós mantermos o foco, atingiremos nossas metas. (ERRADO)

Se nós mantivermos o foco, atingiremos nossas metas. (CERTO)

Uma flexão que chama bastante atenção e a do FUTURO DO SUBJUNTIVO do verbo VER.

No dia a dia, são comuns as construções “Se eu ver... Quando eu ver ... Se você ver... Quando você ver ... Se nós
vermos... Quando nós vermos...”.
Essas construções, galera, estão erradas.

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As flexões previstas pela gramática normativa são “Se eu VIR... Quando eu VIR... Se você VIR... Quando você VIR... Se
nós VIRMOS... Quando nós VIRMOS...”. Esse padrão será seguido por seus derivados. Observe:
Se eu rever minha família, ficarei muito emocionado. (ERRADO)

Se eu revir minha família, ficarei muito emocionado. (CERTO)

Se a meteorologia prever sol no domingo, irei à praia. (ERRADO)

Se a meteorologia previr sol no domingo, irei à praia. (CERTO)

Se ele antevesse a crise, não tomaria aquela desastrada decisão. (ERRADO)

Se ele antevisse a crise, não tomaria aquela desastrada decisão. (CERTO)

Tempos Derivados do Infinitivo Impessoal


São derivados da forma impessoal do Infinitivo os seguintes tempos: Pretérito Imperfeito do Indicativo, Futuro do
Presente do Indicativo, Futuro do Pretérito do Indicativo, Infinitivo Pessoal. Vejamos a formação de cada um desses
tempos, atendo-se às terminações e desinências, ok?

Pretérito Imperfeito do Indicativo:

Fique atento às desinências identificadoras desse tempo verbal: no caso de verbos de 1ª conjugação, a desinência
modo-temporal é “VA”; já nos verbos de 2ª e 3ª conjugação, a desinência modo-temporal é “IA”. Vejamos esse padrão
ocorrendo nos verbos NEGOCIAR, TRAZER e PROIBIR.

O verbo VER obedece ao padrão acima, porém os verbos TER, VIR e PÔR seguem um padrão diferente. Veja:

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Futuro do Presente do Indicativo:

Fique atento às terminações identificadoras desse tempo verbal: REI, RÁS, RÁ, REMOS, REIS, RÃO

Vejamos o comportamento dos verbos TER, VER, VIR e PÔR:

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Futuro do Pretérito do Indicativo:

Fique atento às terminações identificadoras desse tempo verbal: RIA, RIAS, RIA, RÍAMOS, RÍEIS, RIAM

Vejamos o comportamento dos verbos TER, VER, VIR e PÔR:

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Observação

Uma conjugação interessante é a do verbo QUERER, no Futuro do Presente e no Futuro do Pretérito do


Indicativo. Veja:
Futuro do Presente do Indicativo: eu quererei; tu quererás; ele quererá; nós quereremos; vós querereis; eles
quererão.
Futuro do Pretérito do Indicativo: eu quereria; tu quererias; ele quereria; nós quereríamos; vós quereríeis;
eles quereriam.
Deve-se tomar o devido cuidado para não confundir algumas flexões de Pretérito Imperfeito do Indicativo
com o Futuro do Pretérito do Indicativo, nos verbos de 2ª e 3ª pessoa. As terminações são bem similares.
Veja:
Pretérito Imperfeito do Indicativo: eu sabia; eu fazia; eu permitia; eu aprendia...

Futuro do Pretérito do Indicativo: eu saberia; eu faria; eu permitiria; eu aprenderia...

Infinitivo Pessoal

A formação desse tempo já foi detalhada na seção Formas Nominais.

Tempos Compostos
Infelizmente precisamos recorrer ao deboreba aqui. Precisamos simplesmente saber quais os tempos compostos e
como estes são formados. Lembremo-nos de que os tempos compostos são espécies de locuções verbais, em que os
auxiliares são os verbos TER e HAVER e os verbos principais estão no PARTICÍPIO. Vamos a eles:

Tempos Compostos do Modo Indicativo


Pretérito Perfeito Composto:

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(Verbo Auxiliar TER/HAVER no Presente do Indicativo + Verbo Principal no Particípio)

Exemplos:

Nós temos estudado Português com afinco.

Eu tenho pesquisado bastante sobre a doença e já consegui descobrir muitas coisas.

Eles têm analisado as gravações, mas ainda não encontraram elementos comprobatórios relevantes.

Aqui é interessante analisar o aspecto verbal – início, término e duração da ação. Note que, nos exemplos
anteriores, a ação tem seu início no passado e perdura no presente.
CESPE - Técnico Judiciário (TRE BA)/2017

Com a ampliação dos direitos, nasceu também uma concepção mais ampla de cidadania. De um lado, existe uma
concepção consumerista de cidadania (direito de defesa do consumidor) e, de outro, uma concepção plena, que se
manifesta na mobilização da sociedade para a conquista de novos direitos e na participação direta da população na
gestão da vida pública, por meio, por exemplo, da discussão democrática do orçamento. Esta tem sido uma prática,
sobretudo no nível do poder local, que tem ajudado na construção de uma democracia participativa, superando os
limites da democracia puramente representativa.
Moacir Gadotti. Escola cidadã – educação para e pela cidadania. Internet: <http://acervo.paulofreire.org> (com
adaptações).
A correção gramatical, a coerência e o sentido do texto seriam mantidos caso a forma verbal “tem ajudado” fosse
substituída por
a) vem ajudando.

b) ajudou.

c) ajudaria.

d) vinha ajudando.

e) pode ajudar.

RESOLUÇÃO:
A forma “tem ajudado” corresponde ao Pretérito Perfeito do Indicativo na forma composta e expressa ação que se
iniciou no passado e perdura no presente.
Já a forma “ajudou” é flexão de Pretérito Perfeito do Indicativo na forma simples e expressa ação já concluída,
finalizada no passado.
Sendo assim, a substituição de “tem ajudado” por “ajudou” alteraria o sentido original.
Resposta: A

Pretérito Mais-que-Perfeito Composto:

(Verbo Auxiliar TER/HAVER no Pretérito Imperfeito do Indicativo + Verbo Principal no Particípio)

Exemplos:

Nós tínhamos estudado esse assunto na época de colégio.

Eu já tinha iniciado a aula quando você chegou.

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Eles haviam alertado as autoridades várias vezes sobre as possibilidades reais de um desastre na região.

Esse é um dos tempos compostos mais explorados em provas. São frequentes as menções a essa forma composta e
sua correspondência com a forma simples (tinha estudado = estudara; tinha iniciado = iniciara; haviam alertado =
alertaram).

Futuro do Presente Composto:

(Verbo Auxiliar TER/HAVER no Futuro do Presente do Indicativo + Verbo Principal no Particípio)

Exemplos:

Nós teremos aprendido muitas coisas até o dia da nossa prova.

Eu já haverei iniciado meu estágio quando me formar.

Pedro terá mentido três vezes antes de capturarem Jesus.

Aqui é interessante analisar o significado do Futuro do Presente Composto. Nos exemplos anteriores, ele faz menção
a fatos futuros anteriores a outros fatos futuros. Como assim, professor? Por exemplo, na frase “Eu já haverei iniciado
meu estágio quando me formar. ”, o início do estágio e a formatura são eventos futuros, concorda? No entanto, o início
do estágio se dará antes da formatura. Trata-se, portanto, de um futuro anterior a outro futuro.

Futuro do Pretérito Composto:

(Verbo Auxiliar TER/HAVER no Futuro do Pretérito do Indicativo + Verbo Principal no Particípio)

Exemplos:

Teria estudado com mais dedicação se soubesse o quão importante era.

Teria me esforçado mais se tivesse a exata noção da recompensa.

Aqui se nota uma equivalência entre as formas simples e composta. É possível, portanto, substituir “Teria estudado”
e “Teria me esforçado” por “Estudaria” e “Esforçar-me-ia”, respectivamente, mantendo a correção e o sentido original.

Tempos Compostos do Modo Subjuntivo


Pretérito Perfeito Composto:

(Verbo Auxiliar TER/HAVER no Presente do Subjuntivo + Verbo Principal no Particípio)

Exemplos:

Esperamos que você tenha apreciado nossa carta de vinhos.

Tomara que eles tenham acertado a questão da prova.

É provável que o jogo já tenha se encerrado quando chegarmos ao estádio.

O Pretérito Perfeito Composto do Subjuntivo pode expressar um desejo de algo tenha ocorrido ou fazer menção a
um fato futuro já encerrado em relação a outro. Nas duas primeiras frases, por exemplo, temos a manifestação de um

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desejo e, na última, temos a menção a um possível fato futuro encerrado – o jogo -, antes de outro fato também futuro
– a chegada ao estádio.

Pretérito Mais-que-Perfeito Composto:

(Verbo Auxiliar TER/HAVER no Pretérito Imperfeito do Subjuntivo + Verbo Principal no Particípio)

Exemplos:

Se eles tivessem prestado atenção, não teriam errado a questão boba.

Se tivessem respondido com clareza as indagações, não teria havido tantas polêmicas.

Aqui se nota uma equivalência entre as formas simples e composta. É possível, portanto, substituir “tivessem
prestado” e “tivessem respondido” por “prestassem” e “respondessem”, respectivamente, mantendo a correção e o
sentido original.

Futuro Composto:

(Verbo Auxiliar TER/HAVER no Futuro do Subjuntivo + Verbo Principal no Particípio)

Exemplos:

Quando vocês tiverem encerrado os estudos, organizem a sala, por favor!

Assim que o jogo tiver finalizado, ligue-me.

Aqui se nota uma equivalência entre as formas simples e composta. É possível, portanto, substituir “tiverem
encerrado” e “tiver finalizado” por “encerrarem” e “finalizar”, respectivamente, mantendo a correção e o sentido
original.

Emprego dos Modos e Tempos Verbais


Senhores, no estágio em que nos encontramos, é de se esperar que já saibamos reconhecer os tempos e modos
verbais, por meio de suas desinências, e que estamos a par da conjugação verbal (ainda precisamos aprimorar),
dominando os mecanismos de formação dos tempos verbais. Veja que suamos bastante a camisa até agora e não
poderia ser diferente! A classe dos verbos exige um esforço hercúleo (Falei bonito, hein?) de nossa parte! Vamos partir
agora para um segundo estágio, que consiste em entender como se empregam esses tantos tempos e modos verbais e
qual o significado por eles expressado. Mãos à obra? Vamos lá!

Modo Indicativo

Presente:
Na sua acepção literal (sentido tomado ao pé da letra), o Presente do Indicativo faz menção a uma ação que ocorre no
momento da fala.
Exemplo:

Escuto um rock pesado enquanto escrevo esta aula.

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(E é verdade mesmo! Rs. Quando o assunto é desafiador, como é o caso de verbos, nada como um bom rock para estimular a
mente! Queridos, trata-se de ações que ocorrem no momento da fala, daí o emprego das formas verbais no Presente
do Indicativo.).
No entanto, pode-se empregar esse tempo verbal com outros sentidos, além do literal. Vejamos a seguir algumas
dessas possibilidades.

Usa-se o Presente do Indicativo para fazer menção a fatos habituais ou corriqueiros:

Exemplos:

Tomo banho todos os dias.

Às quintas-feiras estudo Português.

Visito meus pais todo sábado, final de tarde!

Usa-se o Presente do Indicativo para dar vivacidade a fatos passados ou históricos:

Exemplos:

Em 1492, Cristóvão Colombo descobre a América.

Aos 45 minutos do 2º tempo, o time adversário empata o jogo para desespero da torcida.

Usa-se o Presente do Indicativo para fazer menção a definições, conceitos e fatos atemporais:

Exemplos:

Mata-se demais no Brasil todos os anos.

O triângulo possui três lados.

Descontrole da despesa pública implica aumento da inflação.

Usa-se o Presente do Indicativo para enfatizar certeza ou conferir assertividade em ações futuras:

Exemplos:

Amanhã eu te ligo!

Semana que vem, eu publico as demais aulas.

Se alguém me pede um favor, atendo prontamente.

Pretérito Perfeito:
Na sua acepção literal (sentido tomado ao pé da letra), o Pretérito Perfeito do Indicativo faz menção a uma ação já
concluída, finalizada, consumada no passado, tomando-se como referência o momento da fala.
Exemplo:

Publiquei a aula 01 ontem à noite.

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Joguei bola ontem com meus amigos.

Visitei meus pais no último fim de semana.

(Trata-se de uma ação já concluída no passado.)

A sua forma composta, como já detalhamos, faz menção a fatos que se iniciaram no passado e perduram no presente.

Ele tem feito um excelente trabalho na Instituição.

(Trata-se de uma ação iniciada no passado e que perdura no presente.)

Pretérito Imperfeito:
Na sua acepção literal (sentido tomado ao pé da letra), o Pretérito Imperfeito do Indicativo faz menção a uma ação do
passado durativa, repetitiva, cujo final não é possível apontar com exatidão.
Como assim, professor? Que negócio complicado!

Não é não! Vamos ver a seguir um comparativo para você entender o emprego desse tempo.

Exemplos:

Joguei bola ontem com meus amigos.

Jogava bola às quartas com meus amigos.

Visitei meus pais no último fim de semana.

Visitava meus pais todo fim de semana.

Note que as formas “joguei” e “visitei” estão flexionadas no Pretérito Perfeito. Fazem menção a ações do passado já
concluídas, finalizadas, consumadas.
Já as formas “jogava” e “visitava” estão flexionadas no Pretérito Imperfeito. Fazem menção a ações do passado que
se repetiram, que tiveram uma duração. A ação “jogar bola” se repetia às quartas-feiras; e a ação “visitar os pais” se
repetia todo fim de semana. Essas ações, portanto, eram habituais no passado e deixaram de ser. Quando
exatamente deixaram de se repetir? Não sabemos com exatidão. Daí o motivo de chamá-las de imperfeitas.
Moçada, fiquem ligados! Quando o enunciado falar em “ação habitual no passado”, “ação que teve continuidade no
passado”, “ação que teve duração no passado”, “ação do passado cujo final não é possível apontar com exatidão”,
vocês já podem associar essas descrições ao Pretérito Imperfeito do Indicativo.
Além disso, pode-se empregar esse tempo verbal com outros sentidos. Vejamos a seguir algumas dessas possibilidades.

Usa-se o Pretérito Imperfeito do Indicativo para fazer menção a tempo imaginário, comumente
empregado em narrativas ficcionais.
Quem nunca, quando criança, escutou historinhas do tipo “Era uma vez um monstro chamado Português,
que devorava os concurseiros aflitos...”. O emprego do Pretérito Imperfeito se justifica por se tratar de algo
imaginário, ficcional.
Usa-se o Pretérito Imperfeito do Indicativo para expressar polidez (gentileza, educação).

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Exemplos:

Você podia me fazer um grande favor?

Senhor, o senhor podia me dar alguns minutos da sua atenção?

Pretérito Mais-que-Perfeito:
Na sua acepção literal (sentido tomado ao pé da letra), o Pretérito Mais-que-Perfeito indica um fato já concluído e
anterior a outro também concluído em relação ao momento da fala. Em outras palavras, pode-se dizer que se trata
de um passado de um passado.
Como assim, professor? Que negócio complicado! Meu Deus!

Num primeiro momento, não parece ser algo de Deus, é verdade! Mas calma! Veja o exemplo seguir!

Exemplo:

A família terminara o jantar quando ele chegou.

Vamos organizar os acontecimentos numa linha do tempo, ok? O que ocorreu primeiro? O término do jantar ou a
chegada dele? Primeiro o jantar se encerrou, todos concordam? E, depois de algum tempo, com o jantar já encerrado,
ele chega.
Ora, vamos pensar um pouco agora! A forma “chegou” está no passado, certo? Se “chegou” é passado, “terminara” é
mais passado ainda, pois ocorreu antes, todos concordam? Ora, se “chegou” é perfeito, “terminara” é, portanto, mais
perfeito ainda. Eis o Pretérito Mais-que-Perfeito, uma ação anterior a outra ação já concluída. Guarde essa
descrição, pois ela chove em provas.
O Pretérito Mais-que-Perfeito costuma ocorrer com mais frequência em sua forma composta. Veja:

Exemplo:

A bola já tinha entrado quando o juiz apitou o final do jogo.

A forma verbal “tinha entrado” faz menção a uma ação anterior a outra já concluída – no caso, a ação representada pela
forma verbal “apitou”. Note que primeiro a bola entra no gol e só depois o juiz apita o final da partida.
Gente, vamos fazer uma síntese dos pretéritos: o Perfeito faz menção a uma ação concluída, finalizada; o
Imperfeito, a uma ação habitual no passado; e o Mais-que-Perfeito, a uma ação anterior a outra ação já concluída.
Além desse sentido, é possível empregar o Pretérito Mais-que-Perfeito para indicar desejo, vontade, anseio. Veja:

Exemplos:

Quem me dera ser um funcionário público!

Quisera eu saber Português, professor!

Futuro do Presente:
Na sua acepção literal (sentido tomado ao pé da letra), o Futuro do Presente indica um fato posterior ao momento da
fala. É, portanto, um futuro tomando-se como referência o agora, o presente.
Exemplos:

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Daqui a alguns meses, serei um funcionário público, professor!

(Se Deus quiser! Note que a forma verbal “serei” faz menção a um fato posterior, tomando-se como referência o
momento da fala.)
No entanto, pode-se empregar esse tempo verbal com outros sentidos, além do literal. Vejamos a seguir algumas
dessas possibilidades.

Usa-se o Futuro do Presente, em muitas ocasiões, com valor imperativo, expressando ordens,
mandamentos:

Exemplos:

Não cobiçarás a mulher alheia.

Você não deixará para estudar somente quando sair o edital.

Note que as formas verbais em destaque estão flexionadas no futuro, mas correspondem a mandamentos, que devem
ser seguidos imediatamente. Você não pode cobiçar a mulher dos outros, ora! Rs.

Usa-se o Futuro do Presente em perguntas, expressando incerteza, dúvida:

Exemplos:

Conseguiremos superar todas essas adversidades?

Terá o treinador mais sorte no próximo jogo?

A sua forma composta, como já detalhamos, faz menção a fatos futuros anteriores a outros fatos também futuros.

Daqui a alguns meses, serei um funcionário público, professor! Antes disso, terei gabaritado a prova de Português e obtido
minha tão suada aprovação.
(A forma verbal “terei gabaritado” e “serei” correspondem a eventos futuros, sendo que o primeiro antecede o
segundo.)

Futuro do Pretérito:
Na sua acepção literal (sentido tomado ao pé da letra), o Futuro do Pretérito indica um fato posterior ao a um
acontecimento passado. É, portanto, um futuro tomando-se como referência o passado.
Que negócio complicado é esse, professor?

Não é não, meu amigo! Deixe-me explicar! Observe a frase a seguir.

Em 2004, eu me formei. Dois anos depois, iniciaria minha carreira de professor.

Note que as formas verbais “formei” e “iniciaria” fazem menção a acontecimentos passados. O primeiro ocorreu em
2004 (faz tempo...); o segundo, em 2006 (faz tempo também...). 2006 é, em relação a 2004, futuro, você concorda?
Trata-se de um futuro de um passado. Eis, portanto, o Futuro do Pretérito, um evento posterior a um outro evento já
concluído.

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Outro exemplo?

Em 2002 Felipão, à frente da seleção brasileira como técnico, trouxe o pentacampeonato mundial. Anos mais tarde, em
2014, passaria uma vergonha homérica no Mineirão, levando um sonoro 7 a 1 da Alemanha.
Desculpe-me lembrá-lo dessa tragédia, ok? Observe que a forma verbal “passaria” faz menção a uma ação posterior –
2014 – a outra já concluída – 2002. Trata-se de um Futuro do Pretérito.
No entanto, pode-se empregar esse tempo verbal com outros sentidos, além do literal. Vejamos a seguir algumas
dessas possibilidades.

Usa-se o Futuro do Pretérito em muitas perguntas, expressando incerteza em relação a eventos


passados.
Exemplo:

Seria falha humana a causa da tragédia aérea?

Em breve, veremos as correlações de tempos verbais. Como, professor? Em breve veremos! Fique tranquilo. Lá
mostrarei para vocês que podemos empregar os Futuros do Presente ou do Pretérito para fazer menção a
consequências hipotéticas condicionadas à concretização de determinados eventos. Aguardem!

Modo Subjuntivo

Presente:
O Presente do Subjuntivo expressa possibilidades e desejos. É frequentemente empregado em frases optativas (que
expressam vontade, desejo), acompanhados da partícula expletiva ou de realce QUE. Observe:
Deus me proteja!

Bons ventos te levem!

Que eu consiga minha tão sonhada aprovação!

É provável que ele compareça ao evento.

Atenção!

Construções do tipo “Você quer que eu faço isso? ” são consideradas graves equívocos gramaticais e mostram
desconhecimento por parte do falante de regras básicas que regem a norma culta.
Note que a forma verbal se insere numa frase que expressa desejo, possibilidade. Dessa forma, deve-se empregar a
flexão de Presente do Subjuntivo: “Você quer que eu faça isso? ”.
A sua forma composta, como já detalhamos, faz menção a desejos de que algo já tenha ocorrido ou a eventos futuros já
encerrados em relação a outros eventos.
Espero que ele tenha feito uma excelente prova.

(Trata-se de um desejo de que algo já tenha ocorrido.)

É provável que o professor já tenha encerrado a aula, quando chegarmos ao curso.

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(Trata-se de um evento futuro possivelmente já encerrado - tenha encerrado - antes de outro evento - chegarmos.)

Pretérito Imperfeito:
O Pretérito Imperfeito do Subjuntivo faz menção a uma condição não realizável no passado.

Exemplo:

Se ele estivesse aqui mais cedo, veria a catástrofe que foi o evento.

Caso ele tivesse manifestado vontade por escrito, teríamos reservado a sala.

Futuro:
O Futuro do Subjuntivo faz menção a uma condição futura possível.

Exemplo:

Se o Prefeito estiver aqui amanhã, mostrarei a ele os estragos causados pela chuva.

Quando você for nomeado, faremos um baita churrasco.

Modo Imperativo
Como já detalhado, o Imperativo expressa uma ordem, um pedido ou um conselho.

No entanto, em algumas construções, o emprego do Imperativo pode ser associado à ideia de condição. Como assim,
professor? Veja:
Chegue cedo, e conseguirá o melhor lugar do auditório. (= Se chegar cedo, conseguirá...)

Estude todo dia um pouco, e os resultados virão. (= Se estudar todo dia um pouco, os resultados....)

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Verbos Notáveis
Alguns verbos merecem especial atenção. É o caso dos verbos TER, VER, VIR, PÔR e derivados, amplamente cobrados
em provas, cujas conjugações foram exaustivamente detalhadas anteriormente. Outros verbos também ganham
destaque.
É muito importante que você tenha a conjugação do SER e IR na ponta língua, por serem auxiliares de frequente uso e
pelo fato de serem anômalos. Além disso, ganham destaque os falsos cognatos QUERER e REQUERER; VER e REAVER;
VER e PROVER. Por fim, devemos tomar cuidado com verbos terminados em UAR, EAR e IAR .
Vamos lá!

Verbos SER e IR

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QUERER e REQUERER; VER e REAVER; VER e PROVER


Cuidado com os falsos cognatos QUERER e REQUERER! As provas vão tentar empurrar para você o verbo REQUERER
como derivado de QUERER. Cuidado! Eles não têm nada a ver um com outro!
Exemplos:

EU QUIS > EU REQUIS (ERRADO)

EU QUIS > EU REQUERI (CERTO)

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Cuidado com os falsos cognatos VER e REAVER! As provas vão tentar empurrar para você o verbo REAVER como
derivado de VER. Cuidado! Eles não têm nada a ver um com outro! O verbo REAVER deriva de HAVER
Exemplos:

EU VI > EU REAVI (ERRADO)

EU HOUVE > EU REOUVE (CERTO)

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Cuidado com os falsos cognatos VER e PROVER! As provas vão tentar empurrar para você o verbo PROVER como
derivado de VER. Cuidado! Eles não têm nada a ver um com outro, embora em algumas conjugações sejam similares.

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VERBOS TERMINADOS EM -EAR


Os verbos de final EAR – nomear, renomear, frear, pentear, etc. – apresentam a vogal “i” nas formas rizotônicas do
Presente do Indicativo e do Presente do Subjuntivo. Professor, formas o quê? Formas rizotônicas! Deixe-me explicar!
Em algumas formas verbais, o acento tônico incide no radical, noutras na terminação. As primeiras chamam-
se rizotônicas (rizo > raiz), as últimas, arrizotônicas. Nas formas rizotônicas é que encontramos as maiores
irregularidades.
São rizotônicas a 1ª, 2ª e 3ª pessoas do singular e a 3ª pessoa do plural do presente do indicativo e do presente do
subjuntivo, bem como as correspondentes do imperativo; todas as demais formas são, normalmente, arrizotônicas.
Exemplos:

NOMEI - O (rizotônica) NOMEI – E (rizotônica)

NOMEI – AS (rizotônica) NOMEI – ES (rizotônica)

NOMEI – A (rizotônica) NOMEI – E (rizotônica)

NOME – AMOS (arrizotônica) NOME – EMOS (arrizotônica)

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NOME – AIS (arrizotônica) NOME – EIS (arrizotônica)

NOMEI – AM (rizotônica) NOMEI – EM (rizotônica)

Tomemos como exemplo o verbo FREAR:

VERBOS TERMINADOS EM -IAR


Grande parte dos verbos terminados em IAR são regulares. No entanto, há uma galerinha que segue o padrão de
ODIAR que dá o que falar: MEDIAR, REMEDIAR, ANSIAR, INTERMEDIAR, etc.
Como assim, professor?

A vontade que temos é de falar “EU MEDIO”, “EU REMEDIO”, “EU INTERMEDIO”, “ELE MEDIA”, “ELE REMEDIA”, “ELE
INTERMEDIA”, certo? Galera, essas flexões estão ERRADAS!
Essa moçada que listei seguirá o padrão do verbo ODIAR. Veja:

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EU ODEIO > “EU MEDEIO”, “EU REMEDEIO”, “EU INTERMEDEIO”.

ELE ODEIA > “ELE MEDEIA”, “ELE REMEDEIA”, “ELE INTERMEDEIA”.

Maluco, né?

Tomemos como exemplo o verbo INTERMEDIAR:

VERBOS TERMINADOS EM -UAR


Os verbos terminados em UAR – averiguar, apaziguar, enxaguar, aguar, etc. - são regulares. O detalhe é que, de
acordo com a Nova Ortografia, não há mais trema nem acento agudo nas gue, gui, que, qui. Além disso, as formas
rizotônicas (1ª, 2ª, 3ª pessoas do singular e 3ª do plural do Presente do Indicativo e do Subjuntivo) admitem dupla
pronúncia: eu apazíguo (com acento) ou apaziguo (sílaba tônica no U).

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Tomemos como exemplo o verbo AVERIGUAR:

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Verbos Notáveis
Alguns verbos merecem especial atenção. É o caso dos verbos TER, VER, VIR, PÔR e derivados, amplamente cobrados em provas, cujas
conjugações foram exaustivamente detalhadas anteriormente. Outros verbos também ganham destaque.
É muito importante que você tenha a conjugação do SER e IR na ponta língua, por serem auxiliares de frequente uso e pelo fato de serem
anômalos. Além disso, ganham destaque os falsos cognatos QUERER e REQUERER; VER e REAVER; VER e PROVER. Por fim, devemos tomar
cuidado com verbos terminados em UAR, EAR e IAR .
Vamos lá!

Verbos SER e IR

SER

INDICATIVO

PRETÉRITO PRETÉRITO PRETÉRITO MAIS-QUE- FUTURO DO FUTURO DO


PRESENTE
PERFEITO IMPERFEITO PERFEITO PRESENTE PRETÉRITO

EU SOU EU FUI EU ERA EU FORA EU SEREI EU SERIA

TU ÉS TU FOSTE TU ERAS TU FORAS TU SERÁS TU SERIAS

ELE É ELE FOI ELE ERA ELE FORA ELE SERÁ ELE SERIA

NÓS SOMOS NÓS FOMOS NÓS ÉRAMOS NÓS FÔRAMOS NÓS SEREMOS NÓS SERÍAMOS

VÓS SOIS VÓS FOSTES VÓS ÉREIS VÓS FÔREIS VÓS SEREIS VÓS SERÍEIS

ELES SÃO ELES FORAM ELES ERAM ELES FORAM ELES SERÃO ELES SERIAM

SUBJUNTIVO IMPERATIVO

PRETÉRITO
PRESENTE FUTURO AFIRMATIVO NEGATIVO
IMPERFEITO

QUE EU SEJA SE EU FOSSE SE EU FOR - -

QUE TU SEJAS SE TU FOSSES SE TU FORES SÊ (TU) NÃO SEJAS (TU)

TALVEZ ELE SEJA SE ELE FOSSE SE ELE FOR SEJA (VOCÊ) NÃO SEJA (VOCÊ)

TALVEZ NÓS CASO NÓS QUANDO NÓS NÃO SEJAMOS


SEJAMOS (NÓS)
SEJAMOS FÔSSEMOS FORMOS (NÓS)

QUANDO VÓS
CASO VÓS SEJAIS CASO VÓS FÔSSEIS SEDE (VÓS) NÃO SEJAIS (VÓS)
FORDES

CASO ELES CASO ELES QUANDO ELES SEJAM (VOCÊS) NÃO SEJAM

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SEJAM FOSSEM FOREM (VOCÊS)

IR

INDICATIVO

PRETÉRITO PRETÉRITO PRETÉRITO MAIS-QUE- FUTURO DO FUTURO DO


PRESENTE
PERFEITO IMPERFEITO PERFEITO PRESENTE PRETÉRITO

EU VOU EU FUI EU IA EU FORA EU IREI EU IRIA

TU VAIS TU FOSTE TU IAS TU FORAS TU IRÁS TU IRIAS

ELE VAI ELE FOI ELE IA ELE FORA ELE IRÁ ELE IRIA

NÓS VAMOS NÓS FOMOS NÓS ÍAMOS NÓS FÔRAMOS NÓS IREMOS NÓS IRÍAMOS

VÓS IDES VÓS FOSTES VÓS ÍEIS VÓS FÔREIS VÓS IREIS VÓS IRÍEIS

ELES VÃO ELES FORAM ELES IAM ELES FORAM ELES IRÃO ELES IRIAM

SUBJUNTIVO IMPERATIVO

PRETÉRITO
PRESENTE FUTURO AFIRMATIVO NEGATIVO
IMPERFEITO

QUE EU VÁ SE EU FOSSE SE EU FOR - -

QUE TU VÁS SE TU FOSSES SE TU FORES VAI (TU) NÃO VÁS (TU)

TALVEZ ELE VÁ SE ELE FOSSE SE ELE FOR VÁ (VOCÊ) NÃO VÁ VOCÊ)

TALVEZ NÓS CASO NÓS QUANDO NÓS


VAMOS (NÓS) NÃO VAMOS (NÓS)
VAMOS FÔSSEMOS FORMOS

CASO VÓS QUANDO VÓS


CASO VÓS FÔSSEIS IDE (VÓS) NÃO VADES (VÓS)
VADES FORDES

CASO ELES QUANDO ELES


CASO ELES VÃO VÃO (VOCÊS) NÃO VÃO (VOCÊS)
FOSSEM FOREM

QUERER e REQUERER; VER e REAVER; VER e PROVER


Cuidado com os falsos cognatos QUERER e REQUERER! As provas vão tentar empurrar para você o verbo REQUERER como derivado de QUERER.
Cuidado! Eles não têm nada a ver um com outro!

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Exemplos:

EU QUIS > EU REQUIS (ERRADO)

EU QUIS > EU REQUERI (CERTO)

QUERER

INDICATIVO

PRETÉRITO PRETÉRITO PRETÉRITO MAIS- FUTURO DO FUTURO DO


PRESENTE
PERFEITO IMPERFEITO QUE-PERFEITO PRESENTE PRETÉRITO

EU QUERO EU QUIS EU QUERIA EU QUISERA EU QUEREREI EU QUERERIA

TU QUERES TU QUISESTE TU QUERIAS TU QUISERAS TU QUERERÁS TU QUERERIAS

ELE QUER ELE QUIS ELE QUERIA ELE QUISERA ELE QUERERÁ ELE QUERERIA

NÓS NÓS
NÓS QUEREMOS NÓS QUISEMOS NÓS QUERÍAMOS NÓS QUISÉRAMOS
QUEREREMOS QUERERÍAMOS

VÓS QUEREIS VÓS QUISESTES VÓS QUERÍEIS VÓS QUISÉREIS VÓS QUEREREIS VÓS QUERERÍEIS

ELES QUEREM ELES QUISERAM ELES QUERIAM ELES QUISERAM ELES QUERERÃO ELES QUERERIAM

SUBJUNTIVO IMPERATIVO

PRETÉRITO
PRESENTE FUTURO AFIRMATIVO NEGATIVO
IMPERFEITO

QUE EU QUEIRA SE EU QUISESSE SE EU QUISER - -

NÃO QUEIRAS
QUE TU QUEIRAS SE TU QUISESSES SE TU QUISERES QUER(E) (TU)
(TU)

TALVEZ ELE NÃO QUEIRA


SE ELE QUISESSE SE ELE QUISER QUEIRA (VOCÊ)
QUEIRA VOCÊ)

TALVEZ NÓS CASO NÓS QUANDO NÓS QUEIRAMOS NÃO QUEIRAMOS


QUEIRAMOS QUISÉSSEMOS QUISERMOS (NÓS) (NÓS)

CASO VÓS CASO VÓS QUANDO VÓS NÃO QUEIRAIS


QUEREI (VÓS)
QUEIRAIS QUISÉSSEIS QUISERDES (VÓS)

CASO ELES CASO ELES QUANDO ELES NÃO QUEIRAM


QUEIRAM (VOCÊS)
QUEIRAM QUISESSEM QUISEREM (VOCÊS)

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REQUERER

INDICATIVO

PRETÉRITO PRETÉRITO PRETÉRITO MAIS- FUTURO DO FUTURO DO


PRESENTE
PERFEITO IMPERFEITO QUE-PERFEITO PRESENTE PRETÉRITO

EU REQUEIRO EU REQUERI EU REQUERIA EU REQUERERA EU REQUEREREI EU REQUERERIA

TU REQUERES TU REQUERESTE TU REQUERIAS TU REQUERERAS TU REQUERERÁS TU REQUERERIAS

ELE REQUER ELE REQUEREU ELE REQUERIA ELE REQUERERA ELE REQUERERÁ ELE REQUERERIA

NÓS NÓS NÓS NÓS NÓS


NÓS REQUEREMOS
REQUEREMOS REQUERÍAMOS REQUERÊRAMOS REQUEREREMOS REQUERERÍAMOS

VÓS
VÓS REQUEREIS VÓS RESQUERESTES VÓS REQUERÍEIS VÓS REQUERÊREIS VÓS REQUERERÍEIS
REQUEREREIS

ELES ELES
ELES REQUEREM ELES REQUERERAM ELES REQUERIAM ELES REQUERERAM
REQUERERÃO REQUERERIAM

SUBJUNTIVO IMPERATIVO

PRETÉRITO
PRESENTE FUTURO AFIRMATIVO NEGATIVO
IMPERFEITO

QUE EU
SE EU REQUERESSE SE EU REQUERER - -
REQUEIRA

QUE TU SE TU NÃO REQUEIRAS


SE TU REQUERES REQUER (E) (TU)
REQUEIRAS REQUERESSES (TU)

TALVEZ ELE NÃO REQUEIRA


SE ELE REQUERESSE SE ELE REQUERER REQUEIRA (VOCÊ)
REQUEIRA VOCÊ)

NÃO
TALVEZ NÓS CASO NÓS QUANDO NÓS REQUEIRAMOS
REQUEIRAMOS
REQUEIRAMOS REQUERÊSSEMOS REQUERERMOS (NÓS)
(NÓS)

CASO VÓS CASO VÓS QUANDO VÓS NÃO REQUEIRAIS


REQUEREI (VÓS)
REQUEIRAIS REQUERÊSSEIS REQUERERDES (VÓS)

CASO ELES CASO ELES QUANDO ELES REQUEIRAM NÃO REQUEIRAM


REQUEIRAM REQUERESSEM REQUEREREM (VOCÊS) (VOCÊS)

Cuidado com os falsos cognatos VER e REAVER! As provas vão tentar empurrar para você o verbo REAVER como derivado de VER. Cuidado! Eles
não têm nada a ver um com outro! O verbo REAVER deriva de HAVER
Exemplos:

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EU VI > EU REAVI (ERRADO)

EU HOUVE > EU REOUVE (CERTO)

HAVER

INDICATIVO

PRETÉRITO PRETÉRITO PRETÉRITO MAIS-QUE- FUTURO DO FUTURO DO


PRESENTE
PERFEITO IMPERFEITO PERFEITO PRESENTE PRETÉRITO

EU HEI EU HOUVE EU HAVIA EU HOUVERA EU HAVEREI EU HAVERIA

TU HÁS TU HOUVESTE TU HAVIAS TU HOUVERAS TU HAVERÁS TU HAVERIAS

ELE HÁ ELE HOUVE ELE HAVIA ELE HOUVERA ELE HAVERÁ ELE HAVERIA

NÓS NÓS
NÓS HAVEMOS NÓS HOUVEMOS NÓS HAVÍAMOS NÓS HOUVÉRAMOS
HAVEREMOS HAVERÍAMOS

VÓS HAVEIS VÓS HOUVESTES VÓS HAVÍEIS VÓS HOUVÉREIS VÓS HAVEREIS VÓS HAVERÍEIS

ELES HÃO ELES HOUVERAM ELES HAVIAM ELES HOUVERAM ELES HAVERÃO ELES HAVERIAM

SUBJUNTIVO IMPERATIVO

PRETÉRITO
PRESENTE FUTURO AFIRMATIVO NEGATIVO
IMPERFEITO

QUE EU HAJA SE EU HOUVESSE SE EU HOUVER - -

QUE TU HAJAS SE TU HOUVESSES SE TU HOUVERES HÁ (TU) NÃO HAJAS (TU)

TALVEZ ELE
SE ELE HOUVESSE SE ELE HOUVER HAJA (VOCÊ) NÃO HAJA VOCÊ)
HAJA

TALVEZ NÓS CASO NÓS QUANDO NÓS NÃO HAJAMOS


HAJAMOS (NÓS)
HAJAMOS HOUVÉSSEMOS HOUVERMOS (NÓS)

CASO VÓS CASO VÓS QUANDO VÓS


HAVEI (VÓS) NÃO HAJAIS (VÓS)
HAJAIS HOUVÉSSEIS HOUVERDES

CASO ELES CASO ELES QUANDO ELES NÃO HAJAM


HAJAM (VOCÊS)
HAJAM HOUVESSEM HOUVEREM (VOCÊS)

REAVER

INDICATIVO

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PRETÉRITO PRETÉRITO MAIS-QUE- FUTURO DO FUTURO DO


PRESENTE PRETÉRITO PERFEITO
IMPERFEITO PERFEITO PRESENTE PRETÉRITO

- EU REOUVE EU REAVIA EU REOUVERA EU REAVEREI EU REAVERIA

- TU REOUVESTE TU REAVIAS TU REOUVERAS TU REAVERÁS TU REAVERIAS

- ELE REOUVE ELE REAVIA ELE REOUVERA ELE REAVERÁ ELE REAVERIA

NÓS NÓS NÓS


NÓS REOUVEMOS NÓS REAVÍAMOS NÓS REOUVÉRAMOS
REAVEMOS REAVEREMOS REAVERÍAMOS

VÓS REAVEIS VÓS REOUVESTES VÓS REAVÍEIS VÓS REOUVÉREIS VÓS REAVEREIS VÓS REAVERÍEIS

- ELES REOUVERAM ELES REAVIAM ELES REOUVERAM ELES REAVERÃO ELES REAVERIAM

SUBJUNTIVO IMPERATIVO

PRETÉRITO
PRESENTE FUTURO AFIRMATIVO NEGATIVO
IMPERFEITO

- SE EU REOUVESSE SE EU REOUVER - -

- SE TU REOUVESSES SE TU REOUVERES - -

- SE ELE REOUVESSE SE ELE REOUVER - -

CASO NÓS QUANDO NÓS


- - -
REOUVÉSSEMOS REOUVERMOS

CASO VÓS QUANDO VÓS


- REAVEI (VÓS) -
REOUVÉSSEIS REOUVERDES

CASO ELES QUANDO ELES


- - -
REOUVESSEM REOUVEREM

Cuidado com os falsos cognatos VER e PROVER! As provas vão tentar empurrar para você o verbo PROVER como derivado de VER. Cuidado! Eles
não têm nada a ver um com outro, embora em algumas conjugações sejam similares.

PROVER

INDICATIVO

PRETÉRITO PRETÉRITO PRETÉRITO MAIS- FUTURO DO FUTURO DO


PRESENTE
PERFEITO IMPERFEITO QUE-PERFEITO PRESENTE PRETÉRITO

EU PROVEJO EU PROVI EU PROVIA EU PROVERA EU PROVEREI EU PROVERIA

TU PROVÊS TU PROVESTE TU PROVIAS TU PROVERAS TU PROVERÁS TU PROVERIAS

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ELE PROVÊ ELE PROVEU ELE PROVIA ELE PROVERA ELE PROVERÁ ELE PROVERIA

NÓS NÓS
NÓS PROVEMOS NÓS PROVEMOS NÓS PROVÍAMOS NÓS PROVÊRAMOS
PROVEREMOS PROVERÍAMOS

VÓS PROVEDES VÓS PROVESTES VÓS PROVÍEIS VÓS PROVÊREIS VÓS PROVEREIS VÓS PROVERÍEIS

ELES PROVEEM ELES PROVERAM ELES PROVIAM ELES PROVERAM ELES PROVERÃO ELES PROVERIAM

SUBJUNTIVO IMPERATIVO

PRETÉRITO
PRESENTE FUTURO AFIRMATIVO NEGATIVO
IMPERFEITO

QUE EU PROVEJA SE EU PROVESSE SE EU PROVER - -

NÃO PROVEJAS
QUE TU PROVEJAS SE TU PROVESSES SE TU PROVERES PROVÊ (TU)
(TU)

TALVEZ ELE NÃO PROVEJA


SE ELE PROVESSE SE ELE PROVER PROVEJA (VOCÊ)
PROVEJA (VOCÊ)

TALVEZ NÓS CASO NÓS QUANDO NÓS PROVEJAMOS NÃO PROVEJAMOS


PROVEJAMOS PROVÊSSEMOS PROVERMOS (NÓS) (NÓS)

CASO VÓS CASO VÓS QUANDO VÓS NÃO PROVEJAIS


PROVEDE (VÓS)
PROVEJAIS PROVÊSSEIS PROVERDES (VÓS)

CASO ELES CASO ELES QUANDO ELES PROVEJAM NÃO PROVEJAM


PROVEJAM PROVESSEM PROVEREM (VOCÊS) (VOCÊS)

VERBOS TERMINADOS EM -EAR


Os verbos de final EAR – nomear, renomear, frear, pentear, etc. – apresentam a vogal “i” nas formas rizotônicas do Presente do Indicativo e do
Presente do Subjuntivo. Professor, formas o quê? Formas rizotônicas! Deixe-me explicar!
Em algumas formas verbais, o acento tônico incide no radical, noutras na terminação. As primeiras chamam-se rizotônicas (rizo > raiz), as últimas,
arrizotônicas. Nas formas rizotônicas é que encontramos as maiores irregularidades.
São rizotônicas a 1ª, 2ª e 3ª pessoas do singular e a 3ª pessoa do plural do presente do indicativo e do presente do subjuntivo, bem como as
correspondentes do imperativo; todas as demais formas são, normalmente, arrizotônicas.
Exemplos:

NOMEI - O (rizotônica) NOMEI – E (rizotônica)

NOMEI – AS (rizotônica) NOMEI – ES (rizotônica)

NOMEI – A (rizotônica) NOMEI – E (rizotônica)

NOME – AMOS (arrizotônica) NOME – EMOS (arrizotônica)

NOME – AIS (arrizotônica) NOME – EIS (arrizotônica)

NOMEI – AM (rizotônica) NOMEI – EM (rizotônica)

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Tomemos como exemplo o verbo FREAR:

FREAR

INDICATIVO

PRETÉRITO PRETÉRITO PRETÉRITO MAIS-QUE- FUTURO DO FUTURO DO


PRESENTE
PERFEITO IMPERFEITO PERFEITO PRESENTE PRETÉRITO

EU FREIO EU FREEI EU FREAVA EU FREARA EU FREAREI EU FREARIA

TU FREIAS TU FREASTE TU FREAVAS TU FREARAS TU FREARÁS TU FREARIAS

ELE FREIA ELE FREOU ELE FREAVA ELE FREARA ELE FREARÁ ELE FREARIA

NÓS FREAMOS NÓS FREAMOS NÓS FREÁVAMOS NÓS FREÁRAMOS NÓS FREAREMOS NÓS FREARÍAMOS

VÓS FREAIS VÓS FREASTES VÓS FREÁVEIS VÓS FREÁREIS VÓS FREAREIS VÓS FREARÍEIS

ELES FREIAM ELES FREARAM ELES FREAVAM ELES FREARAM ELES FREARÃO ELES FREARIAM

SUBJUNTIVO IMPERATIVO

PRETÉRITO
PRESENTE FUTURO AFIRMATIVO NEGATIVO
IMPERFEITO

QUE EU FREIE SE EU FREASSE SE EU FREAR - -

QUE TU FREIES SE TU FREASSES SE TU FREARES FREIA (TU) NÃO FREIES (TU)

TALVEZ ELE
SE ELE FREASSE SE ELE FREAR FREIE (VOCÊ) NÃO FREIE (VOCÊ)
FREIE

TALVEZ NÓS CASO NÓS QUANDO NÓS NÃO FREEMOS


FREEMOS (NÓS)
FREEMOS FREÁSSEMOS FREARMOS (NÓS)

CASO VÓS CASO VÓS QUANDO VÓS


FREAI (VÓS) NÃO FREEIS (VÓS)
FREEIS FREÁSSEIS FREARDES

CASO ELES CASO ELES QUANDO ELES NÃO FREIEM


FREIEM (VOCÊS)
FREIEM FREASSEM FREAREM (VOCÊS)

VERBOS TERMINADOS EM -IAR


Grande parte dos verbos terminados em IAR são regulares. No entanto, há uma galerinha que segue o padrão de ODIAR que dá o que falar:
MEDIAR, REMEDIAR, ANSIAR, INTERMEDIAR, etc.
Como assim, professor?

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A vontade que temos é de falar “EU MEDIO”, “EU REMEDIO”, “EU INTERMEDIO”, “ELE MEDIA”, “ELE REMEDIA”, “ELE INTERMEDIA”, certo?
Galera, essas flexões estão ERRADAS!
Essa moçada que listei seguirá o padrão do verbo ODIAR. Veja:

EU ODEIO > “EU MEDEIO”, “EU REMEDEIO”, “EU INTERMEDEIO”.

ELE ODEIA > “ELE MEDEIA”, “ELE REMEDEIA”, “ELE INTERMEDEIA”.

Maluco, né?

Tomemos como exemplo o verbo INTERMEDIAR:

INTERMEDIAR

INDICATIVO

PRETÉRITO PRETÉRITO PRETÉRITO MAIS- FUTURO DO FUTURO DO


PRESENTE
PERFEITO IMPERFEITO QUE-PERFEITO PRESENTE PRETÉRITO

EU INTERMDEIO EU INTERMEDIEI EU INTERMEDIAVA EU INTERMEDIARA EU INTERMEDIAREI EU INTERMEDIARIA

TU TU
TU INTERMEDIASTE TU INTERMEDIAVAS TU INTERMEDIARAS TU INTERMEDIARIAS
INTERMEDEIAS INTERMEDIARÁS

ELE
ELE INTERMEDIOU ELE INTERMEDIAVA ELE INTERMEDIARA ELE INTERMEDIARÁ ELE INTERMEDIARIA
INTERMEDEIA

NÓS NÓS NÓS NÓS NÓS NÓS


INTERMEDIAMOS INTERMEDIAMOS INTERMEDIÁVAMOS INTERMEDIÁRAMOS INTERMEDIAREMOS INTERMEDIARÍAMOS

VÓS VÓS VÓS VÓS VÓS VÓS


INTERMEDIAIS INTERMEDIASTES INTERMEDIÁVEIS INTERMEDIÁREIS INTERMEDIAREIS INTERMEDIARÍEIS

ELES ELES ELES ELES ELES ELES


INTERMEDEIAM INTERMEDIARAM INTERMEDIAVAM INTERMEDIARAM INTERMEDIARÃO INTERMEDIARIAM

SUBJUNTIVO IMPERATIVO

PRETÉRITO
PRESENTE FUTURO AFIRMATIVO NEGATIVO
IMPERFEITO

QUE EU SE EU SE EU
- -
INTERMEDEIE INTERMEDIASSE INTERMEDIAR

QUE TU SE TU SE TU NÃO INTERMEDEIES


INTERMEDEIA (TU)
INTERMEDEIES INTERMEDIASSES INTERMEDIARES (TU)

TALVEZ ELE SE ELE SE ELE INTERMEDEIE NÃO INTERMEDEIE


INTERMEDEIE INTERMEDIASSE INTERMEDIAR (VOCÊ) (VOCÊ)

TALVEZ NÓS CASO NÓS QUANDO NÓS INTERMEDIEMOS NÃO


INTERMEDIEMOS INTERMEDIÁSSEMOS INTERMEDIARMOS (NÓS) INTERMEDIEMOS

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(NÓS)

CASO VÓS CASO VÓS QUANDO VÓS NÃO INTERMEDIEIS


INTERMEDIAI (VÓS)
INTERMEDIEIS INTERMEDIÁSSEIS INTERMEDIARDES (VÓS)

CASO ELES CASO ELES QUANDO ELES INTERMEDEIEM NÃO INTERMEDEIEM


INTERMEDEIEM INTERMEDIASSEM INTERMEDIAREM (VOCÊS) (VOCÊS)

VERBOS TERMINADOS EM -UAR


Os verbos terminados em UAR – averiguar, apaziguar, enxaguar, aguar, etc. - são regulares. O detalhe é que, de acordo com a Nova Ortografia, não
há mais trema nem acento agudo nas gue, gui, que, qui. Além disso, as formas rizotônicas (1ª, 2ª, 3ª pessoas do singular e 3ª do plural do Presente
do Indicativo e do Subjuntivo) admitem dupla pronúncia: eu apazíguo (com acento) ou apaziguo (sílaba tônica no U).
Tomemos como exemplo o verbo AVERIGUAR:

AVERIGUAR

INDICATIVO

PRETÉRITO PRETÉRITO PRETÉRITO MAIS- FUTURO DO FUTURO DO


PRESENTE
PERFEITO IMPERFEITO QUE-PERFEITO PRESENTE PRETÉRITO

EU AVERIGUO OU
EU AVERIGUEI EU AVERIGUAVA EU AVERIGUARA EU AVERIGUAREI EU AVERIGUARIA
AVERÍGUO

TU AVERIGUAS
TU AVERIGUASTE TU AVERIGUAVAS TU AVERIGUARAS TU AVERIGUARÁS TU AVERIGUARIAS
OU AVERÍGUAS

ELE AVERIGUA
ELE AVERIGUOU ELE AVERIGUAVA ELE AVERIGUARA ELE AVERIGUARÁ ELE AVERIGUARIA
OU AVERÍGUA

NÓS NÓS NÓS NÓS NÓS NÓS


AVERIGUAMOS AVERIGUAMOS AVERIGUÁVAMOS AVERIGUÁRAMOS AVERIGUAREMOS AVERIGUARÍAMOS

VÓS VÓS
VÓS AVERIGUAIS VÓSAVERIGUÁREIS VÓS AVERIGUAREIS VÓS AVERIGUARÍEIS
AVERIGUASTES AVERIGUÁVEIS

ELES AVERÍGUAM ELES ELES ELES ELES


ELES AVERIGUARAM
OU AVERIGUAM AVERIGUARAM AVERIGUAVAM AVERIGUARÃO AVERIGUARIAM

SUBJUNTIVO IMPERATIVO

PRETÉRITO
PRESENTE FUTURO AFIRMATIVO NEGATIVO
IMPERFEITO

QUE EU SE EU SE EU AVERIGUAR - -
AVERIGUE OU AVERIGUASSE

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AVERÍGUE

QUE TU
SE TU SE TU AVERIGUA OU NÃO AVERIGUES OU
AVERIGUES OU
AVERIGUASSES AVERIGUARES AVERÍGUA (TU) AVERÍGUES (TU)
AVERÍGUES

TALVEZ ELE
SE ELE AVERIGUE OU NÃO AVERIGUE OU
AVERIGUE OU SE ELE AVERIGUAR
AVERIGUASSE AVERÍGUE (VOCÊ) AVERÍGUE (VOCÊ)
AVERÍGUE

TALVEZ NÓS CASO NÓS QUANDO NÓS AVERIGUEMOS NÃO AVERIGUEMOS


AVERIGUEMOS AVERIGUÁSSEMOS AVERIGUARMOS (NÓS) (NÓS)

CASO VÓS CASO VÓS QUANDO VÓS NÃO AVERIGUEIS


AVERIGUAI (VÓS)
AVERIGUEIS AVERIGUÁSSEIS AVERIGUARDES (VÓS)

CASO ELES AVERIGUEM OU


CASO ELES QUANDO ELES NÃO AVERIGUEM OU
AVERIGUEM OU AVERÍGUEM
AVERIGUASSEM AVERIGUAREM AVERÍGUEM (VOCÊS)
AVERÍGUEM (VOCÊS)

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Vozes Verbais
A flexão de voz faz referência à relação que o verbo assume com o sujeito. Trata-se de uma flexão bem tranquila de se
trabalhar, pois as questões são bem previsíveis.
Para entendermos bem essa flexão, precisamos de antemão de dois conceitos bem simples: agente e paciente. O
primeiro é aquele que executa uma ação, ao passo que o segundo sofre uma ação. O agente, portanto, pratica uma
ação e paciente é alvo desta.
Analisemos as seguintes frases:

O aluno resolveu a questão durante a aula.

A ação verbal é “resolver”;

O agente da ação é “O aluno”.

O paciente da ação é “a questão”

O sujeito da forma verbal “resolveu” é “O aluno”.

O sujeito coincide com o agente da ação verbal. Isso define um tipo de voz: a VOZ ATIVA.

A questão foi resolvida pelo aluno durante a aula.

A ação verbal é “resolver”;

O agente da ação é “o aluno”.

O termo “pelo aluno” exerce sintaticamente a função de agente da passiva.

O paciente da ação é “A questão”

O sujeito da forma verbal “foi resolvida” é “A questão”.

O sujeito coincide com o paciente da ação verbal. Isso define um tipo de voz: a VOZ PASSIVA.

O aluno se culpou pelo erro.

A ação verbal é “culpar”;

O agente da ação é “O aluno”.

O paciente da ação também é “O aluno”

O sujeito da forma verbal “se culpou” é “O aluno”.

O sujeito é, ao mesmo tempo, agente e paciente da ação verbal. Isso define um tipo de voz: a VOZ
REFLEXIVA.
O se (= a si mesmo) em destaque exerce a função de pronome reflexivo.

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Há, portanto, três tipos de vozes: a VOZ ATIVA (sujeito = agente); a VOZ PASSIVA (sujeito = paciente); e a VOZ
REFLEXIVA (sujeito = agente + paciente)
Ah, professor, pensei que fosse mais difícil!

É o que te falei, essa flexão é bem tranquila! Nem se compara com a flexão de tempo! Mas vamos ver se você entendeu
direitinho esses conceitos.
Analise a frase a seguir:

A porta se abriu de repente!

A pergunta é: qual a voz verbal?

Bem, professor! Há um “se” presente! No exemplo de voz reflexiva que o senhor apresentou, apareceu um “se” chamado de
pronome reflexivo. Ora, aqui também há um “se”. A voz, portanto, é ...
Antes que você diga reflexiva, já te digo que não é!

Vamos pensar um pouco! Ora, se a voz fosse reflexiva, o sujeito – no caso, o termo “A porta” – deveria ser agente e
paciente ao mesmo tempo da ação verbal “abrir”. Mas, meu caro aluno, é a porta o agente da ação abrir? É a porta, esse
ser inanimado, que executa a ação abrir? Claro que não! Moçada, quem abriu a porta foi uma pessoa, ou a força de uma
ventania, ou - não descartemos essa hipótese - uma alma penada! Em suma, não foi a porta que executou a ação
“abrir”, e sim algo natural ou sobrenatural. A “porta” é sim o alvo da ação, ou seja, o paciente da ação verbal. Trata-se,
dessa forma, de um tipo de VOZ PASSIVA.
Tá certo, professor! E como se chama esse SE? Ele é o famosíssimo pronome apassivador, também conhecido pelo nome
de partícula apassivadora.
Vamos detalhar mais!

A voz passiva se apresenta em dois formatos: a VOZ PASSIVA ANALÍTICA e a VOZ PASSIVA SINTÉTICA OU
PRONOMINAL.
A VOZ PASSIVA ANALÍTICA se caracteriza pela presença de locução verbal formada pelo AUXILIAR SER na
companhia de VERBO PRINCIPAL NO PARTICÍPIO.
Exemplos:

Os exercícios foram feitos.

As meninas eram conduzidas pelos pais.

Os arquivos tinham sido analisados pelos peritos.

Observação:

A VOZ PASSIVA ANALÍTICA é construída tipicamente com verbo auxiliar SER. No entanto, admite
outros verbos auxiliares, como ESTAR e FICAR.

Exemplos:

O professor ficou cercado por alunos.

O ministro estava rodeado de assessores.

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Nada impede que outros auxiliares acompanhem o auxiliar SER. O fator que identifica a voz passiva
como analítica é a presença do auxiliar SER acompanhado do principal no PARTICÍPIO.

Exemplos:

O processo havia sido desarquivado pela Procuradoria.

Já a VOZ PASSIVA SINTÉTICA OU PRONOMINAL se caracteriza pela presença de VERBO PRINCIPAL na companhia
do PRONOME APASSIVADOR SE. Nela, a figura do AGENTE DA PASSIVA está indeterminada.
Exemplos:

Contrata-se professor particular.

Vendem-se casas de veraneio.

Consertam-se bicicletas.

Logo a seguir, analisaremos com mais detalhes o SE apassivador! Trata-se de uma função importantíssima, de alto
impacto sintático. Reservaremos um tópico específico para esse moço, ok?
A VOZ REFLEXIVA, como vimos, indica que o sujeito pratica e sofre a ação verbal, ou seja, 0 sujeitos é, ao mesmo
tempo, agente e paciente. Seu verbo está acompanhado pelos pronomes oblíquos me, te, se, nos, vos, que podem
indicar reflexividade (a mim mesmo/mesma, a ti mesmo/mesma, a si mesmo/mesma, etc.) ou reciprocidade (um ao
outro, um para o outro, um com outro). Algumas gramáticas classificam a voz reflexiva acompanhada de pronome
reflexivo de VOZ REFLEXIVA PROPRIAMENTE DITA; já a voz reflexiva acompanhada de pronome recíproco é
chamada de VOZ REFLEXIVA RECÍPROCA.
Exemplos:

Ele se escondeu sob a escada.

(= Ele escondeu a si mesmo... > VOZ REFLEXIVA; SE = PRONOME REFLEXIVO)

O professor se cortou na cozinha acidentalmente com a faca.

(= O professor cortou a si mesmo... > VOZ REFLEXIVA; SE = PRONOME REFLEXIVO)

Os dois pescadores abraçaram-se com muita alegria.

(= Os dois pescadores abraçaram um ao outro... > VOZ REFLEXIVA; SE = PRONOME RECÍPROCO)

Os partidos políticos se enfrentaram durante a sessão legislativa.

(= Os partidos políticos enfrentaram uns aos outros... > VOZ REFLEXIVA; SE = PRONOME RECÍPROCO)

Conversão de VOZ ATIVA em PASSIVA ANALÍTICA e vice-


versa
Grande parte das questões sobre vozes verbais solicita que o candidato seja capaz de converter da voz ativa para a
passiva analítica e vice-versa. Eu diria que 80% das questões versam sobre esse problema, que possui um procedimento
bem padrão de resolução. Vamos entender o passo a passo?
Nos exemplos anteriores, retomemos as duas orações:

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O aluno resolveu a questão durante a aula. (VOZ ATIVA)

A questão foi resolvida pelo aluno durante a aula. (VOZ PASSIVA ANALÍTICA)

Note que as duas frases expressam a mesma ideia, mas suas formas verbais se flexionam em distintas vozes. A primeira
está construída em voz ativa, ao passo que a segunda é a conversão desta na voz passiva.
Para converter a primeira na segunda, o que fizemos?

Observe que o paciente “a questão” foi convertido em sujeito na voz passiva. Na sequência, apareceu o verbo auxiliar
“ser”, na flexão de pretérito perfeito “foi”, acompanhado do verbo principal na forma particípio “resolvida”.
Atenção! Aqui vale a pena investigar melhor!

A primeira constatação é relativa ao número de verbos: se houver um verbo na voz ativa, na voz passiva haverá dois
verbos – o da voz ativa acrescido do auxiliar “ser”; se houver dois verbos na voz ativa, na voz passiva haverá três
verbos – os dois da voz ativa acrescidos do auxiliar “ser”; e assim por diante.
Portanto, na voz passiva analítica, soma-se aos verbos presentes na voz ativa o auxiliar “ser”.

Professor, e por que o verbo “ser” apareceu flexionado no pretérito perfeito “foi”?

É um questionamento interessante! Para responder, vamos fazer algumas simulações. Observe a seguir.

Se substituirmos a forma “resolveu” por “resolverá”, a frase resultante na voz passiva seria: “A questão será resolvida
pelo aluno durante a aula.”; se substituirmos a forma “resolveu” por “resolveria”, a frase resultante na voz passiva
seria: “A questão seria resolvida pelo aluno durante a aula.”; se substituirmos a forma “resolveu” por “resolvia”, a
frase resultante na voz passiva seria: “A questão era resolvida pelo aluno durante a aula.”;....
Acho que você entendeu, certo?

O fato relevantíssimo é que “o verbo “ser”, na voz passiva analítica, será flexionado no mesmo tempo do verbo
principal na voz ativa”.
O verbo “ser” é, portanto, chave no processo de conversão para a voz passiva.

Professor, e quanto ao verbo principal? Como disse, ele será flexionado na forma nominal particípio e deverá
concordar em gênero e número com o sujeito paciente.
Dessa forma, na segunda frase, somamos ao sujeito paciente “Uma questão” o auxiliar “ser”, no pretérito
perfeito “foi” – flexionado nesse tempo, pois o verbo principal na voz ativa “resolveu” assim está flexionado na voz ativa –
acompanhado do verbo principal no particípio “resolvida” – flexionado no feminino singular, para concordar com o sujeito
paciente “A questão”.
Na sequência, soma-se o agente da passiva, nome dado à função sintática resultado da fusão da preposição “por” com
o agente da ação verbal. A junção da preposição “por” com o agente “o aluno” resulta no agente da
passiva “pelo aluno”.
Observação:

O agente da passiva pode ser introduzido também pela preposição “de”.

Exemplo:

O professor estava cercado de estudantes.

Por fim, resta o elemento “durante a aula”. Note que ele não teve papel significativo na conversão da voz ativa em
passiva. Podemos posicioná-lo em qualquer lugar da frase. Posicionando-o ao final da frase, o resultado será:

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A questão foi resolvida pelo aluno durante a aula.

Podemos resumir, dessa forma, o processo de conversão de voz ativa em passiva analítica da seguinte forma:

1. O objeto direto da voz ativa se converte em sujeito paciente na voz passiva;

2. Já havendo um auxiliar na ativa, este permanece na passiva, com o cuidado de se fazer a devida
concordância com o novo sujeito.
3. Acrescenta-se o verbo auxiliar "ser", flexionado no mesmo tempo do verbo principal na voz ativa.

4. O verbo principal da voz ativa assume a forma particípio na voz passiva, tomando-se o devido cuidado de
estabelecer a concordância com o novo sujeito.
5. O sujeito da voz ativa se converte em agente da passiva, por meio do acréscimo da preposição “por”.

Não importa a complexidade frase que se queira converter da ativa para a passiva, pois sempre precisaremos dos
mesmos elementos para fazer a conversão: o sujeito agente, o verbo principal (sozinho ou na companhia de
auxiliares) e o objeto direto paciente. Os elementos presentes na voz ativa além desses citados serão somados à frase
resultante após a conversão.
Vamos a um exemplo? Converta para a voz passiva analítica a frase a seguir:

O Governador, em caráter emergencial, deverá contratar, ainda neste ano, devido à alta demanda por atendimento
nos diversos órgãos da Administração Pública, 10.000 novos servidores.
Assustou-se com o tamanho? Por quê? Não há razão para pânico. Para converter da voz ativa em passiva analítica,
necessitamos dos seguintes elementos: sujeito agente – O Governador; o verbo principal (sozinho ou na companhia de
auxiliares) – deverá contratar; o objeto direto paciente: 10.000 novos servidores.
Os demais elementos – “em caráter emergencial”, “ainda neste ano” e “devido à alta demanda por atendimento nos
diversos órgãos da Administração Pública” – serão somados à frase após concluída a conversão para a voz passiva

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analítica. Vamos ao passo a passo:

1. O objeto direto da voz ativa se converte em sujeito paciente;

O novo sujeito será “10.000 novos servidores”;

2. Já havendo um auxiliar na ativa, este permanece na passiva, com o cuidado de se fazer a devida
concordância com o novo sujeito.
O primeiro auxiliar presente será a forma “deverão”, concordando com o sujeito “10.000 novos servidores”;

3. Acrescenta-se o verbo auxiliar "ser", flexionado no mesmo tempo do verbo principal na voz ativa.

O verbo ser assume a forma infinitivo “ser”, pois é a forma em que se encontra o verbo principal na voz
ativa “contratar”.
4. O verbo principal na voz ativa assume a forma particípio, tomando-se o devido cuidado de estabelecer a
concordância com o novo sujeito.
O verbo principal assume a forma “contratados”, concordando com o sujeito “10.000 novos servidores”;

5. O sujeito da voz ativa se converte em agente da passiva, por meio do acréscimo da preposição “por”.

O resultado da união da preposição “por” com “O Governador” é “pelo Governador”.

A estrutura convertida para a voz passiva será “10.000 novos servidores deverão ser contratados pelo Governador.”.

Somando os elementos que ficaram “de fora”, o resultado final será: “Ainda neste ano, 10.000 novos servidores
deverão ser contratados pelo Governador, em caráter emergencial, devido à alta demanda por atendimento nos
diversos órgão da Administração Pública.”.
Pronto! Você agora sabe converter da voz ativa para a passiva não só frases bobas, mas também frases complexas. O
contrário você também sabe fazer – é só fazer o inverso do caminho.
Faz o seguinte! Já que você domina o procedimento de conversão, converta as seguintes frases para a voz passiva
analítica, por favor!
Preciso de ajuda!
Estou feliz!
E aí, como que converte?

Galera, não converte! Não é possível a conversão para a voz passiva nesses casos! Por quê, professor? Não entendi!

Voltemos para o nosso quadro-resumo:

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Dei uma destacada no objeto direto, você viu?

Olhe para o quadro: se não houvesse objeto direto, não haveria sujeito paciente; não havendo sujeito paciente, não
haveria voz passiva.
Daí concluímos algo muito, mas muito importante!

IMPORTANTE!

Só é possível voz passiva com verbos que possuam objeto direto, ou seja, os verbos precisam ser VTD (transitivos
diretos) ou VTDI (verbos transitivos diretos e indiretos). Você não precisa nem ficar muito preocupado em classificar
os verbos agora não, ok? Basta que checar se o verbo pede objeto direto. Se sim, haverá voz passiva; se não, ela
não será possível!
Voltemos às frases “Preciso de ajuda” e “Estou feliz”. Os verbos nela presentes NÃO pedem OBJETO DIRETO – o
primeiro é VTI (Transitivo Indireto); o segundo, VL (de Ligação). Portanto, não admitem transposição para a voz
passiva!

Conversão de VOZ PASSIVA SINTÉTICA em VOZ PASSIVA


ANALÍTICA
Como vimos, a VOZ PASSIVA SINTÉTICA se caracteriza pela presença do verbo principal acompanhado do SE
pronome apassivador, também denominado de partícula apassivadora.
Professor, uma dúvida que tenho: como identificar que o SE, essa palavra tão repleta de funções, é um pronome
apassivador?
A resposta está dentro do retângulo anterior. Vimos que só é possível voz passiva com verbos que pedem objeto direto,
lembra? É justamente esse objeto direto que se converte em sujeito paciente na transposição para voz passiva.
Ora, o SE, sendo apassivador, precisa se unir a um verbo VTD ou VTDI, ou seja, um verbo que peça OD.
Gostaria de que vocês se lembrassem de um antigo ditado, que assim dizia...

DIGA-ME COM QUEM O “SE” ANDA, QUE LHE DIREI QUEM O “SE” É.

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Moçada, isso é muito sério. Se o “se” estiver grudado com um verbo que solicite OD, ele assumirá o papel
de PARTÍCULA APASSIVADORA ou PRONOME APASSIVADOR.
Em construções do tipo “Alugam-se casas.”, “Vendem-se apartamentos.”, “Contrata-se professor”, o pronome SE
está ladeado de verbos que pedem objeto direto (Quem aluga aluga ALGO; Quem vende vende ALGO; quem
contrata contrata ALGUÉM). Logo, o SE assume o papel de PARTÍCULA APASSIVADORA e as frases se apresentam
na VOZ PASSIVA SINTÉTICA OU PRONOMINAL.
Veremos, nas próximas aulas, mais funções do SE, entre elas a importantíssima função denominada ÍNDICE DE
INDETERMINAÇÃO DO SUJEITO. No caso desta, o SE estará ladeado de verbos que NÃO pedem OD (VI, VTI ou VL).
Em breve veremos!
Gente, continua valendo a máxima:

DIGA-ME COM QUEM O “SE” ANDA, QUE LHE DIREI QUEM O “SE” É.

Uma vez identificado que o SE é apassivador, vamos em busca do OBJETO DIRETO, esteja ele onde estiver na
frase. Esse objeto direto será convertido pelo SE apassivador em SUJEITO PACIENTE.
Observemos exemplos simples por enquanto:

Contrata-se professor de Português.

O SE é apassivador, pois está ladeado de um verbo que pede OD (Quem contrata contrata ALGUÉM).

O objeto direto do verb0 “contratar” seria, numa situação normal, “professor de Português” (Quem
contrata contrata professor de Português).
Com a entrada do SE apassivador, o OD “professor de Português” se converte em sujeito paciente.

Vamos agora complicar um pouco mais, distanciando sujeito paciente e verbo na frase. Observe:

Descobriu-se, após minuciosa investigação conduzida pela Polícia Federal, em parceria com autoridades do
Ministério Público da Suíça, a fraude contábil na renomada estatal.
Gente, não muda nada! Sigamos o passo a passo:

O SE é apassivador, pois está ladeado de um verbo que pede OD (Quem descobriu descobriu ALGO).

O objeto direto do verb0 “descobrir” seria, numa situação normal, “a fraude contábil...” (Quem descobriu
descobriu a fraude contábil...).
Com a entrada do SE apassivador, o OD “a fraude contábil” se converte em sujeito paciente.

Precisamos ficar muito atentos com a concordância entre verbo e sujeito paciente, gente!

Na primeira frase, vimos que “professor de Português” atua como sujeito, certo? Se no lugar pusermos “professores
de Português”, deveremos flexionar a forma verbal acompanhada do SE no plural – “Contratam-se”. A frase resultante
seria:
Contratam-se professores de Português.

Já na segunda frase, mais complicada, vimos que “a fraude contábil... ” atua como sujeito, certo? Se no lugar
pusermos “as fraudes contábeis”, deveremos flexionar a forma verbal acompanhada do SE no plural – “Descobriram-
se”. A frase resultante seria:

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Descobriram-se, após minuciosa investigação conduzida pela Polícia Federal, em parceria com autoridades do
Ministério Público da Suíça, as fraudes contábeis na renomada estatal.
Professor, finalmente, como converter da voz passiva sintética para a passiva analítica?

O passo a passo é o seguinte:

Surge o auxiliar SER flexionado na mesma pessoa, número, tempo e modo do verbo principal na passiva
sintética.
Na sequência, soma-se o verbo principal no particípio, tomando-se o devido cuidado para que este
concorde em gênero e número com o sujeito paciente.

Bem mais simples, não?

Na primeira frase exemplo, a forma verbal “Contrata-se (Contratam-se)” se converte em “É contratado (São
contratados)”. O verbo SER, na forma “É (São)”, segue a flexão em número, pessoa, tempo e modo presente em
“Contrata (Contratam)”. E o verbo principal no particípio “contratado (contratados)” assume a forma masculino
singular (masculino plural), para concordar com o sujeito “professor de Português (professores de Português)”.
Na segunda frase exemplo, a forma verbal “Descobriu-se (Descobriram-se)” se converte em “Foi descoberto (Foram
descobertos)”. O verbo SER, na forma “Foi (Foram)”, segue a flexão em número, pessoa, tempo e modo presente
em “Descobriu (Descobriram)”. E o verbo principal no particípio “descoberta (descobertas)” assume a forma
feminino singular (feminino plural), para concordar com o sujeito “a fraude contábil... (as fraudes contábeis...)”.
Contrata-se professor de Português.
= É contratado professor de Português.
Contratam-se professores de Português.
= São contratados professores de Português.
Descobriu-se, após minuciosa investigação conduzida pela Polícia Federal, em parceria com autoridades do
Ministério Público da Suíça, a fraude contábil na renomada estatal.
= Foi descoberta, após minuciosa investigação conduzida pela Polícia Federal, em parceria com autoridades do
Ministério Público da Suíça, a fraude contábil na renomada estatal.
Descobriram-se, após minuciosa investigação conduzida pela Polícia Federal, em parceria com autoridades do
Ministério Público da Suíça, as fraudes contábeis na renomada estatal.
= Foram descobertas, após minuciosa investigação conduzida pela Polícia Federal, em parceria com autoridades do
Ministério Público da Suíça, as fraudes contábeis na renomada estatal.
CESPE - Analista Técnico-Administrativo (DPU)/2016
No Brasil, pode-se considerar marco da história da assistência jurídica, ou justiça gratuita, a própria colonização do país,
ainda no século XVI.
No que se refere às ideias e informações do texto, julgue o item a seguir.
Sem prejuízo do sentido e da correção gramatical do texto, o primeiro período poderia ser reescrito da seguinte forma:
A própria colonização do Brasil, ainda no século XVI, pode ser considerada marco da história da assistência jurídica, ou
justiça gratuita, no país.
( ) CERTO ( ) ERRADO

RESOLUÇÃO: O SE presente na locução “pode-se considerar” é PARTÍCULA APASSIVADORA. É possível constatar isso,
pois o verbo “considerar” pede objeto direto. Sabemos que o SE apassivador estará acompanhado de verbos VTD ou
VTDI.
O SE apassivador transformará o OD em SUJEITO PACIENTE. É o que ocorre com o termo “a própria colonização do
país”, convertido em sujeito pelo SE apassivador.

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Isso posto, temos uma construção na VOZ PASSIVA SINTÉTICA.

A reescrita pede que essa construção seja convertida para a VOZ PASSIVA ANALÍTICA, caracterizada pela presença do
auxiliar SER acompanhado do verbo principal no PARTICÍPIO.
Logo “pode-se considerar marco... a própria colonização do país” equivale a “a própria colonização do país pode ser
considerada marco ...”.
Acrescentando os demais elementos e fazendo os devidos ajustes, é possível chegar à reescrita proposta:

A própria colonização do país [do Brasil], ainda no século XVI, pode ser considerada marco da história da assistência
jurídica, ou justiça gratuita no Brasil [no país].
O item, portanto, está CERTO!
Resposta: CERTO

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Correlação dos Tempos Verbais


Professor, depois de estudar tantos tempos verbais, o que ainda resta, pelo amor de Deus? Eu entendo perfeitamente sua
aflição, meu amigo! Quanto mais a fundo você entra nesse assunto, mais coisa aparece. Mas não desistamos,
continuemos em frente, subindo degrau a degrau. Vamos falar agora das correlações entre tempos verbais, um nome
bonito para algo que é bem simples. Estudar as correlações é mapear as diversas combinações entre os tempos verbais.
Há parcerias que dão “liga”, que são compatíveis; mas há outras que “não colam”, que são inviáveis, que rompem a
estrutura lógica da frase. Muitas vezes, você vai identificar as correlações sem grandes dificuldades, pois os pares de
tempos verbais se combinam naturalmente, o que é percebido pela fluência na leitura. A quebra da correlação, por
outro lado, resulta nitidamente numa ruptura na frase.
Vejamos a frase a seguir:

Quero muito que todos vocês passassem.

E aí? O que achou? Professor, está esquisita essa frase. Eu não saberia explicar o problema, mas que está esquisita, está
sim! Tente explicar do seu jeito, ora! Ah, professor, na minha cabeça, não estão combinando as formas “Quero” e
“passassem”. Como eu havia dito, está estranho! O que você falou está correto, meu amigo! Quando você diz que as
forma verbais não combinam, em outras palavras está dizendo que não há entre elas uma correlação. Ocorre, assim,
uma ruptura lógica na frase! Tá bom, professor! Mas como corrigi-la? Tente, eu tenho certeza de que você conseguirá!
Deixe-me ajudá-lo! Se mantivermos a forma “Quero”, será preciso alterar a forma “passassem” para... “passem”,
professor? Exato! E se mantivermos a forma “passassem”, será preciso alterar a forma “Quero” para... “Queria”,
professor? Exato!
Guiando-se apenas pelo bom senso, você conseguiu estabelecer as corretas correlações.

As possibilidades de correção seriam:

Quero muito que todos vocês passem.

Queria muito que todos vocês passassem.

Não é preciso decorar todas as correlações entre tempos verbais, pois muitas delas ocorrerão naturalmente. Há duas
correlações, no entanto, que temos que ter atenção! Elas não são tão imediatamente reconhecidas, daí a atenção que
devemos ter. A primeira delas corresponde ao par “Futuro do Subjuntivo – Futuro do Presente do Indicativo”. Já a
segunda, ao par “Pretérito Imperfeito do Subjuntivo – Futuro do Pretérito do Indicativo”.

Principais Correlações

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Futuro do Subjuntivo – Futuro do Presente do Indicativo


Exemplos:
Se você vier, faremos uma festa.
Quando você for nomeado, comemoraremos a semana toda.
Se nós mantivermos o foco, atingiremos nossas metas.

Pretérito Imperfeito do Subjuntivo – Futuro do Pretérito


do Indicativo
Exemplos:
Se você chegasse mais cedo, seria possível fazer uma revisão antes de iniciar a aula.
Caso ele disponibilizasse o auditório, faríamos lá nossa confraternização de final de ano.
Se nós mantivéssemos a disciplina, obteríamos melhores resultados.

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Outras Correlações
Há uma série de outras correlações. Você não precisa decorá-las, pois elas ocorrerão naturalmente. E qualquer desvio
resultará numa ruptura lógica na frase bem perceptível. É muito importante ler os exemplos de redações e perceber a
combinação entre os pares de tempos verbais. Vejamos:

Presente do Indicativo – Presente do Subjuntivo


Exemplos:
Eu espero que você me entenda.
Eu preciso que você faça isso para mim.
Atenção: Construções do tipo “Você quer que eu faço isso?” são consideradas graves equívocos gramaticais e
mostram desconhecimento por parte do falante de regras básicas que regem a norma culta.

Pretérito Perfeito do Indicativo/Pretérito Imperfeito do


Indicativo – Pretérito Imperfeito do Subjuntivo
Exemplos:
Eu esperava que você me entendesse.
Eu precisava que você fizesse isso para mim.
Sempre quis que você estivesse comigo.

Pretérito Perfeito do Indicativo – Pretérito Mais-que-


Perfeito do Indicativo (Simples ou Composto)
Exemplos:
Li o livro que você havia indicado.
Resolvi a questão que o professor disponibilizara nas redes sociais.

Pretérito Perfeito do Indicativo – Futuro do Pretérito do


Indicativo
Exemplos:
Informaram que o técnico não daria entrevistas.
Decidiram que o caso seria arquivado.
Observação:

Na linguagem coloquial, costuma-se usar o pretérito imperfeito do indicativo no lugar do futuro do pretérito.

Exemplo:

Você prometeu que vinha. (ERRADO)

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Você prometeu que viria. (CERTO)

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Questões comentadas pelo professor


1. CESPE – Polícia Rodoviária Federal/2019
Não consigo pensar em um cargo público mais empolgante que o desse homem. Claro que o cargo, se existia, já foi
extinto, e o homem da luz já deve ter se transferido para o mundo das trevas eternas.
A correção gramatical e os sentidos do texto seriam mantidos caso a forma verbal “existia” fosse substituída por
“existisse”.
( ) CERTO ( ) ERRADO

RESOLUÇÃO: Até é possível fazer a substituição pela forma “existisse”, no entanto, para que isso preserve a correção
gramatical, é necessário alterar as formas verbais seguintes para “teria sido extinto” e “deveria ter se transferido”. Só
assim teríamos uma adequada correlação de tempos verbais.
Resposta: ERRADO
2. CESPE – SEFAZ RS/2019
Liszt, no entanto, registraria que um erro tipográfico invertera, no programa do concerto, os nomes de Pixis e
Beethoven...
Os sentidos originais e a correção gramatical do texto 1A11-I seriam preservados se a forma verbal “invertera” (R.20)
fosse substituída por

a. inverteria.

b. teria invertido.

c. invertesse.

d. havia invertido.

e. houve de inverter

RESOLUÇÃO: A forma “invertera” corresponde ao pretérito mais-que-perfeito do indicativo, cuja forma composta é
“tinha (havia) invertido”.
Resposta: D
3. CESPE - TMCI (CGM J Pessoa)/Pref João Pessoa/2018
A corrupção é uma doença da alma. Como todas as doenças, ela não acomete a todos. Muitas pessoas são suscetíveis a
ela, outras não. A corrupção é uma doença que deve ser combatida por meio de uma vacina: a educação. Uma
educação de qualidade para todos os brasileiros deverá exercitar o pensamento e a crítica argumentada
e, principalmente, introduzir e consolidar virtudes como a solidariedade e a ética. Devemos preparar uma nova geração
na qual a corrupção seja um fenômeno do passado.
Nesse futuro não tão remoto, teremos conquistado a utopia de uma verdadeira justiça social.

Isaac Roitman. Corrupção e democracia. Internet: <https://noticias.unb.br> (com adaptações).

Com relação aos sentidos e aos aspectos gramaticais do texto apresentado, julgue o item a seguir.

A substituição de “teremos conquistado” por conquistaremos manteria os sentidos originais do texto.

( ) CERTO ( ) ERRADO

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RESOLUÇÃO: Observemos o trecho original: “Nesse futuro não tão remoto, TEREMOS CONQUISTADO a utopia...”.

A forma verbal destacada dá a entender que a conquista da utopia da justiça social se concretizou no futuro ANTES de
outras ações também no futuro.
A substituição pela forma CONQUISTAREMOS resulta em: “Nesse futuro não tão remoto, CONQUISTAREMOS a
utopia...”.
A forma verbal em destaque faz menção a uma ação futura, mas sem a ideia da redação original de ação futura anterior
a outras ações.
Dessa forma, o sentido original sofre mudança com a reescrita proposta!

O item está, portanto, ERRADO!


Resposta: ERRADO
4. CESPE - PM MA/2018
Texto CG2A1BBB

A respeito de aspectos linguísticos do texto CG2A1BBB, julgue o item.

A forma verbal empregada no trecho “ENTRE NESTA LUTA!” sinaliza a intenção do autor do texto de levar os leitores a
executarem determinada ação ou a desenvolverem determinado comportamento.
( ) CERTO ( ) ERRADO

RESOLUÇÃO: Na frase “ENTRE NESTA LUTA”, o cartaz faz uso do imperativo afirmativo de terceira pessoa. A função
é injuntiva, argumentativa. O texto publicitário tem por objetivo, portanto, convencer o interlocutor a aderir à
campanha, o que comprova a intenção persuasiva da propagada.
Resposta: CERTO
5. CESPE - Aud (CAGE RS)/SEFAZ RS/2018
Texto 1A9AAA

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Estas memórias ficariam injustificavelmente incompletas se nelas eu não narrasse, ainda que de modo breve, as
andanças em que me tenho largado pelo mundo na companhia de minha mulher e de meus fantasmas particulares.
Desde criança fui possuído pelo demônio das viagens. Essa encantada curiosidade de conhecer alheias terras e povos
visitou-me repetidamente a mocidade e a idade madura. Mesmo agora, quando já diviso a brumosa porta da casa dos
setenta, um convite à viagem tem ainda o poder de incendiar-me a fantasia.
Na minha opinião, existem duas categorias principais de viajantes: os que viajam para fugir e os que viajam para buscar.
Considero-me membro deste último grupo, embora em 1943, nauseado pelo ranço fascista de nosso Estado Novo,
eu haja fugido com toda a família do Brasil para os Estados Unidos, onde permanecemos dois anos.
O que pretendo fazer agora é apresentar ao leitor, por assim dizer, alguns diapositivos e filmes verbais dos lugares por
onde passamos e das pessoas que encontramos, tudo assim à maneira impressionista, e sem rigorosa ordem
cronológica.
Usei como título deste capítulo, dedicado a minhas viagens, uma expressão popular que suponho de origem
gauchesca: mundo velho sem porteira. Tenho-a ouvido desde menino, da boca de velhos parentes e amigos, de
tropeiros, peões de estância, índios vagos, gente da rua... Minha própria mãe empregava-a com frequência
e costumava pontuá-la com um fundo suspiro de queixa. As pessoas em geral pareciam usar essa frase para descrever
um mundo que se lhes afigurava não só incomensurável como também misterioso, absurdo, sem pé nem cabeça...
Parece a mim, entretanto, que na sua origem essa exclamação manifestava apenas a certeza popular de que Deus
fizera o mundo sem nenhuma porteira a fim de que nele não houvesse divisões e diferenças entre países e povos —
gente rica e gente pobre, fartos e famintos, uns com terra demais, outros sem terra nenhuma. Em suma, o que o Velho
queria mesmo era um mundo que fosse de todo mundo. É neste sentido que desejo seja interpretada a frase que
encabeça esta divisão do presente volume.
Quem me lê poderá objetar que basta a gente passar os olhos pelo jornal desta manhã para verificar que o mundo
nunca teve tantas e tão dramáticas porteiras como em nossos dias... Mas que importa? Um dia as porteiras hão de cair,
ou alguém as derrubará. “Para erguer outras ainda mais terríveis” — replicará o leitor cético. Ora, amigo, precisamos ter
na vida um mínimo de otimismo e esperança para poder ir até ao fim da picada. Você não concorda? Ô mundo velho
sem porteira!
Erico Veríssimo. Solo de clarineta: memórias. Porto Alegre: Globo, v. 2, 1976, p. 57-58 (com adaptações).

Assinale a opção que apresenta uma forma / locução verbal do texto 1A9AAA que denota uma ação / um fato que
ocorreu repetidamente no passado e que se prolonga até o momento da narração do texto.
a) “tenho largado”

b) “fui possuído”

c) “tem”

d) “haja fugido”

e) “narrasse”

RESOLUÇÃO:
ALTERNATIVA A: O pretérito perfeito composto do indicativo “tenho largado” denota um fato que teve início no
passado com prolongamento até o presente.
ALTERNATIVA B: A frase, na voz passiva, indica um fato passado, marcando apenas o tempo (infância) em que a ação
teve início na vida do personagem.
ALTERNATIVA C: A forma verbal “tem” sinaliza o momento presente.

ALTERNATIVA D: Em “haja fugido”, temos o pretérito perfeito composto do subjuntivo. Nele há menção a um fato já
encerrado – a viagem aos EUA. O Pretérito Perfeito Composto do Subjuntivo pode expressar um desejo de algo tenha
ocorrido ou fazer menção a um fato futuro já encerrado em relação a outro.

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ALTERNATIVA E: A forma “narrasse” está no pretérito imperfeito do subjuntivo. Esse tempo verbal, geralmente,
expressa desejo, probabilidade ou possibilidade de uma ação ocorrer no passado.
Resposta: A
6. CESPE - AJ (STM)/2018
Texto CB1A1AAA
Não sou de choro fácil a não ser quando descubro qualquer coisa muito interessante sobre ácido desoxirribonucleico.
Ou quando acho uma carta que fale sobre a descoberta de um novo modelo para a estrutura do ácido
desoxirribonucleico, uma carta que termine com “Muito amor, papai”. Francis Crick descobriu o desenho do DNA e
escreveu a seu filho só para dizer que “nossa estrutura é muito bonita”. Estrutura, foi o que ele falou. Antes de
despedir-se ainda disse: “Quando chegar em casa, vou te mostrar o modelo”. Não esqueça os dois pacotes de leite,
passe para comprar pão, guarde o resto do dinheiro para seus caramelos e, quando chegar, eu mostro a você o
mecanismo copiador básico a partir do qual a vida vem da vida.
Não sou de choro fácil, mas um composto orgânico cujas moléculas contêm as instruções genéticas que coordenam o
desenvolvimento e o funcionamento de todos os seres vivos me comove. Cromossomas me animam, ribossomas me
espantam. A divisão celular não me deixa dormir, e olha que eu moro bem no meio das montanhas.
De vez em quando vejo passarem os aviões, mas isso nunca acontece de madrugada — a noite se guarda toda para o
infinito silêncio.
Acho que uma palavra é muito mais bonita do que uma carabina, mas não sei se vem ao caso. Nenhuma palavra quer
ferir outras palavras: nem desoxirribonucleico, nem montanha, nem canção. Todos esses conceitos têm os seus
sinônimos, veja só, ácido desoxirribonucleico e DNA são exatamente a mesma coisa, e os do resto das palavras você
acha. É tudo uma questão de amor e prisma, por favor não abra os canhões. Que coisa mais linda esse ácido
despenteado, caramba. Olhei com mais atenção o desenho da estrutura e descobri: a raça humana é toda brilho.
Matilde Campilho. Notícias escrevinhadas na beira da estrada. In: Jóquei. São Paulo: Editora 34, 2015, p. 26-7 (com
adaptações).
Julgue o item, a seguir, com relação às ideias e aos aspectos linguísticos do texto CB1A1AAA, no qual a autora
Matilde Campilho aborda a descoberta, em 1953, da estrutura da molécula do DNA, correalizada pelos
cientistas James Watson e Francis Crick.
A forma verbal “termine”, que denota uma ação incerta ou irreal, foi empregada para indicar que a carta que Crick
escreveu a seu filho, na realidade, não se encerra com as palavras ‘Muito amor, papai`.
( ) CERTO ( ) ERRADO

RESOLUÇÃO: A forma verbal “termine” está no presente do subjuntivo, por isso denota uma ação incerta ou irreal.
No parágrafo, desde a primeira linha, o autor está falando daquilo que o faz chorar fácil. Ele cita fatos que o
emocionam, como uma carta que ele poderia escrever ao filho terminando com uma declaração de amor: “Muito amor,
papai”. Assim, ele discorre que, entre aquilo que o pode levar ao choro, estaria a possível declaração de amor ao filho no
final de uma carta. De fato, ele não escreveu nenhuma carta ao filho, visto que o autor do texto apenas cria uma
situação hipotética.
Resposta: ERRADO
7. CESPE – TJ/STM/ 2018
Texto CB4A1BBB
O Zoológico de Sapucaia do Sul abrigou um dia um macaco chamado Alemão. Em um domingo de Sol, Alemão
conseguiu abrir o cadeado de sua jaula e escapou. O largo horizonte do mundo estava à sua espera. As árvores do
bosque estavam ao alcance de seus dedos. Ele passara a vida tentando abrir aquele cadeado. Quando conseguiu, em
vez de mergulhar na liberdade, desconhecida e sem garantias, Alemão caminhou até o restaurante lotado de visitantes.
Pegou uma cerveja e ficou bebericando no balcão.
Um zoológico serve para muitas coisas, algumas delas edificantes. Mas um zoológico serve, principalmente, para que o
homem tenha a chance de, diante da jaula do outro, certificar-se de sua liberdade e da superioridade de sua espécie. Ele

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pode então voltar para o apartamento financiado em quinze anos satisfeito com sua vida. Pode abrir as grades da porta
contente com seu molho de chaves e se aboletar no sofá em frente à TV; acordar na segunda-feira feliz para o batente.
Há duas maneiras de se visitar um zoológico: com ou sem inocência. A primeira é a mais fácil e a única com satisfação
garantida. A outra pode ser uma jornada sombria para dentro do espelho, sem glamour e também sem volta.
Os tigres-de-bengala são reis de fantasia. Têm voz, possuem músculos, são magníficos. Mas, nascidos em cativeiro, já
chegaram ao mundo sem essência. São um desejo que nunca se tornará realidade. Adivinham as selvas úmidas da Ásia,
mas nem sequer reconhecem as estrelas. Quando o Sol escorrega sobre a região metropolitana, são trancafiados em
furnas de pedra, claustrofóbicas. De nada servem as presas a caçadores que comem carne de cavalo abatido em
frigorífico. De nada serve a sanha a quem dorme enrodilhado, exilado não do que foi, mas do que poderia ter sido.
Eliane Brum. O cativeiro. In: A vida que ninguém vê. Porto Alegre: Arquipélago, 2006, p. 53-4 (com adaptações).

Com relação aos sentidos e aos aspectos gramaticais do texto CB4A1BBB, julgue o item que se segue.

A forma verbal “passara” denota um fato ocorrido antes de duas outras ações também já concluídas, as quais são
descritas nos dois períodos imediatamente anteriores ao período em que ela se insere.
( ) CERTO ( ) ERRADO

RESOLUÇÃO: A forma “passara” está no pretérito mais-que-perfeito. Esse tempo verbal indica sim uma ação que
ocorreu antes de outra, que também está no passado. No trecho em que ocorre, a forma verbal “passara” ocorre antes
das ações “conseguiu abrir” e “escapou”, presentes no período “Em um domingo de Sol, Alemão conseguiu abrir o
cadeado de sua jaula e escapou”. O erro do item está em afirmar que essas ações são descritas nos dois períodos
imediatamente anteriores, o que não é verdade. Os dois períodos imediatamente anteriores são: “O largo horizonte do
mundo estava à sua espera. As árvores do bosque estavam ao alcance de seus dedos”.
Resposta: ERRADO
8. CESPE - Ana Port I (EMAP) /2018
Texto
O Juca era da categoria das chamadas pessoas sensíveis, dessas a que tudo lhes toca e tange. Se a gente lhe
perguntasse: “Como vais, Juca?”, ao que qualquer pessoa normal responderia “Bem, obrigado!” — com o Juca a coisa
não era assim tão simples. Primeiro fazia uma cara de indecisão, depois um sorriso triste contrabalançado por um olhar
heroicamente exultante, até que esse exame de consciência era cortado pela voz do interlocutor, que começava a
falar chãmente em outras coisas, que, aliás, o Juca não estava ouvindo... Porque as pessoas sensíveis são as criaturas
mais egoístas, mais coriáceas, mais impenetráveis do reino animal. Pois, meus amigos, da última vez que vi o Juca, o
impasse continuava... E que impasse!
Estavam-lhe ministrando a extrema-unção. E, quando o sacerdote lhe fez a tremenda pergunta, chamando-o pelo
nome: “Juca, queres arrepender-te dos teus pecados?”, vi que, na sua face devastada pela erosão da morte, a Dúvida
começava a redesenhar, reanimando-a, aqueles seus trejeitos e caretas, numa espécie de ridícula ressurreição. E a
resposta não foi “sim” nem “não”; seria acaso um “talvez”, se o padre não fosse tão compreensivo. Ou apressado.
Despachou-o num átimo e absolvido.
Que fosse amolar os anjos lá no Céu!

E eu imagino o Juca a indagar, até hoje:

— Mas o senhor acha mesmo, sargento Gabriel, que ele poderia ter-me absolvido?

Mário Quintana Prosa & Verso Porto Alegre: Globo, 1978, p 65 (com adaptações)

Com relação às estruturas linguísticas e aos sentidos do texto, julgue o item a seguir.

Caso a forma verbal “era” fosse substituída por seria, a respectiva afirmação sobre o comportamento de Juca seria mais
categórica que a que se verifica no texto.

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( ) CERTO ( ) ERRADO

RESOLUÇÃO: A forma verbal “era” está no pretérito imperfeito, expressando um fato anterior à fala, ao discurso, que
pode ter seu curso prolongado. Com a forma verbal “seria”, que está no futuro do pretérito, enuncia-se um fato que
pode vir a ocorrer, posteriormente a um determinado fato passado. Assim, a respectiva ação sobre o comportamento
de Juca não seria mais categórica do que a que se verifica no texto, com a substituição de “era” por “seria”.
Resposta: ERRADO
9. CESPE - TJ STJ/STJ/Administrativa/2018
Texto CB4A1AAA
As discussões em torno de questões como “o que é justiça?” ou “quais são os mecanismos disponíveis para produzir
situações cada vez mais justas ao conjunto da sociedade?” não são novidade. Autores do século XIX já procuravam
construir análises para identificar qual o sentido exato do termo justiça e quais formas de promovê-la eram possíveis e
desejáveis ao conjunto da sociedade à época. O debate se enquadra em torno de três principais ideias: bem-estar;
liberdade e desenvolvimento; e promoção de formas democráticas de participação. Autores importantes do campo da
ciência política e da filosofia política e moral se debruçaram intensamente em torno dessa questão ao longo do século
XX, e chegaram a conclusões diversas uns dos outros. Embora a perspectiva analítica de cada um desses
autores divirja entre si, eles estão preocupados em desenvolver formas de promoção de situações de justiça social e
têm hipóteses concretas para se chegar a esse estado de coisas.
Para Amartya Sen, por exemplo, a injustiça é percebida e mensurada por meio da distribuição e do alcance social das
liberdades. Para Rawls, ela se manifesta principalmente nas estruturas básicas da sociedade e sua solução depende de
uma nova forma de contrato social e de uma definição de princípios básicos que criem condições de promoção de
justiça. Já para Habermas, a questão gira em torno da manifestação no campo da ação comunicativa, na qual a
fragilidade de uma ação coletiva que tenha pouco debate ou pouca representação pode enfraquecer a qualidade da
democracia e, portanto, interferir no seu pleno funcionamento, tendo, por consequência, desdobramentos sociais
injustos. Em síntese, os autores argumentam a favor de instrumentos variados para a solução da injustiça, os quais
dependem da interpretação de cada um deles acerca do conceito de justiça.
Augusto Leal Rinaldi. Justiça, liberdade e democracia. In: Pensamento Plural. Pelotas [12]: 57-74, jan.-jun./2013 (com
adaptações).
A respeito dos aspectos linguísticos do texto CB4A1AAA, julgue o item.

Embora haja semelhança de sentido entre os verbos divergir e diferir, a substituição da forma verbal “divirja”
por difere prejudicaria a correção gramatical do texto.
( ) CERTO ( ) ERRADO

RESOLUÇÃO: Considerando que a frase está no modo verbal subjuntivo, a substituição de “divirja” por “difere” não
está correta. Para haver correção gramatical no período, a substituição de “divirja” deve ser pela forma verbal “difira”,
presente do subjuntivo.
Resposta: CERTO
10. CESPE - OI (ABIN)/2018
Texto
No começo dos anos 40, os submarinos alemães estavam dizimando os cargueiros dos aliados no Atlântico Norte. O
jogo virou apenas em 1943, quando Alan Turing desenvolveu a Bomba, um aparelho capaz de desvendar os segredos
da máquina de criptografia nazista chamada de Enigma. A complexidade da Enigma — uma máquina eletromagnética
que substituía letras por palavras aleatórias escolhidas de acordo com uma série de rotores — estava no fato de que
seus elementos internos eram configurados em bilhões de combinações diferentes, sendo impossível decodificar o
texto sem saber as configurações originais. Após espiões poloneses terem roubado uma cópia da máquina, Turing e o
campeão de xadrez Gordon Welchman construíram uma réplica da Enigma na base militar de Bletchey Park. A máquina
replicava os rotores do sistema alemão e tentava reproduzir diferentes combinações de posições dos rotores para
testar possíveis soluções. Após quatro anos de trabalho, Turing conseguiu quebrar a Enigma, ao perceber que as
mensagens alemãs criptografadas continham palavras previsíveis, como nomes e títulos dos militares. Turing

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usava esses termos como ponto de partida, procurando outras mensagens em que a mesma letra aparecia no mesmo
espaço em seu equivalente criptografado.
Gabriel Garcia. 5 descobertas de Alan Turing que mudaram o rumo da história. In: Exame, 2/fev./2015. Internet:
<https://exame.abril.com.br> (com adaptações).
Considerando os aspectos linguísticos do texto, julgue o item subsequente.

Do emprego da forma “estavam dizimando” infere-se que a ação de dizimar foi contínua durante a época citada no
início do primeiro período do texto.
( ) CERTO ( ) ERRADO

RESOLUÇÃO: A forma verbal “estavam dizimando” apresenta “pretérito imperfeito + gerúndio”. Essa estrutura
sinaliza prolongamento de ação, dando ideia de continuidade e de duração no tempo. Assim, pode-se inferir que a ação
de dizimar foi contínua durante a época citada no primeiro período do texto.
Resposta: CERTO
11. CESPE - Aud Est (TCM-BA)/ 2018
Assunto: Questões Variadas de Verbo
A questão baseia no texto apresentado abaixo.

Ainda existem pessoas para as quais a greve é um “escândalo”: isto é, não só um erro, uma desordem ou um delito, mas
também um crime moral, uma ação intolerável que perturba a própria natureza. “Inadmissível”, “escandalosa”,
“revoltante”, dizem alguns leitores do Figaro, comentando uma greve recente. Para dizer a verdade, trata-se de uma
linguagem do tempo da Restauração, que exprime a sua mentalidade profunda. É a época em que a burguesia,
que assumira o poder havia pouco tempo, executa uma espécie de junção entre a moral e a natureza, oferecendo a
uma a garantia da outra. Temendo-se a naturalização da moral, moraliza-se a natureza; finge-se confundir a ordem
política e a ordem natural, e decreta-se imoral tudo o que conteste as leis estruturais da sociedade que se quer
defender. Para os prefeitos de Carlos X, assim como para os leitores do Figaro de hoje, a greve constitui, em primeiro
lugar, um desafio às prescrições da razão moralizada: “fazer greve é zombar de todos nós”, isto é, mais do que infringir
uma legalidade cívica, é infringir uma legalidade “natural”, atentar contra o bom senso, misto de moral e lógica,
fundamento filosófico da sociedade burguesa.
Nesse caso, o escândalo provém de uma ausência de lógica: a greve é escandalosa porque incomoda precisamente
aqueles a quem ela não diz respeito. É a razão que sofre e se revolta: a causalidade direta, mecânica, essa causalidade é
perturbada; o efeito se dispersa incompreensivelmente longe da causa, escapa-lhe, o que é intolerável e chocante. Ao
contrário do que se poderia pensar sobre os sonhos da burguesia, essa classe tem uma concepção tirânica,
infinitamente suscetível, da causalidade: o fundamento da moral que professa não é de modo algum mágico, mas, sim,
racional. Simplesmente, trata-se de uma racionalidade linear, estreita, fundada, por assim dizer, numa correspondência
numérica entre as causas e os efeitos. O que falta a essa racionalidade é, evidentemente, a ideia das
funções complexas, a imaginação de um desdobramento longínquo dos determinismos, de uma solidariedade entre os
acontecimentos, que a tradição materialista sistematizou sob o nome de totalidade.
Roland Barthes. O usuário da greve. In: R. Barthes. Mitologias. Tradução de Rita Buongermino, Pedro de Souza e
Rejane Janowitzer. Rio de Janeiro: DIFEL, 2007, p. 135-6 (com adaptações).
No texto, com o emprego da forma verbal “assumira”, exprime-se

a) a continuidade de uma ação ocorrida no passado.

b) a concomitância de uma ação em relação a outra.

c) o resultado presente de ação ocorrida no passado.

d) o ponto inicial de ação ocorrida no passado.

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e) a anterioridade de uma ação em relação a outra.

RESOLUÇÃO:

ALTERNATIVA A: Não há ideia de continuidade de ação, mas de passado remoto concluído.

ALTERNATIVA B: A forma verbal em destaque não representa ação simultânea, concomitante.

ALTERNATIVA C: Não se trata de resultado presente de ação ocorrida no passado, como afirma a alternativa, mas
passado remoto.
ALTERNATIVA D: “Assumira”, que é um passado remoto, não sinaliza o ponto inicial de ação ocorrida no passado.

ALTERNATIVA E: “Assumira” é o pretérito mais-que-perfeito do verbo assumir e é usado para se referir a um fato
anterior a outro que também está no passado. Representa, pois, o passado mais remoto.
Resposta: E
12. CESPE - AJ (STM)/2018
Texto CB1A1BBB
Esse rapaz que, em Deodoro, quis matar a ex-noiva e suicidou-se em seguida é um sintoma da revivescência de um
sentimento que parecia ter morrido no coração dos homens: o domínio sobre a mulher. Há outros casos. (...) Todos
esses senhores parece que não sabem o que é a vontade dos outros. Eles se julgam com o direito de impor o seu amor
ou o seu desejo a quem não os quer. Não sei se se julgam muito diferentes dos ladrões à mão armada; mas o certo é
que estes não nos arrebatam senão o dinheiro, enquanto esses tais noivos assassinos querem tudo que há de mais
sagrado em outro ente, de pistola na mão. O ladrão ainda nos deixa com vida, se lhe passamos o dinheiro; os tais
passionais, porém, nem estabelecem a alternativa: a bolsa ou a vida. Eles, não; matam logo. Nós já tínhamos os maridos
que matavam as esposas adúlteras; agora temos os noivos que matam as ex-noivas. De resto, semelhantes cidadãos
são idiotas. É de se supor que quem quer casar deseje que a sua futura mulher venha para o tálamo conjugal com a
máxima liberdade, com a melhor boa- vontade, sem coação de espécie alguma, com ardor até, com ânsia e grandes
desejos; como é então que se castigam as moças que confessam não sentir mais pelos namorados amor ou
coisa equivalente?
Todas as considerações que se possam fazer tendentes a convencer os homens de que eles não têm sobre as mulheres
domínio outro que não aquele que venha da afeição não devem ser desprezadas. Esse obsoleto domínio à valentona,
do homem sobre a mulher, é coisa tão horrorosa que enche de indignação.
Todos os experimentadores e observadores dos fatos morais têm mostrado a insanidade de generalizar a eternidade do
amor. Pode existir, existe, mas excepcionalmente; e exigi-la nas leis ou a cano de revólver é um absurdo tão grande
como querer impedir que o Sol varie a hora do seu nascimento. Deixem as mulheres amar à vontade.
Não as matem, pelo amor de Deus.

Lima Barreto. Não as matem. In: Vida urbana. São Paulo: Brasiliense, 1963, p. 83-5 (com adaptações).

Com relação aos sentidos e aos aspectos gramaticais do texto CB1A1BBB, julgue o item que se segue.

O vocábulo se recebe a mesma classificação em “se julgam” e “se castigam”.

( ) CERTO ( ) ERRADO

RESOLUÇÃO: Em “Eles se julgam”, o “se” é pronome reflexivo. Isso se dá porque o sujeito pratica ação que incide
sobre si mesmo. Nesse caso, havendo dúvida, pode-se substituir o “se” por “a si mesmo(s)”. Havendo equivalência, o
“se” está corretamente analisado com pronome reflexivo.
No segundo caso, o “se” de “se castigam” é partícula apassivadora. Vale lembrar que, com verbo transitivo direto+se
(VTD+SE) ou com verbo transitivo direto e indireto+se (VTDI+SE), a partícula “se” tem essa classificação.
Resposta: ERRADO

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13. CESPE - Tec Enf (IHB DF)/IHB DF/2018


Texto CG2A1AAA
A vida de Florence Nightingale, a criadora da moderna enfermagem, daria um romance. Florence estava destinada a
receber uma boa educação, a casar-se com um cavalheiro de fina estirpe, a ter filhos, a cuidar da casa e da família. Mas
logo ficou claro que a menina não se conformaria a esse modelo. Era diferente; gostava de matemática, e era o que
queria estudar (os pais não deixaram). Aos dezesseis anos, algo aconteceu: Deus falou-me — escreveu depois — e
convocou-me para servi-lo.
Servir a Deus significava, para ela, cuidar dos enfermos, e especialmente dos enfermos hospitalizados. Naquela época,
os hospitais curavam tão pouco e eram tão perigosos (por causa da sujeira, do risco de infecção) que os ricos preferiam
tratar-se em casa. Hospitalizados eram só os pobres, e Florence preparou-se para cuidar deles, praticando com os
indigentes que viviam próximos à sua casa. Viajou por toda a Europa, visitando hospitais. Coisa que os pais não viam
com bons olhos: enfermeiras eram consideradas pessoas de categoria inferior, de vida desregrada. Mas Florence foi em
frente e logo surgiu a oportunidade para colocar em prática o que aprendera. Sidney Herbert, membro do governo
inglês e amigo pessoal, pediu-lhe que chefiasse um grupo de enfermeiras enviadas para o front turco, uma tarefa a
que Florence entregou-se de corpo e alma; providenciava comida, remédios, agasalhos, além de supervisionar o
trabalho das enfermeiras. Mais que isso, fez estudos estatísticos (sua vocação matemática enfim triunfou) mostrando
que a alta mortalidade dos soldados resultava das péssimas condições de saneamento.
Isso tudo não quer dizer que Florence fosse, pelos padrões habituais, uma mulher feliz. Para começar, não havia, em
sua vida, lugar para ligações amorosas. Cortejou-a o político e poeta Richard Milnes, Barão Houghton, mas ela rejeitou-
o. Ao voltar da guerra, algo estranho lhe aconteceu: recolheu-se ao leito e nunca mais deixou o quarto.
É possível, e até provável, que isso tenha resultado de brucelose, uma infecção crônica contraída durante a guerra; mas
havia aí um óbvio componente emocional, uma forma de fuga da realidade. Contudo — Florence era Florence —,
mesmo acamada, continuou trabalhando intensamente. Colaborou com a comissão governamental sobre saúde dos
militares, fundou uma escola para treinamento de enfermeiras, escreveu um livro sobre esse treinamento.
Estranha, a Florence Nightingale? Talvez. Mas estranheza pode estar associada a qualidades admiráveis. Grande e
estranho é o mundo; grandes, ainda que estranhas, são muitas pessoas. E se elas têm grandeza, ao mundo pouco deve
importar que sejam estranhas.
Moacyr Scliar. Uma estranha, e admirável, mulher. Internet: <http://moacyrscliar.blogspot.com.br> (com adaptações).

Acerca dos aspectos linguísticos do texto CG2A1AAA, julgue o item.

Nos trechos “Florence preparou-se” e “Florence entregou-se” , a partícula “se” classifica-se como pronome
apassivador.
( ) CERTO ( ) ERRADO

RESOLUÇÃO: Em “Florence preparou-se”, o “se” é pronome reflexivo, visto que a ação incide sobre o sujeito. Nesse
caso, podemos dizer que ela preparou a si mesma. Em “Florence entregou-se”, o “se” é parte integrante do verbo. Por
essa razão, o verbo é pronominal. Assim, está incorreto afirmar que a partícula se nos trechos “Florence preparou-se” e
“Florence entregou-se”, a partícula “se” classifica-se como pronome apassivador.
Resposta: ERRADO

14. CESPE - EBSERH - 2018

Texto

O Brasil, durante a maior parte da sua história, manteve uma cultura familista e pró-natalista. Por cerca de 450 anos, o
incentivo à fecundidade elevada era justificado em função da prevalência de altas taxas de mortalidade, dos interesses
da colonização portuguesa, da expansão da ocupação territorial e do crescimento do mercado interno.

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Durante o período do Estado Novo (1937-1945), no governo de Getúlio Vargas, foram adotados dispositivos legais para
fortalecer a família numerosa, por meio de diversas medidas: desestímulo ao trabalho feminino; facilidades para a
aquisição de casa própria pelos indivíduos que pretendessem se casar; complemento de renda dos casados com filhos e
regras que privilegiavam os homens casados e com filhos quanto ao acesso e à promoção no serviço público.
O artigo 124 da Constituição Brasileira de 1937 afirmava: “A família, constituída pelo casamento indissolúvel, está sob a
proteção especial do Estado. Às famílias numerosas serão atribuídas compensações na proporção de seus encargos”.
Naquele período, além dos incentivos ao casamento e à reprodução, vigia uma legislação que proibia o uso de métodos
contraceptivos e o aborto: o Decreto Federal n.º 20.291, de 1932, que vedava a prática médica que tivesse por fim
impedir a concepção ou interromper a gestação, e a Lei das Contravenções Penais, sancionada em 1941, que proibia
“anunciar processo, substância ou objeto destinado a provocar o aborto ou evitar a gravidez”.
José Eustáquio Diniz Alves O planejamento familiar no Brasil Internet: <www ecodebate com br> (com adaptações)

Com relação a aspectos linguísticos do texto, julgue o item seguinte.

A forma verbal “vigia” tem, no texto, o sentido de estava vigente.

( ) CERTO ( ) ERRADO

RESOLUÇÃO: De fato! A forma “vigia” corresponde à flexão de pretérito imperfeito do indicativo, que corresponde a
uma ação que teve continuidade no passado. Essa mesma ideia está expressada na forma “estava vigente”, formada
pelo verbo “estar” flexionado no pretérito imperfeito do indicativo, acompanhado do adjetivo “vigente”.
Resposta: CERTO
15 CESPE - TCM BA - 2018

A questão baseia no texto apresentado abaixo.

Ainda existem pessoas para as quais a greve é um “escândalo”: isto é, não só um erro, uma desordem ou um delito, mas
também um crime moral, uma ação intolerável que perturba a própria natureza. “Inadmissível”, “escandalosa”,
“revoltante”, dizem alguns leitores do Figaro, comentando uma greve recente. Para dizer a verdade, trata-se de uma
linguagem do tempo da Restauração, que exprime a sua mentalidade profunda. É a época em que a burguesia,
que assumira o poder havia pouco tempo, executa uma espécie de junção entre a moral e a natureza, oferecendo a
uma a garantia da outra. Temendo-se a naturalização da moral, moraliza-se a natureza; finge-se confundir a ordem
política e a ordem natural, e decreta-se imoral tudo o que conteste as leis estruturais da sociedade que se quer
defender. Para os prefeitos de Carlos X, assim como para os leitores do Figaro de hoje, a greve constitui, em primeiro
lugar, um desafio às prescrições da razão moralizada: “fazer greve é zombar de todos nós”, isto é, mais do que infringir
uma legalidade cívica, é infringir uma legalidade “natural”, atentar contra o bom senso, misto de moral e lógica,
fundamento filosófico da sociedade burguesa.
Nesse caso, o escândalo provém de uma ausência de lógica: a greve é escandalosa porque incomoda precisamente
aqueles a quem ela não diz respeito. É a razão que sofre e se revolta: a causalidade direta, mecânica, essa causalidade é
perturbada; o efeito se dispersa incompreensivelmente longe da causa, escapa-lhe, o que é intolerável e chocante. Ao
contrário do que se poderia pensar sobre os sonhos da burguesia, essa classe tem uma concepção tirânica,
infinitamente suscetível, da causalidade: o fundamento da moral que professa não é de modo algum mágico, mas, sim,
racional. Simplesmente, trata-se de uma racionalidade linear, estreita, fundada, por assim dizer, numa correspondência
numérica entre as causas e os efeitos. O que falta a essa racionalidade é, evidentemente, a ideia das funções
complexas, a imaginação de um desdobramento longínquo dos determinismos, de uma solidariedade entre os
acontecimentos, que a tradição materialista sistematizou sob o nome de totalidade.
Roland Barthes. O usuário da greve. In: R. Barthes. Mitologias. Tradução de Rita Buongermino, Pedro de Souza e
Rejane Janowitzer. Rio de Janeiro: DIFEL, 2007, p. 135-6 (com adaptações).
No texto, com o emprego da forma verbal “assumira”, exprime-se

a) a continuidade de uma ação ocorrida no passado.

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b) a concomitância de uma ação em relação a outra.

c) o resultado presente de ação ocorrida no passado.

d) o ponto inicial de ação ocorrida no passado.

e) a anterioridade de uma ação em relação a outra.

RESOLUÇÃO: A forma verbal “assumira” está flexionada no pretérito mais-que-perfeito do indicativo, que
corresponde a uma ação anterior a outra já concluída.
Resposta: E
16. CESPE - MP PI – Técnico - 2018
Eis que se inicia então uma das fases mais intensas na vida de Geraldo Viramundo: sua troca de correspondência com
os estudantes, julgando estar a se corresponder com sua amada. E eis que passo pela rama nesta fase de meu relato, já
que me é impossível dar a exata medida do grau de maluquice que inspiraram tais cartas: infelizmente se perderam e de
nenhuma encontrei paradeiro, por maiores que tenham sido os meus esforços em rebuscar coleções, arquivos e
alfarrábios em minha terra. Sou forçado, pois, a limitar-me aos elementos de que disponho, encerrando em
desventuras as aventuras de Viramundo em Ouro Preto, e dando viço às suas peregrinações.
Fernando Sabino. O grande mentecapto. 62.ª ed. Rio de Janeiro: Record, 2002.

Com referência aos sentidos do texto precedente e às estruturas linguísticas nele empregadas, julgue os itens a
seguir.
Os sentidos do texto seriam alterados caso o trecho “estar a se corresponder” (R.3) fosse assim reescrito: estar se
correspondendo.
( ) CERTO ( ) ERRADO

RESOLUÇÃO: Uma outra forma de expressar o gerúndio é reescrevê-lo com verbo no infinitivo antecedido da
preposição “a”. É uma forma muito comumente empregada em Portugal, mas não tanto no Brasil.
Exemplos:

Estou observando = Estou a observar.

Ficava detalhando = Ficava a detalhar.

Dessa forma, a alterações propostas não acarretam mudança de sentido.

Resposta: ERRADO

17. CESPE - MP PI – Técnico - 2018

Saiu a mais nova lista de coisas que devem ou não ser feitas, moda que parece ter contagiado o planeta. Desta vez,
Arthur Frommer e Holly Hugues elencam os 500 locais que precisamos visitar antes que
desapareçam (500 places to see before they disappear). O livro traz lugares naturais e históricos, de antigos centros de
culto a paisagens em vias de extinção, assim como tesouros culturais únicos, como o Fenway Park, de Boston,
inaugurado em 1912: um dos últimos estádios norte-americanos que mantêm sua construção original, diz o
Atlanta Journal Constitution.
Revista da Semana, dez./2008 (com adaptações).

Na linha 1, seria incorreto o emprego do verbo “ser” no plural — serem.

( ) CERTO ( ) ERRADO

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RESOLUÇÃO: Observemos o seguinte trecho:

Saiu a mais nova lista de coisas que devem ou não ser feitas.

Não se flexiona o infinitivo presente em uma locução verbal, seja esse infinitivo um dos auxiliares ou o verbo principal.

No caso, a forma “devem” e o infinitivo “ser” são auxiliares do verbo principal no particípio “feitas”. A forma “ser”,
portanto, não pode ser flexionada, sob pena de incorrermos num erro gramatical.
Resposta: CERTO
18. CESPE - MP PI – Técnico - 2018
Texto CB1A1AAA
Não há dúvida de que a televisão apresenta ao público uma visão distorcida de como a ciência forense é conduzida e
sobre o que ela é capaz, ou não, de realizar. Os atores que interpretam a equipe de investigação, por exemplo, são uma
mistura de policial, detetive e cientista forense — esse perfil profissional não existe na vida real. Toda profissão,
individualmente, já é complexa o bastante e demanda educação, treinamento e métodos próprios. A especialização
dentro dos laboratórios tornou-se uma norma desde o final da década de 80 do século passado. O cientista forense
precisa conhecer os recursos das outras subdisciplinas, mas ninguém é especialista em todas as áreas da investigação
criminal. Além disso, os laboratórios frequentemente não realizam todos os tipos de análise devido ao custo, à
insuficiência de recursos ou à pouca procura.
As séries da TV retratam incorretamente os cientistas forenses, mostrando-os como se tivessem tempo de sobra para
todos os casos. Os programas mostram diversos detetives, técnicos e cientistas dedicando toda sua atenção a uma
investigação. Na realidade, cada cientista recebe vários casos ao mesmo tempo. A maioria dos laboratórios acredita
que o acúmulo de trabalho é o maior problema que enfrentam, e boa parte dos pedidos de aumento no
orçamento baseia-se na dificuldade de dar conta de tanto serviço.
No que se refere aos sentidos do texto CB1A1AAA, julgue os itens a seguir.

A substituição da forma verbal “dedicando” (R.19) por que dedicam manteria os sentidos originais do texto.

( ) CERTO ( ) ERRADO

RESOLUÇÃO: Destaquemos o seguinte fragmento de texto:

Os programas mostram diversos detetives, técnicos e cientistas dedicando toda sua atenção a uma investigação.

Com a alteração proposta, teremos:

Os programas mostram diversos detetives, técnicos e cientistas que dedicam toda sua atenção a uma investigação.

Originalmente, a forma verbal no gerúndio “dedicando” transmite uma ideia de ação em curso.

Já com a oração desenvolvida “que dedicam”, o emprego do presente do indicativo transmite uma ideia de ação
costumeira.
Explicando com exemplos mais simples: em “Vi meu primo estudando para concurso.”, o gerúndio dá a entender ação
em curso, ou seja, a ação está se realizando num determinado momento; já em “Vi meu primo que estuda para
concurso”, o emprego do presente do indicativo dá a entender ação costumeira, ou seja, uma ação que se processa
não em um momento específico, mas sim que se processa já desde um certo tempo, pois é costumeira.
Dessa forma, a alteração proposta mantém a correção gramatical, mas altera o sentido original.
Resposta: ERRADO
19. CESPE - Agente PF/ 2018
Texto 12A1AAA

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A polícia parisiense — disse ele — é extremamente hábil à sua maneira. Seus agentes são perseverantes, engenhosos,
astutos e perfeitamente versados nos conhecimentos que seus deveres parecem exigir de modo especial. Assim,
quando o delegado G... nos contou, pormenorizadamente, a maneira pela qual realizou suas pesquisas no Hotel D...,
não tive dúvida de que efetuara uma investigação satisfatória (...) até o ponto a que chegou o seu trabalho.
— Até o ponto a que chegou o seu trabalho? — perguntei.

— Sim — respondeu Dupin. — As medidas adotadas não foram apenas as melhores que poderiam ser tomadas, mas
realizadas com absoluta perfeição. Se a carta estivesse depositada dentro do raio de suas investigações, esses rapazes,
sem dúvida, a teriam encontrado.
Ri, simplesmente — mas ele parecia haver dito tudo aquilo com a máxima seriedade.

— As medidas, pois — prosseguiu —, eram boas em seu gênero, e foram bem executadas: seu defeito residia em serem
inaplicáveis ao caso e ao homem em questão. Um certo conjunto de recursos altamente engenhosos é, para o
delegado, uma espécie de leito de Procusto, ao qual procura adaptar à força todos os seus planos. Mas, no caso em
apreço, cometeu uma série de erros, por ser demasiado profundo ou demasiado superficial. (...) E, se o delegado e toda
a sua corte têm cometido tantos enganos, isso se deve (...) a uma apreciação inexata, ou melhor, a uma não apreciação
da inteligência daqueles com quem se metem. Consideram engenhosas apenas as suas próprias ideias e, ao procurar
alguma coisa que se ache escondida, não pensam senão nos meios que eles próprios teriam empregado para escondê-
la. Estão certos apenas num ponto: naquele em que sua engenhosidade representa fielmente a da massa; mas, quando
a astúcia do malfeitor é diferente da deles, o malfeitor, naturalmente, os engana. Isso sempre acontece quando a
astúcia deste último está acima da deles e, muito frequentemente, quando está abaixo. Não variam seu sistema de
investigação; na melhor das hipóteses, quando são instigados por algum caso insólito, ou por alguma recompensa
extraordinária, ampliam ou exageram os seus modos de agir habituais, sem que se afastem, no entanto, de seus
princípios. (...) Você compreenderá, agora, o que eu queria dizer ao afirmar que, se a carta roubada tivesse sido
escondida dentro do raio de investigação do nosso delegado — ou, em outras palavras, se o princípio inspirador
estivesse compreendido nos princípios do delegado —, sua descoberta seria uma questão inteiramente fora de dúvida.
Este funcionário, porém, se enganou por completo, e a fonte remota de seu fracasso reside na suposição de que o
ministro é um idiota, pois adquiriu renome de poeta. Segundo o delegado, todos os poetas são idiotas — e, neste caso,
ele é apenas culpado de uma non distributio medii, ao inferir que todos os poetas são idiotas.
— Mas ele é realmente poeta? — perguntei. — Sei que são dois irmãos, e que ambos adquiriram renome nas letras. O
ministro, creio eu, escreveu eruditamente sobre o cálculo diferencial. É um matemático, e não um poeta.
— Você está enganado. Conheço-o bem. E ambas as coisas. Como poeta e matemático, raciocinaria bem; como mero
matemático, não raciocinaria de modo algum, e ficaria, assim, à mercê do delegado.
— Você me surpreende — respondi — com essas opiniões, que têm sido desmentidas pela voz do mundo.
Naturalmente, não quererá destruir, de um golpe, ideias amadurecidas durante tantos séculos. A razão matemática é
há muito considerada como a razão par excellence.
Edgar Allan Poe. A carta roubada. In: Histórias extraordinárias. Victor Civita, 1981. Tradução de Brenno Silveira e
outros.
A correção gramatical do texto seria mantida caso a forma verbal “compreenderá” (R.42) fosse substituída por
compreende, embora o sentido original do período em que ela ocorre fosse alterado: no original, o emprego do
futuro revela uma expectativa de Dupin em relação a seu interlocutor; com o emprego do presente, essa
expectativa seria transformada em fato consumado.
( ) CERTO ( ) ERRADO

RESOLUÇÃO: Reproduzamos o seguinte trecho:

Você compreenderá, agora, o que eu queria dizer ao afirmar que, se a carta roubada tivesse sido escondida dentro do
raio de investigação do nosso delegado — ou, em outras palavras, se o princípio inspirador estivesse compreendido nos
princípios do delegado —, sua descoberta seria uma questão inteiramente fora de dúvida.

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De fato, o emprego do futuro do presente “compreenderá” dá a entender que a ação ainda está pendente de
consumação. Trata-se de algo que irá ocorrer a partir de agora. Já o emprego do presente do indicativo
“compreende” dá a entender que a ação se consuma no momento da fala. Trata-se de algo que acaba de ocorrer,
que se consumou neste instante.
Resposta: CERTO

TEXTO PARA AS QUESTÕES 20 A 22


Texto 13A1AAA

No fim do século XVIII e começo do XIX, a despeito de algumas grandes fogueiras, a melancólica festa de punição de
condenados foi-se extinguindo. Em algumas dezenas de anos, desapareceu o corpo como alvo principal da repressão
penal: o corpo supliciado, esquartejado, amputado, marcado simbolicamente no rosto ou no ombro, exposto vivo ou
morto, dado como espetáculo. Ficou a suspeita de que tal rito que dava um “fecho” ao crime mantinha com ele
afinidades espúrias: igualando-o, ou mesmo ultrapassando-o em selvageria, acostumando os espectadores a uma
ferocidade de que todos queriam vê-los afastados, mostrando-lhes a frequência dos crimes, fazendo o carrasco se
parecer com criminoso, os juízes com assassinos, invertendo no último momento os papéis, fazendo do supliciado um
objeto de piedade e de admiração.
A punição vai-se tornando a parte mais velada do processo penal, provocando várias consequências: deixa o campo da
percepção quase diária e entra no da consciência abstrata; sua eficácia é atribuída à sua fatalidade, não à sua
intensidade visível; a certeza de ser punido é que deve desviar o homem do crime, e não mais o abominável teatro.
Sob o nome de crimes e delitos, são sempre julgados corretamente os objetos jurídicos definidos pelo Código. Porém
julgam-se também as paixões, os instintos, as anomalias, as enfermidades, as inadaptações, os efeitos de meio
ambiente ou de hereditariedade. Punem-se as agressões, mas, por meio delas, as agressividades, as violações e, ao
mesmo tempo, as perversões, os assassinatos que são, também, impulsos e desejos. Dir-se-ia que não são eles que são
julgados; se são invocados, é para explicar os fatos a serem julgados e determinar até que ponto a vontade do réu
estava envolvida no crime. As sombras que se escondem por trás dos elementos da causa é que são, na realidade,
julgadas e punidas.
O juiz de nossos dias — magistrado ou jurado — faz outra coisa, bem diferente de “julgar”. E ele não julga mais
sozinho. Ao longo do processo penal, e da execução da pena, prolifera toda uma série de instâncias anexas. Pequenas
justiças e juízes paralelos se multiplicaram em torno do julgamento principal: peritos psiquiátricos ou psicológicos,
magistrados da aplicação das penas, educadores, funcionários da administração penitenciária fracionam o poder legal
de punir. Dir-se-á, no entanto, que nenhum deles partilha realmente do direito de julgar; os peritos não intervêm antes
da sentença para fazer um julgamento, mas para esclarecer a decisão dos juízes. Todo o aparelho que se desenvolveu
há anos, em torno da aplicação das penas e de seu ajustamento aos indivíduos, multiplica as instâncias da decisão
judiciária, prolongando-a muito além da sentença.
Michel Foucault. Vigiar e punir: nascimento da prisão. Trad. Raquel Ramalhete. Petrópolis, Vozes, 1987, p. 8-26 (com
adaptações).
20. CESPE - Agente PF/ 2018
Com relação aos aspectos linguísticos e aos sentidos do texto 13A1AAA, julgue os itens a seguir.
Embora tanto o primeiro quanto o segundo parágrafo do texto tratem de acontecimentos passados, o emprego do
presente no segundo parágrafo tem o efeito de aproximar os acontecimentos mencionados ao tempo atual, o
presente.
( ) CERTO ( ) ERRADO

RESOLUÇÃO: De fato, o emprego do Presente do Indicativo dá vivacidade aos fatos narrados, ou seja, faz com que o
leitor associe esses acontecimentos não só ao tempo da narrativa, mas à realidade vivida.
O item está CERTO, portanto!
Resposta: CERTO

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21. CESPE - Agente PF/ 2018


Dir-se-á, no entanto, que nenhum deles partilha realmente do direito de julgar; os peritos não intervêm antes da
sentença para fazer um julgamento, mas para esclarecer a decisão dos juízes.
A expressão “Dir-se-á” (R.40) poderia ser corretamente substituída por Será dito.

( ) CERTO ( ) ERRADO

RESOLUÇÃO: O “se” em destaque é pronome apassivador, haja vista estar ladeado de um verbo que solicita objeto
direto. É o caso do verbo DIZER, pois QUEM DIZ DIZ ALGO A ALGUÉM.
Sabemos que o SE apassivador tem como função transformar o objeto direto em sujeito.

Observe o trecho:

Dir-se-á, no entanto, que nenhum deles partilha realmente do direito de julgar...

O trecho em destaque é de natureza substantiva e pode ser substituído pela forma pronominal substantiva ISTO.

Dir-se-á, no entanto, ISTO.

A forma ISTO seria objeto direto do verbo DIZER. Com a presença do SE apassivador, esse objeto direto é
transformado num sujeito paciente.
Dessa forma, tem-se a chamada voz passiva pronominal, que pode muito bem ser convertida na forma analítica (verbo
auxiliar SER + verbo principal no particípio).
Dir-se-á, no entanto, ISTO.

= ISTO, no entanto, será dito.

O item está CERTO, portanto!


Resposta: CERTO

22. CESPE - Agente PF/ 2018


Subentende-se a forma verbal “intervêm” (R.42) logo após o vocábulo “mas” em “mas para esclarecer a decisão dos
juízes” (R.43).
( ) CERTO ( ) ERRADO

RESOLUÇÃO: Observemos o trecho:

... os peritos não intervêm antes da sentença para fazer um julgamento, mas para esclarecer a decisão dos juízes...

De fato, pela coerência do contexto, é sim possível subentender a forma verbal “intervêm” após a conjunção “mas”.

... os peritos não intervêm antes da sentença para fazer um julgamento, mas (intervêm) para esclarecer a decisão dos
juízes...
Um detalhe a ser observado diz respeito ao acento diferencial circunflexo na forma “intervêm”. Ele é necessário, haja
vista que ocorre a concordância com o sujeito plural “peritos”.
O item está CERTO, portanto!
Resposta: CERTO

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23 - CESPE - PM AL - 2018
Texto 1A1-I
Dói. Dói muito. Dói pelo corpo inteiro. Principia nas unhas, passa pelos cabelos, contagia os ossos, penaliza a memória
e se estende pela altura da pele. Nada fica sem dor. Também os olhos, que só armazenam as imagens do que já fora,
doem. A dor vem de afastadas distâncias, sepultados tempos, inconvenientes lugares, inseguros futuros. Não se chora
pelo amanhã. Só se salga a carne morta.
No princípio, se um de nós caía, a dor doía ligeiro. Um beijo seu curava a cabeça batida na terra, o dedo espremido na
dobradiça da porta, o pé tropeçado no degrau da escada, o braço torcido no galho da árvore. Seu beijo de mãe era um
santo remédio. Ao machucar, pedia-se: mãe, beija aqui!
Há que experimentar o prazer para, só depois, bem suportar a dor. Vim ao mundo molhado pelo desenlace. A dor do
parto é também de quem nasce. Todo parto decreta um pesaroso abandono. Nascer é afastar-se — em lágrimas — do
paraíso, é condenar-se à liberdade. Houve, e só depois, o tempo da alegria ao enxergar o mundo como o mais absoluto
e sucessivo milagre: fogo, terra, água, ar e o impiedoso tempo. Sem a mãe, a casa veio a ser um lugar provisório.
Uma estação com indecifrável plataforma, onde espreitávamos um cargueiro para ignorado destino. Não se desata
com delicadeza o nó que nos amarra à mãe. Impossível adivinhar, ao certo, a direção do nosso bilhete de partida. Sem
poder recuar, os trilhos corriam exatos diante de nossos corações imprecisos. Os cômodos sombrios da casa —
antes bem- aventurança primavera — abrigavam passageiros sem linha do horizonte. Se fora o lugar da mãe, hoje
ventilava obstinado exílio.
Bartolomeu Campos de Queirós. Vermelho amargo. São Paulo: Cosac Naify, 2013, p. 5 (com adaptações).

Ainda a respeito de aspectos linguísticos e dos sentidos do texto 1A1-I, julgue o item que se segue.

No segundo parágrafo do texto, as formas verbais “caía”, “doía”, “curava” e “pedia” designam ações frequentes ou
contínuas no passado.
( ) CERTO ( ) ERRADO

RESOLUÇÃO: As formas verbais em destaque estão flexionadas no Pretérito Imperfeito do Indicativo. Utiliza-se esse
tempo para ações do passado que tiveram duração, que se repetiram, e cujo encerramento não se sabe precisamente.
Dessa forma, ações que tiveram continuidade no passado ou se mostraram frequentes, habituais são expressadas pelo
Pretérito Imperfeito do Indicativo.
O item está, portanto, CORRETO!

Observação:

Há três tipos de pretérito: o perfeito - que faz menção a uma ação concluída, finalizada; o Imperfeito - ação do passado
costumeira; o mais que perfeito - ação anterior a uma ação já concluída.
Exemplos:

LI um livro excelente nas férias. (ação finalizada, concluída)

LIA bastante quando criança. (ação do passado costumeira)

A aula já TINHA INICIADO (INICIARA) quando você chegou. (ação anterior a outra já concluída)

RESPOSTA: CERTO

24. CESPE - IPHAN - 2018

Uma das grandes cousas que se veem hoje no mundo, e nós pelo costume de cada dia não admiramos, é a
transmigração imensa de gentes e nações etíopes, que da África continuamente estão passando a esta América. Entra

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Aula 4: Verbos

uma nau de Angola, e desova no mesmo dia quinhentos, seiscentos e talvez mil escravos. Os israelitas atravessaram o
Mar Vermelho, e passaram da África à Ásia, fugindo do cativeiro; estes atravessam o mar oceano na sua maior largura,
e passam da mesma África à América e para viver e morrer cativos. Os outros nascem para viver, estes para servir. Nas
outras terras do que aram os homens, e do que fiam e tecem as mulheres, se fazem os comércios: naquela o que geram
os pais e o que criam a seus peitos as mães, é o que se vende, e se compra. Oh trato desumano, em que a mercancia
são homens! Oh mercancia diabólica, em que os interesses se tiram das almas alheias, e os riscos das próprias!
Já se depois de chegados olharmos para estes miseráveis, e para os que se chamam seus senhores: o que se viu
nos dous estados de Jó, é o que aqui representa a fortuna, pondo juntas a felicidade e a miséria no mesmo teatro. Os
senhores poucos, e os escravos muitos; os senhores rompendo galas, os escravos despidos e nus; os senhores
banqueteando, os escravos perecendo à fome; os senhores nadando em ouro e prata, os escravos carregados de
ferros; os senhores tratando-os como brutos, os escravos adorando-os e temendo-os como deuses; os senhores em pé
apontando para o açoute, como estátuas da soberba e da tirania, os escravos prostrados com as mãos atadas atrás
como imagens vilíssimas da servidão, e espetáculos da extrema miséria.

Antônio Vieira. Sermão vigésimo sétimo do rosário. In: Essencial padre Antônio Vieira. Organização e introdução de
Alfredo Bosi. São Paulo: Penguin Classics, Companhia das Letras, 2011, p. 532-3 (com adaptações).

Com relação aos sentidos e aos aspectos linguísticos do texto precedente, julgue o item que se segue.
A forma verbal “nadando” exprime um evento com duração no tempo.

( ) CERTO ( ) ERRADO

RESOLUÇÃO: De fato! A forma nominal de gerúndio exprime uma ação em curso, duradoura.

RESPOSTA: CERTO

25. CESPE - PM AL - 2018


Texto 1A12-I

Preguiça e covardia são as causas que explicam por que uma grande parte dos seres humanos, mesmo muito após a
natureza tê-los declarado livres da orientação alheia, ainda permanecem, com gosto e por toda a vida, na condição de
menoridade. As mesmas causas explicam por que parece tão fácil outros afirmarem-se como seus tutores. É tão
confortável ser menor! Tenho à disposição um livro que entende por mim, um pastor que tem consciência por mim, um
médico que me prescreve uma dieta etc.: então não preciso me esforçar. Não me é necessário pensar, quando posso
pagar; outros assumirão a tarefa espinhosa por mim.
A maioria da humanidade vê como muito perigoso, além de bastante difícil, o passo a ser dado rumo à maioridade, uma
vez que tutores já tomaram para si de bom grado a sua supervisão. Após terem previamente embrutecido e
cuidadosamente protegido seu gado, para que essas pacatas criaturas não ousem dar qualquer passo fora dos trilhos
nos quais devem andar, os tutores lhes mostram o perigo que as ameaça caso queiram andar por conta própria. Tal
perigo, porém, não é assim tão grande, pois, após algumas quedas, aprenderiam finalmente a andar; basta, entretanto,
o exemplo de um tombo para intimidá-las e aterrorizá-las por completo para que não façam novas tentativas.
Kant. Resposta à pergunta: Que é esclarecimento? Tradução de Pedro Caldas. In: Danilo Marcondes. Textos básicos
de ética: de Platão a Foucault. Zahar, 4.ª edição, 2008 (com adaptações).
A respeito das propriedades linguísticas do texto 1A12-I, julgue o item a seguir.

A forma verbal “assumirão” expressa uma ação futura, ainda não concretizada, mas que se acredita que certamente se
realizará, de acordo com os sentidos do texto.
( ) CERTO ( ) ERRADO

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RESOLUÇÃO: De fato! Trata-se do futuro do presente do indicativo, que corresponde a uma ação futura de
concretização tida como certa.
RESPOSTA: CERTO

26. CESPE - TRE BA - 2017

Texto

Pode-se dizer que a cidadania é essencialmente consciência de direitos e deveres e exercício da democracia: direitos
civis, como segurança e locomoção; direitos sociais, como trabalho, salário justo, saúde, educação, habitação etc.;
direitos políticos, como liberdade de expressão, de voto, de participação em partidos políticos e sindicatos etc.
Não há cidadania sem democracia. O conceito de cidadania, contudo, é um conceito ambíguo. Em 1789, a Declaração
dos Direitos do Homem e do Cidadão estabelecia as primeiras normas para assegurar a liberdade individual e a
propriedade. Nascia a cidadania como uma conquista liberal. Hoje, o conceito de cidadania é mais complexo.
Com a ampliação dos direitos, nasceu também uma concepção mais ampla de cidadania. De um lado, existe uma
concepção consumerista de cidadania (direito de defesa do consumidor) e, de outro, uma concepção plena, que se
manifesta na mobilização da sociedade para a conquista de novos direitos e na participação direta da população na
gestão da vida pública, por meio, por exemplo, da discussão democrática do orçamento. Esta tem sido uma prática,
sobretudo no nível do poder local, que tem ajudado na construção de uma democracia participativa, superando os
limites da democracia puramente representativa.
Moacir Gadotti. Escola cidadã – educação para e pela cidadania. Internet: <http://acervo.paulofreire.org> (com
adaptações).
A correção gramatical, a coerência e o sentido do texto seriam mantidos caso a forma verbal “tem ajudado”
fosse substituída por
a) vem ajudando.

b) ajudou.

c) ajudaria.

d) vinha ajudando.

e) pode ajudar.

RESOLUÇÃO: A forma “tem ajudado” corresponde ao Pretérito Perfeito do Indicativo na forma composta e expressa
ação que se iniciou no passado e perdura no presente.
Já a forma “ajudou” é flexão de Pretérito Perfeito do Indicativo na forma simples e expressa ação já concluída,
finalizada no passado.
Sendo assim, a substituição de “tem ajudado” por “ajudou” alteraria o sentido original.
Resposta: A

27. CESPE - PC GO - 2017

Texto CB1A1BBB

A principal finalidade da investigação criminal, materializada no inquérito policial (IP), é a de reunir(e) elementos
mínimos de materialidade e autoria delitiva antes de se instaurar o processo criminal, de modo a evitarem-se, assim,
ações infundadas, as quais certamente implicam(a) grande transtorno para quem se vê acusado por um crime que não
cometeu.

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Modernamente, o IP deixou de ser o procedimento absolutamente inquisitorial e discricionário de outrora. A


participação das partes, pessoalmente ou por seus advogados ou defensores públicos, vem ganhando(b) espaço a
cada dia, com o objetivo de garantir(c) que o IP seja um instrumento imparcial de investigação em busca da verdade
dos fatos.
Acrescente-se que o estigma provocado por uma ação penal pode perdurar(d) por toda a vida e, por isso, para ser
promovida, a acusação deve conter fundamentos fáticos e jurídicos suficientes, o que, em regra, se consegue por meio
do IP.
Carlos Alberto Marchi de Queiroz (Coord.). Manual de polícia judiciária: doutrina, modelos, legislação. 6.ª ed. São
Paulo: Delegacia Geral de Polícia, 2010 (com adaptações).
No texto CB1A1BBB, uma ação que se desenvolve gradualmente é introduzida pela

a) forma verbal “implicam”.

b) locução “vem ganhando”.

c) forma verbal “garantir”.

d) locução “pode perdurar”.

e) forma verbal “reunir”.

RESOLUÇÃO: Observe o trecho: “A participação das partes, pessoalmente ou por seus advogados ou defensores
públicos, vem ganhando espaço...”.
A junção do auxiliar “vir” acompanhado do gerúndio “ganhando” confere à ação uma ideia de progressão, dando a
entender que a ideia de “ganhar espaço” está se dando paulatinamente (gradativamente).
Resposta: B
28. CESPE - DIPLOMATA - 2017

Texto

Dei em passear de bonde, saltando de um para outro, aventurando-me por travessas afastadas, para buscar o veículo
em outros bairros. Da Tijuca ia ao Andaraí e daí à Vila Isabel; e assim, passando de um bairro para outro, procurando
travessas despovoadas e sem calçamento, conheci a cidade — tal qual os bondes a fizeram alternativamente povoada e
despovoada, com grandes hiatos entre ruas de população condensada e toda ela, agitada, dividida, convulsionada
pelas colinas e contrafortes da montanha em cujas vertentes crescera. Jantava, uns dias; em outros, almoçava
unicamente; e houve muitos que nem uma coisa ou outra fiz. (...) Abelardo Leiva, o meu recente conhecimento, era
poeta e revolucionário. Como poeta tinha a mais sincera admiração pela beleza das meninas e senhoras de Botafogo.
Não faltava às regatas, às quermesses, às tômbolas, a todos os lugares em que elas apareciam em massa; (...). Como
revolucionário, dizia-se socialista adiantado, apoiando-se nas prédicas e brochuras do Senhor Teixeira Mendes, lendo
também formidáveis folhetos de capa vermelha, e era secretário do Centro de Resistência dos Varredores de Rua. Vivia
pobremente, curtindo misérias e lendo, entre duas refeições afastadas, as suas obras prediletas e enchendo a cidade
com os longos passos de homem de grandes pernas.
Considerando as relações semântico-sintáticas estabelecidas no texto, julgue o item a seguir.

O tom memorialista do primeiro parágrafo manifesta-se pelo uso predominante de formas verbais que denotam o início
de determinadas ações, das quais são exemplos “Jantava” e “almoçava”, e “Vivia”.
( ) CERTO ( ) ERRADO

RESOLUÇÃO: As formas verbais “Jantava”, “almoçava” e “vivia” estão flexionadas no pretérito imperfeito do
indicativo, tempo que faz menção a ações habituais no passado. Dessa forma, é incorreto afirmar que essas flexões
denotam início de ação. Elas, a verdade, indicam a continuidade de uma ação no passado.

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RESPOSTA: ERRADO

29. CESPE - PM AL - 2017

Quino. Toda a Mafalda. São Paulo: Martins Fontes, 1993, p. 384

A respeito dos sentidos e dos aspectos linguísticos do texto, julgue o próximo item.

Susanita emprega verbos no imperativo em todas as falas dirigidas a Mafalda, pois, a todo momento, dá ordens a ela.

( ) CERTO ( ) ERRADO

RESOLUÇÃO: De fato! No 1º e no 2º quadrinho, há o emprego de formas imperativas, como “Use” e “Pense”. No


entanto, no 3º quadrinho, as formas verbais presentes não estão nesse modo: “percebe” está flexionada no presente
do indicativo; “ganharem” está flexionada no infinitivo pessoal; “têm” está flexionada no presente do indicativo; “vão”
está flexionada no presente do indicativo.
RESPOSTA: ERRADO
30. CESPE - SEDF - 2017

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Internet: <www.mulher.df.gov.br > (com adaptações).

No que se refere às ideias e aos aspectos linguísticos do texto precedente, julgue o item a seguir.

No terceiro período, “for” e “vir” são formas flexionadas no modo subjuntivo dos verbos de movimento ir e vir,
empregadas em um jogo de palavras que aproxima o campo semântico do movimento com o campo semântico do
transporte.
( ) CERTO ( ) ERRADO

RESOLUÇÃO: A forma verbal “for”, em “Se você for”, é flexão de futuro do subjuntivo do verbo SER. Já “vir”, em “...
ou (se) vir alguém...”, é flexão de futuro do subjuntivo do verbo VER.
RESPOSTA: ERRADO

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QUESTÕES COMENTADAS PELO PROFESSOR


1. FGV – TCE AM/2021

Observemos a seguinte frase do texto 2, com o emprego adequado de gerúndio:

“Hermes, o Mercúrio de Roma, possuía em Acaia, ao norte do Peloponeso, um templo onde se manifestava,
respondendo as consultas dos devotos”
O correto emprego do gerúndio mostra que ele deve ser usado na indicação de ações cronologicamente simultâneas
com as ações da oração anterior.
A frase abaixo que mostra correto emprego do gerúndio é:

a) O consulente entrou no templo, ocupando o primeiro banco;

b) Os consulentes abandonaram o templo, perdendo-se de vista;

c) Os sacerdotes discutiam a sentença, comendo no átrio;

d) O pecador fez o pedido, recebendo o oráculo a seguir;

e) O homem ajoelhou-se, implorando ajuda.

RESOLUÇÃO

Questão polêmica!

Nas letras A, B e D, temos nitidamente uma sequência de ações – primeiro o consulente entra no templo; depois
ocupa o primeiro banco; primeiro os consulentes abandonam o templo; depois se perdem de vista; primeiro o pecador
faz o pedido; depois recebe o oráculo.
Na letra C, dá-se a entender que as ações são simultâneas – discutir a sentença e comer no átrio ocorrem
concomitantemente.
A banca considerou que, na letra E, primeiro a pessoa se ajoelha e só depois implora ajuda. Acho contestável se
pensar assim. É muito plausível pensar na possibilidade de as ações ocorrerem simultaneamente.
Avaliando as opções, temos a certeza de que há concomitância na letra C. Já na letra E, temos uma possibilidade.
Ficamos, assim, com a letra C.
Resposta: C

2. FGV – TCE AM/2021

“Purificado o consulente, dizia em sussurro ao ouvido do ídolo o seu desejo secreto, formulando a súplica angustiada.”

Como o gerúndio é empregado predominantemente com valor adverbial, o valor dessa forma verbal, nesse
exemplo, é o de:
a) gerúndio temporal;

b) gerúndio condicional;

c) gerúndio concessivo;

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d) gerúndio explicativo;

e) gerúndio modal.

RESOLUÇÃO

O enunciado nos diz o que fazer. Ao considerar a oração reduzida de gerúndio “formulando a súplica angustiada”
como de natureza adverbial, resta-nos identificar qual circunstância verbal melhor se encaixa no contexto. Note que a
ideia de modo é a mais condizente: a oração explicita a maneira de dizer.
Resposta: E

3. FGV – TJ RO/2021

Em todas as frases abaixo foram empregadas formas do tempo verbal do imperfeito (indicativo ou subjuntivo); a
frase em que essa forma verbal tem o valor de ação passada dentro da qual ocorre outra é:
a) Minha filha tinha uma postura muito elegante;

b) Enquanto dormia, roubaram o relógio dela;

c) Eles pensavam visitar o centro na segunda-feira;

d) Se tivesse dinheiro, comprava esse carro;

e) Olha só onde estava o meu relógio.

RESOLUÇÃO

Mais uma questão em que o enunciado nos diz o que fazer.

Na letra A, só temos uma forma verbal. Precisamos de duas.

Na letra C, a ação “pensar” é anterior a “visitar”.

Na letra D, a ação “ter dinheiro” é anterior a “comprar o carro”.

Na letra E, somente há uma ação. Precisamos de duas.

Resta-nos a letra B. Note que a ação “roubar o relógio” ocorreu no intervalo de tempo em que a pessoa dormia.

Resposta: B

4. FGV – TCE PI/2021

Todas as frases abaixo, retiradas do texto 4, foram passadas para a voz passiva; a frase em que essa passagem foi
feita de forma adequada é:
a) a empresa firma um contrato com a prefeitura / um contrato seja firmado com a prefeitura;

b) para administrar a maior parte do sistema de transporte coletivo municipal; / para a maior parte do sistema de
transporte coletivo municipal ser administrada;
c) A saída mais comum é contratar empresas para desempenhar essa função. / A saída mais comum é que empresas
sejam contratadas para desempenhar essa função;
d) dá liberdade aos municípios quanto a como ofertar esse serviço. / dá liberdade aos municípios a como esse serviço
será ofertado;

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e) A prefeitura se responsabiliza diretamente pela gestão do sistema e desembolsa 100% dos recursos para mantê-lo. /
A prefeitura se responsabiliza diretamente pela gestão do sistema e 100% dos recursos para mantê-lo serão
desembolsados por ela.
RESOLUÇÃO

Vamos revisar como se dá a conversão da voz ativa para a voz passiva analítica:

Uma peça-chave nessa conversão é o tempo do verbo auxiliar SER, que deve ser flexionado no mesmo tempo do
verbo principal na voz ativa.
Na letra A, na voz ativa, temos a forma “firma”, no presente do indicativo; na voz passiva, o auxiliar “ser” está
flexionado em tempo distinto – o presente do subjuntivo “seja”.
Na letra C, na voz ativa, temos a forma “contratar”, no infinitivo; na voz passiva, o auxiliar “ser” está flexionado em
tempo distinto – o presente do subjuntivo “sejam”.
Na letra D, na voz ativa, temos a forma “ofertar”, no infinitivo; na voz passiva, o auxiliar “ser” está flexionado em
tempo distinto – o futuro do presente “será”.
Na letra E, na voz ativa, temos a forma “desembolsa”, no presente do indicativo; na voz passiva, o auxiliar “ser”
está flexionado em tempo distinto – o futuro do presente “serão”.
Isso posto, resta-nos a letra B como resposta.

Resposta: B

5. FGV – FUNSAÚDE/2021

“Na Antiguidade cria-se que o temperamento das pessoas dependia das suas secreções, isto é, dos ‘humores’
segregados pelo organismo, entre os quais cada pessoa possuía um que era predominante. Desse modo, notava-se que

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aqueles em que predominava a ‘bílis negra’ (donde ‘humor negro’), que os gregos chamavam de melan kholé, ou
melancolia ou de ‘humor melancólico’ eram propensos à depressão”.
Roosevelt Nogueira, em Palavras, origens e curiosidades.

Assinale a opção que apresenta a frase que está estruturada na voz passiva.

a) “Na Antiguidade cria-se que o temperamento das pessoas dependia das suas secreções”.

b) “isto é, dos humores segregados pelo organismo”.

c) “cada pessoa possuía um que era predominante”.

d) “que os gregos chamavam de melan kholé”.

e) “eram propensos à depressão.

RESOLUÇÃO

Há dois tipos de voz passiva: a analítica e a sintética. A primeira se caracteriza pela presença do auxiliar SER
seguido do principal no particípio. A segunda se caracteriza pelo verbo principal VTD ou VTDI seguido do SE partícula
apassivadora.
Nas letras B, C, D e E, não temos construções nem na passiva analítica, nem na passiva sintática.

Na letra A, note que temos o pronome SE. Ele acompanha o verbo CRER. Muitos questionaram se esse verbo
poderia ser considerado transitivo direto, requisito básico para que o SE assumisse a função apassivadora. E sim, o
verbo CRER, além da tradicional regência transitiva indireta (CRER EM ALGO), também pode ser empregado como
transitivo direto (CRER ALGO).
Isso posto, na letra A, temos uma construção de passiva sintética.

Resposta: A

6. FGV – IMBEL/2021

Um pensamento célebre diz:

“Conhece-te a ti mesmo.”

Assinale a opção que mostra a variação formal de pessoa dessa frase imperativa que está gramaticalmente errada.

a) Conheçamo-nos a nós mesmos.

b) Conheçam-se a vocês mesmos.

c) Conhecei-vos a vós mesmos.

d) Conheça-se a você mesmo.

e) Conheço-me a mim mesmo.

RESOLUÇÃO

Na letra E, a forma verbal “Conheço” está flexionada no presente do indicativo, e não no imperativo.

Resposta: E

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7. FGV – IMBEL/2021

“Não sei ver nada do que vejo; vejo bem apenas o que relembro.”

A mesma relação entre as formas verbais sublinhadas se repete de forma correta em

a) fazer / faço.

b) prover / provo.

c) comprar / comprei.

d) trazer / trazia.

e) dizer / diz.

RESOLUÇÃO

Questão mais de lógica do que de Português. Note que VER está no infinitivo; e VEJO, na 1ª pessoa do singular do
presente do indicativo.
Analisemos as opções:

Letra A – CERTA – Temos o infinitivo FAZER acompanhado da 1ª pessoa do singular do presente do indicativo
FAÇO.
Letra B – ERRADA – Note que PROVO é flexão de PROVAR, não de PROVER.

Letra C – ERRADA – Note que COMPREI é flexão de pretérito perfeito, não de presente.

Letra D – ERRADA – Note que TRAZIA é flexão de pretérito imperfeito, não de presente.

Letra E – ERRADA – Cuidado! A forma DIZ está no presente do indicativo, mas na 3ª pessoa do singular.

Resposta: A

8. FGV – PC RN/2021

“A Polícia Civil cumpriu, nesta quinta-feira (19), dois mandados de prisão na zona leste de Porto Alegre contra ladrões de
veículos. Um deles, que havia rompido tornozeleira eletrônica após ter progredido de regime, foi recapturado no bairro
Glória e, segundo a investigação, seguia cometendo crimes.”
A substituição proposta para um segmento desse texto que se mostra adequada é:

a) cumpriu / tem cumprido;

b) dois mandados / dois mandatos;

c) um deles / um dos quais;

d) havia rompido / rompera;

e) foi recapturado / recapturou-se.

RESOLUÇÃO

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A forma "havia rompido" corresponde ao pretérito mais-que-perfeito na forma composta. Na forma simples,
temos "rompera".
Resposta: D

9. FGV – PC RN/2021

O célebre escritor Emerson declarou certa vez: “Cometa um crime e tu descobrirás como o mundo é de vidro.”

Para que essa frase esteja enquadrada na norma culta da língua, a forma que lhe devemos dar é:

a) Comete um crime e você descobrirá como o mundo é de vidro;

b) Cometa um crime e tu vais descobrir como o mundo é de vidro;

c) Comete um crime e você vai descobrir como o mundo é de vidro;

d) Comete um crime e tu descobrirás como o mundo é de vidro;

e) Cometa um crime e descobrirás como o mundo é de vidro.

RESOLUÇÃO

O verbo "cometer" está flexionado no imperativo afirmativo.

Sabemos que a 2a pessoa do singular desse tempo é derivada da 2a pessoa do singular do presente do indicativo
sem o "s" final. Dessa forma, se tratarmos o interlocutor por "tu", o resultado é a construção "comete (tu)".
Já a 3a pessoas do singular é cópia do presente do subjuntivo. Dessa forma, se tratarmos o interlocutor por "você",
o resultado é a construção "cometa (você)".
A opção em que ocorre uniformidade no tratamento das pessoas gramaticais é a letra D.

Resposta: D

10. FGV TJ CE 2019

“Amai a justiça, / vós que julgais a terra”.

Considerando que esse pensamento é composto por dois segmentos (separados por uma barra inclinada), sobre a
sua estrutura, é correto afirmar que:
a) o segundo segmento identifica a quem se refere o imperativo presente no primeiro segmento;

b) o segundo segmento mostra a causa da afirmação contida no primeiro segmento;

c) o segundo segmento explica o segmento anterior;

d) o primeiro segmento indica a condição de o segundo segmento ser realizado;

e) o primeiro segmento apresenta a consequência da ação presente no segundo.

RESOLUÇÃO

A forma verbal “Amai” está flexionada no imperativo afirmativo, na 2a pessoa do plural – Vós.

E a pessoa do “Vós” é identificada no trecho seguinte: diz respeito a quem julga a terra.

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Resposta: A

11. FGV - COMPESA - 2018

Uma carta e o Natal

Este será o primeiro Natal que enfrentaremos, pródigos e lúcidos. Até o ano passado conseguimos manter o mistério —
e eu amava o brilho de teus olhos quando, manhã ainda, vinhas cambaleando de sono em busca da árvore que durante
a noite brotara embrulhos e coisas. Havia um rito complicado e que começava na véspera, quando eu te mostrava a
estrela de onde Papai Noel viria, com seu trenó e suas renas, abarrotado de brinquedos e presentes.
Tu ias dormir e eu velava para que dormisses bem e profundamente. Tua irmã, embora menor, creio que ela me
embromava: na realidade, ela já devia pressentir que Papai Noel era um mito que nós fazíamos força para manter em
nós mesmos. Ela não fazia força para isso, e desde que a árvore amanhecesse florida de pacotes e coisas, tudo dava na
mesma. Contigo era diferente. Tu realmente acreditavas em mim e em Papai Noel.
Na escola te corromperam. Disseram que Papai Noel era eu — e eu nem posso repelir a infâmia e o falso testemunho.
De qualquer forma, pediste um acordeão e uma caneta — e fomos juntos, de mãos dadas, escolher o acordeão.
O acordeão veio logo, e hoje, quando o encontrar na árvore, já vai saber o preço, o prazo da garantia, o fabricante. Não
será o mágico brinquedo de outros Natais.
Quanto à caneta, também a compramos juntos. Escolheste a cor e o modelo, e abasteceste de tinta, para "já estar
pronta" no dia de Natal. Sim, a caneta estava pronta. Arrumamos juntos os presentes em volta da árvore. Foste dormir,
eu quedei sozinho e desesperado.
E apanhei a caneta. Escrevi isto. Não sei, ainda, se deixarei esta carta junto com os demais brinquedos. Porque nisso
tudo o mais roubado fui eu. Meu Natal acabou e é triste a gente não poder mais dar água a um velhinho cansado das
chaminés e tetos do mundo.
Carlos Heitor Cony, Folha de São Paulo, 31/12/2017.

“... que durante a noite brotara embrulhos e coisas”.

A forma verbal “brotara” pode ser adequadamente substituída por

a) brotou.

b) brotava.

c) vinha brotando.

d) havia brotado.

e) eram brotados.

RESOLUÇÃO

A forma “brotara” corresponde ao pretérito mais-que-perfeito do indicativo na sua forma simples. Isso fica bem
evidente com a presença da desinência modo-temporal característica RA. A forma composta, mais empregada no dia a
dia, é formada pelo verbo auxiliar TER ou HAVER, acompanhado do verbo principal no particípio, tal como se apresenta
na letra D: havia brotado.
Resposta: D

12. FGV ALERO 2018

“Toda vez que pinto um retrato perco um amigo.”

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As formas verbais sublinhadas mostram perfeita concordância de tempos; as formas verbais a seguir que
mostram inadequação são:
a) pintava / perdia.

b) pinte / tenho perdido.

c) tivesse pintado / teria perdido.

d) pintasse / perderia.

e) pintara / tinha perdido.

RESOLUÇÃO

Letra A: CERTA – As formas “pintava” e “perdia” estão flexionadas no pretérito imperfeito do indicativo. São
formas adequadas para a frase, uma vez que fazem menção a ações ou eventos habituais no passado.
Letra B: ERRADA – Não há uma relação harmônica entre as formas verbais “pinte” e “tenho perdido”. A primeira
corresponde ao presente do subjuntivo, representando um fato hipotético. A concretização dessa hipótese requer, na
sequência, uma ação futura como resultado, algo que poderia ser representado pelo futuro do presente “perderá”.
No entanto, surge na sequência a forma “perdia”, flexão de pretérito imperfeito do indicativo. Essa flexão faz
menção a uma ação o evento habitual no passado, não atendendo a necessidade de ação futura.
Letra C: CERTA- Trata-se da tradicional correlação entre o pretérito imperfeito do subjuntivo – tivesse – e o futuro
do pretérito do indicativo - teria.
Letra D: CERTA - Trata-se da tradicional correlação entre o pretérito imperfeito do subjuntivo – pintasse – e o
futuro do pretérito do indicativo - perderia.
Letra E: CERTA – Trata-se de duas formas de pretérito mais-que-perfeito do indicativo: uma simples – pintara -;
outra composta – tinha perdido. O emprego de ambas dá a entender que se trata de eventos anteriores a outros
eventos passados.
Resposta: B

13. FGV - ALERO 2018

Assinale a frase cujas formas verbais mostram correspondência adequada de tempos.

a) “Nenhuma moralidade pode fundar-se na autoridade, mesmo que a autoridade fosse divina.”

b) “Se os teus princípios morais te deixam triste, podes estar certo de que estivessem errados.”

c) “O modo mais seguro de prevenir as revoltas é que eliminássemos sua matéria.”

d) “´Foi o cargo que permitiu que se conheça o homem.”

e) “Tenho a impressão de que a exclamação ‘A pátria corre perigo’ não seja tão terrível quanto ‘A cultura corre perigo!’”

RESOLUÇÃO:

Analisemos as opções:

Letra A – ERRADA – Não há compatibilidade (correlação, correspondência) entre as formas de presente do


indicativo – pode – e pretérito imperfeito do subjuntivo – fosse.

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Há duas maneiras de corrigir: ou se opta pelo par “pode” e “seja”; ou se opta pelo par “podia/poderia” e “fosse”.

Letra B – ERRADA – As formas de indicativo “deixam” e “podes”, além da expressão indicativa de certeza “estar
certo”, induzem a presença de uma forma verbal no modo indicativo – “estão”. A forma “estivessem” está flexionada no
pretérito imperfeito do subjuntivo, não atendendo essa necessidade.
Letra C – ERRADA – A presença do presente do indicativo “é” estabelece uma correspondência com o presente do
subjuntivo “eliminemos”. Outra combinação possível seria o pretérito imperfeito do indicativo “era” em parceria com o
pretérito imperfeito do subjuntivo “eliminássemos”.
Letra D – ERRADA – A presença do pretérito perfeito do indicativo em “foi” e “permitiu” estabelece uma
correspondência com o pretérito imperfeito do subjuntivo “conhecesse”. Outra combinação possível seria o presente do
indicativo nas formas “É” e “permite” em parceria com o presente do subjuntivo “conheça”.
Letra E – CERTA – O presente do indicativo nas formas “Tenho” e “corre” permite parceria com o presente do
subjuntivo “seja”.
Resposta: E

14. FGV - COMPESA 2018

“... ela já devia pressentir que Papai Noel era um mito que nós fazíamos força para manter em nós mesmos.”

Se trocássemos a forma da oração reduzida sublinhada por uma oração desenvolvida, a forma adequada seria:

a) para que mantivéssemos em nós mesmos.

b) para a manutenção em nós mesmos.

c) para que mantenhamos em nós mesmos.

d) para que seja mantido em nós mesmos.

e) para mantermos em nós mesmos.

RESOLUÇÃO

As orações reduzidas, ainda a serem detalhadas nas aulas de Sintaxe, não são introduzidas nem por conjunção
nem por pronome relativo, estando seus verbos numa das três formas nominais: infinitivo, gerúndio ou particípio.
A oração reduzida em questão é “para manter em nós mesmos”.

Desenvolver uma oração é fazer aparecer uma conjunção, flexionando o verbo, obedecendo às corretas
correlações.
A presença das formas verbais de pretérito imperfeito do indicativo “devia”, “era” e “fazíamos” força o uso do
pretérito imperfeito do subjuntivo “mantivéssemos”.
Resposta: A

15. FGV - CM SALVADOR - 2018

A forma do verbo “impor” que está INCORRETA é:

a) impunha;

b) impusesse;

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c) imponha;

d) impuser;

e) impora.

RESOLUÇÃO:

O verbo “impor” deriva do verbo “pôr”, seguindo a flexão deste.

Letra A – CERTA - Trata-se da flexão de pretérito imperfeito do indicativo.

Eu/Ele punha >> Eu/Ele impunha

Letra B – CERTA - Trata-se da flexão de pretérito imperfeito do subjuntivo.

Se eu/ele pusesse >> Se eu/ele impusesse

Letra C – CERTA - Trata-se da flexão de presente do subjuntivo.

Caso eu/ele ponha >> Caso eu/ele imponha

Letra D – CERTA - Trata-se da flexão de futuro do subjuntivo.

Se/Quando eu/ele puser >> Se/Quando eu/ele impuser

Letra E – ERRADA - Trata-se da flexão de pretérito mais-que-perfeito do indicativo.

Eu/Ele pusera >> Eu/Ele impusera

Resposta: E

16. FGV - CM Salvador - 2018

“Os países com bom desempenho nessa habilidade têm estruturas de aula...”; a frase abaixo que mostra uma forma
verbal INADEQUADA de um verbo composto de “ter” é:
a) ela não se atinha ao tema indicado;

b) elas se entreteram com o filhote do animal;

c) espero que eles não detenham a sua revolta;

d) pensou em retê-lo após a conferência;

e) esperava que ela se contivesse diante dele.

RESOLUÇÃO:

Letra A – CERTA - Trata-se da flexão de pretérito imperfeito do indicativo.

Ela tinha >> Ela se atinha

Letra B – ERRADA - Trata-se da flexão de pretérito perfeito do indicativo.

Elas tiveram >> Elas se entretiveram

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Letra C – CERTA - Trata-se da flexão de presente do subjuntivo.

Que eles não tenham >> Que eles não detenham

Letra D – CERTA - Trata-se do infinitivo.

Pensou em ter >> Pensou em reter

Letra E – CERTA - Trata-se da flexão de pretérito imperfeito do subjuntivo.

Que ele tivesse >> Que ele se contivesse

Resposta: B

17. FGV - TJ AL - 2018

“Até porque, nessa toada, a intolerância irracional ganha terreno, e nós vamos ficando cada vez mais irracionalmente
intolerantes com aquilo que não deveríamos ser”.
A forma verbal “deveríamos ser” forma uma locução verbal como os vocábulos abaixo:

a) queremos ser;

b) mandamos ser;

c) deixemos ser;

d) vimos ser;

e) ouvimos ser.

RESOLUÇÃO:

Vamos relembrar como identificar uma locução verbal!

...

A locução verbal, apesar de ser formada por mais de um verbo, constitui apenas uma unidade de sentido, formando
apenas uma oração.
Mas, professor, como eu saberei se aqueles dois verbos juntinhos formam uma unidade de sentido? Em outras palavras,
como saber se aquela união de verbos forma uma locução? Essa pergunta é importantíssima e sua resposta precisa ser
bem elaborada, de modo a não ficar dúvida alguma.
A primeira e mais importante evidência da presença de uma locução verbal é que tanto o verbo auxiliar como o verbo
principal devem se referir ao mesmo sujeito. Na frase “O professor vai resolver muitos exercícios na aula.”, tanto o
verbo auxiliar “vai” como o principal “resolver” compartilham do mesmo sujeito. Se perguntarmos “Quem vai?” ou
“Quem resolverá?”, a resposta será a mesma: o professor!
Esse primeiro filtro já nos leva a importante conclusão: verbos causativos e sensitivos acompanhados de infinitivos ou
gerúndios nunca irão formar locuções verbais, pois os sujeitos são diferentes.
Veja a frase:

Eu me vejo trabalhando neste Tribunal.

Note que o verbo sensitivo “vejo” tem como sujeito “eu”. Já a forma de gerúndio “trabalhando” tem como sujeito
acusativo (Lembra a definição de sujeito acusativo na aula passada?) o pronome oblíquo “me”. Portanto, não ocorre uma

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locução verbal, pois os sujeitos são diferentes!


Mais um exemplo:

Eu te mandei fazer as malas.

Note que o verbo causativo “mandar” tem como sujeito “eu”. Já a forma de infinitivo “fazer” tem como sujeito
acusativo o oblíquo “te”. Portanto, não ocorre uma locução verbal, pois os sujeitos são diferentes!
No entanto, mesmo constatando que os dois verbos que estão juntinhos possuem o mesmo sujeito, podem restar
algumas dúvidas! Ora, se formos capazes de desenvolver a oração introduzida pelo infinitivo ou gerúndio, fazendo
aparecer algum conector, provamos que não ocorre uma locução verbal. Veja:
Maria finge ser sincera. (= Maria finge que é sincera)

Paulo julga estar bem. ( = Paulo julga que está bem)

Não nos cabe julgar a preferência alheia. (= Não nos cabe que julguemos a preferência alheia).

Portanto, para efeito de prova, teremos uma locução verbal quando os dois verbos – auxiliar e principal -
compartilharem do mesmo sujeito. No entanto, se houver a presença de um verbo sensitivo ou causativo ou se o
infinitivo ou gerúndio puderem ser desenvolvidos com o aparecimento de um conector, NÃO teremos locução verbal.
...

Isso posto, já eliminamos as letras B e C, haja vista que temos a presença de verbos causativos – mandar e deixar.
Também eliminamos as letras D e E, haja vista que temos a presença de verbos sensitivos – ver e ouvir.
Resta-nos a letra A, o nosso gabarito.

Vale mencionar que existe divergência entre os gramáticos acerca de construções com o verbo “querer”. Muitos
consideram construções como “queremos ser” uma locução verbal, pois se trata uma única expressão verbal. Outros
atestam que se trata de duas formas verbais independentes, alegando que “queremos ser” equivale a “queremos que
seja”.
A FGV, tomando um histórico de questões, leva em consideração a primeira interpretação. Isso significa que
construções com verbo QUERER flexionado acompanhado de verbos no infinitivo são consideradas locuções pela
FGV.
Resposta: A

18. FGV - Técnico Judiciário (TJ AL)/Judiciária/2018

Ressentimento e Covardia

Tenho comentado aqui na Folha em diversas crônicas, os usos da internet, que se ressente ainda da falta de uma
legislação específica que coíba não somente os usos mas os abusos deste importante e eficaz veículo de comunicação.
A maioria dos abusos, se praticados em outros meios, seriam crimes já especificados em lei, como a da imprensa, que
pune injúrias, difamações e calúnias, bem como a violação dos direitos autorais, os plágios e outros recursos de
apropriação indébita.
(Carlos Heitor Cony, Folha de São Paulo, 16/05/2006 – adaptado)

“Tenho comentado aqui na Folha”; o tempo verbal destacado nesse segmento inicial do texto indica uma ação que:

a) se iniciou e terminou no passado;

b) mostra início indeterminado e continuidade no presente;

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c) indica repetição sem determinação de tempo;

d) se iniciou no passado e termina no presente;

e) se localiza antes de outra ação também passada.

RESOLUÇÃO:

A forma verbal “tenho comentado” indica que a ação teve seu início no passado, não bem delimitado. No entanto, a
ação ainda não teve encerramento, pois perdura no presente. Em outras palavras, é o que descreve a letra B.
Resposta: B

19. FGV - Técnico Judiciário (TJ AL)/2018

O verbo falsear apresenta como forma errada de conjugação:

a) falseiamos;

b) falseias;

c) falseemos;

d) falseie;

e) falseiam.

RESOLUÇÃO:

Os verbos de final EAR – nomear, renomear, frear, pentear, etc. – apresentam a vogal “i” nas formas rizotônicas do
Presente do Indicativo e do Presente do Subjuntivo. Professor, formas o quê? Formas rizotônicas! Deixe-me explicar!
Em algumas formas verbais, o acento tônico incide no radical, noutras na terminação. As primeiras chamam-se
rizotônicas (rizo > raiz), as últimas, arrizotônicas. Nas formas rizotônicas é que encontramos as maiores
irregularidades.
São rizotônicas a 1ª, 2ª e 3ª pessoas do singular e a 3ª pessoa do plural do presente do indicativo e do presente do
subjuntivo, bem como as correspondentes do imperativo; todas as demais formas são, normalmente, arrizotônicas.
Tomemos como exemplo o verbo FALSEAR:

FALSEI - O (rizotônica) FALSEI – E (rizotônica)

FALSEI – AS (rizotônica) FALSEI – ES (rizotônica)

FALSEI – A (rizotônica) FALSEI – E (rizotônica)

FALSE – AMOS (arrizotônica) FALSE – EMOS (arrizotônica)

FALSE – AIS (arrizotônica) FALSE – EIS (arrizotônica)

FALSEI – AM (rizotônica) FALSEI – EM (rizotônica)

Dessa forma, a letra A apresenta erro!

Resposta: A

20. FGV - Técnico Judiciário (TJ AL)/2018

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“... que circulam por aí e que não podem ser desmentidos ou esclarecidos caso por caso”.

Nesse segmento do texto, a locução “podem ser” forma uma só oração por tratar-se de uma locução não verbal; a
forma abaixo que constitui duas orações por NÃO se tratar de locução verbal é:
a) querem ser;

b) devem ser;

c) gostam de ser;

d) vão ser;

e) fazem ser.

RESOLUÇÃO:

Conforme comentado em questão anterior, se houver a presença de um verbo sensitivo ou causativo ou se o


infinitivo ou gerúndio puderem ser desenvolvidos com o aparecimento de um conector, NÃO teremos locução verbal.
Na letra E, temos o verbo causativo “fazer”. Logo, a construção “fazem ser” NÃO forma locução verbal!

Resposta: E

21. FGV - Técnico Bancário (BANESTES)/2018

“Não sei ver nada do que vejo; vejo bem apenas o que relembro e tenho inteligência apenas nas minhas lembranças”.
(Rousseau)
A relação ver/vejo só NÃO se repete de forma correta no seguinte par:

a) rir / rio;

b) trazer / trago;

c) requerer / requeiro;

d) deter / detenho;

e) reaver / reavejo.

RESOLUÇÃO:

Cuidado com os falsos cognatos VER e REAVER! As provas vão tentar empurrar para você o verbo REAVER como
derivado de VER. Cuidado! Eles não têm nada a ver um com outro! O verbo REAVER deriva de HAVER
Exemplos:

EU VI > EU REAVI (ERRADO)

EU HOUVE > EU REOUVE (CERTO)

No caso da flexão de presente do indicativo, o verbo REAVER é defectivo. Não ocorre a flexão de 1ª pessoa do singular
nesse tempo!
Resposta: E

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22. FGV - Analista Judiciário (TJ AL)/2018

“Se eu falasse, ninguém acreditaria”.

O emprego de tempos verbais nesse segmento do texto está correto, segundo a norma culta; a frase abaixo em que se
mantém a correção gramatical é:
a) Se eu falasse, ninguém acreditava;

b) Se eu falo, ninguém acreditaria;

c) Caso eu falasse, ninguém acreditava;

d) Caso eu fale, ninguém acredita;

e) Se eu falava, ninguém acreditaria.

RESOLUÇÃO:

Letra A – ERRADA – A condicionante construída com pretérito imperfeito do subjuntivo requer uma forma
verbal no futuro do pretérito. A forma “acreditava” é flexão de pretérito imperfeito do indicativo e não atende a
necessidade de futuro exigida.
Letra B – ERRADA – A forma “falo” corresponde ao tempo presente do indicativo. No entanto, a forma
“acreditaria” corresponde ao futuro de um pretérito, quebrando a coerência entre as formas verbais: uma se remete ao
presente e a outra ao passado.
Uma parceria possível seria a do par “falo - acredita”.

Letra C – ERRADA – A condicionante construída com pretérito imperfeito do subjuntivo requer uma forma verbal
no futuro do pretérito. A forma “acreditava” é flexão de pretérito imperfeito do indicativo e não atende a necessidade
de futuro exigida.
Letra D – CERTA – É possível a parceria entre o presente do subjuntivo “fale” com o presente do indicativo
“acredita”.
Letra E – ERRADA – A presença da forma de futuro do pretérito “acreditaria” exige a presença de uma
condicionante no pretérito imperfeito do subjuntivo “falasse”.
Resposta: D

23. FGV - Analista Legislativo Municipal (CM Salvador)/2018

A frase do texto que se apresenta na voz passiva é:

a) “A resistência ao desmonte da cultura em cenário de crises graves não se dá por acaso”;

b) “...a gestão pública do setor vem sofrendo...”;

c) “...generalize-se a opinião...”;

d) “...política públicas para a cultura não devem ser prioritárias”;

e) “Combater essa generalização equivocada é urgente”.

RESOLUÇÃO:

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Há duas configurações possíveis para a voz passiva: a forma analítica, caracterizada pela presença do auxiliar
SER/ESTAR/FICAR acompanhado do verbo principal no particípio; a forma sintética, caracterizada pelo verbo principal –
VTD ou VTDI - acompanhado do SE pronome apassivador.
Letra A – ERRADA – Ocorre a presença de um SE, mas este não é partícula apassivadora, uma vez que o verbo
DAR está empregado como intransitivo, no sentido de “ocorrer” . O “se” em destaque é uma parte integrante do verbo.
Letra B – ERRADA – A forma verbal “vem sofrendo” não se enquadra em nenhuma das configurações possíveis
para a voz passiva.
Letra C – CERTA – O “se” presente é uma partícula apassivadora. Isso pode ser atestado pela companhia com um
verbo transitivo direto – no caso, o verbo “generalizar”. O termo “a opinião” funciona como sujeito paciente. Temos,
portanto, um caso de voz passiva sintética.
Letra D – ERRADA – Não temos uma configuração de voz passiva analítica, pois carece a construção de verbo
principal no particípio.
Letra E – ERRADA – A frase não se enquadra em nenhuma das configurações possíveis para a voz passiva.

Resposta: C

24. FGV - Analista Judiciário (TJ AL)/2018

A Copa do Mundo da Rússia só começa no dia 22 de junho, mas a febre dos álbuns com os jogadores das seleções já se
espalhou e chegou até ao plenário de uma assembleia legislativa brasileira. O flagrante de dois assessores trocando
figurinhas durante uma sessão foi divulgado pelas redes sociais e a cena se espalhou.
No post, que teve mais de 16 mil compartilhamentos e 26 mil curtidas no Twitter, o internauta chega a especular que
seriam deputados, mas a direção da casa esclareceu tratarem-se de assessores. “Votação importante hoje (19/02) e os
deputados ao invés de estarem trabalhando e fazendo jus ao salário superior a 25 mil reais, estão trocando e colando
figurinha da Copa do Mundo em meio à votação. Se eu falasse, ninguém acreditaria”, diz o post.
Outro post com mais de 40 mil compartilhamentos traz um vídeo mostrando que a troca ocorreu enquanto uma
deputada discursava sobre uma proposta.
A direção da casa legislativa confirmou que as imagens foram feitas durante a sessão da quarta feira e esclareceu que
elas mostram dois “assessores de deputados” trocando figurinhas durante a sessão. “O comportamento não é
justificável. Os gabinetes dos deputados aos quais os assessores pertencem, já foram informados, e cabe aos
parlamentares decidir como proceder”. (adaptado)
“O flagrante de dois assessores trocando figurinhas durante uma sessão foi divulgado pelas redes sociais e a cena se
espalhou”.
O segmento “foi divulgado pelas redes sociais” do texto é exemplo de voz passiva; se a mesma frase fosse colocada na
voz ativa, a forma verbal adequada seria:
a) divulgaram;

b) divulgaram-se;

c) divulgou-se;

d) divulgam-se;

e) divulga-se.

RESOLUÇÃO:

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Temos a construção em voz passiva “O flagrante... foi divulgado pelas redes sociais.”. Nela, identificamos o sujeito
paciente “O flagrante”; o verbo principal “divulgar”; e um adjunto adverbial de meio “pelas redes sociais”. O agente da
passiva – quem de fato divulgou – não está explícito no texto, sendo, assim, indeterminado.
Logo, o sujeito agente na voz passiva será indeterminado. E uma das formas de se indeterminar o sujeito é empregá-lo
na 3ª pessoa do plural – no caso, “divulgaram”.
Resposta: A

25. FGV - Analista (TJ SC)/2018

Inteligência e sabedoria não são a mesma coisa. Entretanto, na linguagem cotidiana, usamos os dois termos
indistintamente. Vivemos em uma sociedade onde a eficiência e os resultados são valorizados. Aparentemente, apenas
os mais inteligentes estão destinados a obter sucesso. No entanto, apenas os sábios conseguem uma felicidade
autêntica. Eles são guiados por valores e preocupados em fazer uso da bondade, aplicando uma visão mais otimista à
vida.
Se procurarmos agora no dicionário o termo sabedoria, será encontrada uma definição simples: a faculdade das
pessoas de agir de maneira sensata, prudente ou correta. Sendo assim, a primeira pergunta que vem à mente é: a
inteligência não nos dá a capacidade de nos movimentarmos no nosso dia a dia da mesma maneira? Um QI médio ou
alto não nos garante a capacidade de tomar decisões acertadas?
É claro que sim. Também é claro que quando falamos de inteligência surgem diferentes nuances. Por isso, o tipo de
personalidade e a maturidade emocional são fatores que influenciam mais concretamente as realizações das pessoas.
Isso também é verdadeiro em relação à capacidade de investir mais ou menos em seu próprio bem-estar e no dos
outros.
Em vista disso, inteligência e sabedoria são dois conceitos interessantes. Assim, poderemos ter uma ideia mais precisa e
útil do que realmente são. Afinal, se queremos algo, além de ter um alto QI, é necessário desenvolver uma sabedoria
excepcional e moldar uma personalidade virtuosa. Isso vai um passo além do cognitivo e do emocional.
“A verdadeira sabedoria está em reconhecer a própria ignorância.” Sócrates.

Disponível em https:amentemaravilhosa.com.br/inteligencia-e-sabedoria/

A frase do texto 2 que NÃO exemplifica a voz passiva é:

a) “Vivemos em uma sociedade onde a eficiência e os resultados são valorizados”;

b) “Aparentemente, apenas os mais inteligentes estão destinados a obter sucesso”;

c) “Eles devem ser observados, analisados e desconstruídos”;

d) “Eles são guiados por valores e preocupados em fazer uso da bondade”;

e) “Se procurarmos agora no dicionário o termo sabedoria, será encontrada uma definição simples”.

RESOLUÇÃO:

Há duas configurações possíveis para a voz passiva: a forma analítica, caracterizada pela presença do auxiliar
SER/ESTAR/FICAR... acompanhado do verbo principal no particípio; a forma sintética, caracterizada pelo verbo
principal – VTD ou VTDI - acompanhado do SE pronome apassivador.
Letra A – CERTA – Ocorre a presença do auxiliar SER – flexionado na forma “são” – acompanhado do principal no
particípio – no caso, “valorizados”. Trata-se de uma voz passiva do tipo analítica.
Letra B – ERRADA – Até ocorre a presença do auxiliar ESTAR – flexionado na forma “estão” – acompanhado do
principal no particípio – no caso, “destinados”. No entanto, não se tem voz passiva, pois o a construção verbal “estão

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destinados” não solicita objeto direto. Lembremo-nos de que só é possível voz passiva com verbos que solicitem objeto
direto – VTDs ou VTDIs.
Letra C – CERTA – Ocorre a presença do auxiliar SER – na forma “ser” – acompanhado do principal no particípio –
no caso, “observados”. Trata-se de uma voz passiva do tipo analítica.
Letra D – CERTA – Ocorre a presença do auxiliar SER – flexionado na forma “são” – acompanhado do principal no
particípio – no caso, “guiados”. Trata-se de uma voz passiva do tipo analítica.
Letra E – CERTA – Ocorre a presença do auxiliar SER – flexionado na forma “será” – acompanhado do principal no
particípio – no caso, “encontrada”. Trata-se de uma voz passiva do tipo analítica.
Resposta: B

26. FGV - Assistente Legislativo (ALERO)/2018

O casamento foi a maneira que a humanidade encontrou de propagar a espécie sem causar falatório na vizinhança. As
tradições matrimoniais se transformaram através dos tempos e variam de cultura para cultura. Em certas sociedades
primitivas o tempo gasto nas preliminares do casamento – corte, namoro, noivado etc. – era abreviado. O macho
escolhia uma fêmea, batia com um tacape na sua cabeça e a arrastava para a sua caverna. Com o passar do tempo este
método foi sendo abandonado, por pressão dos buffets, das lojas de presente e das mulheres, que não admitiam um
período pré-conjugal tão curto. O homem precisava aproximar-se dela, cheirar seus cabelos, grunhir no seu ouvido,
mordiscar a sua orelha e só então, quando ela estivesse distraída, bater com o tacape na sua cabeça e arrastá-la para a
caverna. (fragmento)
VERÍSSIMO, Luís Fernando, Comédias da Vida Privada. Ed. LPm. 1994.

Assinale a opção em que a frase do texto mostra um exemplo de voz passiva verbal.

a) “O casamento foi a maneira que a humanidade encontrou de propagar a espécie sem causar falatório na vizinhança.”

b) “As tradições matrimoniais se transformaram através dos tempos e variam de cultura para cultura.”

c) “O macho escolhia uma fêmea, batia com um tacape na sua cabeça e a arrastava para a sua caverna.”

d) “Em certas sociedades primitivas o tempo gasto nas preliminares do casamento – corte, namoro, noivado etc. – era
abreviado.”
e) “...quando ela estivesse distraída, bater com o tacape na sua cabeça e arrastá-la para a caverna.”

RESOLUÇÃO:

Há duas configurações possíveis para a voz passiva: a forma analítica, caracterizada pela presença do auxiliar
SER/ESTAR/FICAR... acompanhado do verbo principal no particípio; a forma sintética, caracterizada pelo verbo
principal – VTD ou VTDI - acompanhado do SE pronome apassivador.
Letra A – ERRADA – Não ocorre na frase configuração verbal que caracterize nem a forma analítica nem a forma
sintética da voz passiva.
Letra B – ERRADA – Ocorre a presença de um SE, mas este não é partícula apassivadora, uma vez que o verbo
TRANSFORMAR está empregado como de ligação. O “se” em destaque é uma parte integrante do verbo.
Letra C – ERRADA – Não ocorre na frase configuração verbal que caracterize nem a forma analítica nem a forma
sintética da voz passiva.
Letra D – CERTA – Ocorre a presença do auxiliar SER – flexionado na forma “era” – acompanhado do principal no
particípio – no caso, “abreviado”. Trata-se de uma voz passiva do tipo analítica.

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Letra E – ERRADA – Ocorre a presença do auxiliar ESTAR – flexionado na forma “estivesse”. No entanto, não há a
companhia de um verbo principal no particípio, impossibilitando a identificação de uma voz passiva do tipo analítica. O
termo “distraída” não se refere à ação de “distrair”, mas sim ao estado em que se encontrava o sujeito. Trata-se de um
adjetivo.
Resposta: D

27. FGV - Especialista Legislativo de Nível Superior (ALERJ)/2017

A forma verbal abaixo corretamente conjugada é:

a) Todos se entreteram com os novos jogos;

b) Os turistas reouveram seus pertences;

c) O repórter interviu na discussão;

d) Quando o ver de novo, dar-lhe-ei o recado;

e) Ele se manteu no cargo até o último momento.

RESOLUÇÃO:

Letra A – ERRADA – O verbo “entreter” é derivado de “ter”, seguindo este na flexão.

Todos tiveram ... >> Todos se entretiveram...

Letra B – CERTA – O verbo “reaver” é derivado de “haver”, seguindo este na flexão.

Os turistas houveram ... >> Os turistas reouveram...

Letra C – ERRADA – O verbo “intervir” é derivado de “vir”, seguindo este na flexão.

O repórter veio ... >> O repórter interveio...

Letra D – ERRADA – Cuidado com o verbo VER no futuro do subjuntivo! Não existe a construção “Se/Quando eu o
ver...”. O correto é “Se/Quando eu o vir...”.
Letra E – ERRADA – O verbo “manter” é derivado de “ter”, seguindo este na flexão.

Ele teve ... >> Ele se manteve...

Resposta: B

28. FGV - Recenseador (IBGE)/2017

A ORIGEM DA VIDA NO UNIVERSO

Uma descoberta anunciada na semana passada joga mais luz sobre a origem da vida no universo. Em um artigo
publicado na revista Nature – uma das mais importantes publicações científicas do mundo –, pesquisadores ingleses
relatam a identificação de microfósseis de bactérias que teriam surgido entre 4,2 bilhões de anos e 3,7 bilhões de anos
atrás. Se for confirmado, será o mais antigo registro de vida na Terra.
"...pesquisadores ingleses relatam a identificação de microfósseis de bactérias que teriam surgido entre 4,2 bilhões de anos
e 3,7 bilhões de anos atrás. Se for confirmado, será o mais antigo registro de vida na Terra”.
Em função da forma verbal “teriam surgido”, os leitores tomam conhecimento de que a informação da descoberta é:

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a) uma certeza dos estudiosos;

b) uma opinião dos descobridores;

c) uma possibilidade sugerida;

d) uma dúvida sobre a descoberta;

e) uma hipótese já comprovada.

RESOLUÇÃO:

Letra A – ERRADA - Não se trata de uma certeza. Tanto é verdade, que está passível de comprovação, com afirma
o período seguinte.
Letra B – ERRADA – Não se trata de uma opinião, mas sim de uma hipótese, ainda a ser comprovada.

Letra C – CERTA – Não se trata de algo ainda certo, mas de uma possibilidade.

Letra D – ERRADA – A dúvida não reside na descoberta, mas sim no tempo de existência do fóssil.

Letra E – ERRADA – A hipótese ainda carece de confirmação, como bem afirma o período seguinte.

Resposta: C

29. FGV - Analista Técnico (MPE BA)/Engenharia Florestal/2017

Estou há pouco mais de dois anos morando na China, leitor, e devo dizer que a minha admiração pelos chineses só tem
feito crescer. É um país que tem coesão e rumo, como notou o meu colega de coluna neste jornal Cristovam Buarque,
que passou recentemente por aqui.
Coesão e rumo. Exatamente o que falta ao nosso querido país. E mais o seguinte: uma noção completamente diferente
do tempo. Trata-se de uma civilização milenar, com mentalidade correspondente. Os temas são sempre tratados com
uma noção de estratégia e visão de longo prazo. E paciência. A paciência que, como disse Franz Kafka, é uma segunda
coragem.
Nada de curto praxismo, do imediatismo típico do Ocidente, que têm sido tão destrutivos e desagregadores.

Esse traço do chinês é até muito conhecido no resto do mundo. Há uma famosa observação do primeiro-ministro Chou
En-Lai, muito citada, que traduz essa noção singular do tempo. Em certa ocasião, no início dos anos 1970, um jornalista
estrangeiro lançou a pergunta: “Qual é afinal, primeiro-ministro, a sua avaliação da Revolução Francesa?” Chou En-Lai
respondeu: “É cedo para dizer”.
Recentemente, li aqui na China que essa célebre resposta foi um simples mal-entendido. Com os percalços da
interpretação, Chou En-Lai entendeu, na verdade, que a pergunta se referia à revolta estudantil francesa de 1968!
Pronto. Criou-se a lenda.
Pena que tenha sido um mal-entendido. Seja como for, é indubitável que para os chineses o tempo tem outra
dimensão. Para uma civilização de quatro mil anos ou mais, uma década tem sabor de 15 minutos.
(O Globo, 15/9/2017)

“Estou há pouco mais de dois anos morando na China, leitor, e devo dizer que a minha admiração pelos chineses só tem
feito crescer”.
O emprego da forma verbal “tem feito” é perfeitamente adequada ao contexto, já que esse tempo verbal expressa
ações:

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a) completamente passadas;

b) que se repetiram no passado;

c) que se iniciaram no presente;

d) iniciadas no passado que continuam no presente;

e) iniciadas no presente e de duração indeterminada.

RESOLUÇÃO:

A forma verbal “tem feito” dá a entender que a ação teve seu início no passado, mas ainda não se encerrou, pois
perdura no presente.
É o que descreve a letra D.

Resposta: D

30. FGV - Recenseador (IBGE)/2017

Texto 4 – ANIMAIS, NOSSOS IRMÃOS

“Desde o início da vida no planeta Terra, muitas são as espécies animais que foram extintas por vários motivos.

Atualmente, quando se mencionam ‘espécies em extinção’, afloram as várias atividades humanas que as provocaram,
ou estão provocando.
Dentre essas ações, as principais talvez sejam:

l) a caça predatória de animais de grande porte e de alguns animais menores; todos esses animais, de uma forma ou de
outra, rendem expressivos lucros;
ll) a descuidada aplicação dos chamados ‘defensivos agrícolas’ ou agrotóxicos, desestabilizando completamente o
ecossistema;
lll) as grandes tragédias provocadas também pela incúria humana como os incêndios florestais e derramamento de
petróleo cru nos mares;
lV) o desmatamento de grandes áreas, fator de cruel desalojamento dos habitats de incontáveis espécies animais”.
(Eurípedes Kuhl)
A frase abaixo (texto 4) que mostra uma voz verbal diferente das demais é:

a) “...desestabilizando completamente o ecossistema”;

b) “...afloram as várias atividades humanas que as provocaram, ou estão provocando”;

c) “Dentre essas ações, as principais talvez sejam...”;

d) “... todos esses animais, de uma forma ou de outra, rendem expressivos lucros”;

e) “Atualmente, quando se mencionam ‘espécies em extinção’...”.

RESOLUÇÃO:

Letra A – ERRADA – O sujeito da forma verbal “desestabilizar” é agente da ação verbal, o que caracteriza a voz
ativa.

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Letra B – ERRADA – O sujeito das formas verbais “afloram”, “provocaram” e “estão provocando” são agente das
ações verbais, o que caracteriza a voz ativa.
Letra C – ERRADA – O verbo SER é de ligação. Por não expressar ação verbal, não faz sentido se falar na flexão de
voz nesse caso.
Letra D – ERRADA - O sujeito da forma verbal “rendem” é agente da ação verbal, o que caracteriza a voz ativa.

Letra E – CERTA - O sujeito da forma verbal “se mencionam” é paciente da ação verbal, o que caracteriza a voz
passiva. Note a presença do pronome apassivador (ou partícula apassivadora) SE, responsável por transformar
“espécies em extinção” em sujeito paciente.
Resposta: E

31. FGV - Técnico em Informações Geográficas e Estatísticas A I (IBGE)/2016

Entre as funções do técnico do IBGE, aparece a de “Executar de acordo com instruções e/ou orientações, as rotinas
administrativas necessárias à manutenção da Unidade de Trabalho, desde o recebimento, a organização, a guarda e o
encaminhamento de documentos institucionais e de interessados, utilizando os recursos de informática
disponibilizados pela Instituição e os sistemas corporativos e federais”.
Fonte: http://www.bbc.com/portuguese/noticias/2015/11/151113_resultados_pnad_jc_ab

No texto, o gerúndio “utilizando” indica:

a) o meio de execução das rotinas administrativas;

b) o modo de utilizar os recursos de informática;

c) a finalidade da manutenção da Unidade de Trabalho;

d) a localização espacial das instruções e orientações;

e) as condições de utilização dos serviços de informática.

RESOLUÇÃO:

O texto deixa bem evidente que os recursos de informática são os meios utilizados pelos técnicos do IBGE para
executar as rotinas administrativas.
Resposta: A

32. FGV - Analista de Sistemas (Paulínia)/2016

Os segmentos sublinhados a seguir mostram certas composições com o verbo ter.

Assinale a frase em que ocorreu a substituição adequada desse segmento por um só verbo de sentido equivalente e em
forma correta.
a) “Teria sido o mundo criado jamais se o seu criador tivesse medo de suscitar confusão? Criar vida quer dizer criar
confusão.” / evitasse
b) “Chamamos aristocratas a todos os que têm vida ociosa graças a seus enormes feudos, sem ter de trabalhar.” /
vivenciam ociosamente
c) “Sempre tive desejo de ver a Europa. Para os filhos da América é uma espécie de sonho, uma ambição, que me parece
natural.” / desejaria
d) “Tinha fé nos homens, mas não a fé da credulidade cega.” / confiava

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e) “O homem tem o direito de procurar a sua felicidade.” / deve

RESOLUÇÃO:

Letra A – ERRADA – O erro na substituição pela forma verbal “evitasse” está no fato de esta ser transitiva direta. A
permanência, portanto, da preposição DE, resultando na construção “evitasse de”, gera incorreção gramatical.
Letra B – ERRADA – A construção “têm vida ociosa” dá a ideia de algo permanente, atemporal. Já o verbo “vivenciar”
dá a entender que se trata de algo experimentado naquele momento, naquela ocasião. Muda-se, assim, o sentido com
a proposta de reescrita sugerida.
Letra C – ERRADA – A forma verbal “tive” faz menção a um passado já concluído. Já a forma “desejaria” faz menção a
uma ação posterior a uma ação já concluída. Muda-se, assim, o sentido com a reescrita sugerida.
Letra D – CERTA – Exato! A forma “tinha fé” pode ser traduzida por “tinha confiança”, que pode ser sintetizada no
pretérito imperfeito do indicativo “confiava”.
Letra E – ERRADA – A construção “tem o direito” dá a entender uma ideia de posse. A troca pela forma verbal “deve”
altera esse sentido para obrigatoriedade. Muda-se, assim, o sentido com a reescrita sugerida.
Resposta: D

33. FGV - Oficial de Chancelaria (MRE)/2016

“O Brasil real começou a ser construído...”; a adoção da voz passiva, nesse caso:

a) evita a difícil indicação dos agentes da ação verbal;

b) permite a indicação adequada do sujeito como paciente;

c) indica a presença de uma ação totalmente passada;

d) mostra a indeterminação do início e fim da ação;

e) define a ação verbal como anterior a outra ação passada.

RESOLUÇÃO:

A adoção da voz passiva dá mais destaque ao paciente da ação verbal, pois agora ele passa a ser o sujeito da oração.

Resposta: B

34. FGV - Técnico do Ministério Público (MPE RJ) /2016

“O autor nos coloca a par de incríveis tecnologias, já disponíveis ou muito próximas disso, que terão grande
impacto sobre a medicina. Já é possível, por exemplo, fotografar pintas suspeitas e enviar as imagens a um
algoritmo que as analisa e diz com mais precisão do que um dermatologista se a mancha é inofensiva ou se pode ser um
câncer, o que exige medidas adicionais”.
Esse segmento do texto está realizado em voz ativa; a forma verbal passiva correspondente que é indicada de
forma inadequada é:
a) “o autor nos coloca a par” / somos colocados a par pelo autor;

b) “que terão grande impacto” / grande impacto será tido;

c) “fotografar pintas suspeitas” / pintas suspeitas serão fotografadas;

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d) “que as analisa” / em que elas são analisadas;

e) “que exige medidas adicionais” / em que medidas adicionais são exigidas.

RESOLUÇÃO:

Na conversão da voz ativa para a voz passiva, os seguintes procedimentos devem ser observados:

1. O verbo principal na voz ativa assume a forma particípio na voz passiva analítica.

2. Na voz passiva analítica, acrescenta-se o verbo "ser" flexionado no mesmo tempo do verbo principal na voz ativa.

3. O sujeito da voz ativa se converte em agente da passiva; e o objeto direto da voz ativa se converte em sujeito na
voz passiva.
Podemos resumir, dessa forma, o processo de conversão de voz ativa em passiva analítica da seguinte forma:

Na letra C, observe que o verbo “fotografar” está no infinitivo e, na proposta de reescrita, o verbo “ser” está no
futuro do presente. Há, portanto, divergência entre o verbo principal na voz ativa e o auxiliar SER na passiva.
A conversão adequada seria: “FOTOGRAFAR pintas suspeitas” / pintas suspeitas SEREM fotografadas.

Resposta: C

35. FGV - Analista de Sistemas (Paulínia)/2016

“Teria sido o mundo criado jamais se o seu criador tivesse medo de suscitar confusão? Criar vida quer dizer criar confusão.”

Sobre a estruturação gramatical da frase acima, assinale a afirmativa correta.

a) A forma ativa correspondente a “Teria sido criado” é “teria criado”.

b) O advérbio “jamais” traz o significado prioritário de negação.

c) O pronome possessivo “seu” teria que, por clareza, ser substituído por “dele”.

d) A forma verbal “tivesse” expressa o valor de tempo futuro.

e) A forma verbal “suscitar” poderia ser corretamente substituída por “que suscite”.

RESOLUÇÃO:

Letra A – CERTA – O verbo principal na voz ativa e o auxiliar SER na voz passiva precisam estar flexionados da
mesma maneira. Dessa forma, o verbo principal assume a forma “criado”, acompanhado do verbo auxiliar “teria” no
singular, que concorda com o sujeito agente oculto “criador”.
Letra B – ERRADA – O advérbio jamais traz consigo a ideia de negação, mas sua expressão principal é a ideia de
tempo. Ele responde à pergunta “Quando?”.
Letra C – ERRADA – Na redação apresentada, não compromete a clareza a presença do possessivo “seu”. Fica
clara sua referência a “mundo”.
Letra D – ERRADA – A forma “tivesse” expressa uma ideia de passado. Está flexionada no pretérito imperfeito do
subjuntivo.
Letra E – ERRADA – A forma “suscite”, no presente do subjuntivo, não seria compatível com o futuro do pretérito
do indicativo “teria” e o pretérito imperfeito do subjuntivo “tivesse”.

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Resposta: A

36. FGV - Técnico Judiciário Auxiliar (TJ SC)/2015

“Quebrado de cansaço pelo excesso de trabalho, o policial tinha adormecido na portaria da revista”.

O tempo simples correspondente à forma verbal sublinhada é:

a) havia adormecido;

b) adormecendo;

c) adormecia;

d) adormeceria;

e) adormecera.

RESOLUÇÃO:

Cuidado para não cair na pegadinha da questão!

A flexão “tinha adormecido” corresponde ao pretérito mais-que-perfeito na forma composta, o mesmo que ocorre na
letra A, com “havia adormecido”.
Note, no entanto, que o enunciado solicita a forma simples, ok? E esta é “adormecera”, listada na letra E.

Resposta: E

37. INÉDITA

Está incorreta a correlação entre tempos e modos verbais na seguinte frase:

a) Muitos se recordariam da felicidade exultante com que eram ingeridos os pedaços da torta.

b) Foi promovida graças ao compadrio que andava na moda e que por muitos anos ofuscara a meritocracia.

c) Um mal-intencionado sugere que se dê por encerrada a aula e comecemos logo as festividades do feriado.

d) Depois de haver adormecido por três dias na cama de um hospital, o paciente acabara sendo salvo por um milagre
divino.
e) Já informado do salvamento do paciente, o familiar não se conteve de alegria e se permitiu não comparecer à reunião
com o chefe.
RESOLUÇÃO:

A questão trata de um assunto muito caro aos concurseiros: correlação dos tempos verbais.

Devemos ter em mente que o objetivo desse assunto é estudar as corretas relações entre os verbos presentes em um
período composto. Em outras palavras, devemos avaliar se os tempos verbais são harmônicos entre si.
Há uma gama imensa de correlações possíveis.

Muitas vezes, a quebra da correlação resulta nitidamente numa ruptura lógica na frase. Isso significa que você não
precisa sair decorando todas as combinações, o que seria impraticável.

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Antes de resolver a questão, apresento as principais correlações, as mais presentes no dia a dia e, consequentemente,
em nossas provas:
1) Presente do Indicativo – Presente do Subjuntivo

Exemplos:

Eu espero que você me entenda.

Eu preciso que você faça isso para mim.

Atenção: Construções do tipo: “Você quer que eu faço isso?” são consideradas graves equívocos gramaticais e
mostram desconhecimento por parte do falante de regras básicas que regem a norma culta.
2) Pretérito Perfeito do Indicativo/Pretérito Imperfeito do Indicativo – Pretérito Imperfeito do Subjuntivo

Exemplos:

Eu esperava que você me entendesse.

Eu precisava que você fizesse isso para mim.

Sempre quis que você estivesse comigo.

3) Futuro do Pretérito do Indicativo – Pretérito Imperfeito do Subjuntivo

Exemplos:

Se eu fosse você, faria o melhor trabalho possível.

Se eu demorasse mais um pouco, teriam iniciado a palestra sem minha presença.

Caso fosse permitido apostas, seria necessário fiscalizar a origem dos recursos.

4) Futuro do Presente do Indicativo – Futuro do Subjuntivo/Presente do Subjuntivo/Presente do Indicativo

Exemplos:

Se você vier, faremos uma festa.

Caso você venha, faremos uma festa.

Se você capturá-lo, pago-lhe uma recompensa.

5) Pretérito Perfeito do Indicativo/Pretérito Imperfeito do Indicativo + Pretérito Mais-que-Perfeito do Indicativo


(Simples ou Composto)
Exemplos:

Você chegou quando já tínhamos saído.

Li o livro que você me indicara.

Ele dizia que já tinha visto aquele homem outras vezes.

6) Pretérito Perfeito do Indicativo – Futuro do Pretérito

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Exemplos:

Você disse que iria ao encontro.

Disseram-me que você viria hoje.

Observação:

Na linguagem coloquial, costuma-se usar o pretérito imperfeito do indicativo no lugar do futuro do pretérito.

Exemplo:

Você prometeu que vinha. (coloquial)

Você prometeu que viria. (formal)

Voltemos para a questão:

Letra A - CORRETA - Há uma harmonia entre o futuro do pretérito "recordariam" e o pretérito imperfeito "eram".

Vamos imaginar casamentos possíveis:

Muitos se recordariam da felicidade exultante com que eram ingeridos os pedaços da torta.

Muitos se recordam da felicidade exultante com que são ingeridos os pedaços da torta.

Muitos se recordaram da felicidade exultante com que foram ingeridos os pedaços da torta.

Vamos imaginar rupturas lógicas:

Muitos se recordariam da felicidade exultante com que são ingeridos os pedaços da torta.

Muitos se recordarão da felicidade exultante com que seriam ingeridos os pedaços da torta.

Muitos se recordam da felicidade exultante com que seriam ingeridos os pedaços da torta.

Letra B - CORRETA - Há uma harmonia entre o pretérito perfeito "foi", o pretérito imperfeito "andava" e o pretérito
mais que perfeito "ofuscara" (tinha ofuscado).
Vamos imaginar casamentos possíveis:

Foi promovida graças ao compadrio que andava na moda e que por muitos anos momento ofuscara a meritocracia.

Será promovida graças ao compadrio que anda na moda e que por muitos anos momento ofusca a meritocracia.

Seria promovida graças ao compadrio que andava na moda e que por muitos anos momento ofuscara a meritocracia.

Vamos imaginar rupturas lógicas:

Foi promovida graças ao compadrio que andará na moda e que por muitos anos momento estabelecerá a meritocracia.

Era promovida graças ao compadrio que andará na moda e que por muitos anos momento estabelecia a meritocracia.

Seria promovida graças ao compadrio que andara na moda e que por muitos anos momento estabelecerá a meritocracia.

Letra C - CORRETA - Há uma harmonia entre o presente do indicativo "sugere" e o presente do subjuntivo "dê" e
"comecemos".

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Vamos imaginar casamentos possíveis:

Um mal-intencionado sugere que se dê por encerrada a aula e comecemos logo as festividades do feriado.

Um mal-intencionado sugeria que se desse por encerrada a aula e começássemos logo as festividades do feriado.

Um mal-intencionado sugeriu que se desse por encerrada a aula e começássemos logo as festividades do feriado.

Vamos imaginar rupturas lógicas:

Um mal-intencionado sugere que se desse por encerrada a aula e começássemos logo as festividades do feriado.

Um mal-intencionado sugeria que se dê por encerrada a aula e comecemos logo as festividades do feriado.

Um mal-intencionado sugeriu que se dê por encerrada a aula e comecemos logo as festividades do feriado.

Letra D - ERRADA

Não faz sentido o uso do pretérito mais-que-perfeito "acabara", pois não se trata de uma ação anterior a outra já
concluída.
Assim, é conveniente empregar o pretérito perfeito "acabou".

O correto, então, seria: "Depois de haver adormecido por três dias na cama de um hospital, o paciente acabou sendo salvo
por um milagre divino.
Letra E - CORRETA - Há uma esperada harmonia entre os pretéritos perfeitos "conteve" e "permitiu".

Vamos imaginar casamentos possíveis:

Já informado do salvamento da paciente, o familiar não se conteve de alegria e se permitiu não comparecer à reunião com
o chefe.
Já informado do salvamento da paciente, o familiar não se contém de alegria e se permite não comparecer à reunião com o
chefe.
Já informado do salvamento da paciente, o familiar não se continha de alegria e se permitia não comparecer à reunião com
o chefe.
Vamos imaginar rupturas lógicas:

Já informado do salvamento da paciente, o familiar não se contém de alegria e se permitiu não comparecer à reunião com
o chefe.
Já informado do salvamento da paciente, o familiar não se conteve de alegria e se permite não comparecer à reunião com o
chefe.
Já informado do salvamento da paciente, o familiar não se conteve de alegria e se permite não comparecer à reunião com o
chefe.
Resposta: D

38. INÉDITA

“O Governo deve, em 2019, devido à carência de quadro efetivo nos órgãos-chave da Administração Pública, contratar
número expressivo de servidores públicos.”
A transposição desse período para a voz passiva terá como resultado a seguinte forma verbal:

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a) devem ser contratados

b) deve ser contratado

c) têm sido contratados

d) devem ser contratados

e) está contratando

RESOLUÇÃO:

Na conversão da voz ativa para a voz passiva, os seguintes procedimentos devem ser observados:

O verbo principal na voz ativa assume a forma particípio na voz passiva analítica.

Na voz passiva analítica, acrescenta-se o verbo "ser" flexionado no mesmo tempo do verbo principal na voz ativa.

O sujeito da voz ativa se converte em agente da passiva; e o objeto direto da voz ativa se converte em sujeito na voz
passiva.
Podemos resumir, dessa forma, o processo de conversão de voz ativa em passiva analítica da seguinte forma:

Assim, a forma O Governo (Sujeito Agente) deve contratar (Verbo) número expressivo de servidores públicos (Objeto
Direto Paciente) - na voz ativa - é equivalente à construção Número expressivo de servidores públicos deve ser
contratado (Verbo Auxiliar SER + Verbo Principal no Particípio) pelo governo... - na voz passiva.
A forma verbal resultante é, portanto, “deve ser contratado”.

Observação:

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O auxiliar que se encontra na voz ativa permanece na voz passiva analítica. O que ocorre nessa transposição é o
acréscimo do auxiliar SER. Dessa forma, podemos contabilizar sempre um verbo a mais na conversão da voz ativa para
passiva, e este verbo é o auxiliar SER.
Deve-se tomar o devido cuidado com a flexão do auxiliar “deve” e do particípio “contratado”, que devem concordar
com o núcleo do sujeito paciente “Número”.
Resposta: B

39. INÉDITA

Observadas a regência e a flexão verbal, está correta a seguinte frase:

a) O apartamento que, na época, nos instalamos era o que tínhamos condições de pagar, porém havia um acordo: se
todos se mantessem em seus empregos durante razoável tempo, haveria chance de nos mudarmos para um lugar mais
espaçoso.
b) Irritei-me com tantos abaixo-assinados e requis transferência daquele desagradável departamento.

c) Afirmam que o funcionário atribue toda aquela discussão a uma intolerância por parte dos militantes.

d) Intermedio o encontro entre os candidatos à Presidência da República, para que haja uma coerente moderação
durante o debate.
e) Sentiu-se ofendido com a proposta e pensou que, se propusesse alterações em algumas cláusulas do contrato, teria
um sucesso na negociação.
RESOLUÇÃO:

Letra A – ERRADA – O primeiro erro se refere à ausência da preposição “em” antes do pronome relativo “que”, exigida
pela regência da forma verbal “nos instalamos” (nos instalamos em algum lugar); o segundo erro refere-se à forma
verbal “mantessem”, cuja flexão correta seria “mantivessem” (se tivessem > se mantivessem).
Letra B – ERRADA - A forma verbal “requis” está flexionada de forma equivocada. O correto seria “requereu”. Há de se
ressaltar que o verbo “requerer” não é derivado do verbo “querer”.
Letra C - ERRADA – A forma verbal “atribue” está flexionada de forma equivocada. O correto seria “atribui”, padrão de
conjugação de Presente do Indicativo de verbos terminados em –uir: ele possui; ele constitui; ele obstrui; ...
Letra D – ERRADA - A forma verbal “Intermedio” está flexionada de forma equivocada. O correto seria “Intermedeio”,
padrão de conjugação de Presente do Indicativo dos verbos odiar, nomear, renomear, mediar, remediar, ansiar: eu odeio;
eu nomeio; eu renomeio; eu medeio; eu remedeio; eu anseio ...
Letra E – CORRETA – A redação apresentada se mostra correta. Há de se ressaltar a forma “propusesse”, que
corresponde ao verbo “propor”, derivado do verbo “pôr” (se pusesse >> se propusesse.)
Resposta: E

40. INÉDITA

Você está conectado?

Alguns anos atrás, a palavra "conectividade" dormia em paz, em desuso, nos dicionários, lembrando vagamente algo
como ligação, conexão. Agora, na era da informática e de todas as mídias, a palavra pulou para dentro da cena e
ninguém mais admite viver sem estar conectado. Desconfio que seja este o paradigma dominante dos últimos e dos
próximos anos, em nossa aldeia global: o primado das conexões.
No ônibus de viagem, de que me valho regularmente, sou quase uma ilha em meio às mais variadas conexões: do
vizinho da direita vaza a chiadeira de um fone de ouvido bastante ineficaz; do rapazinho à esquerda chega a viva

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conversa que mantém há quinze minutos com a mãe, pelo celular; logo à frente um senhor desliza os dedos no laptop
no colo, e se eu erguer um pouquinho os olhos dou com o vídeo − um filme de ação − que passa nos quatro monitores
estrategicamente posicionados no ônibus. Celulares tocam e são atendidos regularmente, as falas se cruzam, e eu
nunca mais consegui me distrair com o lento e mudo crepúsculo, na janela do ônibus.
Não senhor, não são inocentes e efêmeros hábitos modernos: a conectividade irrestrita veio para ficar e conduzir a
humanidade a não sabemos qual destino. As crianças e os jovens nem conseguem imaginar um mundo que não seja
movido pela fusão das mídias e surgimento de novos suportes digitais. Tanta movimentação faz crer que, enfim, os
homens estreitaram de vez os laços da comunicação.
Que nada. Olhe bem para o conectado ao seu lado. Fixe-se nele sem receio, ele nem reparará que está sendo
observado. Está absorto em sua conexão, no paraíso artificial onde o som e a imagem valem por si mesmos, linguagens
prontas em que mergulha para uma travessia solitária. A conectividade é, de longe, o maior disfarce que a solidão
humana encontrou. É disfarce tão eficaz que os próprios disfarçados não se reconhecem como tais. Emitimos e
cruzamos frenéticos sinais de vida por todo o planeta: seria esse, Dr. Freud, o sintoma maior de nossas carências
permanentes?
Assinale o trecho que contém uma passagem na voz passiva

a) ... a palavra pulou para dentro da cena...

b) Fixe-se nele sem receio...

c) ... ele nem reparará que está sendo observado.

d) A conectividade é, de longe, o maior disfarce que a solidão humana encontrou.

e) ... as falas se cruzam, e eu nunca mais consegui me distrair com o lento e mudo crepúsculo, na janela do ônibus.

RESOLUÇÃO:

A voz passiva indica que o sujeito sofre a ação verbal (sujeito paciente). Pode apresentar-se das seguintes maneiras:

Analítica (ser + particípio do verbo principal):

Exemplos:

Os exercícios foram feitos.

As meninas eram conduzidas pelos pais.

Sintética ou Pronominal (3ª pessoa – verbo principal + "se"):

Exemplos:

Fizeram-se os exercícios (= Os exercícios foram feitos).

Cantam-se canções de ninar (Canções de ninar são cantadas).

Quebrou-se o violão (O violão foi quebrado).

O “se”, neste caso, é chamado de pronome apassivador.

Observação

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Pelos exemplos acima, pode-se perceber que o verbo principal apresenta-se conjugado na terceira pessoa do singular
ou plural, de acordo com o sujeito paciente.
Observe que, tanto na forma analítica quanto na sintética, apenas os verbos transitivos diretos e transitivos diretos e
indiretos vão para a voz passiva. Em orações com verbos intransitivos ou transitivos indiretos ou de ligação, a voz
passiva não ocorre.
Analisemos letra a letra:

Letra A – ERRADA – Não ocorre a presença nem do verbo auxiliar “ser” nem do “se”, não havendo possibilidade de se
ter voz passiva.
No caso, o sujeito “a palavra” é agente da ação verbal “pular”, configurando voz ativa.

Letra B – ERRADA – O “se” não é um pronome apassivador. É sim um pronome reflexivo. É possível verificar isso,
reescrevendo a frase da seguinte forma: “Fixe a si mesmo nele sem receio.”.
Isso posto, trata-se de uma voz reflexiva.

Letra C – CERTA – Temos a presença do verbo auxiliar “ser” – “sendo” – e do verbo principal no particípio –
“observado”. Configura-se, assim, um caso de voz passiva analítica.
Letra D – ERRADA – Até ocorre a presença do verbo “ser”, mas não há a presença de um verbo principal no particípio.
No trecho “A conectividade é, de longe, o maior disfarce”, não ocorre a flexão de voz, haja vista que o verbo é de ligação.
Já no trecho “que a solidão humana encontrou”, o sujeito “solidão humana” é agente da ação verbal “encontrar”,
configurando-se, assim, voz ativa.
Letra E – ERRADA – No trecho “as falas se cruzam”, temos uma voz reflexiva recíproca. Notemos a presença do
pronome recíproco “se” (as falas se cruzam = as falas cruzam umas com as outras).
Já no trecho “eu nunca mais consegui me distrair”, temos uma voz reflexiva. Notemos a presença do pronome reflexivo
“me” (eu nunca mais consegui me distrair = eu nunca mais consegui distrair a mim mesmo).
Resposta: C

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Questões comentadas pelo professor

01. FCC - TRT 6/2018

O jornalismo pode ser qualificado, embora com certo exagero, como um mal necessário. É um mal porque todo relato
jornalístico tende ao provisório. Mesmo quando estamos preparados para abordar os assuntos sobre os quais
escrevemos, é próprio do jornalismo apreender os fatos às pressas. A chance de erro, sobretudo de imprecisões, é
grande.
O próprio instrumento utilizado é suspeito. Diferente da notação matemática, que é neutra e exata, a linguagem se
presta a vieses de todo tipo, na maior parte inconscientes, que refletem visões de mundo de quem escreve. Eles
interagem com os vieses de quem lê, de forma que, se são incomuns textos de fato isentos, mais raro ainda que sejam
reconhecidos como tais.
Pertenço a uma geração que não se conformava com as debilidades do relato jornalístico. O objetivo daquela geração,
realizado apenas em parte, era estabelecer que o jornalismo, apesar de suas severas limitações, é uma forma legítima
de conhecimento sobre o nível mais imediato da realidade.
O que nos remete à questão do início; sendo um mal, por que necessário? Por dois motivos. Ao disseminar notícias e
opiniões, a prática jornalística municia seus leitores de ferramentas para um exercício mais consciente da cidadania.
Thomas Jefferson pretendia que o bom jornalismo fosse a escola na qual os eleitores haveriam de aprender a exercer a
democracia.
O outro motivo é que os veículos, desde que comprometidos com o debate dos problemas públicos, servem como
arena de ideias e soluções. O livre funcionamento das várias formas de imprensa, mesmo as sectárias e as de má
qualidade, corresponde em seu conjunto à respiração mental da sociedade.
Entretanto, o jornalismo dito de qualidade sempre foi objeto de uma minoria. A maioria das pessoas está de tal maneira
consumida por seus dramas e divertimentos pessoais que sobra pouca atenção para o que é público. Desde quando os
tabloides eram o principal veículo de massas, passando pela televisão e pela internet, vastas porções de jornalismo
recreativo vêm sendo servidas à maioria.
O jornalismo de verdade, que apura, investiga e debate, é sempre elitista. Está voltado não a uma elite econômica, mas
a uma aristocracia do espírito. São líderes comunitários, professores, empresários, políticos, sindicalistas, cientistas,
artistas. Pessoas voltadas ao coletivo.
A influência desse tipo de jornalismo sempre foi, assim, mediada. Desde que se tornou hegemônico, nos anos 1960-70,
o jornalismo televisivo se faz pautar pela imprensa. Algo parecido ocorre agora com as redes sociais.
A imprensa, que vive de cobrir crises, sempre esteve em crise. O paradoxo deste período é que, no mesmo passo em
que as bases materiais do jornalismo profissional deslizam, sua capacidade de atingir mais leitores se multiplica na
internet, conforme se torna visível a perspectiva de universalizar o ensino superior.
(Adaptado de: FILHO, Otavio Frias. Disponível em: www.folha.uol.com.br)

Thomas Jefferson pretendia que o bom jornalismo...

O verbo flexionado nos mesmos tempo e modo do sublinhado acima está também sublinhado em:

a) ... as bases materiais do jornalismo profissional deslizam...

b) ... os eleitores haveriam de aprender a exercer a democracia.

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c) Algo parecido ocorre agora com as redes sociais...

d) ... mais raro ainda que sejam reconhecidos como tais.

e) Desde quando os tabloides eram o principal veículo de massas...

RESOLUÇÃO:

ALTERNATIVA A: “Deslizam” está conjugado no presente do indicativo, não se encaixando na temporalidade do verbo
“pretendia”, que está pretérito imperfeito do indicativo. O certo seria “deslizavam”.
ALTERNATIVA B: “Haveriam” está conjugado no futuro do pretérito, também não se encaixando na temporalidade
pedida no enunciado da questão.
ALTERNATIVA C: “Ocorre” está no presente do indicativo, portanto não se encaixa no tempo requerido pela questão.

ALTERNATIVA D: “Sejam” é verbo no presente do modo subjuntivo, não sendo, então, a alternativa correta.

ALTERNATIVA E: “Eram”, assim como “pretendia”, está no pretérito imperfeito do indicativo. Esse tempo verbal se
caracteriza pela repetição da ação no passado, sem precisão acerca do momento de seu encerramento.
Resposta: E

02. FCC - TRT 6/2018

O carnaval do Recife deve ao Galo da Madrugada sua repercussão nacional. O bloco foi num crescendo ano a ano e virou
o espetáculo grandioso que é. Tem futuro promissor. Mas precisa ser encarado como um negócio a ser tocado cada vez
mais profissionalmente.
O potencial do carnaval do Recife para crescer como um “negócio” poderá ser estimulado a beneficiar mais a cidade,
gerando incremento de emprego, trabalho e renda nos hotéis, restaurantes, lanchonetes, oficinas de madeira e ferro,
shoppings, meios de hospedagem em residências, segurança... entre outros segmentos ligados à cadeia produtiva do
evento.
Para ampliar a dimensão desse carnaval, há que se explorar ainda mais o potencial do Recife Antigo e o de Olinda. Uma
cidade que dispõe, a seu lado, de uma festa tão singular, alegre e irreverente como a da vizinha cidade já é por si só um
produto comercializável e lucrativo. Nossa proposta pontual é fundir os dois carnavais e transformá-los na marca
“Carnaval Recife-Olinda”. Isto vai “pegar” e potencializará uma maior atratividade nacional para a festa pernambucana.
Que estado no Brasil dispõe de um conjunto de atrativos em uma única festa como o “Galo” estrondoso, o frevo, os
blocos antigos, maracatus, bonecos gigantes, caboclinhos, tambores silenciosos, virgens de Olinda, escolas de samba,
prévias tradicionais e até espaço poprock para os mais alternativos?
Qual caminho a seguir? Primeiro, institucionalizar a aliança entre Olinda e Recife. Em seguida, buscar os patrocínios e
parcerias com as associações de bares e restaurantes, indústrias de bebidas, empresas de cartões de crédito, redes
sociais e sites estratégicos. O estímulo para se conhecer o “Carnaval Recife-Olinda” já deverá estar em anúncios
publicitários nesses sites ao menos três meses antes da festa. Isso despertará o interesse do público de diferentes
localidades. É este o caminho para transformar Pernambuco num destino ainda mais procurado a partir de 2019.
(Adaptado de: LIMA, Mauro Ferreira. “Carnaval do Recife, proposta para crescer”. Disponível em:
www.diariodepernambuco.com.br. 17.02.2018)
Primeiro, institucionalizar a aliança entre Olinda e Recife. (4° parágrafo)

Se essa frase for iniciada com Primeiro, será necessário que, a forma verbal destacada deve ser substituída por

a) se institucionalizarão.

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b) se institucionaliza.

c) se institucionalizavam.

d) se institucionalize.

e) se institucionalizara.

RESOLUÇÃO:

ALTERNATIVA A: A forma verbal “se institucionalizarão” está incorreta por duas razões: primeiro, a temporalidade de
futuro já foi definida pela expressão “será necessário”, havendo, então, redundância temporal; segundo, a pluralização
de “institucionalizarão” não concorda com o sujeito “aliança”.
ALTERNATIVA B: A conjunção “que” pressupõe a existência de verbo no presente do subjuntivo, e não do indicativo,
como se descreve nesta alternativa com o verbo “institucionaliza”.
ALTERNATIVA C: Em mais uma alternativa, há o desencaixe entre a ideia de futuro exercida por “será necessário” e o
verbo descrito na alternativa, que está no pretérito imperfeito do indicativo “se institucionalizavam”. Além disso, a
pluralização da forma verbal não concorda com o sujeito “aliança”.
ALTERNATIVA D: Item correto, pois não promove incoerência ou redundância de temporalidade em relação à
expressão “será necessário”, que requer um verbo no presente; encaixa-se no modo estabelecido pelo “que”, que é o
subjuntivo; e está em pessoa e número corretos considerando-se o sujeito “aliança”. O presente do subjuntivo é um
tempo verbal bastante utilizado em provas da FCC, por isso o candidato deve ter maior carinho e cuidado ao estudar
esse tópico.
ALTERNATIVA E: Em mais uma alternativa, há o desencaixe entre a ideia de futuro exercida por “será necessário” e o
verbo descrito na alternativa, que está no pretérito mais-que-perfeito “institucionalizara”.
Resposta: D

03. FCC - METRO SP/2018

Levante a mão quem nunca teve o azar de ser amado pelas razões erradas. Eis uma experiência capaz de produzir a
angústia de quem se depara com um duplo de si mesmo: o espelho do olhar do outro te devolve uma imagem que
parece sua, mas na qual você não se reconhece. Claro que ninguém ama com objetividade. O que o amante vê no ser
amado é sempre contaminado pela fantasia. Não me refiro, então, à impossibilidade fundamental de
complementaridade entre os casais, mas aos encontros que se dão na base do puro mal-entendido. Sentir-se amado
por qualidades que o outro imagina, mas não têm nada a ver com você, pode ser muito angustiante. E sedutor. Vale
lembrar que a palavra “sedução” indica o ato de desviar alguém de seu caminho: “eis que chega a roda-viva e carrega o
destino pra lá”.
Pensava essas coisas de meu lugar na plateia lotada do Credicard Hall (que nome para um teatro, caramba!), onde fui
ver o show de uma de minhas cantoras favoritas no momento: Maria Gadú. Com jeito de moleque, encarapitada no
banquinho, de onde não desceu para rebolar nenhuma vez, composições muito pessoais que escapam ao clichê
romântico e uma rara sofisticação musical, Maria Gadú parecia não se reconhecer diante do público que – vibrava? Não,
vibrar seria compreensível. Delirava?
Sim; mas o entusiasmo foi muito além disso. O público ululava desde os primeiros acordes de cada canção, que todos
sabiam de cor, mas não conseguiam escutar. A energia com que aplaudiam mais parecia uma fúria, que a timidez da
artista só fazia excitar mais e mais. Pareciam todos sedentos por uma experiência musical autêntica, promovida por
alguém que não vendesse sensualidade barata, e ao mesmo tempo não se conformavam de não conseguir puxar a
cantora para o terreno familiar da vulgaridade e do sex appeal.

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Mas estava espantada com a dimensão do sucesso. Como responderá ao apelo de um público que talvez esteja
apaixonado por ela pelas razões erradas? Como não se espelhar na imagem banal de pop star que lhe oferecem? O que
é mais difícil de enfrentar, na vida artística: a resistência do público para quem sua obra se dirige ou a fama vertiginosa
que alavanca (ops) a carreira de alguns artistas iniciantes para o topo do mercado em algumas semanas?
Ela diz ter com a música uma aliança impossível de desfazer. Sua intuição musical parece capaz de levá-la muito além
da próxima esquina, e a sutil entonação dolorida na voz talvez não permita que ela vire uma espécie de Ivete Sangalo
paulistana. O CD de estreia é dedicado à avó Cila. A terceira faixa é uma homenagem fúnebre tocante, uma toada em
feitio de oração. Como outro grande compositor negro, Gilberto Gil, Gadú se mostra capaz de reverenciar a força de
seus ancestrais. “Se queres partir, ir embora / me olhe de onde estiver”, pede para a avó, contando com a ajuda dos
orixás. Quem sabe a forte conexão com sua origem a proteja de se transformar em fast food para a voracidade dos
consumidores.
(Adaptado de: KEHL, Maria Rita. 18 crônicas e mais algumas. São Paulo: Boitempo, 2011)

Sua intuição musical parece capaz de levá-la muito além da próxima esquina, e a sutil entonação dolorida na voz talvez
não permita que ela vire uma espécie de Ivete Sangalo paulistana.
Alterando-se tão somente o tempo, e não o modo, dos verbos da frase acima, está correta a redação que se encontra
em:
a) Sua intuição musical teria parecido capaz de levá-la muito além da próxima esquina, e a sutil entonação dolorida na
voz talvez não teria permitido que ela houvesse virado uma espécie de Ivete Sangalo paulistana.
b) Sua intuição musical parecerá capaz de levá-la muito além da próxima esquina, e a sutil entonação dolorida na voz
talvez não permitirá que ela vire uma espécie de Ivete Sangalo paulistana.
c) Sua intuição musical parecesse capaz de levá-la muito além da próxima esquina, e a sutil entonação dolorida na voz
talvez não permitisse que ela virasse uma espécie de Ivete Sangalo paulistana.
d) Sua intuição musical tinha parecido capaz de levá-la muito além da próxima esquina, e a sutil entonação dolorida na
voz talvez não permitiu que ela virasse uma espécie de Ivete Sangalo paulistana.
e) Sua intuição musical parecia capaz de levá-la muito além da próxima esquina, e a sutil entonação dolorida na voz
talvez não permitisse que ela virasse uma espécie de Ivete Sangalo paulistana.
RESOLUÇÃO:

A sequência de verbos no período descrito no enunciado da questão é “parece capaz de levá-la” (presente do
INDICATIVO), “permita” (presente do SUBJUNTIVO) e “vire” (presente do SUBJUNTIVO). A questão pede que o
candidato assinale a alternativa que muda apenas o TEMPO VERBAL, mas mantém a sequência original dos MODOS
VERBAIS, no caso, INDICATIVO-SUBJUNTIVO-SUBJUNTIVO.
ALTERNATIVA A: As formas verbais da alternativa A são: “teria parecido” (futuro do pretérito do INDICATIVO);
“teria permitido” (futuro do pretérito do INDICATIVO); e “houvesse virado” (pretérito imperfeito do SUBJUNTIVO).
Portanto, item incorreto.
ALTERNATIVA B: Os verbos encontrados são: “parecerá” (futuro do presente do INDICATIVO), “permitirá” (futuro do
presente do INDICATIVO) e “que ela vire” (presente do SUBJUNTIVO). Portanto, sequência incorreta pelo modo do
segundo verbo.
ALTERNATIVA C: “Parecesse” (pretérito imperfeito do SUBJUNTIVO), “permitisse” (pretérito imperfeito do
SUBJUNTIVO) e “virasse” (pretérito imperfeito do SUBJUNTIVO). Sequência também incorreta.
ALTERNATIVA D: “Tinha parecido” (pretérito imperfeito do INDICATIVO), “permitiu” (pretérito perfeito do
INDICATIVO) e “virasse” (pretérito imperfeito do SUBJUNTIVO). Sequência incorreta.
ALTERNATIVA E: “Parecia” (pretérito imperfeito do INDICATIVO), “permitisse” (pretérito imperfeito do
SUBJUNTIVO) e “virasse” (pretérito imperfeito do SUBJUNTIVO). Temos, portanto, o item com a sequência correta.

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Resposta: E

04.FCC - SABESP/ 2018


Ambos os verbos sublinhados estão empregados nos mesmos tempo e modo em:

a) O processo atualmente exigiria visitas periódicas ao médico, mas, após essa etapa, tal uso funciona sem problema
algum.
b) Ao mesmo tempo em que ele faz com que você veja o mundo literalmente com outros olhos, a mudança de estilo
nem sempre é bem-vinda ...
c) Quando se descobre a necessidade do uso de óculos, uma grande questão pode surgir ...

d) Apesar de não ficarem aparentes, poderão causar incômodo....

e) Em casos de uso indispensável são sugeridas as lentes de contato, que, apesar de não ficarem aparentes nos olhos....

RESOLUÇÃO:

ALTERNATIVA A: “Exigiria” (futuro do pretérito do indicativo) e “funciona” (presente do indicativo) são de tempos
diferentes.
ALTERNATIVA B: “Faz” (presente do indicativo) e “que você veja” (presente do subjuntivo) são de modos temporais
distintos.
ALTERNATIVA C: “Descobre” (presente do indicativo) e “pode” (presente do indicativo) possuem modos e tempos
iguais, portanto alternativa correta.
ALTERNATIVA D: “ficarem” (futuro do subjuntivo) e “poderão” (futuro do presente do indicativo) são de modos
temporais distintos.
ALTERNATIVA E: “são” (presente do indicativo) e “ficarem” (futuro do subjuntivo) são de tempos e modos distintos.

Resposta: C

05. FCC - SABESP/ 2018

Escrevo estas linhas

Escrevo estas linhas em agosto de 1943, depois da batalha de Stalingrado e da queda de Mussolini. É um livro de prosa,
assinado por quem preferiu quase sempre exprimir-se em poesia. Esse suposto poeta não desdenha a prosa, antes a
respeita a ponto de furtar-se a cultivá-la. Seria inútil repisar o confronto das duas formas de expressão, para atribuir
superioridade a uma delas. Mas a verdade é que se a poesia é a linguagem de certos instantes, e sem dúvida os mais
densos e importantes da existência, a prosa é a linguagem de todos os instantes, e há uma necessidade humana de que
não somente se faça boa prosa como também que nela se incorpore o tempo, e com isto se salve esse último.
Não há muitos prosadores entre nós que tenham consciência do tempo e saibam transformá-lo em matéria literária.
Frequentemente a literatura se faz à margem do tempo ou contra ele – seja por incapacidade de apreensão, covardia ou
cálculo. Daí o vazio e o desconforto do texto literário, como a insatisfação que ele desperta em cada vez mais
descrentes leitores.
Este livro começa em 1932, quando Hitler era candidato (derrotado) a presidente da República e termina em 1943, com
o mundo submetido a um processo de transformação pelo fogo. Os que viveram em tal período terão de confessar-se
transformados, mais sérios e esclarecidos, mais determinados quanto aos problemas fundamentais do indivíduo e da
coletividade. Não lhes bastará fazer uso contínuo da palavra cultura ou da palavra justiça, mas antes devem contribuir
com tudo o que tenham de bom para que essas palavras assumam seu conteúdo verdadeiro ou, então, sejam varridas

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Aula 4: Verbos

do dicionário. E digo aos rapazes: Rapazes, se querem que a literatura tenha algum préstimo no mundo de amanhã,
reformem o conceito de literatura. Reformem a própria capacidade de admirar e de imitar, inventem olhos novos
ou novas maneiras de olhar, para merecerem o espetáculo novo de que estão participando.
(ANDRADE, Carlos Drummond de. Confissões de Minas. São Paulo: Cosac Naify, 2011, p. 11-13)

Atente para os dois últimos períodos do texto, de Rapazes, se querem... até estão participando. Flexionando-se as
formas verbais na 2ª pessoa do plural, mantidos os tempos e modos em que se apresentam, resultará esta sequência:
a) quereis − reformai – inventai – merecerdes

b) quiserdes − reformei − inventai − merecerdes

c) queirais − reformeis − inventeis − mereceres

d) quereis − reformeis − inventais − mereceis

e) quiserdes − reformardes − inventai − mereceres

RESOLUÇÃO:

“Querem” (presente do indicativo), “reformem” (imperativo afirmativo), “inventem” (imperativo afirmativo) e


“merecerem” (futuro do subjuntivo). A questão quer que todos os verbos sejam passados para a 2ª pessoa do plural
(vós), mantendo-se a conjugação verbal original.
ALTERNATIVA A: A sequência descrita no item A respeita essa condição.

ALTERNATIVA B: “Quiserdes” é 2ª pessoa do plural do futuro do subjuntivo. “Reformei” é a 1ª pessoa do singular do


pretérito perfeito.
ALTERNATIVA C: “Queirais” é 2ª pessoa do plural do presente do subjuntivo. “Reformeis” é 2ª pessoa do plural do
presente do subjuntivo. “Inventeis” é 2ª pessoa do plural do presente do subjuntivo. “Mereceres” é 2ª pessoa do
singular do futuro do subjuntivo.
ALTERNATIVA D: “Reformeis” é 2ª pessoa do plural do presente do subjuntivo. “Inventais” é 2ª pessoa do plural do
presente do indicativo. “Mereceis” é 2ª pessoa do plural do presente do indicativo.
ALTERNATIVA E: “Quiserdes” é 2ª pessoa do plural do futuro do subjuntivo. “Reformardes” é 2ª pessoa do plural do
futuro do subjuntivo. “Mereceres” é 2ª pessoa do singular do futuro do subjuntivo.
Resposta: A

06. FCC - SABESP/ 2018

Recursos hídricos

Apesar de ocupar quase metade da área da América do Sul e de ter em torno de 60% da Bacia Amazônica, que escoa
um quinto do volume de água doce do mundo, há áreas críticas, onde a escassez deixou de ser apenas uma ameaça.
Com três bacias hidrográficas que contêm o maior volume de água doce do mundo – Amazonas, São Francisco e Paraná
–, o Brasil busca servir de exemplo na eficácia da gestão de seus recursos hídricos.
Nas duas últimas décadas, foram desenvolvidos mecanismos e ações voltados para tornar a água de boa qualidade
disponível para as gerações atuais e futuras, diminuir os conflitos do uso da água e ampliar a percepção da conservação
da água como um valor social e ambiental de alta relevância. A partir dos anos 1980, a gestão dos recursos hídricos no
Brasil passou a abordar três fatores: a sustentabilidade ambiental, social e econômica; a busca de leis mais adequadas e
de espaços institucionais compatíveis; a formulação de políticas públicas que integrassem toda a sociedade.

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Aula 4: Verbos

Em 1997, foi sancionada a Lei das Águas, que tem como fundamentos a compreensão de que a água é um bem público
(não pode ser privatizada), sendo sua gestão baseada em usos múltiplos (abastecimento, energia, irrigação, indústria
etc.) e descentralizada, com intensa participação de usuários, da sociedade civil e do governo.
Pela lei, o consumo humano e de animais é prioritário em situações de escassez.

(Disponível em: www.brasil.gov.br)

Estão corretos o emprego e a flexão de todas as formas verbais na frase:

a) O projeto foi relegado porque nele as prioridades humanas não se sobreporam às demais.

b) Caso não intervissem as restrições ambientais, a lei acabaria sendo incrementada.

c) Se advierem resultados insatisfatórios, não será o caso de revogar a lei, mas de aperfeiçoá-la.

d) Seria preciso que as medidas jurídicas contessem maior relevância para que se as aprovasse.

e) À medida que se deterem no exame dessa, haverá de constatar-se se ela apresenta falhas.

RESOLUÇÃO:

ALTERNATIVA A: Nesta alternativa, o verbo “sobreporam” está escrito de forma incorreta. Na verdade, a ortografia
correta desse verbo seria “sobrepuseram”, seguindo a conjugação do verbo “por” em sua terminação.
ALTERNATIVA B: “Intervir”, por sua terminação, segue a mesma conjugação do primitivo “vir”. Portanto, o correto
seria “interviessem”, e não “intervissem”.
ALTERNATIVA C: Item correto e redigido adequadamente.

ALTERNATIVA D: Neste item, o verbo “conter” está escrito inadequadamente. Esse verbo segue a mesma conjugação
do verbo “ter”, portanto a forma verbal apresentada deveria ser escrita como “contivessem”.
ALTERNATIVA E: Mais um item com escrita verbal inadequada. Desta vez, a vítima foi o verbo “deter”. Esse verbo
também segue a conjugação do verbo ter, devendo ter, portanto, a seguinte ortografia: “detiverem”.
Resposta: C

07. FCC - Tec Leg /ALESE/ 2018

Um filme publicitário traz um ator interpretando um boçal no pavilhão de uma Bienal. O almofadinha, vestindo pulôver
escuro com gola rolê, cita autores como Nietzsche e Méliès, entre outros, para compor um discurso afetado e vazio por
meio do qual definia uma suposta obra de arte. É o velho clichê do crítico intelectual.
Vi a propaganda no mesmo dia em que a Câmara Brasileira do Livro e a Amazon anunciaram uma nova categoria do
prêmio Jabuti: a dos melhores romances, contos, crônicas e poesia, na opinião dos leitores.
O prêmio da Escolha do Leitor foi anunciado em tom de inovação democrática. O mesmo argumento tem sustentado
algumas das estratégias de mercado draconianas de grandes corporações de internet. Afinal, dá-se voz ao leitor, que
agora pode pôr em xeque decisões arbitrárias de um punhado de críticos que não representam a opinião da maioria.
Nesse sentido, a Escolha do Leitor menos inova do que aperfeiçoa uma tendência que já coroava as edições anteriores
do prêmio: o Livro do Ano. Escolhido pelos livreiros, ele contempla os títulos com mais chances de corresponder às
expectativas do mercado, muitas vezes contrariando os resultados das categorias literárias.
A principal ressalva à inovação democrática do Jabuti, entretanto, é que já existe um prêmio do leitor. Ele se chama lista
dos mais vendidos e é outorgado no mundo inteiro. É claro que há diferenças. A favor da nova categoria, deve-se dizer

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que o leitor elegerá títulos apenas entre os finalistas. Ou seja, pela via do meio, o novo prêmio atenderia ao mercado
sem exonerar a crítica.
Mas, então, por que prêmios literários prestigiados mundo afora ignoram a opinião da maioria? A resposta é simples. A
despeito de seus eventuais equívocos (e não são poucos), os prêmios literários não foram criados para corresponder a
critérios objetivos de mercado.
Os prêmios literários são asserções (com frequência, inerciais; às vezes, justas e corajosas − e a coragem não costuma
ser fruto do consenso) sobre o que um grupo de pessoas, selecionadas por motivos nem sempre claros ou acertados,
acredita que deve ser defendido em termos de subjetividade e exceção.
Ao atribuir o prêmio de literatura a Bob Dylan, por exemplo, o Nobel tomou uma decisão idiossincrática, mas que exalta
o que há de subjetivo tanto em escrever como em ler e premiar literatura.
Ao contrário, exceção e subjetividade não fazem parte do vocabulário das grandes corporações de internet. É o que
torna tanto mais curioso que um dos poucos prêmios literários brasileiros de prestígio tenha incorporado a lógica
pleonástica dos algoritmos que estruturam a rede (o que mais se lê também é cada vez mais lido). Não é mais uma
perspectiva subjetiva, mas sim uma forma de endossar a premissa de que não se deve contrariar o gosto do "leitor"
(seja ele quem for, de preferência uma média que represente muitos).
Hoje, mais do que nunca, soa antipático e antidemocrático pôr em dúvida essa ideia generalizada de leitor. Mas fazer o
indivíduo acreditar que não precisa se esforçar para entender o que lhe escapa ou o que o contraria (como propõe a
propaganda da Bienal) tem menos a ver com o respeito pela formação de um leitor ou um espectador autônomo,
reflexivo, do que com a sua redução a potencial de lucro e com o estreitamento correlato de seus horizontes
intelectuais e subjetivos.
(Adaptado de: CARVALHO, Bernardo. “A opinião dos leitores e a crítica”. Disponível em: folha.uol.com.br. Acesso em:
10/3/2018)
uma tendência que já coroava as edições anteriores do prêmio (4o parágrafo)

O verbo flexionado nos mesmos tempo e modo do que se encontra acima está sublinhado em:

a) por meio do qual definia uma suposta obra de arte

b) o novo prêmio atenderia ao mercado

c) ou o que o contraria

d) o leitor elegerá títulos apenas entre os finalistas

e) ele contempla os títulos com mais chances

RESOLUÇÃO:

ALTERNATIVA A: “Coroava”, verbo destacado no enunciado da questão, está conjugado no pretérito imperfeito do
indicativo, mesmo caso de “definia”, o verbo destacado no item A. Portanto, item correto.
ALTERNATIVA B: “Atenderia” está conjugado no futuro do pretérito.

ALTERNATIVA C: “Contraria” está no presente do indicativo.

ALTERNATIVA D: “Elegerá” está conjugado no futuro do presente do indicativo.

ALTERNATIVA E: “Contempla” está conjugado no presente do indicativo.

Resposta: A

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08. FCC - SABESP/2018

O filósofo sempre foi considerado um personagem bizarro, estranho, capaz de cair num poço quando se embrenha em
suas reflexões − é o que contam a respeito de Tales (cerca de 625-547 a.C.). O primeiro filósofo, segundo a tradição
grega, combina enorme senso prático para os negócios com uma capacidade de abstração que o retira do mundo. Por
isso é visto como indivíduo dotado de um saber especial, admirado porque manipula ideias abstratas, importantes e
divinas. No fundo não está prefigurando as oposições que desenharão o perfil do homem do Ocidente? O divino Platão
e o portentoso Aristóteles fizeram desse estranhamento o autêntico espanto diante das coisas, o empuxo para a
reflexão filosófica.
Nos dias de hoje essa imagem está em plena decadência; o filósofo se apresenta como um profissional competindo
com tantos outros. Ninguém se importa com as promessas já inscritas no nome de sua profissão: a prometida amizade
pelo saber somente se cumpre se a investigação for levada até seu limite, cair no abismo onde se perdem suas raízes. A
palavra grega filosofia significa “amigo da sabedoria”, por conseguinte recusa da adesão a um saber já feito e
compromisso com a busca do correto.
Em contrapartida, o filósofo contemporâneo participa do mercado de trabalho. Torna-se mais seguro conforme
aumenta a venda de seus livros, embora aparente desprezar os campeões de venda. Às vezes participa do jogo da
mídia. Graças a esse comércio transforma seu saber em capital, e as novidades que encontra na leitura de textos, em
moeda de troca. Ao tratar as ideias filosóficas como se fossem meras opiniões, isoladas de seus pressupostos ligados ao
mundo, pode ser seduzido pela rigidez de ideias sem molejo, convertendo-se assim num militante doutrinário. Outras
vezes, cai nas frivolidades da vida mundana. Não vejo na prática da filosofia contemporânea nenhum estímulo para que
o estudioso se comprometa com uma prática moral e política mais consciente de si mesma, venha a ser mais tolerante
às opiniões alheias.
Num mundo em que as coisas e as pessoas são descartáveis, a filosofia e o filósofo também se tornam dispensáveis,
sempre havendo uma doutrina ou um profissional capaz de enaltecer uma trama de interesses privados. A constante
exposição à mídia acaba levando o filósofo a dizer o que o grande público espera dele e, assim, também pode usufruir
de seus quinze minutos de celebridade. Diante do perigo de ser engolfado pela teia de condutas que inverte o sentido
original de suas práticas, o filósofo, principalmente o iniciante, se pretende ser amante de um saber autêntico, precisa
não perder de vista que assumiu o compromisso de afastar-se das ideias feitas − ressecadas pela falta da seiva da
reflexão − e de desconfiar das novidades espalhafatosas. Se aceita consagrar-se ao estudo das ideias, que reflita sobre o
sentido de seu comportamento.
(Adaptado de: GIANNOTTI, José Arthur. Lições de filosofia primeira. São Paulo: Companhia das Letras, 2011, edição
digital)
... que reflita sobre o sentido de seu comportamento.

O verbo flexionado nos mesmos tempo e modo do sublinhado acima está na frase:

a) ... que o retira do mundo.

b) ... venha a ser mais tolerante às opiniões alheias.. .

c) ... como se fossem meras opiniões, isoladas de seus pressupostos. ..

d) ... que inverte o sentido original de suas práticas.. .

e) A palavra grega filosofia significa “amigo da sabedoria”...

RESOLUÇÃO:

O enunciado da questão traz a forma verbal “reflita”, conjugada no presente do subjuntivo do verbo “refletir”.

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ALTERNATIVA A: No item a, a forma verbal destacada é “retira”. Esse item não pode ser marcado como correto, pois
“retira” é um verbo conjugado no presente do indicativo, e não do subjuntivo.
ALTERNATIVA B: Toda locução verbal deve ter seu tempo definido pelo seu verbo auxiliar, nesse caso “venha”. Essa
forma verbal corresponde ao presente do subjuntivo do verbo “vir”, estando no mesmo tempo e modo do verbo
“reflita”. Portanto, este é o item a ser marcado.
ALTERNATIVA C: “Fosse” está no pretérito imperfeito do subjuntivo.

ALTERNATIVA D: “Inverte” está conjugado no presente do indicativo.

ALTERNATIVA E: “Significa” está conjugado no presente do indicativo.

Resposta: B

09. FCC - SABESP/2018


Foi em 1964. Vinícius de Moraes esperava pelo jornalista e compositor Antônio Maria num chalezinho em Barão de
Mauá, onde tinham combinado passar alguns dias.
Eram mais que amigos − irmãos. De repente, foram dar a Vinícius a notícia de que Antônio Maria morrera na véspera, de
infarto. Vinícius sentiu o que chamou de “coice da morte” e se deixou ficar, arrasado, na varanda do chalé. Naquele
momento, um passarinho entrou pela varanda e começou a fazer evoluções à sua volta. Era um passarinho gordo, como
Maria. O poeta escreveu depois: “Tenho certeza que aquele passarinho gordo era você, meu Maria, fazendo palhaçada
para me tirar da fossa”.
Vinícius tinha prática nesses assuntos. Em 1955, morrera-lhe outro amigo querido, Jayme Ovalle. Dias depois, Vinícius
escreveu a Manuel Bandeira: “Ele [Ovalle] não tem me largado um instante. Agora mesmo que estou te escrevendo,
está sentado na poltrona em frente” − e descreveu uma longa cena do amigo morto que o visitava.
Ovalle morrera no Rio e Vinícius estava em Paris, detalhe insignificante no além.

Quando se perde um amigo, vêm o vazio e a sensação de que, por mais que se falassem, os dois não disseram tudo.

(Adaptado de: CASTRO, Ruy. Disponível em: folha.uol.com.br. Acessado em: 30/3/18)

O verbo que, no contexto, pode ser corretamente flexionado no singular, sem que nenhuma outra modificação seja
feita na frase, está sublinhado em:
a) De repente, foram dar a Vinícius a notícia de que... (1º parágrafo)

b) ... por mais que se falassem... (último parágrafo)

c) Eram mais que amigos − irmãos. (1º parágrafo)

d) ... os dois não disseram tudo. (último parágrafo)

e) Quando se perde um amigo, vêm o vazio e a sensação de que... (último parágrafo)

RESOLUÇÃO:

ALTERNATIVA A: O verbo “foram” não pode ser flexionado no singular pela condição do sujeito. Como se trata de uma
oração com sujeito indeterminado, a mudança da 3ª pessoa do plural para a 3ª pessoa do singular traria incoerência
textual bem como gramatical, pois a frase necessitaria de um sujeito de 3ª pessoa do singular para se manter correta.
Portanto, item incorreto.
ALTERNATIVA B: Item também incorreto, pois se o verbo fosse colocado no singular - “falasse” -, o “se” anterior
deixaria de dar uma ideia de ação recíproca para se tornar um índice de indeterminação do sujeito, modificando toda a
ideia do trecho.

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ALTERNATIVA C: “Eram” concorda com “eles”, sujeito desinencial que está nesse número por causa de “amigos”.

ALTERNATIVA D: Alternativa também incorreta. “Disseram” concorda em número com o sujeito “dois”. Sendo assim,
para passar esse verbo ao singular haveria de ser modificado também o numeral.
ALTERNATIVA E: Alternativa correta, pois “vêm” é um verbo anteposto a sujeito composto. Nessa situação, o verbo
pode concordar com o sujeito de duas formas: por atratividade (concordando apenas com o mais próximo, ficando no
singular, “vem”) ou por lógica (concordando com ambos, sendo, assim, flexionado no plural, “vêm”).
Resposta: E

10. FCC - SABESP/2018

A partir de que momento uma obra é, de fato, arte? Mona Suhrbier, etnóloga e especialista em questões ligadas à
Amazônia do Museu de Culturas do Mundo de Frankfurt, explica em entrevista por que trabalhos de mulheres indígenas
que vivem em zonas não urbanas têm dificuldade de achar um lugar nos museus.
Qual tipo de arte pode ser classificado como “arte indigena”? Devo mencionar, de início, que aqui no Museu das
Culturas do Mundo não usamos o termo “arte indígena”. O Museu coleciona desde 1975 arte não europeia. Em cada
exposição, indicamos o nome da região de que a arte em questão vem. Mas para responder a sua pergunta com uma
pequena provocação: arte indígena é sempre aquela que não é nacional. É o tipo de arte que os países não querem usar
para representá-los no exterior. É o “folclore”, o “artesanato”. Para este tipo de arte foi criado no século 21 um espaço
especial: o Museu do Folclore. Já me perguntei: por que é que se precisa desse museu? Por que aquilo que é exibido nele
não é considerado simplesmente arte?
E você encontrou uma resposta a essa pergunta? Quando uma produção deriva de formas de expressão rurais, coloca-
se a obra no Museu do Folclore, sobretudo se for feita por mulheres. Mas se a obra for de autoria de um artista urbano,
cujo currículo seja adequado, ou seja, se tiver estudado com “as pessoas certas”, aí sim ele pode iniciar o caminho para
que se torne um artista reconhecido. Na minha opinião, o problema está nesses critérios “ocidentais”. Muitas vezes o
próprio material já define: o mundo da arte aceita com prazer a cerâmica (“sim, poderia ser arte”), enquanto um cesto
trançado já é mais difícil.
Até que ponto especialistas em arte, socializados em culturas ocidentais, refletem a respeito do fato de que talvez não
possam julgar tradições artísticas que não conhecem? Acredito que as pessoas, inclusive os especialistas em arte,
tendem a julgar como bom aquilo que já conhecem. As pessoas, em sua maioria, não pensam que cresceram em um
mundo visual específico. Esse mundo serve como uma espécie de norma. É mais uma questão sensorial que intelectual.
Acho que, entre nós, há muito pouco autoquestionamento no que concerne ao que nos marcou esteticamente.
(Adaptado de: REKER, Judith. “Arte não europeia: ‘não queremos ser como vocês’”.
Disponível emh:t tps://www.goethe.de)
O verbo em destaque deve sua flexão ao elemento sublinhado em:

a) trabalhos de mulheres indígenas que vivem em zonas não urbanas têm dificuldade

b) É o tipo de arte que os países não querem usar para representá-los no exterior.

c) Quando uma produção deriva de formas de expressão rurais, coloca-se a obra no Museu do Folclore

d) aí sim ele pode iniciar o caminho para que se torne um artista reconhecido

e) há muito pouco autoquestionamento no que concerne ao que nos marcou esteticamente.

RESOLUÇÃO:

ALTERNATIVA A: O verbo “têm”, grifado na alternativa, tem ligação direta com a palavra “trabalhos”, que promove a
flexão do verbo ter no plural, marcado pelo uso do acento circunflexo. Para compreendermos isso, devemos buscar o

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trecho completo no texto, vejamos: “... trabalhos de mulheres indígenas que vivem em zonas não urbanas têm dificuldade
de achar um lugar nos museus”. Pois bem, percebemos que o sujeito do verbo “têm” é justamente “trabalhos”.
“Mulheres”, na verdade, não está exercendo o papel de sujeito, mas sim de adjunto adnominal, que por sua vez é
modificado pela oração subordinada adjetiva restritiva “que vivem em zonas não urbanas”. Item plenamente correto.
ALTERNATIVA B: “Representá-los” tem como seu sujeito a expressão “tipo de arte”, pois é “tipo de arte” o elemento
usado para “representá-los no exterior”. “Os países”, elemento sublinhado, é sujeito da locução verbal “querem usar”,
não influenciando, portanto, a flexão do verbo “representá-los”. Item incorreto.
ALTERNATIVA C: “Produção”, termo grifado na alternativa é sujeito de “deriva”. Já o verbo “coloca-se”, marcado na
alternativa, tem ligação com o sujeito “a obra”. Note que o “se” exerce função de partícula apassivadora, pois está
ladeado de um verbo que solicita objeto direto. Portanto, item incorreto, já que “produção” influencia a flexão de
“deriva”.
ALTERNATIVA D: O verbo “tornar”, grifado na alternativa, é praticado pelo sujeito “ele”, e não pela expressão “o
caminho”. Assim, “o caminho” não influencia a flexão de “tornar”. Item incorreto.
ALTERNATIVA E: “Há” é um verbo sem sujeito, portanto, “autoquestionamento” – que funciona como OBJETO
DIRETO - não teria como influenciar sua flexão. Item incorreto.
Resposta: A

11. FCC - TRT 2/2018


A importância do imperfeito
O conceito de perfeição guia muitas aspirações nossas, seja em nossas vidas privadas, seja nos diversos espaços
profissionais. Falamos ou ouvimos falar de “relações perfeitas” entre duas pessoas como modelos a serem seguidos, ou
de almejar sempre a realização perfeita de um trabalho. Em algumas religiões, aprendemos que nosso objetivo é
chegar ao paraíso, lar da perfeição absoluta, final de jornada para aqueles que, se não conseguiram atingir a perfeição
em vida, pelo menos a perseguiram com determinação.
Historicamente, o perfeito está relacionado com a estética, andando de mãos dadas com o belo, conforme rezam os
preceitos da arte clássica. Muito da criatividade humana, tanto nas artes como nas ciências, é inspirado por esse ideal
de perfeição. Mas nem tudo. Pelo contrário, várias das ideias que revolucionaram nossa produção artística e científica
vieram justamente da exaltação do imperfeito, ou pelo menos da percepção de sua importância.
Nas artes, exemplos de rompimento com a busca da perfeição são fáceis de encontrar. De certa forma, toda a pintura
moderna é ou foi baseada nesse esforço de explorar o imperfeito. Romper com o perfeito passou a ser uma outra
possibilidade de ser belo, como ocorre na música atonal ou na escultura abstrata, em que se encontram novas
perspectivas de avaliação do que seja harmônico ou simétrico. Na física moderna, o imperfeito ocupa um lugar de
honra. De fato, se a Natureza fosse perfeita, o Universo seria um lugar extremamente sem graça. Do microcosmo das
partículas elementares da matéria ao macrocosmo das galáxias e mesmo no Universo como um todo, a imperfeição é
fundamental. A estrutura hexagonal dos flocos de neve é uma manifestação de simetrias que existem no nível
molecular, mas, ao mesmo tempo, dois flocos de neve jamais serão perfeitamente iguais. Não faltam razões, enfim,
para que nos aceitemos como seres imperfeitos. Por que não?
(Adaptado de: GLEISER, Marcelo. Retalhos cósmicos. São Paulo: Companhia das Letras, 1999, p. 189-190)

Numa reelaboração de um segmento do texto, mantêm-se a correção da frase e uma adequada correlação entre os
tempos e modos verbais em:
a) Em algumas religiões, tomávamos consciência de que o nosso objetivo era chegar ao paraíso, visto como um espaço
de plenitude e perfeição.
b) Algumas teses de que iriam revolucionar a produção artística têm a haver com a incorporação, das formas
imperfeitas.

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c) Muitos casos de ruptura com a sede de perfeição verifica-se na exploração de novos modelos artísticos, aonde
predominasse a imperfeição.
d) Se numa relação afetiva entre duas pessoas poderiam ocorrer discensões, o que de fato se pretendia eram uma troca
de afetos harmoniosos.
e) Não apenas na arte, como assim também na física, o lugar do imperfeito existiria como um fator que proporcione o
equilíbrio de uma determinada estrutura.
RESOLUÇÃO:

ALTERNATIVA A: A redação do item está inteiramente correta, tanto na sua correção ortográfico-gramatical como na
inter-relação coesiva dos modos e tempos verbais.
ALTERNATIVA B: O período descrito nesta alternativa está incorreto por dois motivos: o uso da preposição “de” antes
do “que”, pois não há forma verbal ou nominal à direita do relativo solicitando preposição para se ligar ao termo
antecedente”; além disso, o uso de “haver” está incorreto, devendo ser substituído por “a ver”.
ALTERNATIVA C: Nesta alternativa, o verbo “verifica-se” está flexionado de forma incorreta, pois deveria manter
concordância com “muitos casos”. Note que o “se” exerce função de partícula apassivadora, pois está ladeada de um
verbo que solicita objeto direto. Além disso, o emprego de “aonde” está equivocado, pois este retoma antecedente que
expresse a ideia de lugar, o que não é o caso de “novos modelos artísticos. ”. Deve-se empregar a forma “em que” no
lugar de “aonde”. Por fim, para que haja correção com o presente do indicativo “verificam-se”, deve-se empregar o
presente do subjuntivo “predomine”.
ALTERNATIVA D: Nesta alternativa, temos dois erros: primeiro, a grafia da palavra “discensões”, quando o correto
seria “dissensões”; depois, a flexão do verbo “eram”, que deveria estar no singular pois se relaciona a “uma troca”.
ALTERNATIVA E: Mais uma vez temos dois equívocos: primeiro, a redundância no uso de “como assim também”,
devendo ser usado apenas o “como também” ou o “assim como”; segundo, o verbo “existiria”, conjugado no futuro do
pretérito do indicativo deveria se encaixar coesivamente com o pretérito imperfeito do subjuntivo do verbo
“proporcionar”, no caso, “proporcionasse”.
Resposta: A

12. FCC - DPE AM/2018

A velhice na sociedade industrial

Durante a velhice deveríamos estar ainda engajados em causas que nos transcendem, que não envelhecem, e que dão
significado a nossos gestos cotidianos. Talvez seja esse um remédio contra os danos do tempo. Mas, pondera Simone
de Beauvoir, se o trabalhador aposentado se desespera com a falta de sentido da vida presente, é porque em todo o
tempo o sentido de sua vida lhe foi roubado. Esgotada a sua força de trabalho, sente-se um pária, e é comum que o
escutemos agradecendo sua aposentadoria como uma esmola.
A degradação senil começa prematuramente com a degradação da pessoa que trabalha. Esta sociedade pragmática
não desvaloriza somente o operário, mas todo trabalhador: o médico, o professor, o esportista, o ator, o jornalista.
Como reparar a destruição sistemática que os homens sofrem desde o nascimento, na sociedade da competição e do
lucro a qualquer preço? Cuidados geriátricos não devolvem a saúde física nem mental. A abolição dos asilos e a
construção de casas decentes para a velhice, não segregadas do mundo ativo, seria um passo à frente.
Mas haveria que sedimentar uma cultura para os velhos com interesses, trabalhos, responsabilidades que tornem digna
sua sobrevivência. Como deveria ser uma sociedade para que, na velhice, o homem permaneça um homem? A resposta
é radical para Simone de Beauvoir: “seria preciso que ele sempre tivesse sido tratado como homem”.
Para que nenhuma forma de humanidade seja excluída da Humanidade é que as minorias têm lutado, que os grupos
discriminados têm reagido. A mulher, o negro, combatem pelos seus direitos, mas o velho não tem armas. Nós é que
temos de lutar por ele.

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(Adaptado de: BOSI, Ecléa. Lembranças de velhos. S. Paulo: T. A. Queiroz, 1983, p. 38-39)

Há construção na voz passiva, bem como adequada correlação entre tempos e modos verbais, na frase:

a) Se, em nossa velhice, ainda estivéssemos engajados em causas políticas maiores, bem mais digna será nossa
condição de vida.
b) Por lhes ter sido roubado o sentido mesmo de viver, os trabalhadores aposentados chegam a se desesperar com
tamanho vazio.
c) Desde que a sociedade passou a glorificar a competição e o pragmatismo, os homens veriam desvalorizados seus
ideais mais nobres.
d) Fossem outros os valores de nossa sociedade, em lugar do atual pragmatismo vicioso, outra cultura poderá incluir
com justiça os velhos trabalhadores.
e) No caso de que viesse a encontrar quem lute por ele, o velho terá reconhecido nesse apoio uma comprovação de
nossa humanidade.
RESOLUÇÃO:

ALTERNATIVA A: A redação desta alternativa está incorreta, pois o modo subjuntivo da forma verbal “estivéssemos”
pressupõe incerteza no acontecimento da ação descrita e a forma verbal “será”, futuro do presente, dá a certeza de que
o evento acontecerá. Assim sendo, a correlação entre os modos verbais constitui incoerência.
ALTERNATIVA B: Eis a alternativa que constitui o gabarito correto. Sua redação conta não apenas com o uso correto
das correlações temporais do verbo como do uso adequado da voz passiva.
ALTERNATIVA C: O verbo “passou”, pretérito perfeito do indicativo, não pode ser associado adequadamente ao verbo
“veriam”, pois este reproduz uma possibilidade futura, não se concatenando coerentemente com um passado já
formado. Não existe correlação entre as duas formas, portanto!
ALTERNATIVA D: “Fossem”, verbo que inicia a redação dessa alternativa, pressupõe o uso do condicional “se”,
indicando que se trata de um verbo do subjuntivo, o modo da possibilidade. Só teríamos efetivamente uma coesão
temporal se fosse utilizado o verbo “poderia”, no futuro do pretérito.
ALTERNATIVA E: Alternativa incorreta. “Viesse” está conjugado no pretérito imperfeito do subjuntivo, portanto deve
se ligar a um verbo que indique possibilidade. No entanto, “terá” indica um evento certo no futuro, não efetivando
coesão e coerência na relação com o verbo anterior. Não existe correlação entre as duas formas, portanto!
Resposta: B

13. FCC - DPE AM/2018

Há correspondência entre tempos e modos entre as formas verbais empregadas em:

a) Caso estivesse vivo hoje, o filósofo Auguste Comte teria a oportunidade de constatar o quanto suas suposições se
distanciaram da experiência.
b) Independentemente da época em que fossem expressas, as previsões sobre o futuro sempre dirão muito mais sobre
o presente de quem se arriscar a fazê-las.
c) Por mais precisos que nossos instrumentos de medição de engarrafamentos venham a se tornar, é improvável que
fôssemos capazes de fazer previsões a longo prazo.
d) Quando a extensão do cosmo puder ser medida, tivéssemos chegado a um novo patamar da experiência humana,
nunca vislumbrado por cientistas ou filósofos.
e) O conhecimento humano possui limitações, mas é função da ciência pôr essas limitações à prova, a fim de que
poderíamos avançar continuamente.

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RESOLUÇÃO:

ALTERNATIVA A: Clássica questão da banca FCC, requerendo do candidato o conhecimento dos tempos verbais. Essa
banca utiliza muito a correlação entre pretérito imperfeito do subjuntivo – “estivesse” - com futuro do pretérito no
modo indicativo – “teria”. Nesse contexto, a redação da alternativa A constitui redação perfeitamente correta, sendo,
portanto, nosso gabarito.
ALTERNATIVA B: O verbo “fossem”, pretérito imperfeito do subjuntivo, indica uma possibilidade, eventualidade.
Contudo, os verbos “dirão” e “arriscar” não conseguem se concatenar coerentemente com o modo verbal indicado,
devendo ser substituídos por “diriam” e “arriscasse”.
ALTERNATIVA C: A locução verbal “venham a se tornar” impõe uma possibilidade de acontecimento no futuro,
contudo, na oração seguinte, o verbo “é” – no indicativo -, associado ao “fôssemos” – no subjuntivo -, resulta numa
incoerência, pois mescla, para uma mesma ideia, possibilidade e certeza.
ALTERNATIVA D: O verbo “puder” expressa uma possibilidade de acontecimento futuro. Trata-se do futuro do
subjuntivo. Na redação do item, no entanto, aparece o verbo “tivéssemos”, pretérito imperfeito subjuntivo, gerando
um descompasso na construção frasal.
ALTERNATIVA E: Redação incorreta, vejamos: “possui” propõe um acontecimento presente, que é relacionado a outro
presente, “é”, que se liga a uma finalidade, portanto um objetivo futuro e certo, por causa do uso de “a fim de que”.
Contudo, utiliza-se o futuro do pretérito, que, apesar de ser futuro, expressa uma ideia de incerteza. Portanto, item
incorreto.
Resposta: A

14. FCC - DETRAN MA)/2018


Percursos
Não há dúvida de que uma linha reta é o caminho mais curto entre dois pontos. Mas ninguém pode afirmar que seja
também o melhor, o mais indicado, o mais proveitoso, por ser mais alegre, mais bonito ou mais surpreendente. Quem
caminha pelas cidades sabe que há trajetos e trajetos: uns para a pressa, outros para animar o espírito. Numa época em
que a velocidade se tornou uma espécie de paradigma geral, vale a pena experimentar alternativas para o nosso modo
de atravessar os espaços e o tempo.
Imagino quantos motoristas presos num congestionamento não sonharão em abandonar o carro, ou quantos
passageiros em deixar o ônibus, e sair à toa e a pé em busca de novos caminhos, desistindo de se submeter à ditadura
do relógio e dos compromissos. Se ninguém faz isso, o desejo de libertação existe para todos. As grandes cidades, em
vez de oferecerem espaços de circulação ou acolhimento, impõem-nos caminhos intransitáveis, paralisantes. Nosso
estilo de vida levou-nos aos impasses urbanos que impositivamente configuram nossa rotina.
Dizia o poeta espanhol António Machado que o caminho se faz caminhando, que os caminhantes é que traçam e
qualificam seu destino. Essa convicção deveria inspirar não apenas os responsáveis diretos pelo uso mais desfrutável do
espaço urbano, mas todos aqueles que sentem seu compromisso com os rumos e o andamento da civilização.
(Hermínio Toledo, inédito)

A flexão das formas verbais e a articulação entre seus tempos e modos estão plenamente adequadas na frase:

a) Quem caminhasse pelas grandes cidades virá a constatar que elas contessem muitas surpresas.

b) Numa época em que a velocidade se impuser de forma ainda mais drástica, valerá a pena buscar alternativas.

c) Se ninguém vir a buscar caminhos alternativos, nenhuma possibilidade real de libertação seria explorada.

d) Nosso estilo de vida levará-nos a impasses urbanos que dificilmente encontrariam alguma forma de solução.

e) A convicção do poeta acena para a criação nossa de caminhos próprios, da qual advisse um novo prazer de viver.

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Aula 4: Verbos

RESOLUÇÃO:

ALTERNATIVA A: Este item é incorreto pelo seguinte erro: “caminhasse” é pretérito imperfeito do subjuntivo, portanto
acontecimento incerto, o qual não consegue casar adequadamente com o verbo “virá”, futuro do presente do
indicativo, que impõe a certeza do acontecimento da ação no futuro. Não há correlação entre esses dois tempos
verbais.
ALTERNATIVA B: Item correto, com redação plenamente adequada.

ALTERNATIVA C: O uso do condicional “se” intenciona o uso do pretérito imperfeito do subjuntivo “viesse”, algo que é
confirmado pela existência do verbo “seria”, o futuro do pretérito do indicativo. Contudo, a redação do item usa o
infinitivo “vir”. Deveria ter sido empregada a forma “viesse”.
ALTERNATIVA D: “Levará” impõe uma situação de ocorrência certa no futuro, portanto não podem ser usados verbos
que indiquem situação possível, pois isso quebrará a coerência e a coesão do trecho. Sendo assim, o item é incorreto,
pois posteriormente aparece o verbo “encontrariam”, que deveria ser substituído com correção por “encontrarão”.
Além disso, está errada a colocação do pronome oblíquo após a forma verbal futura – levará-nos. Deveria ser
empregada a forma “nos levará” ou “levar-nos-á”.
ALTERNATIVA E: “Advisse” tem ortografia incorreta. O verbo escrito com correção seria “adviesse”, contudo ainda
teríamos um erro de organização temporal, pois não há o encaixe entre um presente existente com um passado
possível do pretérito do subjuntivo, devendo ser substituído por “advenha”, presente do subjuntivo.
Resposta: B

15. FCC - TRT 6/2018

A arte requer “explicação”?

Aqui e ali, quem frequenta bienais, salões de arte ou exposições de artes plásticas encontrará de repente não um
quadro, uma escultura ou algum objeto de significação histórica, mas uma instalação – nome que se dá, segundo o
dicionário Houaiss, a “alguma obra de arte que consiste em construção ou empilhamento de materiais, permanente ou
temporário, em que o espectador pode participar, manipulando-a, ou, sendo, às vezes, de tamanho tão grande, que o
espectador pode nela entrar”.
Trata-se, em outras palavras, de materiais organizados num espaço físico de modo a constituírem uma obra de arte.

Ocorre, porém, com grande parte das instalações, um fenômeno curioso: com muita frequência o criador é convidado a
explicar – e o faz com linguagem muito sofisticada – o sentido profundo que pretendeu dar àquele conjunto de
materiais, àquela instalação que ele concebeu. Para o público, restará a impressão final de que os materiais eram, em si
mesmos, insuficientes para significarem alguma coisa: precisavam da explicação de quem os utilizou.
As verdadeiras obras de arte se impõem por si mesmas, independentemente de qualquer explicação prévia ou
justificativa final. O grande músico, o grande escritor, o grande cineasta não precisam interpor-se entre a sonata, o
romance ou o filme para explicar seu sentido junto ao público. Certamente haverá oportunidade para todos refletirmos
sobre o sentido dinâmico de uma obra artística que atingiu o nosso interesse e provocou o nosso prazer; mas nada será
mais forte do que a mobilização emocional e intelectual que a obra já despertou em nós, no primeiro contato.
(Aristeu Valverde, inédito)

Há construção na voz passiva e adequada articulação entre os tempos verbais na frase:

a) Os que apreciarem as instalações, no futuro, talvez poderiam emprestar-lhes o sentido que hoje não parecem ter.

b) Ao serem visitadas, as instalações costumam impressionar o público que se deixa levar pela significação que o próprio
autor lhes atribui.

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c) Se fosse para levar a sério a materialidade das instalações, nenhuma delas necessita da justificativa a ser dada pelo
criador.
d) Nunca a linguagem das grandes obras de arte teria necessidade de alguma explicação que venha a se tornar
indispensável.
e) Por mais que nos esforcemos para perscrutar o sentido de uma instalação, este sempre dependeria das razões
alegadas pelo autor.
RESOLUÇÃO:

ALTERNATIVA A: Temos nesta alternativa dois problemas: primeiro, não temos nenhuma indicação de uso da voz
passiva, como o enunciado da questão pede; segundo, o uso do verbo “apreciarem” (futuro do subjuntivo) não condiz
com a conjugação do verbo “poderiam” (futuro do pretérito do indicativo), já que não há correlação entre esses tempos
verbais.
ALTERNATIVA B: Item correto, pois temos a construção passiva que se pede (ao serem visitadas) bem como a
correlação correta entre os tempos verbais: presente do indicativo “costumam”, com presente do indicativo “deixa”,
com outro presente do indicativo “atribui”.
ALTERNATIVA C: Temos mais uma vez dois problemas: primeiro a correlação temporal, afinal, o uso do verbo “fosse”,
no imperfeito do subjuntivo, não é compatível com o presente do indicativo “necessita”. O correto seria empregar
“necessitaria”.
ALTERNATIVA D: Mais uma alternativa sem uso da voz passiva. Além disso, ocorre erro na correlação entre as formas
verbais “teria” e “venha”. Uma combinação possível seria “teria” e “viesse”.
ALTERNATIVA E: Outro item sem voz passiva. Adicionado a esse erro, temos a questão de que o presente do
subjuntivo “esforcemos” e a forma de futuro do pretérito “dependeria” não são compatíveis. Uma combinação possível
seria “esforcemos” e “dependerá”.
Resposta: B

16. FCC - AGED MA/ 2018

[Sobre a amizade]

Entre parentes, a natureza dispôs com efeito uma espécie de amizade; mas ela não é de uma resistência a toda prova.
Assim, a amizade vale mais que o parentesco, em razão de o parentesco poder se esvaziar de toda afeição, ao passo
que a amizade não: retire-se a afeição, e não haverá mais amizade digna desse nome, mas o parentesco sempre
subsiste.
(Adaptado de: CÍCERO. Saber envelhecer. Trad. de Paulo Neves. Porto Alegre: L&PM, 1997, p. 85)

(...) retire-se a afeição, e não haverá mais amizade digna desse nome, mas o parentesco sempre subsiste.

Alterando-se as formas verbais sublinhadas na frase acima, manter-se-á uma correta articulação temporal entre elas
caso sejam substituídas, respectivamente, por:
a) fosse retirada − não terá havido − subsistiu

b) venha a retirar-se − não haveria − subsistirá

c) retiremos − não haja − subsistira

d) retirássemos − não haveria − subsistiria

e) retirou-se − tem havido − subsista

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RESOLUÇÃO:

ALTERNATIVA A: A relação mantida nesta alternativa não tem encaixe temporal, pois “fosse” está no pretérito
imperfeito do subjuntivo e os verbos posteriores, “terá” e “subsistiu”, estão no futuro do presente e no pretérito
perfeito, ambos do indicativo. Essas duas últimas formas verbais indicam ações de ocorrência certa, o que não encaixa
na coerência pedida pelo primeiro verbo.
ALTERNATIVA B: Mais uma alternativa incorreta, pois “venha”, no presente do subjuntivo, não é compatível com o
futuro do pretérito “haveria”.
ALTERNATIVA C: A forma verbal “retiremos” está no presente do subjuntivo, expressando um desejo, uma vontade. A
forma verbal “não haja” não dá ao texto coerência, pois se necessita um tempo que expresse certeza após atendida a
condição. Dessa forma, seria necessário empregar a flexão de futuro “não haverá”. Além disso, a fora verbal
“subsistira”, no pretérito mais-que-perfeito, pressupõe o acontecimento de duas ações no passado: uma mais próxima
e outra mais remota, o que a reestruturação da frase não mostra.
ALTERNATIVA D: Alternativa perfeita. Esta é uma marca da banca FCC: o uso do pretérito imperfeito do subjuntivo
(terminado em SSE) e o futuro do pretérito (RIA). O primeiro verbo (retirássemos) propõe uma ação de acontecimento
duvidoso, hipotético, assim, as suas consequências devem se processar num ponto posterior do tempo também de
forma duvidosa, o que é corretamente expresso por “não haveria” e “subsistiria”, ambos no futuro do pretérito do
indicativo.
ALTERNATIVA E: “Retirou-se” é um verbo do pretérito perfeito do indicativo, sendo assim, uma ação que aconteceu
num passado determinado e não duradouro. Contudo, “tem havido” traz o sentido de que uma ação foi iniciada no
passado e se mantém no tempo, quebrando a correlação iniciada pelo verbo anterior. Por fim, “subsista”, além de não
manter coerência temporal, não tem articulação gramatical com o adversativo “mas”, que requer um verbo no
indicativo.
Resposta: D
17. FCC - AGED MA/2018

Há correspondência correta entre tempos e modos verbais na seguinte frase:

a) É preciso que se aumente o investimento em pesquisa para que o agronegócio brasileiro não precisasse importar
tanto maquinário.
b) Se houvesse maior difusão das novas tecnologias, o agronegócio brasileiro será uma das principais áreas a se
beneficiar.
c) O presidente da Embrapa demonstrou convicção ao defender que as novas tecnologias revolucionarão o futuro do
agronegócio.
d) A agricultura de precisão já esteja sendo necessária nos dias atuais, mas talvez tivesse sido mais determinante para o
futuro do agronegócio.
e) Quando a carne produzida em laboratório tiver amplo consumo é que poderíamos dizer se os recursos gastos em seu
desenvolvimento sejam válidos.
RESOLUÇÃO:

ALTERNATIVA A: Nesta alternativa, desenvolve-se uma ação que perdura no tempo, a partir da expressão “é preciso
que se aumente”. Essa alternativa é incorreta pelo fato de que “precisasse”, pretérito imperfeito do subjuntivo,
estabelece uma ideia de passado. Para que houvesse correção, deveríamos empregar a forma “precise”.
ALTERNATIVA B: “Se houvesse”, no pretérito imperfeito do subjuntivo, não combina com “será”, no futuro do presente
do indicativo.
ALTERNATIVA C: Item 100% adequado. O texto tem coesão e coerência temporal, pois faz a transição entre um fato
que ocorreu no passado associado com uma expectativa de futuro, uma hipótese que poderá se processar.

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ALTERNATIVA D: “Esteja” representa uma condição de possibilidade, porém a construção da frase, com “já” e
“necessária”, indica que se buscava uma expressão de certeza, uma afirmação.
ALTERNATIVA E: “Quando tiver” produz um efeito de acontecimento possível no futuro. Assim, a ideia posterior
deveria ser processada num futuro ainda mais distante, mas certo, determinado. Contudo, a frase utiliza o futuro do
pretérito “poderíamos”, que passa a ideia de possibilidade, quebrando a coerência temporal da frase.
Resposta: C
18. FCC - AGED MA/2018

Há correspondência plena entre as formas verbais na frase:

a) O litoral maranhense tenha sido esquecido pelos portugueses, antes mesmo que os franceses o ocupariam.

b) Se os portugueses tivessem se preocupado com o litoral maranhense, os franceses não o tivessem frequentado.

c) Já que os portugueses não se preocuparão com o litoral maranhense, os franceses o ocupassem oportunamente.

d) Os franceses começaram a frequentar o litoral maranhense, mas os portugueses não terão se preocupado com isso.

e) Como os portugueses não se preocuparam com o litoral maranhense, os franceses começaram a frequentá-lo.

RESOLUÇÃO:

ALTERNATIVA A: “Tenha sido” é flexão de subjuntivo e demonstra um acontecimento que poderia ter sido processado,
hipoteticamente. Contudo, a frase, em sua construção e sentido, mostra um fato efetivamente processado, portanto o
verbo deveria ser substituído pela forma de indicativo “tinha”.
ALTERNATIVA B: “Tivessem frequentado” exprime uma possibilidade de acontecimento no passado, uma situação
hipotética. Para que houvesse correlação, a forma verbal posterior deveria estar no futuro do pretérito “teriam”.
ALTERNATIVA C: Mais um item incorreto, afinal a expressão “se preocuparão” indica uma ação num futuro certo, que
acontecerá. Porém, “ocupassem” não exprime uma condição posterior, o que comprometeria a lógica da frase. Para
que houvesse correlação, o correto seria utilizar “ocuparão”.
ALTERNATIVA D: “Começaram a frequentar” indica uma ação que ocorreu no passado. A construção da frase exige,
para que haja correlação entre os tempos, o emprego da forma “teriam se preocupado”.
ALTERNATIVA E: Alternativa correta, pois, como dito no item anterior, a construção da frase sugere ações
concomitantes, que devem estar na mesma temporalidade, ambas, no caso, estão no pretérito perfeito do indicativo, o
que confere coesão e coerência ao trecho.
Resposta: E
19. FCC - ALESE/2018

[Linguagens e culturas]

Este livro estuda as modificações que se deram na cultura das classes populares ao longo das últimas décadas, de modo
especial aquelas que podem ser atribuídas à influência das publicações de massa. Creio que obteríamos resultados
muito semelhantes caso tomássemos como exemplos algumas outras formas de comunicação, como o cinema, o rádio
ou a televisão.
Penso que tenho sempre tentado dirigir-me principalmente ao “leitor comum” sério ou “leigo inteligente” de qualquer
classe social. Não significa isto que eu tenha tentado adotar qualquer tom de voz específico, ou que tenha evitado o uso
de quaisquer termos técnicos, para só empregar expressões banais. Escrevi tão claramente quanto o permitiu a minha
compreensão do assunto, e apenas usei termos técnicos quando me pareceram susceptíveis de se tornarem úteis e
sugestivos.

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O “leigo inteligente” é uma figura vaga, e a popularização uma tarefa perigosa; mas parece-me que aqueles de nós que
consideram uma urgente necessidade escrever para ele devem continuar a tentá-lo. Porque um dos mais nefastos
aspectos da nossa condição cultural é a divisão entre a linguagem dos peritos e o nível extraordinariamente baixo
daquela utilizada nos órgãos de comunicação de massa.
(Adaptado de: HOGGART, Richard. As utilizações da cultura. Trad. de Maria do Carmo Cary. Lisboa: Editorial Presença,
1973.)
Há construção na voz passiva e adequada correlação entre os tempos verbais na frase:

a) Resultados muito semelhantes ao dessa pesquisa seriam encontrados caso o foco de análise incidisse sobre outros
meios de comunicação.
b) Essa pesquisa teria chegado a resultados semelhantes desde que o foco não deixe de incidir sobre a linguagem dos
outros meios de comunicação.
c) Dispondo-se a vir fazer uma boa análise de outras formas de comunicação, o pesquisador terá encontrado resultados
semelhantes.
d) Quando outras análises incidirem sobre outros meios de comunicação, seria possível chegar a resultados não muito
diferentes destes.
e) Por haver-se dedicado sobretudo ao estudo da linguagem da imprensa, o de outros meios de comunicação não foi
conclusivo.
RESOLUÇÃO:

ALTERNATIVA A: “Seriam encontrados” está na voz passiva analítica, já respeitando a primeira condição imposta pelo
enunciado. Sobre a correlação verbal adequada, segunda condição da questão, percebemos o uso perfeito do futuro do
pretérito do indicativo (seriam) com o pretérito imperfeito do subjuntivo (incidisse). Esse tipo de questão clássica da
FCC, articulando esses dois tempos verbais. Portanto, item correto.
ALTERNATIVA B: Primeiramente, não há voz passiva no item, o que por si só já o invalidaria. Em segundo plano, a
correlação verbal não encontra harmonia, pois “teria” impõe condição de acontecimento hipotética, no futuro do
pretérito do indicativo, contudo “deixe” está no presente do subjuntivo, indicando uma possibilidade no presente.
Sendo assim, deveria ser colocado o verbo no pretérito imperfeito do subjuntivo, “deixasse”.
ALTERNATIVA C: Item inadequado por não haver o uso da voz passiva.

ALTERNATIVA D: Neste item não se encontra nem a voz passiva nem a coerência na correlação temporal. A relação
entre “quando” e “incidirem” indica construção no futuro do subjuntivo, que exigiria o emprego da firma de futuro do
presente “será possível”.
ALTERNATIVA E: Mais um item em que não há voz passiva.
Resposta: A
20. FCC – SABESP/2018

Questão de ponto de vista

Aprendia-se na escola que o rio Amazonas, para orgulho nacional, era o maior rio do mundo. Depois foi preciso
reformular a informação: na verdade, o maior rio do mundo, em extensão, seria o Nilo. Mas o Amazonas continuava a
ser o maior rio do mundo – em volume d’água. Hoje, voltou-se à convicção inicial. Tudo está, se a questão é competir,
em escolher bem os critérios.
Também se aprendia que nosso planeta Terra deveria chamar-se Água, para fazer jus ao elemento que nele predomina.
Mas é bom saber que, outra vez, os critérios fazem toda a diferença. De fato, se levarmos em conta a superfície
terrestre, o nome de Água ficaria bem: este elemento recobre 70% do extrato superficial do planeta.

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Mas se levarmos em conta o volume total da Terra, mais correto seria chamá-lo planeta Fogo: as camadas internas e
profundíssimas da nossa casa planetária atingem até 6000 graus centígrados... E se considerarmos como critério a
composição química do planeta, o nome Oxigênio ficaria melhor, por ser o mais abundante. Poderia haver ainda quem
defendesse o nome de Ferro, por ser esse o elemento que compõe a maior parte da estrutura do planeta.
Se o que importa é de fato competir, em qualquer nível e a propósito do que for, é bom distinguir bem e considerar os
critérios. Respeitando-se a diferença entre estes, aprende-se a relativizar os resultados. A relativização é quase sempre
uma operação necessária, sofreia os ânimos mais absolutistas, competitivos e exaltados, fazendo ver que,
“dependendo do ponto de vista”, toda avaliação pode ser alterada. O que importa, afinal, se tal ou tal rio é o maior do
mundo, ou se tal ou tal grão de café é o mais saboroso, ou se o vinho desta região é melhor que o daquela? É preciso
reconhecer ao máximo possível o valor próprio de cada coisa, para que das comparações apressadas não se tirem
conclusões absolutas. Por difícil que seja, relativizar um julgamento aceitando-se a diversidade de critérios é um
caminho mais justo para se seguir.
(Antenor Caio de Souza, inédito)

É adequada a nova correlação entre os tempos e os modos verbais, na reconstrução de uma frase do texto, em:

a) Tinha sido preciso reformular a informação: na verdade, o maior rio do mundo terá sido o Nilo.

b) Tudo está, se a questão fosse competir, em ter escolhido bem os critérios.

c) Se viermos a levar em conta a superfície terrestre, o nome de Água ficará bem.

d) Se houvéssemos considerado como critério a composição química do planeta, o nome de Oxigênio terá ficado
melhor.
e) Era preciso reconhecer ao máximo possível o valor próprio de cada coisa, para que não se hajam tirado conclusões
apressadas.
RESOLUÇÃO:

ALTERNATIVA A: A locução verbal “tinha sido”, pretérito mais-que-perfeito, pressupõe que há um passado mais
recente a ser descrito na frase. Contudo, usa-se “terá sido”, futuro do presente, não se promovendo, então, coesão
temporal na frase.
ALTERNATIVA B: A expressão “se fosse” estabelece uma possibilidade, uma condição hipotética, assim, não coaduna
com a expressão “está”, já que ela propõe uma ação que efetivamente acontece no presente. Para a frase se tornar
adequada, deveria ser usado o verbo “estaria”.
ALTERNATIVA C: Item correto com uma das correlações mais queridas pela FCC: futuro do subjuntivo com futuro do
presente do indicativo. “Viermos” impõe uma condição hipotética para que algo aconteça com certeza no futuro,
justamente o que propõe o verbo “ficará”.
ALTERNATIVA D: Item com um erro parecido com o do Item A, pois “se houvéssemos” impõe uma condicionalidade,
contudo “terá” impõe uma ação certa no futuro, devendo ser substituído por uma situação hipotética usando-se o
verbo “teria”.
ALTERNATIVA E: Não há correlação entre as formas de imperfeito do indicativo “era” e presente do subjuntivo
“sejam”. Para que houvesse compatibilidade, deveríamos empregar os pares “É” e “hajam” ou “Eram” e “fossem”.
Resposta: C

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Resumo direcionado

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IMPORTANTE!

Deve-se tomar o devido cuidado com as conjugações de alguns verbos irregulares, principalmente os derivados de ter,
ver, vir e pôr
Exemplos:

tenho(ter) – detenho (deter) – retenho (reter) – obtenho (obter)

tive(ter) – detive (deter) – retive (reter) – obtive (obter)

pus(pôr) – compus (compor) – repus (repor)

viu(ver) – reviu (rever) – previu (prever)

veio(vir) – interveio (intervir) – adveio (advir)

Frases do tipo “Eles reveram antigos colegas no churrasco.” e “O governo interviu no preço dos combustíveis” estão
ERRADAS! Veja:
Eles viram (ver) – Eles reviram (rever)

Ele veio (vir) – Ele interveio (intervir)

Corrigindo-as, teremos:

Eles reviram antigos colegas no churrasco.

O governo interveio no preço dos combustíveis

Ainda falaremos mais profundamente de algumas conjugações perigosas. Mas já vai ficando atento com os verbos
derivados de ter, ver, vir e pôr, ok?
IMPORTANTE!

No dia a dia, equivocadamente se utilizam as formas “chego” e “trago” como particípios,


acompanhadas geralmente pelos verbos auxiliares ter e haver. Muito cuidado! Os particípios de
“chegar” e “trazer” são “chegado” e “trazido”, respectivamente!

Exemplos:

Eu tinha chego atrasado. (ERRADO)

Eu tinha chegado atrasado. (CERTO)

Eu havia trago muitos presentes da viagem. (ERRADO)

Eu havia trazido muitos presentes da viagem. (CERTO)

As formas “chego” e “trago” até existem, mas são flexões de 1ª pessoa do singular do Presente do Indicativo – eu
chego; eu trago.

Eis uma lista dos principais verbos abundantes: aceitar (aceitado e aceito); acender (acendido e aceso);
eleger (elegido e eleito); entregar (entregado e entregue); expulsar (expulsado e expulso); extinguir (extinguido
e extinto); imprimir (imprimido e impresso); limpar (limpado e limpo); pagar (pagado e pago); pegar (pegado e

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pego); prender (prendido e preso); salvar (salvado e salvo); soltar (soltado e solto); suspender (suspendido e
suspenso).
Eis uma lista dos principais verbos que possuem apenas um particípio: abrir (aberto); beber (bebido);
chegar (chegado); cobrir (coberto); escrever (escrito); fazer (feito); trazer (trazido).
No caso de verbos com mais de um particípio (verbos abundantes), emprega-se a forma regular do
particípio (terminada em ADO ou IDO) com os auxiliares TER ou HAVER. Já a forma irregular é
utilizada com a presença dos auxiliares SER, ESTAR ou FICAR.

Exemplos:

Corri atrás de Paulo, mas ele já tinha pegado o ônibus.

(Forma regular de particípio, com a presença do auxiliar TER)

O ladrão foi pego em flagrante.

(Forma irregular de particípio, com a presença do auxiliar SER)

Ela me contou que havia entregado minha carta em mãos.

(Forma regular de particípio, com a presença do auxiliar HAVER)

O pacote finalmente estava entregue em mãos.

(Forma irregular de particípio, com a presença do auxiliar ESTAR)

A churrasqueira tinha sido acesa no começo da tarde.

(Forma irregular de particípio, com a presença do auxiliar SER. Apesar da presença do auxiliar TER, o fato de SER
estar presente como auxiliar faz com que utilizemos a forma irregular do particípio)

No caso de um verbo possuir um só particípio, este deverá ser empregado com qualquer auxiliar.

Exemplos:

Eu tinha feito lista de exercícios.

Eu havia feito lista de exercícios.

A lista de exercícios foi feita por mim.

IMPORTANTE

Quando inserido numa locução verbal como um dos auxiliares ou como verbo principal, o infinitivo não
admite a forma flexionada. É obrigatório, nesse caso, o emprego da forma não flexionada por razões
de boa sonoridade.

Exemplos:

Eles devem analisarem com cuidado as informações. (ERRADO)

Eles devem analisar com cuidado as informações. (CERTO)

Vocês podem comparecerem assim que desejarem. (ERRADO)

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Vocês podem comparecer assim que desejarem. (CERTO)

Cuidado com as redações em que o auxiliar é isolado do principal no infinitivo por alguma expressão intercalada! Esse
distanciamento entre auxiliar e principal pode mascarar erros de flexão do infinitivo. Observe:
Os alunos devem, a partir de hoje até o final da semana que vem, tendo em vista a necessidade de atualização
cadastral periódica, comparecerem aos postos de saúde munidos da documentação comprobatória.
A frase apresenta ERRO no uso da forma flexionada de infinitivo “comparecerem”. Note que ela integra uma locução
verbal, cujo auxiliar é a forma verbal “devem”. Esse erro é mascarado devido às expressões intercaladas posicionadas
entre o auxiliar e o principal. Elas poluem nossa visão e acabam nos induzindo ao erro. Fique atento, pois é assim que as
bancas tentarão enganar você! Se essas intercalações não estivessem presentes, ficaria bem mais fácil perceber o erro
em “Os alunos devem... comparecerem”.
Como dito, não se flexiona infinitivo em locução verbal. A redação correta, portanto, seria:

Os alunos devem, a partir de hoje até o final da semana que vem, tendo em vista a necessidade de atualização
cadastral periódica, comparecer aos postos de saúde munidos da documentação comprobatória.
Emprega-se a forma regular do particípio (terminada em ADO ou IDO) na voz ativa, formando os tempos
compostos com os auxiliares TER ou HAVER. Já a forma irregular (tendo diversas terminações) é utilizada ao
lado dos auxiliares SER, ESTAR ou FICAR.
Exemplos:

Corri atrás de Paulo, mas ele já tinha pegado o ônibus.

O ladrão foi pego em flagrante.

Ela me contou que havia entregado minha carta em mãos.

O pacote foi entregue na hora certa pelo Correio.

No caso de um verbo possuir um só particípio, este poderá ser empregado com qualquer auxiliar.

Exemplos:

tinha feito, havia feito, está feito, foi feito, tinha aberto, havia aberto, está aberto, foi aberto;

LISTA DE ALGUNS VERBOS QUE TÊM DOIS PARTICÍPIOS:

Aceitar (aceitado e aceito); Eleger (elegido e eleito); Entregar (entregado e entregue); Expulsar (expulsado e
expulso); Extinguir (extinguido e extinto); Prender (prendido e preso); Salvar (salvado e salvo); Soltar (soltado
e solto); Suspender (suspendido e suspenso).
ALGUNS VERBOS QUE POSSUEM APENAS UM PARTICÍPIO:

Abrir / aberto; Beber / bebido; Cancelar / cancelado; Chegar / chegado; Escrever / escrito; Esquecer / esquecido;
Estudar / estudado; Fazer / feito; Permitir / permitido; Trazer / trazido

Modos Verbais
Indicativo

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O modo Indicativo apresenta o fato como certo ou real no momento da fala. Expressa, assim, uma realidade do ponto
de vista de quem fala ou escreve.
Exemplo:

Eu te ligarei depois da aula (Trata-se de um fato tido como certo no momento da fala).

Subjuntivo
O modo Subjuntivo apresenta o fato como duvidoso, provável, incerto no momento da fala. Expressa, assim, uma
hipótese, condição ou um desejo do ponto de vista de quem fala ou escreve.
Uma maneira rápida de se identificar verbos no Subjuntivo é perceber a presença de alguns sinalizadores desse modo.
E o que seriam esses sinalizadores, professor? Seriam palavras ou expressões que, por indicarem dúvida, possibilidade,
desejo, acompanham verbos no Subjuntivo. Seriam elas: se (condicional, equivalendo a “caso”), caso, talvez, é
possível, é provável, pode ser, quem sabe, etc. Aparecendo essas palavras ou expressões, fatalmente o verbo que
as acompanha estará flexionado no Subjuntivo.
Exemplo:

Talvez eu te ligue depois da aula (Trata-se de um fato tido como incerto no momento da fala).

Imperativo:
O modo Imperativo indica ordem, pedido, conselho. Os verbos de Imperativo são de interlocução, ou seja, são verbos
que se dirigem a um falante, expressando uma solicitação, uma sugestão ou um mandamento.
Exemplo:

Pense, fale, compre, beba

Leia, vote, não se esqueça

Use, seja, ouça, diga

Tenha, morre, gaste e viva

(Pitty – Admirável Chip Novo)

Nos versos da cantora Pitty, os verbos em destaque estão no modo Imperativo, pois expressam ordem.

Tempos Verbais
Tempos Derivados do Presente do Indicativo
Derivam do Presente do Indicativo: o Presente do Subjuntivo e os Imperativos Afirmativo e Negativo. Gostaria de
que vocês dessem bastante atenção à formação dos Imperativos, alvo de muitas cobranças em provas de concurso.
Vamos descrever a seguir os processos de formação dos tempos verbais. Tomaremos como exemplos as importantes
conjugações dos verbos TER, VER, VIR e PÔR, que devem se tornar bem familiares para vocês.

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Tempos Derivados do Pretérito Perfeito do Indicativo


Derivam do Pretérito Perfeito do Indicativo três importantes tempos: o Pretérito Mais-que-Perfeito do Indicativo, o
Futuro do Subjuntivo e o Pretérito Imperfeito do Subjuntivo.

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IMPORTANTE!

As formas verbais de vir, ver e pôr e derivados no Pretérito Imperfeito e no Futuro do Subjuntivo costumam gerar
dúvidas.
Exemplos:

Quando você compor uma boa música, será recompensado pelo público. (ERRADO)

Quando você compuser uma boa música, será recompensado pelo público. (CERTO)

Se o Governo intervisse menos na economia, haveria mais crescimento econômico. (ERRADO)

Se o Governo interviesse menos na economia, haveria mais crescimento econômico. (CERTO)

Se nós mantermos o foco, atingiremos nossas metas. (ERRADO)

Se nós mantivermos o foco, atingiremos nossas metas. (CERTO)

Uma flexão que chama bastante atenção e a do FUTURO DO SUBJUNTIVO do verbo VER.

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No dia a dia, são comuns as construções “Se eu ver... Quando eu ver ... Se você ver... Quando você ver ... Se nós
vermos... Quando nós vermos...”.
Essas construções, galera, estão erradas.

As flexões previstas pela gramática normativa são “Se eu VIR... Quando eu VIR... Se você VIR... Quando você VIR...
Se nós VIRMOS... Quando nós VIRMOS...”. Esse padrão será seguido por seus derivados. Observe:
Se eu rever minha família, ficarei muito emocionado. (ERRADO)

Se eu revir minha família, ficarei muito emocionado. (CERTO)

Se a meteorologia prever sol no domingo, irei à praia. (ERRADO)

Se a meteorologia previr sol no domingo, irei à praia. (CERTO)

Se ele antevesse a crise, não tomaria aquela desastrada decisão. (ERRADO)

Se ele antevisse a crise, não tomaria aquela desastrada decisão. (CERTO)

Observação:

i) O Pretérito Mais-que-Perfeito indica um fato já concluído e anterior a outro também concluído em relação ao
momento da fala. Em outras palavras, pode-se dizer que se trata de um passado de um passado.
Exemplo:

A família terminara o jantar quando ele chegou.

ii) O Pretérito Mais-que-Perfeito costuma ocorrer com mais frequência em sua forma composta:

Exemplo:

A bola já tinha entrado quando o juiz apitou o final do jogo.

(entrara)

Locuções Verbais
Mas, professor, como eu saberei se aqueles dois verbos juntinhos formam uma unidade de sentido? Em outras palavras,
como saber se aquela união de verbos forma uma locução? Essa pergunta é importantíssima e sua resposta precisa ser
bem elaborada, de modo a não ficar dúvida alguma.
A primeira e mais importante evidência da presença de uma locução verbal é que tanto o verbo auxiliar como o
verbo principal devem se referir ao mesmo sujeito. Na frase “O professor vai resolver muitos exercícios na aula.”,
tanto o verbo auxiliar “vai” como o principal “resolver” compartilham do mesmo sujeito. Se perguntarmos “Quem vai?”
ou “Quem resolverá?”, a resposta será a mesma: o professor!
Esse primeiro filtro já nos leva a importante conclusão: verbos causativos e sensitivos acompanhados de infinitivos
ou gerúndios nunca irão formar locuções verbais, pois os sujeitos são diferentes.
Veja a frase:

Eu me vejo trabalhando neste Tribunal.

Note que o verbo sensitivo “vejo” tem como sujeito “eu”. Já a forma de gerúndio “trabalhando” tem como sujeito
acusativo (Lembra a definição de sujeito acusativo na aula passada?) o pronome oblíquo “me”. Portanto, não ocorre

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uma locução verbal, pois os sujeitos são diferentes!


Mais um exemplo:

Eu te mandei fazer as malas.

Note que o verbo causativo “mandar” tem como sujeito “eu”. Já a forma de infinitivo “fazer” tem como sujeito
acusativo o oblíquo “te”. Portanto, não ocorre uma locução verbal, pois os sujeitos são diferentes!
No entanto, mesmo constatando que os dois verbos que estão juntinhos possuem o mesmo sujeito, podem restar
algumas dúvidas! Ora, se formos capazes de desenvolver a oração introduzida pelo infinitivo ou gerúndio, fazendo
aparecer algum conector, provamos que não ocorre uma locução verbal. Veja:
Maria finge ser sincera. (= Maria finge que é sincera)

Paulo julga estar bem. ( = Paulo julga que está bem)

Não nos cabe julgar a preferência alheia. (= Não nos cabe que julguemos a preferência alheia).

Portanto, para efeito de prova, teremos uma locução verbal quando os dois verbos – auxiliar e principal -
compartilharem do mesmo sujeito. No entanto, se houver a presença de um verbo sensitivo ou causativo ou se o
infinitivo ou gerúndio puderem ser desenvolvidos com o aparecimento de um conector, NÃO teremos locução
verbal.
Um caso particular de locução verbal é o tempo composto: trata-se da locução formada pelos auxiliares ter ou
haver conjugados, acompanhados do verbo principal no particípio, fazendo parte da conjugação normal de um
verbo. Dessa forma, todo tempo composto é uma locução verbal, mas nem toda locução verbal é um tempo
composto, pois as locuções não restringem seus auxiliares aos verbos ter e haver nem impõem que seus verbos
principais estejam no particípio. Conheceremos, no detalhamento dos tempos verbais, as principais formas compostas.

Correlação dos Tempos Verbais


Principais Correlações
Futuro do Subjuntivo – Futuro do Presente do Indicativo

Exemplos:

Se você vier, faremos uma festa.

Quando você for nomeado, comemoraremos a semana toda.

Se nós mantivermos o foco, atingiremos nossas metas.

Pretérito Imperfeito do Subjuntivo – Futuro do Pretérito do Indicativo

Exemplos:

Se você chegasse mais cedo, seria possível fazer uma revisão antes de iniciar a aula.

Caso ele disponibilizasse o auditório, faríamos lá nossa confraternização de final de ano.

Se nós mantivéssemos a disciplina, obteríamos melhores resultados.

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Outras Correlações
Há uma série de outras correlações. Você não precisa decorá-las, pois elas ocorrerão naturalmente. E qualquer desvio
resultará numa ruptura lógica na frase bem perceptível. É muito importante ler os exemplos de redações e perceber a
combinação entre os pares de tempos verbais. Vejamos:
Presente do Indicativo – Presente do Subjuntivo

Exemplos:

Eu espero que você me entenda.

Eu preciso que você faça isso para mim.

Atenção: Construções do tipo “Você quer que eu faço isso?” são consideradas graves equívocos gramaticais e
mostram desconhecimento por parte do falante de regras básicas que regem a norma culta.
Pretérito Perfeito do Indicativo/Pretérito Imperfeito do Indicativo – Pretérito Imperfeito do Subjuntivo

Exemplos:

Eu esperava que você me entendesse.

Eu precisava que você fizesse isso para mim.

Sempre quis que você estivesse comigo.

Pretérito Perfeito do Indicativo – Pretérito Mais-que-Perfeito do Indicativo (Simples ou Composto)

Exemplos:

Li o livro que você havia indicado.

Resolvi a questão que o professor disponibilizara nas redes sociais.

Pretérito Perfeito do Indicativo – Futuro do Pretérito do Indicativo

Exemplos:

Informaram que o técnico não daria entrevistas.

Decidiram que o caso seria arquivado.

Observação:

Na linguagem coloquial, costuma-se usar o pretérito imperfeito do indicativo no lugar do futuro do pretérito.

Exemplo:

Você prometeu que vinha. (ERRADO)

Você prometeu que viria. (CERTO)

VOZES VERBAIS
Podemos resumir, dessa forma, o processo de conversão de voz ativa em passiva analítica da seguinte maneira:

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1. O objeto direto da voz ativa se converte em sujeito paciente na voz passiva;

2. Já havendo um auxiliar na ativa, este permanece na passiva, com o cuidado de se fazer a devida
concordância com o novo sujeito.
3. Acrescenta-se o verbo auxiliar "ser", flexionado no mesmo tempo do verbo principal na voz ativa.

4. O verbo principal da voz ativa assume a forma particípio na voz passiva, tomando-se o devido cuidado
de estabelecer a concordância com o novo sujeito.
5. O sujeito da voz ativa se converte em agente da passiva, por meio do acréscimo da preposição “por”.

Não importa a complexidade frase que se queira converter da ativa para a passiva, pois sempre precisaremos dos
mesmos elementos para fazer a conversão: o sujeito agente, o verbo principal (sozinho ou na companhia de
auxiliares) e o objeto direto paciente. Os elementos presentes na voz ativa além desses citados serão somados à
frase resultante após a conversão.
IMPORTANTE!

Só é possível voz passiva com verbos que possuam objeto direto, ou seja, os verbos precisam ser VTD (transitivos
diretos) ou VTDI (verbos transitivos diretos e indiretos). Você não precisa nem ficar muito preocupado em classificar
os verbos agora não, ok? Basta que checar se o verbo pede objeto direto. Se sim, haverá voz passiva; se não, ela
não será possível!
DIGA-ME COM QUEM O “SE” ANDA, QUE LHE DIREI QUEM O “SE” É.

Moçada, isso é muito sério. Se o “se” estiver grudado com um verbo que solicite OD, ele assumirá o papel de
PARTÍCULA APASSIVADORA ou PRONOME APASSIVADOR.
Em construções do tipo “Alugam-se casas.”, “Vendem-se apartamentos.”, “Contrata-se professor”, o pronome SE
está ladeado de verbos que pedem objeto direto (Quem aluga aluga ALGO; Quem vende vende ALGO; quem
contrata contrata ALGUÉM). Logo, o SE assume o papel de PARTÍCULA APASSIVADORA e as frases se apresentam
na VOZ PASSIVA SINTÉTICA OU PRONOMINAL.
Gente, continua valendo a máxima:

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DIGA-ME COM QUEM O “SE” ANDA, QUE LHE DIREI QUEM O “SE” É.

Uma vez identificado que o SE é apassivador, vamos em busca do OBJETO DIRETO, esteja ele onde estiver na frase.
Esse objeto direto será convertido pelo SE apassivador em SUJEITO PACIENTE.
Observemos exemplos simples por enquanto:

Contrata-se professor de Português.

O SE é apassivador, pois está ladeado de um verbo que pede OD (Quem contrata contrata ALGUÉM).

O objeto direto do verb0 “contratar” seria, numa situação normal, “professor de Português” (Quem
contrata contrata professor de Português).
Com a entrada do SE apassivador, o OD “professor de Português” se converte em sujeito paciente.

Vamos agora complicar um pouco mais, distanciando sujeito paciente e verbo na frase. Observe:

Descobriu-se, após minuciosa investigação conduzida pela Polícia Federal, em parceria com autoridades do
Ministério Público da Suíça, a fraude contábil na renomada estatal.
Gente, não muda nada! Sigamos o passo a passo:

O SE é apassivador, pois está ladeado de um verbo que pede OD (Quem descobriu descobriu ALGO).

O objeto direto do verb0 “descobrir” seria, numa situação normal, “a fraude contábil...” (Quem
descobriu descobriu a fraude contábil...).
Com a entrada do SE apassivador, o OD “a fraude contábil” se converte em sujeito paciente.

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Lista de Questões - CESGRANRIO


1. CESGRANRIO – LIQUIGÁS/2018

A forma verbal em destaque está em DESACORDO com o que prevê a norma-padrão da língua em:

A) Se a literatura condissesse com a realidade, não seria literatura.

B) A imprensa medeia a dialética que se estabelece entre ficção e realidade.

C) Espera-se que as crianças adiram às propostas dos livros infanto-juvenis.

D) Quando estava na escola, sempre punha um livro na mochila para ler no trajeto.

E) Se requiséssemos novos livros, os alunos teriam uma biblioteca mais atualizada.

RESOLUÇÃO:

O verbo "requerer" não deriva do verbo "querer" como aparenta.

Trata-se de um verbo regular de 2a conjugação. Portanto, a correção seria "Se requerêssemos novos livros, ...".

Resposta: E

2. CESGRANRIO – LIQUIGÁS/2018

Considere o trecho “Depois vieram as mães e avós doentes.” (l. 8-9).

A frase em que se emprega uma flexão do verbo destacado, de acordo com a norma-padrão da língua portuguesa, é:

A) Não sei o que fazer depois que vinherem as mães e avós doentes.

B) Depois que as mães e avós doentes virem, faremos alguma coisa.

C) Depois que eu vim, as mães e avós doentes ficaram curadas.

D) Depois, as mães e avós doentes tiveram vindo até aqui.

E) Talvez seja melhor ir depois de vierem as mães e avós doentes.

RESOLUÇÃO:

Na frase em destaque, a forma "vieram" é flexão do verbo VIR. Dessa forma, devemos assinalar a opção que
possua uma flexão desse verbo.
Letra A - ERRADA - A grafia correta é "vierem". Não existe flexão do verbo VIR com NH.

Letra B - ERRADA - A forma "virem" é flexão do verbo VER no futuro do subjuntivo.

Letra C - CERTA - A forma "vim" é flexão de pretérito perfeito do indicativo do verbo VIR.

Letra D - ERRADA - A forma "vindo" é o verbo VIR, mas não é uma flexão, e sim uma forma nominal de gerúndio
ou particípio.

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Letra E - ERRADA - Aqui se deve empregar a forma de infinitivo "virem".

Resposta: C

3. CESGRANRIO - Transpetro/2018

A forma verbal destacada atende às exigências da norma-padrão da língua portuguesa em:

A) Ao digitar as senhas em público, é necessário que confiremos se há pessoas estranhas nos observando para garantir
a segurança virtual.
B) As informações pessoais deveriam ser digitadas de forma condensada para que cabessem todas no espaço próprio
do questionário socioeconômico.
C) Os meios eletrônicos contribuem para que os estudantes retenham a maior parte das informações necessárias ao
bom desempenho escolar.
D) Para evitar a espionagem virtual é preciso que nós não consintemos na utilização dos nossos dados pessoais ao
instalar novos aplicativos no celular.
E) Quando algum consumidor querer comprar o último modelo de smartphone, pode agredir outros componentes da
fila para tomar seu lugar.
RESOLUÇÃO:

Letra A - ERRADA - Devemos empregar "confiramos", no presente do subjuntivo, para que haja correlação com o
presente do indicativo em "é necessário".
Letra B - ERRADA - A flexão correta do pretérito imperfeito do subjuntivo do verbo "caber" é "coubessem".

Letra C - CERTA

Letra D - ERRADA - Devemos empregar "consintamos", no presente do subjuntivo, para que haja correlação com
o presente do indicativo em "é preciso".
Letra E - ERRADA - A flexão correta do futuro do subjuntivo do verbo "querer" é "quiser". Portanto, deve-se
escrever "Quando algum consumidor quiser...".
Resposta: C

4. CESGRANRIO - Transpetro/2016

O distanciamento do autor em relação à história narrada para destacar um ponto de vista seu sobre a temática em foco
é marcado pelo uso do verbo ser, no período “É um exercício estranho esse de começar a remoçar um corpo na
imaginação, injetar movimento e desejo nos seus músculos, acelerando nele, de novo, a avareza de viver cada
instante.”14-17).
Caso o enunciador queira conferir ao trecho um caráter de possibilidade, a reescritura adequada à norma-padrão e ao
contexto empregará o verbo ser da seguinte forma:
A) Fosse

B) Seria

C) Foi

D) Era

E) Fora

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RESOLUÇÃO:

Temos a forma verbal "fosse" flexionada no modo subjuntivo, indicando, assim, uma ideia de possibilidade. Ocorre que
está flexionada no pretérito imperfeito desse modo, e sua inserção não confere coesão e coerência ao texto lido.
Já a forma "seria" está flexionada no futuro do pretérito do indicativo e um de seus usos se deve para indicar
possibilidades, desejos e projeções.
O gabarito é, portanto, a letra B.

Resposta: B

5. CESGRANRIO - IBGE/2016

A frase em que a palavra destacada está flexionada de acordo com a norma-padrão da língua portuguesa é:

A) Se você ver águas paradas, tome uma providência para evitar a proliferação do mosquito.

B) Para comunicar a seus acionistas o resultado financeiro semestral, o relatório abrangeu os aspectos principais
relacionados à produção da empresa.
C) Se os moradores obterem lâmpadas modernas para iluminar suas casas, farão economia de eletricidade.

D) Quando o Congresso propor que as lâmpadas incandescentes não sejam mais vendidas no país, a população terá de
se acostumar ao novo padrão.
E) O governo interviu na fabricação de lâmpadas quando decidiu que novos modelos deveriam tornar-se obrigatórios
no nosso país.
RESOLUÇÃO:

Letra A - ERRADA - A correta flexão do futuro do subjuntivo do verbo VER é "Se você vir...".

Letra B - CERTA

Letra C - ERRADA - A correta flexão do futuro do subjuntivo do verbo OBTER é "Se os moradores obtiverem...".

Letra D - ERRADA - A correta flexão do futuro do subjuntivo do verbo PROPOR é "Quando o Congresso
propuser...".
Letra E - ERRADA - Não existe "interviu". A correta flexão do pretérito perfeito do verbo INTERVIR é "O governo
interveio...".
Resposta: B

6. CESGRANRIO - UNIRIO/2016

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Em “Fazia calor no Rio, 40 graus e qualquer coisa, quase 41.” (l. 1-2), o uso do pretérito imperfeito do indicativo busca

A) estabelecer uma relação de causa e efeito.

B) contextualizar o tempo da narrativa.

C) introduzir uma ambiência de suspense.

D) banalizar o calor que fazia no Rio.

E) projetar uma possibilidade.

RESOLUÇÃO:

O pretérito imperfeito do indicativo expressa um fato do passado que teve duração, continuidade.

Analisemos cada uma das assertivas:

Letra A - ERRADA - Não se percebe uma relação de causa e efeito, e sim uma ideia temporal.

Letra B - CERTA - De fato! Como explicado, está-se fazendo menção a um evento passado que teve continuidade.

Letra C - ERRADA - Não há referência alguma a uma ideia de suspense.

Letra D - ERRADA - Não ocorre a ideia de banalização, até porque foi reportado o dia como o mais quente do
verão.
Letra E - ERRADA - Quem projeta possibilidade é o futuro do pretérito, não o pretérito imperfeito do indicativo.

Resposta: B

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7. CESGRANRIO - UNIRIO/2016

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No final do primeiro parágrafo do Texto III, o autor compara o tempo a um imperador sem rivais, pois é o tempo “que
diz que passa quando, de fato, quem passa somos nós” (l. 4-5). O presente do indicativo, empregado três vezes nessa
passagem, produz o seguinte efeito de sentido:
A) atribui validade permanente a uma afirmação.

B) confere atualidade a uma ação ocorrida no passado.

C) retrata algo ocorrido no momento da fala do imperador.

D) indica um fato próximo, cuja realização é dada como certa.

E) infere à cena apresentada uma descrição do momento vivido.

RESOLUÇÃO:

O presente do indicativo empregado na passagem possui valor atemporal, ou seja, não se remete a um tempo
específico.
Nesse caso, seu uso está associado a uma afirmação, a uma definição, cuja validade independe do tempo.

É isso o que está exposto na letra A.

Resposta: A

8. CESGRANRIO - ANP/2016

O emprego dos verbos destacados no trecho “'Eu me sentava bem na ponta do banco, e minha felicidade começava."
(l. 19-20) mostra as lembranças da narradora sobre um fato que ocorreu com ela repetidas vezes no passado. Se,
respeitando-se o contexto original, a frase mostrasse um fato que ocorreu com ela uma única vez no passado, os
verbos adequados seriam os que se destacam em:
A) Eu me sentaria bem na ponta do banco, e minha felicidade começaria.

B) Eu me sentei bem na ponta do banco, e minha felicidade começou.

C) Se eu me sentasse bem na ponta do banco, minha felicidade começaria.

D) Eu me sento bem na ponta do banco para que minha felicidade comece.

E) Eu ficava sentada bem na ponta do banco, e minha felicidade estava começando.

RESOLUÇÃO:

Ao se afirmar que o passado ocorreu apenas uma vez, está-se dizendo que se trata de uma ação pontual já
concluída. Essa descrição é a do tempo pretérito perfeito do indicativo, tempo em que estão flexionadas as formas
"sentei" e "começou", na letra B.
Resposta: B

9. CESGRANRIO - ANP/2016

Considere-se a seguinte passagem do Texto I, que está construída na voz ativa e tem verbo transitivo: “Eu olhava tudo"
(l. 25)

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O mesmo tipo de construção ocorre em:

A) O apelido de Clarice Lispector era Flor-de-Lis.

B) Clarice virou cidadã brasileira no ano de 1943.

C) Clarice é uma das escritoras mais importantes de nossa literatura.

D) O prêmio literário Jabuti foi duas vezes concedido a Clarice Lispector.

E) Os editores da época recusaram os textos muito reflexivos de Clarice.

RESOLUÇÃO:

Nas letras A, B e C, os verbos empregados são de ligação - "era", "virou" e "é", respectivamente. Dessa forma, não
faz sentido se falar em voz verbal.
Na letra D, temos o auxiliar "ser" - na forma "foi" - e o principal no particípio - "concedido" -, o que configura voz
passiva do tipo analítica.
Por fim, na letra E, nosso gabarito, temos o sujeito agente "Os editores da época", o que configura voz ativa.

Resposta: E

10. CESGRANRIO – Banco da Amazônia/2015

O presente do indicativo, em “A medicina do trabalho, enquanto especialidade médica, surge na Inglaterra, na primeira
metade do século XIX, com a Revolução Industrial” (l. 1-3), produz o seguinte efeito de sentido:
A) aproxima o leitor do que é narrado.

B) põe em dúvida o contexto histórico referido.

C) confere um caráter de continuidade ao que é dito.

D) dissocia a origem da medicina do trabalho e o século XIX.

E) atribui à medicina do trabalho um valor anacrônico.

RESOLUÇÃO:

Se fôssemos levar ao pé da letra o que está redigido, deveríamos empregar a forma "surgiu", no pretérito perfeito
do indicativo, haja vista que se trata de evento do passado concluído.
Ocorre que se fez uso do chamado presente histórico - surge -, como forma de dar mais vivacidade à narrativa,
aproximando o leitor desta.
É o que está descrito na letra A.

Resposta: A

11. CESGRANRIO – Banco da Amazônia/2015

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No 4º parágrafo, insere-se no texto a voz do Dr. Robert Baker, médico que ensina ao empresário Robert Dernham o
que fazer com a saúde de seus trabalhadores.
Tal fala apresenta um tom de aconselhamento, o que se exemplifica por meio do uso de

A) verbos no modo imperativo

B) linguagem informal

C) coordenação sintática

D) pontuação exagerada

E) palavras repetidas

RESOLUÇÃO

O modo imperativo expressa ordem, pedido e conselho.

O gabarito, portanto, é a letra A.

Resposta: A

12. CESGRANRIO – Banco da Amazônia/2015

O verbo em destaque está conjugado de acordo com a norma-padrão em:

A) Pegue o outro elevador, por favor.

B) É preciso que você esteje atento a situações de perigo

C) Será muito bom se você propor um outro acesso aos passageiros.

D) Seje sempre bem-humorado com os passageiros.

E) Gostaríamos de que você vesse esse filme.

RESOLUÇÃO:

Letra A - CERTA - O verbo está flexionado na 3a pessoa do singular do imperativo afirmativo.

Letra B - ERRADA - A correção seria: É preciso que você esteja atento a situações de perigo.

Letra C - ERRADA - A correção seria: Será muito bom se você propuser um outro acesso aos passageiros.

Letra D - ERRADA - A correção seria: Seja sempre bem-humorado com os passageiros.

Letra E - ERRADA - A correção seria: Gostaríamos de que você visse esse filme.

Resposta: A

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13. CESGRANRIO - LIQUIGÁS/2014

No trecho “Para o futuro, prenunciam-se perguntas mais difíceis, mais desafiadoras — e até ameaçadoras — do que
aquelas relativas ao uso de drones.” ( l. 35-38), o verbo prenunciar foi utilizado no plural por se tratar de uma
construção de passiva pronominal com sujeito também no plural.
O mesmo procedimento é adotado no verbo destacado em:

A) Para conquistar posição de vanguarda na corrida espacial, obedecem-se a princípios básicos de inovação
tecnológica.
B) Na missão espacial ao solo marciano, ambiente inóspito aos humanos, assistiram-se a episódios inesquecíveis.

C) Nos livros e filmes de ficção científica do século passado, falavam-se de robôs como uma possibilidade muito
próxima e viável.
D) Com o avanço das pesquisas em robótica nas últimas décadas, delegam-se atividades eminentemente humanas às
máquinas.
E) Para evitar que o crescimento da robótica provoque distorções incontroláveis, necessitam-se de leis protecionistas.

RESOLUÇÃO:

Nas letras A, B, C e E, temos construções em voz ativa. O "se" empregado nessas redações está ladeado de verbos
que, no contexto, não pedem objeto direto - obedecer, assistir, falar e necessitar. O "se", nesse caso, é um índice de
indeterminação do sujeito e o verbo deveria ser flexionado na 3a pessoa do singular.
As redações corretas seriam:

Para conquistar posição de vanguarda na corrida espacial, obedece-se a princípios básicos de inovação
tecnológica.
Na missão espacial ao solo marciano, ambiente inóspito aos humanos, assistiu-se a episódios inesquecíveis.

Nos livros e filmes de ficção científica do século passado, falava-se de robôs como uma possibilidade muito próxima
e viável.
Para evitar que o crescimento da robótica provoque distorções incontroláveis, necessita-se de leis protecionistas.

Já na letra D, deve-se empregar a forma plural "delegam-se", para que haja concordância com o sujeito paciente
"atividades eminentemente..." (delegam-se... atividades = atividades ... são delegadas).
Resposta: D

14. CESGRANRIO - Petrobrás/2014

O texto traz inúmeros exemplos de voz passiva.

Que trecho, ao contrário, traz a forma verbal na voz ativa?

A) “forem minuciosamente estudadas” (L. 13-14)

B) “também são moldados” (L. 17)

C) “que são trazidas” (L. 27)

D) “pode dispor” (L. 40-41)

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E) “a ser feita” (L. 44)

RESOLUÇÃO:

Nas letras A, B, C e E, temos construções com verbo auxiliar SER e principal no particípio. Esse tipo de construção
configura voz passiva analítica.
Já na letra D, temos voz ativa. Ocorre sujeito agente da ação “dispor”.

Resposta: D

15. CESGRANRIO - Petrobrás/2012

No Texto I, a frase “os alunos desfizeram o equívoco antes que ele se criasse” (L 11-12) apresenta voz passiva
pronominal no trecho em destaque.
A seguinte frase apresenta idêntico fenômeno:

A) Necessita-se de muito estudo para a realização das provas.

B) É-se bastante exigente com Língua portuguesa nesta escola.

C) Vive-se sempre em busca de melhores oportunidades.

D) Acredita-se na possibilidade de superação do aluno.

E) Criou-se um método de estudo diferente no curso.

RESOLUÇÃO:

Nas letras A, B, C e D, o SE está ladeado de verbos que não pedem objeto direto. Trata-se de índices de
indeterminação do sujeito.
Já na letra E, temos o SE partícula apassivadora, ladeado do verbo "criar", que pede objeto direto. Temos,
portanto, uma voz passiva pronominal ou sintética (Criou-se um método = Um método foi criado).
Resposta: E

16. CESGRANRIO - Petrobrás/2012

Na língua portuguesa, uma das formas de expressar a voz passiva é por meio de verbo na terceira pessoa do singular ou
do plural, acompanhado pelo pronome apassivador se, constituindo o que se chama de voz passiva sintética, como
pode ser observado no seguinte trecho do Texto I:
“Nas batalhas comerciais, usa-se, hoje, um arsenal variado, que inclui subsídios diretos a empresas selecionadas.” (L
26-28)
A construção de voz passiva sintética pode ser encontrada nas seguintes frases, EXCETO em:

A) Com o aumento da dívida pública, gerou-se enorme desgaste na credibilidade do governo americano.

B) Na luta por resistir à crise econômica, combate-se o desemprego em todos os países, mesmo nas grandes potências.

C) Para conter o excesso de globalização, precisa-se de uma série de medidas protecionistas rígidas e abrangentes.

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D) Nas últimas décadas, perde-se uma batalha comercial a cada dia, devido a barreiras econômicas e subsídios fiscais.

E) Nos dias atuais, para resistir à redistribuição do poder, provoca-se uma crise artificial de proporções assustadoras.

RESOLUÇÃO:

Na letra C, note que o SE está ladeado do verbo transitivo indireto PRECISAR. O SE em questão desempenha o
papel de índice de indeterminação do sujeito. A voz, portanto, é ativa.
Resposta: C

17. INÉDITA

Está incorreta a correlação entre tempos e modos verbais na seguinte frase:

A) Muitos se recordariam da felicidade exultante com que eram ingeridos os pedaços da torta.

B) Foi promovida graças ao compadrio que andava na moda e que por muitos anos ofuscara a meritocracia.

C) Um mal-intencionado sugere que se dê por encerrada a aula e comecemos logo as festividades do feriado.

D) Depois de haver adormecido por três dias na cama de um hospital, o paciente acabara sendo salvo por um milagre
divino.
E) Já informado do salvamento do paciente, o familiar não se conteve de alegria e se permitiu não comparecer à
reunião com o chefe.
RESOLUÇÃO:

A questão trata de um assunto muito caro aos concurseiros: correlação dos tempos verbais.

Devemos ter em mente que o objetivo desse assunto é estudar as corretas relações entre os verbos presentes em um
período composto. Em outras palavras, devemos avaliar se os tempos verbais são harmônicos entre si.
Há uma gama imensa de correlações possíveis.

Muitas vezes, a quebra da correlação resulta nitidamente numa ruptura lógica na frase. Isso significa que você não
precisa sair decorando todas as combinações, o que seria impraticável.
Antes de resolver a questão, apresento as principais correlações, as mais presentes no dia a dia e, consequentemente,
em nossas provas:
1) Presente do Indicativo – Presente do Subjuntivo

Exemplos:

Eu espero que você me entenda.

Eu preciso que você faça isso para mim.

Atenção: Construções do tipo: “Você quer que eu faço isso?” são consideradas graves equívocos gramaticais e
mostram desconhecimento por parte do falante de regras básicas que regem a norma culta.
2) Pretérito Perfeito do Indicativo/Pretérito Imperfeito do Indicativo – Pretérito Imperfeito do Subjuntivo

Exemplos:

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Eu esperava que você me entendesse.

Eu precisava que você fizesse isso para mim.

Sempre quis que você estivesse comigo.

3) Futuro do Pretérito do Indicativo – Pretérito Imperfeito do Subjuntivo

Exemplos:

Se eu fosse você, faria o melhor trabalho possível.

Se eu demorasse mais um pouco, teriam iniciado a palestra sem minha presença.

Caso fosse permitido apostas, seria necessário fiscalizar a origem dos recursos.

4) Futuro do Presente do Indicativo – Futuro do Subjuntivo/Presente do Subjuntivo/Presente do Indicativo

Exemplos:

Se você vier, faremos uma festa.

Caso você venha, faremos uma festa.

Se você capturá-lo, pago-lhe uma recompensa.

5) Pretérito Perfeito do Indicativo/Pretérito Imperfeito do Indicativo + Pretérito Mais-que-Perfeito do Indicativo


(Simples ou Composto)
Exemplos:

Você chegou quando já tínhamos saído.

Li o livro que você me indicara.

Ele dizia que já tinha visto aquele homem outras vezes.

6) Pretérito Perfeito do Indicativo – Futuro do Pretérito

Exemplos:

Você disse que iria ao encontro.

Disseram-me que você viria hoje.

Observação:

Na linguagem coloquial, costuma-se usar o pretérito imperfeito do indicativo no lugar do futuro do pretérito.

Exemplo:

Você prometeu que vinha. (coloquial)

Você prometeu que viria. (formal)

Voltemos para a questão:

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Letra A - CORRETA - Há uma harmonia entre o futuro do pretérito "recordariam" e o pretérito imperfeito "eram".

Vamos imaginar casamentos possíveis:

Muitos se recordariam da felicidade exultante com que eram ingeridos os pedaços da torta.

Muitos se recordam da felicidade exultante com que são ingeridos os pedaços da torta.

Muitos se recordaram da felicidade exultante com que foram ingeridos os pedaços da torta.

Vamos imaginar rupturas lógicas:

Muitos se recordariam da felicidade exultante com que são ingeridos os pedaços da torta.

Muitos se recordarão da felicidade exultante com que seriam ingeridos os pedaços da torta.

Muitos se recordam da felicidade exultante com que seriam ingeridos os pedaços da torta.

Letra B - CORRETA - Há uma harmonia entre o pretérito perfeito "foi", o pretérito imperfeito "andava" e o pretérito
mais que perfeito "ofuscara" (tinha ofuscado).
Vamos imaginar casamentos possíveis:

Foi promovida graças ao compadrio que andava na moda e que por muitos anos momento ofuscara a meritocracia.

Será promovida graças ao compadrio que anda na moda e que por muitos anos momento ofusca a meritocracia.

Seria promovida graças ao compadrio que andava na moda e que por muitos anos momento ofuscara a meritocracia.

Vamos imaginar rupturas lógicas:

Foi promovida graças ao compadrio que andará na moda e que por muitos anos momento estabelecerá a meritocracia.

Era promovida graças ao compadrio que andará na moda e que por muitos anos momento estabelecia a meritocracia.

Seria promovida graças ao compadrio que andara na moda e que por muitos anos momento estabelecerá a
meritocracia.
Letra C - CORRETA - Há uma harmonia entre o presente do indicativo "sugere" e o presente do subjuntivo "dê" e
"comecemos".
Vamos imaginar casamentos possíveis:

Um mal-intencionado sugere que se dê por encerrada a aula e comecemos logo as festividades do feriado.

Um mal-intencionado sugeria que se desse por encerrada a aula e começássemos logo as festividades do feriado.

Um mal-intencionado sugeriu que se desse por encerrada a aula e começássemos logo as festividades do feriado.

Vamos imaginar rupturas lógicas:

Um mal-intencionado sugere que se desse por encerrada a aula e começássemos logo as festividades do feriado.

Um mal-intencionado sugeria que se dê por encerrada a aula e comecemos logo as festividades do feriado.

Um mal-intencionado sugeriu que se dê por encerrada a aula e comecemos logo as festividades do feriado.

Letra D - ERRADA

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Não faz sentido o uso do pretérito mais-que-perfeito "acabara", pois não se trata de uma ação anterior a outra já
concluída.
Assim, é conveniente empregar o pretérito perfeito "acabou".

O correto, então, seria: "Depois de haver adormecido por três dias na cama de um hospital, o paciente acabou sendo
salvo por um milagre divino.
Letra E – CORRETA - Há uma esperada harmonia entre os pretéritos perfeitos "conteve" e "permitiu".

Vamos imaginar casamentos possíveis:

Já informado do salvamento da paciente, o familiar não se conteve de alegria e se permitiu não comparecer à reunião
com o chefe.
Já informado do salvamento da paciente, o familiar não se contém de alegria e se permite não comparecer à reunião
com o chefe.
Já informado do salvamento da paciente, o familiar não se continha de alegria e se permitia não comparecer à reunião
com o chefe.
Vamos imaginar rupturas lógicas:

Já informado do salvamento da paciente, o familiar não se contém de alegria e se permitiu não comparecer à reunião
com o chefe.
Já informado do salvamento da paciente, o familiar não se conteve de alegria e se permite não comparecer à reunião
com o chefe.
Já informado do salvamento da paciente, o familiar não se conteve de alegria e se permite não comparecer à reunião
com o chefe.
Resposta: D

18. INÉDITA

“O Governo deve, em 2019, devido à carência de quadro efetivo nos órgãos-chave da Administração Pública, contratar
número expressivo de servidores públicos.”
A transposição desse período para a voz passiva terá como resultado a seguinte forma verbal:

A) devem ser contratados

B) deve ser contratado

C) têm sido contratados

D) devem ser contratados

E) está contratando

RESOLUÇÃO:

Na conversão da voz ativa para a voz passiva, os seguintes procedimentos devem ser observados:

O verbo principal na voz ativa assume a forma particípio na voz passiva analítica.

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Na voz passiva analítica, acrescenta-se o verbo "ser" flexionado no mesmo tempo do verbo principal na voz ativa.

O sujeito da voz ativa se converte em agente da passiva; e o objeto direto da voz ativa se converte em sujeito na voz
passiva.
Podemos resumir, dessa forma, o processo de conversão de voz ativa em passiva analítica da seguinte forma:

Assim, a forma O Governo (Sujeito Agente) deve contratar (Verbo) número expressivo de servidores públicos
(Objeto Direto Paciente) - na voz ativa - é equivalente à construção Número expressivo de servidores públicos deve
ser contratado (Verbo Auxiliar SER + Verbo Principal no Particípio) pelo governo... - na voz passiva.
A forma verbal resultante é, portanto, “deve ser contratado”.

Observação:

O auxiliar que se encontra na voz ativa permanece na voz passiva analítica. O que ocorre nessa transposição é o
acréscimo do auxiliar SER. Dessa forma, podemos contabilizar sempre um verbo a mais na conversão da voz ativa para
passiva, e este verbo é o auxiliar SER.
Deve-se tomar o devido cuidado com a flexão do auxiliar “deve” e do particípio “contratado”, que devem concordar
com o núcleo do sujeito paciente “Número”.
Resposta: B

19. INÉDITA

Observadas a regência e a flexão verbal, está correta a seguinte frase:

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A) O apartamento que, na época, nos instalamos era o que tínhamos condições de pagar, porém havia um acordo: se
todos se mantessem em seus empregos durante razoável tempo, haveria chance de nos mudarmos para um lugar mais
espaçoso.
B) Irritei-me com tantos abaixo-assinados e requis transferência daquele desagradável departamento.

C) Afirmam que o funcionário atribue toda aquela discussão a uma intolerância por parte dos militantes.

D) Intermedio o encontro entre os candidatos à Presidência da República, para que haja uma coerente moderação
durante o debate.
E) Sentiu-se ofendido com a proposta e pensou que, se propusesse alterações em algumas cláusulas do contrato, teria
um sucesso na negociação.
RESOLUÇÃO:

Letra A – ERRADA – O primeiro erro se refere à ausência da preposição “em” antes do pronome relativo “que”, exigida
pela regência da forma verbal “nos instalamos” (nos instalamos em algum lugar); o segundo erro refere-se à forma
verbal “mantessem”, cuja flexão correta seria “mantivessem” (se tivessem > se mantivessem).
Letra B – ERRADA - A forma verbal “requis” está flexionada de forma equivocada. O correto seria “requereu”. Há de se
ressaltar que o verbo “requerer” não é derivado do verbo “querer”.
Letra C - ERRADA – A forma verbal “atribue” está flexionada de forma equivocada. O correto seria “atribui”, padrão de
conjugação de Presente do Indicativo de verbos terminados em –uir: ele possui; ele constitui; ele obstrui; ...
Letra D – ERRADA - A forma verbal “Intermedio” está flexionada de forma equivocada. O correto seria “Intermedeio”,
padrão de conjugação de Presente do Indicativo dos verbos odiar, nomear, renomear, mediar, remediar, ansiar: eu
odeio; eu nomeio; eu renomeio; eu medeio; eu remedeio; eu anseio ...
Letra E – CORRETA – A redação apresentada se mostra correta. Há de se ressaltar a forma “propusesse”, que
corresponde ao verbo “propor”, derivado do verbo “pôr” (se pusesse >> se propusesse.)
Resposta: E

20. INÉDITA

Você está conectado?

Alguns anos atrás, a palavra "conectividade" dormia em paz, em desuso, nos dicionários, lembrando vagamente algo
como ligação, conexão. Agora, na era da informática e de todas as mídias, a palavra pulou para dentro da cena e
ninguém mais admite viver sem estar conectado. Desconfio que seja este o paradigma dominante dos últimos e dos
próximos anos, em nossa aldeia global: o primado das conexões.
No ônibus de viagem, de que me valho regularmente, sou quase uma ilha em meio às mais variadas conexões: do
vizinho da direita vaza a chiadeira de um fone de ouvido bastante ineficaz; do rapazinho à esquerda chega a viva
conversa que mantém há quinze minutos com a mãe, pelo celular; logo à frente um senhor desliza os dedos no laptop
no colo, e se eu erguer um pouquinho os olhos dou com o vídeo − um filme de ação − que passa nos quatro monitores
estrategicamente posicionados no ônibus. Celulares tocam e são atendidos regularmente, as falas se cruzam, e eu
nunca mais consegui me distrair com o lento e mudo crepúsculo, na janela do ônibus.
Não senhor, não são inocentes e efêmeros hábitos modernos: a conectividade irrestrita veio para ficar e conduzir a
humanidade a não sabemos qual destino. As crianças e os jovens nem conseguem imaginar um mundo que não seja
movido pela fusão das mídias e surgimento de novos suportes digitais. Tanta movimentação faz crer que, enfim, os
homens estreitaram de vez os laços da comunicação.
Que nada. Olhe bem para o conectado ao seu lado. Fixe-se nele sem receio, ele nem reparará que está sendo
observado. Está absorto em sua conexão, no paraíso artificial onde o som e a imagem valem por si mesmos, linguagens

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prontas em que mergulha para uma travessia solitária. A conectividade é, de longe, o maior disfarce que a solidão
humana encontrou. É disfarce tão eficaz que os próprios disfarçados não se reconhecem como tais. Emitimos e
cruzamos frenéticos sinais de vida por todo o planeta: seria esse, Dr. Freud, o sintoma maior de nossas carências
permanentes?
Assinale o trecho que contém uma passagem na voz passiva

A)... a palavra pulou para dentro da cena...

B) Fixe-se nele sem receio...

C) ... ele nem reparará que está sendo observado.

D) A conectividade é, de longe, o maior disfarce que a solidão humana encontrou.

E) ... as falas se cruzam, e eu nunca mais consegui me distrair com o lento e mudo crepúsculo, na janela do ônibus.

RESOLUÇÃO:

A voz passiva indica que o sujeito sofre a ação verbal (sujeito paciente). Pode apresentar-se das seguintes maneiras:

Analítica (ser + particípio do verbo principal):

Exemplos:

Os exercícios foram feitos.

As meninas eram conduzidas pelos pais.

Sintética ou Pronominal (3ª pessoa – verbo principal + "se"):

Exemplos:

Fizeram-se os exercícios (= Os exercícios foram feitos).

Cantam-se canções de ninar (Canções de ninar são cantadas).

Quebrou-se o violão (O violão foi quebrado).

O “se”, neste caso, é chamado de pronome apassivador.

Observação

Pelos exemplos acima, pode-se perceber que o verbo principal apresenta-se conjugado na terceira pessoa do singular
ou plural, de acordo com o sujeito paciente.
Observe que, tanto na forma analítica quanto na sintética, apenas os verbos transitivos diretos e transitivos diretos e
indiretos vão para a voz passiva. Em orações com verbos intransitivos ou transitivos indiretos ou de ligação, a voz
passiva não ocorre.
Analisemos letra a letra:

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Letra A – ERRADA – Não ocorre a presença nem do verbo auxiliar “ser” nem do “se”, não havendo possibilidade de se
ter voz passiva.
No caso, o sujeito “a palavra” é agente da ação verbal “pular”, configurando voz ativa.

Letra B – ERRADA – O “se” não é um pronome apassivador. É sim um pronome reflexivo. É possível verificar isso,
reescrevendo a frase da seguinte forma: “Fixe a si mesmo nele sem receio.”.
Isso posto, trata-se de uma voz reflexiva.

Letra C – CERTA – Temos a presença do verbo auxiliar “ser” – “sendo” – e do verbo principal no particípio –
“observado”. Configura-se, assim, um caso de voz passiva analítica.
Letra D – ERRADA – Até ocorre a presença do verbo “ser”, mas não há a presença de um verbo principal no particípio.
No trecho “A conectividade é, de longe, o maior disfarce”, não ocorre a flexão de voz, haja vista que o verbo é de
ligação. Já no trecho “que a solidão humana encontrou”, o sujeito “solidão humana” é agente da ação verbal
“encontrar”, configurando-se, assim, voz ativa.
Letra E – ERRADA – No trecho “as falas se cruzam”, temos uma voz reflexiva recíproca. Notemos a presença do
pronome recíproco “se” (as falas se cruzam = as falas cruzam umas com as outras).
Já no trecho “eu nunca mais consegui me distrair”, temos uma voz reflexiva. Notemos a presença do pronome reflexivo
“me” (eu nunca mais consegui me distrair = eu nunca mais consegui distrair a mim mesmo).
Resposta: C

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1. CESGRANRIO – LIQUIGÁS/2018

A forma verbal em destaque está em DESACORDO com o que prevê a norma-padrão da língua em:

A) Se a literatura condissesse com a realidade, não seria literatura.

B) A imprensa medeia a dialética que se estabelece entre ficção e realidade.

C) Espera-se que as crianças adiram às propostas dos livros infanto-juvenis.

D) Quando estava na escola, sempre punha um livro na mochila para ler no trajeto.

E) Se requiséssemos novos livros, os alunos teriam uma biblioteca mais atualizada.

2. CESGRANRIO – LIQUIGÁS/2018

Considere o trecho “Depois vieram as mães e avós doentes.” (l. 8-9).

A frase em que se emprega uma flexão do verbo destacado, de acordo com a norma-padrão da língua portuguesa, é:

A) Não sei o que fazer depois que vinherem as mães e avós doentes.

B) Depois que as mães e avós doentes virem, faremos alguma coisa.

C) Depois que eu vim, as mães e avós doentes ficaram curadas.

D) Depois, as mães e avós doentes tiveram vindo até aqui.

E) Talvez seja melhor ir depois de vierem as mães e avós doentes.

3. CESGRANRIO - Transpetro/2018

A forma verbal destacada atende às exigências da norma-padrão da língua portuguesa em:

A) Ao digitar as senhas em público, é necessário que confiremos se há pessoas estranhas nos observando para garantir
a segurança virtual.
B) As informações pessoais deveriam ser digitadas de forma condensada para que cabessem todas no espaço próprio
do questionário socioeconômico.
C) Os meios eletrônicos contribuem para que os estudantes retenham a maior parte das informações necessárias ao
bom desempenho escolar.
D) Para evitar a espionagem virtual é preciso que nós não consintemos na utilização dos nossos dados pessoais ao
instalar novos aplicativos no celular.
E) Quando algum consumidor querer comprar o último modelo de smartphone, pode agredir outros componentes da
fila para tomar seu lugar.

4. CESGRANRIO - Transpetro/2016

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O distanciamento do autor em relação à história narrada para destacar um ponto de vista seu sobre a temática em foco
é marcado pelo uso do verbo ser, no período “É um exercício estranho esse de começar a remoçar um corpo na
imaginação, injetar movimento e desejo nos seus músculos, acelerando nele, de novo, a avareza de viver cada
instante.”14-17).
Caso o enunciador queira conferir ao trecho um caráter de possibilidade, a reescritura adequada à norma-padrão e ao
contexto empregará o verbo ser da seguinte forma:
A) Fosse

B) Seria

C) Foi

D) Era

E) Fora

5. CESGRANRIO - IBGE/2016

A frase em que a palavra destacada está flexionada de acordo com a norma-padrão da língua portuguesa é:

A) Se você ver águas paradas, tome uma providência para evitar a proliferação do mosquito.

B) Para comunicar a seus acionistas o resultado financeiro semestral, o relatório abrangeu os aspectos principais
relacionados à produção da empresa.
C) Se os moradores obterem lâmpadas modernas para iluminar suas casas, farão economia de eletricidade.

D) Quando o Congresso propor que as lâmpadas incandescentes não sejam mais vendidas no país, a população terá de
se acostumar ao novo padrão.
E) O governo interviu na fabricação de lâmpadas quando decidiu que novos modelos deveriam tornar-se obrigatórios
no nosso país.

6. CESGRANRIO - UNIRIO/2016

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Em “Fazia calor no Rio, 40 graus e qualquer coisa, quase 41.” (l. 1-2), o uso do pretérito imperfeito do indicativo busca

A) estabelecer uma relação de causa e efeito.

B) contextualizar o tempo da narrativa.

C) introduzir uma ambiência de suspense.

D) banalizar o calor que fazia no Rio.

E) projetar uma possibilidade.

7. CESGRANRIO - UNIRIO/2016

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No final do primeiro parágrafo do Texto III, o autor compara o tempo a um imperador sem rivais, pois é o tempo “que
diz que passa quando, de fato, quem passa somos nós” (l. 4-5). O presente do indicativo, empregado três vezes nessa
passagem, produz o seguinte efeito de sentido:
A) atribui validade permanente a uma afirmação.

B) confere atualidade a uma ação ocorrida no passado.

C) retrata algo ocorrido no momento da fala do imperador.

D) indica um fato próximo, cuja realização é dada como certa.

E) infere à cena apresentada uma descrição do momento vivido.

8. CESGRANRIO - ANP/2016

O emprego dos verbos destacados no trecho “'Eu me sentava bem na ponta do banco, e minha felicidade começava."
(l. 19-20) mostra as lembranças da narradora sobre um fato que ocorreu com ela repetidas vezes no passado. Se,
respeitando-se o contexto original, a frase mostrasse um fato que ocorreu com ela uma única vez no passado, os verbos
adequados seriam os que se destacam em:
A) Eu me sentaria bem na ponta do banco, e minha felicidade começaria.

B) Eu me sentei bem na ponta do banco, e minha felicidade começou.

C) Se eu me sentasse bem na ponta do banco, minha felicidade começaria.

D) Eu me sento bem na ponta do banco para que minha felicidade comece.

E) Eu ficava sentada bem na ponta do banco, e minha felicidade estava começando.

9. CESGRANRIO - ANP/2016

Considere-se a seguinte passagem do Texto I, que está construída na voz ativa e tem verbo transitivo: “Eu olhava tudo"
(l. 25)
O mesmo tipo de construção ocorre em:

A) O apelido de Clarice Lispector era Flor-de-Lis.

B) Clarice virou cidadã brasileira no ano de 1943.

C) Clarice é uma das escritoras mais importantes de nossa literatura.

D) O prêmio literário Jabuti foi duas vezes concedido a Clarice Lispector.

E) Os editores da época recusaram os textos muito reflexivos de Clarice.

10. CESGRANRIO – Banco da Amazônia/2015

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O presente do indicativo, em “A medicina do trabalho, enquanto especialidade médica, surge na Inglaterra, na primeira
metade do século XIX, com a Revolução Industrial” (l. 1-3), produz o seguinte efeito de sentido:
A) aproxima o leitor do que é narrado.

B) põe em dúvida o contexto histórico referido.

C) confere um caráter de continuidade ao que é dito.

D) dissocia a origem da medicina do trabalho e o século XIX.

E) atribui à medicina do trabalho um valor anacrônico.

11. CESGRANRIO – Banco da Amazônia/2015

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No 4º parágrafo, insere-se no texto a voz do Dr. Robert Baker, médico que ensina ao empresário Robert Dernham o que
fazer com a saúde de seus trabalhadores.
Tal fala apresenta um tom de aconselhamento, o que se exemplifica por meio do uso de

A) verbos no modo imperativo

B) linguagem informal

C) coordenação sintática

D) pontuação exagerada

E) palavras repetidas

12. CESGRANRIO – Banco da Amazônia/2015

O verbo em destaque está conjugado de acordo com a norma-padrão em:

A) Pegue o outro elevador, por favor.

B) É preciso que você esteje atento a situações de perigo

C) Será muito bom se você propor um outro acesso aos passageiros.

D) Seje sempre bem-humorado com os passageiros.

E) Gostaríamos de que você vesse esse filme.

13. CESGRANRIO - LIQUIGÁS/2014

No trecho “Para o futuro, prenunciam-se perguntas mais difíceis, mais desafiadoras — e até ameaçadoras — do que
aquelas relativas ao uso de drones.” ( l. 35-38), o verbo prenunciar foi utilizado no plural por se tratar de uma construção
de passiva pronominal com sujeito também no plural.
O mesmo procedimento é adotado no verbo destacado em:

A) Para conquistar posição de vanguarda na corrida espacial, obedecem-se a princípios básicos de inovação
tecnológica.
B) Na missão espacial ao solo marciano, ambiente inóspito aos humanos, assistiram-se a episódios inesquecíveis.

C) Nos livros e filmes de ficção científica do século passado, falavam-se de robôs como uma possibilidade muito
próxima e viável.
D) Com o avanço das pesquisas em robótica nas últimas décadas, delegam-se atividades eminentemente humanas às
máquinas.
E) Para evitar que o crescimento da robótica provoque distorções incontroláveis, necessitam-se de leis protecionistas.

14. CESGRANRIO - Petrobrás/2014

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O texto traz inúmeros exemplos de voz passiva.

Que trecho, ao contrário, traz a forma verbal na voz ativa?

A) “forem minuciosamente estudadas” (L. 13-14)

B) “também são moldados” (L. 17)

C) “que são trazidas” (L. 27)

D) “pode dispor” (L. 40-41)

E) “a ser feita” (L. 44)

15. CESGRANRIO - Petrobrás/2012

No Texto I, a frase “os alunos desfizeram o equívoco antes que ele se criasse” (L 11-12) apresenta voz passiva
pronominal no trecho em destaque.
A seguinte frase apresenta idêntico fenômeno:

A) Necessita-se de muito estudo para a realização das provas.

B) É-se bastante exigente com Língua portuguesa nesta escola.

C) Vive-se sempre em busca de melhores oportunidades.

D) Acredita-se na possibilidade de superação do aluno.

E) Criou-se um método de estudo diferente no curso.

16. CESGRANRIO - Petrobrás/2012

Na língua portuguesa, uma das formas de expressar a voz passiva é por meio de verbo na terceira pessoa do singular ou
do plural, acompanhado pelo pronome apassivador se, constituindo o que se chama de voz passiva sintética, como
pode ser observado no seguinte trecho do Texto I:
“Nas batalhas comerciais, usa-se, hoje, um arsenal variado, que inclui subsídios diretos a empresas selecionadas.” (L 26-
28)
A construção de voz passiva sintética pode ser encontrada nas seguintes frases, EXCETO em:

A) Com o aumento da dívida pública, gerou-se enorme desgaste na credibilidade do governo americano.

B) Na luta por resistir à crise econômica, combate-se o desemprego em todos os países, mesmo nas grandes potências.

C) Para conter o excesso de globalização, precisa-se de uma série de medidas protecionistas rígidas e abrangentes.

D) Nas últimas décadas, perde-se uma batalha comercial a cada dia, devido a barreiras econômicas e subsídios fiscais.

E) Nos dias atuais, para resistir à redistribuição do poder, provoca-se uma crise artificial de proporções assustadoras.

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17. INÉDITA

Está incorreta a correlação entre tempos e modos verbais na seguinte frase:

A) Muitos se recordariam da felicidade exultante com que eram ingeridos os pedaços da torta.

B) Foi promovida graças ao compadrio que andava na moda e que por muitos anos ofuscara a meritocracia.

C) Um mal-intencionado sugere que se dê por encerrada a aula e comecemos logo as festividades do feriado.

D) Depois de haver adormecido por três dias na cama de um hospital, o paciente acabara sendo salvo por um milagre
divino.
E) Já informado do salvamento do paciente, o familiar não se conteve de alegria e se permitiu não comparecer à reunião
com o chefe.

18. INÉDITA

“O Governo deve, em 2019, devido à carência de quadro efetivo nos órgãos-chave da Administração Pública, contratar
número expressivo de servidores públicos.”
A transposição desse período para a voz passiva terá como resultado a seguinte forma verbal:

A) devem ser contratados

B) deve ser contratado

C) têm sido contratados

D) devem ser contratados

E) está contratando

19. INÉDITA

Observadas a regência e a flexão verbal, está correta a seguinte frase:

A) O apartamento que, na época, nos instalamos era o que tínhamos condições de pagar, porém havia um acordo: se
todos se mantessem em seus empregos durante razoável tempo, haveria chance de nos mudarmos para um lugar mais
espaçoso.
B) Irritei-me com tantos abaixo-assinados e requis transferência daquele desagradável departamento.

C) Afirmam que o funcionário atribue toda aquela discussão a uma intolerância por parte dos militantes.

D) Intermedio o encontro entre os candidatos à Presidência da República, para que haja uma coerente moderação
durante o debate.
E) Sentiu-se ofendido com a proposta e pensou que, se propusesse alterações em algumas cláusulas do contrato, teria
um sucesso na negociação.

20. INÉDITA

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Alguns anos atrás, a palavra "conectividade" dormia em paz, em desuso, nos dicionários, lembrando vagamente algo
como ligação, conexão. Agora, na era da informática e de todas as mídias, a palavra pulou para dentro da cena e
ninguém mais admite viver sem estar conectado. Desconfio que seja este o paradigma dominante dos últimos e dos
próximos anos, em nossa aldeia global: o primado das conexões.
No ônibus de viagem, de que me valho regularmente, sou quase uma ilha em meio às mais variadas conexões: do
vizinho da direita vaza a chiadeira de um fone de ouvido bastante ineficaz; do rapazinho à esquerda chega a viva
conversa que mantém há quinze minutos com a mãe, pelo celular; logo à frente um senhor desliza os dedos no laptop
no colo, e se eu erguer um pouquinho os olhos dou com o vídeo − um filme de ação − que passa nos quatro monitores
estrategicamente posicionados no ônibus. Celulares tocam e são atendidos regularmente, as falas se cruzam, e eu
nunca mais consegui me distrair com o lento e mudo crepúsculo, na janela do ônibus.
Não senhor, não são inocentes e efêmeros hábitos modernos: a conectividade irrestrita veio para ficar e conduzir a
humanidade a não sabemos qual destino. As crianças e os jovens nem conseguem imaginar um mundo que não seja
movido pela fusão das mídias e surgimento de novos suportes digitais. Tanta movimentação faz crer que, enfim, os
homens estreitaram de vez os laços da comunicação.
Que nada. Olhe bem para o conectado ao seu lado. Fixe-se nele sem receio, ele nem reparará que está sendo
observado. Está absorto em sua conexão, no paraíso artificial onde o som e a imagem valem por si mesmos, linguagens
prontas em que mergulha para uma travessia solitária. A conectividade é, de longe, o maior disfarce que a solidão
humana encontrou. É disfarce tão eficaz que os próprios disfarçados não se reconhecem como tais. Emitimos e
cruzamos frenéticos sinais de vida por todo o planeta: seria esse, Dr. Freud, o sintoma maior de nossas carências
permanentes?
Assinale o trecho que contém uma passagem na voz passiva

A)... a palavra pulou para dentro da cena...

B) Fixe-se nele sem receio...

C) ... ele nem reparará que está sendo observado.

D) A conectividade é, de longe, o maior disfarce que a solidão humana encontrou.

E) ... as falas se cruzam, e eu nunca mais consegui me distrair com o lento e mudo crepúsculo, na janela do ônibus.

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Aspecto Verbal
Para usar os tempos e modos verbais de forma adequada, além do conhecimento das flexões, é necessário inferir
também a duração e momento de percurso da ação ou do processo verbal. Esse conceito é denominado de Aspecto
Verbal. Essa noção será muito importante na análise dos tempos compostos.
Quanto à duração, o aspecto verbal pode ser:

Aspecto Pontual
Trata-se de uma ação ou um processo sem duração, momentâneo.

Exemplos:

A bomba estourou.

O bêbado caiu.

Aspecto Durativo
Trata-se de uma ação ou um processo que se prolonga por determinado tempo.

Exemplos:

Ele gritava de dor

O sol está brilhando

Aspecto Habitual/Iterativo
Trata-se de uma ação ou um processo que se repete habitualmente.

Exemplos:

Ele dá comida aos pombos todos os dias.

Ele joga bola aos domingos com os colegas.

Quanto ao percurso, o aspecto verbal pode ser:

Aspecto Incoativo ou Inceptivo


A ação ou o processo verbal está em seu início.

Exemplo:

O dia vem surgindo.

Ele começou a ler o poema.

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Aspecto Cursivo
A ação ou o processo verbal está em andamento.

Exemplo:

O balão continua subindo.

Os alunos estão conversando com o professor.

Aspecto Conclusivo
A ação ou processo verbal está em seu final.

Exemplo:

Eu acabei de falar com o professor.

Terminei de ler o livro.

Não são muito comuns questões solicitarem essas nomenclaturas, mas é muito importante ter essas noções. As
questões geralmente nos apresentarão algum tempo composto ou locução verbal e nos questionarão acerca do seu
início (se é que a ação já iniciou), seu final (se é que a ação já terminou) e sua duração.
Na frase “Eu tenho estudado Português feito louco.”, a forma verbal “tenho estudado” dá a entender que a ação teve
seu início no passado e ainda não chegou ao seu final, pois ainda dura no presente. Captou? Pergunte nesse tipo de
questão o início (se é que já iniciou), o fim (se é que já terminou) e a duração.
CESPE - TMCI (CGM J Pessoa)/Pref João Pessoa/2018
A corrupção é uma doença da alma. Como todas as doenças, ela não acomete a todos. Muitas pessoas são suscetíveis a
ela, outras não. A corrupção é uma doença que deve ser combatida por meio de uma vacina: a educação. Uma educação
de qualidade para todos os brasileiros deverá exercitar o pensamento e a crítica argumentada e, principalmente,
introduzir e consolidar virtudes como a solidariedade e a ética. Devemos preparar uma nova geração na qual a
corrupção seja um fenômeno do passado. Nesse futuro não tão remoto, teremos conquistado a utopia de uma
verdadeira justiça social.
Isaac Roitman. Corrupção e democracia. Internet: <https://noticias.unb.br> (com adaptações).

Com relação aos sentidos e aos aspectos gramaticais do texto apresentado, julgue o item a seguir.

A substituição de “teremos conquistado” por conquistaremos manteria os sentidos originais do texto.

( ) CERTO ( ) ERRADO

RESOLUÇÃO:

Observemos o trecho original: “Nesse futuro não tão remoto, TEREMOS CONQUISTADO a utopia...”.

A forma verbal destacada dá a entender que a conquista da utopia da justiça social se concretizou no futuro ANTES de
outras ações também no futuro.
A substituição pela forma CONQUISTAREMOS resulta em: “Nesse futuro não tão remoto, CONQUISTAREMOS a
utopia...”.

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A forma verbal em destaque faz menção a uma ação futura, mas sem a ideia da redação original de ação futura anterior
a outras ações.
Dessa forma, o sentido original sofre mudança com a reescrita proposta!

O item está, portanto, ERRADO!


Resposta: ERRADO

Tempos Primitivos e Derivados


São vários os tempos verbais, o que assusta o aluno assim que ele se depara com o desafio de estudar o assunto. Há,
porém, uma boa notícia: são apenas três os tempos primitivos, responsáveis por formar todos os outros tempos
verbais. São primitivos o Presente do Indicativo, o Pretérito Perfeito do Indicativo e o Infinitivo Impessoal. Outra boa
notícia é que o padrão que a seguir será apresentado se aplica a todos os verbos (irregulares inclusive), excetuando-se
os anômalos.

Tempos Derivados do Presente do Indicativo


Derivam do Presente do Indicativo: o Presente do Subjuntivo e os Imperativos Afirmativo e Negativo. Gostaria de
que vocês dessem bastante atenção à formação dos Imperativos, alvo de muitas cobranças em provas de concurso.
Vamos descrever a seguir os processos de formação dos tempos verbais. Tomaremos como exemplos as importantes
conjugações dos verbos TER, VER, VIR e PÔR, que devem se tornar bem familiares para vocês.

Presente do Subjuntivo

Deriva diretamente da 1a pessoa do singular do Presente do Indicativo. Como é o procedimento? Na 1ª pessoa do


Presente do Indicativo, retira-se a vogal final e acrescenta-se a desinência de modo e tempo – vogal “e” para verbos de
1ª conjugação; vogal “a”, para verbos de 2ª e 3ª conjugação.
Exemplos:

APROXIMAR

Na flexão de 1ª pessoa do Presente do Indicativo, temos: “Eu aproximo”;

Retirando-se a vogal final “o”, obtém-se o radical formador do tempo derivado: “aproxim”;

Acrescentando a desinência de modo e tempo do Presente do Subjuntivo - vogal “e” -, obteremos as


seguintes flexões: Talvez eu aproxime; Talvez tu aproximes; Que ele aproxime; Que nós aproximemos; Caso vós
aproximeis; Caso eles aproximem.

TRAZER

Na flexão de 1ª pessoa do Presente do Indicativo, temos: “Eu trago”;

Retirando-se a vogal final “o”, obtém-se o radical formador do tempo derivado: “trag”;

Acrescentando a desinência de modo e tempo do Presente do Subjuntivo - vogal “a” -, obteremos as


seguintes flexões: Talvez eu traga; Talvez tu tragas; Que ele traga; Que nós tragamos; Caso vós tragais; Caso
eles tragam.

Vejamos o comportamento dos verbos TER, VER, VIR e PÔR:

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ATENÇÃO!

Não seguem estritamente esse padrão de formação os verbos haver, ser, estar, dar, ir, querer e saber. As
formas de Presente do Subjuntivo desses verbos são: haja, seja, esteja, dê, vá, queira e saiba.
Verbos que não possuem a flexão de 1ª pessoa do singular do Presente do Indicativo não possuem Presente
do Subjuntivo. É o caso de abolir, emergir/imergir, viger, falir, precaver-se, colorir, etc.
Cuidado com os verbos aderir, polir, competir, repelir, gerir! Eles admitem SIM 1ª pessoa do singular do
Presente do Indicativo: eu adiro; eu pulo; eu compito; repilo; eu giro. A flexão de Presente do Subjuntivo,
portanto, fica assim: talvez eu adira; talvez tu adiras; talvez ele adira...; talvez eu pula; talvez tu pulas;
talvez ele pula...; talvez eu compita; talvez tu compitas; talvez ele compita...; talvez eu repila; talvez tu
repilas; talvez ele repila...; talvez eu gira; talvez tu giras; talvez ele gira...; etc.
Como já alertado, os verbos TER, VER, VIR e PÔR influenciarão as conjugações de MANTER, RETER, DETER,
OBTER, REVER, PREVER, INTERVIR, CONVIR, REPOR, DISPOR, DEPOR e tantos outros derivados.
Imperativo Afirmativo

Como é o procedimento?

Tomam-se as segundas pessoas do presente do indicativo, com eliminação do s final.

Tomam-se as demais pessoas do presente do subjuntivo, reproduzindo-as literalmente.

Vejamos o comportamento dos verbos TER, VER, VIR e PÔR:

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Observação:

É muito comum, não só na linguagem falada, mas também na escrita, haver mistura de pessoas gramaticais no
emprego do modo Imperativo.
Exemplos:

Decide o seu caminho para não perder o foco.

(2ª p) (3ª p)

Note que “decide” está flexionado na 2ª pessoa do singular do Imperativo Afirmativo - TU DECIDES – S = DECIDE
(TU). No entanto, o possessivo “seu” é de 3ª pessoa. Não ocorre, assim, uniformidade no tratamento das pessoas.
Correção: Decide o teu caminho para não perderes o foco.

Correção: Decida o seu caminho para não perder o foco.

Imperativo Negativo:

A formação do Imperativo Negativo é bem mais simples que a do Afirmativo. No Negativo, simplesmente
se tomam formas do Presente do Subjuntivo, reproduzindo-as literalmente.

Vejamos o comportamento dos verbos TER, VER, VIR e PÔR:

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Tempos Derivados do Pretérito Perfeito do Indicativo


Derivam do Pretérito Perfeito do Indicativo três importantes tempos: o Pretérito Mais-que-Perfeito do Indicativo, o
Futuro do Subjuntivo e o Pretérito Imperfeito do Subjuntivo. Professor, nunca ouvi falar desses tempos na minha vida!
Você, meu caro, já os utiliza bastante, mas não associa o uso aos nomes deles, entende? Vamos em frente! Muita
informação importante teremos aqui!
Primeiramente, vamos entender como se dá a formação dos tempos derivados. Ao flexionar a 2ª pessoa do singular do
Pretérito Perfeito do Indicativo, deparamo-nos com a terminação STE. O radical dos tempos derivados é obtido
subtraindo-se dessa a terminação STE.
No caso do verbo TER, a flexão de 2ª pessoa do singular do Pretérito Perfeito do Indicativo é “TU TIVESTE”. O radical
formador dos tempos derivados será, portanto, “TIVE”.
No caso do verbo VER, a flexão de 2ª pessoa do singular do Pretérito Perfeito do Indicativo é “TU VISTE”. O radical
formador dos tempos derivados será, portanto, “VI”.
No caso do verbo VIR, a flexão de 2ª pessoa do singular do Pretérito Perfeito do Indicativo é “TU VIESTE”. O radical
formador dos tempos derivados será, portanto, “VIE”.
No caso do verbo PÔR, a flexão de 2ª pessoa do singular do Pretérito Perfeito do Indicativo é “TU PUSESTE”. O radical
formador dos tempos derivados será, portanto, “PUSE”.

Pretérito Mais-que-Perfeito do Indicativo:

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A desinência de modo e tempo identificadora do Pretérito Mais-que-Perfeito do Indicativo é “RA”, seja o verbo de
1ª, 2ª ou 3ª conjugação. A simples presença, portanto, dessa desinência já nos permite identificar a que modo e tempo
pertence a forma verbal. Muitas são as questões que, sem rodeios, perguntam objetivamente qual o tempo, modo,
pessoa e número da forma verbal em destaque. Conhecer as desinências é essencial!

Futuro do Subjuntivo:

As desinências identificadoras do Futuro do Subjuntivo coincidem com as do Infinitivo Pessoal (ou Flexionado),
porém o radical nem sempre coincide. Daí o cuidado que se deve ter para não flexionar o Futuro do Subjuntivo da
mesma forma que o Infinitivo Pessoal. Note a diferença:
Pediram para nós FAZERMOS uma festa.

Se nós FIZERMOS uma festa, convidaremos os professores.

Vejam só! Foi o que disse para vocês! A desinências coincidem – no caso “RMOS” -, mas os radicais diferem – no
Infinitivo Pessoal, tem-se “FAZE”; no caso do Futuro do Subjuntivo, tem-se “FIZE”, extraído da 2ª pessoa do singular
do Pretérito Perfeito do Indicativo sem a terminação STE.
Além disso, as flexões de Futuro do Subjuntivo são comumente acompanhadas das conjunções temporais e
condicionais “QUANDO” e “SE”.

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Pretérito Imperfeito do Subjuntivo:

A desinência de modo e tempo identificadora do Pretérito Imperfeito do Subjuntivo é “SSE”, seja o verbo de 1ª, 2ª
ou 3ª conjugação. A simples presença, portanto, dessa desinência já nos permite identificar esse modo e tempo. Mais
uma vez! Foco nas desinências!
Além disso, as flexões de Pretérito Imperfeito do Subjuntivo são comumente acompanhadas das conjunções
temporais e condicionais “QUANDO”, “SE” e “CASO”.

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IMPORTANTE!

As formas verbais de vir, ver e pôr e derivados no Pretérito Imperfeito e no Futuro do Subjuntivo costumam gerar
dúvidas.
Exemplos:

Quando você compor uma boa música, será recompensado pelo público. (ERRADO)

Quando você compuser uma boa música, será recompensado pelo público. (CERTO)

Se o Governo intervisse menos na economia, haveria mais crescimento econômico. (ERRADO)

Se o Governo interviesse menos na economia, haveria mais crescimento econômico. (CERTO)

Se nós mantermos o foco, atingiremos nossas metas. (ERRADO)

Se nós mantivermos o foco, atingiremos nossas metas. (CERTO)

Uma flexão que chama bastante atenção e a do FUTURO DO SUBJUNTIVO do verbo VER.

No dia a dia, são comuns as construções “Se eu ver... Quando eu ver ... Se você ver... Quando você ver ... Se nós
vermos... Quando nós vermos...”.
Essas construções, galera, estão erradas.

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As flexões previstas pela gramática normativa são “Se eu VIR... Quando eu VIR... Se você VIR... Quando você VIR... Se
nós VIRMOS... Quando nós VIRMOS...”. Esse padrão será seguido por seus derivados. Observe:
Se eu rever minha família, ficarei muito emocionado. (ERRADO)

Se eu revir minha família, ficarei muito emocionado. (CERTO)

Se a meteorologia prever sol no domingo, irei à praia. (ERRADO)

Se a meteorologia previr sol no domingo, irei à praia. (CERTO)

Se ele antevesse a crise, não tomaria aquela desastrada decisão. (ERRADO)

Se ele antevisse a crise, não tomaria aquela desastrada decisão. (CERTO)

Tempos Derivados do Infinitivo Impessoal


São derivados da forma impessoal do Infinitivo os seguintes tempos: Pretérito Imperfeito do Indicativo, Futuro do
Presente do Indicativo, Futuro do Pretérito do Indicativo, Infinitivo Pessoal. Vejamos a formação de cada um desses
tempos, atendo-se às terminações e desinências, ok?

Pretérito Imperfeito do Indicativo:

Fique atento às desinências identificadoras desse tempo verbal: no caso de verbos de 1ª conjugação, a desinência
modo-temporal é “VA”; já nos verbos de 2ª e 3ª conjugação, a desinência modo-temporal é “IA”. Vejamos esse padrão
ocorrendo nos verbos NEGOCIAR, TRAZER e PROIBIR.

O verbo VER obedece ao padrão acima, porém os verbos TER, VIR e PÔR seguem um padrão diferente. Veja:

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Futuro do Presente do Indicativo:

Fique atento às terminações identificadoras desse tempo verbal: REI, RÁS, RÁ, REMOS, REIS, RÃO

Vejamos o comportamento dos verbos TER, VER, VIR e PÔR:

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Futuro do Pretérito do Indicativo:

Fique atento às terminações identificadoras desse tempo verbal: RIA, RIAS, RIA, RÍAMOS, RÍEIS, RIAM

Vejamos o comportamento dos verbos TER, VER, VIR e PÔR:

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Observação

Uma conjugação interessante é a do verbo QUERER, no Futuro do Presente e no Futuro do Pretérito do


Indicativo. Veja:
Futuro do Presente do Indicativo: eu quererei; tu quererás; ele quererá; nós quereremos; vós querereis; eles
quererão.
Futuro do Pretérito do Indicativo: eu quereria; tu quererias; ele quereria; nós quereríamos; vós quereríeis;
eles quereriam.
Deve-se tomar o devido cuidado para não confundir algumas flexões de Pretérito Imperfeito do Indicativo
com o Futuro do Pretérito do Indicativo, nos verbos de 2ª e 3ª pessoa. As terminações são bem similares.
Veja:
Pretérito Imperfeito do Indicativo: eu sabia; eu fazia; eu permitia; eu aprendia...

Futuro do Pretérito do Indicativo: eu saberia; eu faria; eu permitiria; eu aprenderia...

Infinitivo Pessoal

A formação desse tempo já foi detalhada na seção Formas Nominais.

Tempos Compostos
Infelizmente precisamos recorrer ao deboreba aqui. Precisamos simplesmente saber quais os tempos compostos e
como estes são formados. Lembremo-nos de que os tempos compostos são espécies de locuções verbais, em que os
auxiliares são os verbos TER e HAVER e os verbos principais estão no PARTICÍPIO. Vamos a eles:

Tempos Compostos do Modo Indicativo


Pretérito Perfeito Composto:

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(Verbo Auxiliar TER/HAVER no Presente do Indicativo + Verbo Principal no Particípio)

Exemplos:

Nós temos estudado Português com afinco.

Eu tenho pesquisado bastante sobre a doença e já consegui descobrir muitas coisas.

Eles têm analisado as gravações, mas ainda não encontraram elementos comprobatórios relevantes.

Aqui é interessante analisar o aspecto verbal – início, término e duração da ação. Note que, nos exemplos
anteriores, a ação tem seu início no passado e perdura no presente.
CESPE - Técnico Judiciário (TRE BA)/2017

Com a ampliação dos direitos, nasceu também uma concepção mais ampla de cidadania. De um lado, existe uma
concepção consumerista de cidadania (direito de defesa do consumidor) e, de outro, uma concepção plena, que se
manifesta na mobilização da sociedade para a conquista de novos direitos e na participação direta da população na
gestão da vida pública, por meio, por exemplo, da discussão democrática do orçamento. Esta tem sido uma prática,
sobretudo no nível do poder local, que tem ajudado na construção de uma democracia participativa, superando os
limites da democracia puramente representativa.
Moacir Gadotti. Escola cidadã – educação para e pela cidadania. Internet: <http://acervo.paulofreire.org> (com
adaptações).
A correção gramatical, a coerência e o sentido do texto seriam mantidos caso a forma verbal “tem ajudado” fosse
substituída por
a) vem ajudando.

b) ajudou.

c) ajudaria.

d) vinha ajudando.

e) pode ajudar.

RESOLUÇÃO:
A forma “tem ajudado” corresponde ao Pretérito Perfeito do Indicativo na forma composta e expressa ação que se
iniciou no passado e perdura no presente.
Já a forma “ajudou” é flexão de Pretérito Perfeito do Indicativo na forma simples e expressa ação já concluída,
finalizada no passado.
Sendo assim, a substituição de “tem ajudado” por “ajudou” alteraria o sentido original.
Resposta: A

Pretérito Mais-que-Perfeito Composto:

(Verbo Auxiliar TER/HAVER no Pretérito Imperfeito do Indicativo + Verbo Principal no Particípio)

Exemplos:

Nós tínhamos estudado esse assunto na época de colégio.

Eu já tinha iniciado a aula quando você chegou.

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Eles haviam alertado as autoridades várias vezes sobre as possibilidades reais de um desastre na região.

Esse é um dos tempos compostos mais explorados em provas. São frequentes as menções a essa forma composta e
sua correspondência com a forma simples (tinha estudado = estudara; tinha iniciado = iniciara; haviam alertado =
alertaram).

Futuro do Presente Composto:

(Verbo Auxiliar TER/HAVER no Futuro do Presente do Indicativo + Verbo Principal no Particípio)

Exemplos:

Nós teremos aprendido muitas coisas até o dia da nossa prova.

Eu já haverei iniciado meu estágio quando me formar.

Pedro terá mentido três vezes antes de capturarem Jesus.

Aqui é interessante analisar o significado do Futuro do Presente Composto. Nos exemplos anteriores, ele faz menção
a fatos futuros anteriores a outros fatos futuros. Como assim, professor? Por exemplo, na frase “Eu já haverei iniciado
meu estágio quando me formar. ”, o início do estágio e a formatura são eventos futuros, concorda? No entanto, o início
do estágio se dará antes da formatura. Trata-se, portanto, de um futuro anterior a outro futuro.

Futuro do Pretérito Composto:

(Verbo Auxiliar TER/HAVER no Futuro do Pretérito do Indicativo + Verbo Principal no Particípio)

Exemplos:

Teria estudado com mais dedicação se soubesse o quão importante era.

Teria me esforçado mais se tivesse a exata noção da recompensa.

Aqui se nota uma equivalência entre as formas simples e composta. É possível, portanto, substituir “Teria estudado”
e “Teria me esforçado” por “Estudaria” e “Esforçar-me-ia”, respectivamente, mantendo a correção e o sentido original.

Tempos Compostos do Modo Subjuntivo


Pretérito Perfeito Composto:

(Verbo Auxiliar TER/HAVER no Presente do Subjuntivo + Verbo Principal no Particípio)

Exemplos:

Esperamos que você tenha apreciado nossa carta de vinhos.

Tomara que eles tenham acertado a questão da prova.

É provável que o jogo já tenha se encerrado quando chegarmos ao estádio.

O Pretérito Perfeito Composto do Subjuntivo pode expressar um desejo de algo tenha ocorrido ou fazer menção a
um fato futuro já encerrado em relação a outro. Nas duas primeiras frases, por exemplo, temos a manifestação de um

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desejo e, na última, temos a menção a um possível fato futuro encerrado – o jogo -, antes de outro fato também futuro
– a chegada ao estádio.

Pretérito Mais-que-Perfeito Composto:

(Verbo Auxiliar TER/HAVER no Pretérito Imperfeito do Subjuntivo + Verbo Principal no Particípio)

Exemplos:

Se eles tivessem prestado atenção, não teriam errado a questão boba.

Se tivessem respondido com clareza as indagações, não teria havido tantas polêmicas.

Aqui se nota uma equivalência entre as formas simples e composta. É possível, portanto, substituir “tivessem
prestado” e “tivessem respondido” por “prestassem” e “respondessem”, respectivamente, mantendo a correção e o
sentido original.

Futuro Composto:

(Verbo Auxiliar TER/HAVER no Futuro do Subjuntivo + Verbo Principal no Particípio)

Exemplos:

Quando vocês tiverem encerrado os estudos, organizem a sala, por favor!

Assim que o jogo tiver finalizado, ligue-me.

Aqui se nota uma equivalência entre as formas simples e composta. É possível, portanto, substituir “tiverem
encerrado” e “tiver finalizado” por “encerrarem” e “finalizar”, respectivamente, mantendo a correção e o sentido
original.

Emprego dos Modos e Tempos Verbais


Senhores, no estágio em que nos encontramos, é de se esperar que já saibamos reconhecer os tempos e modos
verbais, por meio de suas desinências, e que estamos a par da conjugação verbal (ainda precisamos aprimorar),
dominando os mecanismos de formação dos tempos verbais. Veja que suamos bastante a camisa até agora e não
poderia ser diferente! A classe dos verbos exige um esforço hercúleo (Falei bonito, hein?) de nossa parte! Vamos partir
agora para um segundo estágio, que consiste em entender como se empregam esses tantos tempos e modos verbais e
qual o significado por eles expressado. Mãos à obra? Vamos lá!

Modo Indicativo

Presente:
Na sua acepção literal (sentido tomado ao pé da letra), o Presente do Indicativo faz menção a uma ação que ocorre no
momento da fala.
Exemplo:

Escuto um rock pesado enquanto escrevo esta aula.

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(E é verdade mesmo! Rs. Quando o assunto é desafiador, como é o caso de verbos, nada como um bom rock para estimular a
mente! Queridos, trata-se de ações que ocorrem no momento da fala, daí o emprego das formas verbais no Presente
do Indicativo.).
No entanto, pode-se empregar esse tempo verbal com outros sentidos, além do literal. Vejamos a seguir algumas
dessas possibilidades.

Usa-se o Presente do Indicativo para fazer menção a fatos habituais ou corriqueiros:

Exemplos:

Tomo banho todos os dias.

Às quintas-feiras estudo Português.

Visito meus pais todo sábado, final de tarde!

Usa-se o Presente do Indicativo para dar vivacidade a fatos passados ou históricos:

Exemplos:

Em 1492, Cristóvão Colombo descobre a América.

Aos 45 minutos do 2º tempo, o time adversário empata o jogo para desespero da torcida.

Usa-se o Presente do Indicativo para fazer menção a definições, conceitos e fatos atemporais:

Exemplos:

Mata-se demais no Brasil todos os anos.

O triângulo possui três lados.

Descontrole da despesa pública implica aumento da inflação.

Usa-se o Presente do Indicativo para enfatizar certeza ou conferir assertividade em ações futuras:

Exemplos:

Amanhã eu te ligo!

Semana que vem, eu publico as demais aulas.

Se alguém me pede um favor, atendo prontamente.

Pretérito Perfeito:
Na sua acepção literal (sentido tomado ao pé da letra), o Pretérito Perfeito do Indicativo faz menção a uma ação já
concluída, finalizada, consumada no passado, tomando-se como referência o momento da fala.
Exemplo:

Publiquei a aula 01 ontem à noite.

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Joguei bola ontem com meus amigos.

Visitei meus pais no último fim de semana.

(Trata-se de uma ação já concluída no passado.)

A sua forma composta, como já detalhamos, faz menção a fatos que se iniciaram no passado e perduram no presente.

Ele tem feito um excelente trabalho na Instituição.

(Trata-se de uma ação iniciada no passado e que perdura no presente.)

Pretérito Imperfeito:
Na sua acepção literal (sentido tomado ao pé da letra), o Pretérito Imperfeito do Indicativo faz menção a uma ação do
passado durativa, repetitiva, cujo final não é possível apontar com exatidão.
Como assim, professor? Que negócio complicado!

Não é não! Vamos ver a seguir um comparativo para você entender o emprego desse tempo.

Exemplos:

Joguei bola ontem com meus amigos.

Jogava bola às quartas com meus amigos.

Visitei meus pais no último fim de semana.

Visitava meus pais todo fim de semana.

Note que as formas “joguei” e “visitei” estão flexionadas no Pretérito Perfeito. Fazem menção a ações do passado já
concluídas, finalizadas, consumadas.
Já as formas “jogava” e “visitava” estão flexionadas no Pretérito Imperfeito. Fazem menção a ações do passado que
se repetiram, que tiveram uma duração. A ação “jogar bola” se repetia às quartas-feiras; e a ação “visitar os pais” se
repetia todo fim de semana. Essas ações, portanto, eram habituais no passado e deixaram de ser. Quando
exatamente deixaram de se repetir? Não sabemos com exatidão. Daí o motivo de chamá-las de imperfeitas.
Moçada, fiquem ligados! Quando o enunciado falar em “ação habitual no passado”, “ação que teve continuidade no
passado”, “ação que teve duração no passado”, “ação do passado cujo final não é possível apontar com exatidão”,
vocês já podem associar essas descrições ao Pretérito Imperfeito do Indicativo.
Além disso, pode-se empregar esse tempo verbal com outros sentidos. Vejamos a seguir algumas dessas possibilidades.

Usa-se o Pretérito Imperfeito do Indicativo para fazer menção a tempo imaginário, comumente
empregado em narrativas ficcionais.
Quem nunca, quando criança, escutou historinhas do tipo “Era uma vez um monstro chamado Português,
que devorava os concurseiros aflitos...”. O emprego do Pretérito Imperfeito se justifica por se tratar de algo
imaginário, ficcional.
Usa-se o Pretérito Imperfeito do Indicativo para expressar polidez (gentileza, educação).

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Exemplos:

Você podia me fazer um grande favor?

Senhor, o senhor podia me dar alguns minutos da sua atenção?

Pretérito Mais-que-Perfeito:
Na sua acepção literal (sentido tomado ao pé da letra), o Pretérito Mais-que-Perfeito indica um fato já concluído e
anterior a outro também concluído em relação ao momento da fala. Em outras palavras, pode-se dizer que se trata
de um passado de um passado.
Como assim, professor? Que negócio complicado! Meu Deus!

Num primeiro momento, não parece ser algo de Deus, é verdade! Mas calma! Veja o exemplo seguir!

Exemplo:

A família terminara o jantar quando ele chegou.

Vamos organizar os acontecimentos numa linha do tempo, ok? O que ocorreu primeiro? O término do jantar ou a
chegada dele? Primeiro o jantar se encerrou, todos concordam? E, depois de algum tempo, com o jantar já encerrado,
ele chega.
Ora, vamos pensar um pouco agora! A forma “chegou” está no passado, certo? Se “chegou” é passado, “terminara” é
mais passado ainda, pois ocorreu antes, todos concordam? Ora, se “chegou” é perfeito, “terminara” é, portanto, mais
perfeito ainda. Eis o Pretérito Mais-que-Perfeito, uma ação anterior a outra ação já concluída. Guarde essa
descrição, pois ela chove em provas.
O Pretérito Mais-que-Perfeito costuma ocorrer com mais frequência em sua forma composta. Veja:

Exemplo:

A bola já tinha entrado quando o juiz apitou o final do jogo.

A forma verbal “tinha entrado” faz menção a uma ação anterior a outra já concluída – no caso, a ação representada pela
forma verbal “apitou”. Note que primeiro a bola entra no gol e só depois o juiz apita o final da partida.
Gente, vamos fazer uma síntese dos pretéritos: o Perfeito faz menção a uma ação concluída, finalizada; o
Imperfeito, a uma ação habitual no passado; e o Mais-que-Perfeito, a uma ação anterior a outra ação já concluída.
Além desse sentido, é possível empregar o Pretérito Mais-que-Perfeito para indicar desejo, vontade, anseio. Veja:

Exemplos:

Quem me dera ser um funcionário público!

Quisera eu saber Português, professor!

Futuro do Presente:
Na sua acepção literal (sentido tomado ao pé da letra), o Futuro do Presente indica um fato posterior ao momento da
fala. É, portanto, um futuro tomando-se como referência o agora, o presente.
Exemplos:

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Daqui a alguns meses, serei um funcionário público, professor!

(Se Deus quiser! Note que a forma verbal “serei” faz menção a um fato posterior, tomando-se como referência o
momento da fala.)
No entanto, pode-se empregar esse tempo verbal com outros sentidos, além do literal. Vejamos a seguir algumas
dessas possibilidades.

Usa-se o Futuro do Presente, em muitas ocasiões, com valor imperativo, expressando ordens,
mandamentos:

Exemplos:

Não cobiçarás a mulher alheia.

Você não deixará para estudar somente quando sair o edital.

Note que as formas verbais em destaque estão flexionadas no futuro, mas correspondem a mandamentos, que devem
ser seguidos imediatamente. Você não pode cobiçar a mulher dos outros, ora! Rs.

Usa-se o Futuro do Presente em perguntas, expressando incerteza, dúvida:

Exemplos:

Conseguiremos superar todas essas adversidades?

Terá o treinador mais sorte no próximo jogo?

A sua forma composta, como já detalhamos, faz menção a fatos futuros anteriores a outros fatos também futuros.

Daqui a alguns meses, serei um funcionário público, professor! Antes disso, terei gabaritado a prova de Português e obtido
minha tão suada aprovação.
(A forma verbal “terei gabaritado” e “serei” correspondem a eventos futuros, sendo que o primeiro antecede o
segundo.)

Futuro do Pretérito:
Na sua acepção literal (sentido tomado ao pé da letra), o Futuro do Pretérito indica um fato posterior ao a um
acontecimento passado. É, portanto, um futuro tomando-se como referência o passado.
Que negócio complicado é esse, professor?

Não é não, meu amigo! Deixe-me explicar! Observe a frase a seguir.

Em 2004, eu me formei. Dois anos depois, iniciaria minha carreira de professor.

Note que as formas verbais “formei” e “iniciaria” fazem menção a acontecimentos passados. O primeiro ocorreu em
2004 (faz tempo...); o segundo, em 2006 (faz tempo também...). 2006 é, em relação a 2004, futuro, você concorda?
Trata-se de um futuro de um passado. Eis, portanto, o Futuro do Pretérito, um evento posterior a um outro evento já
concluído.

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Outro exemplo?

Em 2002 Felipão, à frente da seleção brasileira como técnico, trouxe o pentacampeonato mundial. Anos mais tarde, em
2014, passaria uma vergonha homérica no Mineirão, levando um sonoro 7 a 1 da Alemanha.
Desculpe-me lembrá-lo dessa tragédia, ok? Observe que a forma verbal “passaria” faz menção a uma ação posterior –
2014 – a outra já concluída – 2002. Trata-se de um Futuro do Pretérito.
No entanto, pode-se empregar esse tempo verbal com outros sentidos, além do literal. Vejamos a seguir algumas
dessas possibilidades.

Usa-se o Futuro do Pretérito em muitas perguntas, expressando incerteza em relação a eventos


passados.
Exemplo:

Seria falha humana a causa da tragédia aérea?

Em breve, veremos as correlações de tempos verbais. Como, professor? Em breve veremos! Fique tranquilo. Lá
mostrarei para vocês que podemos empregar os Futuros do Presente ou do Pretérito para fazer menção a
consequências hipotéticas condicionadas à concretização de determinados eventos. Aguardem!

Modo Subjuntivo

Presente:
O Presente do Subjuntivo expressa possibilidades e desejos. É frequentemente empregado em frases optativas (que
expressam vontade, desejo), acompanhados da partícula expletiva ou de realce QUE. Observe:
Deus me proteja!

Bons ventos te levem!

Que eu consiga minha tão sonhada aprovação!

É provável que ele compareça ao evento.

Atenção!

Construções do tipo “Você quer que eu faço isso? ” são consideradas graves equívocos gramaticais e mostram
desconhecimento por parte do falante de regras básicas que regem a norma culta.
Note que a forma verbal se insere numa frase que expressa desejo, possibilidade. Dessa forma, deve-se empregar a
flexão de Presente do Subjuntivo: “Você quer que eu faça isso? ”.
A sua forma composta, como já detalhamos, faz menção a desejos de que algo já tenha ocorrido ou a eventos futuros já
encerrados em relação a outros eventos.
Espero que ele tenha feito uma excelente prova.

(Trata-se de um desejo de que algo já tenha ocorrido.)

É provável que o professor já tenha encerrado a aula, quando chegarmos ao curso.

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(Trata-se de um evento futuro possivelmente já encerrado - tenha encerrado - antes de outro evento - chegarmos.)

Pretérito Imperfeito:
O Pretérito Imperfeito do Subjuntivo faz menção a uma condição não realizável no passado.

Exemplo:

Se ele estivesse aqui mais cedo, veria a catástrofe que foi o evento.

Caso ele tivesse manifestado vontade por escrito, teríamos reservado a sala.

Futuro:
O Futuro do Subjuntivo faz menção a uma condição futura possível.

Exemplo:

Se o Prefeito estiver aqui amanhã, mostrarei a ele os estragos causados pela chuva.

Quando você for nomeado, faremos um baita churrasco.

Modo Imperativo
Como já detalhado, o Imperativo expressa uma ordem, um pedido ou um conselho.

No entanto, em algumas construções, o emprego do Imperativo pode ser associado à ideia de condição. Como assim,
professor? Veja:
Chegue cedo, e conseguirá o melhor lugar do auditório. (= Se chegar cedo, conseguirá...)

Estude todo dia um pouco, e os resultados virão. (= Se estudar todo dia um pouco, os resultados....)

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Correlação dos Tempos Verbais


Professor, depois de estudar tantos tempos verbais, o que ainda resta, pelo amor de Deus? Eu entendo perfeitamente sua
aflição, meu amigo! Quanto mais a fundo você entra nesse assunto, mais coisa aparece. Mas não desistamos,
continuemos em frente, subindo degrau a degrau. Vamos falar agora das correlações entre tempos verbais, um nome
bonito para algo que é bem simples. Estudar as correlações é mapear as diversas combinações entre os tempos verbais.
Há parcerias que dão “liga”, que são compatíveis; mas há outras que “não colam”, que são inviáveis, que rompem a
estrutura lógica da frase. Muitas vezes, você vai identificar as correlações sem grandes dificuldades, pois os pares de
tempos verbais se combinam naturalmente, o que é percebido pela fluência na leitura. A quebra da correlação, por
outro lado, resulta nitidamente numa ruptura na frase.
Vejamos a frase a seguir:

Quero muito que todos vocês passassem.

E aí? O que achou? Professor, está esquisita essa frase. Eu não saberia explicar o problema, mas que está esquisita, está
sim! Tente explicar do seu jeito, ora! Ah, professor, na minha cabeça, não estão combinando as formas “Quero” e
“passassem”. Como eu havia dito, está estranho! O que você falou está correto, meu amigo! Quando você diz que as
forma verbais não combinam, em outras palavras está dizendo que não há entre elas uma correlação. Ocorre, assim,
uma ruptura lógica na frase! Tá bom, professor! Mas como corrigi-la? Tente, eu tenho certeza de que você conseguirá!
Deixe-me ajudá-lo! Se mantivermos a forma “Quero”, será preciso alterar a forma “passassem” para... “passem”,
professor? Exato! E se mantivermos a forma “passassem”, será preciso alterar a forma “Quero” para... “Queria”,
professor? Exato!
Guiando-se apenas pelo bom senso, você conseguiu estabelecer as corretas correlações.

As possibilidades de correção seriam:

Quero muito que todos vocês passem.

Queria muito que todos vocês passassem.

Não é preciso decorar todas as correlações entre tempos verbais, pois muitas delas ocorrerão naturalmente. Há duas
correlações, no entanto, que temos que ter atenção! Elas não são tão imediatamente reconhecidas, daí a atenção que
devemos ter. A primeira delas corresponde ao par “Futuro do Subjuntivo – Futuro do Presente do Indicativo”. Já a
segunda, ao par “Pretérito Imperfeito do Subjuntivo – Futuro do Pretérito do Indicativo”.

Principais Correlações

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Futuro do Subjuntivo – Futuro do Presente do Indicativo


Exemplos:
Se você vier, faremos uma festa.
Quando você for nomeado, comemoraremos a semana toda.
Se nós mantivermos o foco, atingiremos nossas metas.

Pretérito Imperfeito do Subjuntivo – Futuro do Pretérito


do Indicativo
Exemplos:
Se você chegasse mais cedo, seria possível fazer uma revisão antes de iniciar a aula.
Caso ele disponibilizasse o auditório, faríamos lá nossa confraternização de final de ano.
Se nós mantivéssemos a disciplina, obteríamos melhores resultados.

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Outras Correlações
Há uma série de outras correlações. Você não precisa decorá-las, pois elas ocorrerão naturalmente. E qualquer desvio
resultará numa ruptura lógica na frase bem perceptível. É muito importante ler os exemplos de redações e perceber a
combinação entre os pares de tempos verbais. Vejamos:

Presente do Indicativo – Presente do Subjuntivo


Exemplos:
Eu espero que você me entenda.
Eu preciso que você faça isso para mim.
Atenção: Construções do tipo “Você quer que eu faço isso?” são consideradas graves equívocos gramaticais e
mostram desconhecimento por parte do falante de regras básicas que regem a norma culta.

Pretérito Perfeito do Indicativo/Pretérito Imperfeito do


Indicativo – Pretérito Imperfeito do Subjuntivo
Exemplos:
Eu esperava que você me entendesse.
Eu precisava que você fizesse isso para mim.
Sempre quis que você estivesse comigo.

Pretérito Perfeito do Indicativo – Pretérito Mais-que-


Perfeito do Indicativo (Simples ou Composto)
Exemplos:
Li o livro que você havia indicado.
Resolvi a questão que o professor disponibilizara nas redes sociais.

Pretérito Perfeito do Indicativo – Futuro do Pretérito do


Indicativo
Exemplos:
Informaram que o técnico não daria entrevistas.
Decidiram que o caso seria arquivado.
Observação:

Na linguagem coloquial, costuma-se usar o pretérito imperfeito do indicativo no lugar do futuro do pretérito.

Exemplo:

Você prometeu que vinha. (ERRADO)

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Você prometeu que viria. (CERTO)

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Lista de Questões

1. CESPE – Polícia Rodoviária Federal/2019


Não consigo pensar em um cargo público mais empolgante que o desse homem. Claro que o cargo, se existia, já foi
extinto, e o homem da luz já deve ter se transferido para o mundo das trevas eternas.
A correção gramatical e os sentidos do texto seriam mantidos caso a forma verbal “existia” fosse substituída por
“existisse”.
( ) CERTO ( ) ERRADO

2. CESPE – SEFAZ RS/2019


Liszt, no entanto, registraria que um erro tipográfico invertera, no programa do concerto, os nomes de Pixis e
Beethoven...
Os sentidos originais e a correção gramatical do texto 1A11-I seriam preservados se a forma verbal “invertera” (R.20)
fosse substituída por
a) inverteria.

b) teria invertido.

c) invertesse.

d) havia invertido.

e) houve de inverter

3. CESPE - TMCI (CGM J Pessoa)/Pref João Pessoa/2018


A corrupção é uma doença da alma. Como todas as doenças, ela não acomete a todos. Muitas pessoas são suscetíveis a
ela, outras não. A corrupção é uma doença que deve ser combatida por meio de uma vacina: a educação. Uma educação
de qualidade para todos os brasileiros deverá exercitar o pensamento e a crítica argumentada e, principalmente,
introduzir e consolidar virtudes como a solidariedade e a ética. Devemos preparar uma nova geração na qual a
corrupção seja um fenômeno do passado.
Nesse futuro não tão remoto, teremos conquistado a utopia de uma verdadeira justiça social.

Isaac Roitman. Corrupção e democracia. Internet: <https://noticias.unb.br> (com adaptações).

Com relação aos sentidos e aos aspectos gramaticais do texto apresentado, julgue o item a seguir.

A substituição de “teremos conquistado” por conquistaremos manteria os sentidos originais do texto.

( ) CERTO ( ) ERRADO

4. CESPE - PM MA/2018
Texto CG2A1BBB

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A respeito de aspectos linguísticos do texto CG2A1BBB, julgue o item.

A forma verbal empregada no trecho “ENTRE NESTA LUTA!” sinaliza a intenção do autor do texto de levar os leitores a
executarem determinada ação ou a desenvolverem determinado comportamento.
( ) CERTO ( ) ERRADO

5. CESPE - Aud (CAGE RS)/SEFAZ RS/2018


Texto 1A9AAA
Estas memórias ficariam injustificavelmente incompletas se nelas eu não narrasse, ainda que de modo breve, as
andanças em que me tenho largado pelo mundo na companhia de minha mulher e de meus fantasmas particulares.
Desde criança fui possuído pelo demônio das viagens. Essa encantada curiosidade de conhecer alheias terras e povos
visitou-me repetidamente a mocidade e a idade madura. Mesmo agora, quando já diviso a brumosa porta da casa dos
setenta, um convite à viagem tem ainda o poder de incendiar-me a fantasia.
Na minha opinião, existem duas categorias principais de viajantes: os que viajam para fugir e os que viajam para buscar.
Considero-me membro deste último grupo, embora em 1943, nauseado pelo ranço fascista de nosso Estado Novo,
eu haja fugido com toda a família do Brasil para os Estados Unidos, onde permanecemos dois anos.
O que pretendo fazer agora é apresentar ao leitor, por assim dizer, alguns diapositivos e filmes verbais dos lugares por
onde passamos e das pessoas que encontramos, tudo assim à maneira impressionista, e sem rigorosa ordem
cronológica.
Usei como título deste capítulo, dedicado a minhas viagens, uma expressão popular que suponho de origem gauchesca:
mundo velho sem porteira. Tenho-a ouvido desde menino, da boca de velhos parentes e amigos, de tropeiros, peões de
estância, índios vagos, gente da rua... Minha própria mãe empregava-a com frequência e costumava pontuá-la com um
fundo suspiro de queixa. As pessoas em geral pareciam usar essa frase para descrever um mundo que se lhes afigurava
não só incomensurável como também misterioso, absurdo, sem pé nem cabeça...

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Parece a mim, entretanto, que na sua origem essa exclamação manifestava apenas a certeza popular de que Deus fizera
o mundo sem nenhuma porteira a fim de que nele não houvesse divisões e diferenças entre países e povos — gente rica
e gente pobre, fartos e famintos, uns com terra demais, outros sem terra nenhuma. Em suma, o que o Velho queria
mesmo era um mundo que fosse de todo mundo. É neste sentido que desejo seja interpretada a frase que encabeça
esta divisão do presente volume.
Quem me lê poderá objetar que basta a gente passar os olhos pelo jornal desta manhã para verificar que o mundo
nunca teve tantas e tão dramáticas porteiras como em nossos dias... Mas que importa? Um dia as porteiras hão de cair,
ou alguém as derrubará. “Para erguer outras ainda mais terríveis” — replicará o leitor cético. Ora, amigo, precisamos ter
na vida um mínimo de otimismo e esperança para poder ir até ao fim da picada. Você não concorda? Ô mundo velho
sem porteira!
Erico Veríssimo. Solo de clarineta: memórias. Porto Alegre: Globo, v. 2, 1976, p. 57-58 (com adaptações).

Assinale a opção que apresenta uma forma / locução verbal do texto 1A9AAA que denota uma ação / um fato que
ocorreu repetidamente no passado e que se prolonga até o momento da narração do texto.
a) “tenho largado”

b) “fui possuído”

c) “tem”

d) “haja fugido”

e) “narrasse”

6. CESPE - AJ (STM)/2018
Texto CB1A1AAA
Não sou de choro fácil a não ser quando descubro qualquer coisa muito interessante sobre ácido desoxirribonucleico.
Ou quando acho uma carta que fale sobre a descoberta de um novo modelo para a estrutura do ácido
desoxirribonucleico, uma carta que termine com “Muito amor, papai”. Francis Crick descobriu o desenho do DNA e
escreveu a seu filho só para dizer que “nossa estrutura é muito bonita”. Estrutura, foi o que ele falou. Antes de despedir-
se ainda disse: “Quando chegar em casa, vou te mostrar o modelo”. Não esqueça os dois pacotes de leite, passe para
comprar pão, guarde o resto do dinheiro para seus caramelos e, quando chegar, eu mostro a você o mecanismo
copiador básico a partir do qual a vida vem da vida.
Não sou de choro fácil, mas um composto orgânico cujas moléculas contêm as instruções genéticas que coordenam o
desenvolvimento e o funcionamento de todos os seres vivos me comove. Cromossomas me animam, ribossomas me
espantam. A divisão celular não me deixa dormir, e olha que eu moro bem no meio das montanhas.
De vez em quando vejo passarem os aviões, mas isso nunca acontece de madrugada — a noite se guarda toda para o
infinito silêncio.
Acho que uma palavra é muito mais bonita do que uma carabina, mas não sei se vem ao caso. Nenhuma palavra quer
ferir outras palavras: nem desoxirribonucleico, nem montanha, nem canção. Todos esses conceitos têm os seus
sinônimos, veja só, ácido desoxirribonucleico e DNA são exatamente a mesma coisa, e os do resto das palavras você
acha. É tudo uma questão de amor e prisma, por favor não abra os canhões. Que coisa mais linda esse ácido
despenteado, caramba. Olhei com mais atenção o desenho da estrutura e descobri: a raça humana é toda brilho.
Matilde Campilho. Notícias escrevinhadas na beira da estrada. In: Jóquei. São Paulo: Editora 34, 2015, p. 26-7 (com
adaptações).
Julgue o item, a seguir, com relação às ideias e aos aspectos linguísticos do texto CB1A1AAA, no qual a autora
Matilde Campilho aborda a descoberta, em 1953, da estrutura da molécula do DNA, correalizada pelos cientistas

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Aula 4: Verbos

James Watson e Francis Crick.


A forma verbal “termine”, que denota uma ação incerta ou irreal, foi empregada para indicar que a carta que Crick
escreveu a seu filho, na realidade, não se encerra com as palavras ‘Muito amor, papai`.
( ) CERTO ( ) ERRADO

7. CESPE – TJ/STM/ 2018


Texto CB4A1BBB
O Zoológico de Sapucaia do Sul abrigou um dia um macaco chamado Alemão. Em um domingo de Sol, Alemão
conseguiu abrir o cadeado de sua jaula e escapou. O largo horizonte do mundo estava à sua espera. As árvores do
bosque estavam ao alcance de seus dedos. Ele passara a vida tentando abrir aquele cadeado. Quando conseguiu, em
vez de mergulhar na liberdade, desconhecida e sem garantias, Alemão caminhou até o restaurante lotado de visitantes.
Pegou uma cerveja e ficou bebericando no balcão.
Um zoológico serve para muitas coisas, algumas delas edificantes. Mas um zoológico serve, principalmente, para que o
homem tenha a chance de, diante da jaula do outro, certificar-se de sua liberdade e da superioridade de sua espécie. Ele
pode então voltar para o apartamento financiado em quinze anos satisfeito com sua vida. Pode abrir as grades da porta
contente com seu molho de chaves e se aboletar no sofá em frente à TV; acordar na segunda-feira feliz para o batente.
Há duas maneiras de se visitar um zoológico: com ou sem inocência. A primeira é a mais fácil e a única com satisfação
garantida. A outra pode ser uma jornada sombria para dentro do espelho, sem glamour e também sem volta.
Os tigres-de-bengala são reis de fantasia. Têm voz, possuem músculos, são magníficos. Mas, nascidos em cativeiro, já
chegaram ao mundo sem essência. São um desejo que nunca se tornará realidade. Adivinham as selvas úmidas da Ásia,
mas nem sequer reconhecem as estrelas. Quando o Sol escorrega sobre a região metropolitana, são trancafiados em
furnas de pedra, claustrofóbicas. De nada servem as presas a caçadores que comem carne de cavalo abatido em
frigorífico. De nada serve a sanha a quem dorme enrodilhado, exilado não do que foi, mas do que poderia ter sido.
Eliane Brum. O cativeiro. In: A vida que ninguém vê. Porto Alegre: Arquipélago, 2006, p. 53-4 (com adaptações).

Com relação aos sentidos e aos aspectos gramaticais do texto CB4A1BBB, julgue o item que se segue.

A forma verbal “passara” denota um fato ocorrido antes de duas outras ações também já concluídas, as quais são
descritas nos dois períodos imediatamente anteriores ao período em que ela se insere.
( ) CERTO ( ) ERRADO

8. CESPE - Ana Port I (EMAP) /2018


Texto
O Juca era da categoria das chamadas pessoas sensíveis, dessas a que tudo lhes toca e tange. Se a gente lhe
perguntasse: “Como vais, Juca?”, ao que qualquer pessoa normal responderia “Bem, obrigado!” — com o Juca a coisa
não era assim tão simples. Primeiro fazia uma cara de indecisão, depois um sorriso triste contrabalançado por um olhar
heroicamente exultante, até que esse exame de consciência era cortado pela voz do interlocutor, que começava a
falar chãmente em outras coisas, que, aliás, o Juca não estava ouvindo... Porque as pessoas sensíveis são as criaturas
mais egoístas, mais coriáceas, mais impenetráveis do reino animal. Pois, meus amigos, da última vez que vi o Juca, o
impasse continuava... E que impasse!
Estavam-lhe ministrando a extrema-unção. E, quando o sacerdote lhe fez a tremenda pergunta, chamando-o pelo
nome: “Juca, queres arrepender-te dos teus pecados?”, vi que, na sua face devastada pela erosão da morte, a Dúvida
começava a redesenhar, reanimando-a, aqueles seus trejeitos e caretas, numa espécie de ridícula ressurreição. E a

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resposta não foi “sim” nem “não”; seria acaso um “talvez”, se o padre não fosse tão compreensivo. Ou apressado.
Despachou-o num átimo e absolvido.
Que fosse amolar os anjos lá no Céu!

E eu imagino o Juca a indagar, até hoje:

— Mas o senhor acha mesmo, sargento Gabriel, que ele poderia ter-me absolvido?

Mário Quintana Prosa & Verso Porto Alegre: Globo, 1978, p 65 (com adaptações)

Com relação às estruturas linguísticas e aos sentidos do texto, julgue o item a seguir.

Caso a forma verbal “era” fosse substituída por seria, a respectiva afirmação sobre o comportamento de Juca seria mais
categórica que a que se verifica no texto.
( ) CERTO ( ) ERRADO

9. CESPE - TJ STJ/STJ/Administrativa/2018
Texto CB4A1AAA
As discussões em torno de questões como “o que é justiça?” ou “quais são os mecanismos disponíveis para produzir
situações cada vez mais justas ao conjunto da sociedade?” não são novidade. Autores do século XIX já procuravam
construir análises para identificar qual o sentido exato do termo justiça e quais formas de promovê-la eram possíveis e
desejáveis ao conjunto da sociedade à época. O debate se enquadra em torno de três principais ideias: bem-estar;
liberdade e desenvolvimento; e promoção de formas democráticas de participação. Autores importantes do campo da
ciência política e da filosofia política e moral se debruçaram intensamente em torno dessa questão ao longo do século
XX, e chegaram a conclusões diversas uns dos outros. Embora a perspectiva analítica de cada um desses
autores divirja entre si, eles estão preocupados em desenvolver formas de promoção de situações de justiça social e
têm hipóteses concretas para se chegar a esse estado de coisas.
Para Amartya Sen, por exemplo, a injustiça é percebida e mensurada por meio da distribuição e do alcance social das
liberdades. Para Rawls, ela se manifesta principalmente nas estruturas básicas da sociedade e sua solução depende de
uma nova forma de contrato social e de uma definição de princípios básicos que criem condições de promoção de
justiça. Já para Habermas, a questão gira em torno da manifestação no campo da ação comunicativa, na qual a
fragilidade de uma ação coletiva que tenha pouco debate ou pouca representação pode enfraquecer a qualidade da
democracia e, portanto, interferir no seu pleno funcionamento, tendo, por consequência, desdobramentos sociais
injustos. Em síntese, os autores argumentam a favor de instrumentos variados para a solução da injustiça, os quais
dependem da interpretação de cada um deles acerca do conceito de justiça.
Augusto Leal Rinaldi. Justiça, liberdade e democracia. In: Pensamento Plural. Pelotas [12]: 57-74, jan.-jun./2013 (com
adaptações).
A respeito dos aspectos linguísticos do texto CB4A1AAA, julgue o item.

Embora haja semelhança de sentido entre os verbos divergir e diferir, a substituição da forma verbal “divirja”
por difere prejudicaria a correção gramatical do texto.
( ) CERTO ( ) ERRADO

10. CESPE - OI (ABIN)/2018


Texto

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No começo dos anos 40, os submarinos alemães estavam dizimando os cargueiros dos aliados no Atlântico Norte. O
jogo virou apenas em 1943, quando Alan Turing desenvolveu a Bomba, um aparelho capaz de desvendar os segredos da
máquina de criptografia nazista chamada de Enigma. A complexidade da Enigma — uma máquina eletromagnética que
substituía letras por palavras aleatórias escolhidas de acordo com uma série de rotores — estava no fato de que seus
elementos internos eram configurados em bilhões de combinações diferentes, sendo impossível decodificar o texto
sem saber as configurações originais. Após espiões poloneses terem roubado uma cópia da máquina, Turing e o
campeão de xadrez Gordon Welchman construíram uma réplica da Enigma na base militar de Bletchey Park. A máquina
replicava os rotores do sistema alemão e tentava reproduzir diferentes combinações de posições dos rotores para testar
possíveis soluções. Após quatro anos de trabalho, Turing conseguiu quebrar a Enigma, ao perceber que as mensagens
alemãs criptografadas continham palavras previsíveis, como nomes e títulos dos militares. Turing usava esses termos
como ponto de partida, procurando outras mensagens em que a mesma letra aparecia no mesmo espaço em seu
equivalente criptografado.
Gabriel Garcia. 5 descobertas de Alan Turing que mudaram o rumo da história. In: Exame, 2/fev./2015. Internet:
<https://exame.abril.com.br> (com adaptações).
Considerando os aspectos linguísticos do texto, julgue o item subsequente.

Do emprego da forma “estavam dizimando” infere-se que a ação de dizimar foi contínua durante a época citada no
início do primeiro período do texto.
( ) CERTO ( ) ERRADO

11. CESPE - Aud Est (TCM-BA)/ 2018


Assunto: Questões Variadas de Verbo
A questão baseia no texto apresentado abaixo.

Ainda existem pessoas para as quais a greve é um “escândalo”: isto é, não só um erro, uma desordem ou um delito, mas
também um crime moral, uma ação intolerável que perturba a própria natureza. “Inadmissível”, “escandalosa”,
“revoltante”, dizem alguns leitores do Figaro, comentando uma greve recente. Para dizer a verdade, trata-se de uma
linguagem do tempo da Restauração, que exprime a sua mentalidade profunda. É a época em que a burguesia,
que assumira o poder havia pouco tempo, executa uma espécie de junção entre a moral e a natureza, oferecendo a
uma a garantia da outra. Temendo-se a naturalização da moral, moraliza-se a natureza; finge-se confundir a ordem
política e a ordem natural, e decreta-se imoral tudo o que conteste as leis estruturais da sociedade que se quer
defender. Para os prefeitos de Carlos X, assim como para os leitores do Figaro de hoje, a greve constitui, em primeiro
lugar, um desafio às prescrições da razão moralizada: “fazer greve é zombar de todos nós”, isto é, mais do que infringir
uma legalidade cívica, é infringir uma legalidade “natural”, atentar contra o bom senso, misto de moral e lógica,
fundamento filosófico da sociedade burguesa.
Nesse caso, o escândalo provém de uma ausência de lógica: a greve é escandalosa porque incomoda precisamente
aqueles a quem ela não diz respeito. É a razão que sofre e se revolta: a causalidade direta, mecânica, essa causalidade é
perturbada; o efeito se dispersa incompreensivelmente longe da causa, escapa-lhe, o que é intolerável e chocante. Ao
contrário do que se poderia pensar sobre os sonhos da burguesia, essa classe tem uma concepção tirânica,
infinitamente suscetível, da causalidade: o fundamento da moral que professa não é de modo algum mágico, mas, sim,
racional. Simplesmente, trata-se de uma racionalidade linear, estreita, fundada, por assim dizer, numa correspondência
numérica entre as causas e os efeitos. O que falta a essa racionalidade é, evidentemente, a ideia das
funções complexas, a imaginação de um desdobramento longínquo dos determinismos, de uma solidariedade entre os
acontecimentos, que a tradição materialista sistematizou sob o nome de totalidade.
Roland Barthes. O usuário da greve. In: R. Barthes. Mitologias. Tradução de Rita Buongermino, Pedro de Souza e
Rejane Janowitzer. Rio de Janeiro: DIFEL, 2007, p. 135-6 (com adaptações).
No texto, com o emprego da forma verbal “assumira”, exprime-se

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a) a continuidade de uma ação ocorrida no passado.

b) a concomitância de uma ação em relação a outra.

c) o resultado presente de ação ocorrida no passado.

d) o ponto inicial de ação ocorrida no passado.

e) a anterioridade de uma ação em relação a outra.

12. CESPE - AJ (STM)/2018


Texto CB1A1BBB
Esse rapaz que, em Deodoro, quis matar a ex-noiva e suicidou-se em seguida é um sintoma da revivescência de um
sentimento que parecia ter morrido no coração dos homens: o domínio sobre a mulher. Há outros casos. (...) Todos
esses senhores parece que não sabem o que é a vontade dos outros. Eles se julgam com o direito de impor o seu amor
ou o seu desejo a quem não os quer. Não sei se se julgam muito diferentes dos ladrões à mão armada; mas o certo é que
estes não nos arrebatam senão o dinheiro, enquanto esses tais noivos assassinos querem tudo que há de mais sagrado
em outro ente, de pistola na mão. O ladrão ainda nos deixa com vida, se lhe passamos o dinheiro; os tais passionais,
porém, nem estabelecem a alternativa: a bolsa ou a vida. Eles, não; matam logo. Nós já tínhamos os maridos que
matavam as esposas adúlteras; agora temos os noivos que matam as ex-noivas. De resto, semelhantes cidadãos são
idiotas. É de se supor que quem quer casar deseje que a sua futura mulher venha para o tálamo conjugal com a máxima
liberdade, com a melhor boa- vontade, sem coação de espécie alguma, com ardor até, com ânsia e grandes desejos;
como é então que se castigam as moças que confessam não sentir mais pelos namorados amor ou coisa equivalente?
Todas as considerações que se possam fazer tendentes a convencer os homens de que eles não têm sobre as mulheres
domínio outro que não aquele que venha da afeição não devem ser desprezadas. Esse obsoleto domínio à valentona, do
homem sobre a mulher, é coisa tão horrorosa que enche de indignação.
Todos os experimentadores e observadores dos fatos morais têm mostrado a insanidade de generalizar a eternidade do
amor. Pode existir, existe, mas excepcionalmente; e exigi-la nas leis ou a cano de revólver é um absurdo tão grande
como querer impedir que o Sol varie a hora do seu nascimento. Deixem as mulheres amar à vontade.
Não as matem, pelo amor de Deus.

Lima Barreto. Não as matem. In: Vida urbana. São Paulo: Brasiliense, 1963, p. 83-5 (com adaptações).

Com relação aos sentidos e aos aspectos gramaticais do texto CB1A1BBB, julgue o item que se segue.

O vocábulo se recebe a mesma classificação em “se julgam” e “se castigam”.

( ) CERTO ( ) ERRADO

13. CESPE - Tec Enf (IHB DF)/IHB DF/2018


Texto CG2A1AAA
A vida de Florence Nightingale, a criadora da moderna enfermagem, daria um romance. Florence estava destinada a
receber uma boa educação, a casar-se com um cavalheiro de fina estirpe, a ter filhos, a cuidar da casa e da família. Mas
logo ficou claro que a menina não se conformaria a esse modelo. Era diferente; gostava de matemática, e era o que
queria estudar (os pais não deixaram). Aos dezesseis anos, algo aconteceu: Deus falou-me — escreveu depois — e
convocou-me para servi-lo.

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Servir a Deus significava, para ela, cuidar dos enfermos, e especialmente dos enfermos hospitalizados. Naquela época,
os hospitais curavam tão pouco e eram tão perigosos (por causa da sujeira, do risco de infecção) que os ricos preferiam
tratar-se em casa. Hospitalizados eram só os pobres, e Florence preparou-se para cuidar deles, praticando com os
indigentes que viviam próximos à sua casa. Viajou por toda a Europa, visitando hospitais. Coisa que os pais não viam
com bons olhos: enfermeiras eram consideradas pessoas de categoria inferior, de vida desregrada. Mas Florence foi em
frente e logo surgiu a oportunidade para colocar em prática o que aprendera. Sidney Herbert, membro do governo
inglês e amigo pessoal, pediu-lhe que chefiasse um grupo de enfermeiras enviadas para o front turco, uma tarefa a
que Florence entregou-se de corpo e alma; providenciava comida, remédios, agasalhos, além de supervisionar o
trabalho das enfermeiras. Mais que isso, fez estudos estatísticos (sua vocação matemática enfim triunfou) mostrando
que a alta mortalidade dos soldados resultava das péssimas condições de saneamento.
Isso tudo não quer dizer que Florence fosse, pelos padrões habituais, uma mulher feliz. Para começar, não havia, em sua
vida, lugar para ligações amorosas. Cortejou-a o político e poeta Richard Milnes, Barão Houghton, mas ela rejeitou-o.
Ao voltar da guerra, algo estranho lhe aconteceu: recolheu-se ao leito e nunca mais deixou o quarto.
É possível, e até provável, que isso tenha resultado de brucelose, uma infecção crônica contraída durante a guerra; mas
havia aí um óbvio componente emocional, uma forma de fuga da realidade. Contudo — Florence era Florence —,
mesmo acamada, continuou trabalhando intensamente. Colaborou com a comissão governamental sobre saúde dos
militares, fundou uma escola para treinamento de enfermeiras, escreveu um livro sobre esse treinamento.
Estranha, a Florence Nightingale? Talvez. Mas estranheza pode estar associada a qualidades admiráveis. Grande e
estranho é o mundo; grandes, ainda que estranhas, são muitas pessoas. E se elas têm grandeza, ao mundo pouco deve
importar que sejam estranhas.
Moacyr Scliar. Uma estranha, e admirável, mulher. Internet: <http://moacyrscliar.blogspot.com.br> (com adaptações).

Acerca dos aspectos linguísticos do texto CG2A1AAA, julgue o item.

Nos trechos “Florence preparou-se” e “Florence entregou-se” , a partícula “se” classifica-se como pronome apassivador.

( ) CERTO ( ) ERRADO

14. CESPE - EBSERH - 2018

Texto

O Brasil, durante a maior parte da sua história, manteve uma cultura familista e pró-natalista. Por cerca de 450 anos, o
incentivo à fecundidade elevada era justificado em função da prevalência de altas taxas de mortalidade, dos interesses
da colonização portuguesa, da expansão da ocupação territorial e do crescimento do mercado interno.
Durante o período do Estado Novo (1937-1945), no governo de Getúlio Vargas, foram adotados dispositivos legais para
fortalecer a família numerosa, por meio de diversas medidas: desestímulo ao trabalho feminino; facilidades para a
aquisição de casa própria pelos indivíduos que pretendessem se casar; complemento de renda dos casados com filhos e
regras que privilegiavam os homens casados e com filhos quanto ao acesso e à promoção no serviço público.
O artigo 124 da Constituição Brasileira de 1937 afirmava: “A família, constituída pelo casamento indissolúvel, está sob a
proteção especial do Estado. Às famílias numerosas serão atribuídas compensações na proporção de seus encargos”.
Naquele período, além dos incentivos ao casamento e à reprodução, vigia uma legislação que proibia o uso de métodos
contraceptivos e o aborto: o Decreto Federal n.º 20.291, de 1932, que vedava a prática médica que tivesse por fim
impedir a concepção ou interromper a gestação, e a Lei das Contravenções Penais, sancionada em 1941, que proibia
“anunciar processo, substância ou objeto destinado a provocar o aborto ou evitar a gravidez”.
José Eustáquio Diniz Alves O planejamento familiar no Brasil Internet: <www ecodebate com br> (com adaptações)

Com relação a aspectos linguísticos do texto, julgue o item seguinte.

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A forma verbal “vigia” tem, no texto, o sentido de estava vigente.

( ) CERTO ( ) ERRADO

15 CESPE - TCM BA - 2018

A questão baseia no texto apresentado abaixo.

Ainda existem pessoas para as quais a greve é um “escândalo”: isto é, não só um erro, uma desordem ou um delito, mas
também um crime moral, uma ação intolerável que perturba a própria natureza. “Inadmissível”, “escandalosa”,
“revoltante”, dizem alguns leitores do Figaro, comentando uma greve recente. Para dizer a verdade, trata-se de uma
linguagem do tempo da Restauração, que exprime a sua mentalidade profunda. É a época em que a burguesia,
que assumira o poder havia pouco tempo, executa uma espécie de junção entre a moral e a natureza, oferecendo a
uma a garantia da outra. Temendo-se a naturalização da moral, moraliza-se a natureza; finge-se confundir a ordem
política e a ordem natural, e decreta-se imoral tudo o que conteste as leis estruturais da sociedade que se quer
defender. Para os prefeitos de Carlos X, assim como para os leitores do Figaro de hoje, a greve constitui, em primeiro
lugar, um desafio às prescrições da razão moralizada: “fazer greve é zombar de todos nós”, isto é, mais do que infringir
uma legalidade cívica, é infringir uma legalidade “natural”, atentar contra o bom senso, misto de moral e lógica,
fundamento filosófico da sociedade burguesa.
Nesse caso, o escândalo provém de uma ausência de lógica: a greve é escandalosa porque incomoda precisamente
aqueles a quem ela não diz respeito. É a razão que sofre e se revolta: a causalidade direta, mecânica, essa causalidade é
perturbada; o efeito se dispersa incompreensivelmente longe da causa, escapa-lhe, o que é intolerável e chocante. Ao
contrário do que se poderia pensar sobre os sonhos da burguesia, essa classe tem uma concepção tirânica,
infinitamente suscetível, da causalidade: o fundamento da moral que professa não é de modo algum mágico, mas, sim,
racional. Simplesmente, trata-se de uma racionalidade linear, estreita, fundada, por assim dizer, numa correspondência
numérica entre as causas e os efeitos. O que falta a essa racionalidade é, evidentemente, a ideia das funções
complexas, a imaginação de um desdobramento longínquo dos determinismos, de uma solidariedade entre os
acontecimentos, que a tradição materialista sistematizou sob o nome de totalidade.
Roland Barthes. O usuário da greve. In: R. Barthes. Mitologias. Tradução de Rita Buongermino, Pedro de Souza e
Rejane Janowitzer. Rio de Janeiro: DIFEL, 2007, p. 135-6 (com adaptações).
No texto, com o emprego da forma verbal “assumira”, exprime-se

a) a continuidade de uma ação ocorrida no passado.

b) a concomitância de uma ação em relação a outra.

c) o resultado presente de ação ocorrida no passado.

d) o ponto inicial de ação ocorrida no passado.

e) a anterioridade de uma ação em relação a outra.

16. CESPE - MP PI – Técnico - 2018


Eis que se inicia então uma das fases mais intensas na vida de Geraldo Viramundo: sua troca de correspondência com os
estudantes, julgando estar a se corresponder com sua amada. E eis que passo pela rama nesta fase de meu relato, já
que me é impossível dar a exata medida do grau de maluquice que inspiraram tais cartas: infelizmente se perderam e de
nenhuma encontrei paradeiro, por maiores que tenham sido os meus esforços em rebuscar coleções, arquivos e

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alfarrábios em minha terra. Sou forçado, pois, a limitar-me aos elementos de que disponho, encerrando em desventuras
as aventuras de Viramundo em Ouro Preto, e dando viço às suas peregrinações.
Fernando Sabino. O grande mentecapto. 62.ª ed. Rio de Janeiro: Record, 2002.

Com referência aos sentidos do texto precedente e às estruturas linguísticas nele empregadas, julgue os itens a
seguir.
Os sentidos do texto seriam alterados caso o trecho “estar a se corresponder” (R.3) fosse assim reescrito: estar se
correspondendo.
( ) CERTO ( ) ERRADO

17. CESPE - MP PI – Técnico - 2018

Saiu a mais nova lista de coisas que devem ou não ser feitas, moda que parece ter contagiado o planeta. Desta vez,
Arthur Frommer e Holly Hugues elencam os 500 locais que precisamos visitar antes que
desapareçam (500 places to see before they disappear). O livro traz lugares naturais e históricos, de antigos centros de
culto a paisagens em vias de extinção, assim como tesouros culturais únicos, como o Fenway Park, de Boston,
inaugurado em 1912: um dos últimos estádios norte-americanos que mantêm sua construção original, diz o
Atlanta Journal Constitution.
Revista da Semana, dez./2008 (com adaptações).

Na linha 1, seria incorreto o emprego do verbo “ser” no plural — serem.

( ) CERTO ( ) ERRADO

18. CESPE - MP PI – Técnico - 2018


Texto CB1A1AAA
Não há dúvida de que a televisão apresenta ao público uma visão distorcida de como a ciência forense é conduzida e
sobre o que ela é capaz, ou não, de realizar. Os atores que interpretam a equipe de investigação, por exemplo, são uma
mistura de policial, detetive e cientista forense — esse perfil profissional não existe na vida real. Toda profissão,
individualmente, já é complexa o bastante e demanda educação, treinamento e métodos próprios. A especialização
dentro dos laboratórios tornou-se uma norma desde o final da década de 80 do século passado. O cientista forense
precisa conhecer os recursos das outras subdisciplinas, mas ninguém é especialista em todas as áreas da investigação
criminal. Além disso, os laboratórios frequentemente não realizam todos os tipos de análise devido ao custo, à
insuficiência de recursos ou à pouca procura.
As séries da TV retratam incorretamente os cientistas forenses, mostrando-os como se tivessem tempo de sobra para
todos os casos. Os programas mostram diversos detetives, técnicos e cientistas dedicando toda sua atenção a uma
investigação. Na realidade, cada cientista recebe vários casos ao mesmo tempo. A maioria dos laboratórios acredita
que o acúmulo de trabalho é o maior problema que enfrentam, e boa parte dos pedidos de aumento no
orçamento baseia-se na dificuldade de dar conta de tanto serviço.
No que se refere aos sentidos do texto CB1A1AAA, julgue os itens a seguir.

A substituição da forma verbal “dedicando” (R.19) por que dedicam manteria os sentidos originais do texto.

( ) CERTO ( ) ERRADO

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19. CESPE - Agente PF/ 2018


Texto 12A1AAA
A polícia parisiense — disse ele — é extremamente hábil à sua maneira. Seus agentes são perseverantes, engenhosos,
astutos e perfeitamente versados nos conhecimentos que seus deveres parecem exigir de modo especial. Assim,
quando o delegado G... nos contou, pormenorizadamente, a maneira pela qual realizou suas pesquisas no Hotel D...,
não tive dúvida de que efetuara uma investigação satisfatória (...) até o ponto a que chegou o seu trabalho.
— Até o ponto a que chegou o seu trabalho? — perguntei.

— Sim — respondeu Dupin. — As medidas adotadas não foram apenas as melhores que poderiam ser tomadas, mas
realizadas com absoluta perfeição. Se a carta estivesse depositada dentro do raio de suas investigações, esses rapazes,
sem dúvida, a teriam encontrado.
Ri, simplesmente — mas ele parecia haver dito tudo aquilo com a máxima seriedade.

— As medidas, pois — prosseguiu —, eram boas em seu gênero, e foram bem executadas: seu defeito residia em serem
inaplicáveis ao caso e ao homem em questão. Um certo conjunto de recursos altamente engenhosos é, para o
delegado, uma espécie de leito de Procusto, ao qual procura adaptar à força todos os seus planos. Mas, no caso em
apreço, cometeu uma série de erros, por ser demasiado profundo ou demasiado superficial. (...) E, se o delegado e toda
a sua corte têm cometido tantos enganos, isso se deve (...) a uma apreciação inexata, ou melhor, a uma não apreciação
da inteligência daqueles com quem se metem. Consideram engenhosas apenas as suas próprias ideias e, ao procurar
alguma coisa que se ache escondida, não pensam senão nos meios que eles próprios teriam empregado para escondê-
la. Estão certos apenas num ponto: naquele em que sua engenhosidade representa fielmente a da massa; mas, quando
a astúcia do malfeitor é diferente da deles, o malfeitor, naturalmente, os engana. Isso sempre acontece quando a
astúcia deste último está acima da deles e, muito frequentemente, quando está abaixo. Não variam seu sistema de
investigação; na melhor das hipóteses, quando são instigados por algum caso insólito, ou por alguma recompensa
extraordinária, ampliam ou exageram os seus modos de agir habituais, sem que se afastem, no entanto, de seus
princípios. (...) Você compreenderá, agora, o que eu queria dizer ao afirmar que, se a carta roubada tivesse sido
escondida dentro do raio de investigação do nosso delegado — ou, em outras palavras, se o princípio inspirador
estivesse compreendido nos princípios do delegado —, sua descoberta seria uma questão inteiramente fora de dúvida.
Este funcionário, porém, se enganou por completo, e a fonte remota de seu fracasso reside na suposição de que o
ministro é um idiota, pois adquiriu renome de poeta. Segundo o delegado, todos os poetas são idiotas — e, neste caso,
ele é apenas culpado de uma non distributio medii, ao inferir que todos os poetas são idiotas.
— Mas ele é realmente poeta? — perguntei. — Sei que são dois irmãos, e que ambos adquiriram renome nas letras. O
ministro, creio eu, escreveu eruditamente sobre o cálculo diferencial. É um matemático, e não um poeta.
— Você está enganado. Conheço-o bem. E ambas as coisas. Como poeta e matemático, raciocinaria bem; como mero
matemático, não raciocinaria de modo algum, e ficaria, assim, à mercê do delegado.
— Você me surpreende — respondi — com essas opiniões, que têm sido desmentidas pela voz do mundo.
Naturalmente, não quererá destruir, de um golpe, ideias amadurecidas durante tantos séculos. A razão matemática é
há muito considerada como a razão par excellence.
Edgar Allan Poe. A carta roubada. In: Histórias extraordinárias. Victor Civita, 1981. Tradução de Brenno Silveira e outros.

A correção gramatical do texto seria mantida caso a forma verbal “compreenderá” (R.42) fosse substituída por
compreende, embora o sentido original do período em que ela ocorre fosse alterado: no original, o emprego do
futuro revela uma expectativa de Dupin em relação a seu interlocutor; com o emprego do presente, essa
expectativa seria transformada em fato consumado.
( ) CERTO ( ) ERRADO

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TEXTO PARA AS QUESTÕES 20 A 22


Texto 13A1AAA

No fim do século XVIII e começo do XIX, a despeito de algumas grandes fogueiras, a melancólica festa de punição de
condenados foi-se extinguindo. Em algumas dezenas de anos, desapareceu o corpo como alvo principal da repressão
penal: o corpo supliciado, esquartejado, amputado, marcado simbolicamente no rosto ou no ombro, exposto vivo ou
morto, dado como espetáculo. Ficou a suspeita de que tal rito que dava um “fecho” ao crime mantinha com ele
afinidades espúrias: igualando-o, ou mesmo ultrapassando-o em selvageria, acostumando os espectadores a uma
ferocidade de que todos queriam vê-los afastados, mostrando-lhes a frequência dos crimes, fazendo o carrasco se
parecer com criminoso, os juízes com assassinos, invertendo no último momento os papéis, fazendo do supliciado um
objeto de piedade e de admiração.
A punição vai-se tornando a parte mais velada do processo penal, provocando várias consequências: deixa o campo da
percepção quase diária e entra no da consciência abstrata; sua eficácia é atribuída à sua fatalidade, não à sua
intensidade visível; a certeza de ser punido é que deve desviar o homem do crime, e não mais o abominável teatro.
Sob o nome de crimes e delitos, são sempre julgados corretamente os objetos jurídicos definidos pelo Código. Porém
julgam-se também as paixões, os instintos, as anomalias, as enfermidades, as inadaptações, os efeitos de meio
ambiente ou de hereditariedade. Punem-se as agressões, mas, por meio delas, as agressividades, as violações e, ao
mesmo tempo, as perversões, os assassinatos que são, também, impulsos e desejos. Dir-se-ia que não são eles que são
julgados; se são invocados, é para explicar os fatos a serem julgados e determinar até que ponto a vontade do réu
estava envolvida no crime. As sombras que se escondem por trás dos elementos da causa é que são, na realidade,
julgadas e punidas.
O juiz de nossos dias — magistrado ou jurado — faz outra coisa, bem diferente de “julgar”. E ele não julga mais sozinho.
Ao longo do processo penal, e da execução da pena, prolifera toda uma série de instâncias anexas. Pequenas justiças e
juízes paralelos se multiplicaram em torno do julgamento principal: peritos psiquiátricos ou psicológicos, magistrados
da aplicação das penas, educadores, funcionários da administração penitenciária fracionam o poder legal de punir. Dir-
se-á, no entanto, que nenhum deles partilha realmente do direito de julgar; os peritos não intervêm antes da sentença
para fazer um julgamento, mas para esclarecer a decisão dos juízes. Todo o aparelho que se desenvolveu há anos, em
torno da aplicação das penas e de seu ajustamento aos indivíduos, multiplica as instâncias da decisão judiciária,
prolongando-a muito além da sentença.
Michel Foucault. Vigiar e punir: nascimento da prisão. Trad. Raquel Ramalhete. Petrópolis, Vozes, 1987, p. 8-26 (com
adaptações).
20. CESPE - Agente PF/ 2018
Com relação aos aspectos linguísticos e aos sentidos do texto 13A1AAA, julgue os itens a seguir.
Embora tanto o primeiro quanto o segundo parágrafo do texto tratem de acontecimentos passados, o emprego do
presente no segundo parágrafo tem o efeito de aproximar os acontecimentos mencionados ao tempo atual, o presente.
( ) CERTO ( ) ERRADO

21. CESPE - Agente PF/ 2018


Dir-se-á, no entanto, que nenhum deles partilha realmente do direito de julgar; os peritos não intervêm antes da
sentença para fazer um julgamento, mas para esclarecer a decisão dos juízes.
A expressão “Dir-se-á” (R.40) poderia ser corretamente substituída por Será dito.

( ) CERTO ( ) ERRADO

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22. CESPE - Agente PF/ 2018


Subentende-se a forma verbal “intervêm” (R.42) logo após o vocábulo “mas” em “mas para esclarecer a decisão dos
juízes” (R.43).
( ) CERTO ( ) ERRADO

23 - CESPE - PM AL - 2018
Texto 1A1-I
Dói. Dói muito. Dói pelo corpo inteiro. Principia nas unhas, passa pelos cabelos, contagia os ossos, penaliza a memória
e se estende pela altura da pele. Nada fica sem dor. Também os olhos, que só armazenam as imagens do que já fora,
doem. A dor vem de afastadas distâncias, sepultados tempos, inconvenientes lugares, inseguros futuros. Não se chora
pelo amanhã. Só se salga a carne morta.
No princípio, se um de nós caía, a dor doía ligeiro. Um beijo seu curava a cabeça batida na terra, o dedo espremido na
dobradiça da porta, o pé tropeçado no degrau da escada, o braço torcido no galho da árvore. Seu beijo de mãe era um
santo remédio. Ao machucar, pedia-se: mãe, beija aqui!
Há que experimentar o prazer para, só depois, bem suportar a dor. Vim ao mundo molhado pelo desenlace. A dor do
parto é também de quem nasce. Todo parto decreta um pesaroso abandono. Nascer é afastar-se — em lágrimas — do
paraíso, é condenar-se à liberdade. Houve, e só depois, o tempo da alegria ao enxergar o mundo como o mais absoluto
e sucessivo milagre: fogo, terra, água, ar e o impiedoso tempo. Sem a mãe, a casa veio a ser um lugar provisório.
Uma estação com indecifrável plataforma, onde espreitávamos um cargueiro para ignorado destino. Não se desata
com delicadeza o nó que nos amarra à mãe. Impossível adivinhar, ao certo, a direção do nosso bilhete de partida. Sem
poder recuar, os trilhos corriam exatos diante de nossos corações imprecisos. Os cômodos sombrios da casa —
antes bem- aventurança primavera — abrigavam passageiros sem linha do horizonte. Se fora o lugar da mãe, hoje
ventilava obstinado exílio.
Bartolomeu Campos de Queirós. Vermelho amargo. São Paulo: Cosac Naify, 2013, p. 5 (com adaptações).

Ainda a respeito de aspectos linguísticos e dos sentidos do texto 1A1-I, julgue o item que se segue.

No segundo parágrafo do texto, as formas verbais “caía”, “doía”, “curava” e “pedia” designam ações frequentes ou
contínuas no passado.
( ) CERTO ( ) ERRADO

24. CESPE - IPHAN - 2018

Uma das grandes cousas que se veem hoje no mundo, e nós pelo costume de cada dia não admiramos, é a
transmigração imensa de gentes e nações etíopes, que da África continuamente estão passando a esta América. Entra
uma nau de Angola, e desova no mesmo dia quinhentos, seiscentos e talvez mil escravos. Os israelitas atravessaram o
Mar Vermelho, e passaram da África à Ásia, fugindo do cativeiro; estes atravessam o mar oceano na sua maior largura, e
passam da mesma África à América e para viver e morrer cativos. Os outros nascem para viver, estes para servir. Nas
outras terras do que aram os homens, e do que fiam e tecem as mulheres, se fazem os comércios: naquela o que geram
os pais e o que criam a seus peitos as mães, é o que se vende, e se compra. Oh trato desumano, em que a mercancia são
homens! Oh mercancia diabólica, em que os interesses se tiram das almas alheias, e os riscos das próprias!
Já se depois de chegados olharmos para estes miseráveis, e para os que se chamam seus senhores: o que se viu
nos dous estados de Jó, é o que aqui representa a fortuna, pondo juntas a felicidade e a miséria no mesmo teatro. Os
senhores poucos, e os escravos muitos; os senhores rompendo galas, os escravos despidos e nus; os senhores
banqueteando, os escravos perecendo à fome; os senhores nadando em ouro e prata, os escravos carregados de ferros;
os senhores tratando-os como brutos, os escravos adorando-os e temendo-os como deuses; os senhores em pé

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apontando para o açoute, como estátuas da soberba e da tirania, os escravos prostrados com as mãos atadas atrás
como imagens vilíssimas da servidão, e espetáculos da extrema miséria.

Antônio Vieira. Sermão vigésimo sétimo do rosário. In: Essencial padre Antônio Vieira. Organização e introdução de
Alfredo Bosi. São Paulo: Penguin Classics, Companhia das Letras, 2011, p. 532-3 (com adaptações).

Com relação aos sentidos e aos aspectos linguísticos do texto precedente, julgue o item que se segue.
A forma verbal “nadando” exprime um evento com duração no tempo.

( ) CERTO ( ) ERRADO

25. CESPE - PM AL - 2018


Texto 1A12-I

Preguiça e covardia são as causas que explicam por que uma grande parte dos seres humanos, mesmo muito após a
natureza tê-los declarado livres da orientação alheia, ainda permanecem, com gosto e por toda a vida, na condição de
menoridade. As mesmas causas explicam por que parece tão fácil outros afirmarem-se como seus tutores. É tão
confortável ser menor! Tenho à disposição um livro que entende por mim, um pastor que tem consciência por mim, um
médico que me prescreve uma dieta etc.: então não preciso me esforçar. Não me é necessário pensar, quando posso
pagar; outros assumirão a tarefa espinhosa por mim.
A maioria da humanidade vê como muito perigoso, além de bastante difícil, o passo a ser dado rumo à maioridade, uma
vez que tutores já tomaram para si de bom grado a sua supervisão. Após terem previamente embrutecido e
cuidadosamente protegido seu gado, para que essas pacatas criaturas não ousem dar qualquer passo fora dos trilhos
nos quais devem andar, os tutores lhes mostram o perigo que as ameaça caso queiram andar por conta própria. Tal
perigo, porém, não é assim tão grande, pois, após algumas quedas, aprenderiam finalmente a andar; basta, entretanto,
o exemplo de um tombo para intimidá-las e aterrorizá-las por completo para que não façam novas tentativas.
Kant. Resposta à pergunta: Que é esclarecimento? Tradução de Pedro Caldas. In: Danilo Marcondes. Textos básicos de
ética: de Platão a Foucault. Zahar, 4.ª edição, 2008 (com adaptações).
A respeito das propriedades linguísticas do texto 1A12-I, julgue o item a seguir.

A forma verbal “assumirão” expressa uma ação futura, ainda não concretizada, mas que se acredita que certamente se
realizará, de acordo com os sentidos do texto.
( ) CERTO ( ) ERRADO

26. CESPE - TRE BA - 2017

Texto

Pode-se dizer que a cidadania é essencialmente consciência de direitos e deveres e exercício da democracia: direitos
civis, como segurança e locomoção; direitos sociais, como trabalho, salário justo, saúde, educação, habitação etc.;
direitos políticos, como liberdade de expressão, de voto, de participação em partidos políticos e sindicatos etc.
Não há cidadania sem democracia. O conceito de cidadania, contudo, é um conceito ambíguo. Em 1789, a Declaração
dos Direitos do Homem e do Cidadão estabelecia as primeiras normas para assegurar a liberdade individual e a
propriedade. Nascia a cidadania como uma conquista liberal. Hoje, o conceito de cidadania é mais complexo.

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Com a ampliação dos direitos, nasceu também uma concepção mais ampla de cidadania. De um lado, existe uma
concepção consumerista de cidadania (direito de defesa do consumidor) e, de outro, uma concepção plena, que se
manifesta na mobilização da sociedade para a conquista de novos direitos e na participação direta da população na
gestão da vida pública, por meio, por exemplo, da discussão democrática do orçamento. Esta tem sido uma prática,
sobretudo no nível do poder local, que tem ajudado na construção de uma democracia participativa, superando os
limites da democracia puramente representativa.
Moacir Gadotti. Escola cidadã – educação para e pela cidadania. Internet: <http://acervo.paulofreire.org> (com
adaptações).
A correção gramatical, a coerência e o sentido do texto seriam mantidos caso a forma verbal “tem ajudado” fosse
substituída por
a) vem ajudando.

b) ajudou.

c) ajudaria.

d) vinha ajudando.

e) pode ajudar.

27. CESPE - PC GO - 2017

Texto CB1A1BBB

A principal finalidade da investigação criminal, materializada no inquérito policial (IP), é a de reunir(e) elementos
mínimos de materialidade e autoria delitiva antes de se instaurar o processo criminal, de modo a evitarem-se, assim,
ações infundadas, as quais certamente implicam(a) grande transtorno para quem se vê acusado por um crime que não
cometeu.
Modernamente, o IP deixou de ser o procedimento absolutamente inquisitorial e discricionário de outrora. A
participação das partes, pessoalmente ou por seus advogados ou defensores públicos, vem ganhando(b) espaço a cada
dia, com o objetivo de garantir(c) que o IP seja um instrumento imparcial de investigação em busca da verdade dos
fatos.
Acrescente-se que o estigma provocado por uma ação penal pode perdurar(d) por toda a vida e, por isso, para ser
promovida, a acusação deve conter fundamentos fáticos e jurídicos suficientes, o que, em regra, se consegue por meio
do IP.
Carlos Alberto Marchi de Queiroz (Coord.). Manual de polícia judiciária: doutrina, modelos, legislação. 6.ª ed. São Paulo:
Delegacia Geral de Polícia, 2010 (com adaptações).
No texto CB1A1BBB, uma ação que se desenvolve gradualmente é introduzida pela

a) forma verbal “implicam”.

b) locução “vem ganhando”.

c) forma verbal “garantir”.

d) locução “pode perdurar”.

e) forma verbal “reunir”.

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28. CESPE - DIPLOMATA - 2017

Texto

Dei em passear de bonde, saltando de um para outro, aventurando-me por travessas afastadas, para buscar o veículo
em outros bairros. Da Tijuca ia ao Andaraí e daí à Vila Isabel; e assim, passando de um bairro para outro, procurando
travessas despovoadas e sem calçamento, conheci a cidade — tal qual os bondes a fizeram alternativamente povoada e
despovoada, com grandes hiatos entre ruas de população condensada e toda ela, agitada, dividida, convulsionada pelas
colinas e contrafortes da montanha em cujas vertentes crescera. Jantava, uns dias; em outros, almoçava unicamente; e
houve muitos que nem uma coisa ou outra fiz. (...) Abelardo Leiva, o meu recente conhecimento, era poeta e
revolucionário. Como poeta tinha a mais sincera admiração pela beleza das meninas e senhoras de Botafogo. Não
faltava às regatas, às quermesses, às tômbolas, a todos os lugares em que elas apareciam em massa; (...). Como
revolucionário, dizia-se socialista adiantado, apoiando-se nas prédicas e brochuras do Senhor Teixeira Mendes, lendo
também formidáveis folhetos de capa vermelha, e era secretário do Centro de Resistência dos Varredores de Rua. Vivia
pobremente, curtindo misérias e lendo, entre duas refeições afastadas, as suas obras prediletas e enchendo a cidade
com os longos passos de homem de grandes pernas.
Considerando as relações semântico-sintáticas estabelecidas no texto, julgue o item a seguir.

O tom memorialista do primeiro parágrafo manifesta-se pelo uso predominante de formas verbais que denotam o
início de determinadas ações, das quais são exemplos “Jantava” e “almoçava”, e “Vivia”.
( ) CERTO ( ) ERRADO

29. CESPE - PM AL - 2017

Quino. Toda a Mafalda. São Paulo: Martins Fontes, 1993, p. 384

A respeito dos sentidos e dos aspectos linguísticos do texto, julgue o próximo item.

Susanita emprega verbos no imperativo em todas as falas dirigidas a Mafalda, pois, a todo momento, dá ordens a ela.

( ) CERTO ( ) ERRADO

30. CESPE - SEDF - 2017

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Internet: <www.mulher.df.gov.br > (com adaptações).

No que se refere às ideias e aos aspectos linguísticos do texto precedente, julgue o item a seguir.

No terceiro período, “for” e “vir” são formas flexionadas no modo subjuntivo dos verbos de movimento ir e vir,
empregadas em um jogo de palavras que aproxima o campo semântico do movimento com o campo semântico do
transporte.
( ) CERTO ( ) ERRADO

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Questões comentadas pelo professor

01. FCC - TRT 6/2018

O jornalismo pode ser qualificado, embora com certo exagero, como um mal necessário. É um mal porque todo relato
jornalístico tende ao provisório. Mesmo quando estamos preparados para abordar os assuntos sobre os quais
escrevemos, é próprio do jornalismo apreender os fatos às pressas. A chance de erro, sobretudo de imprecisões, é
grande.
O próprio instrumento utilizado é suspeito. Diferente da notação matemática, que é neutra e exata, a linguagem se
presta a vieses de todo tipo, na maior parte inconscientes, que refletem visões de mundo de quem escreve. Eles
interagem com os vieses de quem lê, de forma que, se são incomuns textos de fato isentos, mais raro ainda que sejam
reconhecidos como tais.
Pertenço a uma geração que não se conformava com as debilidades do relato jornalístico. O objetivo daquela geração,
realizado apenas em parte, era estabelecer que o jornalismo, apesar de suas severas limitações, é uma forma legítima
de conhecimento sobre o nível mais imediato da realidade.
O que nos remete à questão do início; sendo um mal, por que necessário? Por dois motivos. Ao disseminar notícias e
opiniões, a prática jornalística municia seus leitores de ferramentas para um exercício mais consciente da cidadania.
Thomas Jefferson pretendia que o bom jornalismo fosse a escola na qual os eleitores haveriam de aprender a exercer a
democracia.
O outro motivo é que os veículos, desde que comprometidos com o debate dos problemas públicos, servem como
arena de ideias e soluções. O livre funcionamento das várias formas de imprensa, mesmo as sectárias e as de má
qualidade, corresponde em seu conjunto à respiração mental da sociedade.
Entretanto, o jornalismo dito de qualidade sempre foi objeto de uma minoria. A maioria das pessoas está de tal maneira
consumida por seus dramas e divertimentos pessoais que sobra pouca atenção para o que é público. Desde quando os
tabloides eram o principal veículo de massas, passando pela televisão e pela internet, vastas porções de jornalismo
recreativo vêm sendo servidas à maioria.
O jornalismo de verdade, que apura, investiga e debate, é sempre elitista. Está voltado não a uma elite econômica, mas
a uma aristocracia do espírito. São líderes comunitários, professores, empresários, políticos, sindicalistas, cientistas,
artistas. Pessoas voltadas ao coletivo.
A influência desse tipo de jornalismo sempre foi, assim, mediada. Desde que se tornou hegemônico, nos anos 1960-70,
o jornalismo televisivo se faz pautar pela imprensa. Algo parecido ocorre agora com as redes sociais.
A imprensa, que vive de cobrir crises, sempre esteve em crise. O paradoxo deste período é que, no mesmo passo em
que as bases materiais do jornalismo profissional deslizam, sua capacidade de atingir mais leitores se multiplica na
internet, conforme se torna visível a perspectiva de universalizar o ensino superior.
(Adaptado de: FILHO, Otavio Frias. Disponível em: www.folha.uol.com.br)

Thomas Jefferson pretendia que o bom jornalismo...

O verbo flexionado nos mesmos tempo e modo do sublinhado acima está também sublinhado em:

a) ... as bases materiais do jornalismo profissional deslizam...

b) ... os eleitores haveriam de aprender a exercer a democracia.

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c) Algo parecido ocorre agora com as redes sociais...

d) ... mais raro ainda que sejam reconhecidos como tais.

e) Desde quando os tabloides eram o principal veículo de massas...

02. FCC - TRT 6/2018

O carnaval do Recife deve ao Galo da Madrugada sua repercussão nacional. O bloco foi num crescendo ano a ano e virou
o espetáculo grandioso que é. Tem futuro promissor. Mas precisa ser encarado como um negócio a ser tocado cada vez
mais profissionalmente.
O potencial do carnaval do Recife para crescer como um “negócio” poderá ser estimulado a beneficiar mais a cidade,
gerando incremento de emprego, trabalho e renda nos hotéis, restaurantes, lanchonetes, oficinas de madeira e ferro,
shoppings, meios de hospedagem em residências, segurança... entre outros segmentos ligados à cadeia produtiva do
evento.
Para ampliar a dimensão desse carnaval, há que se explorar ainda mais o potencial do Recife Antigo e o de Olinda. Uma
cidade que dispõe, a seu lado, de uma festa tão singular, alegre e irreverente como a da vizinha cidade já é por si só um
produto comercializável e lucrativo. Nossa proposta pontual é fundir os dois carnavais e transformá-los na marca
“Carnaval Recife-Olinda”. Isto vai “pegar” e potencializará uma maior atratividade nacional para a festa pernambucana.
Que estado no Brasil dispõe de um conjunto de atrativos em uma única festa como o “Galo” estrondoso, o frevo, os
blocos antigos, maracatus, bonecos gigantes, caboclinhos, tambores silenciosos, virgens de Olinda, escolas de samba,
prévias tradicionais e até espaço poprock para os mais alternativos?
Qual caminho a seguir? Primeiro, institucionalizar a aliança entre Olinda e Recife. Em seguida, buscar os patrocínios e
parcerias com as associações de bares e restaurantes, indústrias de bebidas, empresas de cartões de crédito, redes
sociais e sites estratégicos. O estímulo para se conhecer o “Carnaval Recife-Olinda” já deverá estar em anúncios
publicitários nesses sites ao menos três meses antes da festa. Isso despertará o interesse do público de diferentes
localidades. É este o caminho para transformar Pernambuco num destino ainda mais procurado a partir de 2019.
(Adaptado de: LIMA, Mauro Ferreira. “Carnaval do Recife, proposta para crescer”. Disponível em:
www.diariodepernambuco.com.br. 17.02.2018)
Primeiro, institucionalizar a aliança entre Olinda e Recife. (4° parágrafo)

Se essa frase for iniciada com Primeiro, será necessário que, a forma verbal destacada deve ser substituída por

a) se institucionalizarão.

b) se institucionaliza.

c) se institucionalizavam.

d) se institucionalize.

e) se institucionalizara.

03. FCC - METRO SP/2018

Levante a mão quem nunca teve o azar de ser amado pelas razões erradas. Eis uma experiência capaz de produzir a
angústia de quem se depara com um duplo de si mesmo: o espelho do olhar do outro te devolve uma imagem que
parece sua, mas na qual você não se reconhece. Claro que ninguém ama com objetividade. O que o amante vê no ser

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amado é sempre contaminado pela fantasia. Não me refiro, então, à impossibilidade fundamental de
complementaridade entre os casais, mas aos encontros que se dão na base do puro mal-entendido. Sentir-se amado
por qualidades que o outro imagina, mas não têm nada a ver com você, pode ser muito angustiante. E sedutor. Vale
lembrar que a palavra “sedução” indica o ato de desviar alguém de seu caminho: “eis que chega a roda-viva e carrega o
destino pra lá”.
Pensava essas coisas de meu lugar na plateia lotada do Credicard Hall (que nome para um teatro, caramba!), onde fui
ver o show de uma de minhas cantoras favoritas no momento: Maria Gadú. Com jeito de moleque, encarapitada no
banquinho, de onde não desceu para rebolar nenhuma vez, composições muito pessoais que escapam ao clichê
romântico e uma rara sofisticação musical, Maria Gadú parecia não se reconhecer diante do público que – vibrava? Não,
vibrar seria compreensível. Delirava?
Sim; mas o entusiasmo foi muito além disso. O público ululava desde os primeiros acordes de cada canção, que todos
sabiam de cor, mas não conseguiam escutar. A energia com que aplaudiam mais parecia uma fúria, que a timidez da
artista só fazia excitar mais e mais. Pareciam todos sedentos por uma experiência musical autêntica, promovida por
alguém que não vendesse sensualidade barata, e ao mesmo tempo não se conformavam de não conseguir puxar a
cantora para o terreno familiar da vulgaridade e do sex appeal.
Mas estava espantada com a dimensão do sucesso. Como responderá ao apelo de um público que talvez esteja
apaixonado por ela pelas razões erradas? Como não se espelhar na imagem banal de pop star que lhe oferecem? O que
é mais difícil de enfrentar, na vida artística: a resistência do público para quem sua obra se dirige ou a fama vertiginosa
que alavanca (ops) a carreira de alguns artistas iniciantes para o topo do mercado em algumas semanas?
Ela diz ter com a música uma aliança impossível de desfazer. Sua intuição musical parece capaz de levá-la muito além
da próxima esquina, e a sutil entonação dolorida na voz talvez não permita que ela vire uma espécie de Ivete Sangalo
paulistana. O CD de estreia é dedicado à avó Cila. A terceira faixa é uma homenagem fúnebre tocante, uma toada em
feitio de oração. Como outro grande compositor negro, Gilberto Gil, Gadú se mostra capaz de reverenciar a força de
seus ancestrais. “Se queres partir, ir embora / me olhe de onde estiver”, pede para a avó, contando com a ajuda dos
orixás. Quem sabe a forte conexão com sua origem a proteja de se transformar em fast food para a voracidade dos
consumidores.
(Adaptado de: KEHL, Maria Rita. 18 crônicas e mais algumas. São Paulo: Boitempo, 2011)

Sua intuição musical parece capaz de levá-la muito além da próxima esquina, e a sutil entonação dolorida na voz talvez
não permita que ela vire uma espécie de Ivete Sangalo paulistana.
Alterando-se tão somente o tempo, e não o modo, dos verbos da frase acima, está correta a redação que se encontra
em:
a) Sua intuição musical teria parecido capaz de levá-la muito além da próxima esquina, e a sutil entonação dolorida na
voz talvez não teria permitido que ela houvesse virado uma espécie de Ivete Sangalo paulistana.
b) Sua intuição musical parecerá capaz de levá-la muito além da próxima esquina, e a sutil entonação dolorida na voz
talvez não permitirá que ela vire uma espécie de Ivete Sangalo paulistana.
c) Sua intuição musical parecesse capaz de levá-la muito além da próxima esquina, e a sutil entonação dolorida na voz
talvez não permitisse que ela virasse uma espécie de Ivete Sangalo paulistana.
d) Sua intuição musical tinha parecido capaz de levá-la muito além da próxima esquina, e a sutil entonação dolorida na
voz talvez não permitiu que ela virasse uma espécie de Ivete Sangalo paulistana.
e) Sua intuição musical parecia capaz de levá-la muito além da próxima esquina, e a sutil entonação dolorida na voz
talvez não permitisse que ela virasse uma espécie de Ivete Sangalo paulistana.

04.FCC - SABESP/ 2018


Ambos os verbos sublinhados estão empregados nos mesmos tempo e modo em:

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Aula 4: Verbos

a) O processo atualmente exigiria visitas periódicas ao médico, mas, após essa etapa, tal uso funciona sem problema
algum.
b) Ao mesmo tempo em que ele faz com que você veja o mundo literalmente com outros olhos, a mudança de estilo
nem sempre é bem-vinda ...
c) Quando se descobre a necessidade do uso de óculos, uma grande questão pode surgir ...

d) Apesar de não ficarem aparentes, poderão causar incômodo....

e) Em casos de uso indispensável são sugeridas as lentes de contato, que, apesar de não ficarem aparentes nos olhos....

05. FCC - SABESP/ 2018

Escrevo estas linhas

Escrevo estas linhas em agosto de 1943, depois da batalha de Stalingrado e da queda de Mussolini. É um livro de prosa,
assinado por quem preferiu quase sempre exprimir-se em poesia. Esse suposto poeta não desdenha a prosa, antes a
respeita a ponto de furtar-se a cultivá-la. Seria inútil repisar o confronto das duas formas de expressão, para atribuir
superioridade a uma delas. Mas a verdade é que se a poesia é a linguagem de certos instantes, e sem dúvida os mais
densos e importantes da existência, a prosa é a linguagem de todos os instantes, e há uma necessidade humana de que
não somente se faça boa prosa como também que nela se incorpore o tempo, e com isto se salve esse último.
Não há muitos prosadores entre nós que tenham consciência do tempo e saibam transformá-lo em matéria literária.
Frequentemente a literatura se faz à margem do tempo ou contra ele – seja por incapacidade de apreensão, covardia ou
cálculo. Daí o vazio e o desconforto do texto literário, como a insatisfação que ele desperta em cada vez mais
descrentes leitores.
Este livro começa em 1932, quando Hitler era candidato (derrotado) a presidente da República e termina em 1943, com
o mundo submetido a um processo de transformação pelo fogo. Os que viveram em tal período terão de confessar-se
transformados, mais sérios e esclarecidos, mais determinados quanto aos problemas fundamentais do indivíduo e da
coletividade. Não lhes bastará fazer uso contínuo da palavra cultura ou da palavra justiça, mas antes devem contribuir
com tudo o que tenham de bom para que essas palavras assumam seu conteúdo verdadeiro ou, então, sejam varridas
do dicionário. E digo aos rapazes: Rapazes, se querem que a literatura tenha algum préstimo no mundo de amanhã,
reformem o conceito de literatura. Reformem a própria capacidade de admirar e de imitar, inventem olhos novos
ou novas maneiras de olhar, para merecerem o espetáculo novo de que estão participando.
(ANDRADE, Carlos Drummond de. Confissões de Minas. São Paulo: Cosac Naify, 2011, p. 11-13)

Atente para os dois últimos períodos do texto, de Rapazes, se querem... até estão participando. Flexionando-se as
formas verbais na 2ª pessoa do plural, mantidos os tempos e modos em que se apresentam, resultará esta sequência:
a) quereis − reformai – inventai – merecerdes

b) quiserdes − reformei − inventai − merecerdes

c) queirais − reformeis − inventeis − mereceres

d) quereis − reformeis − inventais − mereceis

e) quiserdes − reformardes − inventai − mereceres

06. FCC - SABESP/ 2018

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Aula 4: Verbos

Recursos hídricos

Apesar de ocupar quase metade da área da América do Sul e de ter em torno de 60% da Bacia Amazônica, que escoa
um quinto do volume de água doce do mundo, há áreas críticas, onde a escassez deixou de ser apenas uma ameaça.
Com três bacias hidrográficas que contêm o maior volume de água doce do mundo – Amazonas, São Francisco e Paraná
–, o Brasil busca servir de exemplo na eficácia da gestão de seus recursos hídricos.
Nas duas últimas décadas, foram desenvolvidos mecanismos e ações voltados para tornar a água de boa qualidade
disponível para as gerações atuais e futuras, diminuir os conflitos do uso da água e ampliar a percepção da conservação
da água como um valor social e ambiental de alta relevância. A partir dos anos 1980, a gestão dos recursos hídricos no
Brasil passou a abordar três fatores: a sustentabilidade ambiental, social e econômica; a busca de leis mais adequadas e
de espaços institucionais compatíveis; a formulação de políticas públicas que integrassem toda a sociedade.
Em 1997, foi sancionada a Lei das Águas, que tem como fundamentos a compreensão de que a água é um bem público
(não pode ser privatizada), sendo sua gestão baseada em usos múltiplos (abastecimento, energia, irrigação, indústria
etc.) e descentralizada, com intensa participação de usuários, da sociedade civil e do governo.
Pela lei, o consumo humano e de animais é prioritário em situações de escassez.

(Disponível em: www.brasil.gov.br)

Estão corretos o emprego e a flexão de todas as formas verbais na frase:

a) O projeto foi relegado porque nele as prioridades humanas não se sobreporam às demais.

b) Caso não intervissem as restrições ambientais, a lei acabaria sendo incrementada.

c) Se advierem resultados insatisfatórios, não será o caso de revogar a lei, mas de aperfeiçoá-la.

d) Seria preciso que as medidas jurídicas contessem maior relevância para que se as aprovasse.

e) À medida que se deterem no exame dessa, haverá de constatar-se se ela apresenta falhas.

07. FCC - Tec Leg /ALESE/ 2018

Um filme publicitário traz um ator interpretando um boçal no pavilhão de uma Bienal. O almofadinha, vestindo pulôver
escuro com gola rolê, cita autores como Nietzsche e Méliès, entre outros, para compor um discurso afetado e vazio por
meio do qual definia uma suposta obra de arte. É o velho clichê do crítico intelectual.
Vi a propaganda no mesmo dia em que a Câmara Brasileira do Livro e a Amazon anunciaram uma nova categoria do
prêmio Jabuti: a dos melhores romances, contos, crônicas e poesia, na opinião dos leitores.
O prêmio da Escolha do Leitor foi anunciado em tom de inovação democrática. O mesmo argumento tem sustentado
algumas das estratégias de mercado draconianas de grandes corporações de internet. Afinal, dá-se voz ao leitor, que
agora pode pôr em xeque decisões arbitrárias de um punhado de críticos que não representam a opinião da maioria.
Nesse sentido, a Escolha do Leitor menos inova do que aperfeiçoa uma tendência que já coroava as edições anteriores
do prêmio: o Livro do Ano. Escolhido pelos livreiros, ele contempla os títulos com mais chances de corresponder às
expectativas do mercado, muitas vezes contrariando os resultados das categorias literárias.
A principal ressalva à inovação democrática do Jabuti, entretanto, é que já existe um prêmio do leitor. Ele se chama lista
dos mais vendidos e é outorgado no mundo inteiro. É claro que há diferenças. A favor da nova categoria, deve-se dizer
que o leitor elegerá títulos apenas entre os finalistas. Ou seja, pela via do meio, o novo prêmio atenderia ao mercado
sem exonerar a crítica.

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Mas, então, por que prêmios literários prestigiados mundo afora ignoram a opinião da maioria? A resposta é simples. A
despeito de seus eventuais equívocos (e não são poucos), os prêmios literários não foram criados para corresponder a
critérios objetivos de mercado.
Os prêmios literários são asserções (com frequência, inerciais; às vezes, justas e corajosas − e a coragem não costuma
ser fruto do consenso) sobre o que um grupo de pessoas, selecionadas por motivos nem sempre claros ou acertados,
acredita que deve ser defendido em termos de subjetividade e exceção.
Ao atribuir o prêmio de literatura a Bob Dylan, por exemplo, o Nobel tomou uma decisão idiossincrática, mas que exalta
o que há de subjetivo tanto em escrever como em ler e premiar literatura.
Ao contrário, exceção e subjetividade não fazem parte do vocabulário das grandes corporações de internet. É o que
torna tanto mais curioso que um dos poucos prêmios literários brasileiros de prestígio tenha incorporado a lógica
pleonástica dos algoritmos que estruturam a rede (o que mais se lê também é cada vez mais lido). Não é mais uma
perspectiva subjetiva, mas sim uma forma de endossar a premissa de que não se deve contrariar o gosto do "leitor"
(seja ele quem for, de preferência uma média que represente muitos).
Hoje, mais do que nunca, soa antipático e antidemocrático pôr em dúvida essa ideia generalizada de leitor. Mas fazer o
indivíduo acreditar que não precisa se esforçar para entender o que lhe escapa ou o que o contraria (como propõe a
propaganda da Bienal) tem menos a ver com o respeito pela formação de um leitor ou um espectador autônomo,
reflexivo, do que com a sua redução a potencial de lucro e com o estreitamento correlato de seus horizontes
intelectuais e subjetivos.
(Adaptado de: CARVALHO, Bernardo. “A opinião dos leitores e a crítica”. Disponível em: folha.uol.com.br. Acesso em:
10/3/2018)
uma tendência que já coroava as edições anteriores do prêmio (4o parágrafo)

O verbo flexionado nos mesmos tempo e modo do que se encontra acima está sublinhado em:

a) por meio do qual definia uma suposta obra de arte

b) o novo prêmio atenderia ao mercado

c) ou o que o contraria

d) o leitor elegerá títulos apenas entre os finalistas

e) ele contempla os títulos com mais chances

08. FCC - SABESP/2018

O filósofo sempre foi considerado um personagem bizarro, estranho, capaz de cair num poço quando se embrenha em
suas reflexões − é o que contam a respeito de Tales (cerca de 625-547 a.C.). O primeiro filósofo, segundo a tradição
grega, combina enorme senso prático para os negócios com uma capacidade de abstração que o retira do mundo. Por
isso é visto como indivíduo dotado de um saber especial, admirado porque manipula ideias abstratas, importantes e
divinas. No fundo não está prefigurando as oposições que desenharão o perfil do homem do Ocidente? O divino Platão
e o portentoso Aristóteles fizeram desse estranhamento o autêntico espanto diante das coisas, o empuxo para a
reflexão filosófica.
Nos dias de hoje essa imagem está em plena decadência; o filósofo se apresenta como um profissional competindo
com tantos outros. Ninguém se importa com as promessas já inscritas no nome de sua profissão: a prometida amizade
pelo saber somente se cumpre se a investigação for levada até seu limite, cair no abismo onde se perdem suas raízes. A
palavra grega filosofia significa “amigo da sabedoria”, por conseguinte recusa da adesão a um saber já feito e
compromisso com a busca do correto.

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Em contrapartida, o filósofo contemporâneo participa do mercado de trabalho. Torna-se mais seguro conforme
aumenta a venda de seus livros, embora aparente desprezar os campeões de venda. Às vezes participa do jogo da
mídia. Graças a esse comércio transforma seu saber em capital, e as novidades que encontra na leitura de textos, em
moeda de troca. Ao tratar as ideias filosóficas como se fossem meras opiniões, isoladas de seus pressupostos ligados ao
mundo, pode ser seduzido pela rigidez de ideias sem molejo, convertendo-se assim num militante doutrinário. Outras
vezes, cai nas frivolidades da vida mundana. Não vejo na prática da filosofia contemporânea nenhum estímulo para que
o estudioso se comprometa com uma prática moral e política mais consciente de si mesma, venha a ser mais tolerante
às opiniões alheias.
Num mundo em que as coisas e as pessoas são descartáveis, a filosofia e o filósofo também se tornam dispensáveis,
sempre havendo uma doutrina ou um profissional capaz de enaltecer uma trama de interesses privados. A constante
exposição à mídia acaba levando o filósofo a dizer o que o grande público espera dele e, assim, também pode usufruir
de seus quinze minutos de celebridade. Diante do perigo de ser engolfado pela teia de condutas que inverte o sentido
original de suas práticas, o filósofo, principalmente o iniciante, se pretende ser amante de um saber autêntico, precisa
não perder de vista que assumiu o compromisso de afastar-se das ideias feitas − ressecadas pela falta da seiva da
reflexão − e de desconfiar das novidades espalhafatosas. Se aceita consagrar-se ao estudo das ideias, que reflita sobre o
sentido de seu comportamento.
(Adaptado de: GIANNOTTI, José Arthur. Lições de filosofia primeira. São Paulo: Companhia das Letras, 2011, edição
digital)
... que reflita sobre o sentido de seu comportamento.

O verbo flexionado nos mesmos tempo e modo do sublinhado acima está na frase:

a) ... que o retira do mundo.

b) ... venha a ser mais tolerante às opiniões alheias.. .

c) ... como se fossem meras opiniões, isoladas de seus pressupostos. ..

d) ... que inverte o sentido original de suas práticas.. .

e) A palavra grega filosofia significa “amigo da sabedoria”...

09. FCC - SABESP/2018


Foi em 1964. Vinícius de Moraes esperava pelo jornalista e compositor Antônio Maria num chalezinho em Barão de
Mauá, onde tinham combinado passar alguns dias.
Eram mais que amigos − irmãos. De repente, foram dar a Vinícius a notícia de que Antônio Maria morrera na véspera, de
infarto. Vinícius sentiu o que chamou de “coice da morte” e se deixou ficar, arrasado, na varanda do chalé. Naquele
momento, um passarinho entrou pela varanda e começou a fazer evoluções à sua volta. Era um passarinho gordo, como
Maria. O poeta escreveu depois: “Tenho certeza que aquele passarinho gordo era você, meu Maria, fazendo palhaçada
para me tirar da fossa”.
Vinícius tinha prática nesses assuntos. Em 1955, morrera-lhe outro amigo querido, Jayme Ovalle. Dias depois, Vinícius
escreveu a Manuel Bandeira: “Ele [Ovalle] não tem me largado um instante. Agora mesmo que estou te escrevendo,
está sentado na poltrona em frente” − e descreveu uma longa cena do amigo morto que o visitava.
Ovalle morrera no Rio e Vinícius estava em Paris, detalhe insignificante no além.

Quando se perde um amigo, vêm o vazio e a sensação de que, por mais que se falassem, os dois não disseram tudo.

(Adaptado de: CASTRO, Ruy. Disponível em: folha.uol.com.br. Acessado em: 30/3/18)

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O verbo que, no contexto, pode ser corretamente flexionado no singular, sem que nenhuma outra modificação seja
feita na frase, está sublinhado em:
a) De repente, foram dar a Vinícius a notícia de que... (1º parágrafo)

b) ... por mais que se falassem... (último parágrafo)

c) Eram mais que amigos − irmãos. (1º parágrafo)

d) ... os dois não disseram tudo. (último parágrafo)

e) Quando se perde um amigo, vêm o vazio e a sensação de que... (último parágrafo)

10. FCC - SABESP/2018

A partir de que momento uma obra é, de fato, arte? Mona Suhrbier, etnóloga e especialista em questões ligadas à
Amazônia do Museu de Culturas do Mundo de Frankfurt, explica em entrevista por que trabalhos de mulheres indígenas
que vivem em zonas não urbanas têm dificuldade de achar um lugar nos museus.
Qual tipo de arte pode ser classificado como “arte indigena”? Devo mencionar, de início, que aqui no Museu das
Culturas do Mundo não usamos o termo “arte indígena”. O Museu coleciona desde 1975 arte não europeia. Em cada
exposição, indicamos o nome da região de que a arte em questão vem. Mas para responder a sua pergunta com uma
pequena provocação: arte indígena é sempre aquela que não é nacional. É o tipo de arte que os países não querem usar
para representá-los no exterior. É o “folclore”, o “artesanato”. Para este tipo de arte foi criado no século 21 um espaço
especial: o Museu do Folclore. Já me perguntei: por que é que se precisa desse museu? Por que aquilo que é exibido nele
não é considerado simplesmente arte?
E você encontrou uma resposta a essa pergunta? Quando uma produção deriva de formas de expressão rurais, coloca-
se a obra no Museu do Folclore, sobretudo se for feita por mulheres. Mas se a obra for de autoria de um artista urbano,
cujo currículo seja adequado, ou seja, se tiver estudado com “as pessoas certas”, aí sim ele pode iniciar o caminho para
que se torne um artista reconhecido. Na minha opinião, o problema está nesses critérios “ocidentais”. Muitas vezes o
próprio material já define: o mundo da arte aceita com prazer a cerâmica (“sim, poderia ser arte”), enquanto um cesto
trançado já é mais difícil.
Até que ponto especialistas em arte, socializados em culturas ocidentais, refletem a respeito do fato de que talvez não
possam julgar tradições artísticas que não conhecem? Acredito que as pessoas, inclusive os especialistas em arte,
tendem a julgar como bom aquilo que já conhecem. As pessoas, em sua maioria, não pensam que cresceram em um
mundo visual específico. Esse mundo serve como uma espécie de norma. É mais uma questão sensorial que intelectual.
Acho que, entre nós, há muito pouco autoquestionamento no que concerne ao que nos marcou esteticamente.
(Adaptado de: REKER, Judith. “Arte não europeia: ‘não queremos ser como vocês’”.
Disponível emh:t tps://www.goethe.de)
O verbo em destaque deve sua flexão ao elemento sublinhado em:

a) trabalhos de mulheres indígenas que vivem em zonas não urbanas têm dificuldade

b) É o tipo de arte que os países não querem usar para representá-los no exterior.

c) Quando uma produção deriva de formas de expressão rurais, coloca-se a obra no Museu do Folclore

d) aí sim ele pode iniciar o caminho para que se torne um artista reconhecido

e) há muito pouco autoquestionamento no que concerne ao que nos marcou esteticamente.

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11. FCC - TRT 2/2018


A importância do imperfeito
O conceito de perfeição guia muitas aspirações nossas, seja em nossas vidas privadas, seja nos diversos espaços
profissionais. Falamos ou ouvimos falar de “relações perfeitas” entre duas pessoas como modelos a serem seguidos, ou
de almejar sempre a realização perfeita de um trabalho. Em algumas religiões, aprendemos que nosso objetivo é
chegar ao paraíso, lar da perfeição absoluta, final de jornada para aqueles que, se não conseguiram atingir a perfeição
em vida, pelo menos a perseguiram com determinação.
Historicamente, o perfeito está relacionado com a estética, andando de mãos dadas com o belo, conforme rezam os
preceitos da arte clássica. Muito da criatividade humana, tanto nas artes como nas ciências, é inspirado por esse ideal
de perfeição. Mas nem tudo. Pelo contrário, várias das ideias que revolucionaram nossa produção artística e científica
vieram justamente da exaltação do imperfeito, ou pelo menos da percepção de sua importância.
Nas artes, exemplos de rompimento com a busca da perfeição são fáceis de encontrar. De certa forma, toda a pintura
moderna é ou foi baseada nesse esforço de explorar o imperfeito. Romper com o perfeito passou a ser uma outra
possibilidade de ser belo, como ocorre na música atonal ou na escultura abstrata, em que se encontram novas
perspectivas de avaliação do que seja harmônico ou simétrico. Na física moderna, o imperfeito ocupa um lugar de
honra. De fato, se a Natureza fosse perfeita, o Universo seria um lugar extremamente sem graça. Do microcosmo das
partículas elementares da matéria ao macrocosmo das galáxias e mesmo no Universo como um todo, a imperfeição é
fundamental. A estrutura hexagonal dos flocos de neve é uma manifestação de simetrias que existem no nível
molecular, mas, ao mesmo tempo, dois flocos de neve jamais serão perfeitamente iguais. Não faltam razões, enfim,
para que nos aceitemos como seres imperfeitos. Por que não?
(Adaptado de: GLEISER, Marcelo. Retalhos cósmicos. São Paulo: Companhia das Letras, 1999, p. 189-190)

Numa reelaboração de um segmento do texto, mantêm-se a correção da frase e uma adequada correlação entre os
tempos e modos verbais em:
a) Em algumas religiões, tomávamos consciência de que o nosso objetivo era chegar ao paraíso, visto como um espaço
de plenitude e perfeição.
b) Algumas teses de que iriam revolucionar a produção artística têm a haver com a incorporação, das formas
imperfeitas.
c) Muitos casos de ruptura com a sede de perfeição verifica-se na exploração de novos modelos artísticos, aonde
predominasse a imperfeição.
d) Se numa relação afetiva entre duas pessoas poderiam ocorrer discensões, o que de fato se pretendia eram uma troca
de afetos harmoniosos.
e) Não apenas na arte, como assim também na física, o lugar do imperfeito existiria como um fator que proporcione o
equilíbrio de uma determinada estrutura.

12. FCC - DPE AM/2018

A velhice na sociedade industrial

Durante a velhice deveríamos estar ainda engajados em causas que nos transcendem, que não envelhecem, e que dão
significado a nossos gestos cotidianos. Talvez seja esse um remédio contra os danos do tempo. Mas, pondera Simone
de Beauvoir, se o trabalhador aposentado se desespera com a falta de sentido da vida presente, é porque em todo o
tempo o sentido de sua vida lhe foi roubado. Esgotada a sua força de trabalho, sente-se um pária, e é comum que o
escutemos agradecendo sua aposentadoria como uma esmola.

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A degradação senil começa prematuramente com a degradação da pessoa que trabalha. Esta sociedade pragmática
não desvaloriza somente o operário, mas todo trabalhador: o médico, o professor, o esportista, o ator, o jornalista.
Como reparar a destruição sistemática que os homens sofrem desde o nascimento, na sociedade da competição e do
lucro a qualquer preço? Cuidados geriátricos não devolvem a saúde física nem mental. A abolição dos asilos e a
construção de casas decentes para a velhice, não segregadas do mundo ativo, seria um passo à frente.
Mas haveria que sedimentar uma cultura para os velhos com interesses, trabalhos, responsabilidades que tornem digna
sua sobrevivência. Como deveria ser uma sociedade para que, na velhice, o homem permaneça um homem? A resposta
é radical para Simone de Beauvoir: “seria preciso que ele sempre tivesse sido tratado como homem”.
Para que nenhuma forma de humanidade seja excluída da Humanidade é que as minorias têm lutado, que os grupos
discriminados têm reagido. A mulher, o negro, combatem pelos seus direitos, mas o velho não tem armas. Nós é que
temos de lutar por ele.
(Adaptado de: BOSI, Ecléa. Lembranças de velhos. S. Paulo: T. A. Queiroz, 1983, p. 38-39)

Há construção na voz passiva, bem como adequada correlação entre tempos e modos verbais, na frase:

a) Se, em nossa velhice, ainda estivéssemos engajados em causas políticas maiores, bem mais digna será nossa
condição de vida.
b) Por lhes ter sido roubado o sentido mesmo de viver, os trabalhadores aposentados chegam a se desesperar com
tamanho vazio.
c) Desde que a sociedade passou a glorificar a competição e o pragmatismo, os homens veriam desvalorizados seus
ideais mais nobres.
d) Fossem outros os valores de nossa sociedade, em lugar do atual pragmatismo vicioso, outra cultura poderá incluir
com justiça os velhos trabalhadores.
e) No caso de que viesse a encontrar quem lute por ele, o velho terá reconhecido nesse apoio uma comprovação de
nossa humanidade.

13. FCC - DPE AM/2018

Há correspondência entre tempos e modos entre as formas verbais empregadas em:

a) Caso estivesse vivo hoje, o filósofo Auguste Comte teria a oportunidade de constatar o quanto suas suposições se
distanciaram da experiência.
b) Independentemente da época em que fossem expressas, as previsões sobre o futuro sempre dirão muito mais sobre
o presente de quem se arriscar a fazê-las.
c) Por mais precisos que nossos instrumentos de medição de engarrafamentos venham a se tornar, é improvável que
fôssemos capazes de fazer previsões a longo prazo.
d) Quando a extensão do cosmo puder ser medida, tivéssemos chegado a um novo patamar da experiência humana,
nunca vislumbrado por cientistas ou filósofos.
e) O conhecimento humano possui limitações, mas é função da ciência pôr essas limitações à prova, a fim de que
poderíamos avançar continuamente.

14. FCC - DETRAN MA)/2018


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Não há dúvida de que uma linha reta é o caminho mais curto entre dois pontos. Mas ninguém pode afirmar que seja
também o melhor, o mais indicado, o mais proveitoso, por ser mais alegre, mais bonito ou mais surpreendente. Quem
caminha pelas cidades sabe que há trajetos e trajetos: uns para a pressa, outros para animar o espírito. Numa época em
que a velocidade se tornou uma espécie de paradigma geral, vale a pena experimentar alternativas para o nosso modo
de atravessar os espaços e o tempo.
Imagino quantos motoristas presos num congestionamento não sonharão em abandonar o carro, ou quantos
passageiros em deixar o ônibus, e sair à toa e a pé em busca de novos caminhos, desistindo de se submeter à ditadura
do relógio e dos compromissos. Se ninguém faz isso, o desejo de libertação existe para todos. As grandes cidades, em
vez de oferecerem espaços de circulação ou acolhimento, impõem-nos caminhos intransitáveis, paralisantes. Nosso
estilo de vida levou-nos aos impasses urbanos que impositivamente configuram nossa rotina.
Dizia o poeta espanhol António Machado que o caminho se faz caminhando, que os caminhantes é que traçam e
qualificam seu destino. Essa convicção deveria inspirar não apenas os responsáveis diretos pelo uso mais desfrutável do
espaço urbano, mas todos aqueles que sentem seu compromisso com os rumos e o andamento da civilização.
(Hermínio Toledo, inédito)

A flexão das formas verbais e a articulação entre seus tempos e modos estão plenamente adequadas na frase:

a) Quem caminhasse pelas grandes cidades virá a constatar que elas contessem muitas surpresas.

b) Numa época em que a velocidade se impuser de forma ainda mais drástica, valerá a pena buscar alternativas.

c) Se ninguém vir a buscar caminhos alternativos, nenhuma possibilidade real de libertação seria explorada.

d) Nosso estilo de vida levará-nos a impasses urbanos que dificilmente encontrariam alguma forma de solução.

e) A convicção do poeta acena para a criação nossa de caminhos próprios, da qual advisse um novo prazer de viver.

15. FCC - TRT 6/2018

A arte requer “explicação”?

Aqui e ali, quem frequenta bienais, salões de arte ou exposições de artes plásticas encontrará de repente não um
quadro, uma escultura ou algum objeto de significação histórica, mas uma instalação – nome que se dá, segundo o
dicionário Houaiss, a “alguma obra de arte que consiste em construção ou empilhamento de materiais, permanente ou
temporário, em que o espectador pode participar, manipulando-a, ou, sendo, às vezes, de tamanho tão grande, que o
espectador pode nela entrar”.
Trata-se, em outras palavras, de materiais organizados num espaço físico de modo a constituírem uma obra de arte.

Ocorre, porém, com grande parte das instalações, um fenômeno curioso: com muita frequência o criador é convidado a
explicar – e o faz com linguagem muito sofisticada – o sentido profundo que pretendeu dar àquele conjunto de
materiais, àquela instalação que ele concebeu. Para o público, restará a impressão final de que os materiais eram, em si
mesmos, insuficientes para significarem alguma coisa: precisavam da explicação de quem os utilizou.
As verdadeiras obras de arte se impõem por si mesmas, independentemente de qualquer explicação prévia ou
justificativa final. O grande músico, o grande escritor, o grande cineasta não precisam interpor-se entre a sonata, o
romance ou o filme para explicar seu sentido junto ao público. Certamente haverá oportunidade para todos refletirmos
sobre o sentido dinâmico de uma obra artística que atingiu o nosso interesse e provocou o nosso prazer; mas nada será
mais forte do que a mobilização emocional e intelectual que a obra já despertou em nós, no primeiro contato.
(Aristeu Valverde, inédito)

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Há construção na voz passiva e adequada articulação entre os tempos verbais na frase:

a) Os que apreciarem as instalações, no futuro, talvez poderiam emprestar-lhes o sentido que hoje não parecem ter.

b) Ao serem visitadas, as instalações costumam impressionar o público que se deixa levar pela significação que o próprio
autor lhes atribui.
c) Se fosse para levar a sério a materialidade das instalações, nenhuma delas necessita da justificativa a ser dada pelo
criador.
d) Nunca a linguagem das grandes obras de arte teria necessidade de alguma explicação que venha a se tornar
indispensável.
e) Por mais que nos esforcemos para perscrutar o sentido de uma instalação, este sempre dependeria das razões
alegadas pelo autor.

16. FCC - AGED MA/ 2018

[Sobre a amizade]

Entre parentes, a natureza dispôs com efeito uma espécie de amizade; mas ela não é de uma resistência a toda prova.
Assim, a amizade vale mais que o parentesco, em razão de o parentesco poder se esvaziar de toda afeição, ao passo
que a amizade não: retire-se a afeição, e não haverá mais amizade digna desse nome, mas o parentesco sempre
subsiste.
(Adaptado de: CÍCERO. Saber envelhecer. Trad. de Paulo Neves. Porto Alegre: L&PM, 1997, p. 85)

(...) retire-se a afeição, e não haverá mais amizade digna desse nome, mas o parentesco sempre subsiste.

Alterando-se as formas verbais sublinhadas na frase acima, manter-se-á uma correta articulação temporal entre elas
caso sejam substituídas, respectivamente, por:
a) fosse retirada − não terá havido − subsistiu

b) venha a retirar-se − não haveria − subsistirá

c) retiremos − não haja − subsistira

d) retirássemos − não haveria − subsistiria

e) retirou-se − tem havido − subsista

17. FCC - AGED MA/2018

Há correspondência correta entre tempos e modos verbais na seguinte frase:

a) É preciso que se aumente o investimento em pesquisa para que o agronegócio brasileiro não precisasse importar
tanto maquinário.
b) Se houvesse maior difusão das novas tecnologias, o agronegócio brasileiro será uma das principais áreas a se
beneficiar.
c) O presidente da Embrapa demonstrou convicção ao defender que as novas tecnologias revolucionarão o futuro do
agronegócio.

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d) A agricultura de precisão já esteja sendo necessária nos dias atuais, mas talvez tivesse sido mais determinante para o
futuro do agronegócio.
e) Quando a carne produzida em laboratório tiver amplo consumo é que poderíamos dizer se os recursos gastos em seu
desenvolvimento sejam válidos.

18. FCC - AGED MA/2018

Há correspondência plena entre as formas verbais na frase:

a) O litoral maranhense tenha sido esquecido pelos portugueses, antes mesmo que os franceses o ocupariam.

b) Se os portugueses tivessem se preocupado com o litoral maranhense, os franceses não o tivessem frequentado.

c) Já que os portugueses não se preocuparão com o litoral maranhense, os franceses o ocupassem oportunamente.

d) Os franceses começaram a frequentar o litoral maranhense, mas os portugueses não terão se preocupado com isso.

e) Como os portugueses não se preocuparam com o litoral maranhense, os franceses começaram a frequentá-lo.

19. FCC - ALESE/2018

[Linguagens e culturas]

Este livro estuda as modificações que se deram na cultura das classes populares ao longo das últimas décadas, de modo
especial aquelas que podem ser atribuídas à influência das publicações de massa. Creio que obteríamos resultados
muito semelhantes caso tomássemos como exemplos algumas outras formas de comunicação, como o cinema, o rádio
ou a televisão.
Penso que tenho sempre tentado dirigir-me principalmente ao “leitor comum” sério ou “leigo inteligente” de qualquer
classe social. Não significa isto que eu tenha tentado adotar qualquer tom de voz específico, ou que tenha evitado o uso
de quaisquer termos técnicos, para só empregar expressões banais. Escrevi tão claramente quanto o permitiu a minha
compreensão do assunto, e apenas usei termos técnicos quando me pareceram susceptíveis de se tornarem úteis e
sugestivos.
O “leigo inteligente” é uma figura vaga, e a popularização uma tarefa perigosa; mas parece-me que aqueles de nós que
consideram uma urgente necessidade escrever para ele devem continuar a tentá-lo. Porque um dos mais nefastos
aspectos da nossa condição cultural é a divisão entre a linguagem dos peritos e o nível extraordinariamente baixo
daquela utilizada nos órgãos de comunicação de massa.
(Adaptado de: HOGGART, Richard. As utilizações da cultura. Trad. de Maria do Carmo Cary. Lisboa: Editorial Presença,
1973.)
Há construção na voz passiva e adequada correlação entre os tempos verbais na frase:

a) Resultados muito semelhantes ao dessa pesquisa seriam encontrados caso o foco de análise incidisse sobre outros
meios de comunicação.
b) Essa pesquisa teria chegado a resultados semelhantes desde que o foco não deixe de incidir sobre a linguagem dos
outros meios de comunicação.
c) Dispondo-se a vir fazer uma boa análise de outras formas de comunicação, o pesquisador terá encontrado resultados
semelhantes.

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d) Quando outras análises incidirem sobre outros meios de comunicação, seria possível chegar a resultados não muito
diferentes destes.
e) Por haver-se dedicado sobretudo ao estudo da linguagem da imprensa, o de outros meios de comunicação não foi
conclusivo.

20. FCC – SABESP/2018

Questão de ponto de vista

Aprendia-se na escola que o rio Amazonas, para orgulho nacional, era o maior rio do mundo. Depois foi preciso
reformular a informação: na verdade, o maior rio do mundo, em extensão, seria o Nilo. Mas o Amazonas continuava a
ser o maior rio do mundo – em volume d’água. Hoje, voltou-se à convicção inicial. Tudo está, se a questão é competir,
em escolher bem os critérios.
Também se aprendia que nosso planeta Terra deveria chamar-se Água, para fazer jus ao elemento que nele predomina.
Mas é bom saber que, outra vez, os critérios fazem toda a diferença. De fato, se levarmos em conta a superfície
terrestre, o nome de Água ficaria bem: este elemento recobre 70% do extrato superficial do planeta.
Mas se levarmos em conta o volume total da Terra, mais correto seria chamá-lo planeta Fogo: as camadas internas e
profundíssimas da nossa casa planetária atingem até 6000 graus centígrados... E se considerarmos como critério a
composição química do planeta, o nome Oxigênio ficaria melhor, por ser o mais abundante. Poderia haver ainda quem
defendesse o nome de Ferro, por ser esse o elemento que compõe a maior parte da estrutura do planeta.
Se o que importa é de fato competir, em qualquer nível e a propósito do que for, é bom distinguir bem e considerar os
critérios. Respeitando-se a diferença entre estes, aprende-se a relativizar os resultados. A relativização é quase sempre
uma operação necessária, sofreia os ânimos mais absolutistas, competitivos e exaltados, fazendo ver que,
“dependendo do ponto de vista”, toda avaliação pode ser alterada. O que importa, afinal, se tal ou tal rio é o maior do
mundo, ou se tal ou tal grão de café é o mais saboroso, ou se o vinho desta região é melhor que o daquela? É preciso
reconhecer ao máximo possível o valor próprio de cada coisa, para que das comparações apressadas não se tirem
conclusões absolutas. Por difícil que seja, relativizar um julgamento aceitando-se a diversidade de critérios é um
caminho mais justo para se seguir.
(Antenor Caio de Souza, inédito)

É adequada a nova correlação entre os tempos e os modos verbais, na reconstrução de uma frase do texto, em:

a) Tinha sido preciso reformular a informação: na verdade, o maior rio do mundo terá sido o Nilo.

b) Tudo está, se a questão fosse competir, em ter escolhido bem os critérios.

c) Se viermos a levar em conta a superfície terrestre, o nome de Água ficará bem.

d) Se houvéssemos considerado como critério a composição química do planeta, o nome de Oxigênio terá ficado
melhor.
e) Era preciso reconhecer ao máximo possível o valor próprio de cada coisa, para que não se hajam tirado conclusões
apressadas.

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LISTA DE QUESTÕES - BANCA FGV


1. FGV – TCE AM/2021

Observemos a seguinte frase do texto 2, com o emprego adequado de gerúndio:

“Hermes, o Mercúrio de Roma, possuía em Acaia, ao norte do Peloponeso, um templo onde se manifestava,
respondendo as consultas dos devotos”
O correto emprego do gerúndio mostra que ele deve ser usado na indicação de ações cronologicamente simultâneas
com as ações da oração anterior.
A frase abaixo que mostra correto emprego do gerúndio é:

a) O consulente entrou no templo, ocupando o primeiro banco;

b) Os consulentes abandonaram o templo, perdendo-se de vista;

c) Os sacerdotes discutiam a sentença, comendo no átrio;

d) O pecador fez o pedido, recebendo o oráculo a seguir;

e) O homem ajoelhou-se, implorando ajuda

2. FGV – TCE AM/2021

“Purificado o consulente, dizia em sussurro ao ouvido do ídolo o seu desejo secreto, formulando a súplica angustiada.”

Como o gerúndio é empregado predominantemente com valor adverbial, o valor dessa forma verbal, nesse
exemplo, é o de:
a) gerúndio temporal;

b) gerúndio condicional;

c) gerúndio concessivo;

d) gerúndio explicativo;

e) gerúndio modal.

3. FGV – TJ RO/2021

Em todas as frases abaixo foram empregadas formas do tempo verbal do imperfeito (indicativo ou subjuntivo); a
frase em que essa forma verbal tem o valor de ação passada dentro da qual ocorre outra é:
a) Minha filha tinha uma postura muito elegante;

b) Enquanto dormia, roubaram o relógio dela;

c) Eles pensavam visitar o centro na segunda-feira;

d) Se tivesse dinheiro, comprava esse carro;

e) Olha só onde estava o meu relógio.

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4. FGV – TCE PI/2021

Todas as frases abaixo, retiradas do texto 4, foram passadas para a voz passiva; a frase em que essa passagem foi
feita de forma adequada é:
a) a empresa firma um contrato com a prefeitura / um contrato seja firmado com a prefeitura;

b) para administrar a maior parte do sistema de transporte coletivo municipal; / para a maior parte do sistema de
transporte coletivo municipal ser administrada;
c) A saída mais comum é contratar empresas para desempenhar essa função. / A saída mais comum é que empresas
sejam contratadas para desempenhar essa função;
d) dá liberdade aos municípios quanto a como ofertar esse serviço. / dá liberdade aos municípios a como esse serviço
será ofertado;
e) A prefeitura se responsabiliza diretamente pela gestão do sistema e desembolsa 100% dos recursos para mantê-lo. /
A prefeitura se responsabiliza diretamente pela gestão do sistema e 100% dos recursos para mantê-lo serão
desembolsados por ela.
5. FGV – FUNSAÚDE/2021

“Na Antiguidade cria-se que o temperamento das pessoas dependia das suas secreções, isto é, dos ‘humores’
segregados pelo organismo, entre os quais cada pessoa possuía um que era predominante. Desse modo, notava-se que
aqueles em que predominava a ‘bílis negra’ (donde ‘humor negro’), que os gregos chamavam de melan kholé, ou
melancolia ou de ‘humor melancólico’ eram propensos à depressão”.
Roosevelt Nogueira, em Palavras, origens e curiosidades.

Assinale a opção que apresenta a frase que está estruturada na voz passiva.

a) “Na Antiguidade cria-se que o temperamento das pessoas dependia das suas secreções”.

b) “isto é, dos humores segregados pelo organismo”.

c) “cada pessoa possuía um que era predominante”.

d) “que os gregos chamavam de melan kholé”.

e) “eram propensos à depressão.

6. FGV – IMBEL/2021

Um pensamento célebre diz:

“Conhece-te a ti mesmo.”

Assinale a opção que mostra a variação formal de pessoa dessa frase imperativa que está gramaticalmente errada.

a) Conheçamo-nos a nós mesmos.

b) Conheçam-se a vocês mesmos.

c) Conhecei-vos a vós mesmos.

d) Conheça-se a você mesmo.

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e) Conheço-me a mim mesmo.

7. FGV – IMBEL/2021

“Não sei ver nada do que vejo; vejo bem apenas o que relembro.”

A mesma relação entre as formas verbais sublinhadas se repete de forma correta em

a) fazer / faço.

b) prover / provo.

c) comprar / comprei.

d) trazer / trazia.

e) dizer / diz.

8. FGV – PC RN/2021

“A Polícia Civil cumpriu, nesta quinta-feira (19), dois mandados de prisão na zona leste de Porto Alegre contra ladrões de
veículos. Um deles, que havia rompido tornozeleira eletrônica após ter progredido de regime, foi recapturado no bairro
Glória e, segundo a investigação, seguia cometendo crimes.”
A substituição proposta para um segmento desse texto que se mostra adequada é:

a) cumpriu / tem cumprido;

b) dois mandados / dois mandatos;

c) um deles / um dos quais;

d) havia rompido / rompera;

e) foi recapturado / recapturou-se.

9. FGV – PC RN/2021

O célebre escritor Emerson declarou certa vez: “Cometa um crime e tu descobrirás como o mundo é de vidro.”

Para que essa frase esteja enquadrada na norma culta da língua, a forma que lhe devemos dar é:

a) Comete um crime e você descobrirá como o mundo é de vidro;

b) Cometa um crime e tu vais descobrir como o mundo é de vidro;

c) Comete um crime e você vai descobrir como o mundo é de vidro;

d) Comete um crime e tu descobrirás como o mundo é de vidro;

e) Cometa um crime e descobrirás como o mundo é de vidro.

10. FGV TJ CE 2019

“Amai a justiça, / vós que julgais a terra”.

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Considerando que esse pensamento é composto por dois segmentos (separados por uma barra inclinada), sobre a
sua estrutura, é correto afirmar que:
a) o segundo segmento identifica a quem se refere o imperativo presente no primeiro segmento;

b) o segundo segmento mostra a causa da afirmação contida no primeiro segmento;

c) o segundo segmento explica o segmento anterior;

d) o primeiro segmento indica a condição de o segundo segmento ser realizado;

e) o primeiro segmento apresenta a consequência da ação presente no segundo.

11. FGV - COMPESA - 2018

Uma carta e o Natal

Este será o primeiro Natal que enfrentaremos, pródigos e lúcidos. Até o ano passado conseguimos manter o mistério —
e eu amava o brilho de teus olhos quando, manhã ainda, vinhas cambaleando de sono em busca da árvore que durante
a noite brotara embrulhos e coisas. Havia um rito complicado e que começava na véspera, quando eu te mostrava a
estrela de onde Papai Noel viria, com seu trenó e suas renas, abarrotado de brinquedos e presentes.
Tu ias dormir e eu velava para que dormisses bem e profundamente. Tua irmã, embora menor, creio que ela me
embromava: na realidade, ela já devia pressentir que Papai Noel era um mito que nós fazíamos força para manter em
nós mesmos. Ela não fazia força para isso, e desde que a árvore amanhecesse florida de pacotes e coisas, tudo dava na
mesma. Contigo era diferente. Tu realmente acreditavas em mim e em Papai Noel.
Na escola te corromperam. Disseram que Papai Noel era eu — e eu nem posso repelir a infâmia e o falso testemunho.
De qualquer forma, pediste um acordeão e uma caneta — e fomos juntos, de mãos dadas, escolher o acordeão.
O acordeão veio logo, e hoje, quando o encontrar na árvore, já vai saber o preço, o prazo da garantia, o fabricante. Não
será o mágico brinquedo de outros Natais.
Quanto à caneta, também a compramos juntos. Escolheste a cor e o modelo, e abasteceste de tinta, para "já estar
pronta" no dia de Natal. Sim, a caneta estava pronta. Arrumamos juntos os presentes em volta da árvore. Foste dormir,
eu quedei sozinho e desesperado.
E apanhei a caneta. Escrevi isto. Não sei, ainda, se deixarei esta carta junto com os demais brinquedos. Porque nisso
tudo o mais roubado fui eu. Meu Natal acabou e é triste a gente não poder mais dar água a um velhinho cansado das
chaminés e tetos do mundo.
Carlos Heitor Cony, Folha de São Paulo, 31/12/2017.

“... que durante a noite brotara embrulhos e coisas”.

A forma verbal “brotara” pode ser adequadamente substituída por

a) brotou.

b) brotava.

c) vinha brotando.

d) havia brotado.

e) eram brotados.

12. FGV ALERO 2018

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Aula 4: Verbos

“Toda vez que pinto um retrato perco um amigo.”

As formas verbais sublinhadas mostram perfeita concordância de tempos; as formas verbais a seguir que
mostram inadequação são:
a) pintava / perdia.

b) pinte / tenho perdido.

c) tivesse pintado / teria perdido.

d) pintasse / perderia.

e) pintara / tinha perdido.

13. FGV - ALERO 2018

Assinale a frase cujas formas verbais mostram correspondência adequada de tempos.

a) “Nenhuma moralidade pode fundar-se na autoridade, mesmo que a autoridade fosse divina.”

b) “Se os teus princípios morais te deixam triste, podes estar certo de que estivessem errados.”

c) “O modo mais seguro de prevenir as revoltas é que eliminássemos sua matéria.”

d) “´Foi o cargo que permitiu que se conheça o homem.”

e) “Tenho a impressão de que a exclamação ‘A pátria corre perigo’ não seja tão terrível quanto ‘A cultura corre perigo!’”

14. FGV - COMPESA 2018

“... ela já devia pressentir que Papai Noel era um mito que nós fazíamos força para manter em nós mesmos.”

Se trocássemos a forma da oração reduzida sublinhada por uma oração desenvolvida, a forma adequada seria:

a) para que mantivéssemos em nós mesmos.

b) para a manutenção em nós mesmos.

c) para que mantenhamos em nós mesmos.

d) para que seja mantido em nós mesmos.

e) para mantermos em nós mesmos.

15. FGV - CM SALVADOR - 2018

A forma do verbo “impor” que está INCORRETA é:

a) impunha;

b) impusesse;

c) imponha;

d) impuser;

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e) impora.

16. FGV - CM Salvador - 2018

“Os países com bom desempenho nessa habilidade têm estruturas de aula...”; a frase abaixo que mostra uma forma
verbal INADEQUADA de um verbo composto de “ter” é:
a) ela não se atinha ao tema indicado;

b) elas se entreteram com o filhote do animal;

c) espero que eles não detenham a sua revolta;

d) pensou em retê-lo após a conferência;

e) esperava que ela se contivesse diante dele.

17. FGV - TJ AL - 2018

“Até porque, nessa toada, a intolerância irracional ganha terreno, e nós vamos ficando cada vez mais irracionalmente
intolerantes com aquilo que não deveríamos ser”.
A forma verbal “deveríamos ser” forma uma locução verbal como os vocábulos abaixo:

a) queremos ser;

b) mandamos ser;

c) deixemos ser;

d) vimos ser;

e) ouvimos ser.

18. FGV - Técnico Judiciário (TJ AL)/Judiciária/2018

Ressentimento e Covardia

Tenho comentado aqui na Folha em diversas crônicas, os usos da internet, que se ressente ainda da falta de uma
legislação específica que coíba não somente os usos mas os abusos deste importante e eficaz veículo de comunicação.
A maioria dos abusos, se praticados em outros meios, seriam crimes já especificados em lei, como a da imprensa, que
pune injúrias, difamações e calúnias, bem como a violação dos direitos autorais, os plágios e outros recursos de
apropriação indébita.
(Carlos Heitor Cony, Folha de São Paulo, 16/05/2006 – adaptado)

“Tenho comentado aqui na Folha”; o tempo verbal destacado nesse segmento inicial do texto indica uma ação que:

a) se iniciou e terminou no passado;

b) mostra início indeterminado e continuidade no presente;

c) indica repetição sem determinação de tempo;

d) se iniciou no passado e termina no presente;

e) se localiza antes de outra ação também passada.

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19. FGV - Técnico Judiciário (TJ AL)/2018

O verbo falsear apresenta como forma errada de conjugação:

a) falseiamos;

b) falseias;

c) falseemos;

d) falseie;

e) falseiam.

20. FGV - Técnico Judiciário (TJ AL)/2018

“... que circulam por aí e que não podem ser desmentidos ou esclarecidos caso por caso”.

Nesse segmento do texto, a locução “podem ser” forma uma só oração por tratar-se de uma locução não verbal; a
forma abaixo que constitui duas orações por NÃO se tratar de locução verbal é:
a) querem ser;

b) devem ser;

c) gostam de ser;

d) vão ser;

e) fazem ser.

21. FGV - Técnico Bancário (BANESTES)/2018

“Não sei ver nada do que vejo; vejo bem apenas o que relembro e tenho inteligência apenas nas minhas lembranças”.
(Rousseau)
A relação ver/vejo só NÃO se repete de forma correta no seguinte par:

a) rir / rio;

b) trazer / trago;

c) requerer / requeiro;

d) deter / detenho;

e) reaver / reavejo.

22. FGV - Analista Judiciário (TJ AL)/2018

“Se eu falasse, ninguém acreditaria”.

O emprego de tempos verbais nesse segmento do texto está correto, segundo a norma culta; a frase abaixo em que se
mantém a correção gramatical é:
a) Se eu falasse, ninguém acreditava;

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b) Se eu falo, ninguém acreditaria;

c) Caso eu falasse, ninguém acreditava;

d) Caso eu fale, ninguém acredita;

e) Se eu falava, ninguém acreditaria.

23. FGV - Analista Legislativo Municipal (CM Salvador)/2018

A frase do texto que se apresenta na voz passiva é:

a) “A resistência ao desmonte da cultura em cenário de crises graves não se dá por acaso”;

b) “...a gestão pública do setor vem sofrendo...”;

c) “...generalize-se a opinião...”;

d) “...política públicas para a cultura não devem ser prioritárias”;

e) “Combater essa generalização equivocada é urgente”.

24. FGV - Analista Judiciário (TJ AL)/2018

A Copa do Mundo da Rússia só começa no dia 22 de junho, mas a febre dos álbuns com os jogadores das seleções já se
espalhou e chegou até ao plenário de uma assembleia legislativa brasileira. O flagrante de dois assessores trocando
figurinhas durante uma sessão foi divulgado pelas redes sociais e a cena se espalhou.
No post, que teve mais de 16 mil compartilhamentos e 26 mil curtidas no Twitter, o internauta chega a especular que
seriam deputados, mas a direção da casa esclareceu tratarem-se de assessores. “Votação importante hoje (19/02) e os
deputados ao invés de estarem trabalhando e fazendo jus ao salário superior a 25 mil reais, estão trocando e colando
figurinha da Copa do Mundo em meio à votação. Se eu falasse, ninguém acreditaria”, diz o post.
Outro post com mais de 40 mil compartilhamentos traz um vídeo mostrando que a troca ocorreu enquanto uma
deputada discursava sobre uma proposta.
A direção da casa legislativa confirmou que as imagens foram feitas durante a sessão da quarta feira e esclareceu que
elas mostram dois “assessores de deputados” trocando figurinhas durante a sessão. “O comportamento não é
justificável. Os gabinetes dos deputados aos quais os assessores pertencem, já foram informados, e cabe aos
parlamentares decidir como proceder”. (adaptado)
“O flagrante de dois assessores trocando figurinhas durante uma sessão foi divulgado pelas redes sociais e a cena se
espalhou”.
O segmento “foi divulgado pelas redes sociais” do texto é exemplo de voz passiva; se a mesma frase fosse colocada na
voz ativa, a forma verbal adequada seria:
a) divulgaram;

b) divulgaram-se;

c) divulgou-se;

d) divulgam-se;

e) divulga-se.

25. FGV - Analista (TJ SC)/2018

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Inteligência e sabedoria não são a mesma coisa. Entretanto, na linguagem cotidiana, usamos os dois termos
indistintamente. Vivemos em uma sociedade onde a eficiência e os resultados são valorizados. Aparentemente, apenas
os mais inteligentes estão destinados a obter sucesso. No entanto, apenas os sábios conseguem uma felicidade
autêntica. Eles são guiados por valores e preocupados em fazer uso da bondade, aplicando uma visão mais otimista à
vida.
Se procurarmos agora no dicionário o termo sabedoria, será encontrada uma definição simples: a faculdade das
pessoas de agir de maneira sensata, prudente ou correta. Sendo assim, a primeira pergunta que vem à mente é: a
inteligência não nos dá a capacidade de nos movimentarmos no nosso dia a dia da mesma maneira? Um QI médio ou
alto não nos garante a capacidade de tomar decisões acertadas?
É claro que sim. Também é claro que quando falamos de inteligência surgem diferentes nuances. Por isso, o tipo de
personalidade e a maturidade emocional são fatores que influenciam mais concretamente as realizações das pessoas.
Isso também é verdadeiro em relação à capacidade de investir mais ou menos em seu próprio bem-estar e no dos
outros.
Em vista disso, inteligência e sabedoria são dois conceitos interessantes. Assim, poderemos ter uma ideia mais precisa e
útil do que realmente são. Afinal, se queremos algo, além de ter um alto QI, é necessário desenvolver uma sabedoria
excepcional e moldar uma personalidade virtuosa. Isso vai um passo além do cognitivo e do emocional.
“A verdadeira sabedoria está em reconhecer a própria ignorância.” Sócrates.

Disponível em https:amentemaravilhosa.com.br/inteligencia-e-sabedoria/

A frase do texto 2 que NÃO exemplifica a voz passiva é:

a) “Vivemos em uma sociedade onde a eficiência e os resultados são valorizados”;

b) “Aparentemente, apenas os mais inteligentes estão destinados a obter sucesso”;

c) “Eles devem ser observados, analisados e desconstruídos”;

d) “Eles são guiados por valores e preocupados em fazer uso da bondade”;

e) “Se procurarmos agora no dicionário o termo sabedoria, será encontrada uma definição simples”.

26. FGV - Assistente Legislativo (ALERO)/2018

O casamento foi a maneira que a humanidade encontrou de propagar a espécie sem causar falatório na vizinhança. As
tradições matrimoniais se transformaram através dos tempos e variam de cultura para cultura. Em certas sociedades
primitivas o tempo gasto nas preliminares do casamento – corte, namoro, noivado etc. – era abreviado. O macho
escolhia uma fêmea, batia com um tacape na sua cabeça e a arrastava para a sua caverna. Com o passar do tempo este
método foi sendo abandonado, por pressão dos buffets, das lojas de presente e das mulheres, que não admitiam um
período pré-conjugal tão curto. O homem precisava aproximar-se dela, cheirar seus cabelos, grunhir no seu ouvido,
mordiscar a sua orelha e só então, quando ela estivesse distraída, bater com o tacape na sua cabeça e arrastá-la para a
caverna. (fragmento)
VERÍSSIMO, Luís Fernando, Comédias da Vida Privada. Ed. LPm. 1994.

Assinale a opção em que a frase do texto mostra um exemplo de voz passiva verbal.

a) “O casamento foi a maneira que a humanidade encontrou de propagar a espécie sem causar falatório na vizinhança.”

b) “As tradições matrimoniais se transformaram através dos tempos e variam de cultura para cultura.”

c) “O macho escolhia uma fêmea, batia com um tacape na sua cabeça e a arrastava para a sua caverna.”

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d) “Em certas sociedades primitivas o tempo gasto nas preliminares do casamento – corte, namoro, noivado etc. – era
abreviado.”
e) “...quando ela estivesse distraída, bater com o tacape na sua cabeça e arrastá-la para a caverna.”

27. FGV - Especialista Legislativo de Nível Superior (ALERJ)/2017

A forma verbal abaixo corretamente conjugada é:

a) Todos se entreteram com os novos jogos;

b) Os turistas reouveram seus pertences;

c) O repórter interviu na discussão;

d) Quando o ver de novo, dar-lhe-ei o recado;

e) Ele se manteu no cargo até o último momento.

28. FGV - Recenseador (IBGE)/2017

A ORIGEM DA VIDA NO UNIVERSO

Uma descoberta anunciada na semana passada joga mais luz sobre a origem da vida no universo. Em um artigo
publicado na revista Nature – uma das mais importantes publicações científicas do mundo –, pesquisadores ingleses
relatam a identificação de microfósseis de bactérias que teriam surgido entre 4,2 bilhões de anos e 3,7 bilhões de anos
atrás. Se for confirmado, será o mais antigo registro de vida na Terra.
"...pesquisadores ingleses relatam a identificação de microfósseis de bactérias que teriam surgido entre 4,2 bilhões de anos
e 3,7 bilhões de anos atrás. Se for confirmado, será o mais antigo registro de vida na Terra”.
Em função da forma verbal “teriam surgido”, os leitores tomam conhecimento de que a informação da descoberta é:

a) uma certeza dos estudiosos;

b) uma opinião dos descobridores;

c) uma possibilidade sugerida;

d) uma dúvida sobre a descoberta;

e) uma hipótese já comprovada.

29. FGV - Analista Técnico (MPE BA)/Engenharia Florestal/2017

Estou há pouco mais de dois anos morando na China, leitor, e devo dizer que a minha admiração pelos chineses só tem
feito crescer. É um país que tem coesão e rumo, como notou o meu colega de coluna neste jornal Cristovam Buarque,
que passou recentemente por aqui.
Coesão e rumo. Exatamente o que falta ao nosso querido país. E mais o seguinte: uma noção completamente diferente
do tempo. Trata-se de uma civilização milenar, com mentalidade correspondente. Os temas são sempre tratados com
uma noção de estratégia e visão de longo prazo. E paciência. A paciência que, como disse Franz Kafka, é uma segunda
coragem.
Nada de curto praxismo, do imediatismo típico do Ocidente, que têm sido tão destrutivos e desagregadores.

Esse traço do chinês é até muito conhecido no resto do mundo. Há uma famosa observação do primeiro-ministro Chou
En-Lai, muito citada, que traduz essa noção singular do tempo. Em certa ocasião, no início dos anos 1970, um jornalista

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Aula 4: Verbos

estrangeiro lançou a pergunta: “Qual é afinal, primeiro-ministro, a sua avaliação da Revolução Francesa?” Chou En-Lai
respondeu: “É cedo para dizer”.
Recentemente, li aqui na China que essa célebre resposta foi um simples mal-entendido. Com os percalços da
interpretação, Chou En-Lai entendeu, na verdade, que a pergunta se referia à revolta estudantil francesa de 1968!
Pronto. Criou-se a lenda.
Pena que tenha sido um mal-entendido. Seja como for, é indubitável que para os chineses o tempo tem outra
dimensão. Para uma civilização de quatro mil anos ou mais, uma década tem sabor de 15 minutos.
(O Globo, 15/9/2017)

“Estou há pouco mais de dois anos morando na China, leitor, e devo dizer que a minha admiração pelos chineses só tem
feito crescer”.
O emprego da forma verbal “tem feito” é perfeitamente adequada ao contexto, já que esse tempo verbal expressa
ações:
a) completamente passadas;

b) que se repetiram no passado;

c) que se iniciaram no presente;

d) iniciadas no passado que continuam no presente;

e) iniciadas no presente e de duração indeterminada.

30. FGV - Recenseador (IBGE)/2017

Texto 4 – ANIMAIS, NOSSOS IRMÃOS

“Desde o início da vida no planeta Terra, muitas são as espécies animais que foram extintas por vários motivos.

Atualmente, quando se mencionam ‘espécies em extinção’, afloram as várias atividades humanas que as provocaram,
ou estão provocando.
Dentre essas ações, as principais talvez sejam:

l) a caça predatória de animais de grande porte e de alguns animais menores; todos esses animais, de uma forma ou de
outra, rendem expressivos lucros;
ll) a descuidada aplicação dos chamados ‘defensivos agrícolas’ ou agrotóxicos, desestabilizando completamente o
ecossistema;
lll) as grandes tragédias provocadas também pela incúria humana como os incêndios florestais e derramamento de
petróleo cru nos mares;
lV) o desmatamento de grandes áreas, fator de cruel desalojamento dos habitats de incontáveis espécies animais”.
(Eurípedes Kuhl)
A frase abaixo (texto 4) que mostra uma voz verbal diferente das demais é:

a) “...desestabilizando completamente o ecossistema”;

b) “...afloram as várias atividades humanas que as provocaram, ou estão provocando”;

c) “Dentre essas ações, as principais talvez sejam...”;

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d) “... todos esses animais, de uma forma ou de outra, rendem expressivos lucros”;

e) “Atualmente, quando se mencionam ‘espécies em extinção’...”.

31. FGV - Técnico em Informações Geográficas e Estatísticas A I (IBGE)/2016

Entre as funções do técnico do IBGE, aparece a de “Executar de acordo com instruções e/ou orientações, as rotinas
administrativas necessárias à manutenção da Unidade de Trabalho, desde o recebimento, a organização, a guarda e o
encaminhamento de documentos institucionais e de interessados, utilizando os recursos de informática
disponibilizados pela Instituição e os sistemas corporativos e federais”.
Fonte: http://www.bbc.com/portuguese/noticias/2015/11/151113_resultados_pnad_jc_ab

No texto, o gerúndio “utilizando” indica:

a) o meio de execução das rotinas administrativas;

b) o modo de utilizar os recursos de informática;

c) a finalidade da manutenção da Unidade de Trabalho;

d) a localização espacial das instruções e orientações;

e) as condições de utilização dos serviços de informática.

32. FGV - Analista de Sistemas (Paulínia)/2016

Os segmentos sublinhados a seguir mostram certas composições com o verbo ter.

Assinale a frase em que ocorreu a substituição adequada desse segmento por um só verbo de sentido equivalente e em
forma correta.
a) “Teria sido o mundo criado jamais se o seu criador tivesse medo de suscitar confusão? Criar vida quer dizer criar
confusão.” / evitasse
b) “Chamamos aristocratas a todos os que têm vida ociosa graças a seus enormes feudos, sem ter de trabalhar.” /
vivenciam ociosamente
c) “Sempre tive desejo de ver a Europa. Para os filhos da América é uma espécie de sonho, uma ambição, que me parece
natural.” / desejaria
d) “Tinha fé nos homens, mas não a fé da credulidade cega.” / confiava

e) “O homem tem o direito de procurar a sua felicidade.” / deve

33. FGV - Oficial de Chancelaria (MRE)/2016

“O Brasil real começou a ser construído...”; a adoção da voz passiva, nesse caso:

a) evita a difícil indicação dos agentes da ação verbal;

b) permite a indicação adequada do sujeito como paciente;

c) indica a presença de uma ação totalmente passada;

d) mostra a indeterminação do início e fim da ação;

e) define a ação verbal como anterior a outra ação passada.

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Aula 4: Verbos

34. FGV - Técnico do Ministério Público (MPE RJ) /2016

“O autor nos coloca a par de incríveis tecnologias, já disponíveis ou muito próximas disso, que terão grande
impacto sobre a medicina. Já é possível, por exemplo, fotografar pintas suspeitas e enviar as imagens a um
algoritmo que as analisa e diz com mais precisão do que um dermatologista se a mancha é inofensiva ou se pode ser um
câncer, o que exige medidas adicionais”.
Esse segmento do texto está realizado em voz ativa; a forma verbal passiva correspondente que é indicada de
forma inadequada é:
a) “o autor nos coloca a par” / somos colocados a par pelo autor;

b) “que terão grande impacto” / grande impacto será tido;

c) “fotografar pintas suspeitas” / pintas suspeitas serão fotografadas;

d) “que as analisa” / em que elas são analisadas;

e) “que exige medidas adicionais” / em que medidas adicionais são exigidas.

35. FGV - Analista de Sistemas (Paulínia)/2016

“Teria sido o mundo criado jamais se o seu criador tivesse medo de suscitar confusão? Criar vida quer dizer criar confusão.”

Sobre a estruturação gramatical da frase acima, assinale a afirmativa correta.

a) A forma ativa correspondente a “Teria sido criado” é “teria criado”.

b) O advérbio “jamais” traz o significado prioritário de negação.

c) O pronome possessivo “seu” teria que, por clareza, ser substituído por “dele”.

d) A forma verbal “tivesse” expressa o valor de tempo futuro.

e) A forma verbal “suscitar” poderia ser corretamente substituída por “que suscite”.

36. FGV - Técnico Judiciário Auxiliar (TJ SC)/2015

“Quebrado de cansaço pelo excesso de trabalho, o policial tinha adormecido na portaria da revista”.

O tempo simples correspondente à forma verbal sublinhada é:

a) havia adormecido;

b) adormecendo;

c) adormecia;

d) adormeceria;

e) adormecera.

37. INÉDITA

Está incorreta a correlação entre tempos e modos verbais na seguinte frase:

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a) Muitos se recordariam da felicidade exultante com que eram ingeridos os pedaços da torta.

b) Foi promovida graças ao compadrio que andava na moda e que por muitos anos ofuscara a meritocracia.

c) Um mal-intencionado sugere que se dê por encerrada a aula e comecemos logo as festividades do feriado.

d) Depois de haver adormecido por três dias na cama de um hospital, o paciente acabara sendo salvo por um milagre
divino.
e) Já informado do salvamento do paciente, o familiar não se conteve de alegria e se permitiu não comparecer à reunião
com o chefe.
38. INÉDITA

“O Governo deve, em 2019, devido à carência de quadro efetivo nos órgãos-chave da Administração Pública, contratar
número expressivo de servidores públicos.”
A transposição desse período para a voz passiva terá como resultado a seguinte forma verbal:

a) devem ser contratados

b) deve ser contratado

c) têm sido contratados

d) devem ser contratados

e) está contratando

39. INÉDITA

Observadas a regência e a flexão verbal, está correta a seguinte frase:

a) O apartamento que, na época, nos instalamos era o que tínhamos condições de pagar, porém havia um acordo: se
todos se mantessem em seus empregos durante razoável tempo, haveria chance de nos mudarmos para um lugar mais
espaçoso.
b) Irritei-me com tantos abaixo-assinados e requis transferência daquele desagradável departamento.

c) Afirmam que o funcionário atribue toda aquela discussão a uma intolerância por parte dos militantes.

d) Intermedio o encontro entre os candidatos à Presidência da República, para que haja uma coerente moderação
durante o debate.
e) Sentiu-se ofendido com a proposta e pensou que, se propusesse alterações em algumas cláusulas do contrato, teria
um sucesso na negociação.

40. INÉDITA

Você está conectado?

Alguns anos atrás, a palavra "conectividade" dormia em paz, em desuso, nos dicionários, lembrando vagamente algo
como ligação, conexão. Agora, na era da informática e de todas as mídias, a palavra pulou para dentro da cena e
ninguém mais admite viver sem estar conectado. Desconfio que seja este o paradigma dominante dos últimos e dos
próximos anos, em nossa aldeia global: o primado das conexões.

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No ônibus de viagem, de que me valho regularmente, sou quase uma ilha em meio às mais variadas conexões: do
vizinho da direita vaza a chiadeira de um fone de ouvido bastante ineficaz; do rapazinho à esquerda chega a viva
conversa que mantém há quinze minutos com a mãe, pelo celular; logo à frente um senhor desliza os dedos no laptop
no colo, e se eu erguer um pouquinho os olhos dou com o vídeo − um filme de ação − que passa nos quatro monitores
estrategicamente posicionados no ônibus. Celulares tocam e são atendidos regularmente, as falas se cruzam, e eu
nunca mais consegui me distrair com o lento e mudo crepúsculo, na janela do ônibus.
Não senhor, não são inocentes e efêmeros hábitos modernos: a conectividade irrestrita veio para ficar e conduzir a
humanidade a não sabemos qual destino. As crianças e os jovens nem conseguem imaginar um mundo que não seja
movido pela fusão das mídias e surgimento de novos suportes digitais. Tanta movimentação faz crer que, enfim, os
homens estreitaram de vez os laços da comunicação.
Que nada. Olhe bem para o conectado ao seu lado. Fixe-se nele sem receio, ele nem reparará que está sendo
observado. Está absorto em sua conexão, no paraíso artificial onde o som e a imagem valem por si mesmos, linguagens
prontas em que mergulha para uma travessia solitária. A conectividade é, de longe, o maior disfarce que a solidão
humana encontrou. É disfarce tão eficaz que os próprios disfarçados não se reconhecem como tais. Emitimos e
cruzamos frenéticos sinais de vida por todo o planeta: seria esse, Dr. Freud, o sintoma maior de nossas carências
permanentes?
Assinale o trecho que contém uma passagem na voz passiva

a) ... a palavra pulou para dentro da cena...

b) Fixe-se nele sem receio...

c) ... ele nem reparará que está sendo observado.

d) A conectividade é, de longe, o maior disfarce que a solidão humana encontrou.

e) ... as falas se cruzam, e eu nunca mais consegui me distrair com o lento e mudo crepúsculo, na janela do ônibus.

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QUESTÕES COMENTADAS PELO PROFESSOR

1. VUNESP – Prefeitura de Morro Agudo - SP/2020

Assinale a alternativa em que a forma verbal destacada está no tempo presente.

a) Um dia, uma médica conversou com Leila…

b) … ainda não conseguia deixar de se espantar…

c) … porque o marido está mais envelhecido…

d) O certo, quando o amor deixa de existir, seria separar-se…

e) … para que novas histórias de amor pudessem nascer…

RESOLUÇÃO:

Analisemos letra a letra:

ALTERNATIVA A - ERRADA - A forma verbal "conversou" está flexionada no pretérito perfeito do indicativo.

ALTERNATIVA B - ERRADA - A forma verbal "conseguia" está flexionada no pretérito imperfeito do indicativo. Note a
presença da desinência IA, marca característica desse tempo verbal em verbos de 2a e 3a conjugação.
ALTERNATIVA C - CERTA

ALTERNATIVA D - ERRADA - A forma verbal "seria" está flexionada no futuro do pretérito do indicativo, tempo marcado
pelas terminações RIA, RIAS, RIA, RÍAMOS, RÍEIS, RIAM.
ALTERNATIVA E - ERRADA - A forma verbal "pudessem" está flexionada no pretérito imperfeito do subjuntivo. Note a
presença da desinência SSE, marca característica desse tempo verbal.
Resposta: C

2. VUNESP – AVAREPREV - SP/2020

No enunciado “Éramos nove milhões. Agora somos 13,5 milhões de miseráveis!”, a relação de tempo verbal
estabelecida entre as formas destacadas também está presente na frase a seguir, que atende à norma-padrão:
a) Antigamente teve nove milhões. Agora é 13,5 milhões de miseráveis!

b) Antigamente havia nove milhões. Agora são 13,5 milhões de miseráveis!

c) Antigamente haviam nove milhões. Agora tem 13,5 milhões de miseráveis!

d) Antigamente houveram nove milhões. Agora existem 13,5 milhões de miseráveis!

e) Antigamente tinha nove milhões. Agora existe 13,5 milhões de miseráveis!

RESOLUÇÃO:

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A forma "´Éramos" está flexionada no pretérito imperfeito do indicativo. Já "somos", no presente do indicativo.

Analisemos letra a letra:

ALTERNATIVA A - ERRADA - A forma verbal "teve" está flexionada no pretérito perfeito do indicativo. Além disso, é do
registro coloquial, e não formal, a utilização do verbo "ter" no sentido de "existir".
ALTERNATIVA B - CERTA - A forma verbal "havia" está flexionada no pretérito imperfeito do indicativo. Vale ressaltar
que o verbo "haver", no sentido de "existir", não possui plural. Já "são" está flexionada no presente do indicativo.
Encontra-se no plural, para concordar com o numeral 13,5.
ALTERNATIVA C - ERRADA - A forma verbal "haviam" está flexionada no pretérito imperfeito do indicativo. O erro está
no emprego do plural "haviam": o verbo "haver", no sentido de "existir", não possui plural.
ALTERNATIVA D - ERRADA - A forma verbal "houveram" está flexionada no pretérito perfeito do indicativo. Além disso,
ocorre erro no emprego do plural "houveram": o verbo "haver", no sentido de "existir", não possui plural.
ALTERNATIVA E - ERRADA - A forma verbal "tinham" até está flexionada no pretérito imperfeito do indicativo. No
entanto, é do registro coloquial, e não formal, a utilização do verbo "ter" no sentido de "existir".
Resposta: B

3. VUNESP – Prefeitura de Cananeia - SP/2020

O verbo “conter”, presente no texto em – nome dado à cápsula que contém Azuma –, também está empregado
corretamente na alternativa:
a) Quando as garrafas conterem o limite máximo de vinho, poderão ser lacradas.

b) Ainda que o recipiente contém rachaduras, poderá ser reaproveitado.

c) Caso os documentos contessem a assinatura dos proprietários, não haveria entraves jurídicos.

d) O boxeador não contera sua agressividade e feriu o adversário.

e) Se o formulário contiver as informações exigidas, o passaporte será emitido.

RESOLUÇÃO:

O verbo "conter" é derivado de "ter", ou seja, segue a conjugação deste.

Analisemos letra a letra:

ALTERNATIVA A - ERRADA - Deve-se empregar a forma "contiverem", flexão de futuro do subjuntivo (quando eles
tiverem >>> quando eles contiverem).
ALTERNATIVA B - ERRADA - Deve-se empregar a forma "contenha", flexão de presente do subjuntivo. A locução
conjuntiva concessiva "Ainda que" exige verbo no subjuntivo.
ALTERNATIVA C - ERRADA - Deve-se empregar a forma "contivessem", flexão de pretérito imperfeito do subjuntivo (se
eles tivessem >>> se eles contivessem).
ALTERNATIVA D - ERRADA - Deve-se empregar a forma "contivera", flexão de pretérito mais-que-perfeito do indicativo
(ele tivera >>> ele contivera).
ALTERNATIVA E - CERTA - A forma "contiver" é flexão do futuro do subjuntivo (quando ele tiver >>> quando ele
contiver).

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Resposta: E

4. VUNESP – FITO/2020

Assinale a alternativa que completa, correta e respectivamente, as lacunas da frase, de acordo com a conjugação
verbal.
Se o usuário se __________fiel às empresas, é improvável que se __________contra o vício e _________controle sobre
sua vida.
a) mantiver… previna… exerça

b) mantém… previne… exerce

c) mantiver… previna… exerce

d) mantém… previne… exerça

e) mantenha… previne… exerça

RESOLUÇÃO:

A primeira lacuna deve ser preenchida com uma forma verbal flexionada no modo subjuntivo. Isso fica evidenciado pela
presença da conjunção condicional SE.
Dessa forma, já se eliminam as letras B e D, que propõem a forma "mantém", flexão de presente do indicativo. Elimina-
se também a letra E, já que a forma "mantenha" - presente do subjuntivo - não possui correlação com a conjunção
condicional SE.
A segunda e a terceira colunas também devem ser preenchidas com formas verbais de subjuntivo, haja vista o emprego
da expressão "é improvável". Ademais, necessitam ser flexionadas no mesmo tempo, visto que essas formas estão
coordenadas entre si. Isso nos leva ao gabarito, a letra A, que traz as formas de presente do subjuntivo "previna" e
"exerça".
Resposta: A

5. VUNESP – SeMAE/2020

Na frase do primeiro parágrafo – Delfino largou-se para o mar no mesmo dia em que chegara ao Rio. –, as formas
verbais destacadas, na sequência em que estão empregadas na frase, sinalizam
a) eventos que ocorreram concomitantemente.

b) eventos cuja realização ocorreu independentemente da vontade do personagem.

c) um evento já concluído e o outro evento ainda em processo.

d) um evento ocorrido posteriormente ao outro evento.

e) um evento que precedeu o outro, ambos ocorridos no passado.

RESOLUÇÃO:

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A forma verbal "largou" está no pretérito perfeito do indicativo, que diz respeito a uma ação concluída no passado. Já
"chegara" está no pretérito mais-que-perfeito do indicativo, que diz respeito a uma ação anterior a outra ação já
concluída.
Dessa forma, está-se fazendo menção a dois eventos do passado, havendo entre eles uma relação de anterioridade -
chegara - e posterioridade - largou.
Analisemos letra a letra.

ALTERNATIVA A - ERRADA - Os eventos não ocorreram de forma simultânea (concomitante), e sim um após o outro.

ALTERNATIVA B - ERRADA - Os dois eventos mencionados se deram por iniciativa do personagem.

ALTERNATIVA C - ERRADA - Os dois eventos já foram concluídos no passado.

ALTERNATIVA D - CERTA - Muito cuidado! A forma "largou" sinaliza um evento posterior ao evento "chegara".

ALTERNATIVA E - ERRADA - Erra o item ao afirmar que "largou" antecede "chegara". É justamente o contrário.

Resposta: D

6. VUNESP – Prefeitura de Guarulhos/2019

Considere a seguinte passagem do texto:

Mas quem quer que leia com atenção e sem partido o seu livro há de reconhecer que os autores são extremamente
cautelosos com suas críticas... (4o parágrafo)
Preservando-se o paralelismo entre as formas verbais, os trechos sublinhados podem ser substituídos,
respectivamente, por
a) quaisquer pessoas que lessem ... hajam

b) quaisquer pessoas que lerem ... haverão

c) quaisquer pessoas que leem ... teriam havido

d) quaisquer pessoas que terem lido ... haviam

e) quaisquer pessoas que tenham lido ... houvessem

RESOLUÇÃO:

A questão versa sobre correlação de tempos e modos verbais. Podemos estabelecer como regra geral que, em uma
subordinação, "presente combina com presente" e "passado combina com passado". Além disso, devemos atentar para
as duas mais importantes correlações: futuro do subjuntivo e futuro do presente do indicativo; pretérito imperfeito do
subjuntivo e futuro do pretérito do indicativo.
Analisemos letra a letra:

ALTERNATIVA A - ERRADA - Não existe correlação entre "lessem" - pretérito imperfeito do subjuntivo - e "hajam" -
presente do subjuntivo.
ALTERNATIVA B - CERTA - Há correlação entre a forma "lerem" - futuro do subjuntivo - e "haverão" - futuro do presente
do indicativo.

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ALTERNATIVA C - ERRADA - Não existe correlação entre "leem" - presente do indicativo - e "teriam" - futuro do
pretérito do indicativo.
ALTERNATIVA D - ERRADA - Não existe correlação entre "terem" - futuro do subjuntivo - e "haviam" - pretérito
imperfeito do indicativo.
ALTERNATIVA E - ERRADA - Não existe correlação entre "tenham" - presente do subjuntivo - e "houvesse" - pretérito
imperfeito do subjuntivo.
Resposta: B

7. VUNESP – Prefeitura de Dois Córregos/2019

No período – Imaginava que não teria chance alguma, no entanto, me candidatei. –, as formas verbais destacadas
expressam, correta e respectivamente, sentido de:
a) ação concluída e ação contínua.

b) hipótese e ação concluída.

c) ação contínua e ação concluída.

d) hipótese e ação contínua.

e) ação prospectiva e hipótese.

RESOLUÇÃO:

Um dos empregos do futuro do pretérito do indicativo - no caso, a forma "teria" - diz respeito a situações hipotéticas.

Já o pretérito perfeito do indicativo - no caso, a forma "candidatei" - diz respeito a ações concluídas no passado.

Isso nos faz marcar a letra B.

Resposta: B

8. VUNESP – Prefeitura de Guarulhos/2019

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O verbo ir está empregado com o mesmo sentido e a mesma função que o verificado na fala do primeiro quadrinho na
seguinte frase:
a) Vai-se mais um ano, e a obra ainda não foi concluída como o planejado.

b) A rodovia que vai de uma cidade a outra terá a instalação de um pedágio.

c) Ele vai ao evento de transporte público, porque não gosta de usar carro.

d) O museu permanecerá fechado no próximo mês, pois vai haver uma reforma.

e) A economia da região vai bem, apesar da crise global dos últimos anos.

RESOLUÇÃO:

Questão tranquila!

No segundo quadrinho, o verbo “ir” é auxiliar de “ter” e expressa uma ideia de futuro.

O mesmo ocorre na letra D, em que o verbo “ir” é auxiliar de “haver”.

Nas demais opções, o verbo “ir” se porta como verbo principal.

Resposta: D

9. VUNESP – TJ SP/2019

Transpostas para a voz passiva, as passagens “O próximo governo não encontrará um ambiente econômico
internacional sereno.” (1° parágrafo) e “Se até o início deste ano EUA, Europa e China davam sinais de vigor...” (4°
parágrafo) assumem a seguinte redação:

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a) Um ambiente econômico internacional sereno não poderá ser encontrado pelo próximo governo. / Se sinais de
vigor deram EUA, Europa e China até o início deste ano...
b) O próximo governo não terá encontrado um ambiente econômico internacional sereno. / Se foram dados sinais de
vigor por EUA, Europa e China até o início deste ano...
c) Um ambiente econômico internacional sereno não terá sido encontrado pelo próximo governo. / Se se deram
sinais de vigor, até o início deste ano, por EUA, Europa e China...
d) Não será encontrado um ambiente econômico internacional sereno pelo próximo governo. / Se sinais de vigor
eram dados por EUA, Europa e China até o início deste ano...
e) Não se encontrará um ambiente econômico internacional sereno no próximo governo. / Se EUA, Europa e China
tinham dado sinais de vigor até o início deste ano...
RESOLUÇÃO:

Na conversão da voz ativa para a voz passiva, os seguintes procedimentos devem ser observados:

1) O verbo principal na voz ativa assume a forma particípio na voz passiva analítica.

2) Na voz passiva analítica, acrescenta-se o verbo "ser" flexionado no mesmo tempo do verbo principal na voz ativa.

3) O sujeito da voz ativa se converte em agente da passiva; e o objeto direto da voz ativa se converte em sujeito na voz
passiva.
Podemos resumir, dessa forma, o processo de conversão de voz ativa em passiva analítica da seguinte forma:

Assim, a forma O próximo governo (Sujeito Agente) não encontrará (Verbo) um ambiente econômico internacional sereno
(Objeto Direto Paciente) - na voz ativa - é equivalente à construção Um ambiente econômico internacional sereno (Sujeito
Paciente) não será encontrado (Verbo Auxiliar SER + Verbo Principal no Particípio) pelo próximo governo (Agente da
Passiva)...- na voz passiva.
Já a forma EUA, Europa e China (Sujeito Agente) davam (Verbo) sinais de vigor (Objeto Direto Paciente) - na voz ativa - é
equivalente à construção Sinais de vigor (Sujeito Paciente) eram dados (Verbo Auxiliar SER + Verbo Principal no Particípio)
por EUA, Europa e China (Agente da Passiva)...- na voz passiva.

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Resposta: D

10. VUNESP – ARSESP/2018

Considere o trecho:

O departamento de engenharia da computação da Academia Árabe de Ciências e Tecnologia desenvolveu um estudo...

Esse trecho está reescrito, conforme a norma-padrão, com a forma verbal na voz passiva correspondente em:

a) Foi o departamento de engenharia da computação da Academia Árabe de Ciências e Tecnologia que desenvolveu
um estudo.
b) Veio desenvolvendo um estudo o departamento de engenharia da computação da Academia Árabe de Ciências e
Tecnologia.
c) Um estudo foi desenvolvido pelo departamento de engenharia da computação da Academia Árabe de Ciências e
Tecnologia.
d) O departamento de engenharia da computação da Academia Árabe de Ciências e Tecnologia tinha desenvolvido
um estudo.
e) Um estudo foi que desenvolveu o departamento de engenharia da computação da Academia Árabe de Ciências e
Tecnologia.
RESOLUÇÃO:

Na conversão da voz ativa para a voz passiva, os seguintes procedimentos devem ser observados:

1) O verbo principal na voz ativa assume a forma particípio na voz passiva analítica.

2) Na voz passiva analítica, acrescenta-se o verbo "ser" flexionado no mesmo tempo do verbo principal na voz ativa.

3) O sujeito da voz ativa se converte em agente da passiva; e o objeto direto da voz ativa se converte em sujeito na voz
passiva.
Podemos resumir, dessa forma, o processo de conversão de voz ativa em passiva analítica da seguinte forma:

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Assim, a forma O departamento de engenharia da computação da Academia Árabe de Ciências e Tecnologia (Sujeito
Agente) desenvolveu (Verbo) um estudo (Objeto Direto Paciente) - na voz ativa - é equivalente à construção Um estudo
(Sujeito Paciente) foi desenvolvido (Verbo Auxiliar SER + Verbo Principal no Particípio) pelo departamento de engenharia da
computação da Academia Árabe de Ciências e Tecnologia (Agente da Passiva)...- na voz passiva.
Resposta: C

11. VUNESP - CM Indaiatuba/2018

Leia o texto, para responder à questão.

Há 28 anos um grupo de pessoas se reúne semanalmente na sede da ONG (organização não governamental) Anjos da
Noite, em um sobrado no bairro de Artur Alvim, na Zona Leste de São Paulo. Os voluntários dedicam-se a aplacar as
carências dos moradores de rua. Além de entregar cobertores e roupas, o grupo tem como principal incumbência a
distribuição de refeições. Aos sábados, os colaboradores se organizam para preparar 200 quilos de comida. A
distribuição de 800 marmitas tem início ao cair da noite. Anteriormente, os voluntários rodavam quatro horas pelas ruas
da região central até entregar a última quentinha. Hoje, o trabalho é feito em menos de uma hora. Basta estacionar o
carro, e um grupo de pessoas carentes faz fila para ganhar o alimento.
A experiência dos Anjos da Noite confirma a percepção que tem qualquer cidadão dos maiores centros urbanos
brasileiros: o número de pessoas que vivem nas ruas elevou-se, e muito, nos últimos anos. As estatísticas são
esporádicas e, por isso, não é fácil saber com exatidão a proporção desse crescimento.
(Giovanni Magliano. A rua como único refúgio. Veja, 6.12.2017. Adaptado)

Assinale a alternativa que substitui as expressões destacadas no trecho seguinte, em conformidade com a norma-
padrão.
Basta estacionar o carro, e um grupo de pessoas carentes faz fila para ganhar o alimento.

a) Bastava ... fez ... que ganhasse

b) Bastou ... faria ... que ganha

c) Bastará ... faça... que ganhará

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d) Bastaria ... faria ... que ganhasse

e) Bastasse ... fazia ... que ganhava

RESOLUÇÃO:

ALTERNATIVA A: OPÇÃO INCORRETA. “Bastava” (Pretérito Imperfeito do Indicativo) deve correlacionar-se “fizesse”
(Pretérito Imperfeito do Subjuntivo), e não “faz” (Presente do Indicativo).
ALTERNATIVA B: OPÇÃO INCORRETA. “Bastou” (Pretérito Perfeito do Indicativo) deve correlacionar-se com “fez”
(também Pretérito Perfeito do Indicativo).
ALTERNATIVA C: OPÇÃO INCORRETA. “Bastará” (Futuro do Presente do Indicativo) deve correlacionar-se “fará”
(também Futuro do Presente do Indicativo)
ALTERNATIVA D: OPÇÃO CORRETA. Todos os tempos estão correlacionados corretamente: Bastaria (Futuro do
Pretérito do Indicativo), faria (Futuro do Pretérito do Indicativo) e para que ganhasse (Pretérito Imperfeito do
Subjuntivo)
ALTERNATIVA E: OPÇÃO INCORRETA. “Bastasse” deve correlacionar-se “faria” (futuro do pretérito do indicativo).

Resposta: D

12. VUNESP - Deleg (PC BA)/2018

Há emprego correto das formas verbais e correlação adequada entre tempos e modos, conforme a norma -padrão, em:

a) Talvez seja válido considerar que o que nos desagradasse na adaptação de determinado livro seja a ausência de nossa
própria leitura, pois sempre esperarmos ver nossas expectativas correspondidas na tela.
b) Por mais que uma adaptação se proposse a ser fiel à obra em que se baseou, sempre haveria aspectos de divergência,
uma vez que o filme tivera uma linguagem própria e traduzira uma leitura particular.
c) Considerando que os leitores tenham modos peculiares de pensar e sentir, a apreensão de um texto literário não será
a mesma para todos, ainda que determinadas interpretações possam ser partilhadas.
d) Se as pessoas manterem o hábito de ler textos literários,teriam muito a ganhar, pois a literatura não apenas é
fundamental para que desenvolvêssemos nosso intelecto mas também é importante para expandirmos a imaginação.
e) Quando as pessoas passassem a dedicar mais tempo à leitura e à introspecção, será possível ampliar suas
potencialidades intelectuais e emocionais, de modo que isso alterará a maneira como elas executariam todas as suas
atividades cotidianas.
RESOLUÇÃO:

ALTERNATIVA A: OPÇÃO INCORRETA. O Pretérito Imperfeito do Subjuntivo (desagradasse) deve correlacionar-se com
mesmo tempo nesse caso: (...) o que nos desagradasse na adaptação de determinado livro seja (FOSSE) a ausência de
nossa própria leitura (...).
ALTERNATIVA B: OPÇÃO INCORRETA. O erro se dá na conjugação do verbo “propor”, derivado do “pôr” e seu
seguidor: não existe a forma PROPOSSE, o certo é PROPUSESSE que corresponde a PUSESSE.
ALTERNATIVA C: OPÇÃO CORRETA. Correlação correta: Considerando que os leitores tenham (Presente do Subjuntivo)
(...), a apreensão de um texto literário não será (Futuro do Presente do Indicativo) (...), ainda que determinadas
interpretações possam (Presente do Subjuntivo).
ALTERNATIVA D: OPÇÃO INCORRETA. Se o segundo e o terceiro verbos, respectivamente, da sequência estão assim
“teriam” (Futuro do Pretérito) e “desenvolvêssemos” (Pretérito Imperfeito do Subjuntivo), o primeiro verbo teria de

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estar no Pretérito Imperfeito do Subjuntivo: MANTIVESSEM. “Se as pessoas MANTIVESSEM, TERIAM..., para que
DESENVOLVÊSSEMOS.
ALTERNATIVA E: OPÇÃO INCORRETA Se o segundo e o terceiro verbos, respectivamente, da sequência estão assim
“será” (Futuro do Presente do Indicativo) e “alterará” (Futuro do Presente do Indicativo), o primeiro verbo teria de estar
no Futuro do Subjuntivo: PASSAREM. “Quando as pessoas PASSAREM (...), SERÁ possível..., de modo que isso
ALTERARÁ (...)
Resposta: C

13. VUNESP - Prof (SME Barretos)/2018

Leia o texto para responder à questão.

Black Friday? Levantamento feito pela Folha* mostrou que boa parte dos “descontos” oferecidos nesta sexta-feira não
passa de manipulações até meio infantis de preços, com o objetivo de iludir o consumidor.
Antes, porém, de imprecar contra a ganância dos capitalistas, convém perguntar se os consumidores não desejam ser
enganados. E há motivos para acreditar que pelo menos uma parte deles queira.
No recém-lançado Dollars and Sense (dinheiro e juízo), Dan Ariely e Jeff Kreisler relatam um experimento natural que
mostra que pessoas podem optar por ser “ludibriadas” voluntariamente e que, em algum recôndito do cérebro, isso faz
sentido.
A JCPenney é uma centenária loja de departamentos dos EUA que se celebrizou por jogar seus preços na lua para
depois oferecer descontos “irresistíveis”. Ao fim e ao cabo, os preços efetivamente praticados estavam em linha com os
da concorrência, mas os truques utilizados proporcionavam aos consumidores a sensação, ainda que ilusória, de ter
feito um bom negócio, o que lhes dava prazer.
Em 2012, o então novo diretor executivo da empresa Ron Johnson, numa tentativa de modernização, resolveu acabar
com a ginástica de remarcações e descontos e adotar uma política de preços “justa e transparente”.
Os clientes odiaram. Em um ano, a companhia perdera US$ 985 milhões e Johnson ficou sem emprego. Logo em
seguida, a JCPenney remarcou os preços de vários de seus itens em até 60% para voltar a praticar os descontos
irresistíveis. Como escrevem Ariely e Kreisler, “os clientes da JCPenney votaram com suas carteiras e escolheram ser
manipulados”.
Num mundo em que o cliente sempre tem razão, não é tão espantoso que empresas se dediquem a vender-lhe as
fantasias que deseja usar, mesmo que possam ser desmascaradas com um clique de computador.
* Jornal Folha de São Paulo

(‘Caveat emptor’. Hélio Schwartsman.

http://www1.folha.uol.com.br/ colunas/helioschwartsman/2017/11/1937658-caveat-emptor.shtml 24.11.2017.


Adaptado)
Assinale a alternativa em que a forma verbal em destaque no trecho expressa a ideia de possibilidade de que um fato ou
evento se realize.
a) E há motivos para acreditar que pelo menos uma parte deles queira.

b) ... os preços efetivamente praticados estavam em linha com os da concorrência...

c) ... resolveu acabar com a ginástica de remarcações e descontos...

d) Em um ano, a companhia perdera US$ 985 milhões...

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e) Num mundo em que o cliente sempre tem razão...

RESOLUÇÃO:

ALTERNATIVA A: OPÇÃO CORRETA. O Presente do Subjuntivo indica exatamente possibilidade, hipótese, chance: (...)
acreditar que uma parte deles QUEIRA. Ou seja, não há convicção, certeza de que uma parte deles quererá, há só a
possibilidade.
ALTERNATIVA B: OPÇÃO INCORRETA. O Pretérito Imperfeito do Indicativo (ESTAVAM) indica ideia ou sentido do que
ocorria ou existia em duração no passado, mas com certeza, com convicção.
ALTERNATIVA C: OPÇÃO INCORRETA. O Pretérito Perfeito do Indicativo (RESOLVEU) indica ideia ou sentido do que
ocorreu, findou (ação, fato concluído) no passado, com certeza, com convicção.
ALTERNATIVA D: OPÇÃO INCORRETA. O Pretérito Mais Que Perfeito do Indicativo (PERDERA) indica ideia ou sentido
do que ocorreu num passado mais distante em relação, mas com certeza, com convicção, em relação a outro fato ou
evento também no passado.
ALTERNATIVA E: OPÇÃO INCORRETA. O Presente do Indicativo (TEM) indica ideia ou sentido do que ocorre ou existe
no momento da fala, e com certeza, com convicção.
Resposta: A

14. VUNESP - Pref Mogi Cruzes/2018

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(Folha de S.Paulo, 26.10.2017)

Se a frase do 2º quadrinho for reescrita na perspectiva de tempo futuro, em conformidade com a norma-padrão, ela
assumirá a seguinte redação:
a) Quando você querer escrever alguma monstruosidade, será possível comentar de forma anônima.

b) Quando você queira escrever alguma monstruosidade, é possível comentar de forma anônima.

c) Quando você quisesse escrever alguma monstruosidade, seria possível comentar de forma anônima.

d) Quando você quiser escrever alguma monstruosidade, será possível comentar de forma anônima.

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e) Quando você quererá escrever alguma monstruosidade, é possível comentar de forma anônima.

RESOLUÇÃO:

ALTERNATIVA A: OPÇÃO INCORRETA. “Quando você querer” já apresenta um erro claro, pois a conjunção temporal
“quando” exige forma futura de Futuro do Subjuntivo, que é QUISER.
ALTERNATIVA B: OPÇÃO INCORRETA. “Quando você queira” já apresenta um erro claro, pois a conjunção temporal
“quando” repele o tempo Presente do Subjuntivo. Em se querendo usar esse tempo, tem-se de usar conjunções ou
locução conjuntiva como: caso, desde que etc, a saber: caso/desde que você queira...
ALTERNATIVA C: OPÇÃO INCORRETA. “Quando você quisesse” já apresenta um erro claro, pois a conjunção temporal
“quando” repele o tempo Pretérito Imperfeito do Subjuntivo. Em se querendo usar esse tempo, tem-se de usar
conjunções ou locução conjuntiva como: se, caso, desde que etc, a saber: se/caso/desde que você quisesse...
ALTERNATIVA D: OPÇÃO CORRETA. A conjunção “quando” aceita o Futuro do Subjuntivo (quando você quiser), bem
assim está correta a correlação com ou outro tempo posterior que é o Futuro do Presente do Indicativo (SERÁ).
ALTERNATIVA E: OPÇÃO INCORRETA. O erro está na indevida correlação dos tempos verbais: QUERERÁ (futuro do
presente) e É (presente do indicativo). Acrescente-se que, nesse caso, se terá de mudar também a primeira forma verbal
para QUISER (futuro do subjuntivo), se se mantiver a conjunção “quando”: quando você quiser (...), será possível(...).
Resposta: D

15. VUNESP - CM Indaiatuba/2018

Leia o texto, para responder à questão.

Marieta

Marieta fez 90 anos.

Não resisto à tentação de revelar a idade de Marieta.

Sei que é falta de educação (mas pouca gente sabe hoje o que quer dizer falta de educação, ou mesmo educação) falar
em idade de mulher.
São múltiplas as teorias sobre idade feminina. Eu envelheceria ainda mais, se fosse anotar aqui todos os conceitos
alusivos a essa matéria; enquanto isso, as mulheres ficariam cada vez mais jovens. Depois, não estou interessado em
compendiar a incerta sabedoria em torno do tema incerto. Meu desejo é só este: contar a idade de Marieta, por
estranho que pareça.
E não é nada estranho, afinal. Marieta fazer 90 anos é tão simples quanto ela fazer 15. No fundo, está fazendo seis vezes
15 anos, esta é talvez sua verdadeira idade, por uma graça da natureza que assim o determinou e assim o fez. Privilégio.
Ah, Marieta, que inveja eu sinto de você, menos pelos seus 90, perdão, 6 x 15 anos, do que pelo sinal que iluminou seu
nascimento, sinal de alegria serena, de firmeza e constância, de leve compreensão da vida, que manda chorar quando é
hora de chorar, rir o riso certo, curtir uma forma de amor com a seriedade e a naturalidade que todo amor exige.
Sei não, Marieta (de batismo e certidão, Maria Luísa), mas você é a mais agradável combinação de gente com gente
que eu conheço.
(Carlos Drummond de Andrade, Boca de Luar. Adaptado)

Na passagem “Eu envelheceria ainda mais, se fosse anotar aqui todos os conceitos alusivos a essa matéria; enquanto
isso, as mulheres ficariam cada vez mais jovens.”, tal como estão flexionados, os verbos

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a) exprimem incerteza ou dúvida acerca de fatos ocorridos em tempo próximo.

b) expressam possibilidades, referindo-se a fatos não ocorridos.

c) indicam ação que se produzirá em certo momento do futuro.

d) asseveram que uma ação futura estará realizada antes de outra.

e) indicam, entre ações simultâneas, a que estava em processo quando a outra ocorreu.

RESOLUÇÃO:

Os tempos destacados envelheceria (futuro do pretérito) e fosse (pretérito imperfeito do subjuntivo) indicam
invariavelmente hipótese, possibilidade, o que leva à conclusão clara de que os verbos empregados nesse tempo
aludem a fatos, episódios, eventos que não ocorreram ou não existiram.
Resposta: B

16. VUNESP - CM Indaiatuba/2018

Leia o texto para responder à questão.

A última crônica

A caminho de casa, entro num botequim da Gávea para tomar um café junto ao balcão. Na realidade, estou adiando o
momento de escrever.
A perspectiva me assusta. Gostaria de estar inspirado, de coroar com êxito mais um ano nesta busca do pitoresco no
cotidiano de cada um. Eu pretendia apenas recolher da vida diária algo de seu disperso conteúdo humano, fruto da
convivência, que a faz mais digna de ser vivida. Nesta perseguição do acidental, quer num flagrante de esquina, quer
nas palavras de uma criança ou num acidente doméstico, torno-me simples espectador. Sem mais nada para contar,
curvo a cabeça e tomo meu café, enquanto o verso de um poeta se repete na lembrança: “assim eu quereria o meu
último poema”. Não sou poeta e estou sem assunto. Lanço então um último olhar fora de mim, onde vivem os assuntos
que merecem uma crônica.
Ao fundo do botequim, um casal acaba de sentar-se numa das últimas mesas de mármore ao longo da parede de
espelhos. A compostura da humildade, na contenção de gestos e palavras, deixa-se acrescentar pela presença de uma
menininha de seus três anos, laço na cabeça, toda arrumadinha no vestido pobre, que se instalou também à mesa. Três
seres esquivos que compõem em torno à mesa a instituição tradicional da família, célula da sociedade. Vejo, porém, que
se preparam para algo mais que matar a fome.
Passo a observá-los. O pai, depois de contar o dinheiro que discretamente retirou do bolso, aborda o garçom e aponta
no balcão um pedaço de bolo sob a redoma. Este ouve, concentrado, o pedido do homem e depois se afasta para
atendê-lo. A meu lado o garçom encaminha a ordem do freguês. O homem atrás do balcão apanha a porção do bolo
com a mão, larga-o no pratinho – um bolo simples, amarelo-escuro, apenas uma pequena fatia triangular.
A menininha olha a garrafa de refrigerante e o pratinho que o garçom deixou à sua frente. Vejo que os três, pai, mãe e
filha, obedecem em torno à mesa a um discreto ritual. A mãe remexe na bolsa de plástico preto e brilhante, retira
qualquer coisa. O pai se mune de uma caixa de fósforos, e espera. A filha aguarda também, atenta como um
animalzinho. Ninguém mais os observa além de mim.
São três velinhas brancas que a mãe espeta caprichosamente na fatia do bolo. E enquanto ela serve o refrigerante, o pai
risca o fósforo e acende as velas. A menininha sopra com força, apagando as chamas. Imediatamente põe-se a bater
palmas, muito compenetrada, cantando num balbucio, a que os pais se juntam, discretos: “parabéns pra você, parabéns
pra você...”. A menininha agarra finalmente o bolo com as duas mãos sôfregas e põe-se a comê-lo. A mulher está

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olhando para ela com ternura – ajeita-lhe a fitinha no cabelo, limpa o farelo de bolo que lhe cai ao colo. O pai corre os
olhos pelo botequim, satisfeito, como a se convencer intimamente do sucesso da celebração. Dá comigo de súbito, a
observá-lo, nossos olhos se encontram, ele se perturba, constrangido – vacila, ameaça abaixar a cabeça, mas acaba
sustentando o olhar e enfim se abre num sorriso.
Assim eu quereria minha última crônica: que fosse pura como esse sorriso.

(Fernando Sabino. http//contobrasileiro.com.br. Adaptado)

A frase cuja forma verbal destacada expressa um desejo está na alternativa:

a) Na realidade estou adiando o momento de escrever. (1º parágrafo)

b) Gostaria de estar inspirado, de coroar com êxito... (2º parágrafo)

c) Sem mais nada para contar, curvo a cabeça… (2º parágrafo)

d) A filha aguarda também, atenta como um animalzinho. (5º parágrafo)

e) ... mas acaba sustentando o olhar e enfim se abre num sorriso.(6º parágrafo)

RESOLUÇÃO:

ALTERNATIVA A: OPÇÃO INCORRETA. “estou adiando” indica claramente ação em desenvolvimento no momento
presente. Presente do Indicativo (momento atual, da fala); “estou” – presente do indicativo –, agora, momento atual;
“adiando” – gerúndio –, ideia ou valor de desenvolvimento, continuidade.
ALTERNATIVA B: OPÇÃO CORRETA. “Gostaria”, Futuro do Pretérito, tempo verbal que indica naturalmente “desejo”,
“vontade”, “volição”.
ALTERNATIVA C: OPÇÃO INCORRETA. “curvo”, Presente do Indicativo (momento atual, da fala), ação que é praticada
no instante da fala, descrição do que ocorre no presente.
ALTERNATIVA D: OPÇÃO INCORRETA. “aguarda”, Presente do Indicativo (momento atual, da fala), ação que é
praticada no instante da fala, descrição do que ocorre no presente.
ALTERNATIVA E: OPÇÃO INCORRETA. “sustentando”, gerúndio, ideia ou valor de desenvolvimento, continuidade, em
processamento.
Resposta: B

17. VUNESP - Ag Prev (PAULIPREV)/2018

Leia o texto para responder à questão.

Sentado no coletivo, observo a roupa que cada um está usando e fico imaginando como escolheu aquele modelito pra
sair de casa.
Tem de tudo. Gente bem vestida, gente de qualquer jeito, bom gosto, mau gosto, roupa limpa, roupa suja.

Toda vez que penso nisso, lembro-me do poeta Paulo Leminski, com quem trabalhei no final dos anos 1980. Leminski
era o que chamamos de “figuraça”. Fazíamos o Jornal de Vanguarda juntos na TV Bandeirantes.
Lema, como o chamávamos, ia trabalhar de qualquer jeito. Uma calça Lee surrada, sem cinto, caindo, camiseta branca
encardida e muitas vezes aparecia na redação de chinelo franciscano.
Um dia, foi surpreendido no corredor da Band pelo comentarista de economia Celso Ming.

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– Paulo Leminski, você percebeu que está usando uma meia de cada cor?

Lema levantou ligeiramente sua calça Lee e constatou que Ming – que ele chamava de Dinastia Ming – estava certo.
Não pensou duas vezes e respondeu na lata.
– Dinastia Ming, eu estou me lixando! Acordo, me visto no escuro e só vejo como estou quando chego na rua.

(Alberto Villas. Vou assim mesmo!. 07.12.2017. www.cartacapital.com.br. Adaptado)

Uma expressão verbal que designa uma ação habitual realizada no passado está em:

a) ... ia trabalhar de qualquer jeito.

b) … foi surpreendido no corredor...

c) … está usando uma meia de cada cor?

d) … levantou ligeiramente sua calça...

e) ... respondeu na lata.

RESOLUÇÃO:

ALTERNATIVA A: OPÇÃO CORRETA. “ia trabalhar” (ia - Pretérito Imperfeito do Indicativo) com infinitivo impessoal –
trabalhar –, destacando-se o valor do Pretérito Imperfeito para a ideia de habitualidade, ou seja, ação repetitiva,
constante, habitual.
ALTERNATIVA B: OPÇÃO INCORRETA. “foi surpreendido” (foi – Pretérito Perfeito do Indicativo, ato concluído;
surpreendido – particípio), voz passiva, ação concluída no passado em que o sujeito é paciente.
ALTERNATIVA C: OPÇÃO INCORRETA. “está usando”: (está – Presente do Indicativo, momento atual, da fala; usando –
Gerúndio, ideia ou valor de desenvolvimento, continuidade, em processamento).
ALTERNATIVA D: OPÇÃO INCORRETA. “levantou”, Pretérito Perfeito do Indicativo, ação já concluída, realizada no
passado.
ALTERNATIVA E: OPÇÃO INCORRETA. “respondeu”, Pretérito Perfeito do Indicativo, ação já concluída, realizada no
passado.
Resposta: A

18. VUNESP - Ag Prev (PAULIPREV)/2018

Assinale a alternativa em que a concordância está em conformidade com a norma-padrão.

a) Há pessoas que escolhem com bom gosto a roupa que vestem, independentemente das circunstâncias.

b) No coletivo, alguns vestiam-se com cuidado, enquanto outros parecia ser mais displicente.

c) Roupas belas ou feias, limpas ou sujas, tudo levavam a imaginar como devia viver aqueles estranhos.

d) Muitos são os fatores que é levado em conta quando cada um de nós escolhem o que vestir.

e) São importantes lembrar que nossa personalidade e nossos valores não se define pela roupa que usamos.

RESOLUÇÃO:

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ALTERNATIVA A: OPÇÃO CORRETA. “Há pessoas” – verbo HAVER, no sentido de existir, é impessoal, o sujeito é
inexistente, e o verbo HAVER ficará sempre no singular; “que escolhem” – verbo “escolher”, embora tenha como sujeito
o pronome relativo “que” (=as quais), que se refere a “pessoas”, deve concordar com o referente “pessoas” na 3ª pessoa
do plural, assim como o verbo “vestem”, cujo sujeito é também “pessoas”, daí a 3ª pessoa do plural.
ALTERNATIVA B: OPÇÃO INCORRETA. “enquanto outros parecia ser” – erro claro em que o sujeito está na 3ª pessoa do
plural (outros) e o verbo está na 3ª pessoa do singular (parecia).
ALTERNATIVA C: OPÇÃO INCORRETA. “tudo”, aposto resumitivo ou resumidor, pronome de 3ª pessoa do singular
obriga o verbo a ficar também na 3ª pessoa do singular: tudo LEVAVA.
ALTERNATIVA D: OPÇÃO INCORRETA. “muitos são os fatores que é levado”, o pronome relativo “que” tem como
referente “fatores”, com o qual o verbo ou locução verbal deve concordar: muitos são os fatores QUE (OS QUAIS) SÃO
LEVADOS. Além disso, deve-se empregar a forma singular “escolhe”, para que haja concordância com a forma
indefinida “cada um”.
ALTERNATIVA E: OPÇÃO INCORRETA. São importantes lembrar (...), sujeito da oração inicial é a oração seguinte: é
importante LEMBRAR QUE NOSSA PERSONALIDADE E NOSSSOS VALORES NÃO (...), nesse caso o verbo da oração
principal tem de ficar no singular; há outro erro: nossos valores não se define, pois o SE (pronome apassivador) indica
que o sujeito – valores – e o verbo – define – têm de concordar entre si: nossos valores não se definem, o que na voz
passiva analítica equivalerá a: nossos valores não são definidos.
Resposta: A

19. VUNESP - PAULIPREV/2018

De patas para o ar

Rafiki é um angolano, filho de uma economista e de um funcionário de multinacional. Veio para o Brasil estudar
medicina e foi surpreendido pela carga de preconceito que encontrou aqui. Já enfrentou o constrangimento de
perceber que pessoas fecham os vidros dos carros nos sinais quando o veem, ou mulheres se agarram a suas bolsas ao
cruzarem com ele na calçada.
O universitário Rafiki mora em um bairro de classe média alta e uma noite, quando estava para entrar em seu prédio,
viu um casal passar por ele, entrar e bater a porta.
O angolano entrou em seguida e encontrou o casal esperando o elevador. Como a mulher o encarava insistentemente,
ele perguntou:
─ Estou sujo? Tem alguma coisa errada comigo? Qual é o problema?

O marido se desculpou dizendo:

─ Sabe como é hoje em dia, né? A gente tem que ficar ligado...

Quando as pessoas, porém, ficam sabendo que Rafiki é estudante de medicina, mudam a forma de tratá-lo.

Rafiki também não compreende um comportamento que chama sua atenção no Brasil: as pessoas pedirem
informações na rua sem antes dizer “bom dia”, “por favor”, “com licença”. Mas ele não acredita que essa falta de
educação seja maior aqui do que em outros países. A gentileza tem sido pouco valorizada. Rafiki costuma dizer
ultimamente que o mundo todo está de patas para o ar.
(Leila Ferreira. A arte de ser leve. São Paulo: Globo, 2010. Adaptado)

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No trecho – O universitário Rafiki mora em um bairro de classe média alta e uma noite, quando estava para entrar em
seu prédio... – as formas verbais destacadas estão, respectivamente, nos tempos
a) presente e futuro.

b) passado e presente.

c) futuro e presente.

d) presente e passado.

e) futuro e passado.

RESOLUÇÃO:

A forma “mora” (presente do indicativo) é tempo verbal que indica momento atual da fala, instante presente. Já
“estava” (pretérito imperfeito do indicativo) é tempo verbal que indica passado, pretérito, momento anterior à fala, no
caso com ideia de fato que estava na iminência de ocorrer.
Resposta: D

20. VUNESP - Prof (SME Barretos)/2018

Leia a tira para responder à questão.

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(M. Schulz. “Minduim Charles”. http://cultura.estadao.com.br/quadrinhos, 14.11.2017)

Em – Você pode procurar na enciclopédia. –, a forma verbal em destaque

a) atribui às demais palavras sentido figurado.

b) imprime valor categórico ao verbo procurar.

c) indica polidez no discurso do sujeito falante.

d) evidencia o conteúdo sarcástico do comentário.

e) situa a ação no contexto de um futuro remoto.

RESOLUÇÃO:

Ao ouvir o comentário da amiga “Eu não sei nada de George Washington. Eu odeio fazer redações!”, Calvin, POR
POLIDEZ, CORTESIA, EDUCAÇÃO, sugere ou aconselha sua amiga a procurar na enciclopédia. Não há sentido figurado
em qualquer passagem do discurso em questão, muito menos valor categórico na expressão verbal, bem assim
“sarcasmo” ou ideia de “futuro remoto”.
Resposta: C

21. VUNESP - ASR I (ARSESP)/ARSESP/2018

A revolução digital fortalece as previsões de que as casas ou lares inteligentes oferecerão mais conveniência e menos
dispêndio de energia em um futuro.
A definição de conveniência para esses novos lares tecnológicos, com redução ou eliminação de trabalhos domésticos.
Portanto, para que as edificações inteligentes tenham sucesso, elas deverão se estruturar com base nessa visão de
conveniência como solução para os que vivem em um mundo acelerado e estar ancoradas em uma grande variedade de
sistemas tecnológicos acessíveis e fáceis de operar, tornando a vida das pessoas mais simples.
Além da conveniência, outro relevante benéfico das casas inteligentes, para os consumidores é a sua capacidade de
incorporar aspectos relacionados à administração do gasto de energia, principalmente com iluminação,
condicionamento de ar eletrodomésticos. Um conjunto de sensores, adequadamente configurados para gerenciar esses
sistemas, pode gerar diminuição considerável nos gastos com energia, com reflexos ambientais e econômicos
importantes.
O departamento de engenharia da computação da Academia Árabe de Ciências e Tecnologia desenvolveu um estudo
para avaliar a economia no consumo de energia gerada com o uso de sensores inteligentes, em um apartamento de um
dormitório, cozinha, sala de estar, sala de jantar e banheiro. O estudo concluiu que a economia pode chegara quase
40% do consumo médio mensal de energia.
A tendência de crescimento desse mercado é clara. A empresa de pesquisa Zion Research prevê que a tecnologia das
casas inteligentes deve alcançar um faturamento de US$ 53 bilhões (R$170 bi) em 2022. O crescimento estará calcado,
principalmente, na conexão da casa com os ambientes digitais externos, como por exemplo, a conexão do refrigerador
com os equipamentos dos fornecedores de alimentos.
Naturalmente, a tecnologia das casas inteligentes continuará a evoluir, tornando-se acessível e barata. Com isso, mais
pessoas poderão utilizar-se dela, e novos padrões, modelos e estilos de vida devem se consolidar, principalmente nas
áreas urbanas.
(Claudio Bernades. Casas inteligentes trarão conveniência e reduzirão gasto de energia. Folha de S. Paulo.
www.folha.uol.com.br. 22.01.18. Adaptado)

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Considere a frase:

A empresa de pesquisa Zion Research prevê que a tecnologia das casas inteligentes deve alcançar, um faturamento de
US$ 53 bilhões (R$ 170 bi) em 2002.
Nesse contexto, a forma verbal destacada exprime ideia de

a) recomendação

b) obrigatoriedade

c) refutação

d) probabilidade

e) comprovação

RESOLUÇÃO:

Se tomarmos por base, além do trecho indicado por base do comando da questão, esta passagem completa “A
tendência de crescimento desse mercado é clara. A empresa de pesquisa Zion Research prevê que a tecnologia das
casas inteligentes deve alcançar um faturamento de US$ 53 bilhões (R$170 bi) em 2022. O crescimento estará calcado,
principalmente, na conexão da casa (...)”, e levarmos em conta os vocábulos sublinhados fica clara a ideia de
“probabilidade” (tendência, prevê, estará – tempo futuro).
Resposta: D

22. VUNESP - ASR I (ARSESP)/ARSESP/2018

A revolução digital fortalece as previsões de que as casas ou lares inteligentes oferecerão mais conveniência e menos
dispêndio de energia em um futuro.
A definição de conveniência para esses novos lares tecnológicos, com redução ou eliminação de trabalhos domésticos.
Portanto, para que as edificações inteligentes tenham sucesso, elas deverão se estruturar com base nessa visão de
conveniência como solução para os que vivem em um mundo acelerado e estar ancoradas em uma grande variedade de
sistemas tecnológicos acessíveis e fáceis de operar, tornando a vida das pessoas mais simples.
Além da conveniência, outro relevante benéfico das casas inteligentes, para os consumidores é a sua capacidade de
incorporar aspectos relacionados à administração do gasto de energia, principalmente com iluminação,
condicionamento de ar eletrodomésticos. Um conjunto de sensores, adequadamente configurados para gerenciar esses
sistemas, pode gerar diminuição considerável nos gastos com energia, com reflexos ambientais e econômicos
importantes.
O departamento de engenharia da computação da Academia Árabe de Ciências e Tecnologia desenvolveu um estudo
para avaliar a economia no consumo de energia gerada com o uso de sensores inteligentes, em um apartamento de um
dormitório, cozinha, sala de estar, sala de jantar e banheiro. O estudo concluiu que a economia pode chegara quase
40% do consumo médio mensal de energia.
A tendência de crescimento desse mercado é clara. A empresa de pesquisa Zion Research prevê que a tecnologia das
casas inteligentes deve alcançar um faturamento de US$ 53 bilhões (R$170 bi) em 2022. O crescimento estará calcado,
principalmente, na conexão da casa com os ambientes digitais externos, como por exemplo, a conexão do refrigerador
com os equipamentos dos fornecedores de alimentos.
Naturalmente, a tecnologia das casas inteligentes continuará a evoluir, tornando-se acessível e barata. Com isso, mais
pessoas poderão utilizar-se dela, e novos padrões, modelos e estilos de vida devem se consolidar, principalmente nas

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áreas urbanas.
(Claudio Bernades. Casas inteligentes trarão conveniência e reduzirão gasto de energia. Folha de S. Paulo.
www.folha.uol.com.br. 22.01.18. Adaptado)
Considere o trecho:

O departamento de engenharia da computação da Academia Árabe de Ciências e Tecnologia desenvolveu um


estudo.
Esse trecho está reescrito, conforme a norma -padrão, com a forma verbal na voz passiva correspondente em:

a) Um estudo foi desenvolvido pelo departamento de engenharia da computação da Academia Árabe de Ciências e
Tecnologia.
b) Um estudo foi que desenvolveu o departamento de engenharia da Academia Árabe de Ciências e Tecnologia.

c) Foi o departamento de engenharia da computação da Academia Árabe de Ciências e Tecnologia que desenvolveu o
estudo.
d) O departamento de engenharia da computação da Academia Árabe de Ciências e Tecnologia tinha desenvolvido um
estudo.
e) Veio desenvolvendo um estudo o departamento de engenharia da computação da Academia Árabe de Ciências e
Tecnologia.
RESOLUÇÃO:

Primeiramente, resumamos o trecho do enunciado para “o departamento desenvolveu um estudo”. Assim, temos uma
voz ativa no tempo pretérito perfeito do indicativo (desenvolveu – sujeito no singular “departamento”), com objeto
direto no singular – um estudo. Só resta uma forma de voz passiva: UM ESTUDO FOI DESENVOLVIDO (PRETÉRITO
PERFEITO DO INDICATIVO) PELO DEPARTAMENTO.
Resposta: A

23. VUNESP - Soldado da Polícia Militar do Estado de São Paulo/2018/

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O modo verbal em “não digite” expressa um conselho, assim como ocorre com a expressão destacada em:

a) Como não haverá expediente bancário na sexta-feira, o boleto poderá ser pago na segunda-feira.

b) O morador não autorizou a entrada do técnico para a medição do consumo de gás no imóvel.

c) Atenção: não se esqueçam de usar o cinto de segurança também no banco de trás do automóvel.

d) Pesquisadores canadenses descobriram que o macarrão não induz o ganho de peso.

e) Os candidatos que não apresentarem um documento com foto não poderão realizar a prova.

RESOLUÇÃO:

A forma verbal “não digite” está flexionada no modo imperativo, que expressa ordem, pedido ou conselho, o mesmo
que ocorre na letra C. O imperativo necessariamente implica uma interação entre autor e interlocutor, o que só ocorre
na letra C.
Na letra A, a forma “haverá” está flexionada no futuro do presente do indicativo.

Na letra B, a forma “autorizou” está flexionada no pretérito perfeito do indicativo.

Na letra D, a forma “induz” está flexionada no presente do indicativo.

Na letra E, a forma “apresentarem” está flexionada no futuro do subjuntivo.

Resposta: C

24. VUNESP - Auxiliar de Papiloscopista Policial (PC SP)/2018

Leia o texto para responder à questão.

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O aspecto mais perverso da brutal recessão de 2014-16 – e da lenta recuperação que a sucedeu até agora – é o custo
desproporcional imposto aos mais pobres.
Como primeiro impacto, o fechamento de vagas no mercado de trabalho e a queda da renda reverteram uma trajetória
de avanços sociais que já completava uma década. Durante o longo ciclo de retração, a taxa de desemprego subiu de
6,5% para 13,7%, ou, dito de outro modo, 5,9 milhões de pessoas perderam seus postos de trabalho.
A retomada do crescimento econômico, iniciada no ano passado, tem se mostrado tímida e, embora a desocupação
tenha caído um pouco, a qualidade das vagas geradas deixa a desejar.
Não surpreende, pois, que os dados mais recentes da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) do IBGE
mostrem um quadro deteriorado.
A partir deles, a consultoria LCA calculou que em 2017 a pobreza extrema se elevou em 11%. Conforme os números
publicados pelo jornal Valor Econômico, 14,8 milhões de brasileiros são miseráveis – considerando uma linha de R$ 136
mensais. O Nordeste abriga 55% desse contingente.
Embora não se possa afirmar com certeza, uma vez que o IBGE alterou a metodologia da Pnad e ainda não divulgou as
novas séries históricas, é plausível que também a exorbitante desigualdade social brasileira tenha aumentado com a
recessão.
(Miséria brasileira, editorial. Folha de S.Paulo. 14.04.2018. Adaptado)

Exprime ideia de possibilidade a expressão verbal destacada na passagem:

a) Conforme os números publicados pelo jornal Valor Econômico, 14,8 milhões de brasileiros são miseráveis...

b) ... dito de outro modo, 5,9 milhões de pessoas perderam seus postos de trabalho.

c) ... é plausível que também a exorbitante desigualdade social brasileira tenha aumentado com a recessão.

d) ... a qualidade das vagas geradas deixa a desejar.

e) ... reverteram uma trajetória de avanços sociais que já completava uma década.

RESOLUÇÃO:

A ideia de possibilidade é expressada pelo modo verbal subjuntivo.

Nas letras A e B, as formas verbais se apresentam na forma nominal de particípio.

Nas letras D e E, as formas verbais se apresentam no indicativo – tempos presente e pretérito imperfeito,
respectivamente.
Já na letra C, nosso gabarito, a forma verbal “tenha aumentado” corresponde ao pretérito perfeito composto do
subjuntivo.
Resposta: C

25. VUNESP - Agente de Telecomunicações Policial (PC SP)/2018

Frei Caneca e a Virgem Maria

No dia 13 de janeiro de 1825, um condenado caminhava com passos firmes na direção da forca, no centro do Recife. Era
o frei Joaquim do Amor Divino Caneca, o lendário Frei Caneca, lutador incansável pela independência do Brasil. Ele
tinha participado da revolta da Confederação do Equador, sufocada pelo governo de Pernambuco. Vestia o hábito da

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Irmandade da Madre de Deus. Sob o olhar curioso da multidão, foi submetido ao degradante ritual da desautoração*,
perdendo os direitos eclesiásticos, para que pudesse enfrentar o suplício da forca.
Impassível e altivo, deixou que os monges despissem suas vestes sagradas. Permaneceu firme quando recebeu na
tonsura** o golpe simbólico da excomunhão. O carrasco já se preparava para o gesto fatal, quando recuou, com o rosto
pálido, dizendo que a Virgem Maria estava junto ao condenado. Veio então o ajudante do carrasco, que também se
recusou a executar Frei Caneca, diante da visão da Virgem Maria. Aí foram buscar dois escravos. E esses, mesmo
duramente açoitados, negaram-se a participar da execução. O juiz mandou trazer dois presos da cadeia pública e lhes
ofereceu a liberdade em troca da execução de Frei Caneca. E eles igualmente se negaram, alegando a visão da Virgem
Maria.
Mas era preciso matar Frei Caneca de qualquer jeito, como exemplo para desencorajar futuros conspiradores. O juiz
então ordenou que ele fosse fuzilado. Percebendo que os soldados tremiam com as armas na mão, Frei Caneca
procurou exortá-los:
– Vamos, meus amigos. Não me façam sofrer muito. Virgem Maria há de compreender os vossos temores. Tenham fé,
ela já os perdoou.
E os tiros provocaram um arrepio na multidão silenciosa.

(Eloy Terra. 500 anos: Crônicas pitorescas da história do Brasil. Adaptado)

*Desautoração: privação da dignidade do cargo, como medida punitiva.

**Tonsura: corte redondo dos cabelos no topo da cabeça dos clérigos.

Observe a relação temporal entre as situações expressas pelos verbos destacados nos seguintes trechos: (I) No dia 13 de
janeiro de 1825, um condenado caminhava com passos firmes na direção da forca, no centro do Recife. (II) Ele tinha
participado da revolta da Confederação do Equador. (III) Vestia o hábito da Irmandade da Madre de Deus.
É correto concluir que

a) a situação expressa no trecho II é anterior à expressa no trecho I.

b) a situação expressa no trecho I é posterior à expressa no trecho III.

c) a situação expressa no trecho II é simultânea à expressa no trecho III.

d) as situações expressas nos trechos II e III são anteriores à expressa no trecho I.

e) as situações expressas nos trechos I e II são concomitantes.

RESOLUÇÃO:

As formas “caminhava” e “vestia” são flexões do pretérito imperfeito do indicativo. Correspondem a ações do passado
que tiveram continuidade, repetição. Guardam entre si uma ideia de concomitância.
Já a forma “tinha participado” corresponde à forma composta do pretérito mais-que-perfeito. Trata-se de uma ação
anterior a outra já concluída.
Dessa forma, a participação na Confederação do Equador (II) é anterior à caminhada em direção à forca (I).

Resposta: A

26. VUNESP - Agente Policial (PC SP)/2018

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Considerando a correlação entre as formas verbais, conforme a norma-padrão, as lacunas devem ser preenchidas,
respectivamente, com:
a) visse ... reporta

b) ver ... reporte

c) veria ... reporte

d) vir ... reporte

e) verá ... reporta

RESOLUÇÃO:

Na letra A, o pretérito imperfeito do subjuntivo “visse” não é compatível com o presente do subjuntivo “reporta”.

Na letra B, está errada a flexão de futuro do subjuntivo do verbo “ver”. O certo não é “Se você ver”, e sim “Se você vir”.

Na letra C, está errada a flexão na 1ª lacuna. Nesta se pede uma forma verbal no subjuntivo, e não no indicativo. O
mesmo ocorre na letra E.
Na letra D, a forma de futuro do subjuntivo “vir” está corretamente correlacionada com a forma de imperativo
afirmativo “reporte”, flexionada na terceira pessoa do singular, para atender ao tratamento “você”.
Resposta: D

27. VUNESP - Papiloscopista Policial (PC SP)/2018

Leia o texto para responder à questão.

O Clube dos Suicidas

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A senhora – o que foi que tomou mesmo? Comprimidos. Não sabe que comprimidos? Gardenal. Tomou Gardenal.
Muitos? Cuidado, não pise no fio do microfone. Dez comprimidos. E o que foi que sentiu? Uma tontura gostosa! Vejam
só, uma tontura gostosa! Não é notável? Uma tontura gostosa. E foi por causa de quem? Olha o fio. Do marido. O
marido bebia. Batia também? Batia. Voltava bêbado e batia. Quebrava toda a louça. Agora prometeu se regenerar. E ela
não vai mais tomar Gardenal. Palmas. Olha o fio. Fica ali, à esquerda. Ali, junto com as outras. Depois recebe o brinde.
Aproveito este breve intervalo para anunciar que a moça loira da semana passada – lembram, aquela que tomou ri-do-
rato? Morreu. Morreu ontem. A família veio aqui me avisar. Foi uma dura lição, infelizmente ela não poderá aproveitar.
Outros o farão. E a senhora? Ah, não foi a senhora, foi a menina. Que idade tem ela? Dez. Tomou querosene? Por que a
senhora bateu nela? A senhora não bate mais, ouviu? E tu não toma mais querosene, menina. A propósito, que tal o
gosto? Ruim. Não tomou com guaraná? Ontem esteve aqui uma que tomou com guaraná. Diz que melhorou o gosto.
Não sei, nunca provei. De qualquer modo, bem-vinda ao nosso Clube. Fica ali, junto com as outras. Cuidado com o fio.
Olha um homem! Homem é raro aqui. O que foi que houve? A mulher lhe deixou? Miserável. Ah, não foi a mulher.
Perdeu o emprego. Também não é isto. Fala mais alto! Está desenganado. É câncer? Não sabe o que é. Quem foi que
desenganou? Os doutores às vezes se enganam. Fica ali à esquerda e aguarde o brinde. E esta moça? Foi Flit? Tu pensas
que é barata, minha filha? Vai ali para a esquerda. Olha o fio, olha o fio. E esta senhora, tão velhinha – já me disseram
que a senhora quis se enforcar. É verdade? Com o fio do ferro elétrico, quem diria! E dá? Mostra para nós como é que
foi. Pode usar o fio do microfone.
(Moacyr Scliar, Os melhores contos, 1996)

Nos trechos “Cuidado, não pise no fio do microfone.”, “Fica ali, à esquerda.” e “Mostra para nós como é que foi.”, o
apresentador emprega o verbo no imperativo, respectivamente, com as seguintes finalidades:
a) advertência, solicitação e ordem.

b) solicitação, pedido e pedido.

c) pedido, orientação e ordem.

d) advertência, orientação e pedido.

e) ordem, solicitação e orientação.

RESOLUÇÃO:

A forma de imperativo “não pise” expressa uma advertência. A evidência disso é o alerta manifestado com o emprego
de “Cuidado”.
Já a forma “Fica” expressa um pedido, uma solicitação, uma orientação. Não tem o caráter assertivo que caracteriza a
ordem. O mesmo ocorre com a forma “Mostra”.
Resposta: D

28. VUNESP - Assistente Administrativo I (UNESP)/Campus Itapeva/2017

Leia o texto para responder à questão.

Fogo e Madeira

Não foi pouco para um único dia de fiscalização. Dois caminhões, um trator, uma camionete e uma pá carregadeira
foram inutilizados pelo Ibama*, por servirem à extração ilegal de madeira na divisa entre Rondônia e Mato Grosso.
Embora os agentes do instituto tivessem o que comemorar, seria incorreto qualificar como êxito o que ocorreu – pelo
menos de uma perspectiva mais alongada no tempo.

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A facilidade com que se encontraram sinais flagrantes de desmatamento nada mais revela do que o extremo de sem-
cerimônia dos madeireiros ilegais na Amazônia.
Autorizada por decreto de 2008, a destruição dos equipamentos empregados nessa atividade predatória parece ser
uma das poucas punições efetivamente ressentidas pelos infratores. Levada a cabo por meio de helicópteros, a ação do
Ibama afugenta, pelo mero estardalhaço de sua aproximação, os responsáveis diretos pelo crime.
Porém, mal os helicópteros levantam voo novamente, o desmatamento prossegue. Operações dessa monta se fazem
de raro em raro, e os madeireiros não chegam a abalar-se da área protegida.
Além da óbvia extensão da floresta, outros fatores tornam complexa a fiscalização. Madeireiros possuem, por exemplo,
licença para a exploração sustentável do recurso natural, mas a utilizam para enveredar em áreas protegidas.
Iniciativas mais extensas e difíceis, mas de maior alcance, envolveriam o engajamento da população em outras
atividades atraentes do ponto de vista econômico. A falta de alternativas de trabalho sem dúvida explica por que
madeireiros ilegais encontram algum apoio entre os habitantes da região. Ainda que fulgurante, a ação de poucos
fiscais será incapaz de interromper o desmatamento.
* Ibama: Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis

(Folha de S.Paulo, 24.12.2016. Adaptado)

No trecho do penúltimo parágrafo do texto “Iniciativas mais extensas e difíceis, mas de maior alcance, envolveriam o
engajamento da população...”, a forma verbal em destaque expressa sentido de
a) improbabilidade.

b) certeza.

c) ação concluída.

d) dúvida.

e) possibilidade.

RESOLUÇÃO:

A forma “envolveriam” está flexionada no futuro do pretérito do indicativo. Entre tantos empregos dessa forma verbal,
está a ideia de possibilidade concreta.
As letras A e D estão erradas, pois partem do pressuposto de que a ação tem mais chances de não ocorrer.

Resposta: E

29. VUNESP - Tecnólogo de Administração (PM SP)/2017

Muitos acontecimentos se tinham passado entre eles nestes dois dias; há circunstâncias em que os sentimentos
marcham com uma rapidez extraordinária, e devoram meses e anos num só minuto.
Reunidos nesta sala pela necessidade extrema do perigo, vendo-se a cada momento, trocando ora uma palavra, ora um
olhar, sentindo-se enfim perto um do outro, esses dois corações, se não se amavam, compreendiam-se ao menos.
Álvaro fugia e evitava Isabel; tinha medo desse amor ardente que o envolvia num olhar, dessa paixão profunda e
resignada que se curvava a seus pés sorrindo melancolicamente. Sentia-se fraco para resistir, e entretanto o seu dever
mandava que resistisse.

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Ele amava, ou cuidava* amar ainda Cecília; prometera a seu pai ser seu marido; e na situação em que se achavam,
aquela promessa era mais do que um juramento, era uma necessidade imperiosa, uma fatalidade que se devia cumprir.
Como podia ele pois alimentar uma esperança de Isabel? Não seria infame, indigno, aceitar o amor que ela lhe
oferecera suplicando? Não era seu dever destruir naquele coração esse sentimento impossível?
(José de Alencar, O guarani)

* imaginava

A passagem em que a primeira forma verbal destacada está flexionada de modo a expressar uma ação ocorrida em um
tempo anterior ao da segunda forma verbal destacada é:

a) ... há circunstâncias em que os sentimentos marcham com uma rapidez extraordinária...

b) ... esses dois corações, se não se amavam, compreendiam-se ao menos.

c) Álvaro fugia e evitava Isabel...

d) ... prometera a seu pai ser seu marido; e na situação em que se achavam...

e) Como podia ele pois alimentar uma esperança de Isabel?

RESOLUÇÃO:

A descrição apresentada corresponde ao pretérito mais-que-perfeito do indicativo, forma identificada na letra D, com a
flexão “prometera”.
Resposta: D

30. VUNESP - Técnico (CRBio 01)/2017

Tentação do imediato

É difícil definir o status de uma época quando ainda se está nela, mas certamente uma das características marcantes do
momento atual é o imediatismo. Percebo a tendência de simplificação nos procedimentos e a opção pelas ações que
oferecem vantagens imediatas e menores riscos, sem considerar as consequências futuras.
Esse comportamento pode ser resultante da dificuldade de se lidar com as frustrações geradas, basicamente, por três
motivos: demora, contrariedade e conflito. Seus efeitos podem ser agressão, regressão e fuga.
Um experimento famoso feito na Universidade Stanford (EUA), no final dos anos 1960, testou a capacidade de crianças
resistirem à atração da recompensa instantânea – e rendeu informações úteis sobre a força de vontade e a
autodisciplina. Aquelas que resistiram tiveram mais sucesso na vida.
A atitude imediatista praticamente impacta todas as decisões, desde a vida pessoal à rotina das empresas, chegando
até à condução do país. O que importa é o hoje e o agora!
Muitas vezes, o valor da durabilidade e da consistência – o longo prazo – parece uma história fantasiosa. Entretanto, a
vida prática confirma que o investimento em educação de qualidade e a dedicação aos estudos, por exemplo, geram
bons resultados futuros. Profissionais bem qualificados e competentes em suas áreas de atuação, ou seja, aqueles que

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se dedicaram, aprofundaram seus conhecimentos e os praticaram, costumam encontrar melhores opções na vida
profissional.
É preciso, todavia, acreditar nessa equação e investir tempo e dinheiro para colher seus frutos.

Os atalhos são tentadores, mas seus resultados a longo prazo tendem a ser frustrantes.

(Folha de S.Paulo, 31.01.2016. Adaptado)

Considere a frase elaborada a partir das ideias do texto.

Se a pessoa _________ nessa equação e investir tempo e dinheiro, poderá colher bons frutos.

A lacuna dessa frase deve ser preenchida, de acordo com a norma-padrão da língua portuguesa, com:

a) ter crença

b) pôr foco

c) querer apostar

d) poder crer

e) vir sentido

RESOLUÇÃO:

A forma verbal “poderá”, flexionada no futuro do presente do indicativo, pede correlação com forma verbal no futuro
do subjuntivo.
Das opções apresentadas, apenas a letra E traz essa flexão. A forma “Se a pessoa vir...” corresponde ao futuro do
subjuntivo do verbo “ver”.
Resposta: E

31. VUNESP - CM Mogi Cruzes/2017

Leia o texto para responder à questão.

O substituto da vida

Quando meu instrumento de trabalho era a máquina de escrever, eu me sentava a ela, escrevia o que tinha de escrever,
relia para ver se era aquilo mesmo, fechava a máquina, entregava a matéria e ia à vida.
Se trabalhasse num jornal, isso incluiria discutir futebol com o pessoal da editoria de esporte, ir à esquina comer um
pastel ou dar uma fugida ao cinema.
Se já trabalhasse em casa, ao terminar de escrever eu fechava a máquina e abria um livro, escutava um disco ou dava
um pulo rapidinho à praia. Só reabria a máquina no dia seguinte.
Hoje, diante do computador, termino de produzir um texto, vou à lista de mensagens para saber quem me escreveu,
deleto mensagens inúteis, respondo às que precisam de resposta, eu próprio mando mensagens inúteis. Quando me
dou conta, já é noite lá fora e não saí da frente da tela.

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Com o smartphone seria pior ainda. Ele substituiu a caneta, o bloco, a agenda, o telefone, a banca de jornais, a máquina
fotográfica, o álbum de fotos, a câmera de cinema, o DVD, o correio, a secretária eletrônica, o relógio de pulso, o
despertador, o gravador, o rádio, a TV, o CD, a bússola, os mapas, a vida. É por isso que nem lhe chego perto – temo que
ele me substitua também.
(Ruy Castro. Folha de S.Paulo. 02.01.2016. Adaptado)

Assinale a alternativa em que a forma verbal em destaque expressa a probabilidade de um fato ou um evento ocorrer.

a) Quando meu instrumento de trabalho era a máquina de escrever…

b) … fechava a máquina, entregava a matéria e ia à vida.

c) Hoje, diante do computador, termino de produzir um texto…

d) … vou à lista de mensagens para saber quem me escreveu…

e) Com o smartphone seria pior ainda.

RESOLUÇÃO:

Na lera E, a forma “seria” está flexionada no futuro do pretérito do indicativo. Entre tantos empregos dessa forma
verbal, está a ideia de possibilidade concreta.
Resposta: E

32. VUNESP - Psicólogo Judiciário (TJ SP)/2017

Leia o poema de Mario Quintana para responder à questão.

Outra estatística

Leio que certa cidade,

E olhe que não das maiores,

Tem quatro milhões de almas...

Mas isso deve ser para atenuar a situação.

O que a cidade tem, no duro,

São quatro milhões de bocas!

(Mario Quintana. Da preguiça como método de trabalho)

No poema, o eu lírico estabelece uma interlocução direta com o leitor, quando emprega o verbo no imperativo em:

a) Mas isso deve ser para atenuar a situação.

b) Tem quatro milhões de almas...

c) São quatro milhões de bocas!

d) E olhe que não das maiores,

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e) Leio que certa cidade,

RESOLUÇÃO:

O único trecho em que ocorre interação entre o autor da frase e o seu interlocutor é o da letra D. Uma das
características do modo imperativo, que expressa ordem, pedido ou conselho, é a interação entre falante e interlocutor.
Resposta: D

33. VUNESP - Escrevente Técnico Judiciário (TJ SP)/2017

Iniciando-se a frase – Retemos mais informações quando nos sentamos em um local fixo... – com o termo Talvez,
indicando condição, a sequência que apresenta correlação dos verbos destacados de acordo com a norma- padrão será:
a) reteremos ... sentávamos

b) retivéssemos ... sentássemos

c) reteríamos ... sentarmos

d) retínhamos ... sentássemos

e) retivemos ... sentaríamos

RESOLUÇÃO:

O advérbio de dúvida “Talvez” requisita uma forma verbal flexionada no modo subjuntivo.

A única opção que contém formas verbais flexionadas nesse modo é a letra B. As formas “retivéssemos” e
“sentássemos” estão flexionadas no pretérito imperfeito do subjuntivo.
Resposta: B

34. VUNESP - Procurador Jurídico (CM Sumaré)/2017

Assinale a alternativa que completa, corretamente, as lacunas do trecho.

Se as ideias de Abranches _______________ a ser adotadas, talvez elas _______________ a ordem estabelecida. E, se os
governos _______________ o avanço das mudanças climáticas, talvez haja esperanças para o futuro da humanidade.
a) vierem, subvertem, deterem

b) virem, subvertam, deterem

c) vierem, subvertam, detiverem

d) vierem, subvertam, deterem

e) virem, subvertem, detiverem

RESOLUÇÃO:

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A forma de presente do subjuntivo “haja” requer na 3ª lacuna uma correlação com a forma de futuro do subjuntivo
“detiverem”.
Mantendo-se o paralelismo (semelhança) entre as frases, a combinação coerente para a 1ª e 2ª lacunas é composta pelo
futuro do subjuntivo do verbo ”vir” – “vierem” – e presente do subjuntivo - “subvertam”.
Resposta: C

35. VUNESP - CM Marília)/2017

A forma verbal destacada foi empregada, de acordo com a norma-padrão da língua portuguesa, em:

a) Para justificar a pobreza, os governantes põem a culpa na economia mundial.

b) As pessoas honestas tem se revoltado contra a situação do país.

c) Se os eleitores quererem um país melhor, não votarão nos corruptos.

d) Se haver participação dos cidadãos, construiremos uma sociedade mais justa para o Brasil.

e) Se as pessoas fazerem constantes denúncias, poderemos coibir ilegalidades de toda espécie.

RESOLUÇÃO:

Na letra B, é preciso empregar o acento diferencial na forma “têm”, para que haja concordância com o sujeito de núcleo
plural “As pessoas honestas”.
Na letra C, é necessário empregar a forma de futuro do subjuntivo “quiserem”.

Na letra D, é necessário empregar a forma de futuro do subjuntivo “houver”.

Na letra E, é necessário empregar a forma de futuro do subjuntivo “fizerem”.

A única opção que apresenta correção é, portanto, a letra A.

Resposta: A

36. VUNESP - CM Marília/2017

Leia o texto de Lygia Fagundes Telles para responder à questão a seguir.

A disciplina do amor Foi na França, durante a Segunda Grande Guerra: um jovem tinha um cachorro que todos os dias,
pontualmente, ia esperá-lo voltar do trabalho. Postava-se na esquina, um pouco antes das seis da tarde. Assim que via o
dono, ia correndo ao seu encontro e, na maior alegria, acompanhava-o com seu passinho saltitante de volta à casa.
A vila inteira já conhecia o cachorro, e as pessoas que passavam faziam-lhe festinhas e ele correspondia, chegava a
correr todo animado atrás dos mais íntimos. Para logo voltar atento ao seu posto e ali ficar sentado até o momento em
que seu dono apontava lá longe.
Mas eu avisei que o tempo era de guerra, o jovem foi convocado. Pensa que o cachorro deixou de esperá-lo? Continuou
a ir diariamente até a esquina, fixo o olhar ansioso naquele único ponto, a orelha em pé, atenta ao menor ruído que
pudesse indicar a presença do dono bem-amado. Assim que anoitecia, ele voltava para casa e levava sua vida normal de

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cachorro até chegar o dia seguinte. Então, disciplinadamente, como se tivesse um relógio preso à pata, voltava ao
posto de espera.
O jovem morreu num bombardeio, mas no pequeno coração do cachorro não morreu a esperança. Quiseram prendê-lo,
distraí-lo. Tudo em vão. Quando ia chegando aquela hora, ele disparava para o compromisso assumido, todos os dias.
Com o passar dos anos (a memória dos homens!) as pessoas foram se esquecendo do jovem soldado que não voltou.
Casou-se a noiva com um primo. Os familiares voltaram-se para outros familiares. Os amigos, para outros amigos. Só o
cachorro já velhíssimo continuou a esperá-lo na sua esquina. As pessoas estranhavam, mas quem esse cachorro está
esperando?… Uma tarde (era inverno) ele lá ficou, o focinho voltado para “aquela” direção.
(http://www.beatrix.pro.br/index.php/a-disciplina-do-amor-lygia-fagundes-telles/ Adaptado)

A forma verbal destacada indica ação realizada habitualmente pelo sujeito em:

a) ... e as pessoas que passavam faziam-lhe festinhas e ele correspondia...

b) Mas eu avisei que o tempo era de guerra...

c) Pensa que o cachorro deixou de esperá-lo?

d) ... e levava sua vida normal de cachorro até chegar o dia seguinte.

e) Os familiares voltaram-se para outros familiares.

RESOLUÇÃO:

A descrição apresentada no enunciado corresponde ao tempo pretérito imperfeito do indicativo, que faz menção a
ações que tiveram continuidade, repetição no passado, ou seja, ações que eram habituais.
Esse tempo verbal é apresentado na letra A.

Resposta: A

37. INÉDITA

Está incorreta a correlação entre tempos e modos verbais na seguinte frase:


a) Muitos se recordariam da felicidade exultante com que eram ingeridos os pedaços da torta.
b) Foi promovida graças ao compadrio que andava na moda e que por muitos anos ofuscara a meritocracia.
c) Um mal-intencionado sugere que se dê por encerrada a aula e comecemos logo as festividades do feriado.
d) Depois de haver adormecido por três dias na cama de um hospital, o paciente acabara sendo salvo por um milagre
divino.
e) Já informado do salvamento do paciente, o familiar não se conteve de alegria e se permitiu não comparecer à reunião
com o chefe.
RESOLUÇÃO:

A questão trata de um assunto muito caro aos concurseiros: correlação dos tempos verbais.

Devemos ter em mente que o objetivo desse assunto é estudar as corretas relações entre os verbos presentes em um
período composto. Em outras palavras, devemos avaliar se os tempos verbais são harmônicos entre si.
Há uma gama imensa de correlações possíveis.

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Muitas vezes, a quebra da correlação resulta nitidamente numa ruptura lógica na frase. Isso significa que você não
precisa sair decorando todas as combinações, o que seria impraticável.
Antes de resolver a questão, apresento as principais correlações, as mais presentes no dia a dia e, consequentemente,
em nossas provas:
1) Presente do Indicativo – Presente do Subjuntivo

Exemplos:

Eu espero que você me entenda.

Eu preciso que você faça isso para mim.

Atenção: Construções do tipo: “Você quer que eu faço isso?” são consideradas graves equívocos gramaticais e
mostram desconhecimento por parte do falante de regras básicas que regem a norma culta.
2) Pretérito Perfeito do Indicativo/Pretérito Imperfeito do Indicativo – Pretérito Imperfeito do Subjuntivo

Exemplos:

Eu esperava que você me entendesse.

Eu precisava que você fizesse isso para mim.

Sempre quis que você estivesse comigo.

3) Futuro do Pretérito do Indicativo – Pretérito Imperfeito do Subjuntivo

Exemplos:

Se eu fosse você, faria o melhor trabalho possível.

Se eu demorasse mais um pouco, teriam iniciado a palestra sem minha presença.

Caso fosse permitido apostas, seria necessário fiscalizar a origem dos recursos.

4) Futuro do Presente do Indicativo – Futuro do Subjuntivo/Presente do Subjuntivo/Presente do Indicativo

Exemplos:

Se você vier, faremos uma festa.

Caso você venha, faremos uma festa.

Se você capturá-lo, pago-lhe uma recompensa.

5) Pretérito Perfeito do Indicativo/Pretérito Imperfeito do Indicativo + Pretérito Mais-que-Perfeito do Indicativo


(Simples ou Composto)
Exemplos:

Você chegou quando já tínhamos saído.

Li o livro que você me indicara.

Ele dizia que já tinha visto aquele homem outras vezes.

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6) Pretérito Perfeito do Indicativo – Futuro do Pretérito

Exemplos:

Você disse que iria ao encontro.

Disseram-me que você viria hoje.

Observação:

Na linguagem coloquial, costuma-se usar o pretérito imperfeito do indicativo no lugar do futuro do pretérito.

Exemplo:

Você prometeu que vinha. (coloquial)

Você prometeu que viria. (formal)

Voltemos para a questão:

ALTERNATIVA A - CORRETO - Há uma harmonia entre o futuro do pretérito "recordariam" e o pretérito imperfeito
"eram".
Vamos imaginar casamentos possíveis:

Muitos se recordariam da felicidade exultante com que eram ingeridos os pedaços da torta.

Muitos se recordam da felicidade exultante com que são ingeridos os pedaços da torta.

Muitos se recordaram da felicidade exultante com que foram ingeridos os pedaços da torta.

Vamos imaginar rupturas lógicas:

Muitos se recordariam da felicidade exultante com que são ingeridos os pedaços da torta.

Muitos se recordarão da felicidade exultante com que seriam ingeridos os pedaços da torta.

Muitos se recordam da felicidade exultante com que seriam ingeridos os pedaços da torta.

ALTERNATIVA B - CORRETO - Há uma harmonia entre o pretérito perfeito "foi", o pretérito imperfeito "andava" e o
pretérito mais que perfeito "ofuscara" (tinha ofuscado).
Vamos imaginar casamentos possíveis:

Foi promovida graças ao compadrio que andava na moda e que por muitos anos momento ofuscara a meritocracia.

Será promovida graças ao compadrio que anda na moda e que por muitos anos momento ofusca a meritocracia.

Seria promovida graças ao compadrio que andava na moda e que por muitos anos momento ofuscara a meritocracia.

Vamos imaginar rupturas lógicas:

Foi promovida graças ao compadrio que andará na moda e que por muitos anos momento estabelecerá a meritocracia.

Era promovida graças ao compadrio que andará na moda e que por muitos anos momento estabelecia a meritocracia.

Seria promovida graças ao compadrio que andara na moda e que por muitos anos momento estabelecerá a meritocracia.

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ALTERNATIVA C - CORRETO - Há uma harmonia entre o presente do indicativo "sugere" e o presente do subjuntivo
"dê" e "comecemos".
Vamos imaginar casamentos possíveis:

Um mal-intencionado sugere que se dê por encerrada a aula e comecemos logo as festividades do feriado.

Um mal-intencionado sugeria que se desse por encerrada a aula e começássemos logo as festividades do feriado.

Um mal-intencionado sugeriu que se desse por encerrada a aula e começássemos logo as festividades do feriado.

Vamos imaginar rupturas lógicas:

Um mal-intencionado sugere que se desse por encerrada a aula e começássemos logo as festividades do feriado.

Um mal-intencionado sugeria que se dê por encerrada a aula e comecemos logo as festividades do feriado.

Um mal-intencionado sugeriu que se dê por encerrada a aula e comecemos logo as festividades do feriado.

ALTERNATIVA D - ERRADO

Não faz sentido o uso do pretérito mais-que-perfeito "acabara", pois não se trata de uma ação anterior a outra já
concluída.
Assim, é conveniente empregar o pretérito perfeito "acabou".

O correto, então, seria: "Depois de haver adormecido por três dias na cama de um hospital, o paciente acabou sendo salvo
por um milagre divino.
ALTERNATIVA E - CORRETO - Há uma esperada harmonia entre os pretéritos perfeitos "conteve" e "permitiu".

Vamos imaginar casamentos possíveis:

Já informado do salvamento da paciente, o familiar não se conteve de alegria e se permitiu não comparecer à reunião com
o chefe.
Já informado do salvamento da paciente, o familiar não se contém de alegria e se permite não comparecer à reunião com o
chefe.
Já informado do salvamento da paciente, o familiar não se continha de alegria e se permitia não comparecer à reunião com
o chefe.
Vamos imaginar rupturas lógicas:

Já informado do salvamento da paciente, o familiar não se contém de alegria e se permitiu não comparecer à reunião com
o chefe.
Já informado do salvamento da paciente, o familiar não se conteve de alegria e se permite não comparecer à reunião com o
chefe.
Já informado do salvamento da paciente, o familiar não se conteve de alegria e se permite não comparecer à reunião com o
chefe.
Resposta: D

38. INÉDITA

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“O Governo deve, em 2019, devido à carência de quadro efetivo nos órgãos-chave da Administração Pública, contratar
número expressivo de servidores públicos.”
A transposição desse período para a voz passiva terá como resultado a seguinte forma verbal:

a) devem ser contratados

b) deve ser contratado

c) têm sido contratados

d) devem ser contratados

e) está contratando

RESOLUÇÃO:

Na conversão da voz ativa para a voz passiva, os seguintes procedimentos devem ser observados:

O verbo principal na voz ativa assume a forma particípio na voz passiva analítica.

Na voz passiva analítica, acrescenta-se o verbo "ser" flexionado no mesmo tempo do verbo principal na voz ativa.

O sujeito da voz ativa se converte em agente da passiva; e o objeto direto da voz ativa se converte em sujeito na voz
passiva.
Podemos resumir, dessa forma, o processo de conversão de voz ativa em passiva analítica da seguinte forma:

Assim, a forma O Governo (Sujeito Agente) deve contratar (Verbo) número expressivo de servidores públicos (Objeto
Direto Paciente) - na voz ativa - é equivalente à construção Número expressivo de servidores públicos deve ser
contratado (Verbo Auxiliar SER + Verbo Principal no Particípio) pelo governo... - na voz passiva.
A forma verbal resultante é, portanto, “deve ser contratado”.

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Observação:

O auxiliar que se encontra na voz ativa permanece na voz passiva analítica. O que ocorre nessa transposição é o
acréscimo do auxiliar SER. Dessa forma, podemos contabilizar sempre um verbo a mais na conversão da voz ativa para
passiva, e este verbo é o auxiliar SER.
Deve-se tomar o devido cuidado com a flexão do auxiliar “deve” e do particípio “contratado”, que devem concordar
com o núcleo do sujeito paciente “Número”.
Resposta: B

39. INÉDITA

Observadas a regência e a flexão verbal, está correta a seguinte frase:

a) O apartamento que, na época, nos instalamos era o que tínhamos condições de pagar, porém havia um acordo: se
todos se mantessem em seus empregos durante razoável tempo, haveria chance de nos mudarmos para um lugar mais
espaçoso.
b) Irritei-me com tantos abaixo-assinados e requis transferência daquele desagradável departamento.

c) Afirmam que o funcionário atribue toda aquela discussão a uma intolerância por parte dos militantes.

d) Intermedio o encontro entre os candidatos à Presidência da República, para que haja uma coerente moderação
durante o debate.
e) Sentiu-se ofendido com a proposta e pensou que, se propusesse alterações em algumas cláusulas do contrato, teria
um sucesso na negociação.
RESOLUÇÃO:

ALTERNATIVA A – ERRADO – O primeiro erro se refere à ausência da preposição “em” antes do pronome relativo
“que”, exigida pela regência da forma verbal “nos instalamos” (nos instalamos em algum lugar); o segundo erro refere-
se à forma verbal “mantessem”, cuja flexão correta seria “mantivessem” (se tivessem > se mantivessem).
ALTERNATIVA B – ERRADO - A forma verbal “requis” está flexionada de forma equivocada. O correto seria “requereu”.
Há de se ressaltar que o verbo “requerer” não é derivado do verbo “querer”.
ALTERNATIVA C - ERRADO – A forma verbal “atribue” está flexionada de forma equivocada. O correto seria “atribui”,
padrão de conjugação de Presente do Indicativo de verbos terminados em –uir: ele possui; ele constitui; ele obstrui; ...
ALTERNATIVA D – ERRADO - A forma verbal “Intermedio” está flexionada de forma equivocada. O correto seria
“Intermedeio”, padrão de conjugação de Presente do Indicativo dos verbos odiar, nomear, renomear, mediar, remediar,
ansiar: eu odeio; eu nomeio; eu renomeio; eu medeio; eu remedeio; eu anseio ...
ALTERNATIVA E – CORRETO – A redação apresentada se mostra correta. Há de se ressaltar a forma “propusesse”, que
corresponde ao verbo “propor”, derivado do verbo “pôr” (se pusesse >> se propusesse.)
Resposta: E

40. INÉDITA

Você está conectado?

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Alguns anos atrás, a palavra "conectividade" dormia em paz, em desuso, nos dicionários, lembrando vagamente algo
como ligação, conexão. Agora, na era da informática e de todas as mídias, a palavra pulou para dentro da cena e
ninguém mais admite viver sem estar conectado. Desconfio que seja este o paradigma dominante dos últimos e dos
próximos anos, em nossa aldeia global: o primado das conexões.
No ônibus de viagem, de que me valho regularmente, sou quase uma ilha em meio às mais variadas conexões: do
vizinho da direita vaza a chiadeira de um fone de ouvido bastante ineficaz; do rapazinho à esquerda chega a viva
conversa que mantém há quinze minutos com a mãe, pelo celular; logo à frente um senhor desliza os dedos no laptop
no colo, e se eu erguer um pouquinho os olhos dou com o vídeo − um filme de ação − que passa nos quatro monitores
estrategicamente posicionados no ônibus. Celulares tocam e são atendidos regularmente, as falas se cruzam, e eu
nunca mais consegui me distrair com o lento e mudo crepúsculo, na janela do ônibus.
Não senhor, não são inocentes e efêmeros hábitos modernos: a conectividade irrestrita veio para ficar e conduzir a
humanidade a não sabemos qual destino. As crianças e os jovens nem conseguem imaginar um mundo que não seja
movido pela fusão das mídias e surgimento de novos suportes digitais. Tanta movimentação faz crer que, enfim, os
homens estreitaram de vez os laços da comunicação.
Que nada. Olhe bem para o conectado ao seu lado. Fixe-se nele sem receio, ele nem reparará que está sendo
observado. Está absorto em sua conexão, no paraíso artificial onde o som e a imagem valem por si mesmos, linguagens
prontas em que mergulha para uma travessia solitária. A conectividade é, de longe, o maior disfarce que a solidão
humana encontrou. É disfarce tão eficaz que os próprios disfarçados não se reconhecem como tais. Emitimos e
cruzamos frenéticos sinais de vida por todo o planeta: seria esse, Dr. Freud, o sintoma maior de nossas carências
permanentes?
Assinale o trecho que contém uma passagem na voz passiva

a) ... a palavra pulou para dentro da cena...

b) Fixe-se nele sem receio...

c) ... ele nem reparará que está sendo observado.

d) A conectividade é, de longe, o maior disfarce que a solidão humana encontrou.

e) ... as falas se cruzam, e eu nunca mais consegui me distrair com o lento e mudo crepúsculo, na janela do ônibus.

RESOLUÇÃO:

A voz passiva indica que o sujeito sofre a ação verbal (sujeito paciente). Pode apresentar-se das seguintes maneiras:

Analítica (ser + particípio do verbo principal):

Exemplos:

Os exercícios foram feitos.

As meninas eram conduzidas pelos pais.

Sintética ou Pronominal (3ª pessoa – verbo principal + "se"):

Exemplos:

Fizeram-se os exercícios (= Os exercícios foram feitos).

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Cantam-se canções de ninar (Canções de ninar são cantadas).

Quebrou-se o violão (O violão foi quebrado).

O “se”, neste caso, é chamado de pronome apassivador.

Observação

Pelos exemplos acima, pode-se perceber que o verbo principal apresenta-se conjugado na terceira pessoa do singular
ou plural, de acordo com o sujeito paciente.
Observe que, tanto na forma analítica quanto na sintética, apenas os verbos transitivos diretos e transitivos diretos e
indiretos vão para a voz passiva. Em orações com verbos intransitivos ou transitivos indiretos ou de ligação, a voz
passiva não ocorre.
Analisemos letra a letra:

ALTERNATIVA A – ERRADO – Não ocorre a presença nem do verbo auxiliar “ser” nem do “se”, não havendo
possibilidade de se ter voz passiva.
No caso, o sujeito “a palavra” é agente da ação verbal “pular”, configurando voz ativa.

ALTERNATIVA B – ERRADO – O “se” não é um pronome apassivador. É sim um pronome reflexivo. É possível verificar
isso, reescrevendo a frase da seguinte forma: “Fixe a si mesmo nele sem receio.”.
Isso posto, trata-se de uma voz reflexiva.

ALTERNATIVA C – CERTO – Temos a presença do verbo auxiliar “ser” – “sendo” – e do verbo principal no particípio –
“observado”. Configura-se, assim, um caso de voz passiva analítica.
ALTERNATIVA D – ERRADO – Até ocorre a presença do verbo “ser”, mas não há a presença de um verbo principal no
particípio. No trecho “A conectividade é, de longe, o maior disfarce”, não ocorre a flexão de voz, haja vista que o verbo é
de ligação. Já no trecho “que a solidão humana encontrou”, o sujeito “solidão humana” é agente da ação verbal
“encontrar”, configurando-se, assim, voz ativa.
ALTERNATIVA E – ERRADO – No trecho “as falas se cruzam”, temos uma voz reflexiva recíproca. Notemos a presença
do pronome recíproco “se” (as falas se cruzam = as falas cruzam umas com as outras).
Já no trecho “eu nunca mais consegui me distrair”, temos uma voz reflexiva. Notemos a presença do pronome reflexivo
“me” (eu nunca mais consegui me distrair = eu nunca mais consegui distrair a mim mesmo).
Resposta: C

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LISTA DE QUESTÕES
1. VUNESP – Prefeitura de Morro Agudo - SP/2020

Assinale a alternativa em que a forma verbal destacada está no tempo presente.

a) Um dia, uma médica conversou com Leila…

b) … ainda não conseguia deixar de se espantar…

c) … porque o marido está mais envelhecido…

d) O certo, quando o amor deixa de existir, seria separar-se…

e) … para que novas histórias de amor pudessem nascer…

2. VUNESP – AVAREPREV - SP/2020

No enunciado “Éramos nove milhões. Agora somos 13,5 milhões de miseráveis!”, a relação de tempo verbal
estabelecida entre as formas destacadas também está presente na frase a seguir, que atende à norma-padrão:
a) Antigamente teve nove milhões. Agora é 13,5 milhões de miseráveis!

b) Antigamente havia nove milhões. Agora são 13,5 milhões de miseráveis!

c) Antigamente haviam nove milhões. Agora tem 13,5 milhões de miseráveis!

d) Antigamente houveram nove milhões. Agora existem 13,5 milhões de miseráveis!

e) Antigamente tinha nove milhões. Agora existe 13,5 milhões de miseráveis!

3. VUNESP – Prefeitura de Cananeia - SP/2020

O verbo “conter”, presente no texto em – nome dado à cápsula que contém Azuma –, também está empregado
corretamente na alternativa:
a) Quando as garrafas conterem o limite máximo de vinho, poderão ser lacradas.

b) Ainda que o recipiente contém rachaduras, poderá ser reaproveitado.

c) Caso os documentos contessem a assinatura dos proprietários, não haveria entraves jurídicos.

d) O boxeador não contera sua agressividade e feriu o adversário.

e) Se o formulário contiver as informações exigidas, o passaporte será emitido.

4. VUNESP – FITO/2020

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Assinale a alternativa que completa, correta e respectivamente, as lacunas da frase, de acordo com a conjugação
verbal.
Se o usuário se __________fiel às empresas, é improvável que se __________contra o vício e _________controle sobre
sua vida.
a) mantiver… previna… exerça

b) mantém… previne… exerce

c) mantiver… previna… exerce

d) mantém… previne… exerça

e) mantenha… previne… exerça

5. VUNESP – SeMAE/2020

Na frase do primeiro parágrafo – Delfino largou-se para o mar no mesmo dia em que chegara ao Rio. –, as formas
verbais destacadas, na sequência em que estão empregadas na frase, sinalizam
a) eventos que ocorreram concomitantemente.

b) eventos cuja realização ocorreu independentemente da vontade do personagem.

c) um evento já concluído e o outro evento ainda em processo.

d) um evento ocorrido posteriormente ao outro evento.

e) um evento que precedeu o outro, ambos ocorridos no passado.

6. VUNESP – Prefeitura de Guarulhos/2019

Considere a seguinte passagem do texto:

Mas quem quer que leia com atenção e sem partido o seu livro há de reconhecer que os autores são extremamente
cautelosos com suas críticas... (4o parágrafo)
Preservando-se o paralelismo entre as formas verbais, os trechos sublinhados podem ser substituídos,
respectivamente, por
a) quaisquer pessoas que lessem ... hajam

b) quaisquer pessoas que lerem ... haverão

c) quaisquer pessoas que leem ... teriam havido

d) quaisquer pessoas que terem lido ... haviam

e) quaisquer pessoas que tenham lido ... houvessem

7. VUNESP – Prefeitura de Dois Córregos/2019

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No período – Imaginava que não teria chance alguma, no entanto, me candidatei. –, as formas verbais destacadas
expressam, correta e respectivamente, sentido de:
a) ação concluída e ação contínua.

b) hipótese e ação concluída.

c) ação contínua e ação concluída.

d) hipótese e ação contínua.

e) ação prospectiva e hipótese.

8. VUNESP – Prefeitura de Guarulhos/2019

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O verbo ir está empregado com o mesmo sentido e a mesma função que o verificado na fala do primeiro quadrinho na
seguinte frase:
a) Vai-se mais um ano, e a obra ainda não foi concluída como o planejado.

b) A rodovia que vai de uma cidade a outra terá a instalação de um pedágio.

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c) Ele vai ao evento de transporte público, porque não gosta de usar carro.

d) O museu permanecerá fechado no próximo mês, pois vai haver uma reforma.

e) A economia da região vai bem, apesar da crise global dos últimos anos.

9. VUNESP – TJ SP/2019

Transpostas para a voz passiva, as passagens “O próximo governo não encontrará um ambiente econômico
internacional sereno.” (1° parágrafo) e “Se até o início deste ano EUA, Europa e China davam sinais de vigor...” (4°
parágrafo) assumem a seguinte redação:
a) Um ambiente econômico internacional sereno não poderá ser encontrado pelo próximo governo. / Se sinais de
vigor deram EUA, Europa e China até o início deste ano...
b) O próximo governo não terá encontrado um ambiente econômico internacional sereno. / Se foram dados sinais de
vigor por EUA, Europa e China até o início deste ano...
c) Um ambiente econômico internacional sereno não terá sido encontrado pelo próximo governo. / Se se deram
sinais de vigor, até o início deste ano, por EUA, Europa e China...
d) Não será encontrado um ambiente econômico internacional sereno pelo próximo governo. / Se sinais de vigor
eram dados por EUA, Europa e China até o início deste ano...
e) Não se encontrará um ambiente econômico internacional sereno no próximo governo. / Se EUA, Europa e China
tinham dado sinais de vigor até o início deste ano...

10. VUNESP – ARSESP/2018

Considere o trecho:

O departamento de engenharia da computação da Academia Árabe de Ciências e Tecnologia desenvolveu um estudo...

Esse trecho está reescrito, conforme a norma-padrão, com a forma verbal na voz passiva correspondente em:

a) Foi o departamento de engenharia da computação da Academia Árabe de Ciências e Tecnologia que desenvolveu
um estudo.
b) Veio desenvolvendo um estudo o departamento de engenharia da computação da Academia Árabe de Ciências e
Tecnologia.
c) Um estudo foi desenvolvido pelo departamento de engenharia da computação da Academia Árabe de Ciências e
Tecnologia.
d) O departamento de engenharia da computação da Academia Árabe de Ciências e Tecnologia tinha desenvolvido
um estudo.
e) Um estudo foi que desenvolveu o departamento de engenharia da computação da Academia Árabe de Ciências e
Tecnologia.

11. VUNESP - CM Indaiatuba/2018

Leia o texto, para responder à questão.

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Há 28 anos um grupo de pessoas se reúne semanalmente na sede da ONG (organização não governamental) Anjos da
Noite, em um sobrado no bairro de Artur Alvim, na Zona Leste de São Paulo. Os voluntários dedicam-se a aplacar as
carências dos moradores de rua. Além de entregar cobertores e roupas, o grupo tem como principal incumbência a
distribuição de refeições. Aos sábados, os colaboradores se organizam para preparar 200 quilos de comida. A
distribuição de 800 marmitas tem início ao cair da noite. Anteriormente, os voluntários rodavam quatro horas pelas ruas
da região central até entregar a última quentinha. Hoje, o trabalho é feito em menos de uma hora. Basta estacionar o
carro, e um grupo de pessoas carentes faz fila para ganhar o alimento.
A experiência dos Anjos da Noite confirma a percepção que tem qualquer cidadão dos maiores centros urbanos
brasileiros: o número de pessoas que vivem nas ruas elevou-se, e muito, nos últimos anos. As estatísticas são
esporádicas e, por isso, não é fácil saber com exatidão a proporção desse crescimento.
(Giovanni Magliano. A rua como único refúgio. Veja, 6.12.2017. Adaptado)

Assinale a alternativa que substitui as expressões destacadas no trecho seguinte, em conformidade com a norma-
padrão.
Basta estacionar o carro, e um grupo de pessoas carentes faz fila para ganhar o alimento.

a) Bastava ... fez ... que ganhasse

b) Bastou ... faria ... que ganha

c) Bastará ... faça... que ganhará

d) Bastaria ... faria ... que ganhasse

e) Bastasse ... fazia ... que ganhava

12. VUNESP - Deleg (PC BA)/2018

Há emprego correto das formas verbais e correlação adequada entre tempos e modos, conforme a norma -padrão, em:

a) Talvez seja válido considerar que o que nos desagradasse na adaptação de determinado livro seja a ausência de nossa
própria leitura, pois sempre esperarmos ver nossas expectativas correspondidas na tela.
b) Por mais que uma adaptação se proposse a ser fiel à obra em que se baseou, sempre haveria aspectos de divergência,
uma vez que o filme tivera uma linguagem própria e traduzira uma leitura particular.
c) Considerando que os leitores tenham modos peculiares de pensar e sentir, a apreensão de um texto literário não será
a mesma para todos, ainda que determinadas interpretações possam ser partilhadas.
d) Se as pessoas manterem o hábito de ler textos literários,teriam muito a ganhar, pois a literatura não apenas é
fundamental para que desenvolvêssemos nosso intelecto mas também é importante para expandirmos a imaginação.
e) Quando as pessoas passassem a dedicar mais tempo à leitura e à introspecção, será possível ampliar suas
potencialidades intelectuais e emocionais, de modo que isso alterará a maneira como elas executariam todas as suas
atividades cotidianas.

13. VUNESP - Prof (SME Barretos)/2018

Leia o texto para responder à questão.

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Black Friday? Levantamento feito pela Folha* mostrou que boa parte dos “descontos” oferecidos nesta sexta-feira não
passa de manipulações até meio infantis de preços, com o objetivo de iludir o consumidor.
Antes, porém, de imprecar contra a ganância dos capitalistas, convém perguntar se os consumidores não desejam ser
enganados. E há motivos para acreditar que pelo menos uma parte deles queira.
No recém-lançado Dollars and Sense (dinheiro e juízo), Dan Ariely e Jeff Kreisler relatam um experimento natural que
mostra que pessoas podem optar por ser “ludibriadas” voluntariamente e que, em algum recôndito do cérebro, isso faz
sentido.
A JCPenney é uma centenária loja de departamentos dos EUA que se celebrizou por jogar seus preços na lua para
depois oferecer descontos “irresistíveis”. Ao fim e ao cabo, os preços efetivamente praticados estavam em linha com os
da concorrência, mas os truques utilizados proporcionavam aos consumidores a sensação, ainda que ilusória, de ter
feito um bom negócio, o que lhes dava prazer.
Em 2012, o então novo diretor executivo da empresa Ron Johnson, numa tentativa de modernização, resolveu acabar
com a ginástica de remarcações e descontos e adotar uma política de preços “justa e transparente”.
Os clientes odiaram. Em um ano, a companhia perdera US$ 985 milhões e Johnson ficou sem emprego. Logo em
seguida, a JCPenney remarcou os preços de vários de seus itens em até 60% para voltar a praticar os descontos
irresistíveis. Como escrevem Ariely e Kreisler, “os clientes da JCPenney votaram com suas carteiras e escolheram ser
manipulados”.
Num mundo em que o cliente sempre tem razão, não é tão espantoso que empresas se dediquem a vender-lhe as
fantasias que deseja usar, mesmo que possam ser desmascaradas com um clique de computador.
* Jornal Folha de São Paulo

(‘Caveat emptor’. Hélio Schwartsman.

http://www1.folha.uol.com.br/ colunas/helioschwartsman/2017/11/1937658-caveat-emptor.shtml 24.11.2017.


Adaptado)
Assinale a alternativa em que a forma verbal em destaque no trecho expressa a ideia de possibilidade de que um fato ou
evento se realize.
a) E há motivos para acreditar que pelo menos uma parte deles queira.

b) ... os preços efetivamente praticados estavam em linha com os da concorrência...

c) ... resolveu acabar com a ginástica de remarcações e descontos...

d) Em um ano, a companhia perdera US$ 985 milhões...

e) Num mundo em que o cliente sempre tem razão...

14. VUNESP - Pref Mogi Cruzes/2018

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(Folha de S.Paulo, 26.10.2017)

Se a frase do 2º quadrinho for reescrita na perspectiva de tempo futuro, em conformidade com a norma-padrão, ela
assumirá a seguinte redação:
a) Quando você querer escrever alguma monstruosidade, será possível comentar de forma anônima.

b) Quando você queira escrever alguma monstruosidade, é possível comentar de forma anônima.

c) Quando você quisesse escrever alguma monstruosidade, seria possível comentar de forma anônima.

d) Quando você quiser escrever alguma monstruosidade, será possível comentar de forma anônima.

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e) Quando você quererá escrever alguma monstruosidade, é possível comentar de forma anônima.

15. VUNESP - CM Indaiatuba/2018

Leia o texto, para responder à questão.

Marieta

Marieta fez 90 anos.

Não resisto à tentação de revelar a idade de Marieta.

Sei que é falta de educação (mas pouca gente sabe hoje o que quer dizer falta de educação, ou mesmo educação) falar
em idade de mulher.
São múltiplas as teorias sobre idade feminina. Eu envelheceria ainda mais, se fosse anotar aqui todos os conceitos
alusivos a essa matéria; enquanto isso, as mulheres ficariam cada vez mais jovens. Depois, não estou interessado em
compendiar a incerta sabedoria em torno do tema incerto. Meu desejo é só este: contar a idade de Marieta, por
estranho que pareça.
E não é nada estranho, afinal. Marieta fazer 90 anos é tão simples quanto ela fazer 15. No fundo, está fazendo seis vezes
15 anos, esta é talvez sua verdadeira idade, por uma graça da natureza que assim o determinou e assim o fez. Privilégio.
Ah, Marieta, que inveja eu sinto de você, menos pelos seus 90, perdão, 6 x 15 anos, do que pelo sinal que iluminou seu
nascimento, sinal de alegria serena, de firmeza e constância, de leve compreensão da vida, que manda chorar quando é
hora de chorar, rir o riso certo, curtir uma forma de amor com a seriedade e a naturalidade que todo amor exige.
Sei não, Marieta (de batismo e certidão, Maria Luísa), mas você é a mais agradável combinação de gente com gente
que eu conheço.
(Carlos Drummond de Andrade, Boca de Luar. Adaptado)

Na passagem “Eu envelheceria ainda mais, se fosse anotar aqui todos os conceitos alusivos a essa matéria; enquanto
isso, as mulheres ficariam cada vez mais jovens.”, tal como estão flexionados, os verbos
a) exprimem incerteza ou dúvida acerca de fatos ocorridos em tempo próximo.

b) expressam possibilidades, referindo-se a fatos não ocorridos.

c) indicam ação que se produzirá em certo momento do futuro.

d) asseveram que uma ação futura estará realizada antes de outra.

e) indicam, entre ações simultâneas, a que estava em processo quando a outra ocorreu.

16. VUNESP - CM Indaiatuba/2018

Leia o texto para responder à questão.

A última crônica

A caminho de casa, entro num botequim da Gávea para tomar um café junto ao balcão. Na realidade, estou adiando o
momento de escrever.

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A perspectiva me assusta. Gostaria de estar inspirado, de coroar com êxito mais um ano nesta busca do pitoresco no
cotidiano de cada um. Eu pretendia apenas recolher da vida diária algo de seu disperso conteúdo humano, fruto da
convivência, que a faz mais digna de ser vivida. Nesta perseguição do acidental, quer num flagrante de esquina, quer
nas palavras de uma criança ou num acidente doméstico, torno-me simples espectador. Sem mais nada para contar,
curvo a cabeça e tomo meu café, enquanto o verso de um poeta se repete na lembrança: “assim eu quereria o meu
último poema”. Não sou poeta e estou sem assunto. Lanço então um último olhar fora de mim, onde vivem os assuntos
que merecem uma crônica.
Ao fundo do botequim, um casal acaba de sentar-se numa das últimas mesas de mármore ao longo da parede de
espelhos. A compostura da humildade, na contenção de gestos e palavras, deixa-se acrescentar pela presença de uma
menininha de seus três anos, laço na cabeça, toda arrumadinha no vestido pobre, que se instalou também à mesa. Três
seres esquivos que compõem em torno à mesa a instituição tradicional da família, célula da sociedade. Vejo, porém, que
se preparam para algo mais que matar a fome.
Passo a observá-los. O pai, depois de contar o dinheiro que discretamente retirou do bolso, aborda o garçom e aponta
no balcão um pedaço de bolo sob a redoma. Este ouve, concentrado, o pedido do homem e depois se afasta para
atendê-lo. A meu lado o garçom encaminha a ordem do freguês. O homem atrás do balcão apanha a porção do bolo
com a mão, larga-o no pratinho – um bolo simples, amarelo-escuro, apenas uma pequena fatia triangular.
A menininha olha a garrafa de refrigerante e o pratinho que o garçom deixou à sua frente. Vejo que os três, pai, mãe e
filha, obedecem em torno à mesa a um discreto ritual. A mãe remexe na bolsa de plástico preto e brilhante, retira
qualquer coisa. O pai se mune de uma caixa de fósforos, e espera. A filha aguarda também, atenta como um
animalzinho. Ninguém mais os observa além de mim.
São três velinhas brancas que a mãe espeta caprichosamente na fatia do bolo. E enquanto ela serve o refrigerante, o pai
risca o fósforo e acende as velas. A menininha sopra com força, apagando as chamas. Imediatamente põe-se a bater
palmas, muito compenetrada, cantando num balbucio, a que os pais se juntam, discretos: “parabéns pra você, parabéns
pra você...”. A menininha agarra finalmente o bolo com as duas mãos sôfregas e põe-se a comê-lo. A mulher está
olhando para ela com ternura – ajeita-lhe a fitinha no cabelo, limpa o farelo de bolo que lhe cai ao colo. O pai corre os
olhos pelo botequim, satisfeito, como a se convencer intimamente do sucesso da celebração. Dá comigo de súbito, a
observá-lo, nossos olhos se encontram, ele se perturba, constrangido – vacila, ameaça abaixar a cabeça, mas acaba
sustentando o olhar e enfim se abre num sorriso.
Assim eu quereria minha última crônica: que fosse pura como esse sorriso.

(Fernando Sabino. http//contobrasileiro.com.br. Adaptado)

A frase cuja forma verbal destacada expressa um desejo está na alternativa:

a) Na realidade estou adiando o momento de escrever. (1º parágrafo)

b) Gostaria de estar inspirado, de coroar com êxito... (2º parágrafo)

c) Sem mais nada para contar, curvo a cabeça… (2º parágrafo)

d) A filha aguarda também, atenta como um animalzinho. (5º parágrafo)

e) ... mas acaba sustentando o olhar e enfim se abre num sorriso.(6º parágrafo)

17. VUNESP - Ag Prev (PAULIPREV)/2018

Leia o texto para responder à questão.

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Sentado no coletivo, observo a roupa que cada um está usando e fico imaginando como escolheu aquele modelito pra
sair de casa.
Tem de tudo. Gente bem vestida, gente de qualquer jeito, bom gosto, mau gosto, roupa limpa, roupa suja.

Toda vez que penso nisso, lembro-me do poeta Paulo Leminski, com quem trabalhei no final dos anos 1980. Leminski
era o que chamamos de “figuraça”. Fazíamos o Jornal de Vanguarda juntos na TV Bandeirantes.
Lema, como o chamávamos, ia trabalhar de qualquer jeito. Uma calça Lee surrada, sem cinto, caindo, camiseta branca
encardida e muitas vezes aparecia na redação de chinelo franciscano.
Um dia, foi surpreendido no corredor da Band pelo comentarista de economia Celso Ming.

– Paulo Leminski, você percebeu que está usando uma meia de cada cor?

Lema levantou ligeiramente sua calça Lee e constatou que Ming – que ele chamava de Dinastia Ming – estava certo.
Não pensou duas vezes e respondeu na lata.
– Dinastia Ming, eu estou me lixando! Acordo, me visto no escuro e só vejo como estou quando chego na rua.

(Alberto Villas. Vou assim mesmo!. 07.12.2017. www.cartacapital.com.br. Adaptado)

Uma expressão verbal que designa uma ação habitual realizada no passado está em:

a) ... ia trabalhar de qualquer jeito.

b) … foi surpreendido no corredor...

c) … está usando uma meia de cada cor?

d) … levantou ligeiramente sua calça...

e) ... respondeu na lata.

18. VUNESP - Ag Prev (PAULIPREV)/2018

Assinale a alternativa em que a concordância está em conformidade com a norma-padrão.

a) Há pessoas que escolhem com bom gosto a roupa que vestem, independentemente das circunstâncias.

b) No coletivo, alguns vestiam-se com cuidado, enquanto outros parecia ser mais displicente.

c) Roupas belas ou feias, limpas ou sujas, tudo levavam a imaginar como devia viver aqueles estranhos.

d) Muitos são os fatores que é levado em conta quando cada um de nós escolhem o que vestir.

e) São importantes lembrar que nossa personalidade e nossos valores não se define pela roupa que usamos.

19. VUNESP - PAULIPREV/2018

De patas para o ar

Rafiki é um angolano, filho de uma economista e de um funcionário de multinacional. Veio para o Brasil estudar
medicina e foi surpreendido pela carga de preconceito que encontrou aqui. Já enfrentou o constrangimento de

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Aula 4: Verbos

perceber que pessoas fecham os vidros dos carros nos sinais quando o veem, ou mulheres se agarram a suas bolsas ao
cruzarem com ele na calçada.
O universitário Rafiki mora em um bairro de classe média alta e uma noite, quando estava para entrar em seu prédio,
viu um casal passar por ele, entrar e bater a porta.
O angolano entrou em seguida e encontrou o casal esperando o elevador. Como a mulher o encarava insistentemente,
ele perguntou:
─ Estou sujo? Tem alguma coisa errada comigo? Qual é o problema?

O marido se desculpou dizendo:

─ Sabe como é hoje em dia, né? A gente tem que ficar ligado...

Quando as pessoas, porém, ficam sabendo que Rafiki é estudante de medicina, mudam a forma de tratá-lo.

Rafiki também não compreende um comportamento que chama sua atenção no Brasil: as pessoas pedirem
informações na rua sem antes dizer “bom dia”, “por favor”, “com licença”. Mas ele não acredita que essa falta de
educação seja maior aqui do que em outros países. A gentileza tem sido pouco valorizada. Rafiki costuma dizer
ultimamente que o mundo todo está de patas para o ar.
(Leila Ferreira. A arte de ser leve. São Paulo: Globo, 2010. Adaptado)

No trecho – O universitário Rafiki mora em um bairro de classe média alta e uma noite, quando estava para entrar em
seu prédio... – as formas verbais destacadas estão, respectivamente, nos tempos
a) presente e futuro.

b) passado e presente.

c) futuro e presente.

d) presente e passado.

e) futuro e passado.

20. VUNESP - Prof (SME Barretos)/2018

Leia a tira para responder à questão.

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(M. Schulz. “Minduim Charles”. http://cultura.estadao.com.br/quadrinhos, 14.11.2017)

Em – Você pode procurar na enciclopédia. –, a forma verbal em destaque

a) atribui às demais palavras sentido figurado.

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b) imprime valor categórico ao verbo procurar.

c) indica polidez no discurso do sujeito falante.

d) evidencia o conteúdo sarcástico do comentário.

e) situa a ação no contexto de um futuro remoto.

21. VUNESP - ASR I (ARSESP)/ARSESP/2018

A revolução digital fortalece as previsões de que as casas ou lares inteligentes oferecerão mais conveniência e menos
dispêndio de energia em um futuro.
A definição de conveniência para esses novos lares tecnológicos, com redução ou eliminação de trabalhos domésticos.
Portanto, para que as edificações inteligentes tenham sucesso, elas deverão se estruturar com base nessa visão de
conveniência como solução para os que vivem em um mundo acelerado e estar ancoradas em uma grande variedade de
sistemas tecnológicos acessíveis e fáceis de operar, tornando a vida das pessoas mais simples.
Além da conveniência, outro relevante benéfico das casas inteligentes, para os consumidores é a sua capacidade de
incorporar aspectos relacionados à administração do gasto de energia, principalmente com iluminação,
condicionamento de ar eletrodomésticos. Um conjunto de sensores, adequadamente configurados para gerenciar esses
sistemas, pode gerar diminuição considerável nos gastos com energia, com reflexos ambientais e econômicos
importantes.
O departamento de engenharia da computação da Academia Árabe de Ciências e Tecnologia desenvolveu um estudo
para avaliar a economia no consumo de energia gerada com o uso de sensores inteligentes, em um apartamento de um
dormitório, cozinha, sala de estar, sala de jantar e banheiro. O estudo concluiu que a economia pode chegara quase
40% do consumo médio mensal de energia.
A tendência de crescimento desse mercado é clara. A empresa de pesquisa Zion Research prevê que a tecnologia das
casas inteligentes deve alcançar um faturamento de US$ 53 bilhões (R$170 bi) em 2022. O crescimento estará calcado,
principalmente, na conexão da casa com os ambientes digitais externos, como por exemplo, a conexão do refrigerador
com os equipamentos dos fornecedores de alimentos.
Naturalmente, a tecnologia das casas inteligentes continuará a evoluir, tornando-se acessível e barata. Com isso, mais
pessoas poderão utilizar-se dela, e novos padrões, modelos e estilos de vida devem se consolidar, principalmente nas
áreas urbanas.
(Claudio Bernades. Casas inteligentes trarão conveniência e reduzirão gasto de energia. Folha de S. Paulo.
www.folha.uol.com.br. 22.01.18. Adaptado)
Considere a frase:

A empresa de pesquisa Zion Research prevê que a tecnologia das casas inteligentes deve alcançar, um faturamento de
US$ 53 bilhões (R$ 170 bi) em 2002.
Nesse contexto, a forma verbal destacada exprime ideia de

a) recomendação

b) obrigatoriedade

c) refutação

d) probabilidade

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e) comprovação

22. VUNESP - ASR I (ARSESP)/ARSESP/2018

A revolução digital fortalece as previsões de que as casas ou lares inteligentes oferecerão mais conveniência e menos
dispêndio de energia em um futuro.
A definição de conveniência para esses novos lares tecnológicos, com redução ou eliminação de trabalhos domésticos.
Portanto, para que as edificações inteligentes tenham sucesso, elas deverão se estruturar com base nessa visão de
conveniência como solução para os que vivem em um mundo acelerado e estar ancoradas em uma grande variedade de
sistemas tecnológicos acessíveis e fáceis de operar, tornando a vida das pessoas mais simples.
Além da conveniência, outro relevante benéfico das casas inteligentes, para os consumidores é a sua capacidade de
incorporar aspectos relacionados à administração do gasto de energia, principalmente com iluminação,
condicionamento de ar eletrodomésticos. Um conjunto de sensores, adequadamente configurados para gerenciar esses
sistemas, pode gerar diminuição considerável nos gastos com energia, com reflexos ambientais e econômicos
importantes.
O departamento de engenharia da computação da Academia Árabe de Ciências e Tecnologia desenvolveu um estudo
para avaliar a economia no consumo de energia gerada com o uso de sensores inteligentes, em um apartamento de um
dormitório, cozinha, sala de estar, sala de jantar e banheiro. O estudo concluiu que a economia pode chegara quase
40% do consumo médio mensal de energia.
A tendência de crescimento desse mercado é clara. A empresa de pesquisa Zion Research prevê que a tecnologia das
casas inteligentes deve alcançar um faturamento de US$ 53 bilhões (R$170 bi) em 2022. O crescimento estará calcado,
principalmente, na conexão da casa com os ambientes digitais externos, como por exemplo, a conexão do refrigerador
com os equipamentos dos fornecedores de alimentos.
Naturalmente, a tecnologia das casas inteligentes continuará a evoluir, tornando-se acessível e barata. Com isso, mais
pessoas poderão utilizar-se dela, e novos padrões, modelos e estilos de vida devem se consolidar, principalmente nas
áreas urbanas.
(Claudio Bernades. Casas inteligentes trarão conveniência e reduzirão gasto de energia. Folha de S. Paulo.
www.folha.uol.com.br. 22.01.18. Adaptado)
Considere o trecho:

O departamento de engenharia da computação da Academia Árabe de Ciências e Tecnologia desenvolveu um


estudo.
Esse trecho está reescrito, conforme a norma -padrão, com a forma verbal na voz passiva correspondente em:

a) Um estudo foi desenvolvido pelo departamento de engenharia da computação da Academia Árabe de Ciências e
Tecnologia.
b) Um estudo foi que desenvolveu o departamento de engenharia da Academia Árabe de Ciências e Tecnologia.

c) Foi o departamento de engenharia da computação da Academia Árabe de Ciências e Tecnologia que desenvolveu o
estudo.
d) O departamento de engenharia da computação da Academia Árabe de Ciências e Tecnologia tinha desenvolvido um
estudo.
e) Veio desenvolvendo um estudo o departamento de engenharia da computação da Academia Árabe de Ciências e
Tecnologia.

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23. VUNESP - Soldado da Polícia Militar do Estado de São Paulo/2018/

O modo verbal em “não digite” expressa um conselho, assim como ocorre com a expressão destacada em:

a) Como não haverá expediente bancário na sexta-feira, o boleto poderá ser pago na segunda-feira.

b) O morador não autorizou a entrada do técnico para a medição do consumo de gás no imóvel.

c) Atenção: não se esqueçam de usar o cinto de segurança também no banco de trás do automóvel.

d) Pesquisadores canadenses descobriram que o macarrão não induz o ganho de peso.

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e) Os candidatos que não apresentarem um documento com foto não poderão realizar a prova.

24. VUNESP - Auxiliar de Papiloscopista Policial (PC SP)/2018

Leia o texto para responder à questão.

O aspecto mais perverso da brutal recessão de 2014-16 – e da lenta recuperação que a sucedeu até agora – é o custo
desproporcional imposto aos mais pobres.
Como primeiro impacto, o fechamento de vagas no mercado de trabalho e a queda da renda reverteram uma trajetória
de avanços sociais que já completava uma década. Durante o longo ciclo de retração, a taxa de desemprego subiu de
6,5% para 13,7%, ou, dito de outro modo, 5,9 milhões de pessoas perderam seus postos de trabalho.
A retomada do crescimento econômico, iniciada no ano passado, tem se mostrado tímida e, embora a desocupação
tenha caído um pouco, a qualidade das vagas geradas deixa a desejar.
Não surpreende, pois, que os dados mais recentes da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) do IBGE
mostrem um quadro deteriorado.
A partir deles, a consultoria LCA calculou que em 2017 a pobreza extrema se elevou em 11%. Conforme os números
publicados pelo jornal Valor Econômico, 14,8 milhões de brasileiros são miseráveis – considerando uma linha de R$ 136
mensais. O Nordeste abriga 55% desse contingente.
Embora não se possa afirmar com certeza, uma vez que o IBGE alterou a metodologia da Pnad e ainda não divulgou as
novas séries históricas, é plausível que também a exorbitante desigualdade social brasileira tenha aumentado com a
recessão.
(Miséria brasileira, editorial. Folha de S.Paulo. 14.04.2018. Adaptado)

Exprime ideia de possibilidade a expressão verbal destacada na passagem:

a) Conforme os números publicados pelo jornal Valor Econômico, 14,8 milhões de brasileiros são miseráveis...

b) ... dito de outro modo, 5,9 milhões de pessoas perderam seus postos de trabalho.

c) ... é plausível que também a exorbitante desigualdade social brasileira tenha aumentado com a recessão.

d) ... a qualidade das vagas geradas deixa a desejar.

e) ... reverteram uma trajetória de avanços sociais que já completava uma década.

25. VUNESP - Agente de Telecomunicações Policial (PC SP)/2018

Frei Caneca e a Virgem Maria

No dia 13 de janeiro de 1825, um condenado caminhava com passos firmes na direção da forca, no centro do Recife. Era
o frei Joaquim do Amor Divino Caneca, o lendário Frei Caneca, lutador incansável pela independência do Brasil. Ele
tinha participado da revolta da Confederação do Equador, sufocada pelo governo de Pernambuco. Vestia o hábito da
Irmandade da Madre de Deus. Sob o olhar curioso da multidão, foi submetido ao degradante ritual da desautoração*,
perdendo os direitos eclesiásticos, para que pudesse enfrentar o suplício da forca.
Impassível e altivo, deixou que os monges despissem suas vestes sagradas. Permaneceu firme quando recebeu na
tonsura** o golpe simbólico da excomunhão. O carrasco já se preparava para o gesto fatal, quando recuou, com o rosto
pálido, dizendo que a Virgem Maria estava junto ao condenado. Veio então o ajudante do carrasco, que também se

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recusou a executar Frei Caneca, diante da visão da Virgem Maria. Aí foram buscar dois escravos. E esses, mesmo
duramente açoitados, negaram-se a participar da execução. O juiz mandou trazer dois presos da cadeia pública e lhes
ofereceu a liberdade em troca da execução de Frei Caneca. E eles igualmente se negaram, alegando a visão da Virgem
Maria.
Mas era preciso matar Frei Caneca de qualquer jeito, como exemplo para desencorajar futuros conspiradores. O juiz
então ordenou que ele fosse fuzilado. Percebendo que os soldados tremiam com as armas na mão, Frei Caneca
procurou exortá-los:
– Vamos, meus amigos. Não me façam sofrer muito. Virgem Maria há de compreender os vossos temores. Tenham fé,
ela já os perdoou.
E os tiros provocaram um arrepio na multidão silenciosa.

(Eloy Terra. 500 anos: Crônicas pitorescas da história do Brasil. Adaptado)

*Desautoração: privação da dignidade do cargo, como medida punitiva.

**Tonsura: corte redondo dos cabelos no topo da cabeça dos clérigos.

Observe a relação temporal entre as situações expressas pelos verbos destacados nos seguintes trechos: (I) No dia 13 de
janeiro de 1825, um condenado caminhava com passos firmes na direção da forca, no centro do Recife. (II) Ele tinha
participado da revolta da Confederação do Equador. (III) Vestia o hábito da Irmandade da Madre de Deus.
É correto concluir que

a) a situação expressa no trecho II é anterior à expressa no trecho I.

b) a situação expressa no trecho I é posterior à expressa no trecho III.

c) a situação expressa no trecho II é simultânea à expressa no trecho III.

d) as situações expressas nos trechos II e III são anteriores à expressa no trecho I.

e) as situações expressas nos trechos I e II são concomitantes.

26. VUNESP - Agente Policial (PC SP)/2018

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Considerando a correlação entre as formas verbais, conforme a norma-padrão, as lacunas devem ser preenchidas,
respectivamente, com:
a) visse ... reporta

b) ver ... reporte

c) veria ... reporte

d) vir ... reporte

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e) verá ... reporta

27. VUNESP - Papiloscopista Policial (PC SP)/2018

Leia o texto para responder à questão.

O Clube dos Suicidas

A senhora – o que foi que tomou mesmo? Comprimidos. Não sabe que comprimidos? Gardenal. Tomou Gardenal.
Muitos? Cuidado, não pise no fio do microfone. Dez comprimidos. E o que foi que sentiu? Uma tontura gostosa! Vejam
só, uma tontura gostosa! Não é notável? Uma tontura gostosa. E foi por causa de quem? Olha o fio. Do marido. O
marido bebia. Batia também? Batia. Voltava bêbado e batia. Quebrava toda a louça. Agora prometeu se regenerar. E ela
não vai mais tomar Gardenal. Palmas. Olha o fio. Fica ali, à esquerda. Ali, junto com as outras. Depois recebe o brinde.
Aproveito este breve intervalo para anunciar que a moça loira da semana passada – lembram, aquela que tomou ri-do-
rato? Morreu. Morreu ontem. A família veio aqui me avisar. Foi uma dura lição, infelizmente ela não poderá aproveitar.
Outros o farão. E a senhora? Ah, não foi a senhora, foi a menina. Que idade tem ela? Dez. Tomou querosene? Por que a
senhora bateu nela? A senhora não bate mais, ouviu? E tu não toma mais querosene, menina. A propósito, que tal o
gosto? Ruim. Não tomou com guaraná? Ontem esteve aqui uma que tomou com guaraná. Diz que melhorou o gosto.
Não sei, nunca provei. De qualquer modo, bem-vinda ao nosso Clube. Fica ali, junto com as outras. Cuidado com o fio.
Olha um homem! Homem é raro aqui. O que foi que houve? A mulher lhe deixou? Miserável. Ah, não foi a mulher.
Perdeu o emprego. Também não é isto. Fala mais alto! Está desenganado. É câncer? Não sabe o que é. Quem foi que
desenganou? Os doutores às vezes se enganam. Fica ali à esquerda e aguarde o brinde. E esta moça? Foi Flit? Tu pensas
que é barata, minha filha? Vai ali para a esquerda. Olha o fio, olha o fio. E esta senhora, tão velhinha – já me disseram
que a senhora quis se enforcar. É verdade? Com o fio do ferro elétrico, quem diria! E dá? Mostra para nós como é que
foi. Pode usar o fio do microfone.
(Moacyr Scliar, Os melhores contos, 1996)

Nos trechos “Cuidado, não pise no fio do microfone.”, “Fica ali, à esquerda.” e “Mostra para nós como é que foi.”, o
apresentador emprega o verbo no imperativo, respectivamente, com as seguintes finalidades:
a) advertência, solicitação e ordem.

b) solicitação, pedido e pedido.

c) pedido, orientação e ordem.

d) advertência, orientação e pedido.

e) ordem, solicitação e orientação.

28. VUNESP - Assistente Administrativo I (UNESP)/Campus Itapeva/2017

Leia o texto para responder à questão.

Fogo e Madeira

Não foi pouco para um único dia de fiscalização. Dois caminhões, um trator, uma camionete e uma pá carregadeira
foram inutilizados pelo Ibama*, por servirem à extração ilegal de madeira na divisa entre Rondônia e Mato Grosso.
Embora os agentes do instituto tivessem o que comemorar, seria incorreto qualificar como êxito o que ocorreu – pelo
menos de uma perspectiva mais alongada no tempo.

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A facilidade com que se encontraram sinais flagrantes de desmatamento nada mais revela do que o extremo de sem-
cerimônia dos madeireiros ilegais na Amazônia.
Autorizada por decreto de 2008, a destruição dos equipamentos empregados nessa atividade predatória parece ser
uma das poucas punições efetivamente ressentidas pelos infratores. Levada a cabo por meio de helicópteros, a ação do
Ibama afugenta, pelo mero estardalhaço de sua aproximação, os responsáveis diretos pelo crime.
Porém, mal os helicópteros levantam voo novamente, o desmatamento prossegue. Operações dessa monta se fazem
de raro em raro, e os madeireiros não chegam a abalar-se da área protegida.
Além da óbvia extensão da floresta, outros fatores tornam complexa a fiscalização. Madeireiros possuem, por exemplo,
licença para a exploração sustentável do recurso natural, mas a utilizam para enveredar em áreas protegidas.
Iniciativas mais extensas e difíceis, mas de maior alcance, envolveriam o engajamento da população em outras
atividades atraentes do ponto de vista econômico. A falta de alternativas de trabalho sem dúvida explica por que
madeireiros ilegais encontram algum apoio entre os habitantes da região. Ainda que fulgurante, a ação de poucos
fiscais será incapaz de interromper o desmatamento.
* Ibama: Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis

(Folha de S.Paulo, 24.12.2016. Adaptado)

No trecho do penúltimo parágrafo do texto “Iniciativas mais extensas e difíceis, mas de maior alcance, envolveriam o
engajamento da população...”, a forma verbal em destaque expressa sentido de
a) improbabilidade.

b) certeza.

c) ação concluída.

d) dúvida.

e) possibilidade.

29. VUNESP - Tecnólogo de Administração (PM SP)/2017

Muitos acontecimentos se tinham passado entre eles nestes dois dias; há circunstâncias em que os sentimentos
marcham com uma rapidez extraordinária, e devoram meses e anos num só minuto.
Reunidos nesta sala pela necessidade extrema do perigo, vendo-se a cada momento, trocando ora uma palavra, ora um
olhar, sentindo-se enfim perto um do outro, esses dois corações, se não se amavam, compreendiam-se ao menos.
Álvaro fugia e evitava Isabel; tinha medo desse amor ardente que o envolvia num olhar, dessa paixão profunda e
resignada que se curvava a seus pés sorrindo melancolicamente. Sentia-se fraco para resistir, e entretanto o seu dever
mandava que resistisse.
Ele amava, ou cuidava* amar ainda Cecília; prometera a seu pai ser seu marido; e na situação em que se achavam,
aquela promessa era mais do que um juramento, era uma necessidade imperiosa, uma fatalidade que se devia cumprir.
Como podia ele pois alimentar uma esperança de Isabel? Não seria infame, indigno, aceitar o amor que ela lhe
oferecera suplicando? Não era seu dever destruir naquele coração esse sentimento impossível?
(José de Alencar, O guarani)

* imaginava

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A passagem em que a primeira forma verbal destacada está flexionada de modo a expressar uma ação ocorrida em um
tempo anterior ao da segunda forma verbal destacada é:

a) ... há circunstâncias em que os sentimentos marcham com uma rapidez extraordinária...

b) ... esses dois corações, se não se amavam, compreendiam-se ao menos.

c) Álvaro fugia e evitava Isabel...

d) ... prometera a seu pai ser seu marido; e na situação em que se achavam...

e) Como podia ele pois alimentar uma esperança de Isabel?

30. VUNESP - Técnico (CRBio 01)/2017

Tentação do imediato

É difícil definir o status de uma época quando ainda se está nela, mas certamente uma das características marcantes do
momento atual é o imediatismo. Percebo a tendência de simplificação nos procedimentos e a opção pelas ações que
oferecem vantagens imediatas e menores riscos, sem considerar as consequências futuras.
Esse comportamento pode ser resultante da dificuldade de se lidar com as frustrações geradas, basicamente, por três
motivos: demora, contrariedade e conflito. Seus efeitos podem ser agressão, regressão e fuga.
Um experimento famoso feito na Universidade Stanford (EUA), no final dos anos 1960, testou a capacidade de crianças
resistirem à atração da recompensa instantânea – e rendeu informações úteis sobre a força de vontade e a
autodisciplina. Aquelas que resistiram tiveram mais sucesso na vida.
A atitude imediatista praticamente impacta todas as decisões, desde a vida pessoal à rotina das empresas, chegando
até à condução do país. O que importa é o hoje e o agora!
Muitas vezes, o valor da durabilidade e da consistência – o longo prazo – parece uma história fantasiosa. Entretanto, a
vida prática confirma que o investimento em educação de qualidade e a dedicação aos estudos, por exemplo, geram
bons resultados futuros. Profissionais bem qualificados e competentes em suas áreas de atuação, ou seja, aqueles que
se dedicaram, aprofundaram seus conhecimentos e os praticaram, costumam encontrar melhores opções na vida
profissional.
É preciso, todavia, acreditar nessa equação e investir tempo e dinheiro para colher seus frutos.

Os atalhos são tentadores, mas seus resultados a longo prazo tendem a ser frustrantes.

(Folha de S.Paulo, 31.01.2016. Adaptado)

Considere a frase elaborada a partir das ideias do texto.

Se a pessoa _________ nessa equação e investir tempo e dinheiro, poderá colher bons frutos.

A lacuna dessa frase deve ser preenchida, de acordo com a norma-padrão da língua portuguesa, com:

a) ter crença

b) pôr foco

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c) querer apostar

d) poder crer

e) vir sentido

31. VUNESP - CM Mogi Cruzes/2017

Leia o texto para responder à questão.

O substituto da vida

Quando meu instrumento de trabalho era a máquina de escrever, eu me sentava a ela, escrevia o que tinha de escrever,
relia para ver se era aquilo mesmo, fechava a máquina, entregava a matéria e ia à vida.
Se trabalhasse num jornal, isso incluiria discutir futebol com o pessoal da editoria de esporte, ir à esquina comer um
pastel ou dar uma fugida ao cinema.
Se já trabalhasse em casa, ao terminar de escrever eu fechava a máquina e abria um livro, escutava um disco ou dava
um pulo rapidinho à praia. Só reabria a máquina no dia seguinte.
Hoje, diante do computador, termino de produzir um texto, vou à lista de mensagens para saber quem me escreveu,
deleto mensagens inúteis, respondo às que precisam de resposta, eu próprio mando mensagens inúteis. Quando me
dou conta, já é noite lá fora e não saí da frente da tela.
Com o smartphone seria pior ainda. Ele substituiu a caneta, o bloco, a agenda, o telefone, a banca de jornais, a máquina
fotográfica, o álbum de fotos, a câmera de cinema, o DVD, o correio, a secretária eletrônica, o relógio de pulso, o
despertador, o gravador, o rádio, a TV, o CD, a bússola, os mapas, a vida. É por isso que nem lhe chego perto – temo que
ele me substitua também.
(Ruy Castro. Folha de S.Paulo. 02.01.2016. Adaptado)

Assinale a alternativa em que a forma verbal em destaque expressa a probabilidade de um fato ou um evento ocorrer.

a) Quando meu instrumento de trabalho era a máquina de escrever…

b) … fechava a máquina, entregava a matéria e ia à vida.

c) Hoje, diante do computador, termino de produzir um texto…

d) … vou à lista de mensagens para saber quem me escreveu…

e) Com o smartphone seria pior ainda.

32. VUNESP - Psicólogo Judiciário (TJ SP)/2017

Leia o poema de Mario Quintana para responder à questão.

Outra estatística

Leio que certa cidade,

E olhe que não das maiores,

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Tem quatro milhões de almas...

Mas isso deve ser para atenuar a situação.

O que a cidade tem, no duro,

São quatro milhões de bocas!

(Mario Quintana. Da preguiça como método de trabalho)

No poema, o eu lírico estabelece uma interlocução direta com o leitor, quando emprega o verbo no imperativo em:

a) Mas isso deve ser para atenuar a situação.

b) Tem quatro milhões de almas...

c) São quatro milhões de bocas!

d) E olhe que não das maiores,

e) Leio que certa cidade,

33. VUNESP - Escrevente Técnico Judiciário (TJ SP)/2017

Iniciando-se a frase – Retemos mais informações quando nos sentamos em um local fixo... – com o termo Talvez,
indicando condição, a sequência que apresenta correlação dos verbos destacados de acordo com a norma- padrão será:
a) reteremos ... sentávamos

b) retivéssemos ... sentássemos

c) reteríamos ... sentarmos

d) retínhamos ... sentássemos

e) retivemos ... sentaríamos

34. VUNESP - Procurador Jurídico (CM Sumaré)/2017

Assinale a alternativa que completa, corretamente, as lacunas do trecho.

Se as ideias de Abranches _______________ a ser adotadas, talvez elas _______________ a ordem estabelecida. E, se os
governos _______________ o avanço das mudanças climáticas, talvez haja esperanças para o futuro da humanidade.
a) vierem, subvertem, deterem

b) virem, subvertam, deterem

c) vierem, subvertam, detiverem

d) vierem, subvertam, deterem

e) virem, subvertem, detiverem

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35. VUNESP - CM Marília)/2017

A forma verbal destacada foi empregada, de acordo com a norma-padrão da língua portuguesa, em:

a) Para justificar a pobreza, os governantes põem a culpa na economia mundial.

b) As pessoas honestas tem se revoltado contra a situação do país.

c) Se os eleitores quererem um país melhor, não votarão nos corruptos.

d) Se haver participação dos cidadãos, construiremos uma sociedade mais justa para o Brasil.

e) Se as pessoas fazerem constantes denúncias, poderemos coibir ilegalidades de toda espécie.

36. VUNESP - CM Marília/2017

Leia o texto de Lygia Fagundes Telles para responder à questão a seguir.

A disciplina do amor Foi na França, durante a Segunda Grande Guerra: um jovem tinha um cachorro que todos os dias,
pontualmente, ia esperá-lo voltar do trabalho. Postava-se na esquina, um pouco antes das seis da tarde. Assim que via o
dono, ia correndo ao seu encontro e, na maior alegria, acompanhava-o com seu passinho saltitante de volta à casa.
A vila inteira já conhecia o cachorro, e as pessoas que passavam faziam-lhe festinhas e ele correspondia, chegava a
correr todo animado atrás dos mais íntimos. Para logo voltar atento ao seu posto e ali ficar sentado até o momento em
que seu dono apontava lá longe.
Mas eu avisei que o tempo era de guerra, o jovem foi convocado. Pensa que o cachorro deixou de esperá-lo? Continuou
a ir diariamente até a esquina, fixo o olhar ansioso naquele único ponto, a orelha em pé, atenta ao menor ruído que
pudesse indicar a presença do dono bem-amado. Assim que anoitecia, ele voltava para casa e levava sua vida normal de
cachorro até chegar o dia seguinte. Então, disciplinadamente, como se tivesse um relógio preso à pata, voltava ao
posto de espera.
O jovem morreu num bombardeio, mas no pequeno coração do cachorro não morreu a esperança. Quiseram prendê-lo,
distraí-lo. Tudo em vão. Quando ia chegando aquela hora, ele disparava para o compromisso assumido, todos os dias.
Com o passar dos anos (a memória dos homens!) as pessoas foram se esquecendo do jovem soldado que não voltou.
Casou-se a noiva com um primo. Os familiares voltaram-se para outros familiares. Os amigos, para outros amigos. Só o
cachorro já velhíssimo continuou a esperá-lo na sua esquina. As pessoas estranhavam, mas quem esse cachorro está
esperando?… Uma tarde (era inverno) ele lá ficou, o focinho voltado para “aquela” direção.
(http://www.beatrix.pro.br/index.php/a-disciplina-do-amor-lygia-fagundes-telles/ Adaptado)

A forma verbal destacada indica ação realizada habitualmente pelo sujeito em:

a) ... e as pessoas que passavam faziam-lhe festinhas e ele correspondia...

b) Mas eu avisei que o tempo era de guerra...

c) Pensa que o cachorro deixou de esperá-lo?

d) ... e levava sua vida normal de cachorro até chegar o dia seguinte.

e) Os familiares voltaram-se para outros familiares.

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37. INÉDITA

Está incorreta a correlação entre tempos e modos verbais na seguinte frase:


a) Muitos se recordariam da felicidade exultante com que eram ingeridos os pedaços da torta.
b) Foi promovida graças ao compadrio que andava na moda e que por muitos anos ofuscara a meritocracia.
c) Um mal-intencionado sugere que se dê por encerrada a aula e comecemos logo as festividades do feriado.
d) Depois de haver adormecido por três dias na cama de um hospital, o paciente acabara sendo salvo por um milagre
divino.
e) Já informado do salvamento do paciente, o familiar não se conteve de alegria e se permitiu não comparecer à reunião
com o chefe.

38. INÉDITA

“O Governo deve, em 2019, devido à carência de quadro efetivo nos órgãos-chave da Administração Pública, contratar
número expressivo de servidores públicos.”
A transposição desse período para a voz passiva terá como resultado a seguinte forma verbal:

a) devem ser contratados

b) deve ser contratado

c) têm sido contratados

d) devem ser contratados

e) está contratando

39. INÉDITA

Observadas a regência e a flexão verbal, está correta a seguinte frase:

a) O apartamento que, na época, nos instalamos era o que tínhamos condições de pagar, porém havia um acordo: se
todos se mantessem em seus empregos durante razoável tempo, haveria chance de nos mudarmos para um lugar mais
espaçoso.
b) Irritei-me com tantos abaixo-assinados e requis transferência daquele desagradável departamento.

c) Afirmam que o funcionário atribue toda aquela discussão a uma intolerância por parte dos militantes.

d) Intermedio o encontro entre os candidatos à Presidência da República, para que haja uma coerente moderação
durante o debate.
e) Sentiu-se ofendido com a proposta e pensou que, se propusesse alterações em algumas cláusulas do contrato, teria
um sucesso na negociação.

40. INÉDITA

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Prof. José Maria
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Aula 4: Verbos

Alguns anos atrás, a palavra "conectividade" dormia em paz, em desuso, nos dicionários, lembrando vagamente algo
como ligação, conexão. Agora, na era da informática e de todas as mídias, a palavra pulou para dentro da cena e
ninguém mais admite viver sem estar conectado. Desconfio que seja este o paradigma dominante dos últimos e dos
próximos anos, em nossa aldeia global: o primado das conexões.
No ônibus de viagem, de que me valho regularmente, sou quase uma ilha em meio às mais variadas conexões: do
vizinho da direita vaza a chiadeira de um fone de ouvido bastante ineficaz; do rapazinho à esquerda chega a viva
conversa que mantém há quinze minutos com a mãe, pelo celular; logo à frente um senhor desliza os dedos no laptop
no colo, e se eu erguer um pouquinho os olhos dou com o vídeo − um filme de ação − que passa nos quatro monitores
estrategicamente posicionados no ônibus. Celulares tocam e são atendidos regularmente, as falas se cruzam, e eu
nunca mais consegui me distrair com o lento e mudo crepúsculo, na janela do ônibus.
Não senhor, não são inocentes e efêmeros hábitos modernos: a conectividade irrestrita veio para ficar e conduzir a
humanidade a não sabemos qual destino. As crianças e os jovens nem conseguem imaginar um mundo que não seja
movido pela fusão das mídias e surgimento de novos suportes digitais. Tanta movimentação faz crer que, enfim, os
homens estreitaram de vez os laços da comunicação.
Que nada. Olhe bem para o conectado ao seu lado. Fixe-se nele sem receio, ele nem reparará que está sendo
observado. Está absorto em sua conexão, no paraíso artificial onde o som e a imagem valem por si mesmos, linguagens
prontas em que mergulha para uma travessia solitária. A conectividade é, de longe, o maior disfarce que a solidão
humana encontrou. É disfarce tão eficaz que os próprios disfarçados não se reconhecem como tais. Emitimos e
cruzamos frenéticos sinais de vida por todo o planeta: seria esse, Dr. Freud, o sintoma maior de nossas carências
permanentes?
Assinale o trecho que contém uma passagem na voz passiva

a) ... a palavra pulou para dentro da cena...

b) Fixe-se nele sem receio...

c) ... ele nem reparará que está sendo observado.

d) A conectividade é, de longe, o maior disfarce que a solidão humana encontrou.

e) ... as falas se cruzam, e eu nunca mais consegui me distrair com o lento e mudo crepúsculo, na janela do ônibus.

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