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Com os recentes resultados legislativos, a maior conclusão que podemos retirar é o fim do

bipartidarismo em Portugal, é a descrença pelo centro democrático, é descrença pela


democracia e pela liberdade

O Chega com sua exponencial subida em 18,06% passa a cumprir assim 48 mandatos e
compõe uma boa parte da assembleia da república, a casa da democracia em Portugal.

O problema passa mesmo por aí, os portugueses trocaram a sua liberdade por nada, os
portugueses abdicaram daqueles que a preservam e escolheram o lado mau da história, os
que alimentam os descontentamentos, as descrenças, o que estão do lado de todos mas
não estão do lado nenhum.

A história comprovou isso mesmo, a pobreza e o mal estar alimentam os extremos,


fazem-nos crescer. Vimos isso mesmo na Alemanha em 1932, na Itália em 1922, ou até
mesmo no presente recente no Brasil com Bolsonaro, ou nos EUA.

Todos estes partidos crescem a partir daí, crescem a partir do descontentamento geral e da
descrença , e prometem a mudança, o crescimento, o sentimento nacional, a Nação, a
gloriosa Nação! Mas… Somente a troco daquilo que é intrínseco ao indivíduo, a liberdade.

Os portugueses assim o decidiram, e com a recente conjuntura tanto nacional como


internacionalmente era o mais provável de acontecer, delegaram parte da sua liberdade a
troco de nada, a partido de um homem só, a um líder que afirma ser o único capaz de
restaurar e vangloriar Portugal.

Com os 50 anos de abril, parte do povo esqueceu-se da importância que esse dia teve no
resto das nossas vidas, e apoiou o regime que o 25 de abril derrotou. O regime que
assegurou a nossa liberdade a troco de nada.

Acredito que as gerações que lutaram pela democracia e pela liberdade durante 40 anos
ainda se mantenham fieis a mesma, mas o eleitorado mais jovem e pós 25 abril acredita
que a liberdade é garantida e permanente, o que não é verdade. A liberdade só é possível
se lutarmos todos os dias por ela. A liberdade não é troco por nada nem é troco por tudo, a
liberdade é tudo!

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