I Acampamento de Juventudes

Espiritualidade Libertadora

Fé que oprime ou fé que liberta?

 Jesus e a espiritualidade
libertadora
A experiência da prática de espiri-
tualidade da igreja cristã na histó-
ria tem demonstrado um esforço
da grande parte do povo de Deus
em buscar uma espiritualidade in-
dividualista marcada pelo reducio-
nismo que aponta para uma rela-
ção Deus-homem/mulher. Como
igreja, nossa história é pontuada
pelo esforço pessoal em uma rela-
ção individual com Deus na linha
unicamente vertical em detrimento
de um encontro com o outro, em
uma perspectiva comunitária na
dimensão de um novo horizonte.
Um cenário que se caracteriza pelo
individualismo religioso, sem pers-
pectivas de uma vida comunitária
que acolhe, compartilha e encarna
na vida o evangelho libertador de
Jesus de Nazaré.
As palavras de Jesus no Evangelho
de Marcos nos animam na busca
de uma nova espiritualidade. Jesus
exalta o amor como o maior man-
damento que transcende toda a lei
o os profetas. É na força do amor
que o ódio, a opressão, a divisão
e a exclusão são superados. Jesus
desafia seus discípulos e discípulas
à prática do amor que é supremo,
que vence as barreiras do precon- A maneira concreta para uma prá-
Acampamento de Juventudes de
2 Espiritualidade Libertadora
ceito e do individualismo.
“Amarás, pois, ao Senhor teu Deus
de todo o teu coração, e de toda a
tua alma, e de todo o teu entendi-
mento, e de todas as tuas forças;
este é o primeiro mandamento. E
o segundo, semelhante a este, é:
Amarás o teu próximo como a ti
mesmo. Não há outro mandamento
maior do que estes”. (Mc.12:30,31)
O mandamento de Jesus supera em
muito a espiritualidade dos religio-
sos de sua época. A prática de amar
a Deus e ao próximo é um rompi-
mento radical com a velha doutri-
na do pensamento judaico/funda-
mentalista que obrigava as pessoas
a amar apenas os seus pares e odiar
os inimigos. Jesus desconstrói essa
doutrina e aponta para o amor in-
condicional e verdadeiro, com base
na liberdade (Lc.6.27-36). Jesus en-
sina que amar a Deus implica dire-
tamente em amar o nosso próximo
que pode ser também nosso inimi-
go. Não pode haver uma dicotomia
pois os dois mandamentos se com-
pletam em um (v.30). Quem prati-
ca o amor o faz com liberdade, não
espera nada em troca, não impõe
condições e limites, apenas ama a
todos, assim como Jesus nos amou.
xis da espiritualidade cristã comple-
ta-se quando temos um encontro
com Deus e com o nosso próximo.
Uma nova espiritualidade que vai
muito além do cumprimento de
códigos, ritos e dogmas estabele-
cidos pelo sistema religioso. Uma
nova vida que é demonstrada na
caminhada com as pessoas, prin-
cipalmente com o pobre. Esta nova
espiritualidade deve ser vivenciada
em nós nos mais diversos lugares.
No bairro onde moramos, na famí-
lia, no trabalho, na sala de aula, nas
comunidades periféricas onde atu-
amos e nos encontros onde expres-
samos a nossa fé. É nos diversos
encontros da vida que se manifesta
essa espiritualidade libertadora que
acolhe, compartilha, que é miseri-
cordiosa e fraterna, que desfruta da
liberdade de amar a todos/as.
Uma espiritualidade libertadora
celebra e exalta a vida. Valoriza as
pessoas e reconhece o seu gran-
de valor como ser humano. Esta
foi vivida intensamente por Jesus
de Nazaré. Por isso, Jesus preferiu
caminhar com o povo em vez de
centralizar suas energias no tem-
plo. Jesus foi para a Galileia e lá ini-
ciou sua caminhada de libertação.
Um lugar de esquecidos, de diver- A igreja cristã de hoje tem buscado
sidade e desafios libertários. Para viver a espiritualidade, e não são
Jesus, a vida estava acima de todas poucas as formas e entendimentos.
as observâncias da lei e do seu ri-
goroso cumprimento, e por esta ra-
zão, convida as pessoas a aprender
com ele sobre mansidão, humilda-
de, amor e libertação da opressão
(Mt.11.30). Uma caminhada a par-
tir do povo, de baixo para cima, da
Galileia para Jerusalém, centro do
poder.
Os que se ajuntam para o seguimen-
to de Jesus, são em sua maioria do
grupo dos oprimidos. São os cam-
poneses, os doentes, os leprosos, as
prostitutas, os possuídos por espí-
ritos malignos, as mulheres pobres,
as crianças, escravos e empregados
do baixo escalão do estado, como
no caso dos coletores de impostos e
soldados que estavam a serviço de
Roma. A ala dos excluídos, vítimas
da opressão dos poderes do esta-
do e da religião compões o grupo
dos seguidores do caminho. Essa
nova espiritualidade de libertação e
amor, construída longe do templo
e de seu controle sobre as pessoas,
caracteriza uma revolução da parte
de Jesus em um contexto de exclu-
são aos mais pobres. É a chegada
do reino de Deus, que aponta para
uma nova esperança.

Fé que oprime ou fé que liberta? 3

Ir ao templo, orar, ler a bíblia e bus-
car o poder de Deus para resolver 17. Eu acredito que o mundo será
questões pessoais são algumas das melhor, quando o menor que padece
diversas formas de espiritualidade acreditar no menor.
hoje. Mas qual espiritualidade Je-
18. Mesmo as trevas, não são trevas
sus nos ensinou e viveu? Nos diver-
para ti, a noite é luminosa como o dia.
sos encontros da vida, quem temos
encontrado? Nossa caminhada está
seguindo os passos do seguimento Cantos de Animação

1.Você que está chegando

de Jesus de Nazaré, que caminhou
com os pobres vítima da opressão?
Estamos acolhendo a todos/as para Você que está chegando,
a construção de uma nova espiritu- bem vindo!! Seja bem vindo! (bis)
alidade libertadora?
Só estava faltando você aqui, só estava
faltando você irmão,
Refrões Orantes Só estava faltando você aqui, bem vin-
do seja bem vindo!
2.Onde reina o amor, fraterno amor.
Onde reina o amor, Deus aí está.
2. Um abraço bem dado
Sejam bem-vindos olêlê,
5. Em silêncio abandona-te ao Senhor!
seja bem vindo olálá!
6. Deus é amor! Arrisquemos viver por Paz e bem pra você que veio partici-
amor. Deus é amor, Ele afasta o medo. par! (bis)
Um abraço bem dado de bom coração
8. Confiemo-nos ao Senhor, Ele é justo é como bênção, para o irmão!
e tão bondoso. Confiemo-nos ao Se- (bis)
nhor, Aleluia!

10. Senhor, vós sois o Bem, o Sumo

3.Cântico dos Elementos
1.Fogo! Fogo!
Bem, todo o Bem!
Fogo Sagrado!
Fogo Sagrado! (Bis)
13.Desde a manhã preparo uma ofe-
Luz Divina, Luz Divina,
renda e fico Senhor a espera do teu
Luz Divina, Luz Divina,
sinal.
Desce sobre nós. (bis)
16.Vocês são o sal, o sal tem sabor, Sal
2.Terra. Terra.
da terra, diz o Senhor!
Acampamento de Juventudes de
4 Espiritualidade Libertadora
Terra Sagrada,
Terra Sagrada. (Bis)
Luz Divina, Luz Divina
Luz Divina, Luz Divina
Desce sobre nós. (bis)
3.Água. Água.
Água Sagrada.
Água Sagrada. (Bis)
Luz Divina, Luz Divina,
Luz Divina, Luz Divina
Desce sobre nós. (bis)
4.Vento. Vento.
Vento Sagrado.
Vento Sagrado. (Bis)
Luz Divina, Luz Divina
Luz Divina, Luz Divina
Desce sobre nós. (bis)
4. Irá Chegar
Irá chegar um novo dia.
Um novo céu, uma nova terra,
Um novo mar./ E nesse dia, os opri-
midos,/ A uma só voz,a liberdade,
irão cantar.
1.Na nova terra o negro não vai ter
corrente,/ e o nosso índio vai ser visto
como gente./ Na nova terra o negro, o
índio e o mulato,/ o branco e todos vão
comer no mesmo prato.
2.Na nova terra o fraco, o pobre e o
injustiçado,/ serão juises deste mun-
do de pecado./ Na nova terra o forte o
grande e o prepotente/ irão chorar ate
ranger os dentes.
Fé que oprime ou fé que liberta?
3.Na nova terra a mulher terá direitos./
Não sofrerá humilhações e preconcei-
tos./ O seu trabalho todos irão valori-
zar, /das descisões ela irá participar.
4. Na nova terra os povos todos ir-
manados,/ com sua cultura e direitos
respeitados,/ farão da vida um bonito
amanhecer. /Com igualdade no direito
de viver.
5. Oração de S. Francisco
SENHOR, fazei-me instrumento de
Vossa paz,
Onde houver ódio,
que eu leve o amor,
Onde houver ofensa,
que eu leve o perdão,
Onde houver discórdia,
que eu leve a união,
Onde houver dúvida,
que eu leve a fé,
Onde houver erro,
que eu leve a verdade,
Onde houver desespero,
que eu leve a esperança,
Onde houver tristeza,
que eu leve alegria,
Onde houver trevas,
que eu leve a luz.
Ó Mestre, fazei que eu procure mais/
consolar que ser consolado;
compreender que ser compreendido,/
amar, que ser amado./ Pois é dando
que se recebe/ é perdoando que se é
perdoado/e é morrendo que se vive
para a vida eterna ...
5
6. Quem disse ?
Quem disse que não somos nada/
que não temos nada para oferecer/
Repare as nossas mãos abertas/ tra-
zendo as ofertas do nosso viver (bis)
1.A fé do homem nordestino/ que bus-
ca um destino e um pedaço de chão./A
luta do povo oprimido/que abre cami-
nho e transforma a nação
Ô, ô, ô, ô, recebe Senhor.
2.Retalhos de nossa historia/ bonitas
vitórias que meu povo tem./ Palmares,
Canudos, Cabanas são lutas de hoje e
de ontem tambem. Ô, ô, ô, ô, recebe
Senhor.
3.Aqui trazemos a semente sangue
desta gente/que fecunda o chão. Do
gringo e tantos lavradores Santo e ope-
rarios em libertação.
Ô, ô, ô, ô, rcebe Senhor.
4.Coragem de quem dá a vida seja ofe-
recida com este vinho e pão./ É força
que destrói a morte e muda nossa sor-
te é ressureição.
Ô, ô, ô, ô recebe Senhor.
5. Negro nagô
1. Eu vou tocar minha viola, eu sou um
negro cantador./ O negro canta deita e
rola, lá na senzala do Senhor.
7.Dança aí negro nagô (4X)
2. Tem que acabar com esta história de
negro ser inferior./ O negro é gente e
Acampamento de Juventudes de
6 Espiritualidade Libertadora
quer escola, quer dançar samba e ser
doutor.
3. O negro mora em palafita, não é cul-
pa dele não senhor./ A culpa é da abo-
lição que veio e não o libertou.
4. Vou botar fogo no engenho aonde o
negro apanhou./O negro é gente como
o outro, quer ter carinho e ter amor.
8. AXÉ
1.Irmãos e irmãs assumam sua raça as-
sumam sua cor/ essa beleza negra Olo-
rum quem criou/ Vem pro quilombo
axé dançar o Nagô.
Todos unidos num só pensamento le-
vando a origem desse carnaval desse
toque colossal
Pra denunciar o Racismo
Contra o Apartheid Brasileiro
13 de Maio não é dia de negro
13 de Maio não é dia de negro
quilombo axé colofe colofe colofe
Olorum
9. Negra Mariama
Negra Mariama!
Negra Mariama chama!
1.Negra Mariama chama para enfei-
tar/ O andor porta estandarte para os-
tentar/ A imagem Aparecida em nossa
escravidão/ Com o rosto dos peque-
nos, cor de quem é irmão.
2.Negra Mariama chama pra cantar
Que Deus uniu os fracos pra se liber-
tar/ E derrubou dos tronos os latifun-
diários/ Que escravizavam pra se rega-
lar
3.Negra Mariama chama pra dançar/
Saravá esperança até o sol raiar
No samba está presente o sangue der-
ramado/ O grito e o silêncio dos mar-
tirizados.
4.Negra Mariama chama pra lutar
Em nossos movimentos sem desani-
mar/ Levanta a cabeça dos espoliados/
Nossa companheira chama pra avan-
çar.
10. Nossa Vista Clareou
De repente nossa vista clareou! Cla-
reou! Clareou!/ E descobrimos que
o pobre tem valor. Tem valor! Tem
valor!
1.Nós descobrimos o valor da união,
que é arma poderosa, e derruba até
dragão./ E já sabemos que a riqueza
do patrão, e o poder dos governantes,
passa pela nossa mão.
2.Nós descobrimos que a seca no Nor-
deste, que a fome e que a peste, não é
culpa de Deus Pai,/ a grande culpa é de
quem manda no país, fazendo o povo
infeliz, deste jeito é que não vai.
3.O que nós vemos é deputado e se-
nador, militar e jogador, recebendo
milhões./ Enquanto isso o povo traba-
lhador, derramando seu suor, tem que
viver de tostões.
Fé que oprime ou fé que liberta?
11.Eu acredito
Eu acredito que o mundo será me-
lhor quando o menor que padece
acreditar no menor.
1 - Quando os pequenos acreditarem
no seu bem estar comum, sentindo
as necessidades que padece cada um,
unidos em Jesus Cristo, nós todos se-
remos um.
2 - Quem possui noventa e nove, só
pensa em completar cem; nesta ce-
gueira não sabe que depois a morte
vem. Seu corpo se vira em terra e na
terra deixa o que tem.
3 - Certo homem colheu tanto que seu
armazém encheu, pensou que estava
seguro: na mesma noite morreu. Le-
varam só ele à cova: ficou tudo o que
era seu.
4 - Só confiar em dinheiro é loucura e
vaidade. Porque Cristo é nossa vida, o
caminho e a verdade. Quem pensa o
contrário disso, nunca terá liberdade.
12. Tá caindo Fulô
1. Tá Caindo Fulô (4x)
Lá do céu, cá na terra ê tá caindo fulô
Glória a Deus ô (4x)
Glória ao Pai, Glória ao Filho, Glória
ao Espírito Santo.
13. Ó que coisa bonita
1. Ó que coisa bonita! (Bis)
Deus Pai libertador criar negra cor.
Ó que coisa bonita!
7

2.Ó que coisa bonita! (Bis)
Jesus é nosso irmão, sem separação.
Ó que coisa bonita!
3.Ó que coisa bonita! (Bis)
O Espírito, a fé, a força, o axé.
Ó que coisa bonita!
4.Ó que coisa bonita! (Bis)
Mãe por Deus escolhida, Negra Apa-
recida.
Ó que coisa bonita!
5.Ó que coisa bonita! (Bis)
Celebrar Deus da vida com festa, co-
mida.
Ó que coisa bonita!
6.Ó que coisa bonita! (Bis)
Esta reza, esta prece, clamor de justiça.
Ó que coisa bonita!
14. A glória de Deus
Olha a glória de Deus brilhando, ale-
luia! Olha a glória de Deus brilhan-
do, aleluia! (bis)
1.Nosso Deus é o artista do universo é
a fonte da luz do ar da cor é o som é a
música é a dança é o mar jangadeiro e
pescador é o seio materno sempre fér-
til é beleza é pureza e é calor! Aleluia!
Aleluia! Vamos criar que é p’ra glória
de Deus brilhar!
2.Nosso Deus é a voz que se levanta é
o canto o gemido e o clamor é o bra-
ço erguido para a luta é o abraço em
Acampamento de Juventudes de
8 Espiritualidade Libertadora
nome do amor é o pé conquistando
nosso espaço é a terra é o fruto é a flor!
Aleluia! Aleluia! Vamos amar que é
p’ra glória de Deus brilhar!
3.Nosso Deus está brilhando noite e
dia pelos campos e praças do país é
presença na voz da meninada que con-
voca um futuro mais feliz. É a infinita
razão de plena vida. Todo o povo can-
tando hoje bendiz! Aleluia! Aleluia!
Vamos cantar que é pra glória de Deus
brilhar.
15. Oferecerei
1.Ao Deus Pai Criador, oferecerei esta
raça, esta cor, oferecerei! Cada negro
que luta, oferecerei! /Pelo fim do racis-
mo, o meu sangue em batismo, ofere-
cerei.
2.Negra história, negada, oferecerei!
Toda dor suportada, oferecerei! Preta
Velha Iaiá, oferecerei! /Negra bela raiz,
este povo feliz, oferecerei.
3.Meu trabalho escravo, oferecerei,
alugado, mal pago, oferecerei. Meu
povo desterrado, oferecerei! /A beleza
que traço, alegria que faço, oferecerei!
4.Leite de tanta ama, oferecerei! Negro
filho reclama oferecerei! Quilombolas
guerreiros, oferecerei!/ Na cidade, e na
roça, esta festa que é nossa oferecerei!
5.Vinho, sangue suado, oferecerei! Pão
partido, esmagado, oferecerei! Um
clamor de justiça, oferecerei! /Arte,
samba, vitórias, nas mãos da história
oferecerei!
16. É bonita demais
É bonita demais, é bonita demais a
mão de quem conduz a bandeira da
paz (bis).
1.É a paz verdadeira que vem da jus-
tiça, irmão. É a paz da esperança que
nasce de dentro do coração!
2.É a paz da verdade, da pura irman-
dade do amor. Paz da comunidade que
busca igualdade, o, o, o!
17.Pai Nosso dos Mártires
Pai nosso, dos pobres marginaliza-
dos. Pai nosso, dos mártires, dos tor-
turados.
1.Teu nome é santificado naqueles que
morrem defendendo a vida. Teu nome
é glorificado, quando a justiça é nossa
medida. Teu Reino é de liberdade, de
fraternidade, paz e comunhão. Mal-
dita toda violência que devora a vida
pela opressão. Ô, ô, ô, ô (bis).
2.Queremos fazer tua vontade. És o
verdadeiro Deus Libertador. Não va-
mos seguir as doutrinas, corrompidas
pelo poder opressor. Pedimos-te o pão
da vida, o pão da segurança, o pão das
multidões, o pão que traz humanida-
de, que constrói o homem, em vez de
canhões. Ô, ô, ô, ô (bis).
Fé que oprime ou fé que liberta?
3.Perdoa-nos quando por medo, fica-
mos calados, diante da morte. Perdoa,
e destrói o reino, em que a corrupção é
a lei mais forte. Protege-nos da cruel-
dade do esquadrão da morte, dos pre-
valecidos. Pai nosso revolucionário,
parceiro dos pobres, Deus dos oprimi-
dos. Ô, ô, ô, ô (bis).
18. Se calarem a voz dos
profetas
1.Se calarem a voz dos profetas, as pe-
dras falarão se fecharem uns poucos
caminhos, mil trilhas nascerão...
Muito tempo não dura a verdade,
nestas margens estreitas demais.
Deus criou o infinito pra vida ser
sempre mais...
é Jesus este pão de igualdade, viemos
pra comungar com a luta sofrido do
povo que quer ter voz, ter vez, lugar.
Comungar é tornar-se um perigo
viemos pra incomodar, com a fé e a
união nossos passos um dia vão che-
gar.
2.O Espírito é vento incessante, que
nada há de prender ele sopra até no
absurdo, que a gente não quer ver...
3.No banquete da festa de uns poucos,
só rico se sentou. Nosso Deus fica ao
lado dos pobres, colhendo o que so-
brou...
4.O poder tem raízes na areia, o tempo
faz cair. A união é a rocha que o povo
usou pra construir...
9
5.Toda luta verá o seu dia, nascer da
escuridão ensaiamos a festa e a alegria
fazendo comunhão.
5.Pelos caminhos da América, bandei-
ras de um novo tempo vão semeando
ao vento frases teimosas de Paz! Lá, na
mais alta montanha, há um pau d’arco
florido: um guerrilheiro querido que

19. Pelos caminhos da

foi buscar o amanhã.

América
Pelos caminhos da América (3x) La- 20. Anunciação
1.Na bruma leve das paixões que vem
tino-Americana!
de dentro/ tu vens chegando pra brin-
1.Pelos caminhos da América, há tanta car nos meu quintal/ no teu cavalo pei-
dor, tanto pranto, nuvens, mistérios, e to o cabelo ao vento/ e o sol quarando
encantos, que envolvem nosso cami- nossas roupas no varal.
nhar. Há cruzes beirando a estrada,
pedras manchadas de sangue, apon- TU VENS, TU VENS EU JÁ ESCU-
tando como setas que a liberdade é pra TO OS TEUS SINAIS (BIS)
lá!
2.A voz do anjo sussurrou no meu ou-
2.Pelos caminhos da América, há mo- vido/ eu não duvido já escuto os teus
numentos sem rosto! Heróis pintados, sinais/ que tu vivias numa manhã de
mau gosto, livros de história sem cor, domingo/ eu te anuncio nos sinos das
caveiras de ditadores, soldados tristes, catedrais.
calados, com olhos esbugalhados ven-
do avançar o amor!
21. Momento Novo
1.Deus chama a gente pra um momen-
3.Pelos caminhos da América; há
to novo/De caminhar junto com o Seu
mães gritando qual loucas. Antes que
povo/É hora de transformar o que não
fiquem tão roucas, digam aonde acha-
dá mais/ Sozinho, isolado, ninguém é
rão seus filhos mortos, levados na noi-
capaz.
te da tirania! Mesmo que matem o dia,
elas jamais calarão.
Por isso vem entra na roda com a
gente também/ Você é muito impor-
4.Pelos caminhos da América, no cen-
tante.
tro do Continente, marcham punha-
dos de gente, com a vitória na mão!
2.Não é possível crer que tudo é fácil/
Nos mandam sonhos, cantigas, em
Há muita força que produz a morte/
nome da liberdade! Com o fuzil da
Gerando dor, tristeza e desolação/ É
verdade, combatem firme o dragão.
Acampamento de Juventudes de
10 Espiritualidade Libertadora
necessário unir o cordão.
3.A força que hoje faz brotar a vida/
Habita em nós pela sua graça/ É ele
quem nos convida pra trabalhar/ O
amor repartir e as forças juntar.
22. Quando o dia da paz
1.Quando o dia da paz renascer/
Quando o sol da esperança brilhar
Eu vou cantar
2.Quando o povo nas ruas sorrir/
E a roseira de novo florir
Eu vou cantar
3.Quando as cercas caírem no chão/
Quando as mesas se encherem de pão
Eu vou sonhar
4.Quando os muros que cercam os jar-
dins/ Destruídos então os jasmins
Vão perfumar
Vai ser tão bonito se ouvir a canção/
Cantada, de novo/ No olhar da gente
a certeza do irmão
Reinado, do povo
5.Quando as armas da destruição/
Destruídas em cada nação
Eu vou sonhar
6.E o decreto que encerra a opressão/
Assinado só no coração
Vai triunfar
7.Quando a voz da verdade se ouvir
E a mentira não mais existir/
Fé que oprime ou fé que liberta?
Será enfim, tempo novo de eterna jus-
tiça
Sem mais ódio, sem sangue ou cobiça,
vai ser assim
23. Coração Livre
1.Eu vejo que a juventude tem muito
amor/ Carrega a esperança viva no seu
cantar/ Conhece caminhos novos, não
tem segredos/ Anseia pela justiça e de-
seja a paz/ Mas vejo também a dor da
insegurança/ Que dói quando é hora
certa de decidir
/Tem medo de deixar tudo e então se
cansa/ Diz não ao caminho certo e não
é feliz.
Ei juventude! Rosto do mundo!
Teu dinamismo logo encanta quem
te vê/ A liberdade, aposta tudo/ Não
perde nada na certeza de vencer.
2.Vai, vende tudo o que tens
Dá a quem precisa mais
Vem e segue-me depois
Vem comigo e espalha o amor/
Deus nos convida, conta contigo
Mas é preciso ter coragem pra vencer/
Coração livre, comprometido
Partilha tudo sem ter medo de perder.
Ei juventude! Rosto do mundo!
Teu dinamismo logo encanta quem te
vê/ A liberdade, aposta tudo/
Não perde nada na certeza de vencer/
Não perde nada na certeza de vencer
graça de ser teu sinal aqui.
11
24. Virá o dia em que
todos
Virá o dia em que todos, / ao levantar
a vista, / veremos nesta terra / reinar
a liberdade. (bis)
1 - Minh’alma engrandece / o Deus li-
bertador. / Se alegra meu espírito / em
Deus, meu Salvador, / pois Ele se lem-
brou / de seu povo oprimido / e fez de
sua serva / a mãe dos esquecidos.
2 - Imenso é seu amor, / sem fim sua
bondade / pra todos que na terra / o
seguem na humildade. / Bem forte é
nosso Deus, / levanta
o seu braço, / espalha os soberbos, /
destrói todo pecado.
3 - Derruba os poderosos / dos seus
tronos, erguidos / com sangue
e o suor / de seu povo oprimido. / E
farta os famintos, / levanta os humi-
lhados, / arrasa os opressores, / os ri-
cos e os malvados.
4 - Protege o seu povo / com todo o
carinho, / fiel é seu amor / em todo o
caminho. / Assim é o Deus vivo, / que
marcha na história, / bem junto de seu
povo, / em busca da vitória.
5 - Louvemos nosso Pai, / Deus da li-
bertação, / que acaba com a injustiça,
/ miséria e opressão. / Louvemos os ir-
mãos, / que lutam com valia, / fermen-
tando a história, / pra verem novo dia.
Acampamento de Juventudes de
12 Espiritualidade Libertadora
25. Canto de Mírian e
Moisés
Minha força e meu canto é o Senhor!
Salvação ele se fez para mim!
1.Cantemos a Deus que nos libertou
(Bis) das mãos do inimigo dos pés do
opressor! (bis)
2.Cantemos a Deus que nos libertou.
(bis) Cavalos e carros no mar afogou!
(bis)
3.Cantemos a Deus que nos libertou.
(bis) Soldados e chefes vencidos dei-
xou! (bis)
4.Cantemos a Deus que nos libertou.
(bis) No longo deserto com a gente ele
andou! (bis)
5. Cantemos a Deus que nos libertou.
(bis) Na fome e na sede nos alimentou!
(bis)
6.Cantemos a Deus que nos libertou.
(bis) A lei da justiça pra nós ensinou!
(bis)
Cantemos a Deus que nos libertou. A
terra
bendita a nós entregou!
26. Canto das Três raças
Ninguém ouviu
Um soluçar de dor
No canto do Brasil
Um lamento triste
Sempre ecoou
Desde que o índio guerreiro
Foi pro cativeiro
E de lá cantou
Negro entoou
Um canto de revolta pelos ares
No Quilombo dos Palmares
Onde se refugiou
Fora a luta dos Inconfidentes
Pela quebra das correntes
Nada adiantou
E de guerra em paz
De paz em guerra
Todo o povo dessa terra
Quando pode cantar
Canta de dor
E ecoa noite e dia
É ensurdecedor
Ai, mas que agonia
O canto do trabalhador
Esse canto que devia
Ser um canto de alegria
Soa apenas
Como um soluçar de dor. Ô ô ô ô ô
27.Baião das Comunidades
Somos gente nova vivendo a união,/
Somos povo semente de uma nova
nação ê, ê..../ Somos gente nova vi-
vendo o amor,/ Somos comunidade,
povo do senhor, ê, ê...
1.Vou convidar os meus irmãos traba-
lhadores/ Operários, lavradores, bisca-
teiros e outros mais./ E juntos vamos
Fé que oprime ou fé que liberta?
celebrar a confiança/ Nossa luta na
esperança de ter terra, pão e paz, ê, ê.
2.Vou convidar os índios que ainda
existem,/ As tribos que ainda insistem
no direito de viver./ E juntos vamos
reunidos na memória,/ Celebrar uma
vitória que vai ter que acontecer, ê, ê.
3.Convido os negros, irmãos no san-
gue e na sina;/ Seu gingado nos ensina
a dança da redenção./ De braços da-
dos, no terreiro da irmandade,/ Vamos
sambar de verdade, enquanto chega a
razão, ê, ê.
28.Ordem e Progresso
Esse é o nosso país
Essa é a nossa bandeira
É por amor a essa pátria Brasil
Que a gente segue em fileira
1.Queremos que abrace essa terra
Por ela quem sente paixão
Quem põe com carinho a semente
Pra alimentar a nação
Quem põe com carinho a semente
Pra alimentar a nação
Amarelos são os campos floridos
As faces agora rosadas
Se o branco da paz se irradia
Vitória das mãos calejadas
Se o branco da paz se irradia
Vitória das mãos calejadas
2.Queremos mais felicidades
No céu deste olhar cor de anil
No verde esperança sem fogo
Bandeira que o povo assumiu
13
No verde esperança sem fogo
Bandeira que o povo assumiu
A ordem é ninguém passar fome
Progresso é o povo feliz
A Reforma Agrária é a volta
Do agricultor à raiz
A Reforma Agrária é a volta
Do agrilcultor à raiz
Esse é o nosso país...
29. Ninguém se engana
1.Ninguém se engana ninguém se en-
gana que a nossa história já começou
desumana (bis)
1. Há muitos anos os portugueses aqui
vieram/ muitas desgraças fizeram/
para quem nesta terra mora/ quando
chegaram começaram logo a guerra/
tomando conta da terra/ botando o ín-
dio para fora.
2. Houve as entradas denominadas
bandeiras/ com ação muito grosseira/
pra dominar os nativos/ eram tratados
com a maior crueldade/ lhe roubando
a liberdade fazendo um povo cativo.
3. O nosso índio que isso não conhe-
cia/ quando podia fugia/ desse crime
desumano/ e planejaram outra ação
mais prepotente/ foram buscar na cor-
rente/ os negrinhos africanos.
4. Lá na senzala os negros sem liber-
dade na mais triste crueldade/ levando
piza no lombo/ atormentado dos Hor-
rores que fizeram/ tendo vaga eles fu-
Acampamento de Juventudes de
14 Espiritualidade Libertadora
giam/ para formarem em quilombos.
5. O governo Preparou a Expedição/
mandou mais de um batalhão/ ao Qui-
lombo destruir/ insistindo nos qui-
lombos dos Palmares/ destruir vários
milhares/ liderados por Zumbi.
6. Outro Episódio desta nação brasi-
leira/ guerra brutal e grosseira/ que
findou matando tudo/ destruindo de
um povo há esperança/ homens, mu-
lheres, crianças/ os arraiais de Canu-
dos
7. Motivados no espírito de ambição/
querem fazer produção/ enviando a
outra zonas/ pega o Nordeste forma
fila e dá de marcha/ O Soldado da Bor-
racha, vendido no Amazonas.
8. E a História desumana Continua/
sem feita praça e Rua/ bota placa e
dá-se nome/ e não se olha para tanta
gente doente/ tanto é criança inocen-
te/ que hoje morre de fome.
30. Eu só peço a Deus
1.Eu só peço a Deus
Que a dor não me seja indiferente
Que a morte não me encontre um dia/
Solitário, sem ter feito o que eu queria.
2.Eu só peço a Deus
Que a injustiça não me seja indiferen-
te/ Pois não posso dar a outra face/ Se
já fui machucado brutalmente
3.Eu só peço a Deus
Que a guerra não me seja indiferen- 2.Pelos campos há fome
te/ É um monstro grande e pisa forte/ Em grandes plantações
Toda a pobre inocência dessa gente Pelas ruas marchando
Indecisos cordões
4.Eu só peço a Deus Ainda fazem da flor
Que a mentira não me seja indiferente/ Seu mais forte refrão
Se um só traidor tem mais poder que E acreditam nas flores
um povo/ Que este povo não esqueça Vencendo o canhão
facilmente
3.Há soldados armados
5.Eu só peço a Deus Amados ou não
Que o futuro não me seja indiferente/ Quase todos perdidos
Sem ter que fugir desenganado/ De armas na mão
Pra viver numa cultura diferente Nos quartéis lhes ensinam
Uma antiga lição
Solo Le pido a Dios De morrer pela pátria
Que la guerra no me sea indiferente E viver sem razão
Es un monstruo grande y pisa fuerte/
Toda la condescendencia de la gente 4.Nas escolas, nas ruas
Campos, construções
Es un monstruo grande y pisa fuerte/ Somos todos soldados
Toda la condescendencia de la gente. Armados ou não
Caminhando e cantando

31.Caminhando e E seguindo a canção

Somos todos iguais
cantando Braços dados ou não
1.Caminhando e cantando
E seguindo a canção 5.Os amores na mente
Somos todos iguais As flores no chão
Braços dados ou não A certeza na frente
Nas escolas, nas ruas A história na mão
Campos, construções Caminhando e cantando
Caminhando e cantando E seguindo a canção
E seguindo a canção Aprendendo e ensinando
Uma nova lição
Vem, vamos embora
Que esperar não é saber
Quem sabe faz a hora 32. SALMO 133(132)
Não espera acontecer
Oi, que prazer, que alegria
Fé que oprime ou fé que liberta? 15
o nosso encontro de irmãos! (bis)
1. É óleo que nos consagra,
que ungiu teu servo Aarão.
- É como um banho perfumado,
gostosa é nosso união!
2. Orvalho de alta montanha
que desce sobre Sião.
- Sereno da madrugada
gostosa é nossa união!
3. Senhor, tu nos abençoas,
e a vida vem de porção.
- É vida que dura sempre,
gostosa é nossa união!
4. Ao Deus de todas a crenças,
a glória e a louvação.
- No amor da Santa Trindade,
gostosa é nossa união!
5. Se Deus mãe não estivesse
a favor de nós, mulheres,
diga a gente oprimida
- diga a gente oprimida!
Quando nos arrancaram à
Mãe-Terra
e invadiram os rios e a floresta,
nos teria arrastado a correnteza
e acabado com a gente com certeza...
E afogado meu povo nas profundezas -
ôi
e afogado meu povo nas profundezas!
(solista - coro)
6. Olorum, bendito sejas,
porque nunca permitiste
que esses cães nos devorassem...
- Que esses cães nos devorassem!
7. Ó Tupã, bendito sejas,
porque feito um passarinho

33. SALMO 124(123)-

2ª versão
escapamos dos seus laços...
- Escapamos dos seus laços!
8. Ó Deus Mãe, bendita sejas!
1. Se o Senhor não estivesse Em teu nome, o nosso auxílio,
a favor da nossa gente, céus e terras tu criaste...
diga o povo de Israel... - Céus e terras tu criaste!
- Diga o povo de Israel! 9. Ó Senhor bendito sejas,
2. Se Olorum não estivesse Olorum, Tupã, Deus Mãe,
a favor da negra gente, Deus-conosco para sempre,
diga o povo de Zumbi... - Deus-conosco para sempre.
- Diga o povo de Zumbi!
3. Se Tupã não estivesse * Pode substituir Kaiowá por povo Pa-
a favor da Índia gente, taxo, Guarani, Ianomami, ou outra tri-
diga o povo Kaiowá...* bo indigena etc
- Diga o povo Kaiowá!
4. Se Deus Pai não estivesse
a favor da nossa gente,
diga o povo oprimido...
34.Gente Humilde
1.Tem certos dias em que eu penso em
- Diga o povo oprimido! minha gente/E sinto assim todo o meu
Acampamento de Juventudes de
16 Espiritualidade Libertadora
peito se apertar/ Porque parece que
acontece de repente/ Como um desejo
de eu viver sem me notar
Igual a como quando eu passo no su-
búrbio/ Eu muito bem, vindo de trem
de algum lugar/ E aí me dá como uma
inveja dessa gente/ Que vai em frente
sem nem ter com quem contar.
2. São casas simples com cadeiras na
calçada/ E na fachada escrito em cima
que é um lar/ Pela varanda, flores tris-
tes e baldias/ Como a alegria que não
tem onde encostar.
E aí me dá uma tristeza no meu peito/
Feito um despeito de eu não ter como
lutar/ E eu que não creio, peço a Deus
por minha gente/ É gente humilde,
que vontade de chorar.
35.Oração ao Tempo
1.És um senhor tão bonito
Quanto a cara do meu filho
Tempo tempo tempo tempo
Vou te fazer um pedido
Tempo tempo tempo tempo
2.Compositor de destinos
Tambor de todos os ritmos
Tempo tempo tempo tempo
Entro num acordo contigo
Tempo tempo tempo tempo
3.Por seres tão inventivo
E pareceres contínuo
Tempo tempo tempo tempo
És um dos deuses mais lindos
Fé que oprime ou fé que liberta?
Tempo tempo tempo tempo
4.Que sejas ainda mais vivo
No som do meu estribilho
Tempo tempo tempo tempo
Ouve bem o que eu te digo
Tempo tempo tempo tempo
5.Peço-te o prazer legítimo
E o movimento preciso
Tempo tempo tempo tempo
Quando o tempo for propício
Tempo tempo tempo tempo
6.De modo que o meu espírito
Ganhe um brilho definitivo
Tempo tempo tempo tempo
E eu espalhe benefícios
Tempo tempo tempo tempo
7.O que usaremos pra isso
Fica guardado em sigilo
Tempo tempo tempo tempo
Apenas contigo e comigo
Tempo tempo tempo tempo
8.E quando eu tiver saído
Para fora do teu círculo
Tempo tempo tempo tempo
Não serei nem terás sido
Tempo tempo tempo tempo
9.Ainda assim acredito
Ser possível reunirmo-nos
Tempo tempo tempo tempo
Num outro nível de vínculo
Tempo tempo tempo tempo
10Portanto peço-te aquilo
E te ofereço elogios
17
Tempo tempo tempo tempo
Nas rimas do meu estilo
Tempo tempo tempo tempo
36.Sonho Impossível
1.Sonhar mais um sonho
impossível
Lutar quando é fácil ceder
Vencer o inimigo invencível
Negar quando a regra é
vender
2.Sofrer a tortura implacável
Romper a incabível prisão
Voar num limite improvável
Tocar o inacessível chão
3. É minha lei, é minha questão/ Virar
este mundo, cravar este chão/ Não me
importa saber/ Se é terrível demais/
Quantas guerras terei que vencer/ Por
um pouco de paz
4.E amanhã se este chão que eu bei-
jei/ For meu leito e perdão/ Vou saber
que valeu/ Delirar e morrer de paixão/
E assim, seja lá como for/ Vai ter fim
a infinita aflição/ E o mundo vai ver
uma flor/ Brotar do impossível chão
37.Asa Branca
1.Quando olhei a terra ardendo/ Qual
fogueira de São João
/Eu perguntei a Deus do céu, ai/ Por
que tamanha judiação
2.Que braseiro, que fornalha
/Nem um pé de plantação/ Por falta
Acampamento de Juventudes de
18 Espiritualidade Libertadora
d’água perdi meu gado/Morreu de
sede meu alazão
3.Até mesmo a asa branca/ Bateu asas
do sertão/ Entonce eu disse, adeus
Rosinha/ Guarda contigo meu cora-
ção
4.Hoje longe, muitas léguas/
Numa triste solidão/ Espero a chu-
va cair de novo/ Pra mim voltar pro
meu sertão
5.Quando o verde dos teus olhos/ Se
espalhar na plantação/ Eu te asseguro
não chore não, viu/ Que eu voltarei,
viu Meu coração
38.Xote Ecológico
Não posso respirar, não posso mais
nadar/ A terra está morrendo, não dá
mais pra plantar/ E se plantar não nas-
ce, se nascer não dá/ Até pinga da boa
é difícil de encontrar.
Cadê a flor que estava aqui?
Poluição comeu
E o peixe que é do mar?
Poluição comeu
E o verde onde é que está?
Poluição comeu
Nem o Chico Mendes sobreviveu
39. Luar do Sertão
Não há, ó gente, ó não
Luar como esse do sertão
Não há, ó gente, ó não
Luar como esse do sertão
1.Oh! Que saudade do luar da minha
terra/Lá na serra branquejando folhas
secas pelo chão/ Este luar cá da cidade
tão escuro/ Não tem aquela saudade
do luar lá do sertão.
2.Se a lua nasce por detrás da verde
mata/ Mais parece um sol de prata
prateando a solidão/ E a gente pega na
viola que ponteia/ E a canção e a lua
cheia a nos nascer do coração
3.Coisa mais bela nesse mundo não
existe/ Do que ouvir um galo triste no
sertão que faz luar/ Parece até que a
alma da lua que descansa/ Escondida
na garganta desse galo a soluçar
4.Ai quem me dera se eu morresse lá
na serra/ Abraçado à minha terra, e
dormindo de uma vez/ Ser enterrado
numa cova pequenina onde à tarde a
sururina/ Chora a sua viuvez
Eita Paraíba
Muié macho sim sinhô
Eita pau pereira
Meu bodoque não quebrou
Hoje eu mando
Um abraço pra ti pequenina.
41. Apesar de você
(Crescendo) Amanhã vai ser outro día
x3
1.Hoje você é quem manda
Falou, tá falado
Não tem discussão, não.
A minha gente hoje anda
Falando de lado e olhando pro chão.
Viu?
Você que inventou esse Estado
Inventou de inventar
Toda escuridão
Você que inventou o pecado
Esqueceu-se de inventar o perdão.

40. Paraíba
1.Quando a lama virou pedra
(Coro) Apesar de você
amanhã há de ser outro dia.
Eu pergunto a você onde vai se es-
E Mandacaru secou conder
Quando o ribaçã de sede Da enorme euforia?
Bateu asa e voou Como vai proibir
Foi aí que eu vim me embora Quando o galo insistir em cantar?
Carregando a minha dor Água nova brotando
Hoje eu mando um abraço E a gente se amando sem parar.
Pra ti pequenina
2.Quando chegar o momento
Paraíba masculina Esse meu sofrimento
Muié macho, sim sinhô Vou cobrar com juros. Juro!
Todo esse amor reprimido,
2.Eita pau pereira Esse grito contido,
Que em princesa já roncou Esse samba no escuro.
Fé que oprime ou fé que liberta? 19
 La, laiá, la laiá, la laiá…….
Você que inventou a tristeza
Ora tenha a fineza
de “desinventar”. 42. Como nossos pais
. Não quero lhe falar
Você vai pagar, e é dobrado,
Cada lágrima rolada Meu grande amor
Nesse meu penar. Das coisas que aprendi
Nos discos...
3.(Coro2) Apesar de você
Amanhã há de ser outro dia. Quero lhe contar como eu vivi
Ainda pago pra ver E tudo o que aconteceu comigo
O jardim florescer Viver é melhor que sonhar
Qual você não queria. Eu sei que o amor
É uma coisa boa
Você vai se amargar Mas também sei
Vendo o dia raiar Que qualquer canto
Sem lhe pedir licença. É menor do que a vida
De qualquer pessoa...
E eu vou morrer de rir
E esse dia há de vir Por isso cuidado meu bem
antes do que você pensa. Há perigo na esquina
Apesar de você Eles venceram e o sinal
Está fechado prá nós
4.(Coro3)Apesar de você Que somos jovens...
Amanhã há de ser outro dia.
Você vai ter que ver Para abraçar seu irmão
A manhã renascer E beijar sua menina, na rua
E esbanjar poesia. É que se fez, o seu braço
O seu lábio e a sua voz...
Como vai se explicar
Vendo o céu clarear, de repente, Você me pergunta
Impunemente? Pela minha paixão
Como vai abafar Digo que estou encantada
Nosso coro a cantar, Como uma nova invenção
Na sua frente. Eu vou ficar nesta cidade
Apesar de você Não vou voltar pr’o sertão
Pois vejo vir vindo no vento
5.(Coro4)Apesar de você Cheiro da nova estação
Amanhã há de ser outro dia. Eu sei de tudo na ferida viva
Você vai se dar mal, etc e tal, Do meu coração...
Acampamento de Juventudes de
20 Espiritualidade Libertadora
 E juventude
Já faz tempo Tá em casa
Eu vi você na rua Guardado por Deus
Cabelo ao vento Contando vil metal...
Gente jovem reunida
Na parede da memória Minha dor é perceber
Essa lembrança Que apesar de termos
É o quadro que dói mais... Feito tudo, tudo
Tudo o que fizemos
Minha dor é perceber Nós ainda somos
Que apesar de termos Os mesmos e vivemos
Feito tudo o que fizemos Ainda somos
Ainda somos os mesmos Os mesmos e vivemos
E vivemos Ainda somos
Ainda somos os mesmos Os mesmos e vivemos
E vivemos Como Os Nossos Pais...
Como Os Nossos Pais...

Nossos ídolos 43. O que é o que é?

Eu fico com a pureza das respostas das
Ainda são os mesmos
E as aparências crianças: É a vida! É bonita e é bonita!
Não enganam não
Você diz que depois deles 1.Viver e não ter a vergonha de ser fe-
Não apareceu mais ninguém liz,/Cantar e cantar e cantar, /A beleza
Você pode até dizer de ser um eterno aprendiz/
Que eu tô por fora Eu sei/ Que a vida devia ser bem me-
Ou então lhor e será,/ Mas isso não impede que
Que eu tô inventando... eu repita:
É bonita, é bonita e é bonita!
Mas é você
Que ama o passado 2.E a vida? E a vida o que é, diga lá,
E que não vê meu irmão?
É você Ela é a batida de um coração?
Que ama o passado Ela é uma doce ilusão?
E que não vê Mas e a vida? Ela é maravilha ou é so-
Que o novo sempre vem... frimento?
Ela é alegria ou lamento?
Hoje eu sei O que é? O que é, meu irmão?
Que quem me deu a idéia Há quem fale que a vida da gente é um
De uma nova consciência nada no mundo,
Fé que oprime ou fé que liberta? 21
É uma gota, é um tempo Pra te ver cantando
Que nem dá um segundo, Quando a gente ama
Há quem fale que é um divino misté- Não pensa em dinheiro
rio profundo, Só se quer amar
É o sopro do criador numa atitude re- Se quer amar
pleta de amor. Se quer amar
Você diz que é luta e prazer,
Ele diz que a vida é viver, De jeito maneira
Ela diz que melhor é morrer Não quero dinheiro
Pois amada não é, e o verbo é sofrer. Quero amor sincero
Eu só sei que confio na moça Isto é que eu espero
E na moça eu ponho a força da fé, Grito ao mundo inteiro
Somos nós que fazemos a vida Não quero dinheiro
Como der, ou puder, ou quiser, Eu só quero amar
Sempre desejada por mais que esteja
errada, Te espero para ver se você vem
Ninguém quer a morte, só saúde e sor- Não te troco nesta vida por
te, ninguém
E a pergunta roda, e a cabeça agita. Porque eu te amo
Fico com a pureza das respostas das Eu te quero bem
crianças:
É a vida! É bonita e é bonita! Acontece que na vida a gente tem
É a vida! É bonita e é bonita! Que ser feliz por ser amado por
alguém

44. Não Quero Dinheiro Porque eu te amo

Eu te adoro, meu amor

1.Vou pedir pra você voltar

Vou pedir pra você ficar
Eu te amo
45. Força Estranha
1.Eu vi um menino correndo
Eu te quero bem Eu vi o tempo brincando ao redor
Do caminho daquele menino
Vou pedir pra você gostar
Vou pedir pra você me amar Eu pus os meus pés no riacho
Eu te amo E acho que nunca os tirei
Eu te adoro, meu amor O sol ainda brilha na estrada e eu nun-
ca passei
A semana inteira
Fiquei esperando 2.Eu vi a mulher preparando outra
Pra te ver sorrindo pessoa/ O tempo parou pra eu olhar
Acampamento de Juventudes de
22 Espiritualidade Libertadora
para aquela barriga Mel de uruçu

A vida é amiga da arte Linda morena

É a parte que o sol me ensinou Fruta de vez temporana
O sol que atravessa essa estrada que Caldo de cana caiana
nunca passou Vou te desfrutar!

Por isso uma força me leva a cantar/ Linda morena

Por isso essa força estranha/ Fruta de vez temporana
Por isso é que eu canto, não posso Caldo de cana caiana
parar/ Por isso essa voz tamanha. Vem me desfrutar!

3.Eu vi muitos cabelos brancos na Morena Tropicana

fronte do artista/ O tempo não para e Eu quero teu sabor
no entanto ele nunca envelhece. Ai! Ai! Ioiô! Ioiô!

Aquele que conhece o jogo, do fogo

das coisas que são/ É o sol, é o tempo,
é a estrada, é o pé e é o chão.
4.Eu vi muitos homens brigando, ouvi
seus gritos/ Estive no fundo de cada
vontade encoberta.
E a coisa mais certa de todas as coisas/
Não vale um caminho sob o sol/ E o
sol sobre a estrada, é o sol sobre a es-
trada, é o sol.
48. Girassol
Mar e Sol
Gira, gira, gira
Gira, gira, gira, gira, girassol
1.Um girassol nos teus cabelos
Batom vermelho, girassol
Morena, flor do desejo
Ah, teu cheiro em meu lençol!
Desço pra rua, sinto saudade
Gata selvagem, sou caçador

47. Morena Tropicana

1.Da manga rosa
Morena, flor do desejo
Ah, teu cheiro matador!

Quero gosto e o sumo

Melão maduro, sapoti, juá 49.Petrolina Juazeiro
1.Na margem do São Francisco, nas-
Jaboticaba, teu olhar noturno
Beijo travoso de umbu cajá ceu a beleza/ E a natureza ela conser-
vou/ Jesus abençoou com sua mão di-
Pele macia vina/ Pra não morrer de saudade, vou
É carne de caju! voltar pra Petrolina
Saliva doce, doce mel
Fé que oprime ou fé que liberta? 23
2.Do outro lado do rio tem uma cida-
de/ Que na minha mocidade eu visi-
tava todo dia/ Atravessava a ponte, ai
que alegria/ Chegava em Juazeiro, Jua-
zeiro da Bahia
5.Assim como os três reis magos
que seguiram a estrela guia
A bandeira segue em frente
atrás de melhores dias, ai,ai

3.Hoje me lembro que no tempo de 6.No estandarte vai escrito

criança/ Esquisito era a carranca, e o que ele voltará de novo
apito do trem/ Mas achava lindo quan- Que o rei será bendito
do a ponte levantava/ E o vapor passa- ele nascerá do povo, ai,ai
va num gostoso vai e vem
Momentos de Mística
Petrolina, Juazeiro, Juazeiro, Petro- Dia 13 de Agosto Noite
lina/ Todas duas eu acho uma coisa
linda/ Eu gosto de Juazeiro e adoro 1. Silêncio, oração pessoal (Sala escu-
Petrolina/Eu gosto de Juazeiro e ado- ra, na penumbra...)
ro Petrolina

50. Bandeira do Divino

2. Refrão orante: Deus é amor! Arris-
quemos viver por amor. Deus é amor, Ele
afasta o medo. ( acendimento de velas)
1.Os devotos do Divino
3.Poema sobre o bem do amor
vão abrir sua morada
4.Breve momento de silêncio e con-
Pra bandeira do menino
templação
ser bem-vinda,
5.Hino: Povo novo
ser louvada, ai, ai
1.Quando o espirito de Deus soprou/
O mundo inteiro se iluminou/ A espe-
2.Deus nos salve esse devoto
rança na terra brotou/ E o povo novo
pela esmola em vosso nome
deu-se as mãos e caminhou.
Dando água a quem tem sede,
dando pão a quem tem fome, ai, ai
Lutar e crer, vencer a dor, louvar ao
criador!/ Justiça e paz hão de reinar
3.A bandeira acredita
e viva o amor!
que a semente seja tanta
Que essa mesa seja farta,
2. Quando Jesus a terra visitou, a boa
que essa casa seja santa, ai, ai
nova da Justiça anunciou: /O cego viu,
o surdo escutou/ E os oprimidos das
4.Que o perdão seja sagrado,
correntes libertou
que a fé seja infinita
Que o homem seja livre,
3.Nosso poder esta na união, o mundo
que a justiça sobreviva, ai, ai
Acampamento de Juventudes de
24 Espiritualidade Libertadora
novo vem de Deus e dos irmãos/ va-
mos lutando contra a divisão/ e prepa-
rando a festa da libertação!
4.Cidade e campo se transformarão,/
jovens unidos na esperança gritarão./
A força nova é o poder do amor, nossa
fraqueza é força em Deus libertador!
6.Salmo: 124 (123) 2ª Versão
1. Se o Senhor não estivesse/ a favor da
nossa gente,/ diga o povo de Israel...
- Diga o povo de Israel!
2.Se Olorum não estivesse/ a favor da
negra gente, diga o povo de Zumbi...
- Diga o povo de Zumbi!
3. Se Tupã não estivesse/ a favor da
Índia gente,/diga o clã de Ajuricaba...*
- Diga o clã de Ajuricaba!
4. Se Deus Pai não estivesse/ a favor
da nossa gente,/diga o povo oprimi-
do...
- Diga o povo oprimido!
5. Se Deus mãe não estivesse/ a favor
de nós, mulheres,/ diga a gente opri-
mida
- diga a gente oprimida!
Solo: Quando nos arrancaram à Mãe-
-Terra/ e invadiram os rios e a flores-
ta,/ nos teria arrastado a correnteza/
e acabado com a gente com certeza.../
E afogado meu povo nas profundezas
- ôi
e afogado meu povo nas profundezas!
(solista - coro)
Fé que oprime ou fé que liberta?
6. Olorum, bendito sejas,
porque nunca permitiste
que esses cães nos devorassem...
- Que esses cães nos devorassem!
7. Ó Tupã, bendito sejas,
porque feito um passarinho
escapamos dos seus laços...
- Escapamos dos seus laços!
8. Ó Deus Mãe, bendita sejas!
Em teu nome, o nosso auxílio,
céus e terras tu criaste...
- Céus e terras tu criaste!
9. Ó Senhor bendito sejas,
Olorum, Tupã, Deus Mãe,
Deus-conosco para sempre,
- Deus-conosco para sempre.
* Pode substituir Ajuricaba por povo
Kaiowá, Guarani, Ianomami, etc
7. Motivação: Deus chamou cada um
para estar participando deste mo-
mento aqui neste final de semana...
8. Aclamação: Ouçamos todos, boa
noticia
9. Leitura: Tiago 5,1-6
1 E agora vocês, ricos: comecem a
chorar e gritar por causa das desgra-
ças que estão para cair sobre vocês.
2 Suas riquezas estão podres, suas
roupas foram roídas pela traça; 3 o
ouro e a prata de vocês estão enferru-
jados; e a ferrugem deles será teste-
munha contra vocês, e como fogo lhes
devorará a carne. Vocês amontoaram
tesouros para o fim dos tempos. 4 Ve-
jam o salário dos trabalhadores que fi-
25
zeram a colheita nos campos de vocês:
retido por vocês, esse salário clama, e
os protestos dos cortadores chegaram
aos ouvidos do Senhor dos exércitos.
5 Vocês tiveram na terra uma vida de
conforto e luxo; vocês estão ficando
gordos para o dia da matança! 6 Vo-
cês condenaram e mataram o justo, e
ele não conseguiu defender-se.
10. Partilha com uma palavra
11. Dar as mãos e um abraço coletivo
mostrando que não estamos sozinhos
e que juntos somos mais fortes
12. Ainda abraçados para finalizar o
momento, uma ciranda.
Dia 14 de Agosto manhã
1. Chegada, silêncio, momento pessoal.
(Em meio a natureza).
3. Em círculo (Simbolo de comunhão
com toda natureza e todas as pessoas)
2. Cântico das criaturas
Onipotente e bom Senhor
A ti a honra, glória e louvor!
Todas as bênçãos de ti nos vêm
E todo o povo te diz: amém!
1.Louvado sejas nas criaturas
Primeiro o sol, lá nas alturas
Clareia o dia, grande esplendor
Radiante imagem de ti, Senhor
2.Louvado sejas pela irmã lua
No céu criaste, é obra tua
Pelas estrelas, claras e belas
Tu és a fonte do brilho delas
Acampamento de Juventudes de
26 Espiritualidade Libertadora
3.Louvado sejas pelo irmão vento
E pelas nuvens, o ar e o tempo
E pela chuva que cai no chão
Nos dá sustento, Deus da criação
4.Louvado sejas, meu bom Senhor
Pela irmã ágia e seu valor
Preciosa e casta, humilde e boa
Se corre, um canto a ti entoa
5.Louvado sejas, ó, meu Senhor
pelo irmão fogo e seu calor
Clareia a noite robusto e forte
Belo e alegre, bendita sorte
6.Sejas louvado pela irmã terra
Mãe que sustenta e nos governa
Todos os frutos, nos da o pao
Com flores e ervas sorri o chao
7.Louvado sejas, meu bom Senhor
Pelas pessoas que em teu amor
Perdoam e sofrem tribulação
Felicidade em ti encontrarão
8.Louvado sejas pela irmã morte
Que vem a todos, ao fraco e ao forte
Feliz aquele que te amar
A morte eterna não o matará
9.Bem aventurado quem guarda a paz
Pois o altíssimo o satisfaz
Vamos louvar e agradecer
Com humildade ao Senhor bendizer
3. Leitura bíblica: Romanos 8 18, 25
18 Penso que os sofrimentos do mo-
mento presente não se comparam com
a glória futura que deverá ser revelada
em nós. 19 A própria criação espera
com impaciência a manifestação dos
filhos de Deus. 20 Entregue ao poder
do nada - não por sua própria vontade,
mas por vontade daquele que a sub-
meteu -, a criação abriga a esperança,
21 pois ela também será liberta da es-
cravidão da corrupção, para participar
da liberdade e da glória dos filhos de
Deus.
22 Sabemos que a criação toda geme e
sofre dores de parto até agora. 23 E não
somente ela, mas também nós, que
possuímos os primeiros frutos do Es-
pírito, gememos no íntimo, esperando
a adoção, a libertação para o nosso
corpo. 24 Na esperança, nós já fomos
salvos. Ver o que se espera já não é es-
perar: como se pode esperar o que já
se vê? 25 Mas, se esperamos o que não
vemos, é na perseverança que o aguar-
damos.
4. Meditação, partilha: Como tenho
cuidado da criação?
5. Salmo dos dias atuais
1.Tombam árvores, morrem índios
Queimam matas, ninguém vê
Que o futuro está perdido
Uma sombra e não vai ter
Pensem em Deus, alertem o mundo
Pra floresta não morrer
Devastação é um monstro
Que a natureza atropela
Essas manchas de queimadas
Que hoje vemos sobre ela
São feridas que os homens
Fizeram no corpo dela
Use as mãos, mude uma planta
Regue o chão, faça um pomar
Ouça a voz do passarinho
Fé que oprime ou fé que liberta?
A floresta quer chorar
A natureza está pedindo pra niguem
lhe assassinar.
2.Quando os cedros vão tombando
Dão até a impressão
Que os estalos são gemidos
Implorando compaixão
As mãos do homem malvado
Desmatou sem precisão
Mas quando Deus sentir falta
Do pau que já foi cortado
O homem talvez procure
Por a culpa no machado
Ai Deus vai perguntar :
“E por quem foi amolado ?”
Fauna e flora valem mais
Do valor que o ouro tem
A natureza é selvagem
Mas não ofende ninguém
Ela é a mãe dos seres vivos
Precisa viver também
Ouça os índios, limpem os rios
Façam a Deus esse favor
Floresta é palco de ave
Museu de sonho e de flor
Vamos cuidar com carinho
Do que Deus fez com amor
6. Preces livres (Pela natureza, os po-
bres...)
7. Oração final:
Deus pai e mãe de bondade de todas
as coisas do universo. Olha para nosso
mundo, para as chagas abertas, para o
sangue que corre de nossa pachamana,
nossa mãe terra, e dos nossos irmãos e
irmãs oprimidos pelo latifundio e pela
exploração econômica. Ajuda-nos a
regenerar a terra e a construir uma
27
sociedade onde todos possam caber, a Rogai por nós, rogai por nós (2x).
partir de um coração novo, de um ho-
mem novo, de uma mulher nova. Só 2. Do nosso povo negro
então SENHOR poderemos te louvar Benedito é o protetor.
juntos pela vida inteira agora e para
Com a Mãe Aparecida
sempre. (Pe. Casaldaliga)
Ouça nosso clamor.
Rogai por nós, rogai por nós (2x).
Dia 14 de Agosto Tarde
3.Rogai Simão Bororo,
Ambiente: que seja do lado de
João Bosco Burnier,
fora do convento, na frente ou no
Santo Dias da Silva
sítio. Que exista uma fogueira.
Gente nossa prá valer.
Rogai por nós, rogai por nós (2x).
1. Refrão orante: Vidas pelas vidas...
2.Enquanto se canta o refrão:entra-
4. Ó Santo Oscar Romero,
da dos estandartes com as fotos dos
Rodolfo e Chico Mendes.
mártires.
Que o vosso testemunho
3. Breve fala sobre alguns mártires
Renova a nossa fé.
e ao fim se diz como morreu cada
Rogai por nós, rogai por nós (2x).
um...
4. Caminhada no convento. No
5. Por nós todos os Santos,
percurso cantar a ladainha dos
O Gringo e Cretã.
mártires da caminhada ou dos em-
Pedi a Deus do céu
pobrecidos.
Renove a fé cristã.
Rogai por nós, rogai por nós (2x).
LADAINHA DOS MÁRTIRES
Senhor tende piedade de nós(2x)
6. Lembrai-vos o Angelelli
Jesus Cristo tende piedade de nós
De toda agonia,
(2x).
De nosso povo pobre
Senhor tende piedade de nós (2x)
Que morre a cada dia.
Jesus Cristo tende piedade de nós
Rogai por nós, rogai por nós (2x).
(2x)
7. Joilson esmagado
1-O Santa Mãe Maria
Aos pés do cidadão,
Com o esposo S. José,
Velai pelas crianças,
São Pedro e São Paulo,
Sem casa, amor e pão.
Santo Antônio e Santo André.
Acampamento de Juventudes de
28 Espiritualidade Libertadora
Rogai por nós, rogai por nós (2x).
8. Rogai D. Eutlauzina
Por nossa unidade
E nos faça lutar
Pela comunidade.
Rogai por nós, rogai por nós (2x).
9. Rogai ó Seu Maltinho
Que lembramos com carinho,
Que encerre o sofrimento
Contra o índio e contra o negro.
Rogai por nós, rogai por nós (2x).
10. Ó Margarida Alves
Rogai pela alegria,
Que a gente acredite
Vamos vencer um dia.
Rogai por nós, rogai por nós (2x).
11. Irmãs Cleusa e Adelaide
lembra-vos dos irmãos
que a luta das mulheres
traga libertação.
Rogai por nós, rogai por nós (2x).
12. Josimo e Ezequiel
Fiéis ao compromisso
Com todos os apóstolos,
livra-nos ser omissos.
Rogai por nós, rogai por nós (2x).
13. Marças e companheiros
Sepés de hoje ainda,
juntai todas as tribos
na chama da Ameríndia.
Fé que oprime ou fé que liberta?
14. Lembremos de Zumbi
Em todos os altares
pois derramou seu sangue
no Quilombo dos Palmares
15. Eloy, Tião e Gringo
Organizai o povo,
para reforma agrária
e um sindicato novo
16. Nas lidas do trabalho,
nas greves necessárias,
valei-nos, Santo Dias
Nas lutas operárias
17. Velai os pequeninos,
Menores que padecem,
Piazinhos de Ronda Alta,
Anjinhos do Nordeste.
18. Frei Tito e João Bosco
Do nosso Ribeirão
Livrai-nos da tortura,
Salvai-nos da opressão.
13. Ó mártires da terra,
Da usina e da cidade,
Rogai por nós os pobres:
Pão e dignidade.
Rogai por nós, rogai por nós (2x).
4. Queimemos nesta fogueira
todas as formas de opressão. Na
fogueira será queimada todas as
formas de opressão, tudo que gera
morte em nossa sociedade hoje,
29
Que a fumaça desta fogueira leve Protege-nos da crueldade, do
até os ouvidos de Deus nossos cla- esquadrão da morte, dos
mores. prevalecidos
Pai nosso revolucionário, parceiro
5.Enquanto se queima canta o pai dos pobres, Deus dos oprimidos
nosso dos mártires de mãos dadas Pai nosso, revolucionário, parceiro
dos pobres, Deus dos oprimidos
Pai nosso, dos pobres marginaliza- O, o, o, o, o, o, o, o
dos/ Pai nosso, dos mártires, dos
torturados 6. Leitura: ISAÍAS 65,15C-24

1.Teu nome é santificado naqueles 15. Mas os meus servos terão um

que morrem defendendo a vida/
Teu nome é glorificado, quando a
justiça é nossa medida
Teu reino é de liberdade, de frater-
nidade, paz e comunhão
Maldita toda a violência que devo-
ra a vida pela repressão
O, o, o, o, o, o, o, o
2.Queremos fazer tua vontade, és o
verdadeiro Deus libertador/
Não vamos seguir as doutrinas
corrompidas pelo poder opressor/
Pedimos-te o pão da vida, o pão da
segurança, o pão das multidões
O pão que traz humanidade, que
constrói o homem em vez de ca-
nhões
O, o, o, o, o, o, o, o
3.Perdoa-nos quando por medo
ficamos calados diante da morte/
Perdoa e destrói os reinos em que a
corrupção é a lei mais forte/
Acampamento de Juventudes de
30 Espiritualidade Libertadora
nome diferente.
16. Quem quiser uma bênção neste
país, é pelo Deus verdadeiro que há
de pedir; quem quiser jurar neste
país, há de jurar pelo Deus verda-
deiro. Sim! As velhas angústias ter-
minaram, desapareceram de minha
vista.
17. Sim! Vou criar novo céu e nova
terra! As coisas antigas nunca mais
serão lembradas, jamais voltarão ao
pensamento.
18. Mas haverá alegria e festa per-
manentes, coisas que vou criar, pois
farei de Jerusalém uma festa, do
meu povo, uma alegria.
19. Eu farei festa por Jerusalém,
terei alegria no meu povo. Ali não
mais se ouvirá o soluçar do choro
nem o suspirar dos gemidos.
20. Não haverá ali crianças que só
vivam alguns dias, nem adultos
que não completem os seus dias,
pois será ainda jovem quem mor-
rer com cem anos. Não alcançar os
cem anos será maldição.
21. Quem fizer casas, nelas vai mo-
rar, quem plantar vinhedos, dos
seus frutos vai comer.
22. Ninguém construirá para outro
morar, ninguém plantará para ou-
tro comer. A vida do meu povo será
longa como a das árvores, meus es-
colhidos vão gozar do fruto do seu
trabalho.
23. Ninguém trabalhará sem pro-
veito, ninguém vai gerar filhos para
morrerem antes do tempo, porque
esta é a geração dos abençoados do
SENHOR, ela e seus descendentes. E que é minha necessidade,
24. E, então, antes que me chamem,
já estou respondendo, ao come-
çarem a falar, já estou atendendo.
7. Invocar a benção de Deus
O Deus da paciência e Mãe da
Consolação nos faça viver unidos
no mesmo pensar e no mesmo sen-
tir, agora e para sempre. Amém
Salve Deus!
Orações
1.Oração do Abandono
Meu Pai,
Eu me abandono a Ti.
Faz de mim
O que te agradar.
Não importa o que faças de mim,
Eu te agradeço.
Fé que oprime ou fé que liberta?
Estou pronto a tudo,
Eu aceito tudo.
Tomara que tua vontade
Se faça em mim,
Em todas tuas criaturas,
Eu não desejo nada mais,
Meu Deus.
Eu coloco minha alma
Entre tuas mãos.
Eu a te dou, meu Deus,
Com todo o amor
Do meu coração,
Porque eu te amo,
De me colocar em tuas mãos
Sem medida,
Com infinita confiança,
Pois Tu és meu Pai.
2. Pai Nosso Ecumênico
Pai nosso que estais nos céus,
santificado seja o teu nome,
venha o teu Reino.
Seja feita a tua vontade, assim na
terra como no céu.
O pão nosso de cada dia nos dá
hoje,
perdoa-nos as nossas ofensas,
assim como nós perdoamos
E n~so nos deixes cair em tenta-
ção, mas livra-nos do mal, pois teu
é o Reino, o poder e a glória para
sempre. Amém.
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 Ordem dos Frades Menores
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