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O DESPERTAR DA VOCAÇÃO
E O AMADURECIMENTO DO PROJETO DE VIDA
As Três Violetas
perdão de Cristo. Elas refletem o espírito com que de-
vem ser vividos os valores de Jerusalém e L’Hermitage,
em face dos contravalores do Reino.
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142. L’Hermitage não é só o berço da missão marista, mas 145. É em L’Hermitage que amadurece o espaço pedagógi-
também um exemplo da realidade de Jerusalém que se co marista, cultivando a presença, o Espírito de família
concretiza. Champagnat, junto aos seus irmãos, funda e o amor ao trabalho, do jeito de Maria. Algumas ex-
uma comunidade a partir do sonho do Reino. A se- pressões demonstram o desejo de Champagnat em
mente do Reino germina na construção de uma pro- tornar essa pedagogia realidade. Recordemos somente
posta de educação cristã para os jovens, especialmente três: (1) “Tornar Jesus Cristo conhecido e amado” 22;
os excluídos da sociedade. (2) “Para bem educar crianças e jovens é preciso, antes
de tudo, amá-las igualmente” 23; (3) “Formar bons cris-
143. Na construção de L’Hermitage, o Pe. Champagnat de- tãos e virtuosos cidadãos” 24. A evangelização é sempre
monstra visão de futuro e muita coragem. Assume, de um ato pedagógico movido por uma atitude de amor,
vez, a responsabilidade em responder aos apelos de seu principalmente aos excluídos da sociedade. A forma-
tempo, a partir de valores cristãos. O número de pos- ção desenvolvida nos processos grupais ajuda na cons-
tulantes e noviços crescia, e as reformas já não adian- trução do jovem cidadão, que não se inquieta e se
tavam. Era necessário novo espaço. Quando o espírito empenha a transformar a realidade.
do militante não cabe mais em si, faz-se a experiência
de L’Hermitage. É preciso ir além, alargar as fronteiras 146. L’Hermitage é o centro da missionariedade marista,
e abraçar a sociedade como um todo. porque é dali, logo nos começos, que três Irmãos
partem para a Oceania, com um grupo de Padres
Maristas. Marcelino Champagnat escrevera a um bispo
Aspectos da Mística de L’Hermitage que “todas as dioceses do mundo estão em nossos
planos” 25. O trabalho missionário é a possibilidade pri-
144. Olhemos o espírito de perseverança que transpassa a mordial de colaborar na realização do Reino de Deus.
construção de L’Hermitage. O Pe. Champagnat recebe A missão é sempre uma resposta a uma (pro)vocação
um terreno onde existia um grande rochedo, exatamen- de Deus que nos desinstala e nos coloca a caminho. É
te onde pretendia construir a capela principal da casa. um desafio à pessoa que quer viver o espírito de
Os mais fortes operários não se animavam a por mãos L’Hermitage.
à obra, considerando tamanho desafio. Champagnat
tinha fama de ter ideias “impossíveis” e, sabendo que a 22 FURET , Jean-Baptiste. Vida de São Marcelino José Bento Champagnat,
obra pertencia à Boa Mãe Maria, se pôs a talhar o ro- p. 312.
chedo. Os obstáculos não desanimam quem trabalha 23 Idem, p. 501.
pelo Reino; impulsionam para a superação de dificul- 24 Ibidem, p. 498.
dades com a ajuda de Deus. 25 CHAMPAGNAT , Marcelino. Cartas, nº 112.
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Painel do Quinto Momento
149. Cristo apontou o Reino como caminho para todos os
discípulos e discípulas que se dispusessem a segui-lo. O
projeto de Champagnat culminou na fundação do
Instituto Marista, com a missão de semear a Boa Nova
do Reino por meio da educação, junto às crianças, ado-
lescentes e jovens, especialmente os empobrecidos.
Jerusalém e L’Hermitage, desta forma, são lugares
inspiradores para traduzir o seguimento de Jesus em
opções concretas que gerem vida em abundância.
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amor e do serviço, no lava-pés; Jesus como o Bom Pas-
tor, aquele que dá a vida pelas ovelhas e caminha com
seus discípulos. As colunas laterais mostram que o
carisma recebido por Champagnat pode ser vivido de
formas diferentes e em lugares diversos: escolas, inser-
ção social, universidades, hospitais, meios de comuni-
cação e comunidades. Importante é que esteja a serviço
do Reino, na humildade, simplicidade e modéstia.
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