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Disclosure de Provisões e Passivos Contingentes e o Valor de Mercado das Empresas

Brasileiras

HYANE CORREIA FORTE


Universidade Federal do Ceará
PRISCILA DE AZEVEDO PRUDÊNCIO
Universidade Federal do Ceará
VERA MARIA RODRIGUES PONTE
Universidade Federal do Ceará
DANIEL BARBOZA GUIMARÃES
Universidade Federal do Ceará

Resumo

A publicação do Pronunciamento Técnico CPC 25 (2009) – Provisões, Passivos Contingentes


e Ativos Contingentes, tem exigido que as empresas brasileiras realizem o disclosure da
existência de possíveis litígios. Sendo itens considerados complexos, uma possível
classificação e mensuração errônea das provisões e passivos contingentes poderá
comprometer a tomada de decisão do investidor, uma vez que tais informações não
representarão de forma fidedigna a realidade da empresa. Diante disto, o estudo tem por
objetivo analisar a influência do disclosure de provisões e passivos contingentes no valor de
mercado das empresas brasileiras. Foram analisadas 226 empresas listadas na B3 S.A - Brasil,
Bolsa, Balcão, com informações financeiras na base de dados do Economática® e
informações relativas às provisões e passivos contingentes nas notas explicativas, no período
2015-2017. A pesquisa realizou análise descritiva dos dados e modelos de regressões com
dados em painel com efeitos fixos. Para tanto, disclosure de provisões e passivos contingentes
foi medido pelo índice de disclosure das informações relativas às provisões e passivos
contingentes. Os resultados evidenciam que quando analisados de forma conjunta, o
disclosure de provisões e passivos contingentes tem efeito positivo sobre o valor de mercado
das empresas brasileiras. No entanto, quando analisados de forma separada, somente as
provisões influenciam de forma positiva o valor de mercado das empresas, sendo o valor de
mercado não influenciado pelos passivos contingentes. A pesquisa contribui para o
entendimento do efeito do disclosure das informações relativas a litígios prováveis e possíveis
no valor de mercado das empresas brasileiras, e para o aprofundamento do arcabouço teórico
do estudo, a Teoria do Disclosure, que sugere a existência de incentivos para um maior
disclosure de informações.

Palavras chave: Provisões e Passivos Contingentes, Teoria do Disclosure, Valor de Mercado.

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1 Introdução
As ameaças de litígio estão presentes em todos os âmbitos dos negócios, podendo suas
perdas serem consideradas substanciais para a organização (Hennes, 2014; Pinto, Avelar,
Fonseca, Silva, & Costa, 2014). Diante disso, os usuários das demonstrações contábeis têm se
preocupado com a evidenciação de litígios pelas empresas, uma vez que a falta de clareza
sobre as mesmas pode ocasionar um impacto na análise das informações, e
consequentemente, na tomada de decisão do usuário (Ferreira, Borba, Rosa, & Vicente, 2014;
Hennes, 2014).
O Comitê de Pronunciamentos Contábeis emitiu o Pronunciamento Técnico CPC 25 –
Provisões, Passivos Contingentes e Ativos Contingentes, em 2009, objetivando a melhor
evidenciação de informações, por parte das empresas, acerca de litígios (Almeida & Batista,
2016; Pinto et al., 2014). O disclosure de provisões e passivos contingentes nas
demonstrações financeiras tem auxiliado os usuários da informação contábil a terem uma
interpretação mais amplificada quanto ao desempenho da organização, uma vez que o mesmo
tem grande representatividade sobre o futuro da empresa (Mesquista, Carmo, & Ribeiro,
2018).
As provisões e passivos contingentes são itens complexos, uma vez que a classificação
e mensuração desses itens, realizadas de forma errônea, faz com que as informações
divulgadas não reflitam a realidade da empresa, comprometendo, assim, a tomada de decisão
do investidor acerca da saúde da organização (Almeida & Batista, 2016; Mesquista et al.,
2018). Scarpin, Macohon e Dallabona (2014), informam, ainda, que a relação entre o
disclosure de provisões e passivos contingentes e o valor de mercado da empresa é muito
complexa.
A teoria do disclosure sugere que as informações são capazes de alterar a percepção do
público, de forma que a empresa eleva sua divulgação quando percebe incentivos (Verrecchia,
2001), dentre eles está o aumento do valor de mercado. A divulgação é amplamente
relacionada com a formação de valor e tomada de decisão, pois considera-se que um maior
nível de disclosure leva a uma menor assimetria informacional, melhorando a confiança do
público frente à empresa (Costa, Correia, Machado, & Lucena, 2017; Scarpin et al., 2014;
Silva, Rech, & Cunha, 2014). Contrariamente ao exposto, Pinto et al. (2014) encontrou
indícios de que o nível de evidenciação de provisões e passivos contingentes influencia
negativamente o valor de mercado das empresas brasileiras. Esse resultado sugere que os
investidores recebem de forma negativa o nível de informação sobre litígios, talvez por esses
representarem as prováveis e possíveis saídas de recursos. Assim, diante do exposto, percebe-
se que o entendimento sobre o impacto da disclosure no valor de mercado ainda é controverso
na literatura.
Diante desse cenário, considera-se relevante o disclosure das provisões e passivos
contingentes da organização para a melhor percepção dos usuários das informações contábeis
quanto à análise do valor de mercado das empresas. Além disso, através do arcabouço teórico
do estudo, Teoria do Disclosure, o qual pode se inferir que os gestores divulgam informações
aos investidores, tendo como principal motivação o efeito desse disclosure sobre valor da
firma (Verrecchia, 1983), propõe-se o seguinte questionamento: Qual a influência do
disclosure de provisões e passivos contingentes no valor de mercado das empresas
brasileiras?
Dessa forma, com o intuito de responder à referida questão, o objetivo geral da pesquisa
consiste em analisar a influência do disclosure de provisões e passivos contingentes no valor
de mercado das empresas brasileiras. Adicionalmente, delineou-se o seguinte objetivo
específico: i) analisar os tipos de provisões e passivos contingentes divulgados pelas empresas
brasileiras; e ii) verificar o nível de disclosure do CPC 25 (2009) das empresas.
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Para o estudo, analisou-se empresas listadas na B3 S.A. - Brasil, Bolsa, Balcão, que
tinham informações financeiras presentes no Economática®, totalizando 226 empresas, no
período de 2015-2017. Os dados foram coletados no Economática® e nas notas explicativas
das empresas listadas. Com isso, realizou-se estatística descritiva e regressão com dados em
painel com efeitos fixos para o alcance dos objetivos traçados.
Destaca-se a relevância do estudo na medida em que se torna necessário conhecer os
efeitos ocasionados pelas provisões e passivos contingentes no valor de mercado das
organizações, uma vez que a literatura (Almeida & Batista, 2016; Lagrange, Viger, &
Anandarajan, 2015; Scarpin et al., 2014) informa a dificuldade de avaliação e previsão das
provisões e dos passivos contingentes, e consequentemente, a verificação da relação dos seus
valores contábeis com os indicadores de desempenho das empresas. Além disto, a
evidenciação contábil fidedigna de informações de provisões e passivos contingentes das
organizações pode ser de grande relevância, uma vez que o seu disclosure pode influenciar
diretamente nas tomadas de decisões dos investidores e credores (Lagrange et al., 2015; Pinto
et al., 2014). E, por fim, destaca-se que a pesquisa analisa a influência das provisões e
passivos contingentes no valor de mercado das empresas brasileiras, diferenciando-se, assim,
de demais estudos (Almeida & Batista, 2016; Leal, Costa, Oliveira, & Rebouças, 2018;
Scarpin et al., 2014), que no geral abordam os fatores determinantes do disclosure das
provisões e passivos contingentes e a influência desses itens no endividamento da
organização.

2 Referencial teórico
2.1 Provisões, Passivos Contingentes e a Teoria do Disclosure
Apesar de quase uma década das alterações da regulamentação da contabilidade
financeira, por meio da promulgação da Lei n.º 11.638/07 e dos Pronunciamentos emitidos
pelo Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC), muito se fala das mudanças ocorridas
com o processo de convergência dos padrões locais para os internacionais (Castro, Vieira, &
Pinheiro, 2015; Pinto et al., 2014). Isso se deve ao fato das mudanças ainda estarem
ocorrendo, de forma que os CPC’s estão constantemente sendo modificados e atualizados,
para assim garantir a relevância e representação fidedigna da informação.
Os pronunciamentos contábeis emitidos têm como objetivo os usuários externos da
informação, permitindo que eles consigam observar situações adversas ou riscos aos quais a
entidade está exposta (Baldoino & Borba, 2015; Suave, Codesso, Pinto, Vicente, & Lunkes,
2013). Nesse sentido, foi emitido o CPC 25 (2009) que trata das Provisões, Passivos
Contingentes e Ativos Contingentes. Esse CPC correspondente ao IAS 37 e deliberação CVM
nº 594/09 que regulamenta a evidenciação para companhias abertas (Pinto et al., 2014;
Ribeiro, Ribeiro, & Weffort, 2013; Rosa, Magalhães, Ferreira, & Petri, 2016).
O CPC 25 (2009) estabelece a aplicação de critérios de reconhecimento, bases de
mensuração e divulgação adequadas para as provisões e os passivos e ativos contingentes,
possibilitando aos usuários a compreensão da natureza, oportunidade e valor desses itens
(Castro et al., 2015; Leal et al., 2018). A necessidade da criação do CPC normativo - que trata
especificamente de provisões, ativos e passivos contingente - surgiu da complexidade e
dificuldade de mensuração e reconhecimento desses itens, pois os mesmos apresentam difícil
atribuição de valor e exatidão de saída de recursos (Ferreira, Borba, & Rosa, 2014).
Uma provisão é uma obrigação presente, derivada de eventos passados e que se espera
uma saída de recursos no futuro, sendo assim classificada como passivo (CPC 25, 2009).
Contudo, a provisão é diferenciada dos passivos “normais” por apresentar característica de
prazo e valor incertos (CPC 25, 2009), sendo este o motivo pelo qual recebem orientações
específicas.
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Para a mensuração da provisão devem ser satisfeitos três critérios: a entidade deve ter
uma obrigação (legal ou não formalizada) presente e resultante de evento passado; existência
de provável saída de recursos que incorporam benefícios econômicos para liquidar a
obrigação e; estimativa confiável do valor da obrigação (Leal et al., 2018; Ribeiro et al.,
2013). Com relação ao valor reconhecido, este deve ser a melhor estimativa do desembolso
exigido para liquidar a obrigação presente na data do balanço (CPC 25, 2009; Martins,
Gelbcke, Santos, & Iudícibus, 2013). Já para a divulgação, a mesma deve ocorrer no balanço
patrimonial, especificamente na conta de passivos, e divulgadas em notas explicativas.
Além das provisões, o CPC 25 (2009) também normatiza os passivos contingentes.
Define-se passivo contingente como uma obrigação possível, resultante de eventos passados,
porém cuja existência depende da ocorrência ou não de um ou mais eventos futuros incertos e
não totalmente sob controle da entidade (CPC 25, 2009). A organização não reconhece um
passivo contingente nas demonstrações contábeis, contudo torna-se imprescindível a sua
divulgação em notas explicativas (Costa et al., 2017). Além dos passivos contingentes
possíveis, existe a condição remota de saída de recursos, sendo que nesses casos não é
necessária a divulgação nem em notas explicativas.
Diante do exposto, percebe-se que a diferenciação das provisões e passivos contingentes
está na possibilidade de saída de recursos e, consequentemente, na divulgação. As provisões
são prováveis e devem ser contabilizadas no passivo e divulgadas em notas explicativas,
enquanto que os passivos contingentes podem ser possíveis ou remotos, no primeiro caso
devem apenas ser divulgadas em notas explicativas e, no segundo, não deve ser divulgado.
Além disso, as provisões e passivos contingentes precisam ser avaliados por uma equipe, para
evidenciar se houve mudanças quanto à incerteza de futuras saídas econômicas de recursos ou
até mesmo os prazos e valores (Costa et al., 2017).
Estudos sugerem que a classificação em remoto, possível e provável exige certa
discricionariedade, podendo ocorrer casos de gerenciamento de resultado e, assim,
necessitando do laudo de um profissional (Baldoino & Borba, 2015; Mesquista et al., 2018;
Ribeiro et al., 2013). Devido à liberdade dada ao julgamento dos profissionais no
reconhecimento, a determinação de provisão ou passivo contingente é influenciada pelo
conservadorismo, uniformidade, flexibilidade e individualismo (Costa et al., 2017). Nesse
sentido, segundo Fonteles, Nascimento, Ponte, e Rebouças (2013), a Teoria do Disclosure
Discricionário atua como facilitadora da investigação de ocasiões em que os gestores estariam
dispostos a divulgar determinadas informações.
A Teoria do Disclosure pressupõe que os gestores divulgam voluntariamente
informações para os investidores, e que o efeito ocasionado por tal divulgação sobre o valor
da firma é o fator motivacional para a realização do disclosure de informações (Verrecchia,
1983). A divulgação desempenha papel de extrema importância para a constituição da
credibilidade da empresa, sendo exigidas cada vez mais informações, com o intuito de
garantir a qualidade e a transparência (Costa et al., 2017). Além disso, a divulgação adequada
de informações contábeis pode contribuir para a redução da assimetria informacional,
possibilitando que usuários externos obtenham condições seguras para suas tomadas de
decisões (Costa et al., 2017; Silva, Rech, & Cunha, 2014). Assim, informações que apenas os
usuários internos teriam acesso, tornam-se públicas aos seus interessados.
A divulgação contábil das firmas deve ajudar os investidores a identificar e distinguir as
boas e más oportunidades de investimento, além reduzir a assimetria informacional e o risco
de expropriação por gestores (Scarpin et al., 2014). Para que isso ocorra, a informação é
enviada para o mercado e, assim, são avaliadas as melhores alocações de recursos e menor
risco. Portanto, as informações emitidas e divulgadas são capazes de subsidiar as decisões dos
stakeholders. Nesse sentido, segundo Beyer, Cohen, Lys, e Walther (2010) e Berger (2011) o
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disclosure financeiro dividido em obrigatório, voluntário e relatório dos analistas são capazes
de afetar o mercado.
Mediante ao pressuposto da teoria do disclosure, entende-se que uma maior divulgação
de informações é capaz de gerar credibilidade para os usuários externos, que necessita da
mesma para tomar decisões. Nesse cenário, é necessário um maior disclosure de provisões e
passivos contingentes, mesmo estes representando ameaças de litígio que podem ocasionar
um impacto na análise das informações, principalmente pelas perdas potenciais serem
consideradas um encadeamento para saída de recursos da organização (Ferreira, Rover,
Ferreira, & Borba, 2016; Pinto et al., 2014).
As empresas estão constantemente expostas às incertezas e riscos de mercado, tais como
os passivos contingentes e provisões (Baldoino & Borba, 2015). A divulgação nos relatórios é
uma forma de comunicar, aos usuários externos, o valor da firma (Hughes & Pae, 2004),
portanto, tal estudo pretende analisar a influência do disclosure de provisões e passivos
contingentes no valor de mercado das empresas brasileiras.

2.2 Estudos anteriores e hipóteses


O disclosure de informações financeiras é relevante para o investidor e demais partes
interessadas, principalmente, pelos mesmos estarem cada vez mais exigentes diante do
mercado competitivo (Castro et al., 2015). Diversos estudos demonstram a influência do
disclosure no desempenho (Baldoino & Borba, 2015; Hughes & Pae, 2004; Verrecchia, 1983)
ou, fatores determinantes para o disclosure.
Fonteles et al. (2013) buscaram analisar os determinantes da evidenciação de provisões
e contingências por companhias listadas na BM&FBovespa. Para tal estudo foi utilizada como
base a teoria do disclosure discricionário, propondo que existem incentivos para a divulgação,
sendo um desses a demanda informacional impulsionada pelos mercados e necessária para a
tomada de decisões. Os resultados indicaram que as provisões e contingências são
influenciadas positivamente pela variável setor de atividade, tamanho e rentabilidade; e
negativamente por liquidez, setor de atividade (construção) e segmento de listagem
(tradicional).
Semelhante ao estudo anterior, Leal et al. (2018) investigaram os fatores que
influenciam a divulgação de provisões e passivos contingentes ambientais pelas empresas de
alto impacto ambiental listadas na BM&FBovespa. Os achados sugerem que o tamanho da
empresa, nível de governança, setor de atuação e participação no ISE são capazes de
influenciar na divulgação desses itens.
Com relação ao desempenho, Mesquita, Ribeiro e Carmo (2018) buscaram verificar o
efeito da reconfiguração dos passivos contingentes no desempenho econômico-financeiro das
empresas brasileiras do setor de energia elétrica nos anos de 2013 a 2015. Para a realização do
estudo, os passivos contingentes foram reclassificados em percentuais de reversão que
variaram de acordo com cenários otimistas e pessimistas. Os resultados indicam um efeito
elevado do cenário pessimista para o ROA e o endividamento, contudo o indicador da
Liquidez (LG) é o menos sensível às reclassificações dos passivos contingentes.
Nesse mesmo contexto de desempenho, Pinto et al. (2014) buscaram identificar se a
evidenciação quantitativa e qualitativa de provisões e passivos contingentes está relacionada
com o valor de mercado das companhias abertas brasileiras, e quais fatores estão relacionados
com esse nível de evidenciação. Os resultados obtidos verificaram que quanto menor o nível
de evidenciação de informações sobre provisão e passivo contingente, maior o valor de
mercado da companhia aberta.
A partir dos estudos anteriores traçados e sob o arcabouço da teoria do disclosure,
considera-se que a divulgação das provisões e contingências é importante para que usuários
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externos possam ter acesso a informações sobre a situação econômica da empresa (Baldoino
& Borba, 2015; Scarpin et al., 2014; Suave et al., 2013), e também que o nível divulgação
torna-se maior a partir do momento que a empresa percebe incentivos com a divulgação, deste
modo propõe-se a seguinte hipótese de pesquisa:

Hipótese 1: O disclosure de provisões e passivos contingentes influencia positivamente no


valor de mercado das empresas brasileiras.

Hipótese 1a: O disclosure de provisões influencia positivamente no valor de mercado das


empresas brasileiras.

Hipótese 1b: O disclosure de passivos contingentes influencia positivamente no valor de


mercado das empresas brasileiras.

Ressalta-se que a teoria do disclosure propõe que quanto maior o nível divulgação de
fatores negativos, como litígios, maior o retorno que a empresa espera com essa divulgação
(Dye, 2001; Verrecchia, 1983, 1990, 2001). Além disso, a errônea evidenciação de provisões
e passivos contingentes implica na divulgação de demonstrações financeiras que não
representam a realidade, comprometendo a tomada de decisão (Mesquista et al., 2018). Deste
modo, o disclosure é utilizado como meio de efetivação das informações de desempenho por
parte dos gestores e empresa aos seus usuários externos (Murcia & Santos, 2009).

3 Metodologia
A pesquisa, que tem por objetivo analisar a influência do disclosure de provisões e
passivos contingentes no valor de mercado das empresas brasileiras, caracteriza-se como
descritiva, com abordagem quantitativa e procedimento documental. O estudo descritivo
tende a descrever as características de um problema específico, apresentando informações
sobre uma determinada população (Collis & Hussey, 2005; Gray, 2012), sendo, no estudo, a
influência do disclosure de provisões e passivos contingentes nas empresas brasileiras.
Quanto a abordagem, caracteriza-se como quantitativa, uma vez que se utiliza de análises
estatísticas para verificar a relação entre as variáveis (Roesch, 2006). E, por fim, classifica-se
como uma pesquisa documental, uma vez que se utiliza de métodos de compreensão e análise
de documentos, sendo na pesquisa, as notas explicativas.
A amostra da pesquisa corresponde às empresas listadas na B3 S.A. - Brasil, Bolsa,
Balcão com informações financeiras presentes no banco de dados do Economática® e
informações relativas às provisões e passivos contingentes nas notas explicativas, obtidas no
website da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), no período 2015-2017, período
posterior à aprovação da Orientação do Comitê de Pronunciamentos Contábeis 07 (OCPC
07), que impacta no conteúdo informativo das notas explicativas, no menor volume das
mesmas, mas na maior relevância de suas informações. Sendo assim, a amostra é composta
por 226 empresas, totalizando 678 observações.
Analisou-se as notas explicativas das empresas listadas, disponíveis no sítio da CVM,
com a finalidade de verificar e mensurar a aderência das empresas às informações requeridas
pelo CPC 25. O Pronunciamento Contábil CPC 25 – Provisões, Passivos Contingentes e
Ativos Contingentes, apresenta dos itens 84 a 92, as exigências de divulgação, entretanto,
somente os itens 84-88 e 91-92 tratam sobre a divulgação das provisões e passivos
contingentes, como pode-se observar na Tabela 1:

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Tabela 1 - Itens exigíveis pelo CPC 25 quanto a divulgação das provisões e passivos
contingentes.
Item do CPC Provisões
84 (a) O valor contábil no início e no fim do período.
84 (b) Provisões adicionais feitas no período, incluindo aumentos nas provisões existentes.
84 (c) Valores utilizados (ou seja, incorridos e baixados contra a provisão) durante o período.
84 (d) Valores não utilizados revertidos durante o período.
O aumento durante o período no valor descontado a valor presente proveniente da passagem do
84 (e)
tempo e o efeito de qualquer mudança na taxa de desconto.
85 (a) Breve descrição da natureza da obrigação.
85 (a) Cronograma esperado para as saídas de benefícios econômicos.
85 (b) Uma indicação das incertezas sobre o valor ou o cronograma dessas saídas.
O valor de qualquer reembolso esperado, declarando o valor de qualquer ativo que tenha sido
85 (c)
reconhecido por conta desse reembolso esperado.
Item do CPC Passivos Contingentes
Para qualquer classe de passivo contingente (exceto remoto): breve descrição da natureza da
86
obrigação.
Para qualquer classe de passivo contingente (exceto remoto): a estimativa do seu efeito
86 (a)
financeiro.
Para qualquer classe de passivo contingente (exceto remoto): a indicação das incertezas
86 (b)
relacionadas ao valor ou momento de ocorrência de qualquer saída.
Para qualquer classe de passivo contingente (exceto remoto): a possibilidade de qualquer
86 (c)
reembolso.
Item do CPC Provisões e Passivos Contingentes
Na determinação de quais provisões ou passivos contingentes podem ser agregados para formar
uma única classe, é necessário considerar se a natureza dos itens é suficientemente similar para
divulgação única que cumpra as exigências dos itens 85(a) e (b) e 86(a) e (b). Assim, pode ser
87
apropriado tratar como uma classe única de provisão os valores relacionados a garantias de
produtos diferentes, mas não seria apropriado tratar como uma classe única os valores
relacionados a garantias normais e valores relativos a processos judiciais.
Quando a provisão e o passivo contingente surgirem do mesmo conjunto de circunstâncias, a
88 entidade deve fazer as divulgações requeridas pelos itens 84 a 86 de maneira que evidenciem a
ligação entre a provisão e o passivo contingente.
Quando algumas das informações exigidas pelos itens 86 e 89 não forem divulgadas por não ser
91
praticável fazê-lo, a entidade deve divulgar esse fato.
Em casos extremamente raros, pode-se esperar que a divulgação de alguma ou de todas as
informações exigidas pelos itens 84 a 89 prejudique seriamente a posição da entidade em uma
disputa com outras partes sobre os assuntos da provisão, passivo contingente ou ativo
92
contingente. Em tais casos, a entidade não precisa divulgar as informações, mas deve divulgar a
natureza geral da disputa, juntamente com o fato de que as informações não foram divulgadas,
com a devida justificativa.
Fonte: Elaborada pelos autores.

Verificou-se, para cada um dos 17 itens analisados, se a empresa evidenciou na nota


explicativa o que é exigido pelo CPC 25. Na aplicação do check list, estabeleceu-se o valor
(1) para cada item exigido evidenciado pela empresa, valor (0) para o item cuja a exigência da
norma não foi atendida e (NA) para o item que não se aplica. Ao final, o índice de disclosure
foi obtido através da divisão entre a somatória dos valores obtidos pela empresa com o
atendimento aos itens e a somatória de todos os itens aplicáveis à companhia (Leal et al.,
2018; Pinto et al., 2014; Santos, Pontes, & Mapurunga, 2014).
A Tabela 2 sintetiza as variáveis utilizadas na pesquisa, bem como suas
operacionalizações, fontes de coleta e embasamento teórico.

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Tabela 2 - Variáveis dependentes, independentes e de controle.
Variável
Medida Operacionalização Fonte da coleta Embasamento teórico
dependente
Logaritmo Natural do
VM Valor de Mercado Economática® Pinto et al. (2014)
Valor de Mercado
Variável
Medida Operacionalização Fonte da coleta Embasamento teórico
independente
Total de itens
evidenciados por Leal et al. (2018)
Índice de disclosure de
DISC_PROV- empresa / Total de Notas Pinto et al. (2014)
Provisões e Passivos
PCONT itens exigidos pelo explicativas Santos, Pontes e
Contingentes
CPC 25 ajustado pelo Mapurunga (2014)
NA
Total de itens
Pinto et al. (2014)
Índice de disclosure de evidenciados por Notas
DISC_PROV Santos, Pontes e
Provisões empresa/Total de itens explicativas
Mapurunga (2014)
exigidos pela CPC 25
Total de itens
Leal et al. (2018)
Índice de disclosure de evidenciados por Notas
DISC_PCONT Santos, Pontes e
Passivos Contingentes empresa/Total de itens explicativas
Mapurunga (2014)
exigidos pela CPC 25
Variável de
Medida Operacionalização Fonte da coleta Embasamento teórico
controle
Retorno sobre o Lucro Líquido / Fonteles et al. (2013)
ROE Economática®
Patrimônio Líquido Patrimônio Líquido Zonatto et al. (2011)

Almeida e Batista (2016)


Passivo Exigível / Pinto et al. (2014)
END Endividamento Economática®
Ativo Total Scarpin, Macohon e
Dallabona (2014)

Fonteles et al. (2013)


Logaritmo Natural do
TAM Tamanho Economática® Leal et al. (2018)
Ativo Total
Pinto et al. (2014)
Fonte: Elaborada pelos autores.

Na pesquisa, inicialmente realizou-se uma análise descritiva dos dados para que os
objetivos específicos fossem alcançados. Posteriormente, para o alcance do objetivo principal
do estudo, utilizou-se modelos de regressões com dados em painel, uma vez que essa pesquisa
contempla dados de corte transversal (i) relacionados com a dimensão temporal (t) de 2015 a
2017. Os modelos econométricos buscaram testar as hipóteses de que o disclosure de
provisões e passivos contingentes, disclosure de provisões e, por fim, disclosure de passivos
contingentes influenciam no valor de mercado das empresas brasileiras.

(Equação 1)

(Equação 2)

(Equação 3)

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Para verificar o método de estimação mais adequado, efeitos fixos, efeitos aleatórios ou
pooled OLS, foram realizados três testes. O primeiro foi o teste de Lagrande Multiplier (LM)
de Breush-Pagan, onde a hipótese nula é a de que os efeitos do tempo e do indivíduo não são
significantes e cuja rejeição implica na adoção do painel de efeitos aleatórios. Posteriomente,
realizou-se o teste F de Chow, onde a hipótese nula diz que os efeitos dos indivíduos não são
significantes, para definir entre efeitos fixos e a regressão por MQO. A rejeição da hipótese
nula, portanto, estabelece a opção pelo painel de efeitos fixos. E, por fim, empregou-se o teste
de Hausman, cuja hipótese nula retrata que o termo não está associado com as variáveis
explanatórios, para definir a escolha entre o painel de efeitos fixos e aleatórios. A rejeição da
hipótese nula estabelece a utilização de painel de efeitos fixos.
Definidas as variáveis e o método de análise dos dados, a pesquisa buscou analisar a
existência de influência quanto à divulgação de informações de provisões e passivos
contingentes pelas empresas brasileiras, frente ao que é exigido pelo CPC 25 (2009), no valor
de mercado das mesmas. Destaca-se que para o tratamento dos dados foi feito o uso da
planilha eletrônica Excel e do Stata versão 13.

4 Análise dos resultados


Inicialmente, realizou-se estatística descritiva dos dados para se verificar quais os tipos
de provisões e passivos contingentes são mais frequentes nas empresas brasileiras. A Tabela 3
demonstra os tipos e o quantitativo de provisões evidenciadas pelas empresas no período
2015-2017. Observa-se que as provisões trabalhista (307) e tributária (304) são os tipos de
provisões mais evidenciados pelas empresas. O Brasil apresenta um conjunto de regras
detalhadas quanto às leis trabalhistas, o que pode ocasionar numa maior probabilidade de
ocorrências de litígios trabalhistas pelas companhias (Ribeiro, 2018). Quanto aos processos de
natureza tributária, pode-se sugerir que a característica do Brasil como um país de alta carga
tributária seja um fator que explique o elevado número de provisões tributárias (Costa et al.,
2017).

Tabela 3 - Quantitativo de provisões no período 2015-2017.


2015 2016 2017 Total
Provisão Ambiental 17 18 19 54
Crescimento ano (%) 5,88 5,56
Provisão Cível 82 84 81 247
Crescimento ano (%) 2,44 -3,57
Provisão Trabalhista 99 103 105 307
Crescimento ano (%) 4,04 1,94
Provisão Tributário 99 101 104 304
Crescimento ano (%) 2,02 2,97
Provisão para Garantia 8 8 8 24
Crescimento ano (%) 0,00 0,00
Outras Provisões Contingentes 91 89 88 268
Crescimento ano (%) -2,20 -1,12
Total 396 403 405 1.204
Total (%) 32,89 33,47 33,64 100,00
Fonte: Elaborada pelos autores.

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Nota-se na Tabela 3 que as outras provisões contingentes apresentam um elevado
quantitativo. Deve-se salientar que há empresas as quais não especificam o tipo de litígio de
risco provável que detém, somente o seu valor. Diante disso, tais provisões foram inseridas
em outras provisões contingentes. Além disso, percebe-se que o quantitativo dos tipos de
provisões contingentes apresenta um crescimento baixo no decorrer dos anos, sendo o maior
percentual de crescimento apresentado nas provisões ambientais, no período 2015-2016
(5,88%).
Na Tabela 4 observa-se que a evidenciação de passivos contingentes se concentra,
também, nos passivos contingentes tributários (470), cíveis (450) e trabalhistas (432),
semelhante às provisões. Os passivos contingentes tributários envolvem, principalmente,
questões quanto ao reconhecimento de créditos de ICMS, PIS e COFINS. Os litígios cíveis
estão relacionados a processos ajuizados sob a alegação de problemas na prestação de
serviços. Já os passivos contingentes trabalhistas são, sobretudo, processos movidos pelos
empregados e/ou ex-empregados das companhias. Além disso, como nas provisões
contingentes, o quantitativo de passivos contingentes ambientais apresenta o maior
crescimento durante o período 2015-2016 (11,11%).

Tabela 4 - Quantitativo de passivos contingentes no período 2015-2017.


2015 2016 2017 Total
Passivo Contingente Ambiental 18 20 21 59
Crescimento ano (%) 11,11 5,00
Passivo Contingente Cível 148 152 150 450
Crescimento ano (%) 2,70 -1,32
Passivo Contingente Trabalhista 137 148 147 432
Crescimento ano (%) 8,03 -0,68
Passivo Contingente Tributário 152 158 160 470
Crescimento ano (%) 3,95 1,27
Passivo Contingente para Garantia 4 4 4 12
Crescimento ano (%) 0,00 0,00
Outros Passivos Contingentes 59 57 55 171
Crescimento ano (%) -3,39 -3,51
Total 518 539 537 1.594
Total (%) 32,50 33,81 33,69 100,00
Fonte: Elaborada pelos autores.

Em continuidade à verificação das provisões, observa-se na Tabela 5 que as provisões


tributárias, após outras provisões contingentes, são as que detêm de maior valor médio de
provisões entre todos os tipos (R$ 255.095,10). Além disso, tem-se que o valor médio geral
de provisões evidenciadas pelas empresas, nas notas explicativas, é de R$ 495.265,91. Quanto
ao desvio padrão e o coeficiente de variação geral, os mesmos apresentam valores elevados,
significando que os dados apresentam-se mais dispersos e que a dispersão em torno da média
apresenta-se elevada, respectivamente.

Tabela 5 - Análise descritiva das provisões do período 2015-2017 (em milhares).


Coeficiente
Obs. Média Mediana Desvio Padrão Mínimo Máximo
de variação

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Provisão
54 64.928,04 32.531,00 84.285,09 1,2981 39,00 347.064,00
Ambiental
Provisão Cível 247 153.144,90 19.336,00 670.892,60 4,3808 1,00 7.463.000,00
Provisão
307 100.390,60 26.613,00 220.163,70 2,1931 82,00 1.596.418,00
Trabalhista
Provisão
304 255.095,10 28.086,00 1.377.204,00 5,3988 11,00 16.200.000,00
Tributário
Provisão para
24 70.708,83 20.263,00 110.354,80 1,5607 5.363,00 373.754,00
Garantia
Outras
Provisões 268 2.327.328,00 73.949,00 12.800.000,00 5,4825 10,00 122.000.000,00
Contingentes
Total 1.204 495.265,91 33.463,00 2.543.816,70 3,39 1,00 122.000.000,00
Fonte: Elaborada pelos autores.

Quanto à verificação dos passivos contingentes, observa-se na Tabela 6 que os passivos


contingentes tributários apresentam uma maior média no valor evidenciado nas notas
explicativas da amostra (R$ 2.058.421,00). O valor médio geral das obrigações possíveis
evidenciadas pelas empresas é de R$ 636.647,22, sendo tal valor superior ao valor médio das
obrigações prováveis. Relativo ao desvio padrão geral, o mesmo apresenta um valor superior
ao da média geral (R$ 1.859.443,73) e um coeficiente de variação geral alto de 2,71. No
entanto, esses valores encontram-se inferiores aos das provisões, o que significa que a
dispersão dos dados é inferior.

Tabela 6 - Análise descritiva dos passivos contingentes do período 2015-2017 (em milhares).
Desvio Coeficiente
Obs. Média Mediana Mínimo Máximo
Padrão de variação
Passivo
Contingente 59 589.677,90 35.905,00 1.501.380,00 2,5461 106,00 7.242.000,00
Ambiental
Passivo
Contingente 450 382.283,50 50.524,50 833.483,30 2,1802 87,00 7.484.000,00
Cível
Passivo
Contingente 432 188.517,90 25.596,50 696.356,40 3,6938 37,00 7.885.000,00
Trabalhista
Passivo
Contingente 470 2.058.421,00 144.368,00 6.002.581,00 2,9161 175,00 55.000.000,00
Tributário
Passivo
Contingente 12 33.253,42 10.238,00 41.460,65 1,2468 1.613,00 129.142,00
Garantias
Outros
Passivos 171 567.729,60 92.834,00 2.081.401,00 3,6662 4,00 23.800.000,00
Contingentes
Total 1.594 636.647,22 59.911,00 1.859.443,73 2,71 337,00 16.923.357,00
Fonte: Elaborada pelos autores.

Na análise do nível de cumprimento aos itens do CPC 25 (2009), observa-se na Tabela


7 uma evolução mínima do índice de disclosure das informações exigidas pelo
Pronunciamento Técnico CPC 25 (2009) no período 2015-2017. A evolução do período 2015-
2016 é igual a 0,47% e a evolução do período 2016-2017 é 0,79%. Realizou-se testes de
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significância de proporções dos itens do CPC 25 (2009) no período de análise e não se
observou significância, sugerindo assim que o conteúdo informativo sobre provisões e
passivos contingentes nas notas explicativas das empresas não apresentam mudanças
significativas.
Extrai-se ainda que os itens 85 (c), 86 (c) e 91, os quais tratam respectivamente sobre o
valor de qualquer reembolso esperado, declarando o valor de qualquer ativo (provisões); a
possibilidade de qualquer reembolso, exceto para passivos contingentes remotos (passivos
contingentes); e a não divulgação dos itens 86 e 89, quando não for praticável, a entidade
deve divulgar o fato (provisões e passivos contingentes), apresentaram um nível de disclosure
inferior a 0,5 (Tabela 7). Deve-se salientar que o item 92 foi considerado não aplicável (NA)
para todas as empresas da amostra. Diante disso, percebe-se que a média geral de atendimento
aos itens do CPC 25 (2009), que pode ir de 0 a 1, é 0,6523.

Tabela 7 - Nível de atendimento aos itens do CPC 25 (2009) no período 2015-2017.


Item Divulgado
CPC 25 (2009) 2015 2016 2017 Média
84 (a) 0,9909 0,9955 0,9955 0,9940
84 (b) 0,8099 0,8026 0,8251 0,8125
84 (c) 0,7692 0,7623 0,7847 0,7721
84 (d) 0,6877 0,6860 0,7040 0,6926
84 (e) 0,5520 0,5739 0,5874 0,5711
85 (a) 0,7601 0,7578 0,7713 0,7631
85 (a) 0,6334 0,5829 0,5381 0,5848
85 (b) 0,5701 0,5739 0,5829 0,5756
85 (c) 0,3303 0,3363 0,3587 0,3418
86 0,7377 0,7377 0,7377 0,7377
86 (a) 0,9200 0,9333 0,9466 0,9333
86 (b) 0,6311 0,6488 0,6577 0,6459
86 (c) 0,1733 0,1866 0,2133 0,1911
87 0,8000 0,8000 0,8000 0,8000
88 0,9510 1,0000 0,9565 0,9692
91 0,0609 0,0487 0,0493 0,0530
92 - - - -
Média 0,6486 0,6516 0,6568 0,6523
Crescimento ano (%) 0,47 0,79
Fonte: Elaborada pelos autores.

No que tange ao índice de disclosure estabelecido na pesquisa, pode-se verificar,


mediante estatística descritiva apresentada na Tabela 8, que as médias de disclosure de
provisões e passivos contingentes, somente de disclosure de provisões e somente de
disclosure de passivos contingentes, respectivamente, nas notas explicativas das empresas da
amostra, no período 2015-2017, são 60,75%, 60,42% e 59,30%. Somente o disclosure de
passivos contingentes teve como mínimo 0%, ou seja, empresas da amostra deixaram de
evidenciar informações sobre passivos contingentes em suas notas explicativas.

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Tabela 8 - Análise descritiva do índice de disclosure de provisões e passivos contingentes.
Desvio Coeficiente
Obs. Média Mediana Mínimo Máximo
Padrão de Variação
disc_prov-pcont 678 0,6075 0,6428 0,2014 0,3316 0,0769 1
disc_prov 667 0,6042 0,6666 0,2208 0,3654 0,1 1
disc_pcont 675 0,5930 0,6000 0,2569 0,4336 0 1
Fonte: Elaborada pelos autores.

Após a análise descritivas dos dados, realizou-se a análise dos dados em painel, visando
verificar a influência das variáveis disclosure de provisões e passivos contingentes
(DISC_PROV-PCONT), somente disclosure de provisões (DISC_PROV) e, por fim, somente
disclosure de passivos contingentes (DISC_PCONT), no valor de mercado das empresas
listadas na B3. Após realização dos testes (Breusch e Pagan, Chow e Hausman) para verificar
qual o tipo de painel (efeitos fixos, efeitos aleatórios ou Pooled) seria mais adequado,
verificou-se que o modelo de efeitos fixos é o mais apropriado.
No modelo 1, o índice de disclosure de provisões e passivos contingentes
(DISC_PROV-PCONT) é significativo a 10%, ou seja, tem-se amparo para aceitar a hipótese
de que o disclosure de provisões e passivos contingentes influencia positivamente no valor de
mercado das empresas brasileiras (Hipótese 1). Tal resultado é contrário aos achados de Pinto
et al. (2014) que ao analisarem, no período de 2010 a 2013, a evidenciação de provisões e
passivos contingentes das empresas brasileiras, encontraram uma influência negativa da
mesma no valor de mercado. Ressalta-se que o resultado encontrado na pesquisa pode ser
explicado através da teoria do disclosure, da qual propõe que existem incentivos para uma
maior divulgação, de forma que a empresa passa a divulgar mais a partir do momento em que
percebe esses incentivos. No estudo, o incentivo analisado é o maior valor de mercado e a
divulgação é vista através do disclosure de provisões e passivos contingentes. Além disso,
entende-se que o aumento dos níveis de disclosure reduz a assimetria informacional e o
mercado passa a perceber uma maior transparência das empresas, portanto, ocasionando na
diminuição dos riscos e das incertezas quanto ao investimento (Costa et al., 2017; Scarpin et
al., 2014; Silva et al., 2014).

Tabela 9 - Modelos da regressão de dados em painel.


Variável dependente: Valor de mercado (VM)
Variáveis explicativas (i) (ii) (iii)
DISC_PROV-PCONT 0,7762 *
(0,4390)
DISC_PROV 0,6941 *
(0,4029)
DISC_PCONT 0,265
(0,2770)
END -0,3268 *** -0,3005 ** -0,3247 **
(0,1013) (0,1040) (0,1038)
ROE 0,2064 ** 0,2004 ** 0,2028 **
(0,0738) (0,0737) (0,0741)
TAM 0,5426 *** 0,5284 *** 0,5603 ***
(0,1101) (0,1102) (0,1115)

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Constante 5,6258 *** 5,8753 *** 0,5665 ***
(1,7101) (1,7013) (1,7448)
Obs. 678 667 675
Teste-F 13,73 12,22 13,06
P-value 0.0000 0.0000 0.000
R² 0,7087 0,7062 0,7037
Teste Hausman 132.69 *** 91.3 *** 463.83 ***
Teste Breusch-Pagan 467.72 *** 463.66 *** 95.29 ***
Notas: *, **, *** denotam significância de 10%, 5% e 1%, respectivamente. Os valores entre parênteses
informam o valor do erro.
Fonte: Dados da pesquisa.

Ao se separar a divulgação de provisões da divulgação de passivo contingentes, os


resultados continuam significativos e positivos para o índice de disclosure de provisões
(DISC_PROV). Portanto, confirma-se a hipótese de que disclosure de provisões influencia
positivamente no valor de mercado das empresas brasileiras (Hipótese 1a). Nesse sentido,
quanto maior o disclosure de provisões, maior é o valor de mercado da empresa. Assim,
infere-se que os usuários externos estão constantemente em busca de informações e de
empresas mais transparentes.
A variável índice de disclosure de passivos contingentes (DISC_PCONT), apresentada
no modelo 3, não foi significativa, portanto, rejeita-se a hipótese de que o disclosure de
passivos contingentes influencia positivamente no valor de mercado das empresas brasileiras
(Hipótese 1b). Este resultado pode ser entendido pelo fato das contingências não terem
divulgação no balanço patrimonial e não apresentarem reflexos na demonstração de resultado
(DRE). Desta forma, por ser apresentada apenas em notas explicativas e também pela baixa
possibilidade de saída de recursos, o disclosure de contingências pode não apresentar efeitos
no valor mercado das empresas.
Com relação às variáveis de controle, o ROE apresentou significância positiva nos três
modelos, deste modo, quanto maior o retorno sobre o patrimônio líquido maior o valor de
mercado, esse resultado é consistente ao estudo de Caixe e Krauter (2013). Os resultados
encontrados apontam que o endividamento influencia negativamente no valor de mercado das
empresas, portanto, infere-se que empresas mais endividadas têm maior risco financeiro,
levando o mercado a aplicar uma maior taxa de desconto em seus títulos e, assim,
apresentando menor valor de mercado (Braouezec, 2009). Por fim, a variável tamanho
apresentou, em todos os modelos, influência positiva no valor de mercado, tal resultado se
assemelha ao de Santana, Góis, Luca, & Vasconcelos (2015).

5 Conclusão
O estudo teve por objetivo analisar a influência do disclosure de provisões e passivos
contingentes no valor de mercado das empresas brasileiras. Para tanto, realizou-se estatística
descritiva para uma análise aprofundada sobre os tipos das provisões e passivos contingentes
divulgados pelas companhias, e modelos de regressões com dados em painel com efeitos fixos
para o alcance dos objetivos traçados.
No geral, os resultados demonstram que os litígios trabalhistas, tributários e cíveis são
os tipos de provisões e passivos contingentes mais frequentes nas notas explicativas das
empresas brasileiras. Pode-se considerar que o elevado quantitativo desses litígios esteja
relacionado, respectivamente, com problemas trabalhistas entre empregado e empresa; com a
alta carga tributária do Brasil; e com processos ajuizados relacionados à prestação de serviços.
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Constatou-se, ainda, que as empresas apresentam níveis semelhantes de disclosure de
provisões e passivos contingentes nos três anos do estudo (2015-2017). Diante disso, sugere-
se que as notas explicativas das empresas brasileiras não apresentam mudanças significativas
quanto ao conteúdo publicado relativo às provisões e passivos contingentes.
Quanto à realização das regressões em dados em painel com efeitos fixos, os dois
primeiros modelos confirmam as Hipóteses H1 e H1a, sendo as mesmas relativas,
respectivamente, a influência do disclosure de provisões e passivos contingentes
(DISC_PROV-PCONT), de forma conjunta, no valor de mercado das companhias, e a
influência do disclosure de provisão (DISC_PROV) no valor de mercado. Esses resultados
propõem a existência de incentivos para um maior disclosure de informações pelas empresas,
confirmando o arcabouço teórico utilizado pelo o estudo, a Teoria do Disclosure.
No entanto, ressalta-se que não foi encontrada influência do disclosure de passivos
contingentes (DISC_PCONT) no valor de mercado, sendo assim refutada a Hipótese H1b.
Dessa forma, podemos sugerir que a possível ou remota saída de recurso da empresa
brasileira, por não estar presente nas demonstrações contábeis, não apresenta para o investidor
nenhum tipo de risco, não interferindo, assim, na sua avaliação da empresa.
Esta pesquisa contribui com a análise dos efeitos do disclosure de provisões e passivos
contingentes no valor de mercado da empresa, de três diferentes formas, sendo a primeira
através da análise conjunta do disclosure de provisões e passivos contingentes; segunda,
através da análise somente do disclosure de informações de provisões; e terceira, somente, por
meio da análise do disclosure de informação de passivos contingentes. Dessa forma, foi
possível verificar o efeito da divulgação de informações de litígios prováveis e possíveis, nas
notas explicativas, na análise do investidor sobre a companhia.
Como limitação do estudo, destaca-se o fato da amostra somente abranger as empresas
listadas na bolsa de valores brasileira e a seleção da variável de mercado. Para pesquisas
futuras, sugere-se a ampliação da amostra, englobando empresas listadas em bolsas de valores
de outros países e a utilização de novas variáveis que verifiquem, também, outros efeitos
ocasionados pelo disclosure de provisões e passivos contingentes. E por fim, recomenda-se
uma análise do disclosure de provisões e passivos contingentes por setor empresarial, para
uma maior investigação quanto as características dos litígios prováveis e possíveis.

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