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Por que a terapia não tem sucesso com mais frequência?

“Por que acontece de não ocorrer mudança verdadeira na vida das


pessoas? E quando bem-sucedida, o que os pacientes e os terapeutas
fizeram? O que a maioria não consegue lazer? Em busca de
respostas, estudamos muitas modalidades de terapia, dos métodos
clássicos aos recentes. Analisamos literalmente milhares de sessões
de terapeuta e paciente gravadas em fita. Nossa série de estudos
levou a várias descobertas, algumas bastante diferentes das que nós
e a maioria dos outros terapeutas esperávamos. Em primeiro lugar,
descobrimos que o paciente bem-sucedido- aquele que mostra uma
mudança real e visível em testes psicológicos e na vida- pode ser
identificado com grande facilidade nas gravações de sessões de
terapia. O que esses pacientes fazem na terapia é diferente do que os
outros fazem e é tão fácil apontar a diferença que, depois de definida,
podemos explicá-la a estudantes sem experiência e eles também se
tornam capazes de distinguir os pacientes bem-sucedidos dos outros.
Qual a diferença crucial? Percebemos que não é a técnica do
terapeuta -as diferenças de metodologia na terapia parecem
influenciar surpreendentemente pouco. E a diferença também não se
encontra no que os pacientes abordam. A diferença está no seu modo
de falar. E isso é apenas um sinal externo da diferença real: o que
os pacientes bem-sucedidos fazem com si mesmos.
Um dos fatos que mais nos perturbaram em nossa pesquisa foi que
os pacientes capazes desse ato interno crucial podiam ser
identificados nas duas primeiras sessões terapêuticas. Vimos que
podíamos prever o sucesso ou o fracasso desde o início apenas
analisando as primeiras entrevistas. Segundo uma análise estatística
rigorosa, havia uma probabilidade de menos de um em mil de obter o
mesmo resultado acidentalmente.
A intenção aqui é dizer a você o que eles fazem e como você pode
fazê-lo. Isso porque essa aptidão incomum, esse ato interno,
não apenas é útil no consultório do psicoterapeuta como é uma forma
de abordar qualquer problema ou situação. A aptidão que
observamos e definimos não serve apenas para os problemas. Entre
os que a conhecem, ela se torna uma fonte interna que é consultada
muitas vezes por dia. A aptidão que estou me referindo chama-se
Focalização.
E essa capacidade nos ensina a descobrir e mudar o que está
estagnado, limitado, travado, desalentado. Nos ensina a capacidade
de mudar – de viver em uma profundidade além daquela dos de seus
pensamentos e sentimentos...”

Eugene Gendlin – Livro FOCALIZAÇÃO UMA VIA DE ACESSO À


SABEDORIA CORPORAL)

Juliana Rett - rett.rp@gmail.com - CPF: 354.272.028-38

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