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Avaliação II – 3o Ano do Ensino Médio

LEIA ATENTAMENTE AS INSTRUÇÕES SEGUINTES

1. Este CADERNO DE QUESTÕES contém 90 8. O tempo disponível para estas provas é de cinco
questões. Distribuídas sequencialmente em: horas e trinta minutos.
 Questões de 01 a 10 – Inglês 9. Reserve os 30 minutos finais para marcar seu
 Questões de 11 a 45 – Português CARTÃO-RESPOSTA.
 Questões de 46 a 63 – História
10. Os rascunhos e as marcações assinaladas no
 Questões de 64 a 80 – Geografia
CADERNO DE QUESTÕES não serão considerados
 Questões de 81 a 90 – Filosofia/Sociologia
na avaliação.
2. Confira se a sua avaliação contém a quantidade de
11. Quando terminar as provas, acene para chamar o
questões e se essas questões estão na ordem
fiscal e entregue este CADERNO DE QUESTÕES e
mencionada na instrução acima. Caso o caderno
o CARTÃO-RESPOSTA.
esteja incompleto, tenha qualquer defeito ou
apresente divergência, comunique ao fiscal da sala 12. Você poderá deixar o local de prova somente após
para que ele tome as providências cabíveis. decorridas duas horas do início da aplicação.
3. Verifique, no CARTÃO-RESPOSTA, se os seus 13. A sua avaliação será anulada no caso de:
dados estão registrados corretamente. Caso haja
a. perturbar, de qualquer modo, a ordem no local de
alguma divergência, comunique-a imediatamente ao
aplicação das provas, incorrendo em
fiscal da sala.
comportamento indevido durante a realização da
4. ATENÇÃO: após a conferência, assine seu nome nos prova;
espaços próprios do CARTÃO-RESPOSTA com b. se comunicar, durante as provas, com outro
caneta esferográfica de tinta preta. participante verbalmente, por escrito ou por
5. Não dobre, não amasse nem rasure o CARTÃO- qualquer outra forma;
RESPOSTA, pois ele não poderá ser substituído. c. utilizar qualquer tipo de equipamento eletrônico e
de comunicação durante a realização da prova;
6. Para cada uma das questões objetivas, são
apresentadas 5 opções identificadas com as letras d. utilizar ou tentar utilizar meio fraudulento, em
A, B, C, D e E. Apenas uma responde corretamente benefício próprio ou de terceiros, em qualquer
à questão. etapa da prova;
7. No CARTÃO-RESPOSTA, preencha todo o espaço e. utilizar livros, notas ou impressos durante a
compreendido no círculo correspondente à opção realização da prova;
escolhida para a resposta com caneta f. se ausentar da sala de provas levando consigo o
esferográfica de TINTA PRETA. A marcação em CADERNO DE QUESTÕES antes do prazo
mais de uma opção anula a questão, mesmo que estabelecido e/ou o CARTÃO-RESPOSTA a
uma das respostas esteja correta. qualquer tempo.

Aluno(a) − ____________________________________________________________________

Turma − _______
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INGLÊS
TEXT I

The Birth of My Kitchen-Table Fiction

(By Haruki Murakami)

Most people – most of us who are part of Japanese society – graduate from school, then find work, then, after some time has
passed, get married. Even I originally intended to follow that pattern. Yet in reality I married, then started working, then finally
managed to graduate. In other words, the order I chose was the exact opposite to what was considered normal. Since I hated the
idea of working for a company, I decided to open my own establishment, a place where people could go to listen to jazz records,
have a coffee, eat snacks and drink. It was a simple, rather happy-go lucky kind of idea: running a business like that would let me
relax listening to my favorite music from morning till night.
(Adaptado de H. Murakami, Wind and Pimbal – Two Novels.
Tradução do japonês para o inglês de Ted Goossen. London: Penguin Random House, 2015, p. 5.)

01. O autor do texto

A) fez o que era normal para os jovens japoneses na época, abrindo uma loja de discos.
B) queria viver feliz ouvindo música o dia todo, sem trabalhar.
C) fez o que era normal para os jovens japoneses, mas em uma ordem totalmente diferente.
D) queria ganhar dinheiro trabalhando só com música e viver feliz.
E) fez os que os japoneses sonham em fazer: ir trabalhar em uma multinacional.

02. No final da história, o comportamento de Garfield nos faz concluir que

A) ele conhece o autor do livro que está sendo lido para eles.
B) ele quer fugir deste lugar porque tem medo do que pode acontecer.
C) ele está entusiasmado com a hora do almoço.
D) ele conhece a história, porque é sobre o que eles fizeram pela manhã.
E) este livro é entediante.

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TEXT II

New vaccine could fight nicotine addiction Cigarette smokers who are having trouble quitting because of nicotine’s addictive
power may someday be able to receive a novel antibody-producing vaccine to help them kick the habit. The average cigarette
contains about 4 000 different chemicals that — when burned and inhaled — cause the serious health problems associated with
smoking. But it is the nicotine in cigarettes that, like other addictive substances, stimulates rewards centers in the brain and hooks
smokers to the pleasurable but dangerous routine. Ronald Crystal, who chairs the department of genetic medicine at Weill-Cornell
Medical College in New York, where researchers are developing a nicotine vaccine, said the idea is to stimulate the smoker’s
immune system to produce antibodies or immune proteins to destroy the nicotine molecule before it reaches the brain.

(BERMAN, J. Disponível em: www.voanews.com. Acesso em: 2 jul. 2012.)

03. Muitas pessoas tentam parar de fumar, mas fracassam e sucumbem ao vício. Na tentativa de ajudar os fumantes, pesquisadores
da Weill-Cornell Medical College estão desenvolvendo uma vacina que

A) ative a produção de anticorpos para combater a nicotina.


B) seja produzida a partir de moléculas de nicotina.
C) substitua a sensação de prazer oferecida pelo cigarro.
D) diminua o risco de o fumante se tornar dependente da nicotina.
E) controle os estímulos cerebrais do hábito de fumar.

TEXT III

A George Washington quarter was a cuarta. Two cuartas bought us una soda from a vending machine. We asked abuelito
for a cuarta to play the video game console. No, he said, una peseta. No, una cuarta. Una peseta para la máquina.

([…] ESPINOZA, John Olivares. “Spanish as experienced by a native speaker”. Poets.org. Acesso em: 22 jan. 2018.)

04. A linguagem presente nesse trecho do escritor estadunidense John Olivares Espinoza busca ilustrar

A) a falta de domínio da norma-padrão.


B) o emprego de estrangeirismos.
C) a aplicação de vocábulos obsoletos.
D) o predomínio da linguagem formal.
E) a utilização de metalinguagem.

TEXT IV

HOW TO GET YOUR MIND TO READ

Americans are not good readers. Many blame the ubiquity of digital media. We’re too busy on Snapchat to read, or perhaps
internet skimming has made us incapable of reading serious prose. But Americans’ trouble with reading predates digital
technologies. The problem is not bad reading habits engendered by smartphones, but bad education habits engendered by a
misunderstanding of how the mind reads.

[…]

Many of these poor readers can sound out words from print, so in that sense, they can read. Yet they are functionally illiterate
– they comprehend very little of what they can sound out. So what does comprehension require? Broad vocabulary, obviously.
Equally important, but more subtle, is the role played by factual knowledge.

[…]
(WILLINGHAM, Daniel T. “How to get your mind to read”. The New York Times, 25 nov.
2017. Acesso em: 22 jan. 2018.)

05. De acordo com a reportagem acima, muitos estadunidenses não são bons leitores porque
A) adquiriram maus hábitos com o advento de novas tecnologias e dos smartphones.
B) falta-lhes o conhecimento de estruturas gramaticais e vocabulário erudito.
C) acostumaram-se a ler rapidamente textos curtos disponíveis na Internet.
D) são alfabetizados, mas têm dificuldade de compreender o que leem.
E) passam a maior parte do seu tempo livre conectados às mídias sociais.

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TEXT V

06. Segundo a tira, a comunicação entre os personagens fica comprometida em um determinado momento porque

A) os personagens atribuem sentidos diferentes às palavras dirty vehicles.


B) um dos personagens ignora que os carros sejam emissores de poluentes.
C) os personagens defendem a circulação de veículos no centro da cidade.
D) um dos personagens sugere proibir veículos apenas no interior da cidade.
E) os personagens divergem de opinião sobre a beleza do centro de Paris.

TEXT VI

Leia o início do conto The Fall of theHouseof Usher, de Edgar Allan Poe, e responda às questões 07 e 08.

During the whole of a dull, dark, and soundless day in the autumn of the year, when the clouds hung oppressively low in the
heavens, I had been passing alone, on horseback, through a singularly dreary tract of country; and at length found myself, as the
shades of the evening drew on, within view of the melancholy House of Usher. I know not how it was – but, with the first glimpse
of the building, a sense of insufferable gloom pervaded my spirit. I say insufferable; for the feeling was unrelieved by any of that
half-pleasurable, because of poetic, sentiment with which the mind usually receives even the sternest natural images of the desolate
or terrible.

(POE, E. A. “The fall of the house of Usher”. In: COCHRANE, J. (Ed.). “The penguin book of American
short stories”. London: Penguin books, 1987.)

07. Ao final do texto, o narrador descreve uma sensação incapaz de ser atenuada até mesmo por um sentimento meio-prazeroso,
definido como

A) sombrio.
B) inenarrável.
C) inusitado.
D) poético.
E) enigmático.

08. O sentimento predominante no trecho narrado é de

A) angústia.
B) debilidade
C) felicidade.
D) arrependimento.
E) ódio.

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09.

De acordo com a charge, podemos concluir que há:

A) a dificuldade de conseguir descansar sem ser incomodado.


B) a dificuldade de obter financiamento para pesquisas.
C) a disputa entre novas e antigas tecnologias.
D) a crítica abusiva a processos trabalhistas.
E) o pensamento humano sobre desigualdade.

10. Com base na charge acima, infere-se que seu personagem

A) acaba de fazer uma descoberta na área de pesquisa sobre maçãs.


B) é o dono da árvore sob a qual se encontra.
C) pretende ficar rico com a venda das maçãs.
D) desconhece quem é o dono da árvore sob a qual está sentado.
E) pretende voltar a pesquisar maçãs.

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PORTUGUÊS

11. É um fato. Brasil é líder na América Latina em qualidade de jornalismo de saúde. Ao menos, se se considera representativa a
posição do país nos prêmios Roche de Jornalismo, onde concorrem com o resto da região.
(Disponível em http://observatoriodaimprensa.com.br/caderno-da-cidadania/uma-boa-noticia-o-brasil-arrasa-
no-jornalismo-de-saude/. Acesso em: 06 ago. 2023)

A inserção de marcas modalizadoras, isto é, expressões que projetam a posição do enunciador a respeito daquilo que comunica,
pode funcionar como um recurso linguístico de convencimento. Diante disso, observa-se que o uso da expressão “É um fato”
A) aproxima o texto de um registro informal, uma vez que representa uma estrutura linguística pouco utilizada por falantes
cultos.
B) reforça a perspectiva subjetiva assumida pelo autor, já que representa sua inserção linguística no discurso que enuncia.
C) gera o efeito de objetividade, visto que apresenta a declaração posterior como algo que de que não se pode discordar.
D) produz um efeito apelativo, porque interpela diretamente o leitor, induzindo-o a assumir uma corresponsabilidade pelo
discurso apresentado.
E) projeta a opinião do enunciador, pois se mostra como uma marca linguística de sua participação na elaboração do discurso.

12.
A catedral é uma igreja urbana. Ela domina a cidade e observa tudo o que se produz e se troca em uma aglomeração que
fora dela é só emaranhado de ruelas, de cloacas e de imundícies. A cidade é concentrada, estreita. A catedral é toda aberta.
Ela é uma demonstração de autoridade. Ela fala da soberania do Cristo-Rei por meio de suas fachadas que têm a aparência
de fortalezas e por meio de suas torres que prolongam as fachadas. A catedral é a afirmação que a salvação é alcançada na
ordem e na disciplina, sob o controle do poder do bispo.
(Georges Duby. A Europa na Idade Média, 1984. Adaptado.)

O excerto refere-se ao renascimento das cidades na Idade Média europeia e à emergência

A) da construção de igrejas e do surgimento de novas religiões cristãs.


B) da arte gótica e do fortalecimento do poder da hierarquia eclesiástica.
C) da igreja românica e da confirmação do poder dos senhores feudais.
D) da arquitetura barroca e da catequização cristã dos povos pagãos.
E) da basílica neoclássica e do retorno do cristianismo às suas origens.

13.
Quero que a estrofe cristalina,
Dobrada ao jeito
De ourives, saia da oficina
Sem um defeito
(...)
Os versos do poema “Profissão de fé”, de Olavo Bilac, representam um estilo de época de acordo com o qual:

A) o valor estético deve resultar da linguagem subjetiva e espontânea que brota diretamente das emoções.
B) a forma literária não pode afastar-se das tradições e das crenças populares, sem as quais não se enraíza culturalmente.
C) a poesia deve sustentar-se enquanto forma bem lapidada, cuja matéria-prima é um vocabulário raro, numa sintaxe elaborada.
D) devem ser rejeitados os valores do antigo classicismo, em nome da busca de formas renovadas de expressão.
E) os versos devem fluir segundo o ritmo irregular das impressões, para melhor atender ao ímpeto da inspiração.

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14.
Ronda nas redes uma discussão sobre os festejos de São João no Nordeste: a invasão da música caipira do interior de São
Paulo e Goiás roubando o lugar do tradicional forró pé de serra. Há algo mais do que o gosto por polêmica maniqueísta que
tem predominado no ambiente público brasileiro desde, pelo menos, as jornadas de junho de 2013 e agora dá vez ao assombro
diante do fluxo ininterrupto de escândalos. É uma discussão que diz respeito ao impacto das mídias e discursos na sua relação
com as culturas territoriais. Mesmo em tempos de cultura participativa digital a mídia mainstream continua dando as cartas?
O que explica a expansão nacional da música sertaneja: identificação estética dos brasileiros ou o poder do dinheiro?

Há uns dois anos, quando vivia em Aracaju, presenciava uma interessante discussão sobre o espaço do forró ostentação em
detrimento da tradição. De um lado, triângulo, zabumba e sanfona, como ensinou o mestre Luís Gonzaga; de outro Wesley
Safadão e sua legião de fãs. Trabalhava na TV Sergipe, afiliada da Globo no estado. E investimos na busca da tradição numa
série de reportagens chamada “São João da Gente”.

Fomos até o interior mostrando a relação sagrada e profana que dá o tom e o clima desta época do ano. A origem agrícola
e a espiritualidade sincrética: plantar no São José para colher no São João. Os festejos juninos são sinônimo de mesa farta e
alegria no coração.
(Disponível em http://observatoriodaimprensa.com.br/jornalismo-cultural/devolva-o-meu-sao-
joao-e-heranca-tropicalista/. Acesso em: 06 ago. 2023)

O relato da experiência da construção da série de reportagens “São João da Gente” relaciona-se, no texto, com o objetivo de se
A) confirmar que a identificação dos brasileiros com o sertanejo é resultado do investimento financeiro feito por esse mercado.
B) comprovar que os brasileiros têm se afinado esteticamente com os produtos do chamado “forró ostentação”.
C) evidenciar o sincretismo e a origem da tradição das festas de São João no Nordeste.
D) apresentar uma posição sobre a invasão da música sertaneja nas tradições do Nordeste.
E) indicar que o gênero sertanejo é um dos responsáveis pelo enfraquecimento das tradições nordestinas.

15.
“Começo a arrepender-me deste livro. Não que ele me canse; eu não tenho que fazer; e, realmente, expedir alguns magros
capítulos para esse mundo sempre é tarefa que distrai um pouco da eternidade. Mas o livro é enfadonho, cheira a sepulcro,
traz certa contração cadavérica; vício grave, e aliás ínfimo, porque o maior defeito deste livro és tu, leitor. Tu tens pressa de
envelhecer, e o livro anda devagar; tu amas a narração direita e nutrida, o estilo regular e fluente, e este livro e o meu estilo
são como os bêbedos, guinam à direita e à esquerda, andam e param, resmungam, urram, gargalham, ameaçam o céu,
escorregam e caem...”
(ASSIS, Machado de. “Memórias Póstumas de Brás Cubas”. 18a. ed. São Paulo; Ática, 1992. p. 103.)

Publicado em folhetim em 1880, na revista Brasileira, e editado em livro no ano seguinte, Memórias Póstumas de Brás Cubas
é a autobiografia de Brás Cubas, que, depois de morto, resolve escrever suas memórias. No fragmento em destaque, o narrador:

A) encara o escrever como um trabalho árduo, que requer talento.


B) caracteriza a sua narrativa como linear, sequenciada no tempo.
C) ressalta o descompasso entre o ritmo do leitor e o da narrativa.
D) sente-se desanimado diante da dificuldade do leitor em entender a sua obra.
E) considera a morte como uma ameaça que inibe a espontaneidade de seu discurso.

16.
“Odiavam-se. Cada qual sentia pelo outro um profundo desprezo, que pouco a pouco se foi transformando em repugnância
completa. O nascimento de Zulmira veio agravar ainda mais a situação; a pobre criança, em vez de servir de elo aos dois
infelizes, foi antes um novo isolador que se estabeleceu entre eles. Estela amava-a menos do que lhe pedia o instinto materno
por supô-la filha do marido, e este a detestava porque tinha convicção de não ser seu pai.”

(http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/bv000015.pdf )

O trecho acima, da obra naturalista “O Cortiço”, de Aluísio de Azevedo, relata a relação conturbada entre o casal Miranda e
Estela. A partir da leitura do fragmento acima, pode-se concluir que o trecho apresenta as características do Naturalismo como:

A) vocabulário simples, antissentimentalismo e adultério.


B) religiosidade, casamento dotal e antissentimentalismo.
C) impessoalidade, engajamento social e bucolismo.
D) determinismo, objetivo científico e melancolia.
E) linguagem erudita, adultério e impessoalidade.

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17.

Êxtase de Santa Teresa, Bernini.

Entre os artistas do Barroco italiano, Bernini (1598-1680), sem dúvida, é o mais importante e completo, pois foi arquiteto,
urbanista, escultor, decorador e pintor.

A obra acima, de Bernini, revela características da escultura barroca como

A) o rosto e os gestos das personagens, que evidenciam fortes emoções revelando dramaticidade.
B) a ausência de movimento e um equilíbrio entre os aspectos intelectuais e emocionais.
C) uma forte dramaticidade herdada do Renascimento e o equilíbrio entre os aspectos intelectuais e emocionais.
D) um forte equilíbrio entre a razão e a fé e uma total ausência de sentimento e dramaticidade.
E) a ausência de movimento e de efeitos decorativos revelando todo racionalismo do artista.

18.
Fernando Pessoa nasceu em Lisboa, em junho de 1888, e morreu em novembro de 1935, na mesma cidade, aos 47 anos,
em consequência de uma cirrose hepática. Seus poemas mais conhecidos foram assinados pelos heterônimos Álvaro de
Campos, Ricardo Reis, Alberto Caeiro, além de um semi-heterônimo, Bernardo Soares, que seria o próprio Pessoa, um ajudante
de guarda-livros da cidade de Lisboa e autor do “Livro do Desassossego”, uma das obras fundadoras da ficção portuguesa no
século 20. Além de exímio poeta, Fernando Pessoa foi um grande criador de personagens. Mais do que meros pseudônimos,
seus heterônimos foram personagens completos, com biografias próprias e estilos literários díspares.
Após sua morte, em seus “baús cheios de gente”, foram encontrados mais de 30 mil escritos que, ainda hoje, continuam
sendo editados e que, pouco a pouco, vão sendo conhecidos [...].

(Disponível em http://www.revistabula.com/9665-poemas-ineditos-de-fernando-pessoa/.Acesso em: 25 jun. 2017)

Nos gêneros biográficos, é comum que o referente biografado seja constantemente atualizado na memória discursiva, a fim de
que ganhe relevância e destaque textual. Dentre os mecanismos linguísticos que atuam no esquema de progressão do referente
“Fernando Pessoa”, destacam-se, no texto acima,

A) as formas verbais “nasceu” e “morreu”, que geram um efeito de argumentação e atuam na tentativa de convencimento do
leitor.
B) os pronomes “seus” e “suas”, que recuperam anaforicamente a referência ao poeta Fernando Pessoa.
C) os adjetivos “fundadoras” e “exímio”, que resgatam a referência a Fernando Pessoa, avaliando-o positivamente.
D) os substantivos “biografias” e “estilos”, que apontam para as obras produzidas por Fernando Pessoa.
E) os sintagmas nominais “estilos literários díspares” e “baús cheios de gente”, que apontam para características da obra
pessoana.

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19.
Firmo, o atual amante de Rita Baiana, era um mulato pachola, delgado de corpo e ágil como um cabrito; capadócio de
marca, pernóstico, só de maçadas, e todo ele se quebrando nos seus movimentos de capoeira. Teria seus trinta e tantos anos,
mas não parecia ter mais de vinte e poucos. Pernas e braços finos, pescoço estreito, porém forte; não tinha músculos, tinha
nervos. A respeito de barba, nada mais que um bigodinho crespo, petulante, onde reluzia cheirosa a brilhantina do barbeiro;
grande cabeleira encaracolada, negra, e bem negra, dividida ao meio da cabeça, escondendo parte da testa e estufando em
grande gaforina por debaixo da aba do chapéu de palha, que ele punha de banda, derreado sobre a orelha esquerda.

(AZEVEDO, Aluísio de. O Cortiço. Disponível em:


www.dominiopublico.gov.br/download/texto/ua00021a.pdf . Acesso em: 20 de julho.2021.)

O Naturalismo no Brasil teve como obra mais marcante o livro O Cortiço, de Aluísio de Azevedo. Na passagem transcrita,
é notória a presença do zoomorfismo, marca desta escola literária, porque

A) há uma riqueza na descrição, no detalhamento do personagem.


B) expõe uma comparação de Firmo com um animal, um cabrito.
C) faz uma referência à vida amorosa de Firmo com Rita Baiana.
D) mostra o nível social elevado do amante de Rita Baiana.
E) descontrói o estereótipo do considerado malandro carioca.

20.
UM CÃO APENAS
Subidos, de ânimo leve e descansado passo, os quarenta degraus do jardim – plantas em flor, de cada lado; borboletas
incertas; salpicos de luz no granito – eis-me no patamar. E a meus pés, no áspero capacho de coco, à frescura da cal do pórtico,
um cãozinho doente, com todo o corpo ferido; gastas as mechas brancas do pelo; o olhar dorido e profundo, com esse lustro de
lágrimas que há nos olhos das pessoas muito idosas. Com grande esforço acaba de levantar-se. Eu não lhe digo nada; não faço
nenhum gesto. Envergonha-me haver interrompido o seu sono. Se ele estava feliz, eu não devia ter chegado. Já lhe faltavam
tantas coisas, que ao menos dormisse: também os animais devem esquecer enquanto dormem.
(Cecília Meireles)

Ao escrever sobre um cão doente, Cecília Meireles explora formas de comunicação centradas na expressão do Eu. Isso quer
dizer que

A) não há intenção emotiva em seu texto.


B) seu objetivo é envolver o leitor, seduzir, convencer.
C) a ênfase está na subjetividade da autora, na sua condição de expressar opiniões.
D) há uma manutenção dos aspectos expressivos a partir do canal de comunicação.
E) a ênfase recai principalmente sobre a construção do texto, sobre a arrumação das palavras no espaço gráfico.

21.
Ele se tornou a arma mais importante da guerra terrestre no último século. Completando agora cem anos da sua invenção
em 1916 e seu batismo na Primeira Guerra Mundial (1914-1918), o tanque de guerra – ou como prefere o Exército brasileiro,
“carro de combate” – não tem apenas valor militar ou tecnológico.
O tanque virou um símbolo de poder do Estado, tanto da sua capacidade de repressão, como, em casos mais raros, da sua
capacidade de terminar com a opressão.

(Disponível em http://www1.folha.uol.com.br/mundo/2016/05/1774847-usado-em-conflitos-e-contra-protestos-o-
tanque-de-guerra-completa-cem-anos.shtml. Acesso em: 06 ago. 2023)

O texto cumpre o propósito de informar sobre o centenário do tanque de guerra, mantendo-o (o tanque) em evidência em todo
o discurso. Dentre os recursos utilizados para a manutenção da referência à “arma mais importante da guerra terrestre no último
século”, destaca-se

A) a utilização do pronome substantivo “Ele”, na estrutura “Ele se tornou a arma mais importante da guerra terrestre no último
século”, que antecipa, já no início do texto, a menção ao referente em estudo.
B) a utilização do artigo definido “a”, na contração “da guerra”, indicando o pressuposto de que a memória do leitor produzirá
a adequada interpretação para a específica “guerra” de que se fala.
C) o uso da expressão “agora”, que aponta para o termo “no último século”.
D) a referência à noção de “carro de combate”, que indica um tipo específico de tanque de guerra que é usado pelas forças
militares brasileiras.
E) o uso da forma possessiva “sua”, em “sua capacidade de repressão”, que aponta para uma das ações realizadas pelos tanques
de guerra.

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22.

(https://pt.wikipedia.org/wiki/A_Liberdade_guiando_o_povo#/media/Ficheiro:Eug%C3%A8ne_Delacroix_-
_Le_28_Juillet._La_Libert%C3%A9_guidant_le_peuple.jpg)

O quadro acima é do pintor francês Eugène Delacroix (1798 – 1863) e é intitulado “A Liberdade guiando o povo”, datado de
1830. Este quadro tornou-se uma das representações mais famosas da Revolução Francesa e da arte da época, pois:

A) nele podemos observar todas as características do simbolismo, bem como a representação de todas as classes que
participaram da fase inicial do movimento, com destaque para a bandeira tricolor criada pelos revolucionários.
B) utiliza uma linguagem de fácil entendimento, onde é possível depreender todas as fases da Revolução Francesa numa só
imagem, situando a obra no contexto da arte impressionista.
C) tornou-se também um ícone do estilo rococó, do qual Delacroix é um dos fundadores e permite observar o caráter violento
da Revolução.
D) sintetiza, com traços pertencentes ao romantismo francês, as ideias fundamentais da revolução, representadas pela bandeira
revolucionária, levada pela mulher que constitui a personificação da liberdade.
E) está ligada à busca da razão e ao propósito europeu de alcançar a liberdade individual, defendendo-a artisticamente nas
criações e na independência das produções da época.

23.
“Abatidos pelo fadinho harmonioso e nostálgico dos desterrados, iam todos, até mesmo os brasileiros, se concentrando e
caindo em tristeza; mas, de repente, o cavaquinho de Porfiro, acompanhado pelo violão de Firmo, romperam vibrantemente
com um chorado baiano. Nada mais que os primeiros acordes da música crioula para que o sangue de toda aquela gente
despertasse logo, como se alguém lhe fustigasse o corpo com urtigas bravas. E seguiram-se outras notas, e outras, cada vez
mais ardentes e mais delirantes. Já não eram dois instrumentos que soavam, eram lúbricos gemidos e suspiros soltos em
torrente, a correrem serpenteando, como cobras, numa floresta incendiada; eram ais convulsos, chorados em frenesi de amor:
música feita de beijos e soluços gostosos; carícia de fera, carícia de doer, fazendo estalar de gozo.”
(AZEVEDO, Aluísio. “O Cortiço”. São Paulo: Ática, 1983 (fragmento).)

No romance O Cortiço (1980), de Aluísio Azevedo, as personagens são observadas como elementos coletivos caracterizados
por condicionantes de origem social, sexo e etnia.

Na passagem transcrita, o confronto entre brasileiros e portugueses revela prevalência do elemento brasileiro, pois:

A) destaca o nome de personagens brasileiras e omite o de personagens portuguesas.


B) exalta a força do cenário natural brasileiro e considera o do português inexpressivo.
C) mostra o poder envolvente da música brasileira, que cala o fado português.
D) destaca o sentimentalismo brasileiro, contrário à tristeza dos portugueses.
E) atribui aos brasileiros uma habilidade maior com instrumentos musicais.

AV2 – Linguagens e Humanas (19-08)


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24. A pintura é uma manifestação artística que pode ser utilizada como fonte histórica, reforçando uma versão da história. Nesse
sentido, observe o quadro do pintor paraibano Pedro Américo:

No campo da historiografia, essa imagem:

A) sintetiza o verdadeiro sentimento de toda a nação em relação a Portugal.


B) expõe a luta de classes existente no país no período da independência.
C) expressa o apoio popular ao processo de autonomia política do Brasil.
D) representa uma visão heroica e romanceada da independência política do país.
E) mostra a independência como anseio de grupos subalternos.

25.
LÍNGUA PORTUGUESA
(Olavo Bilac)

Última flor do Lácio1, inculta e bela,


És, a um tempo, esplendor e sepultura:
Ouro nativo, que na ganga2 impura
A bruta mina entre os cascalhos vela...

Amo-te assim, desconhecida e obscura.


Tuba de alto clangor3, lira singela,
Que tens o trom4 e o silvo da procela5,
E o arrolo6 da saudade e da ternura!

Amo o teu viço agreste e o teu aroma


De virgens selvas e de oceano largo!
Amo-te, ó rude e doloroso idioma,

Em que da voz materna ouvi: “meu filho!”,


E em que Camões chorou, no exílio amargo,
O gênio sem ventura e o amor sem brilho!
(Poema retirado da obra: Poesia brasileira- Realismo e Parnasianismo, pág. 46)
1. antiga região da Itália central, onde se falava o Latim, língua que deu origem ao Português.
2. material impuro, não explorável, de um filão mineralizado.
3. som estridente de trombeta.
4. trovão.
5. tempestade.
6. canto para adormentar crianças

Esse é um soneto do autor carioca Olavo Bilac (1865-1918). De acordo com a leitura e interpretação do soneto acima e seus
conhecimentos acerca da poesia parnasiana, é satisfatória a afirmação:

A) Podemos destacar o uso da metalinguagem e da intertextualidade como marcações comuns ao supracitado movimento poético.
B) O eu-lírico é bastante emotivo e expressivo ao tecer grande apologia à Língua Portuguesa.
C) Bilac, ao valer-se das expressões: “inculta e bela”, “esplendor e sepultura”, “desconhecida e obscura” e “rude e doloroso idioma”,
apresenta contradição ao costumeiro apego à norma culta da Língua Portuguesa, assumindo postura popular e disforme.
D) Não condizente com os padrões parnasianos, os versos acima são heterometrificados e as rimas são de idênticas classes
gramaticais (rimas pobres).
E) Não havendo critérios de correção da Língua Portuguesa, fugindo da estética parnasiana, o soneto “bilaqueano” lido é uma
exceção à produção poética do seu tempo.

AV2 – Linguagens e Humanas (19-08)


12
26.
O Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro nasceu, em 1838, da aspiração de uma entidade que refletisse a nação brasileira
que, não muito antes, conquistara a sua Independência.
Na Sociedade Auxiliadora da Indústria Nacional – hoje, por sucessoras, a Federação das Indústrias do Rio de Janeiro –,
os secretários, cônego Januário da Cunha Barbosa e marechal Raimundo José da Cunha Matos, apresentaram proposta para a
sua criação, concretizada em 21 de outubro daquele ano, em Assembléia Geral, firmada por 27 fundadores, previamente
escolhidos.
Em 177 anos de profícua existência, tem-se caracterizado por atividades múltiplas, nos terrenos cultural e cívico, pela
reunião de volumoso e significativo acervo bibliográfico, hemerográfico, arquivístico, iconográfico, cartográfico e
museológico, à disposição do público, durante todo o ano, e pela realização de conferências, exposições, cursos, congressos e
afins.
(Disponível em <https://ihgb.org.br/ihgb/historico.html>. Acesso em: 06 ago. 2023)

A articulação entre os diversos tempos do discurso pode contribuir para o entendimento dos sentidos globais de um texto.
Esse entendimento se cumpre no texto acima, uma vez que, nele, a articulação entre os diversos tempos verbais colabora para
a compreensão de que, na perspectiva estrutural, o texto

A) constrói um efeito de proximidade, já que apresenta ações pretéritas como se estivesse acontecendo no momento da
enunciação.
B) estrutura-se em uma cronologia, que parte de ações passadas e termina com a apresentação de um processo que se realiza,
de modo continuado, no momento presente.
C) apresenta as ações no passado, como se elas estivessem acontecendo ao mesmo tempo, em uma perspectiva de
concomitância.
D) expõe, constantemente, o modo como o enunciador percebe e avalia os fatos históricos que apresenta.
E) explicita os antecedentes da formação do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, limitando-se a uma abordagem
histórica e informativa do cotidiano do século XIX no Brasil.

27. Leia o texto e, em seguida, assinale a alternativa correta.

Em 1127 São Bernardo (1090-1153) se reconciliou com Suger (c. 1085-1151). Em uma carta (n. 78), Bernardo congratulou-
se efusivamente com ele por ter reformado sua abadia, mas, sobretudo, por passar a viver uma vida verdadeiramente cristã,
modesta, mesmo em meio ao fausto do poder.
Essa importante reforma e redecoração levada a cabo por Suger em Saint-Denis, a mais régia das igrejas (originalmente um
mosteiro), deu origem a uma nova arte, o gótico, que, em Saint-Denis, foi a mais perfeita expressão concreta da filosofia
da metafísica da luz do Pseudo-Dionísio Areopagita (séc. V). No espetáculo poético da esfuziante irradiação da luz em Saint-
Denis, a transcendência repousou na matéria, a luz na cor, a contemplação na ação.

(COSTA, Ricardo da. “A luz deriva do bem e é imagem da bondade”: a metafísica da luz do Pseudo Dionísio Areopagita na
concepção artística do abade Suger de Saint-Danis. In: Scintilla. Revista de Filosofia e Mística Medieval. Curitiba: Faculdade de
Filosofia de São Boaventura (FFSB), Vol. 6 - n. 2 – jul./dez. 2009, p. 39-52.)

A beleza, apontada pelo texto de Ricardo da Costa referente à primeira construção tipicamente gótica da Idade Média, estava
associada à claridade, à luz e à cor. Esses elementos, trabalhados inicialmente na Catedral de Saint-Denis, tornaram-se comuns
nas outras construções góticas espalhadas por toda a Europa. A luz e a cor preenchiam o interior das catedrais góticas por meio:

A) das grandes lucarnas construídas no centro das catedrais.


B) das pinturas dos artistas do Renascimento.
C) da arte da escotilha.
D) da arte dos vitrais.
E) das iluminuras.

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28.
De vez em quando (a frequência parece mudar mais ou menos aleatoriamente), alguém, muitas vezes pertencente ao círculo
dos chamados formadores de opinião (quem os escolhe?), decide dar um palpite sobre questões gramaticais. Mais precisamente,
decide fazer uma listinha de vícios de linguagem, maior ou menor, que estariam ocorrendo.
[...]
Esses ‘intelectuais’ não conseguem não ter dor de ouvido quando surge uma regência ou uma concordância diferente da
que aprenderam que é a correta na sua quinta série. Atribuem sua tese às gramáticas, mas pode-se ter certeza de que não leram
nenhuma do início ao fim (se é que já viram uma).
É verdade que as gramáticas que supostamente conhecem são conservadoras. Mas não tanto quanto pensam que elas são.
Descobririam isso se as lessem, especialmente se lessem mais de uma.

(Disponível em http://www.cienciahoje.org.br/noticia/v/ler/id/4858/n/questao_de_informacao. Acesso em: 11 set. 2017)

O pressuposto que sustenta a crítica construída por Sírio Possenti está relacionado ao entendimento de que as opiniões
formuladas pelos citados “formadores de opinião”

A) são mais conhecidas que aquelas produzidas pelos linguistas, especialistas e técnicos na área de Linguagens.
B) nascem de um conhecimento suposto e superficial e da leitura de uma quantidade pouco significativa de manuais
gramaticais.
C) representam o pensamento da maior parte da população brasileira, que, influenciada pelos meios de comunicação, confunde
língua com gramática.
D) projetam informações superficiais e pouco embasadas cientificamente a respeito da história das línguas e de seu quadro de
variação.
E) ilustram fundamentos linguísticos ultrapassados, embora ainda validados por parte da comunidade científica.

29.

(https://www.historiadasartes.com/sala-dos-professores/david-michelangelo/. Acesso 07.08.2023)

Davi, de Michelangelo, é expressão do(a)

A) junção da tradição bíblica com a herança greco-romana.


B) repúdio renascentista em relação às figuras da Bíblia.
C) visão teocêntrica dos humanistas racionalistas.
D) crise da cultura antropocêntrica e naturalista.
E) desconhecimento da arte clássica.

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30.
Uma vez, na minha infância, a família se reuniu para uma fotografia. O fotógrafo gritou para que todos sorrissem. Naquele
dia, eu havia perdido a minha boneca preferida, meu pai me colocara de castigo porque eu tinha brigado com meu irmão e a
vovó ainda estava internada por causa da asma. Eu não sorri.
Esta fotografia está em um porta-retratos, na sala de jantar da casa dos meus pais. Gosto do olhar corajoso da menina que
não obedeceu ao comando do fotógrafo. Relembro como foram tantas as vezes, na minha vida, em que fui forçada a sorrir sem
estar com vontade. Penso na hipocrisia que me rodeia e aquela foto envelhecida renova a minha esperança.

(Rebeca Bedone. Disponível em http://www.revistabula.com/11165-nao-se-renda-a-felicidade-de-instagram-a-vida-e-


muito-curta-para-ser-editada/. Acesso em: 06 ago. 2023)

Na narrativa acima, predomina o uso de formas verbais do pretérito. Em dois momentos, no entanto, formas de presente se
insinuam no texto, representando

A) as diferentes etapas do processo de produção da fotografia.


B) o distanciamento afetivo do narrador dos fatos que apresenta.
C) a avaliação posterior da personagem e suas impressões a respeito das memórias que apresenta.
D) a construção de um processo argumentativo que busca registrar a percepção dos familiares envolvidos na cena da fotografia.
E) os diferentes olhares que se projetam sobre a cena, desde a perspectiva do narrador até a perspectiva do fotógrafo e dos
familiares.

31.
A literatura de cordel é ainda considerada, por muitos, uma literatura menor. A alma do homem não é mensurável e —
desde que o cordel possa exprimir a história, a ideologia e os sentimentos de qualquer homem — vai ser sempre o gênero
literário preferido de quem procura apreender o espírito nordestino. Os costumes, a língua, os sonhos, os medos e as alegrias
do povo estão no cordel. Na nossa época, apesar dos jornais e da TV — que poderiam ter feito diminuir o interesse neste tipo
de literatura — e da falta de apoio econômico, o cordel continua vivo no interior e em cenáculos acadêmicos.
A literatura de cordel, as xilogravuras e o repente não foram apenas um divertimento do povo. Cordéis e cantorias foram o
professor que ensinava as primeiras letras e o médico que falava para inculcar comportamentos sanitários. O cordel e o repente
fazem, muitas vezes, de um candidato o ganhador da banca de deputado. E assim, lendo e ouvindo, foi-se formando a memória
coletiva desse povo alegre e trabalhador, que embora calmo, enfrenta o mar e o sertão com a mesma valentia.
(BRICKMANN, L. B. E de repente foi o cordel)

O gênero textual cordel, também conhecido como folheto, tem origem em relatos orais e constitui uma forma literária popular
no Brasil. A leitura do texto sobre a literatura de cordel permite:

A) descrever esse gênero textual, exclusivamente, como instrumento político.


B) valorizar o povo nordestino, que tem no cordel sua única forma de expressão.
C) ressaltar sua importância e preservar a memória cultural de nosso povo.
D) avaliar o baixo custo econômico dos folhetos expostos em barbantes.
E) informar aos leitores o baixo valor literário desse tipo de produção.

32. “Em oposição ao Romantismo, o escritor realista afasta-se do subjetivismo e da fantasia. Assim, a literatura produzida na
época pretende ser documental, fotográfica e tem como fonte de estudo o mundo contemporâneo.”

Com base no conhecimento sobre o assunto, pode-se dizer que o Realismo na literatura brasileira faz um romance:

A) motivado por elementos de caráter regionalista, realçando tipos humanos.


B) de análise, especialmente de marca social e de intensa abordagem psicológica.
C) de tese notadamente experimentalista, na abordagem do patológico e do social.
D) de valor documental, ao fotografar o exotismo e a exuberância da natureza.
E) de episódios, ao apresentar costumes identificados com o ambiente rural.

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33.
Tem uma frase do Autran Dourado que diz assim com relação à gramática: “É preciso aprender a gramática, para depois
esquecê-la”. Vamos colocar isso de outro jeito: para você refinar a sua expressão escrita é importante desenvolver consciência
sobre como a língua é e como ela funciona estruturalmente. Vamos pensar sobre a organização sintática como parte do
processo. Então, quando eu estou lendo um texto, de repente parar num determinado momento, destacar e analisar um segmento
e perceber que o autor usou orações coordenadas, que ele poderia ter usado subordinadas. É importante ter essa consciência,
assim como ter consciência do funcionamento social da língua, de que você varia a língua conforme o contexto em que você
está, conforme o gênero. Quer dizer, escrever um conto é diferente de escrever um poema; fazer um sermão é diferente de
narrar um jogo de futebol. Há um processo todo que nós fazemos na adequação da linguagem. As duas coisas são importantes:
língua na dinâmica interacional, social, e a estrutura da língua. A possibilidade de você rastrear no vocabulário palavras mais
precisas para aquilo que você quer dizer, essa reflexão é fundamental. Agora, qual é o problema da gramática? A gramática é
ensinada escolasticamente: você dá o conceito, o exemplo, e faz exercício. Isso não faz sentido para quem está se aproximando
da língua e precisa compreender como ela funciona.

(Disponível em https://www.escrevendoofuturo.org.br/conteudo/biblioteca/nossas-
publicacoes/revista/entrevistas/artigo/858/entrevista-olhai-a-beleza-da-diversidade-linguistica. Acesso em: 06 ago. 2023)

A sequência “você dá o conceito, o exemplo, e faz o exercício” interessa ao projeto global do fragmento, visto que

A) representa uma prática constate no ensino de Língua Portuguesa, que deve ser reproduzida por todos aqueles que desejam
dar mais sentido aos processos de educação linguística.
B) aponta para uma referência direta ao público-alvo do texto, qual seja, os professores, coordenadores e gestores do segmento
da educação básica no Brasil.
C) confirma a ideia de que a língua deve ser entendida em sua dinâmica interacional, social e em sua estrutura.
D) ilustra uma problemática associada ao ensino de Gramática, evidenciando um comportamento desprovido de significação
e pouco útil a quem deseja se aproximar do funcionamento real da língua.
E) simboliza uma prática comum em vestibulares do Brasil, herdada de modelos ultrapassados e de pouco ou nenhum
embasamento científico.

34.

(Disponível em http://www.malvados.com.br/. Acesso em: 25 maio. 2015)

Nos quadrinhos acima, a construção da coesão textual é garantida por diversas estratégias, dentre as quais se destaca

A) o uso do artigo indefinido “um”, antes da expressão nominal bem comum”, que retoma um conceito conhecido de todos os
leitores e universalmente aplicado.
B) a antecipação, no primeiro quadrinho, de um referente que volta à cena discursiva pela expressão “nos pássaros”.
C) a retomada textual do referente “humano”, que foi ativado pela forma “Eles” no primeiro quadrinho.
D) a inserção da imagem de pássaros voando, que, mesmo sem equivalente referencial no primeiro quadrinho, é verbalmente
ativada no terceiro.
E) a interlocução com o leitor, que, pelo questionamento “Perceberam?”, é retomado em todos os quadros da sequência
narrativa.

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35.

Cada região do país, por meio de suas danças populares, expressa sua cultura, que envolve aspectos sociais, econômicos,
históricos, entre outros. As danças provocam a associação entre música e ritmo e o desenvolvimento de maior sensibilidade
dos órgãos sensoriais. A ampliação da intensidade da audição aumenta a concentração, possibilitando o processo de
transformação do ritmo musical em movimento espontâneo. Como exemplo de danças, tem-se o carimbó, na Região Norte,
e as danças gaúchas, na Região Sul.

Nesse contexto, as danças populares permitem a descontração, o desenvolvimento e o descanso por serem atividades lúdicas que:

A) promovem a interação, o conhecimento de diferentes ritmos e permitem minimizar o estresse da vida diária.
B) reduzem a participação, promovem competições em festivais e o conhecimento de outros ritmos.
C) impedem a socialização de todos, reduzindo a expressividade, por exigir habilidades corporais e espontaneidade.
D) permitem o desligamento dos elementos históricos, relacionando-as com os movimentos políticos e sociais.
E) reduzem a expressão corporal e as experiências, por utilizarem símbolos de outras culturas.

36.
AS POMBAS – Raimundo Correia

Vai-se a primeira pomba despertada...


Vai-se outra mais... mais outra... enfim dezenas
De pombas vão-se dos pombais, apenas
Raia sanguínea e fresca a madrugada...
E à tarde, quando a rígida nortada
Sopra, aos pombais de novo elas, serenas,
Ruflando as asas, sacudindo as penas,
Voltam todas em bando e em revoada...
Também dos corações onde abotoam,
Os sonhos, um por um, céleres voam,
Como voam as pombas dos pombais;
No azul da adolescência as asas soltam,
Fogem... Mas aos pombais as pombas voltam,
E eles aos corações não voltam mais...
(Sinfonias, 1883.)
(http://www.academia.org.br/academicos/raimundo-correia/textos-escolhidos)

Raimundo Correia, considerado o “menos parnasiano “entre os grandes poetas desta escola literária, faz uma analogia entre
pombas e sonhos. As pombas representam, principalmente nas escrituras sagradas, o símbolo da paz e da pureza.
Essa comparação feita pelo eu lírico representa

A) a intenção do eu poético em afirmar que tanto as pombas quanto os sonhos são depressivos, pois ambos são marcados pelo
desejo de fugacidade.
B) a diferença entre o retorno das pombas e dos sonhos, em que aquelas, não tem o percurso modificado, sempre voltam,
já estes, não retornam, são efêmeros.
C) a possibilidade de inversão dos valores, onde percebe-se um enaltecimento exacerbado à cena da natureza, e desvalorização
dos sonhos.
D) o descuido temático, feito de forma proposital pelo eu poético, fugindo completamente da temática parnasiana,
comparando-se aos poetas árcades.
E) o interesse somente em denunciar as desilusões do mundo metafísico, deixando clara sua visão otimista quanto aos sonhos,
transformando-se num poeta simbolista.

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37.
Mesmo quem nunca se mudou de casa sabe a trabalheira que dá. Ir morar em outra cidade ou país, com toda a família,
então, nem se fala. Mas já pensou nas dificuldades se, no meio da viagem, o caminhão de mudança quebrasse? Pior: e se você
tivesse que consertá-lo para poder chegar ao seu destino, sem ninguém por perto para ajudar nem tampouco uma forma de se
comunicar para pedir socorro?
Agora imagine o mesmo cenário, com uma enorme diferença: você e sua família estão viajando para outro planeta, numa
espaçonave supermoderna, cheia de maravilhas tecnológicas para oferecer conforto a todos. Só que, no meio da jornada, a nave
apresenta um defeito, e vocês vão parar num planeta desconhecido, onde é preciso lidar com seres estranhos e se adaptar às
condições nem sempre favoráveis do novo ambiente. É esse o desafio dos personagens de Perdidos no espaço.

(Disponível em http://cienciahoje.org.br/artigo/perdidos-no-espaco-no-tunel-do-tempo/. Acesso em: 06 ago. 2023)

Em textos de diferentes gêneros, algumas estratégias argumentativas referem-se a recursos linguístico-discursivos mobilizados
para envolver o leitor. No texto, caracteriza-se como estratégia de envolvimento a/o

A) repetição de verbos no passado.


B) uso de formas verbais de primeira pessoa.
C) presença de marcas linguísticas de segunda pessoa.
D) ausência de expressões avaliativas.
E) apagamento discursivo do leitor.

38.
O mulato
Ana Rosa cresceu; aprendera de cor a gramática do Sotero dos Reis; lera alguma coisa; sabia rudimentos de francês e
tocava modinhas sentimentais ao violão e ao piano. Não era estúpida; tinha a intuição perfeita da virtude, um modo bonito,
e por vezes lamentara não ser mais instruída. Conhecia muitos trabalhos de agulha; bordava como poucas, e dispunha de
uma gargantazinha de contralto que fazia gosto de ouvir.
Uma só palavra boiava à superfície dos seus pensamentos: “Mulato”. E crescia, crescia, transformando-se em tenebrosa
nuvem, que escondia todo o seu passado. Ideia parasita, que estrangulava todas as outras ideias.
— Mulato!
Esta só palavra explicava-lhe agora todos os mesquinhos escrúpulos, que a sociedade do Maranhão usara para com
Raimundo. Explicava tudo: a frieza de certas famílias a quem visitara; as reticências dos que lhe falavam de seus
antepassados; a reserva e a cautela dos que, em sua presença, discutiam questões de raça e de sangue.

(AZEVEDO, A. O Mulato. São Paulo: Ática, 1996 (fragmento).)

O texto de Aluísio Azevedo é representativo do Naturalismo, vigente no final do século XIX. Nesse fragmento, o narrador
expressa fidelidade ao discurso naturalista, pois

A) relaciona a posição social a padrões de comportamento e à condição de raça.


B) apresenta os homens e as mulheres melhores do que eram no século XIX.
C) mostra a pouca cultura feminina e a distribuição de saberes entre homens e mulheres.
D) ilustra os diferentes modos que um indivíduo tinha de ascender socialmente.
E) critica a educação oferecida às mulheres e os maus-tratos dispensados aos negros.

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39.

(http://www.auladearte.com.br/historia_da_arte/caravaggio.htm)

O Barroco é uma escola literária marcada pelo conflito, desequilíbrio e instabilidade. Iniciada durante a Contrarreforma, esta
escola literária representou as dúvidas e inquietações do homem dos séculos XVII e XVIII. Levando em consideração a imagem
acima, podemos afirmar que a arte barroca:

A) marca a calmaria, o equilíbrio e a razão, oriundas do Iluminismo.


B) tem como característica marcante a presença do contraste entre o claro-escuro.
C) insere na Idade Moderna uma nova concepção de arte, que privilegia o contorno, para marcar de maneira mais próxima da
verdade a realidade humana.
D) visa representar o homem da Idade Média, que buscava a valorização dos sentimentos puros e prevalência das emoções.
E) preza a representação do homem teocêntrico, por isso a presença dos opostos.

40.
“(...) Algumas lavadeiras enchiam já suas tinas; outras estendiam nos coradouros a roupa que ficara de molho. Principiava
o trabalho. Rompiam das gargantas os fados portugueses e as modinhas brasileiras. Um carroção de lixo entrou com grande
barulho de rodas nas pedras, seguido de uma algazarra medonha algaraviada pelo carroceiro contra o burro.

E, durante muito tempo, fez-se um vaivém de mercadores. Apareceram os tabuleiros de carne fresca e outros de tripas e
fatos de boi; só não vinham hortaliças, porque havia muitas hortas no cortiço. Vieram os ruidosos mascates, com as suas latas
de quinquilharia (...). Cada vendedor tinha o seu modo especial de apregoar, destacando-se o homem das sardinhas, com as
cestas do peixe dependuradas, à moda de balança, de um pau que ele trazia ao ombro. Nada mais foi preciso do que o seu
primeiro guincho estridente e gutural para surgirem logo, como por encanto, uma enorme variedade de gatos, que vieram
correndo acercar-se dele com grande familiaridade, roçando-se-lhe nas pernas arregaçadas e miando suplicantemente.”

A escola naturalista possui características parecidas com o Realismo, contudo, tem suas marcas peculiares. Analisando o texto,
percebe-se como característica naturalista

A) Descrição: ao realizá-la, o narrador recorre a sensações auditivas, causando, no leitor, a impressão de estar ouvindo o grande
zunzum que é o amanhecer no cortiço.
B) Narrador de primeira pessoa: escolha que reforça a verossimilhança dos fatos narrados.
C) Cenário natural: utilizado pelos adeptos da escola naturalista como forma de equilibrar o progresso tecnológico, em voga
naquele tempo, e a necessidade de preservação da natureza.
D) Subjetividade: embora os fatos e as coisas não sejam retratados na ficção naturalista de modo idealizado, como ocorre nos
textos tipicamente românticos, a narração é feita do ponto de vista do narrador, portanto, de um ponto de vista subjetivo.
E) Linguagem elaborada: diferentemente dos realistas, que se valem de períodos mais curtos, de compreensão imediata,
os escritores naturalistas adotam uma linguagem mais elaborada, condizente com os ideais cientificistas da época.

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41.
A história a ser contada se passou em 1921, na Argentina. Mas ela começa um ano antes.
Após conquistar seu primeiro título internacional em 1919, na Copa América que jogou em casa, o Brasil não foi bem na
competição de 1920, sediada no Chile. Após uma vitória por 1 a 0 na estreia, contra os anfitriões, vieram duas derrotas –
inclusive um 6 a 0 do Uruguai.
Eliminada, a seleção fez uma parada na Argentina para um amistoso e foi recebida com uma charge racista do jornal
‘Crítica’. Na arte em questão, os jogadores brasileiros eram representados como macacos [...]. Sisson, capitão da equipe,
incentivou um boicote à partida. Do mesmo jeito, Oswaldo Gomes, chefe da delegação, improvisou um time de sete atletas,
que entrou em campo e perdeu de 3 a 1.

(Disponível em < https://observatorioracialfutebol.com.br/lado-b-da-copa-america-ha-98-anos-charge-na-argentina-retratou-


brasileiros-como-macacos-e-ate-presidente-vetou-jogadores-negros/>. Acesso em: 06 ago. 2023)

A construção da narrativa acima, iniciada pela própria indicação metatextual “A história a ser contada”, é organizada a partir
de marcadores temporais que garantem a clareza da cronologia dos fatos. Um marcador que funciona como organizador da
sequência temporal do texto é

A) “ela”
B) “na Copa América”
C) “Após uma vitória por 1 a 0 na estreia”
D) “Na arte em questão”
E) “Do mesmo jeito”

42.
Como excluir uma conta desativada do Facebook?

Tentei encerrar minha conta no Facebook em 2016, mas as opções ofertadas não previam encerramento, somente
desativar a conta por tempo indeterminado. Como proceder para encerrá-la definitivamente e não deixar meus dados
em exposição? – Sheila

Você só pode excluir uma conta ativa: afinal, é preciso acessar a conta para excluí-la (com algumas exceções – porém este
é o meio mais fácil e garantido para conseguir a exclusão).
Mas, se a sua conta do Facebook foi apenas desativada, basta entrar novamente com seu e-mail e senha para reativá-la.
Feito isso, é só prosseguir com os passos para excluir a conta.

(Disponível em < https://g1.globo.com/economia/tecnologia/blog/altieres-


rohr/post/2019/07/18/como-excluir-ou-encerrar-uma-conta-do-facebook-que-ja-foi-desativada.ghtml >. Acesso em: 28 jul. 2019)

O diálogo acima apresenta marcas linguísticas de interlocução, as quais reforçam o efeito de aproximação entre os
interlocutores. Uma passagem do texto que traz uma dessas marcas é:

A) “Tentei encerrar minha conta no Facebook em 2016”.


B) “não deixar meus dados em exposição”.
C) “Você só pode excluir uma conta ativa”.
D) “este é o meio mais fácil e garantido para conseguir a exclusão”.
E) “Feito isso, é só prosseguir com os passos para excluir a conta”.

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20
43.

Ouvir estrelas Ouvir estrelas


14.

“Ora (direis) ouvir estrelas! Certo


perdeste o senso! E eu vos direi, no entanto, “Ora, direis, ouvir estrelas! Vejo
que, para ouvi-las, muitas vezes desperto que estás beirando a maluquice extrema.
e abro as janelas, pálido de espanto... No entanto, o certo é que não perco o ensejo
De ouvi-las nos programas de cinema.
E conversamos toda noite, enquanto Não perco fita; e dir-vos-ei sem pejo
a Via-Láctea, como um pálio aberto, que mais eu gozo se escabroso é o tema.
cintila. E, ao vir o Sol, saudoso e em pranto, Uma boca de estrela dando beijo
inda as procuro pelo céu deserto. é, meu amigo, assunto p’ra um poema.
Direis agora: Mas, enfim, meu caro,
Direis agora: ‘Tresloucado amigo! As estrelas que dizem? Que sentido
Que conversas com elas? Que sentido têm suas frases de sabor tão raro?
tem o que dizem, quando estão contigo?’ Amigo, aprende inglês para entendê-las,
pois só sabendo inglês se tem ouvido
E eu vos direi: ‘Amai para entendê-las! Capaz de ouvir e de entender estrelas.”
Pois só quem ama pode ter ouvido
capaz de ouvir e de entender estrelas.’” (TIGRE, Bastos.“Ouvir estrelas”. In: Becker, I. Humor e
humorismo: Antologia. São Paulo: Brasiliense, 1961.)
(BILAC, Olavo. “Ouvir estrelas”. In: Tarde, 1919.)

Comparando-se os poemas, é possível verificar que:

A) no texto de Bilac, a construção do eixo temático se deu em linguagem denotativa, enquanto no de Tigre, em linguagem
conotativa.
B) no texto de Bilac, as estrelas são inacessíveis, distantes, e, no texto de Tigre, são próximas, acessíveis aos que ouvem e as
entendem.
C) no texto de Tigre, a linguagem é mais formal, mais trabalhada, como se observa no uso de estruturas como “dir-vos-ei” e
“entendê-las”.
D) no texto de Tigre, percebe-se o uso da metalinguagem no trecho “Uma boca de estrela dando beijo / é, meu amigo, assunto
p’ra um poema.”.
E) no texto de Tigre, a visão romântica apresentada para alcançar as estrelas é enfatizada nos últimos versos com a
recomendação de compreensão de outras línguas.

44. A exploração dos contrastes entre o claro e o escuro é própria da arte barroca, como é o caso da obra Judite e Holoferne.

CARAVAGGIO, M. M. Judite e Holoferne. Óleo sobre tela,


144x195 cm, Galeria Nacional de Arte Antiga, Roma, 1958.
(Disponível em: www.wga.hu. Acesso em: 31 jul. 2012.)

O tratamento de luminosidade empregado por Caravaggio nessa obra

A) cria uma atmosfera de sonho e imaginação, por deixar algumas regiões do quadro na obscuridade.
B) oculta os corpos na penumbra, eliminando do quadro qualquer traço de sensualidade.
C) produz um envolvimento místico e distanciado da experiência cotidiana.
D) enfatiza o drama e o conflito, conjugando realismo e artificialidade.
E) recorta as figuras contra o fundo escuro, negando a profundidade.
AV2 – Linguagens e Humanas (19-08)
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45.
Longe de ti – Olavo Bilac

XXXI

Longe de ti, se escuto, porventura,


Teu nome, que uma boca indiferente
Entre outros nomes de mulher murmura,
Sobe-me o pranto aos olhos, de repente...

Tal aquele, que, mísero, a tortura


Sofre de amargo exílio, e tristemente
A linguagem natal, maviosa e pura,
Ouve falada por estranha gente...

Porque teu nome é para mim o nome


De uma pátria distante e idolatrada,
Cuja saudade ardente me consome:

E ouvi-lo é ver a eterna primavera


E a eterna luz da terra abençoada,
Onde, entre flores, teu amor me espera.

(http://www.jornaldepoesia.jor.br/bilac2.html#longe)

O Parnasianismo surgiu para enxugar os excessos sentimentais da poesia romântica, que prezava pelo sentimentalismo em demasia.
Olavo Bilac, nome consagrado da literatura brasileira, é considerado um poeta parnasiano embora tivesse escritos sentimentais,
exibindo uma sensibilidade muito próxima ao subjetivismo romântico. Considerando o texto acima, pode-se afirmar que o eu lírico

A) mostra uma posição cética em relação à sua amada, onde considera impossível tê-la novamente em virtude da distância em
que se encontram.
B) acredita que, escutando a voz da pessoa que ama, seja o suficiente para amá-la cada vez mais, não necessitando revê-la.
C) apresenta ser um homem apaixonado, saudoso, que idolatra a sua amada mesmo à distância e esperançoso em reencontrá-la.
D) revela-se como amante desolado, melancólico e depressivo, que sempre ao escutar o nome de sua amada, sente-se triste e
desesperançoso.
E) declara estar frustrado diante da distância que se encontra diante de sua amante que, por circunstâncias da vida, o melhor é
não se encontrarem mais.

AV2 – Linguagens e Humanas (19-08)


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HISTÓRIA

46. A 1a fase da Revolução Industrial iniciada entre o final do século XVIII, e início do século XIX, pode ser caracterizada como
sendo

A) a utilização e dinamização de outros setores da economia, como o têxtil e o metalúrgico, graças à utilização de novas fontes
de energia, como os derivados do petróleo (diesel e gasolina) e da energia hidráulica.
B) o conjunto de descobertas e a evolução tecnológica em que as ferramentas, que desde a Pré-História são fundamentais para
o trabalho humano, são aperfeiçoadas graças ao uso da força hidráulica e a eólica, nunca antes utilizadas na produção de
bens materiais.
C) o aperfeiçoamento da máquina a vapor, aplicados sobretudo na produção têxtil que era superior à força do animal e do
homem. A grande mudança é que as ferramentas não somente auxiliam o trabalho humano, mas também, em algumas
etapas, o substituem.
D) a reunião de todas as invenções, que desde a Renascença com a divisão do trabalho nas corporações de ofício e a utilização
de ferramentas na produção de liga de metal, possibilitaram o surgimento das fábricas.
E) o conjunto de medidas, que possibilitaram que o trabalho humano fosse totalmente substituído em todas as fases do processo
produtivo pela força mecânica, graças ao forte intervencionismo e ao apoio estatal da Inglaterra.

47. “Sob qualquer aspecto, este [a Revolução Industrial] foi provavelmente o mais importante acontecimento na história do mundo,
pelo menos desde a invenção da agricultura e das cidades. E foi iniciado pela Grã‐Bretanha. É evidente que isto não foi
acidental.”
(Eric Hobsbawm, A Era das Revoluções. São Paulo: Paz e Terra, 2005. 19a edição, p. 52.)

A Revolução Industrial, iniciada na Inglaterra nos decênios finais do século XVIII,

A) deveu‐se ao pioneirismo científico e tecnológico dos britânicos, aliado a uma grande oferta de mão de obra especializada e
a uma política estatal pacifista com as outra nações.
B) originou‐se, entre outros fatores, das transformações da política e dos Cercamentos, com a perda da posse da terra pelo
campesinato e formação de uma mão de obra assalariada.
C) vinculou-se à derrocada da aristocracia e à ascensão da burguesia, orientada pela política mercantilista defendida na filosofia
de Adam Smith.
D) resultou da supressão de leis protecionistas de inspiração mercantilista e do combate ao tráfico negreiro, com vistas
à conquista de mercados externos consumidores.
E) decorreu da ampla difusão de um ideário Metalista, o qual teria promovido uma permanente harmonia entre os reis da
Inglaterra e os seus súditos ao longo do século XVII.

48. Leia a frase a seguir.

Por meio de tudo isso – pela divisão de trabalho, supervisão do trabalho, multas, sinos e relógios, incentivos em dinheiro,
pregações e ensino, supressão das feiras e dos esportes – formaram-se novos hábitos de trabalho e impôs-se uma nova
disciplina de tempo.
(THOMPSON, E. P. Costumes em Comum. São Paulo: Cia das Letras, 2000, p. 297.)

O relógio era um aparelho pouco utilizado até o século XVIII. O tempo era marcado pelos movimentos naturais e atividades
agrícolas da maioria da população da Inglaterra. A partir da Revolução Industrial, o relógio passou a ser considerado o principal
marcador do tempo nas sociedades capitalistas.

Sobre a relação entre a marcação do tempo e o processo de industrialização na Europa, pode-se dizer que

A) o relógio se tornou o principal objeto de troca comercial durante o processo de industrialização europeia.
B) o controle do tempo servia para ampliar as horas de lazer dos trabalhadores da indústria, garantindo melhor qualidade de
vida.
C) a preocupação com o controle do tempo do relógio servia para a realização das tarefas na agricultura, de modo que a família
pudesse trabalhar coletivamente.
D) a utilização do tempo do relógio passou a servir para controlar o trabalho e disciplinar os trabalhadores nas fábricas,
garantindo maior produtividade.
E) o controle do tempo, através do relógio, não gerou benefício para o capitalismo industrial, uma vez que o trabalhador não
podia ser disciplinado.

AV2 – Linguagens e Humanas (19-08)


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49. Atente ao seguinte excerto:

“O crime [...] consistiu em herdar as piores feições do sistema doméstico num contexto em que inexistiam as compensações
do lar: ‘ele sistematizou o trabalho das crianças pobres e desocupadas, explorando-o com uma brutalidade tenaz...’ [...]
Na fábrica a máquina ditava as condições, a disciplina, a velocidade e a regularidade da jornada de trabalho, tornando-as
equivalentes para o mais delicado e o mais forte”.

(Edward P. Thompson. A Formação da Classe Operária Inglesa. Vol. II: A maldição de Adão.
Rio de Janeiro, Paz e Terra. 1987. p. 207.)

Considerando os processos de transformação ocorridos na sociedade ocidental, esse trecho da obra do historiador inglês Edward
P. Thompson se refere à

A) Revolução Gloriosa, ocorrida na Inglaterra entre 1688 e 1689, que garantiu o fim do absolutismo na Inglaterra e no restante
da Europa, possibilitando o desenvolvimento social e econômico daquele país.
B) Revolução Francesa, que no final do século XVIII criou um novo modelo social e econômico para todo o mundo ocidental.
C) Revolução Industrial, que, principiando no século XVIII, estabeleceu novas formas de organização do trabalho na sociedade
capitalista.
D) Revolução Haitiana, que teve início em 1791 e marcou a independência do país caribenho do domínio francês, mas colocou-
o sob o controle do capital industrial inglês.
E) Revolução Americana, que teve início em 1776 e marcou a independência cultural dos EUA em relação à Inglaterra.

50. O texto abaixo recupera uma obra iluminista dirigida por Denis Diderot e Jean Le Rond d’ Alembert em 1772 na França
intitulada de Enciclopédia ou Dicionário racional das ciências, das artes e dos ofícios. No texto afirma-se que: na Enciclopédia
não havia área do engenho humano que não tivesse sido coberta. Ali se observava a confiança de que os homens eram,
ou poderiam ser em breve, senhores de seu próprio destino, que poderiam moldar o mundo e a sociedade de acordo com as
suas conveniências e vantagens. Era o poder da razão. Por isso mesmo a Enciclopédia não foi universalmente aceita. Poderes
absolutistas civis e religiosos foram seus combatentes.

(DENT, N. J. H.. Dicionário de Rousseau. Rio de Janeiro: Zahar, 1996, p. 125. Texto adaptado.)

A Enciclopédia proposta por homens iluministas como Diderot e D’Alembert foi criticada no contexto francês do final do
século XVIII, porque nesse momento o absolutismo e razão significavam

A) modos de viver compatíveis, nos quais as novas e modernas ideias iluministas eram absorvidas pelo reis absolutistas,
que percebiam nelas as vantagens de se moldar o mundo à sua forma e maneira, tal qual Diderot em sua Enciclopédia,
o que possibilitou o advento da monarquia constitucional.
B) maneiras de fazer política muito diversas. Para os racionalistas, a política absolutista deveria ser reestruturada ou
revolucionada, pois os novos saberes deveriam vir das experiências e das novas ciências e não de Deus e seus emissários.
C) formas incompatíveis de fazer política, pois o povo francês era governado por um velho monarca autoritário que se mantinha
no poder devido à ignorância do povo. Já livros como a Enciclopédia seriam a base da nova sociedade revolucionária e
anarquista proposta por Diderot.
D) formas de governo inconciliáveis, pois o absolutismo era autoritário e ultrapassado. Já os enciclopedistas, como Diderot e
D’ Alembert, desejavam a derrubada do Rei pelos revolucionários comunistas, formadores de ideias socialistas vinculadas
ao marxismo contemporâneo.
E) maneiras de governar muito distintas, pois os enciclopedistas eram homens de letras, que iniciavam carreira política nas
fileiras dos liberais exaltados, e o monarca absolutista era do partido Liberal francês.

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51. A exploração aurífera no Brasil colonial possibilitou um grande desenvolvimento artístico e cultural na região das Minas
Gerais, do qual a imagem ao lado é um exemplo.

(Retábulo da Igreja de São Francisco de Assis, Ouro Preto, MG. CAMPOS,


Flavio de. Oficina de história: história do Brasil. São Paulo: Moderna, 1999. p. 112.)

Comentando essa prosperidade econômica e esse desenvolvimento artístico-cultural, na dimensão religiosa, a historiadora
Laura de Mello e Souza assim descreve uma celebração litúrgica no século XVIII, em Minas Gerais: “Em 1733, houve em Vila
Rica uma festividade religiosa que retirou o Santíssimo Sacramento da Igreja do Rosário e o conduziu para a Matriz do Pilar.
Minas estava então no seu apogeu. Vila Rica era por situação da natureza cabeça de toda a América, pela opulência das riquezas
a pérola preciosa do Brasil. O que está sendo festejado é antes o êxito da empresa aurífera do que o Santíssimo Sacramento,
e nessa excitação visual caracteristicamente barroca, é a comunidade mineira que se celebra a si própria, esfumaçando,
na celebração do metal precioso, as diferenças sociais que separam os homens que buscam o ouro daqueles que usufruem do
seu produto. No momento de sua maior abundância, é como se o ouro estivesse ao alcance de todos, a todos iluminando com
seu brilho na festa barroca”.
(CAMPOS, Flávio de. Oficina de história: história do Brasil. São Paulo: Moderna, 1999. p. 115.)

Considerando-se o fragmento textual de Laura de Mello e Souza, pode-se dizer que

A) a grande produção aurífera possibilitou, na época, a instalação de numerosos mosteiros protestantes, que fortaleceram o
sentimento de religiosidade na região.
B) a economia mineradora produziu uma sociedade em que as condições de mobilidade social eram inferiores que as vigentes
na economia açucareira.
C) possibilitou o grande desenvolvimento da cultura intelectual, que se expressou em estilo próprio, completamente distintos
dos modelos vigentes na Europa.
D) a riqueza do ouro possibilitou a expansão da cultura popular e suas manifestações indigenistas e nativas, valorizando a
estética dos indígenas, como se observa na gravura.
E) a imensa riqueza produzida pela exploração aurífera possibilitava grandiosas expressões na vida religiosa, que procuravam
encobrir a heterogeneidade das diferenças de classes a riqueza proveniente da mineração.

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52. O que chamamos de corte principesca era, essencialmente, o palácio do príncipe. Os músicos eram tão indispensáveis nesses
grandes palácios quanto os pasteleiros, os cozinheiros e os criados. Eles eram o que se chamava, um tanto pejorativamente,
de criados de libré. A maior parte dos músicos ficava satisfeita quando tinha garantida a subsistência, como acontecia com as
outras pessoas de classe média na corte; entre os que não se satisfaziam, estava o pai de Mozart. Mas ele também se curvou às
circunstâncias a que não podia escapar.
(Norbert Elias. Mozart: sociologia de um gênio. Ed. Jorge Zahar, 1995, p. 18 (com adaptações).)

Considerando-se que a sociedade do Antigo Regime se dividia tradicionalmente em estamentos: nobreza, clero e 3o Estado,
percebe-se que o autor do texto, ao fazer referência à “classe média”, descreve a sociedade utilizando a noção posterior de
classe social a fim de

A) aproximar da burguesia cortesã a condição de estamento dos músicos, que pertenciam ao 2o Estado.
B) destacar a consciência de classe que possuíam os músicos, ao contrário do proletariado, que não conseguia avanços
trabalhistas.
C) indicar que o 3o Estado era composto por uma diversidade de grupos, como os músicos, que se encontravam numa situação
social semelhante à de cozinheiros.
D) distinguir, dentro do 3o Estado, as condições em que viviam os músicos e cozinheiros, além da universalização da satisfação
e privilégios.
E) comprovar a existência, no interior da corte, de uma luta de classes entre os trabalhadores manuais, intelectuais, artistas
contra o 3o Estado.

53. A queda na produção de cereais, às vésperas da Revolução Francesa de 1789, desencadeou uma crise econômica e social,
que se manifestou

A) na decretação, pelo rei absolutista, da lei do preço máximo dos cereais, na expansão territorial francesa e nas guerras entre
países europeus.
B) no aumento da exploração francesa sobre o seu império colonial, na reação da elite colonial e no início do movimento de
independência.
C) no abrandamento da exploração senhorial sobre os servos, na divisão das terras dos nobres emigrados e na suspensão dos
direitos constitucionais.
D) na alta dos preços dos gêneros alimentícios, na redução do mercado consumidor de manufaturados e no aumento do
desemprego.
E) na intensificação do comércio exterior francês e no aumento da exportação de tecidos para a Inglaterra, que foi compensada
pela compra de vinhos ingleses.

54.
São Paulo gigante, torrão adorado
Estou abraçado com meu violão
Feito de pinheiro da mata selvagem
Que enfeita a paisagem lá do meu sertão

(Tonico e Tinoco, São Paulo Gigante)

Nos versos da canção dos paulistas Tonico e Tinoco, o termo “sertão” deve ser compreendido como

A) descritivo da paisagem e da vegetação típicas do sertão existente nas regiões Norte e Nordeste do país.
B) contraposição ao litoral, na concepção dada pelos negros quilombolas, que identificam o sertão com a presença dos
pinheiros.
C) generalização do ambiente rural do interior, independentemente das características de sua vegetação.
D) analogia à paisagem predominante no Centro-Oeste brasileiro, tal como foi encontrada pelos bandeirantes no século XVII.
E) metáfora da cidade-metrópole, referindo-se à aridez do concreto e das construções.

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55. Observe a seguinte foto.

Essas duas estátuas representam bandeirantes paulistas do século XVII e trazem conteúdo de uma mitologia criada em torno
desses personagens históricos. Com base nesse contexto, pode-se dizer que a narrativa tradicional

A) acentua o sentimento patriótico, registrando o papel dos indígenas na formação brasileira.


B) glorifica personagens controversos, retomando uma perspectiva de valorização regional a partir de São Paulo.
C) contempla a criticidade histórica, relativizando os atos considerados heroicos.
D) elogia a pluralidade cultural, relocando os bandeirantes ao papel de difusores de costumes.
E) reforça a contribuição nacional, retratando os feitos históricos que construíram o país.

56.

(Fonte: NIZZA da SILVA, Maria Beatriz – “Nova História da Expansão Portuguesa” – Lisboa, Ed. Estampa, 1986.)

O mapa acima está representando algumas atividades econômicas do período colonial distribuídas no território brasileiro,
tal distribuição demonstra que

A) a atividade da pecuária predominou no Nordeste e no Centro Sul, e o extrativismo das Drogas do Sertão e do Pau-Brasil na
Região Norte.
B) as importações/exportações, predominaram na Região Norte, a partir da Bacia Amazônica.
C) o predomínio da economia açucareira ocorreu nas regiões Norte e Sul, enquanto o extrativismo do pau- Brasil ocorreu no
litoral.
D) a exportação de pau-brasil partia, principalmente, do Norte enquanto a mineração a partir do Nordeste.
E) a predominância da exploração das drogas do sertão ocorreu na Região Amazônica, assim como a ocupação do interior
brasileiro pelas atividades de mineração e pecuária.

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57. “Mais do que um recurso natural. Mais do que um artigo de exportação. O que se descobriu em Minas, depois de dois séculos
de colonização, foi uma fortuna em estado puro. Ao contrário do que ocorria com a cana-de-açúcar no Nordeste, o metal
extraído dos leitos dos rios mineiros não dependia da demanda internacional e suas oscilações de cotação; já vinha em forma
de dinheiro, pronto para ser posto em circulação ali mesmo. O ouro em pó transformou-se imediatamente na principal moeda
das Minas Gerais naquele final do século XVII. E era tão abundante que, embora quase sempre tivesse Portugal como destino,
causou enorme impacto econômico e social também deste lado do Atlântico.”
(REVISTA DE HISTÓRIA DA BIBLIOTECA NACIONAL, nov/2008.)

Como foi exposto no texto acima, a atividade mineradora provocou profundas transformações na colônia. Entre os resultados
dessa economia mineira percebe-se que

A) a crescente demanda de mão de obra escrava para as Minas Gerais promoveu o recrudescimento do tráfico indígena que
suplantou o tráfico negreiro durante o século XVIII.
B) a atividade mineradora promover maior rigidez social impedindo os escravos comprarem sua alforria.
C) a atividade mineradora favoreceu a ruralização de Minas Gerais bem como a especialização da agricultura nos moldes de
plantation, visando suprir o mercado local.
D) a mineração deslocou o eixo econômico do nordeste para o centro-sul da colônia, priorizando a capitania de São Paulo que
se tornou e manteve-se como o principal centro financeiro, político e exportador colonial.
E) a descoberta aurífera facilitou a integração econômica de diversas regiões da colônia promovendo o crescimento de um
mercado interno.

58. “Nesse caso, aliás, o que se projetou, no século XVIII, foi o comércio entre a Bahia e o Rio Grande do Sul. Para lá, a Bahia
mandava sal, açúcar, gêneros produzidos na Europa, doces, escravos. Para que se tenha uma noção da intensidade de tal parceria
comercial, lembre-se que, entre os anos de 1798 e 1807, Lisboa enviou para cá 304 navios – o Rio Grande do Sul, 464”.

(RISÉRIO, Antonio. “Uma História da Cidade da Bahia”. Rio de Janeiro: Versal, 2004.)

O texto faz relação com um aspecto do Brasil colonial no qual

A) o forte pacto colonial, baseado na ideia do monopólio, impedia o comércio interno da colônia, para que esta se mantivesse
como mercado consumidor da metrópole.
B) a existência de um vigoroso comércio interno entre as províncias, refletia o momento de desenvolvimento que a colônia
passava naquele momento, quando o ciclo do açúcar estava no apogeu.
C) o desenvolvimento das atividades manufatureiras, revela os benefícios do processo de abertura comercial proporcionado
pelo ciclo do açúcar.
D) percebe-se um forte comércio interprovincial, baseado na troca de produtos, contrariando a ideia de que a colônia não
possuísse uma economia interna de certa representatividade.
E) reflete a crise do sistema colonial, fruto do liberalismo burguês instalado no início do ciclo do ouro.

59. “A transposição para o Novo Mundo de padrões de comportamento e linguagem deu resultados díspares. À primeira vista,
a cultura letrada prece repetir, sem alternativa, o modelo europeu; mas, posta em situação, em face do índio (e do negro), ela é
estimulada, para não dizer, constrangida, a inventar.”
(BOZI, Alfredo. Colonização e Cultura. Cia. das Letras. São Paulo: 1992.)

Corrobora a afirmação do autor:

A) a paisagem onde se passam os poemas árcades dos autores mineiros.


B) o rosto, com traços ameríndios e miscigenados, dos anjos e santas do barroco brasileiro.
C) a arquitetura sacra colonial, que imita as construções dos nativos.
D) a literatura religiosa de Gregório de Matos, adaptada ao panteísmo indígena.
E) a exclusividade de uma dieta com produtos locais, explicando a grande importância que teve a agricultura de subsistência.

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60. O gráfico abaixo está diretamente ligado:

A) ao período do apogeu açucareiro e à União Ibérica.


B) ao desenvolvimento da indústria em Portugal e ao período da mineração no Brasil.
C) à predominância do trabalho assalariado na colônia e à formação de um vigoroso mercado interno no Brasil, a partir dos
meados do século XVIII.
D) ao processo de interiorização da população e à transferência da capital da colônia para Minas Gerais.
E) ao Tratado de Methuen e à dependência de Portugal para com os produtos manufaturados ingleses.

61. A charge faz referência, no século XVIII, a uma relação entre a administração e a exploração da colônia Brasil, que a marcou

(Fonte: NOVAES, Carlos Eduardo & LOBO, César. História do Brasil para principiantes. São Paulo, Ática, 1998. P. 122.)

A) na mineração, como de resto em qualquer atividade econômica da colônia, na qual a força de trabalho foi basicamente
composta de trabalhadores livres.
B) na economia canavieira, com a prevalência do trabalho escravo contribuindo para a derrama de riquezas e ostentação, além
do dinamismo social.
C) na cafeicultura, com o estímulo a indústria, sendo a derrama a principal ação para o crescimento das cidades litorâneas
D) na economia canavieira, com a crise do escravismo, já que a Coroa portuguesa permitindo as guerra e escravização indígena
gerou a derrama de sangue nativo
E) na mineração, no contexto de sua decadência e práticas de contrabando, com a Coroa portuguesa, através da derrama,
apertando a opressão colonial.

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62. Analise os dados relativos ao século XVIII apresentados no quadro a seguir.

Os altos preços cobrados nas Minas


Mercadorias Valor em São Paulo Valor em Minas
1 cavalo 10 mil réis 120 mil réis
1 libra de açúcar 120 réis 1.200 réis
1 boi de corte 2 mil réis 120 mil réis

(FREIRE, Américo e outros. História em curso – O Brasil e suas relações com o mundo ocidental. Rio de Janeiro: FGV, 2008, p. 91.)

A justificativa das cifras apresentadas é que

A) os preços das mercadorias em São Paulo tornaram-se os menores do Brasil com a urbanização e o povoamento das regiões
mineradoras, já que os trabalhadores e, consequentemente, os consumidores migraram para o interior da colônia.
B) os preços tornaram-se elevados na região das Minas, devido à necessidade de abastecimento da população em crescimento
e à dificuldade de acesso à região.
C) os preços tornaram-se exorbitantes na área da mineração porque não havia disponibilidade de mão de obra na região
mineira, já que a escravidão era proibida e todo e qualquer trabalho deveria ser assalariado ou contratado.
D) os preços elevados dos alimentos e do transporte na região das Minas serviu como atrativo para a manutenção da população
que retornava para a área açucareira de Pernambuco e constituiu uma tentativa de manter Minas Gerais como polo
econômico da colônia.
E) o alto valor das mercadorias, com a decadência da mineração, foi mantido pela Corte Portuguesa, atendendo aos
comerciantes mineiros, como forma de garantir seu poder político e frear o deslocamento da população para São Paulo,
onde já corriam boatos sobre a emancipação.

63. Observe a imagem de Nossa Senhora do Rosário, produzida na região das Minas Gerais no século XVIII.

Essa imagem revela uma prática que ocorria na região das Minas durante a exploração de minérios:

A) a funcionalidade dupla da peça, que podia ser utilizada como objeto de culto nas igrejas e como porta-moedas no cotidiano.
B) a representação apenas de elementos da natureza na composição de peças de cunho religioso.
C) o emprego exclusivo de padrões artísticos renascentistas na produção das imagens religiosas brasileiras.
D) a conjugação entre apuro artístico de inspiração barroca e estratégia para contrabando de riquezas.
E) a atitude herética dos artistas, que frequentemente contrariavam a proibição de representar figuras religiosas femininas.

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GEOGRAFIA

64. Em 2009, em sua primeira Reunião de Cúpula, países emergentes que compartilhavam grandes perspectivas econômicas
firmaram acordos de cooperação econômico-financeira. Esses países correspondem

A) ao MERCOSUL, bloco econômico que integrou infraestruturas de transporte regionais.


B) ao G8, bloco econômico que modernizou setores de ciência, educação e inovação.
C) ao USCMA, grupo que descentralizou a produção para ganhar competitividade no mercado global.
D) ao BRICS, grupo que articulou projetos em áreas de tecnologia, saúde e energia.
E) ao G20, coletivo que estabeleceu metas para o fortalecimento de seus setores agrícola e extrativista.

65. A intensificação do processo de globalização integrou as economias mundiais, de modo que o fortalecimento de relações
internacionais de cooperação e de parcerias tornou-se uma estratégia geopolítica importante.

Associe as etapas de integração econômica internacional à sua respectiva característica.

Etapas de integração econômica internacional:

1. Zona de Preferência Tarifária


2. Zona de Livre Comércio (ZLC)
3. União Aduaneira
4. Mercado Comum
5. União Econômica Monetária

Características das etapas de integração econômica:

( ) Adota uma Tarifa Externa Comum (TEC). Nessa fase do processo de integração, um conjunto de países aplica uma tarifa
para suas importações provenientes de países não pertencentes ao grupo, qualquer que seja o produto, e, por fim, prevê
a livre circulação de bens entre si com tarifa zero.

( ) Requer a circulação de serviços e fatores de produção, ou seja, de capitais e pessoas, além da livre circulação de
mercadorias.

( ) Estabelece que as tarifas incidentes sobre o comércio entre os países membros do grupo sejam inferiores às tarifas
cobradas de países não membros.

( ) Ocorre quando existe uma moeda comum e uma política monetária com metas unificadas e reguladas por um Banco
Central comunitário.

( ) Consiste na eliminação das barreiras tarifárias e não-tarifárias que incidem sobre o comércio entre os países que
constituem a zona.

(Adaptado de ETAPAS DO PROCESSO DE INTEGRAÇÃO ECONÔMICA DO MERCOSUL. Disponível em:


https://www2.camara.leg.br/atividade-legislativa/comissoes/comissoes-mistas/cpcms/oqueeomercosul.html/mercosulpolitico.)

A numeração correta dos parênteses, de cima para baixo, é

A) 4–3–1–5–2
B) 3–4–1–5–2
C) 2–1–3–4–5
D) 1–2–3–4–5
E) 5–3–2–4–1

AV2 – Linguagens e Humanas (19-08)


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66. “A importância da paz como pilar do crescimento econômico foi eixo das atenções em Davos. A geopolítica marcou a
51a edição do Fórum Econômico Mundial em 2022.
Os debates e muitas conversas deram a certeza de que os blocos econômicos terão de se reorganizar e evitar a fragmentação.
Nesse processo, para o Brasil haverá riscos e oportunidades.”
(Luiz Carlos Trabuco Cappi. “Em busca de um novo lugar no mundo”. www.terra.com.br, 06.06.2022. Adaptado.)

Considerando o excerto e conhecimentos sobre os blocos econômicos mundiais, afirma-se que

A) o Mercosul consolidou sua área de influência regional, o que permitiu transformá-lo em um novo bloco econômico, a Unasul.
B) o Brics corresponde a um agrupamento informal de países, pautado pelo mecanismo de cooperação econômica e política
entre seus membros.
C) o Nafta alterou as relações de cooperação política com a adoção da livre circulação de pessoas entre seus países-membros.
D) a CEI embargou as relações de seus países-membros com a Rússia em retaliação à invasão da Ucrânia.
E) a União Europeia está em processo de reestruturação, marcado pela adesão da Suíça como país-membro.

67.

A China possui a maior infraestrutura portuária do mundo e em maio de 2022 seus espaços portuários registraram um aumento
da ordem de 3% na movimentação de cargas em relação ao mesmo período no ano anterior, recuperando os níveis anteriores à
pandemia da COVID-19. Paralelamente, segundo dados do Ministério do Comércio da China, que também produz as
estatísticas sobre portos no país, houve igualmente um aumento do investimento estrangeiro direto em seu setor produtivo:
um aumento 20,5% no uso de capital estrangeiro em relação a 2021.

Sobre esses dois fatos, entende-se que:

A) o aumento dos investimentos produtivos estrangeiros na China têm relação com sua infraestrutura portuária porque esta é
a porta de entrada de uma força de trabalho imigrante não qualificada oriunda, sobretudo, do Sudeste Asiático.
B) o aumento dos investimentos produtivos estrangeiros na China têm relação com sua infraestrutura portuária porque esta
possibilita tanto o acesso a mercados externos para produtos quanto a importação de matérias-primas e insumos.
C) o aumento dos investimentos produtivos estrangeiros na China não têm relação com sua infraestrutura portuária, mas, sim,
com a baixa competitividade das empresas estatais chinesas produtoras de bens de consumo.
D) o aumento dos investimentos produtivos estrangeiros na China não têm relação com sua infraestrutura portuária porque
esta é controlada de forma centralizada pelo Estado, que está sob domínio do Partido Comunista Chinês desde 1949.
E) o aumento dos investimentos produtivos estrangeiros na China têm relação com sua infraestrutura portuária porque a maior
parte dos ativos criados pelas multinacionais têm foco exclusivamente no mercado doméstico chinês.

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68. A respeito do Brexit e das relações entre o Reino Unido e a União Europeia, afirma-se de forma correta que:

A) apesar da saída do Reino Unido da União Europeia, a Grã-Bretanha continua fazendo parte do Tratado de Schengen.
B) apesar da saída do Reino Unido da União Europeia, o Euro continua a ser a moeda utilizada na Inglaterra.
C) o Reino Unido nunca fez parte da chamada Zona do Euro e do Tratado de Schengen, e o Brexit distancia ainda mais a Grã-
Bretanha do espaço econômico da Europa Continental.
D) a continuidade inalterada da livre circulação de turistas, cidadãos e mercadorias entre os territórios nacionais europeus
tornou o Brexit sem efeito na vida econômica e social britânica.
E) o Brexit foi uma medida principalmente voltada para o retorno do uso da Libra Esterlina no Reino Unido e para o abandono
do Euro, já que a Grã-Bretanha não abandonou o Tratado de Schengen.

69. “A localização geográfica é faceta importante da política externa. O mundo é composto de regiões, e o sistema internacional
global as impacta de distintas maneiras. O entorno geográfico é sempre relevante. É a primeira circunstância da ação
diplomática. É nele que se colocam os desafios das fronteiras que almejam relacionamentos amistosos, favoráveis à consecução
de objetivos nacionais valiosos. A passagem de situações nacionais de localização numa região em oportunidades de
cooperação ampliadoras é o mote de sua existência.”
(https://internacional.estadao.com.br, 18.09.2021. Adaptado.)

O excerto apresenta elementos característicos

A) dos conglomerados liberais.


B) das colônias de exploração.
C) dos órgãos reguladores internacionais.
D) das zonas francas.
E) dos blocos econômicos.

70. “A globalização possui dimensões econômicas, políticas e culturais. Para alguns, a globalização é primordialmente econômica,
envolvendo operações financeiras, comércio, produção e consumo global, uma divisão global do trabalho e um sistema
financeiro global.”
(Anthony Giddens e Philip W. Sutton. Conceitos essenciais da Sociologia, 2016.)

O excerto sugere que o conceito de globalização é objeto de debates e controvérsias. Entendida na sua dimensão mais geral,
a globalização é um processo de

A) superação da disputa por mercados entre as corporações capitalistas a partir da Revolução Industrial.
B) fortalecimento do Estado-nação na regulamentação dos fluxos comerciais internacionais.
C) integração supranacional de países com vistas à proteção de interesses culturais regionais.
D) intensificação de atividades humanas favorecidas pelo advento de novas tecnologias da informação.
E) igualização econômica progressiva das populações humanas geograficamente dispersas.

71. “A globalização é caracterizada pelo intenso intercâmbio econômico e sociocultural entre diferentes povos e lugares do planeta.
Alguns fatores, como o avanço tecnológico nos meios de comunicação e transporte, ampliaram a inter-relação entre pessoas
situadas em diferentes lugares do planeta.
Apesar de o termo globalização ter sido elaborado no final do século XX, esse processo não é um fenômeno recente, uma vez
que tem início com as Grandes Navegações e foi construído pelo ser humano, no decorrer da História, por meio do seu
relacionamento com a natureza, intermediado pelas técnicas. O resultado desse processo foi a intensificação do
desenvolvimento das técnicas industriais, de comunicação e de transporte, integrando diferentes lugares do espaço geográfico
cada vez mais.”
(<https://tinyurl.com/yechfdaw> Acesso em: 13.10.2022. Adaptado.)

De acordo com o texto, é correto afirmar que

A) a globalização foi criada no século XXI como uma tentativa para diminuir o consumismo presente nas sociedades modernas.
B) o avanço da tecnologia, aplicada em diversos ramos da economia, faz o processo de globalização se intensificar.
C) o termo globalização começou a ser utilizado ainda no feudalismo, período de grandes avanços técnicos e científicos.
D) o processo de globalização teve início no final do século XX e foi resultante da constante involução dos processos técnicos.
E) a evolução que ocorreu nos meios de comunicação e de transporte contribuiu para a retração do processo de globalização.

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72. O espaço geográfico se caracteriza pela interação entre a natureza e a sociedade em um território, composto de várias escalas
e dimensões espaciais – o local, o regional e o mundial.

Sobre o espaço geográfico e o processo de globalização, assinale a alternativa correta.

A) A globalização tem acelerado os fluxos, informacionais e econômicos, e estreitado cada vez mais a relação entre o local e o global.
B) A globalização assegura a difusão internacional da informação, possibilitando um mundo único de comunicação e de acesso
à Internet.
C) No campo da Internet, muitos termos são difundidos em inglês, o que possibilita uma interação entre as várias partes do
globo, refutando a ideia de hegemonia e imposição cultural.
D) A centralização do processo produtivo e o rompimento com a mundialização da economia são características centrais para
entender a globalização.
E) Com a globalização, as decisões políticas, sociais, ambientais e econômicas do governo de cada país permanecem sem
interferência de organismos internacionais.

73. ÁFRICA SEM O CHIFRE

Assim como ocorreu com a América do Sul, separada da África há 138 milhões de anos, os geólogos estimam que chegará
um momento em que o Chifre da África também se desprenderá do continente. O Vale da Grande Fenda se estende por mais
de 3 mil km, “desde o Golfo de Adén, no norte, até o Zimbábue, no sul, dividindo a placa africana em duas partes iguais”,
afirma a geóloga Lucía Pérez Díaz na revista científica The Conversation.

(Disponível em: https://www.bbc.com/portuguese/internacional-43620442. Acesso em: 31 ago. 2022.)

O fenômeno descrito no texto é explicado pelo(a)

A) dobramento de placas com a formação de fraturas ou fendas.


B) convecção do magma associada à orogênese.
C) deriva continental com movimentos divergentes.
D) transcorrência das placas com a formação de fossas tectônicas.
E) fraturamento ligado à solidificação do magma em superfície.

74. Analise o mapa a seguir.

Os países africanos em destaque no mapa apresentam em comum a seguinte característica:

A) adotam o Islamismo e o Budismo como religiões oficiais.


B) os seus climas predominantes variam de acordo com os ventos de Monções.
C) adotam a Língua Portuguesa como idioma oficial.
D) praticam economias baseadas na exportação de altas tecnologias destinadas ao agronegócio.
E) representam, desde a década de 1990, os maiores exportadores de soja do mundo.
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75. A política de Uma China é o reconhecimento diplomático internacional de que existe apenas um governo chinês, visão
defendida pelo governo sediado em Pequim. Dentro dessa política, que é seguida pelo Brasil, pelos Estados Unidos e pela
maioria dos países, os governos estabelecem laços formais com a China, e não com outros territórios que compõem esse país.
No entanto, há um território que é considerado pela China uma província rebelde, que o governo chinês busca que seja
totalmente reintegrado ao país. Embora essa província afirme ser independente e integrante da “República da China”, qualquer
país que deseje relações diplomáticas com a China continental precisa romper os laços oficiais com tal província.

(www.bbc.com, 08.10.2021. Adaptado.)


O contexto geopolítico chinês descrito no excerto faz menção à província de

A) Hong Kong.
B) Macau.
C) Tibete.
D) Manchúria.
E) Taiwan.

76. A partir do final dos anos de 1970, esse país passou a combinar a propriedade estatal e a propriedade privada, a orientação
estatal e a disputa de mercado, o trabalho assalariado e o trabalho cooperativo. Isso ocorreu paralelamente às reformas
estruturais no capitalismo desenvolvido, que foi chamado de “globalização” capitalista. Para aproveitar-se dessa reestruturação
do capitalismo desenvolvido e intensificar a recepção de investimentos externos, esse país criou inúmeras Zonas Econômicas
Especiais, onde os investidores estrangeiros podiam investir desde que se associassem a empresas locais, inclusive estatais,
e transferissem a elas novas ou altas tecnologias.
(https://outraspalavras.net, 19.10.2022. Adaptado.)

As características apresentadas no excerto correspondem

A) ao Japão.
B) à Coreia do Sul.
C) a Singapura.
D) ao Vietnã.
E) à China.

77. A resposta de curto prazo da China à visita de Nancy Pelosi, presidente da Câmara dos Representantes, a Taiwan pode não
ter chegado a uma conclusão ainda, mas os contornos estão claros: aumentos significativos na retórica da “diplomacia do
lobo guerreiro”; exercícios militares importantes dentro e em torno das águas territoriais de Taiwan; e suspensão ou
cancelamento de vários canais de diálogo diplomático sino-americano. Mais coisas devem vir, mas o que Pequim fez até agora
não é inesperado ou uma guinada no jogo.

(BOLTON, John R. O que podemos aprender com a visita de Nancy Pelosi a Taiwan. Gazeta do povo, 09 ago. 2022. Disponível em:
<https:www.gazetadopovo.com.br/mundo/o-que-podemos-aprendercom-a-visita-de-nancy-pelosi-a-taiwan/>. Acesso em 23 set. 2022.)

Pequim se enfureceu com a visita de Pelosi, porque

A) foi a primeira vez que Taiwan recebeu uma delegação dos Estados Unidos e as autoridades chinesas não foram avisadas
previamente.
B) a delegação comandada por ela tem o objetivo de atrair empresas instaladas nas Zonas Econômicas Especiais,
desfavorecendo a economia chinesa.
C) considera Taiwan parte do território chinês e não descarta o uso da força reprimir qualquer movimento que promova a
legitimidade internacional da ilha.
D) a parlamentar estadunidense, apesar de ser uma aliada histórica da China, desagradou o alto escalão do Partido Comunista
com declarações favoráveis à autonomia do Tibete.
E) ela foi a responsável pela implementação de um conjunto de sanções econômicas contra a China, que resultaram na recessão
observada no país entre 1995 e 2020.

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78. “A população da China diminuiu em 2022 pela primeira vez em mais de 60 anos, um novo marco no aprofundamento da crise
demográfica do país, com implicações significativas para a desaceleração da economia. A população foi para 1,411 bilhão,
uma queda de cerca de 850.000 pessoas em relação ao ano anterior, anunciou o Escritório Nacional de Estatísticas da China
(NBS) em janeiro de 2023.”

(Disponível em: <https://www.cnnbrasil.com.br/business/china-registra-primeiro-declinio-populacional-em-60-anos/>


Acesso em: 26 jan. 2023.)

A reportagem evidencia o seguinte fenômeno demográfico:

A) crescimento vegetativo negativo.


B) queda na taxa de analfabetismo.
C) diminuição da expectativa de vida.
D) aumento da taxa de imigração.
E) aumento da taxa de fecundidade.

79.
Golpe no Níger é dor de cabeça do Ocidente e oportunidade da Rússia

O golpe no Níger foi o mais recente de uma série que se estendeu pela África, com cinco países da África Ocidental e Central
sendo tomados por juntas militares nos últimos três anos

(Apoiadores do golpe no Niger estendem bandeira da Rússia enquanto tomam as ruas em


Niamei, em 27 de julho de 2023. Balima Boureima/Anadolu Agency via Getty Images.)

O Níger é um dos países mais pobres do mundo e se localiza na região do SAHEL. Recentemente ganhou os noticiários devido
a um Golpe de Estado que derrubou um governo democraticamente eleito. O que é o SAHEL na África?

A) O Sahel é uma região montanhosa localizada no sul da África.


B) O Sahel é uma zona polar conhecida por suas extensas geleiras.
C) O Sahel é uma faixa de terra semiárida localizada ao sul do deserto do Saara, na África.
D) O Sahel é uma região de floresta tropical localizada na América do Sul.
E) O Sahel é um país insular localizado no Oceano Pacífico.

80. Bangalore é uma cidade situada no estado de Karnataka, na Índia, é famosa por um motivo específico que lhe rendeu o apelido
de 'Vale do Silício da Índia'. Qual é esse motivo?

A) Abrigar uma extensa reserva natural e santuário de vida selvagem.


B) Sua rica herança cultural e histórica, incluindo palácios antigos.
C) Ser um importante porto marítimo desde a antiguidade.
D) Ser o local de descoberta de antigas civilizações subterrâneas.
E) Abrigar uma concentração significativa de empresas de tecnologia e inovação.

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FILOSOFIA/SOCIOLOGIA

81. Segundo o texto abaixo, de Agostinho de Hipona (354-430 d. C.), Deus cria todas as coisas a partir de modelos imutáveis e
eternos, que são as ideias divinas. Essas ideias ou razões seminais, como também são chamadas, não existem em um mundo à
parte, independentes de Deus, mas residem na própria mente do Criador,
[...] a mesma sabedoria divina, por quem foram criadas todas as coisas, conhecia aquelas primeiras, divinas, imutáveis e eternas
razões de todas as coisas, antes de serem criadas [...].
(Sobre o Gênese, V)
Considerando as informações acima, é correto afirmar que se pode perceber:

A) que Agostinho modifica certas ideias do Cristianismo a fim de que este seja concordante com a filosofia de Platão, que ele
considerava a verdadeira.
B) uma crítica radical à filosofia platônica, pois esta é contraditória com a fé cristã.
C) a influência da filosofia platônica sobre Agostinho, mas esta é modificada a fim de concordar com a doutrina cristã.
D) uma crítica violenta de Agostinho contra a filosofia em geral.
E) a associação do pensamento agostiniano com o pensamento aristotélico.

82. A principal influência para que Santo Tomás escrevesse as cinco vias foi o filósofo:

A) Santo Agostinho.
B) Tales de Mileto.
C) Aristóteles.
D) Alexandre, O Grande.
E) Aristófanes.

83. “[...]considerada a primeira fase da filosofia medieval. Sua principal característica era a expansão do Cristianismo na Europa
e o combate aos hereges.
Por isso, essa doutrina filosófica foi representada pelo pensamento dos Padres da Igreja, que aos poucos auxiliaram na
construção da teologia cristã.
Baseada na filosofia grega, os filósofos desse período tinham como objetivo central compreender a relação entre a fé divina e
o racionalismo científico. Ou seja, eles buscavam a racionalização da fé cristã.
Portanto, os principais temas explorados por eles estavam ancorados nas vertentes do maniqueísmo, ceticismo e neoplatonismo.
São eles: criação do mundo; ressurreição e encarnação; corpo e alma; pecados; livre arbítrio; predestinação divina.”
(Texto em: todamateria.com.br)
No texto acima, são expostas características do(a):
A) Filosofia Clássica
B) Filosofia Moderna
C) Escolástica
D) Patrística
E) Contrarreforma

84. A grande contribuição de Tomás de Aquino para a vida intelectual foi a de valorizar a inteligência humana e sua capacidade
de alcançar a verdade por meio da razão natural, inclusive a respeito de certas questões da religião. Discorrendo sobre a
“possibilidade de descobrir a verdade divina”, ele diz que há duas modalidades de verdade acerca de Deus. A primeira refere-
se a verdades da revelação que a razão humana não consegue alcançar, por exemplo, entender como é possível Deus ser uno e
trino. A segunda modalidade é composta de verdades que a razão pode atingir, por exemplo, que Deus existe.

A partir dessa citação, indique a afirmativa que melhor expressa o pensamento de Tomás de Aquino.

A) A fé é o único meio do ser humano chegar à verdade.


B) O ser humano só alcança o conhecimento graças à revelação da verdade que Deus lhe concede.
C) Mesmo limitada, a razão humana é capaz de alcançar certas verdades por seus meios naturais.
D) A Filosofia é capaz de alcançar todas as verdades acerca de Deus.
E) Deus é um ser absolutamente misterioso e o ser humano nada pode conhecer d’Ele.

85. A Revolução Científica, ocorrida na Europa Moderna entre os séculos XVI e XVII, caracterizou-se por:

A) acentuar o espírito crítico do homem através do desenvolvimento da ciência experimental.


B) reforçar as concepções antinaturalistas surgidas nos primórdios do Renascimento.
C) comprovar a tese de um universo geocêntrico contrária à explicação tradicional aceita pela Igreja Medieval.
D) negar os valores humanistas, fortalecendo assim as ideias racionalistas.
E) confirmar os fundamentos lógicos e empiristas da filosofia escolástica em sua crítica aos dogmas católicos medievais.

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86. “Na primeira meditação, eu exponho as razões pelas quais nós podemos duvidar de todas as coisas e, particularmente das coisas
materiais, pelo menos enquanto não tivermos outros fundamentos nas ciências além dos que tivemos até o presente. Na segunda
meditação, o espírito reconhece entretanto que é absolutamente impossível que ele mesmo, o espírito, não exista.”

(DESCARTES, R. Meditações metafísicas. São Paulo: Abril Cultural, 1973 (adaptado).)

O instrumento intelectual empregado por Descartes para analisar os seus próprios pensamentos tem como objetivo

A) identificar um ponto de partida para a consolidação de um conhecimento seguro.


B) observar os eventos particulares para a formação de um entendimento universal.
C) analisar as necessidades humanas para a construção de um saber empírico.
D) estabelecer uma base cognitiva para assegurar a valorização da memória.
E) investigar totalidades estruturadas para dotá-las de significação.

87. Leia atentamente o texto a seguir:

“Neste ponto, o filósofo compreendeu que havia uma crença da qual ele não podia duvidar: a crença na própria existência.
Cada um de nós pensa ou diz: ‘Sou, existo’ – e, enquanto pensamos ou dizemos isso, não podemos estar errados. Quando o
filósofo tentou aplicar o teste do gênio maligno a sua crença, percebeu que o gênio só podia levá-lo a acreditar que ele existe
se ele, o próprio filósofo, de fato existir – como ele poderia duvidar da própria existência, se é preciso existir para ter dúvida?
O axioma ‘Eu sou, eu existo’ constitui a primeira certeza desse filósofo. Em sua obra anterior, Discurso sobre o método,
ele a apresentou como ‘Penso, logo existo’, mas abandonou a frase ao escrever suas Meditações, pois o uso de ‘logo’ leva a
afirmação a ser lida como premissa e conclusão. O filósofo queria que o leitor – o ‘eu’ que medita – percebesse que, assim que
considero o fato de que existo, sei que isso é verdadeiro. Tal verdade é instantaneamente apreendida. A percepção de que existo
é uma intuição direta, não a conclusão de um argumento.”
(Vários colaboradores. O livro da Filosofia. Tradução Douglas Kim. São Paulo: Globo, 2011. p. 120. Adaptado.)

O texto desse enunciado exprime uma vertente do pensamento racionalista de um importante filósofo ocidental. Assinale a
alternativa correta que apresenta o filósofo racionalista autor das reflexões apresentadas.

A) Nicolau Maquiavel.
B) São Tomás de Aquino.
C) René Descartes.
D) Voltaire.
E) Immanuel Kant.

88.

No fim do século XVIII, foi encontrado em um bosque próximo à cidade de Aveyron, na França, um garoto que vivia
totalmente isolado. O menino, que na época tinha por volta de 10 e 12 anos, parecia ter vivido somente na floresta, sem qualquer
contato humano. Ao ser encontrado, ele passou a viver com um professor, que se encarregou de educá-lo.
Tendo em mente o caso do menino acima, assinale a alternativa que explica, de forma correta, a relação entre natureza e cultura.

A) A cultura é uma característica que somente algumas pessoas possuem. Indígenas são exemplos de povos sem cultura.
B) A natureza humana é a mesma dos animais. Tanto uns quanto outros agem basicamente por instinto.
C) A natureza humana é desenvolvida através da cultura. Sendo assim, podemos dizer que é da natureza humana possuir cultura.
D) Não existem casos de pessoas sem cultura. É por isso que devemos estudar Sociologia, para aprendermos a viver em sociedade.
E) Diferentemente do que se pudesse pensar, o problema do garoto selvagem era mental, e não cultural.
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89. Leia o texto a seguir.

A ideia de que a razão, a mais alta faculdade intelectual do homem, interessa-se apenas pelos instrumentos, ou melhor,
é ela mesma apenas um instrumento, é formulada de modo mais claro e aceita mais amplamente hoje do que no passado. [...]
O indivíduo outrora concebeu a razão exclusivamente como um instrumento do eu. Agora, ele experiencia o inverso dessa
autodeificação. A máquina ejetou o piloto; ela corre cegamente pelo espaço. No momento da consumação, a razão tornou-se
irracional e estultificada.

(HORKHEIMER, Max. Eclipse da razão. Trad. Carlos Henrique Pissardo. São Paulo: Editora da UNESP, 2015. p. 118; 143.)

A respeito do problema da razão instrumental em Horkheimer, podemos afirmar que:

A) a exploração da natureza é um resultado secundário da vigência da racionalidade instrumental, na medida em que,


anteriormente à modernidade, a razão era compreendida em sintonia com a natureza.
B) a razão instrumental é uma forma da razão que se instituiu por meio do reconhecimento da singularidade da natureza e da
sociedade e do desenvolvimento de uma metodologia que integra tais especificidades à pesquisa.
C) a substituição da autoridade da filosofia pela autoridade da ciência no século XX resultou da incorporação da filosofia aos
procedimentos experimentais da ciência, o que tornou a atividade científica mais rigorosa.
D) a concepção de ciência que sustenta a racionalidade instrumental recusa duas ideias fundamentais: a ideia de que a ciência
consiste em enunciados sobre fatos e a ideia de que o mundo seja um mundo de fatos e coisas.
E) a vinculação entre razão e instrumento revela a tendência, não apenas individual, mas estruturada socialmente, de submeter
a natureza à exploração, culminando na sujeição do humano à razão instrumental.

90. “Hoje, a indústria cultural assumiu a herança civilizatória da democracia de pioneiros e empresários, que tampouco
desenvolvera uma fineza de sentido para os desvios espirituais. Todos são livres para dançar e para se divertir, do mesmo modo
que, desde a neutralização histórica da religião, são livres para entrar em qualquer uma das inúmeras seitas. Mas a liberdade
de escolha da ideologia, que reflete sempre a coerção econômica, revela-se em todos os setores como a liberdade de escolher
o que é sempre a mesma coisa.”

(ADORNO, T HORKHEIMER, M. Dialética do esclarecimento: fragmentos filosóficos. Rio de Janeiro: Zahar, 1985.)

A liberdade de escolha na civilização ocidental, de acordo com a análise do texto, é um(a)

A) legado social.
B) patrimônio político.
C) produto da moralidade.
D) conquista da Humanidade.
E) ilusão da contemporaneidade.

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RESOLUÇÃO COMENTADA

INGLÊS
01. C. “Most people – most of us who are part of Japanese society – graduate from school, then find work, then (...) get married.
(...) In other words, the order I chose was the exact opposite to what was considered normal”. Cuja tradução é: “A
maioria das pessoas – a maioria de nós que faz parte da sociedade japonesa – se forma na escola, então arrumar trabalho,
aí (...) casar. (...) Em outras palavras, a ordem que escolhi foi exatamente o oposto ao que era considerado normal ”.
02. D. Pela “fala” de Garfield, em que ele fala que tudo o que Jon diz lhe é familiar.
03. A. No texto, está citado: “Ronald Crystal, que preside o departamento de medicina genética da Weill-Cornell Medical
College (Faculdade de Medicina Weill-Cornell), em Nova York, onde pesquisadores estão desenvolvendo uma vacina
contra nicotina disse que a ideia é estimular o sistema imunológico do fumante para produzir anticorpos ou proteínas
imunológicas para destruir a molécula de nicotina antes de ela alcançar o cérebro.
04. B. A linguagem presente no trecho é marcada por estrangeirismos (“cuarta”, “es una”, “abuelito”, “una peseta”, “una peseta
para la máquina”), empregados como um recurso linguístico para corroborar a temática do falante de espanhol em um
país de língua de origem anglo-saxônica.
05. D. Segundo o texto da questão, muitos cidadãos estadunidenses são analfabetos funcionais, ou seja, são capazes de ler,
mas têm dificuldade de compreender o que leem (“they are functionally illiterate – they comprehend very little of what
they can sound out”).
06. A. Na tira, os personagens animais usam “dirty vehicles” para denominar veículos poluidores (“vehicles with dirty
emissions”), enquanto o personagem humano usa “dirty vehicles” para se referir a veículos sujos de lama (“muddy old
cars”).
07. D. O poeta descreve a sensação na passagem a seguir: “ because of poetic, sentiment with which the mind usually receives
even the sternest natural images of the desolate or terrible.”
08. A. Observe a passagem: “I know not how it was – but, with the first glimpse of the building, a sense of insufferable gloom
pervaded my spirit. “i will sue whoever (Não sei como foi – mas, com o primeiro vislumbre do edifício, uma sensação
de melancolia insuportável invadiu meu espírito.)
09. B. É dito no texto da charge vão processar quem quer que seja o dono da árvore por danos resolvidos fora do tribunal por
milhões e nunca mais terão que implorar por financiamento de pesquisa.
10. D. O trecho Whoever owns significa quem quer que seja. Logo, não sabem quem é o dono da árvore.

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PORTUGUÊS

11. C. Além da escolha linguística pelo termo “fato”, destacamos também o uso da 3a pessoa.
12. B. As catedrais góticas se erguem nas áreas urbanas, possuem torres agulhadas, são mais amplas e atraem os fiéis para
seu universo interior.
13. C. Os versos pertencem ao Parnasianismo, estilo de época que apresenta como principais características a perfeição formal,
seleção vocabular e rigor gramatical.
14. C. Observemos a passagem “Fomos até o interior mostrando a relação sagrada e profana que dá o tom e o clima desta
época do ano. A origem agrícola e a espiritualidade sincrética: plantar no São José para colher no São João”.
15. C. O narrador de Memórias póstumas tem na obra uma participação peculiar: interrompe a narrativa, conversa e brinca
com o leitor, discorre sobre assuntos aparentemente distantes do assunto central. Nesse vaivém, ironicamente
responsabiliza o leitor pelos defeitos do livro, no contraste entre a pressa de “um” e a lentidão do “outro”.
16. A. A linguagem objetiva, clara, optando por delatar os acontecimentos de maneira mais simples, recusando o
sentimentalismo romântico e abordando temáticas como o adultério que são temáticas naturalistas presentes não só no
fragmento em destaque, mas em toda obra.
17. A. Bernini representa bem o espírito barroco ao colocar dramaticidade e emoção dos gestos e nas expressões esculpidas.
18. B. As formas pronominais destacadas recuperam o referente “Fernando Pessoa”, garantindo a Concentração e a Progressão
Temática do texto.
19. B. O zoormorfismo é uma característica dos romances naturalistas em que se faz comparações de personagens humanos
com animais.
20. C. A função emotiva do referido texto está atrelada à presença da subjetividade e da expressividade nas opiniões do “eu”.
21. A. O pronome “Ele” substitui – de maneira antecipada – a expressão “tanque de guerra”.
22. D. A tela em destaque está atrelada ao Romantismo francês, impregnado pelas ideias da Revolução Francesa e focado no
propósito da liberdade.
23. C. No trecho transcrito os moradores do cortiço, antes desanimados ao ouvirem o fado português, adquirem nova
disposição com a música crioula. O estímulo é, portanto, muito mais sensorial do que sentimental.
24. D. A tela do Pedro Américo retrata a visão heroica e idealizada da independência do Brasil.
25. A. A poesia parnasiana tinha tendência a ser metalinguística, e o que era valorizado era o trabalho, o esforço, a transpiração,
em detrimento da inspiração. A poesia parnasiana possuía alto rigor técnico, tendo este como seu traço marcante.
26. B. A proposição faz referência aos processos “nasceu”, “conquistara”, “apresentaram” e “tem-se caracterizado”.
27. D. Uma das grandes marcas das catedrais góticas é a presença dos vitrais com cenas do Evangelho e dos santos católicos.
28. B. O parágrafo “É verdade que as gramáticas que supostamente conhecem são conservadoras. Mas não tanto quanto
pensam que elas são. Descobririam isso se as lessem, especialmente se lessem mais de uma” confirma a proposição.
29. A. Observe que, em Davi, Michelangelo se inspira em um tema bíblico, mas traz os pilares da herança greco-romana, como
a expressão do “belo”.
30. C. As marcas do presente apontam para a postura crítica e reflexiva da narradora-personagem a respeito dos fatos
biográficos que narra.
31. C. O texto evidencia como o cordel é fundamental para a cultura e a memória do povo.
32. B. Constituindo uma oposição ao idealismo romântico, o Realismo propõe uma representação mais objetiva e fiel da vida
humana, denunciando a hipocrisia e a corrupção da classe burguesa. Além disso, procura ir além das aparências,
revelando ao leitor os motivos secretos das ações humanas.
33. D. O procedimento destacado se associa diretamente à crítica que se manifesta no discurso do enunciador. Isso se confirma
também na sequência “Isso não faz sentido para quem está se aproximando da língua e precisa compreender como ela
funciona”.
34. B. A forma pronominal “Eles” antecipa o referente “pássaros”.
35. A. A análise do texto permite afirmar que as danças populares não só carregam uma bagagem cultural de um povo, como
permitem a interação entre pessoas de mesmos ou diferentes costumes, gerando lazer e despertando sentidos.
36. B. A comparação feita pelo eu lírico mostra que a principal diferença está na volta das pombas e que os sonhos não
retornam, evidenciando uma análise acerca dos anseios jovens.
AV2 – Linguagens e Humanas (19-08)
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37. C. As marcas de segunda pessoa instauram uma cena de interlocução e envolvem linguisticamente o leitor.
38. A. No Naturalismo, é comum que seus textos tratem suas personagens de forma animalizada, agindo por instinto; abordem
os problemas sociais como patologias; tenham compromisso com a realidade, entre outros. Sendo assim, nesse
fragmento, o narrador é fiel ao naturalismo por relacionar a posição social a padrões de comportamento e à condição de
raça, tratando assuntos como um cientista faz um experimento.
39. B. O Barroco tem como característica principal o conflito dos opostos, portanto as antíteses, os contrastes, os paradoxos
situam-se como marcas desse estilo.
40. A. O naturalismo descreve o comportamento humano de acordo com o ambiente em que esses se situam.
41. C. O marcador temporal “Após uma vitória por 1 a 0 na estreia” localiza os fatos na cronologia do projeto de texto.
42. C. A marcação do “Você” instaura o efeito gramatical da interlocução, já que explicita a presença da segunda pessoa no
discurso.
43. D. Na construção citada, o autor faz uma referência a um tema poético no contexto da própria poesia. A linguagem, no
caso específico, foi utilizada como uma maneira de autoexplicar-se, o que caracteriza o recurso da metalinguagem.
44. D. O contraste abrupto das composições especialmente realizadas por Caravaggio, são recursos que confere a algumas
obras barrocas um ambiente ‘teatralizado’, com efeitos de luz e sombra contrastantes e com forte apelo à emoção do
espectador. A cena representada se impõe nesse ambiente de contrastes, revelados pela luz, conferindo dramaticidade à
composição.
45. C. O eu poético mesmo estando longe de sua amada mostra que não bastam só lembranças boas, saudade, e sim a presença
de sua amada.

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HISTÓRIA
46. C. A Primeira Revolução Industrial, restrita inicialmente à Inglaterra e, entre os séculos XVIII e XIX expandida a outros
países europeus teve como marcas a substituição do homem pela máquina, em especial aquela movida a vapor e usada
para a fabricação de tecidos, o que acelerou e aumentou significativamente a produção.
47. B. Um dos fatores que contribuíram para a ocorrência da Revolução Industrial na Inglaterra foi a ocorrência dos
cercamentos: os grandes proprietários de terra ingleses “cercavam” as terras dos pequenos proprietários e os expulsavam
do campo. Tal fenômeno favoreceu a concentração fundiária e a formação de uma massa de desempregados que migrou
para as cidades e passou a trabalhar nas fábricas recém-inauguradas.
48. D. A questão menciona o uso do relógio antes e a partir da Revolução Industrial. Antes, quando a população residia no
campo, o tempo era controlado pelos fenômenos naturais, observando a natureza como o movimento do Sol e as fases
da Lua. A partir da Revolução Industrial, ocorreu um intenso êxodo rural e urbanização, o tempo passa a ser medido
pelo relógio como forma de disciplinar o movimento dos trabalhadores das fábricas para maior produtividade.
49. C. O historiador inglês Edward Thompson na sua obra clássica intitulada “A Formação da Classe Operária Inglesa” faz
referência às transformações provocadas pela Revolução Industrial que teve início na Inglaterra no final do século
XVIII. A máquina aumentou a produção e a jornada de trabalho, alterou o ritmo da fábrica, introduziu a disciplina
mudando a concepção de tempo com a necessidade do relógio. Era a consolidação do sistema capitalista com o
surgimento da classe operária e a separação entre capital e trabalho.
50. B. Para os iluministas a razão era a fonte de explicação de todas as coisas, o que era incompatível com a ideologia que
sustentava o absolutismo monárquico, porque essa ideologia, muitas vezes, usava explicações divinas para justificar
suas práticas.
51. E. Essa relação fica evidenciado em trechos do texto como: “a comunidade mineira que se celebra a si própria,
esfumaçando, na celebração do metal precioso, as diferenças sociais que separam os homens que buscam o ouro
daqueles que usufruem do seu produto”.
52. C. O texto é explicativo. Além disso, destaca-se a percepção de uma sociedade marcada por estamentos e identificação de
ofícios diferentes, mas generalização num mesmo grupo como músicos, cozinheiros palacianos e camponeses
compondo o 3o Estado.
53. D. Com a queda na produção de cereais houve o aumento do preço dos alimentos e consequente aumento do número de
pessoas com fome, na França. Ocorreu, também, o aumento do desemprego, já que com a diminuição da produção
menos trabalhadores eram utilizados no cultivo. Com isso, houve uma diminuição do número de pessoas com
capacidade de compra.
54. C. A música pode ser associada ao conceito de “sertão” do período colonial, que utilizava-se desse termo para se referir
aos lugares que ficavam no interior do território, além das plantações de cana e não necessariamente ou exclusivamente
à região do Sertão nordestino.
55. B. A historiografia tradicional – principalmente paulista – retrata os bandeirantes como heróis, pois teriam sido
responsáveis por grandes façanhas, como a conquista e ocupação de novos territórios, descoberta de pedras e metais
preciosos, alargamento do território e o enriquecimento do Brasil, sempre enfrentando e superando as adversidades
naturais, doenças tropicais e os ataques indígenas. Apesar de ser um elemento da sociedade colonial, tal mito foi
construído no século XX, em 1932, quando da Revolução Constitucionalista contra o governo Vargas, movimento que
buscou fortalecer o “sentimento regionalista” do povo paulista. Dessa forma, a historiografia tradicional omite o
confronto com índios e jesuítas, com ataques às missões e a captura dos nativos para escravizá-los ou vendê-los como
escravos, além da destruição de quilombos, a mando de grandes proprietários rurais e dos governantes.
56. E. A partir da análise do mapa, percebe-se que a exploração das drogas do sertão predominou na Região Amazônica,
enquanto a mineração e a pecuária contribuíram para a ocupação de outras partes do interior brasileiro.
57. E. Com a mineração além do crescimento do mercado interno, ocorreu uma maior a integração econômica entre diversas
regiões da colônia, fato pouco desenvolvido no período áureo da economia açucareira.
58. D. O texto demonstra que havia uma relação bastante significativa em termos comerciais entre as províncias,
principalmente depois da descoberta do ouro, apesar de o país estar isolado do resto do comércio mundial, por força do
monopólio imposto pelo pacto colonial.
59. B. A chamada “cor local”, tão presente no barroco, é a releitura dos modelos clássicos importados da Europa. Um exemplo
disso são os rostos de índios e negros presentes nas imagens de santos, anjos e da Virgem Maria e dos abacaxis e
bananas, encontradas na decoração dos altares das igrejas do barroco brasileiro.
60. E. Com a descoberta de ouro no Brasil, Portugal assou a importar da Inglaterra, praticamente tudo o que necessitava em
termos de gêneros manufaturados, estabelecendo uma dependência econômica histórica, que terá várias repercussões
nos campos diplomático e político.

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61. E. A Derrama era a cobrança dos impostos atrasados, sobre a produção aurífera, e constituía-se num momento aflitivo para
os mineradores, ainda mais numa época em que essa produção se encontrava em decadência.
62. B. Como na região mineradora todas as atenções estavam voltadas para a atividade aurifera, o abastecimento ficava por
conta dos tropeiros, o que encarecia bastante a vida na região.
63. D. A imagem – barroca, extremamente detalhada – fez parte de uma prática que visava burlar os impostos do ouro, em
especial o quinto: os santos do pau oco, o uso de imagens sacras de madeira, ocas, para serem preenchidas com ouro.

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GEOGRAFIA

64. D. A alternativa correta é [D], porque em 2009, os países que formam o BRICs (Brasil, Rússia, Índia e China) realizaram
sua primeira cimeira ou cúpula presidencial, buscando fortalecer o grupo nas discussões de diversas questões do cenário
internacional. As alternativas incorretas são: [A], porque o Mercosul iniciou suas cúpulas desde que foi criado em 1991;
[B], porque o G8 não é um bloco econômico; [C], porque o USMCA é o bloco que substitui o NAFTA; [E], porque o
G20 é o grupo das 20 maiores economias do planeta cujo objetivo é a estabilidade econômica global.
65. B. A sequência correta é: 3 (União Aduaneira, cujo exemplo é a TEC – Tarifa Externa Comum – no Mercosul, é praticada
quando os membros plenos do bloco econômico adotam tarifas comuns conforme o produto no comércio com nações
de fora do bloco), 4 (o Mercado Comum promove liberdade para o fluxo de mercadorias, bens, capitais, mas também
apresenta livre circulação de pessoas para trabalho e turismo, como ocorre na União Europeia como Tratado de
Schengen), 1 (a Zona de Preferência Tarifária faz com que necessariamente as tarifas praticadas entre os membros do
bloco sejam menores do que as praticadas com países de fora do bloco), 5 (a União Monetária, existente parcialmente
na União Europeia, consiste na substituição das moedas nacionais por uma moeda única, o que facilita o fluxo comercial
e financeiro entre os membros) e 2 (numa Zona de Livre Comércio, estágio inicial de funcionamento dos blocos
econômicos, os países membros diminuem e progressivamente eliminam as tarifas de importação para estimular o
comércio entre os sócios).
66. B. A alternativa correta é [B], porque BRICS é um agrupamento de países que, apresentando características comuns,
mantém estreitas relações comerciais e políticas. As alternativas incorretas são: [A], porque Mercosul e Unasul são
organizações diferentes; [C], porque a alteração do Nafta resultou em sua substituição pelo USMCA, sem livre
circulação de pessoas; [D], porque não houve embargos; [E], porque a Suíça não é candidata à UE.
67. B. A alternativa correta é [B], porque o crescimento da infraestrutura portuária responde à esmagadora inserção da China
na economia mundial que importa matéria-prima e exporta bens manufaturados. As alternativas incorretas são: [A],
porque a relação entre a infraestrutura portuária e os investimentos se dá em razão da produção para o mercado externo
e não pela imigração de mão de obra; [C], porque as empresas que produzem bens de consumo não são estatais e não
têm baixa competitividade; [D], porque a expansão da infraestrutura portuária atende ao aumento da produção chinesa;
[E], porque a produção na China atende ao mercado externo.
68. C. A alternativa correta é [C], porque o RU nunca foi signatário da Zona do Euro ou do Tratado de Schengen, mantendo
uma postura mais isolacionista no processo de integração europeu. As alternativas incorretas são: [A], porque o Reino
Unido não assinou o Tratado de Schengen; [D], porque não ocorre a continuidade das regras de circulação de pessoas
para o Reino Unido; [B] e [E], porque a Inglaterra não faz parte da Zona do Euro e, portanto, nunca deixou de usar a
Libra Esterlina.
69. E. Com a globalização da economia capitalista intensificada a partir da década de 1990, se disseminaram blocos
econômicos com o objetivo de estimular o comércio entre países sócios e complementariedade das economias em
determinadas regiões do mundo. São exemplos: União Europeia, USMCA, Mercosul, Aliança do Pacífico, APEC,
SADC, entre outros.
70. D. A alternativa correta é [D], porque o processo de integração em nível mundial ocorre como consequência dos avanços
tecnológicos, proporcionando maior dinamismo ao sistema produtivo e financeiro. As alternativas incorretas são: [A],
porque ocorre o acirramento da disputa por mercados; [B], porque ocorre enfraquecimento do Estado; [C], porque os
interesses são econômicos; [E], porque a globalização reforça a exclusão.
71. B. A alternativa correta é [B], porque considerando a globalização como intercâmbio, o avanço tecnológico cria redes que
permitem intensificar esse processo. As alternativas incorretas são: [A], porque a globalização não foi criada no século
XXI; [C], porque o termo só será utilizado no século XX; [D], porque foi resultado da evolução dos processos técnicos;
[E], porque a evolução contribuiu para a expansão da globalização.
72. A. A alternativa correta é [A], porque a globalização, cuja base material é o meio técnico-científico-informacional,
configura-se como um processo de integração mundial aproximando a escala local e global. As alternativas incorretas
são: [B], porque o processo de globalização não é equitativo; [C], porque há hegemonia cultural; [D], porque a
globalização se caracteriza pela descentralização econômica e pela mundialização da economia; [E], porque as decisões
ocorrem em âmbito global com a participação dos organismos supranacionais.
73. C. No leste do Continente Africano ocorre uma extensa falha geológica que apresenta movimento divergente que provocou
o soerguimento de várias áreas (falhas normais e do tipo “horst”) dando origem a cadeias montanhosas e vulcões, alguns
ainda ativos. As áreas que foram rebaixadas deram origem a vales de rift aplainados. Nas áreas mais baixas teve o
acúmulo de água dando origem aos lagos tectônicos como Vitória, Tanganica e Malaui. O desenvolvimento futuro da
falha pode levar a separação completa do Continente Africano, levando ao “fim do chifre da África” referido no título.
74. C. A alternativa correta é [C], porque Guiné Bissau, Angola e Moçambique são países cujo idioma oficial é o português,
haja vista terem sido colonizados por Portugal. As alternativas incorretas são: [A], porque Angola e Moçambique têm
grande peso do Cristianismo enquanto Guiné Bissau, tem maioria islâmica; [B], porque o clima de monções é
característico do sul e sudeste da Ásia; [D], porque sua base econômica é primo-exportadora; [E], porque os maiores
exportadores de soja do mundo são Brasil, EUA, China.
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75. E. A alternativa correta é [E], porque Taiwan definiu um governo e uma política de Estado independente da China a partir
da vitória do PC na Revolução em 1949, contudo essa soberania não é reconhecida no meio diplomático internacional,
o que faz a China ensejar com frequência, sua intenção em anexar o território. As alternativas incorretas são: [A] e [B],
porque a transferência da soberania de Hong-Kong e Macau foi feita para a China em 1997 e 1999 respectivamente;
[C], porque o Tibete foi dominado pela China na década de 1950 e desde então, subordinado à ela; [D], porque
Manchúria é uma região da China.
76. E. A alternativa correta é [E], porque no final da década de 1970, a China adotou um processo de abertura econômica
capitalizando o país por meio de investimentos estrangeiros e forte produção para o mercado externo. As alternativas
seguintes são incorretas porque não correspondem ao processo histórico citado.
77. C. A alternativa correta é [C], porque a presença de uma autoridade estadunidense em Taiwan representa uma crítica dos
EUA aos discursos expansionistas da China. As alternativas incorretas são: [A], porque o aviso prévio à China não é o
motivo que causa desconforto, mas sim o apoio dos EUA à Taiwan; [B], porque a presença da delegação estadunidense
não desfavorece a economia chinesa, mas mostra o apoio dos EUA à Taiwan; [D], porque as declarações foram a favor
de Taiwan e não do Tibet; [E], porque as sanções econômicas foram feitas pelo governo Trump na década de 2020.
78. A. Em 2022, a taxa de natalidade da China foi inferior a taxa de mortalidade, resultando em “crescimento demográfico
negativo”, ou seja, um decréscimo na população absoluta. Em 2023, segundo a ONU, a Índia passou a China em
população absoluta em decorrência do crescimento demográfico mais elevado. Entre as implicações para a China, o
envelhecimento populacional e a perspectiva de redução do porcentual da PEA (população economicamente ativa) do
país, o que teria impacto no crescimento da economia. Uma das medidas recentes para combater o envelhecimento e
recompor a PEA foi a autorização para os casais terem até 3 filhos.
79. C. O Sahel é uma região localizada ao sul do deserto do Saara, que se estende por vários países na África Ocidental. Ela é
caracterizada por um clima semiárido, com chuvas irregulares e uma vegetação adaptada a condições mais secas. Essa
região é historicamente afetada por problemas como a desertificação, escassez de recursos hídricos e insegurança
alimentar, devido às condições climáticas desafiadoras e à pressão sobre os recursos naturais. Portanto, a resposta c) é
a única afirmação que corresponde à descrição correta do Sahel.
80. E. Bangalore é reconhecida como o "Vale do Silício da Índia" devido à sua concentração de empresas de tecnologia,
startups e instituições de pesquisa de renome. A cidade se destaca como um polo de inovação e desenvolvimento
tecnológico na Índia, desempenhando um papel crucial na economia digital do país. As demais opções não estão
relacionadas com o contexto de Bangalore como um centro tecnológico.

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FILOSOFIA/SOCIOLOGIA
81. C. Santo Agostinho teve como construção de sua filosofia os neoplatônicos, antes mesmo de se converter, e é inegável a
influência do pensamento platônico sobre a filosofia agostiniana, entretanto, coube ao teólogo e filósofo, Agostinho,
modificar as ideias do platonismo adequando as verdades do Cristianismo.
82. C. Apesar de tão distante dos dogmas cristãos, a filosofia aristotélica ganhou adeptos cada vez mais entusiasmados entre
os filósofos católicos como Tomás de Aquino, que nela viam um alimento intelectual superior e se esforçavam para
adaptá-la à revelação bíblica.
83. D. A Patrística, Escola Patrística ou Filosofia Patrística, foi uma corrente filosófica cristã da época medieval que surgiu no
século IV. Recebe esse nome pois ela foi desenvolvida por diversos padres e teólogos da Igreja, os quais eram chamados
de “Pais da Igreja.
84. C. São Tomás de Aquino se referiu as verdades naturais, aquelas que podemos encontrar por nossos esforços racionais,
capacidade dotada por Deus aos homens e que nos permitiu evidenciar sua verdade revelada na natureza.
85. A. A valorização acentuava o espírito crítico do Homem, por meio do desenvolvimento da ciência experimental é uma
grande marca desse período.
86. A. A filosofia inaugurada por René Descartes, no campo da epistemologia, tem como fundamento metódico o princípio da
dúvida sistemática como “caminho” para a obtenção de um conhecimento verdadeiramente seguro. Para esse pensador,
tal princípio implica o questionamento sistemático de todos os pressupostos até então tidos como verdadeiros, pois só
o processo que coloca em dúvida todo o conhecimento construído até então poderia produzir uma verdade “sólida”.
Tais formulações se relacionam à uma tentativa de identificar as bases racionais para a obtenção de um conhecido
seguro.
87. C. O texto apresentado exprime o pensamento filosófico elaborado por René Descartes. Filósofo moderno, Descartes fez
parte da vertente epistemológica do racionalismo, de modo que tomava como pressuposto que o conhecimento puro só
pode ser alcançado a partir das estruturas cognitivas inatas aos indivíduos. Descartes foi responsável por lançar as bases
filosóficas da ciência moderna, e o texto da questão destaca sua conhecida passagem acerca da existência do sujeito
pensante, estabelecendo que essa constatação é condição necessária para a obtenção do conhecimento, sendo, portanto,
uma premissa indubitável.
88. C. Todo ser humano possui cultura, sendo assim, podemos dizer que é da natureza humana possuir cultura. O caso do
Garoto Selvagem é paradigmático justamente por ser um exemplo histórico de como, para se desenvolver de forma
plena, o ser humano necessita estar inserido em uma cultura.
89. E. Max Horkheimer, filósofo vinculado à escola de Frankfurt, contribuiu para o desenvolvimento de uma teoria crítica que
chama a atenção para a falência ou fracasso do projeto iluminista. Diferente do que acreditavam os filósofos da Era da
Razão, Horkheimer defendeu que o racionalismo não conduziu a Humanidade para um progresso ilimitado, mas
submeteu a Humanidade, a natureza e a cultura à exploração pela razão instrumental. Para Horkheimer, a expansão do
conhecimento técnico e racional, típico das sociedades industriais, voltou-se contra a Humanidade e passou a
desumanizá-la em função da lógica produtivista, de forma que a razão não conduziu a progresso humano, mas a sua
alienação.
90. E. Na contemporaneidade, a indústria cultural, ao padronizar a produção cultural, produz a ilusão de que os indivíduos
estão escolhendo o que vão consumir. No entanto, isso é um efeito da ideologia, uma vez que todos os produtos são
massificados e extremamente parecidos entre si.

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