Você está na página 1de 10

Sumário Pág.

1. Fornecimento de Energia para Edificações Individuais......... 2


1.1 Tipos de fornecimento............................................... 2
1.2 Cálculo da demanda................................................. 4

2. Determinação da classe de fornecimento para o projeto


estudado...........................................................................................8

3. Conclusão.....................................................................................9

4. Referências................................................................................ 10

1
1) Fornecimento de Energia para Edificações Individuais

A instalação elétrica de toda edificação deve ser alimentada de alguma


maneira, sendo a mais comum, a conexão com a rede de distribuição
secundária. Cabe a concessionária o fornecimento de energia até o ponto de
entrega da edificação e o estabelecimento dos requisitos para tal conexão.A
concessionária de distribuição em Minas Gerais é a CEMIG, portanto, a
regulamentação aqui tratada foi elaborada por ela. Os principais passos para a
alimentação da edificação é a elaboração das partes físicas da conexão por
parte do consumidor e da concessionária (ramal de ligação, padrão de entrada,
ramal de entrada, ramal interno, medidor, etc) dentro das normas estabelecidas
pela empresa (no caso, ND 5.1:2013 – CEMIG [2]) e a determinação do tipo de
fornecimento através da classificação da unidade consumidora.

1.1) Tipos de fornecimento:

Em função da localização e carga instalada a CEMIG estabelece a


classificação da unidade consumidora em Tipos de Consumidor, sendo eles A,
B, C , D , E e F. Dentro de cada tipo, existem as faixas (ex. A1, A2 e B1 , B2 )
dependendo também da carga instalada e, em certos casos, da demanda.
A carga instalada (CI), dada em kW, corresponde ao somatório da
potência ativa de todos os equipamentos elétricos presentes na unidade
consumidora que poderão entrar em funcionamento. A demanda (D), dada em
kVA, é a média das potências elétricas aparentes e instantâneas solicitadas
durante um período especificado, levando em consideração o regime de
funcionamento e tipo das cargas.
A tabela mostrada a seguir resume a classificação por tipos de unidade
consumidora.

2
Tabela 1 – Classificação das unidades consumidoras individuais de baixa tensão [1]

Os tipos D, E e F não serão aqui tratados, por estarem fora do contexto


atual (são designados para instalações rurais ou acima de 75kVA).
Para a determinação do fornecimento, o projetista deve primeiramente
obter o valor da carga instalada e estudar qual a necessidade com relação ao
número de fases.
Quando a CI for menor que 15 kW, o consumidor poderá ser A1, A2, B1
ou B2, conforme a quantidade de fases e carga instalada. Caso a CI seja
superior a 15 kW, a unidade deve ser tipo C com faixa escolhida conforme o
valor da demanda e a alimentação será trifásica a quatro fios.
As tabelas exibidas a seguir, retiradas da ND 5.1:2013 – CEMIG exibem
algumas classificações de unidade consumidora e suas características.

3
Tabela 2 – Classificação e dimensionamento para unidades consumidoras urbanas ou rurais
atendidas por redes de distribuição secundárias trifásicas ou bifásicas

Tabela 3 – Classificação e dimensionamento para unidades consumidoras urbanas ou rurais


atendidas por redes de distribuição secundárias trifásicas 4 fios

Pode – se observar das tabelas 2 e 3 que após a determinação do tipo e


faixa de fornecimento, tem-se as características necessárias dos equipamentos
que constituirão a alimentação da instalação, tais como condutores do ramal,
disjuntores, aterramento, poste, etc.

1.2) Cálculo da demanda :


Para o dimensionamento da entrada de serviço das unidades
consumidoras urbanas com carga instalada superior a 15 kW deve ser feito pela
demanda provável da edificação, cujo valor pode ser igual ou inferior a sua carga
instalada.
O consumidor pode determinar a demanda de sua edificação,
considerando o regime de funcionamento de suas cargas, ou alternativamente,
solicitar à CEMIG o cálculo da demanda de acordo com a ND-5.1. De acordo
com esta norma a demanda (D) é determinada pela expressão:

4
D=a+b+ c+ d+ e+ f [ KVA ]

Onde:

a = demanda referente à iluminação e tomadas (aqui consideradas


tomadas de uso geral – TUGs);

b = demanda relativa aos aparelhos eletrodomésticos e de aquecimento.


Os fatores de demanda, devem ser aplicados, separadamente, à carga instalada
dos seguintes grupos de aparelhos:

b1: chuveiros, torneiras e cafeteiras elétricas;


b2: aquecedores de água por acumulação e por passagem;
b3: fornos, fogões e aparelhos tipo "Grill";
b4: máquinas de lavar e secar roupas, máquinas de lavar louças e
ferro elétrico;
b5: demais aparelhos (TV, conjunto de som, ventilador, geladeira,
freezer, torradeira, liquidificador, batedeira, exaustor, etc.).

c = demanda dos aparelhos condicionadores de ar (No caso de


condicionador central de ar, utilizar fator de demanda igual a 100%. );

d = demanda de motores elétricos;

e = demanda de máquinas de solda e transformador, determinada por:

- 100% da potência do maior aparelho;


- 70% da potência do segundo maior aparelho;
- 40% da potência do terceiro maior aparelho;
- 30% da potência dos demais aparelhos.

No caso de máquina de solda a transformador com ligação V-v invertida,


a potência deve ser considerada em dobro.

f = demanda dos aparelhos de Raios-X, determinada por:


- 100% da potência do maior aparelho;
- 10% da potência dos demais aparelhos.

O valor da demanda deve então ser calculado conforme estabelecido


acima, em que a demanda de cada grupo é a Potência Aparente X Fator de
Demanda, com a utilização das tabelas apresentadas a seguir para a
determinação de tal fator.

5
Tabela 4 – Fator de demanda para grupo a

Tabela 5 – Fator de demanda para grupo a - consumidores não


residenciais

Tabela 6 – Fator de demanda para fornos e fogões elétricos (b3)

6
Tabela 7 – Fator de demanda para eletrodomésticos, aquecedores,
refrigeradores e condicionadores de ar (b1, b2, b4, b5 e c)

Tabela 8 – Fator de demanda para motores monofásicos

7
Tabela 9 – Fator de demanda para motores trifásicos

2) Determinação da classe de fornecimento para o projeto


estudado

Através do agrupamento das cargas de mesmo tipo e fator de potência,


foi calculado o montante de potências para cada grupo. O fator de potência para
as TUGs e para as cargas com fator de potência desconhecido adotado foi de
0,8 ou 0,85.
No circuito de iluminação, em virtude da utilização de tipos de lâmpadas e
reatores diferentes, o somatório das cargas foi feito considerando os fatores de
potência (fp) individuais e somando-se potência ativa com potência ativa e
potência reativa com potência reativa, obtendo-se no final a potência aparente
correta e um fp total.
O motor do portão eletrônico foi considerado como eletrodoméstico b 5 ao
invés de d , por ser de pequeno porte e com funcionamento de curta duração.

8
Tabela 10 – Determinação da Carga Instalada e Demanda da casa
F. Pot. P (W) Q (Var) S(VA) Fator de Demanda Demanda (VA)
Grupo a
Iluminação 0,96 2604 751,2 2710,2
TUGs 0,8 8647,9 6470,7 10800
Total 0,84 11252 7222 13370,3 0,45 6016,6
Grupo b1
Chuveiros 1 3x 7600 0 3x7600
Total 1 22800 0 22800 0,84 19152
Grupo b2
Banheira 1 6000 0 6000
Total 1 6000 0 6000 1 6000
Grupo b3
Forno 0,8 2000 1500 2500
Total 0,8 2000 1500 2500 0,8 2000
Grupo b4
Ferro de Passar 1 1100 0 1100
Lavadora de Roupas 0,85 1000 620 1176,5
Total 0,976 2100 620 2190 0,92 2014,8
Grupo b5
Portão Eletrônico 0,76 200 168,4 261,4
Serviço 0,8 1680 1260 2100
Geladeira 0,8 300 225 375
Geladeira 0,8 300 225 375
Coifa 0,85 350 217 411,7
Secador de Cabelos 0,9 2000 968 2222
Secador de Cabelos 0,9 2000 968 2222
Total 0,86 6830 4031,4 7931 0,6 4758,6

Soma 0,97 50.982 13.373,40 52.706,80 0,76 39.942,00

Conclui-se então que a residência terá uma demanda provável de


39.942 kVA , sendo então, do tipo C5 alimentada com 4 fios, com disjuntor no
padrão de 120 A e condutores do ramal de entrada de Cobre – PVC de 50mm².

3) Conclusão

Foi verificada a necessidade e importância do cálculo da carga instalada e


da demanda da instalação antes da solicitação da sua ligação com a rede da
concessionária. Através de tais cálculos é possível a especificação do contrato
de fornecimento de energia e o dimensionamento dos elementos que irão
compor a interligação da instalação com a rede secundária de distribuição.
Pode se confirmar também que através do cálculo da demanda, evita-se o
superdimensionamento da instalação, pois leva-se em consideração que em
uma residência a probabilidade de todas as cargas instaladas entrarem em
funcionamento é desprezível.

9
4) Referências

 [1] Apostila: Instalações Elétricas de Baixa Tensão - GEE025. Faculdade


de Engenharia Elétrica – Universidade Federal de Uberlândia. 2013.
 [2] CEMIG. ND 5.1: Fornecimento de Energia Elétrica em Tensão
Secundária Rede de Distribuição Aérea - Edificações Individuais. 2013.

10

Você também pode gostar