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ASTROLOGIA HORÁRIA

Seminário por Adon Saleeby


Início: 03/03/2016 às 10:04 em SP, SP
Adon Salleby:​
Tópico 11 ­ Os Cenários: Casas Terrestres

Em astrologia horária, o mapa chega à Terra, quando se projetam
sobre o plano zodiacal as casas terrestres. Que sistema de casas
utilizar? Como devemos ver as casas e suas funções no mapa
horário?

Cénarios do Teatro: Casas Terrestres

Chegamos à Terra. As casas terrestres trazem à Terra o mapa astral


projetado no zodíaco. São como amarras dos signos e dos
significadores no horizonte do local onde a pergunta horária foi gerada e
o teatro horário será desenvolvido. As casas terrestres são definidas a
partir da hora e da localização do mapa. Define­se primeiramente o
Meio do Céu do local. O MC é tecnicamente definido como a interseção
do plano que passa pelo zênite local com o plano do Zodíaco. Esse é o
ponto mais alto do zodíaco sobre aquele local. Esse é o Meio­do­Céu
(MC) daquele evento.

Há também o ponto do zodíaco (eclíptica) que nasce no horizonte leste


do local: o Ascendente. Trata­se da interseção do plano eclíptico com o
plano do horizonte local. Assim temos duas retas que se cruzam o mapa
astral e o divide em quatro quadrantes: a reta Ascendente­Descendente
e Meio­do­Céu (Asc­Dsc) ­ Fundo­do­Céus (MC­IC). Entre essas duas
retas, divide­se o mapa em doze setores através de semi­luas de
tempo. Cada um desses setores é chamado de casa terrestre.

Há várias formas de se dividirem os setores intermediários (2a, 3a, 5a e


6a e suas correspondentes no hemisfério superior, 8a, 9a, 11a, 12a).
Utiliza­se o sistema de Placidus para os mapas natais e na astrologia
em geral. Esse sistema se baseia nas semilunas de tempo. Delimita as
áreas que os astros levam para passar de forma na mesma quantidade
de tempo.

Divisões das casas por Placidus:

Já o método de Regiomontanus, não lida com essa divisão de tempos


iguais para passagem, mas com espaços iguais do plano do equador
celeste. Sabe­se que o equador celeste é onde se marca a rotação
celeste, portanto é o próprio relógio da Terra.

As divisões das casas por Regiomontanus:


Para a astrologia horária, utiliza­se o método de Regiomontanus. Nesse
ponto, há uma discussão longa, porque se utilizar Regiomontanus e não
Placidus. Não conheço um registro da razão disso, simplesmente diz­se
que Lilly, o grande codificador da astrologia horária, o utilizava e que
dava certo. No entanto, eu acredito ter uma razão maior e essa razão é
que o sistema de Regiomontanus utiliza um plano mais real para a
Terra, dividindo o tempo no Equador e não a partir de um sistema
desvinculado da Terra onde só implicaria com a passagem dos astros,
como ocorre no sistema de Placidus. As casas terrestres serem setores
físicos para posicionamento dos astros. E o tempo se mede no Equador
e não na Eclíptica. Por isso, acredito que como o interesse na horária é
ter uma estreita relação com a temporização dos fatos terrenos,
utiliza­se Regiomontanus.

De uma forma mais prática, notei na prática da Astrologia Horária que o


sistema de Regiomontanus é preciso com relação a ocorrência de
eventos. As cúspides intermediárias podem ser consideradas como
pontos de passagem entre uma casa e outra, além de definirem com
precisão os significadores das casas. Portanto, cúspides de casas não
tem orbe. Como exemplo, diria que se marte está em 09Ar50 e a 8a
casa está em 09Ar51. Tecnicamente, deve­se interpretar que marte
ainda está na 7a e não na 8a. Para efeito de astrologia o grau de
precisão é o minuto de arco celeste.

Bem, mas o que fazemos com as casas terrestres?

Elas nos localizam no contexto da pergunta. Com as casas é que vamos


ver como o querente e o quesito estão colocados. Através da
identificação dos regentes das cúspides das casas, decidem­se quais
astros responderam como significadores e assim passa­se à análise do
mapa horário. E somente assim poderemos resolver o problema
proposto. As casas nos dão esses cenários onde ocorrerá o drama até a
solução ou não do dúvida proposta.

Pedimos aos alunos para se referirem aos livros fundamentais da


Marion March e Joan McEvers para revisar a simbologia das casas
terrestres de uma forma mais ampla. Está disponibilizado no grupo de
Astrologia Horária na Modernidade (link) uma planilha contendo mais de
1600 significados para as diversas casas terrestres e que são
usualmente empregados em Astrologia Horária.

Apenas como orientação geral, está colocada a seguir uma tabela


simplificada de significadores para as casas terrestres:
1ª Casa Terrestre

Querente, o presente

2ª Casa Terrestre

Bens móveis, bens perdidos, o futuro

3ª Casa Terrestre

Viagens curtas, transporte, contratos, documentos, escritos,


comunicação, educação básica, vizinhos, vendedor, agente, rumores.

4ªCasa Terrestre

Pai (mãe), lar, imóveis, fazenda, minas, poços, fim da questão.

5ªCasa Terrestre

Filho(s), gravidez, animais de estimação considerado filhos, invenção,


relacionamento amoroso

6ªCasa Terrestre

Doença, trabalho (rotina), serviço voluntário, empregados, pequenos


animais.

7ªCasa Terrestre

Casamento, divórcio, sociedade empresarial, negociação, o outro,


inimigo declarado (ladrão)

8ªCasa Terrestre

Testamentos, heranças, impostos, dívidas, cirurgia, sexo, morte.

9ªCasa Terrestre

Viagens longas, estrangeiro, educação superior, religião, filosofias,


editoras.

10ªCasa Terrestre
Profissão, carreira, negócios, empregador, autoridade, empresas, o
governo

11ªCasa Terrestre

Amigos, objetivos de vida, aspirações, organizações, ONGs, Grupos,


humanitarismo.

12ªCasa Terrestre

Hospitais, asilos, prisão, conventos, isolamentos, pestes, lugares


remotos, inimigos secretos, grandes animais.

Mas como utilizá­las?

A forma que normalmente se faz, após a verificação global do mapa


horário é se escolher as casas, ou seja os cenários onde os eventos
deverão ocorrer. Primeiramente, a primeira casa, aquela que nasce no
ascendente é dada ao querente. Verifica­se onde está o regente do
ascendente, em que casa ele está. Aí estará a pessoa no plano terreno
para trabalhar a dúvida, como espectador ou agente. Como a lua é
também corregente do querente, a ela também é dado o status de ser
atuante no processo. Aliás a Lua é sempre um agente principal, pois é
rápida e está com o relógio das ocorrências em sua mão. Portanto, a
casa em que está a lua é uma casa preponderante pois nela está o
arsenal disposto para se conseguir chegar a uma solução positiva ou
negativa.

Em seguida, vamos em busca do significador do quesito. Esse é o


objetivo do drama. Ele se personifica como o regente da cúspide (ponto
de início) da casa em que está. Assim se delineiam as peças principais
do jogo que vai começar.

Agora já temos os atores (planetas significadores), temos os


personagens que os caracterizam (através dos signos), temos os
cenários onde vão atuar, apenas falta o desenvolvimento da ação, que é
representada pelos aspectos, os quais veremos a seguir.

Mara Quitério: Sistema Regiomontanus? Acredito que é importante


conhecer com segurança a casa correspondente ao assunto
perguntado, pois daí partirá a resposta. Se houver erro de casa, haverá
erro na resposta.
Laura Helena: Ah, Adon Saleeby, tocou no tópico mais importante para
todos nós sabermos explicar: porque usamos este, ou outro, ou outro
sistema de casas?
Laura Helena: Mara Quitério, que ótimo! Você está com toda a razão!
Este ponto nós então vamos ter a oportunidade de aprender com o
Adon Saleeby porque ele é cientista, todo o conhecimento dele oferece
embasamento técnico e este é embasamento técnico astronômico!
Muito carinho, meu anjo, estarei voltando aqui pro computador tanto
quanto eu puder. Este já é o tópico 11, eu vou tentar ainda hoje ou até
amanhã postar o tópico 10 já em pdf e apresentar o Índice Atualizado.
Muito carinho, eu
Elenice Pereira Existem diversos sistemas de casas. Se não me
engano, Lilly usava Regiomontanus. Já li a respeito das diferenças entre
eles, mas é uma coisa complicada. As casas são fundamentais, pois
são o palco do teatro horário. Elas dão a possibilidade de individualizar
e contextualizar a atuação das forças planetárias nos diversos setores
da vida humana. Isso tanto na AH como em qualquer outra abordagem
astrológica. Na AH é através das casas e seus correspondentes
simbolismos que identificamos os significadores das questão, do
querente e outros fatores envolvidos.
Carla Tromboni: Pesquisei e encontrei que: os seguidores da escola
inglesa de William Lilly utilizam o Regiomontanus, usado apenas na
Astrologia Horária.
Carla Tromboni: Minha dúvida: Adon Saleeby somente é possível
analisarmos um mapa horário com este sistema Regiomontanus? qual a
diferença dele com os demais sistemas? Eita negócio complicado esses
sistemas!!! Confesso: esse negócio de sistemas de casas a utilizar, me
deixam confusa!!! Socorro!!!
Carla Tromboni: COMO DEVEMOS VER AS CASAS E SUAS
FUNÇÕES NO MAPA HORÁRIO? Acredito que as casas astrológicas
são o lugar no palco onde os atores estariam; as casas representam
áreas da nossa vida; temos que associar o significado de cada casa
com o que acontece, ex: quando um signo está na cúspide de uma
casa, quais são os pontos positivos e os negativos, como tirar o melhor
proveito desta posição e o que se deve tomar cuidado e evitar, e
buscarmos a resposta da pergunta horária baseada no quesito do
querente.
Laura Helena: Isso mesmo, Carla Tromboni, agora imagina só! Lá em
cima, na aba ARQUIVOS tem 3 arquivos de regências, um deles é
Regências por CASAS e são 60 páginas com o máximo de assuntos
possíveis dentro de cada uma das 12 casas. Quem tiver coragem de
imprimir vai ganhar um tesouro! Também pode só abrir e ficar
consultando os assuntos das casas em relação aos temas abordados.
Elenice Pereira: Fiquei com uma dúvida Adon Saleeby. Vc disse que
cúspides de casas não tem orbe. No exemplo que deu, disse que
TECNICAMENTE deve­se interpretar marte na 7. Quer dizer que nesses
casos, vc NÃO consideraria o planeta na casa seguinte? Com o planeta
a ponto de adentrar a casa seguinte e estando no mesmo signo da
cúspide, não poderia ter relevância considerá­ lo já atuante nessa casa
ou ao menos, pra onde ele está indo?
Adon Saleeby: Pois é, minha cara Elenice Pereira, em astrologia horária
não há orbe para nada, pode­se até dizer que os significadores estão
em orbe de influência uns dos outros, mas a verdade é que cada um
tem a sua posição muito influente, mas estão onde estão. Nisso, a
astrologia horária diferencia­se muito da natal. Em análise de mapas
natais devemos ver essas influências por aproximação. Cito até mesmo
o método Huber, que considera uma casa como dividida pelo número
aureo, mostrando as posições influentes de uma casa ou de outra. Na
horária não se considera isso. Como tornar isso mais moderno?
Realmente, eu só penso em testes para se certificar que isso é falso e
devemos dar uma orbe em AH também. Mas, por enquanto vamos
aprender assim, depois com o fluir dos nossos estudos aqui no grupo,
pesquisaremos isso também. Ok?

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