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Caderno Sistematizado de Direito Tributário
Caderno Sistematizado de Direito Tributário
APRESENTAÇÃO................................................................................................................................ 9
SISTEMA CONSTITUCIONAL TRIBUTÁRIO ................................................................................... 10
1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS ..................................................................................................... 10
2. CONCEITO ................................................................................................................................. 10
3. FUNÇÃO DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL EM MATÉRIA TRIBUTÁRIA ................................. 10
DISCRIMINAÇÃO DE COMPETÊNCIAS TRIBUTÁRIAS .................................................. 11
CLASSIFICAÇÃO DE TRIBUTOS ...................................................................................... 13
DEFINIÇÃO DA REGRA MATRIZ DAS ESPÉCIES E SUBESPÉCIES TRIBUTÁRIAS ... 15
LIMITAÇÃO AO PODER DE TRIBUTAR ........................................................................... 16
DELIMITAÇÃO DA REPARTIÇÃO DAS RECEITAS TRIBUTÁRIAS ................................ 16
3.5.1. Art. 157 da CF – Estados e Distrito Federal................................................................ 16
3.5.2. Art. 158 da CF – Municípios ........................................................................................ 17
3.5.3. Art. 159 da CF .............................................................................................................. 18
3.5.4. Art. 160 da CF .............................................................................................................. 19
3.5.5. Art. 161 da CF .............................................................................................................. 20
3.5.6. Art. 162 da CF .............................................................................................................. 20
4. LIMITAÇÕES CONSTITUCIONAIS AO PODER DE TRIBUTAR ............................................. 20
FORMA DE REGULAMENTAÇÃO ..................................................................................... 20
CONCEITO.......................................................................................................................... 22
CLASSIFICAÇÃO ................................................................................................................ 23
NATUREZA JURÍDICA ....................................................................................................... 24
OBJETIVOS ........................................................................................................................ 24
PRINCÍPIOS GERAIS DO DIREITO TRIBUTÁRIO .......................................................................... 25
1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS ..................................................................................................... 25
2. PRINCÍPIO DA SEGURANÇA JURÍDICA NA TRIBUTAÇÃO................................................... 25
CONCEITO.......................................................................................................................... 25
CONTÉUDO ........................................................................................................................ 25
2.2.1. Certeza do direito ......................................................................................................... 25
2.2.2. Intangibilidade das posições jurídicas ......................................................................... 25
2.2.3. Estabilidade das situações jurídicas............................................................................ 26
2.2.4. Confiança no tráfico jurídico ........................................................................................ 26
2.2.5. Devido processo legal.................................................................................................. 26
3. PRINCÍPIO DA ISONOMIA ........................................................................................................ 26
CONCEITO.......................................................................................................................... 26
ENTEDIMENTO JURISPRUDENCIAL ............................................................................... 27
4. PRINCÍPIO DA CAPACIDADE CONTRIBUTIVA ...................................................................... 28
PREVISÃO LEGAL ............................................................................................................. 28
(IM) POSSIBILIDADE DE EXTENSÃO .............................................................................. 29
CONTEÚDO ........................................................................................................................ 29
ASPECTOS ......................................................................................................................... 29
CONCRETIZAÇÃO ............................................................................................................. 29
4.5.1. Imunidades ................................................................................................................... 30
4.5.2. Isenção ......................................................................................................................... 30
4.5.3. Seletividade .................................................................................................................. 30
4.5.4. Progressividade ........................................................................................................... 30
5. PRINCÍPIO DA CAPACIDADE DE COLABORAÇÃO ............................................................... 31
6. PRINCÍPIO DA PRATICABILIDADE DA TRIBUTAÇÃO ........................................................... 32
PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS DO DIREITO TRIBUTÁRIO ...................................................... 33
1. PRINCÍPIO DA LEGALIDADE ................................................................................................... 33
CONSIDERAÇÕES INICIAIS.............................................................................................. 33
CS – TRIBUTÁRIO 2020.1 1
CONTEÚDO ........................................................................................................................ 33
LEI x LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA...................................................................................... 34
MITIGAÇÕES AO PRINCÍPIO DA LEGALIDADE .............................................................. 35
1.4.1. Impostos Extrafiscais ................................................................................................... 35
1.4.2. ICMS-combustíveis monofásico .................................................................................. 36
1.4.3. CIDE-combustíveis ...................................................................................................... 36
LEGALIDADE TRIBUTÁRIA E TAXAS JUDICIAIS ............................................................ 36
NORMA TRIBUTÁRIA EM BRANCO ................................................................................. 36
LEI DELEGADA................................................................................................................... 37
DECRETO OU REGULAMENTO DELEGADO .................................................................. 37
MEDIDA PROVISÓRIA ....................................................................................................... 38
COMPETÊNCIA .................................................................................................................. 38
PRINCÍPIO DA TRANSCENDÊNCIA FISCAL ................................................................... 39
LEI ESPECÍFICA ................................................................................................................. 39
CORREÇÃO MONETÁRIA ................................................................................................. 39
2. PRINCÍPIO DA IRRETROATIVIDADE TRIBUTÁRIA ................................................................ 40
PREVISÃO LEGAL ............................................................................................................. 40
RETROATIVIDADE TRIBUTÁRIA ...................................................................................... 41
MUTAÇÃO JURISPRUDENCIAL E IRRETROATIVIDADE TRIBUTÁRIA ........................ 42
FATO GERADOR COMPLEXIVO, DE FORMAÇÃO SUCESSIVA OU PERIÓDICO ....... 42
3. PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE ............................................................................................ 44
ANTERIORIDADE ANUAL, DE EXERCÍCIO FINANCEIRO, GERAL OU COMUM ......... 44
3.1.1. Previsão legal............................................................................................................... 44
3.1.2. Conceito e considerações ........................................................................................... 44
3.1.3. Exceções ao princípio da anterioridade anual ............................................................ 45
3.1.4. Revogação de isenção/redução de benefício fiscal .................................................... 46
ANTERIORIDADE MÍNIMA, DE NOVENTA DIAS, NOVENTÁRIA OU NONAGESIMAL . 48
3.2.1. Previsão legal............................................................................................................... 48
3.2.2. Prorrogação de alíquota .............................................................................................. 48
3.2.3. Exceções ...................................................................................................................... 48
3.2.4. Contagem derivada de MP em matéria tributária ....................................................... 49
QUADRO COMPARATIVO ................................................................................................. 50
4. PRINCÍPIO DA VEDAÇÃO AO TRIBUTO CONFISCATÓRIO OU RAZOABILIDADE DA
CARGA TRIBUTÁRIA ........................................................................................................................ 50
PREVISÃO LEGAL ............................................................................................................. 50
INCIDÊNCIA ........................................................................................................................ 50
AFERIÇÃO .......................................................................................................................... 51
SANÇÕES POLÍTICAS ....................................................................................................... 51
5. PRINCÍPIO DA LIBERDADE DO TRÁFEGO DE PESSOAS OU BENS .................................. 54
PREVISÃO LEGAL E CONSIDERAÇÕES ......................................................................... 54
A QUESTÃO DO PEDÁGIO ............................................................................................... 55
6. PRINCÍPIO DA UNIFORMIDADE GEOGRÁFICA ..................................................................... 55
7. PRINCÍPIO DA ISONOMIA DOS TÍTULOS DA DÍVIDA PÚBLICA DOS ENTES FEDERADOS
E DA TRIBUTAÇÃO DOS RENDIMENTOS DE SEUS SERVIDORES ........................................... 56
8. PRINCÍPIO DA VEDAÇÃO DE ISENÇÕES HETERÔNOMAS OU HETEROTÓPICAS .......... 57
PREVISÃO LEGAL E CONSIDERAÇÕES ......................................................................... 57
TRATADOS INTERNACIONAIS ......................................................................................... 58
9. PRINCÍPIO DA NÃO-DISCRIMINAÇÃO TRIBUTÁRIA ............................................................. 59
IMUNIDADES TRIBUTÁRIAS ........................................................................................................... 61
CS – TRIBUTÁRIO 2020.1 2
1. CONCEITO ................................................................................................................................. 61
NORMA CONSTITUCIONAL .............................................................................................. 61
NORMA DE EXONERAÇÃO .............................................................................................. 61
NORMA DE VALORES RELEVANTES.............................................................................. 61
NORMA DE INIBIDORA DE COMPETÊNCIA IMPOSITIVA ............................................. 61
NORMA DE NÃO INCOMODAÇÃO ................................................................................... 62
2. “FALSAS ISENÇÕES” ................................................................................................................ 62
3. NORMAS IMUNIZANTES .......................................................................................................... 62
ART. 149, §2º, I DA CF ....................................................................................................... 63
ART. 156, §2º, I DA CF ....................................................................................................... 63
ART. 150, VI DA CF ............................................................................................................ 63
4. ESPÉCIES DE IMUNIDADES .................................................................................................... 64
(A) PATRIMÔNIO RENDA OU SERVIÇOS UNS DOS OUTROS ..................................... 64
4.1.1. Impostos afastados ...................................................................................................... 64
4.1.2. Extensão da imunidade recíproca ............................................................................... 65
4.1.3. Responsabilidade por sucessão imobiliária ................................................................ 66
4.1.4. Excluídos da imunidade recíproca .............................................................................. 66
4.1.5. Outras questões ........................................................................................................... 66
(B) TEMPLOS DE QUALQUER CULTO ............................................................................ 67
4.2.1. Casos concretos importantes ...................................................................................... 67
4.2.2. Observações finais ...................................................................................................... 68
(C) PATRIMÔNIO, RENDA OU SERVIÇOS DOS PARTIDOS POLÍTICOS, INCLUSIVE
SUAS FUNDAÇÕES, DAS ENTIDADES SINDICAIS DOS TRABALHADORES, DAS
INSTITUIÇÕES DE EDUCAÇÃO E DE ASSISTÊNCIA SOCIAL, SEM FINS LUCRATIVOS,
ATENDIDOS OS REQUISITOS DA LEI ........................................................................................ 68
4.3.1. Conceito ....................................................................................................................... 68
4.3.2. Pessoas abrangidas .................................................................................................... 68
4.3.3. Espécie de lei ............................................................................................................... 69
4.3.4. Finalidades institucionais ............................................................................................. 70
4.3.5. Observações finais ...................................................................................................... 70
(D) LIVROS, JORNAIS, PERIÓDICOS E O PAPEL DESTINADO À SUA IMPRESSÃO . 71
4.4.1. Questões pertinentes ................................................................................................... 71
(E) FONOGRAMAS E VIDEOFONOGRAMAS MUSICAIS PRODUZIDOS NO BRASIL
CONTENDO OBRAS MUSICAIS OU LITEROMUSICAIS DE AUTORES BRASILEIROS E/OU
OBRAS EM GERAL INTERPRETADAS POR ARTISTAS BRASILEIROS BEM COMO OS
SUPORTES MATERIAIS OU ARQUIVOS DIGITAIS QUE OS CONTENHAM, SALVO NA
ETAPA DE REPLICAÇÃO INDUSTRIAL DE MÍDIAS ÓPTICAS DE LEITURA A LASER. ......... 73
SISTEMA TRIBUTÁRIO NACIONAL................................................................................................. 75
1. CONCEITO DE TRIBUTO .......................................................................................................... 75
2. ESPÉCIES TRIBUTÁRIAS ......................................................................................................... 76
3. EMPRÉSTIMO COMPULSÓRIO ............................................................................................... 77
CONSIDERAÇÕES INICIAIS.............................................................................................. 77
CARACTERÍSTICAS........................................................................................................... 77
FATO GERADOR ................................................................................................................ 78
PRESSUPOSTOS ............................................................................................................... 78
3.4.1. Despesas extraordinárias (em virtude de calamidade pública ou de guerra externa)
79
3.4.2. Investimento público de caráter urgente e relevante interesse social ........................ 79
4. CONTRIBUIÇÃO DE MELHORIA .............................................................................................. 79
CS – TRIBUTÁRIO 2020.1 3
PREVISÃO: ART. 145, III DA CF ........................................................................................ 79
FATO GERADOR ................................................................................................................ 80
BASE DE CÁLCULO ........................................................................................................... 80
SUJEITO PASSIVO ............................................................................................................ 80
OBSERVAÇÕES FINAIS .................................................................................................... 81
5. TAXAS ........................................................................................................................................ 82
PREVISÃO LEGAL ............................................................................................................. 82
CONCEITO.......................................................................................................................... 82
CARACTERÍSTICAS........................................................................................................... 82
COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA ........................................................................................... 83
TAXA DE SERVIÇO PÚBLICO: REQUISITOS .................................................................. 83
5.5.1. Discussões ................................................................................................................... 83
TAXA DE POLÍCIA .............................................................................................................. 87
6. IMPOSTOS ................................................................................................................................. 89
REGRAS GERAIS ............................................................................................................... 89
DISCRIMINAÇÃO DE COMPETÊNCIAS ........................................................................... 91
7. CONTRIBUIÇÕES ESPECIAIS ................................................................................................. 92
CONSIDERAÇÕES INICIAIS.............................................................................................. 92
CARACTERÍSTICAS........................................................................................................... 93
7.2.1. Não se confundem com impostos ............................................................................... 93
7.2.2. São espécies tributárias autônomas ........................................................................... 94
MODALIDADES .................................................................................................................. 94
Contribuições sociais .......................................................................................................... 94
7.4.1. Contribuições de intervenção do domínio econômico (CIDE) .................................... 95
7.4.2. Contribuições de interesse de categorias profissionais ou econômicas (contribuições
corporativas). .............................................................................................................................. 96
7.4.3. COSIP: Contribuição para o custeio do serviço de iluminação pública ...................... 96
TEORIA DO FATO GERADOR ......................................................................................................... 97
1. FENÔMENO DA INCIDÊNCIA ................................................................................................... 97
CONCEITOS IMPORTANTES ............................................................................................ 97
2. CARACTERÍSTICAS DO FATO GERADOR ............................................................................. 99
3. ASPECTOS DO FATO GERADOR ......................................................................................... 100
ASPECTO MATERIAL ...................................................................................................... 100
ASPECTO TEMPORAL .................................................................................................... 100
ASPECTO ESPACIAL....................................................................................................... 101
ASPECTO PESSOAL ....................................................................................................... 101
ASPECTO QUANTITATIVO ............................................................................................. 101
4. CLASSIFICAÇÃO DO FATO GERADOR ................................................................................ 102
FATO GERADOR INSTANTÂNEO OU SIMPLES ........................................................... 102
FATO GERADOR CONTINUADO OU CONTÍNUO ......................................................... 102
FATO GERADOR COMPLEXIVO OU PERIÓDICO ........................................................ 103
5. OBSERVAÇÕES FINAIS ......................................................................................................... 103
OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA ............................................................................................................. 104
1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS ................................................................................................... 104
2. CONCEITO ............................................................................................................................... 104
3. SUJEITO ATIVO ....................................................................................................................... 104
CONCEITO........................................................................................................................ 105
ESPÉCIES ......................................................................................................................... 105
3.2.1. Sujeito Ativo Direto .................................................................................................... 105
CS – TRIBUTÁRIO 2020.1 4
3.2.2. Sujeito Ativo Indireto .................................................................................................. 105
4. SUJEITO PASSIVO .................................................................................................................. 106
ESPÉCIES ......................................................................................................................... 107
OBSERVAÇÕES COMPLEMENTARES .......................................................................... 107
5. OBJETO DA OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA................................................................................ 109
6. CAUSA DA OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA.................................................................................. 109
RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA .............................................................................................. 111
1. INTRODUÇÃO .......................................................................................................................... 111
2. EXTENSÃO DA RESPONSABILIDADE DO TERCEIRO ........................................................ 111
3. ESPÉCIES DE RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA ............................................................. 112
RESPONSABILIDADE PESSOAL, SOLIDÁRIA E SUBSIDIÁRIA .................................. 112
RESPONSABILIDADE POR TRANSFERÊNCIA ............................................................. 112
RESPONSABILIDADE POR SUBSTITUIÇÃO (RESPONSABILIDADE POR
SUBSTITUIÇÃO REGRESSIVA E PROGRESSIVA) .................................................................. 113
3.3.1. Responsabilidade por substituição regressiva (para trás ou antecedente) .............. 113
3.3.2. Responsabilidade por substituição progressiva (para frente ou consequente)........ 114
RECAPITULANDO ............................................................................................................ 115
4. ESPÉCIES DE RESPONSABILIDADES DO CTN .................................................................. 116
RESPONSABILIDADE DOS SUCESSORES .................................................................. 116
4.1.1. Responsabilidade do adquirente de bens IMÓVEIS (art. 130 do CTN) ................... 116
4.1.2. Responsabilidade do adquirente ou remitente de bens MÓVEIS (art. 131, I, do CTN)
117
4.1.3. Responsabilidade na sucessão ‘causa mortis’ (art. 131, II e III CTN) ...................... 118
4.1.4. Responsabilidade na sucessão empresarial (art. 132 do CTN) ............................... 118
4.1.5. Responsabilidade em aquisição de estabelecimento (art. 133 do CTN).................. 119
RESPONSABILIDADE DE TERCEIROS (ARTS. 134 E 135 DO CTN) .......................... 121
4.2.1. Responsabilidade de terceiros decorrente de atuação regular (art. 134 CTN) ........ 121
5. RESPONSABILIDADE DO SÓCIO .......................................................................................... 122
ART. 134, VII. SITUAÇÃO ESPECÍFICA: RESPONSABILIDADE DO SÓCIO NÃO
DOLOSA NA LIQUIDAÇÃO DE SOCIEDADE DE PESSOAS.................................................... 122
ART. 135, III. REGRA GERAL: RESPONSABILIDADE DO SÓCIO POR OBRIGAÇÕES
TRIBUTÁRIAS RESULTANTE DE ATOS COM VIOLAÇÃO DE PODERES, LEI, CONTRATO
SOCIAL OU ESTATUTO. ............................................................................................................ 123
6. ESQUEMAS GRÁFICOS. RESUMO DO PONTO. .................................................................. 124
ART. 134 X ART. 135 CTN. DIFERENÇAS GERAIS. ..................................................... 124
ART. 134 X ART. 135 CTN. QUANTO AO SÓCIO. ......................................................... 125
7. DENÚNCIA ESPONTÂNEA DE INFRAÇÕES......................................................................... 125
CONCEITO........................................................................................................................ 125
REQUISITOS .................................................................................................................... 126
CRÉDITO TRIBUTÁRIO .................................................................................................................. 128
1. INTRODUÇÃO .......................................................................................................................... 128
2. CONSTITUIÇÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO PELA ADMINISTRAÇÃO: LANÇAMENTO
TRIBUTÁRIO ................................................................................................................................... 129
ART. 142 DO CTN: DEFINIÇÃO LEGAL DE LANÇAMENTO ......................................... 129
2.1.1. “Competência privativa da autoridade administrativa” .............................................. 129
2.1.2. Ato ou procedimento administrativo? ........................................................................ 129
2.1.3. Efeitos do lançamento ............................................................................................... 129
2.1.4. “Atividade vinculada e obrigatória sob pena de responsabilidade funcional”........... 130
ART. 144 DO CTN: LEGISLAÇÃO APLICÁVEL AO PROCEDIMENTO DE
LANÇAMENTO............................................................................................................................. 131
CS – TRIBUTÁRIO 2020.1 5
2.2.1. Qual lei é aplicável no momento do lançamento? .................................................... 131
2.2.2. “Novos procedimentos de fiscalização” ..................................................................... 131
2.2.3. “Outorga de maiores garantias ou privilégios ao crédito tributário” .......................... 132
ART. 144 §2º: NÃO APLICAÇÃO A TRIBUTOS LANÇADOS POR PERÍODOS CERTOS
132
3. CONSUMAÇÃO DO LANÇAMENTO ....................................................................................... 132
4. MODALIDADES DE LANÇAMENTO TRIBUTÁRIO ................................................................ 134
LANÇAMENTO POR DECLARAÇÃO OU MISTO (ART. 147 CTN)................................ 134
LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO (ART. 150 DO CTN) ........................................ 136
4.2.1. Considerações iniciais ............................................................................................... 136
4.2.2. Lançamento por homologação padrão (extensão da atividade do sujeito passivo na
literalidade do art. 150 do CTN) ............................................................................................... 137
4.2.3. Lançamento por homologação “sofisticado” (extensão da atividade do sujeito passivo
na prática do direito tributário).................................................................................................. 139
4.2.4. “Tese dos 05 + 05” ..................................................................................................... 141
4.2.5. Esquema gráfico sobre as espécies de lançamento por homologação ................... 141
LANÇAMENTO DE OFÍCIO (ART. 149 DO CTN). ........................................................... 142
4.3.1. I - Quando a lei assim o determine............................................................................ 142
4.3.2. II a IV – Quando o lançamento ou revisão de ofício foram realizados tendo em vista
uma falha na declaração prestada pelo sujeito passivo .......................................................... 142
4.3.3. V - Quando se comprove omissão ou inexatidão no pagamento dos tributos lançados
por homologação ...................................................................................................................... 143
4.3.4. VI - Quando se comprove ação ou omissão do sujeito passivo, ou de terceiro
legalmente obrigado, que dê lugar à aplicação de penalidade pecuniária. ............................ 143
4.3.5. VII - Quando se comprove que o sujeito passivo, ou terceiro em benefício daquele,
agiu com dolo, fraude ou simulação. ....................................................................................... 143
4.3.6. VIII - Quando deva ser apreciado FATO não conhecido ou não provado por ocasião
do lançamento anterior; ............................................................................................................ 144
4.3.7. IX - Quando se comprove que, no lançamento anterior, ocorreu fraude ou falta
funcional da autoridade que o efetuou, ou omissão, pela mesma autoridade, de ato ou
formalidade especial. ................................................................................................................ 145
ART. 148 DO CTN: ARBITRAMENTO DE BASE DE CÁLCULO .................................... 145
4.4.1. Arbitramento de base de cálculo x Regime de pauta fiscal. ..................................... 145
POR ATO JUDICIAL, NO PROCESSO TRABALHISTA .................................................. 146
5. DECADÊNCIA .......................................................................................................................... 146
PREVISÃO LEGAL ........................................................................................................... 146
CONCEITO........................................................................................................................ 147
DECADÊNCIA NO LANÇAMENTO DE OFÍCIO E NO LANÇAMENTO POR
DECLARAÇÃO (REGRA GERAL) ............................................................................................... 147
DECADÊNCIA NO LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO .......................................... 148
5.4.1. Lançamento que segue a literalidade do art. 150 do CTN ....................................... 148
5.4.2. Lançamento “sofisticado” (por homologação com dever de declarar) ..................... 148
OUTRAS REGRAS DE DECADÊNCIA ............................................................................ 149
5.5.1. “Interrupção” do prazo decadencial (Art. 173, II do CTN) ......................................... 149
5.5.2. Antecipação da contagem do prazo decadencial (art. 173, parágrafo único do CTN)
150
5.5.3. Súmula vinculante n. 8............................................................................................... 150
6. CONSTITUIÇÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO PELO SUJEITO PASSIVO ........................... 151
CS – TRIBUTÁRIO 2020.1 6
DECLARAÇÃO (CORRETA) NOS TRIBUTOS LANÇADOS POR HOMOLOGAÇÃO ... 151
DEPÓSITO JUDICIAL ....................................................................................................... 151
DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO DE TRIBUTOS FEDERAIS (DECOMP) ............. 152
6.3.1. Noção geral ................................................................................................................ 152
6.3.2. Procedimento da compensação ................................................................................ 153
7. SUSPENSÃO DA EXIGIBILIDADE DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO (CTN, art. 151) ................. 154
INTRODUÇÃO .................................................................................................................. 154
EFEITOS DA SUSPENSÃO DA EXIGIBILIDADE ............................................................ 155
7.2.1. Suspensão ANTES da constituição do crédito tributário .......................................... 155
7.2.2. Suspensão DEPOIS da constituição do crédito tributário......................................... 156
QUADRO SINÓPTICO ...................................................................................................... 157
8. HIPÓTESES ESPECÍFICAS DE SUSPENSÃO DA EXIGIBILIDADE DO CRÉDITO
TRIBUTÁRIO ................................................................................................................................... 157
MORATÓRIA ..................................................................................................................... 158
Previsão legal .................................................................................................................... 158
8.2.1. Noções gerais ............................................................................................................ 159
PARCELAMENTO............................................................................................................. 160
8.3.1. Previsão legal e noções gerais .................................................................................. 160
DISCIPLINA LEGAL .......................................................................................................... 161
DIFERENÇA PARA A MORATÓRIA ................................................................................ 161
DEPÓSITO INTEGRAL ..................................................................................................... 162
8.6.1. Previsão legal e regras gerais ................................................................................... 162
8.6.2. Conclusões sobre o depósito .................................................................................... 163
8.6.3. Distinção entre medida liminar e depósito do tributo controvertido .......................... 163
8.6.4. Depósito judicial X Depósito recursal ........................................................................ 163
RECURSO E PROCESSO ADMINISTRATIVO ............................................................... 164
8.7.1. Previsão legal e noções gerais .................................................................................. 164
LIMINAR EM MS E TUTELA ANTECIPADA EM AÇÕES ORDINÁRIAS ........................ 165
8.8.1. Previsão legal e noções gerais .................................................................................. 165
8.8.2. Efeitos: antes de depois da constituição do CT ........................................................ 165
8.8.3. Incidência sobre a multa de mora ............................................................................. 166
9. EXCLUSÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO (CTN, art. 175) ...................................................... 167
PREVISÃO LEGAL ........................................................................................................... 167
ASPECTOS GERAIS ........................................................................................................ 167
ISENÇÃO .......................................................................................................................... 168
9.3.1. Noções gerais ............................................................................................................ 168
9.3.2. Revogação da isenção .............................................................................................. 168
9.3.3. Isenção em caráter geral e isenção em caráter individual........................................ 170
9.3.4. A aplicação para o futuro da isenção ........................................................................ 170
9.3.5. Isenção heterônoma .................................................................................................. 170
ANISTIA ............................................................................................................................. 172
9.4.1. Previsão legal e noções gerais .................................................................................. 172
10. EXTINÇÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO (CTN, art. 156) ................................................... 173
PAGAMENTO (ART. 156, INC. I) ..................................................................................... 174
10.1.1. Previsão legal e regras gerais ................................................................................... 174
10.1.2. Repetição de indébito tributário ................................................................................. 178
COMPENSAÇÃO (ART. 156, INC. II) ............................................................................... 181
10.2.1. Regras gerais ............................................................................................................. 181
CS – TRIBUTÁRIO 2020.1 7
10.2.2. Condições para a compensação na esfera federal................................................... 182
10.2.3. Qual a ação adequada para discutir o direito de realizar a compensação? ............ 183
TRANSAÇÃO (ART. 156, INC. III) .................................................................................... 184
REMISSÃO (ART. 156, INC. IV) ....................................................................................... 184
10.4.1. Previsão legal e noção geral ..................................................................................... 184
10.4.2. Importante: Remissão X Anistia X Isenção ............................................................... 185
PRESCRIÇÃO E DECADÊNCIA (ART. 156, INC. V) ...................................................... 185
CONVERSÃO DO DEPÓSITO EM RENDA (ART. 156, INC. VI) .................................... 185
HOMOLOGAÇÃO DO PAGAMENTO NOS TRIBUTOS LANÇADOS POR
HOMOLOGAÇÃO (ART. 156, INC. VII) ....................................................................................... 186
CONSIGNAÇÃO EM PAGAMENTO JULGADA PROCEDENTE (ART. 156, VIII) .......... 186
DECISÃO ADMINISTRATIVA IRREFORMÁVEL (ART. 156, INC. IX) ............................ 188
DECISÃO JUDICIAL PASSADA EM JULGADO (ART. 156, INC. X) .............................. 188
DAÇÃO EM PAGAMENTO DE BENS IMÓVEIS (ART. 156, XI) ..................................... 188
CS – TRIBUTÁRIO 2020.1 8
APRESENTAÇÃO
Olá!
O Caderno Sistematizado de Direito Tributário possui como base as aulas do Prof. Eduardo
Sabbag e do Prof. Renato de Pretto.
Como você pode perceber, reunimos em um único material diversas fontes (aulas + doutrina
+ informativos + + lei seca + questões) tudo para otimizar o seu tempo e garantir que você faça uma
boa prova.
Por fim, como forma de complementar o seu estudo, não esqueça de fazer questões. É muito
importante!! As bancas costumam repetir certos temas.
CS – TRIBUTÁRIO 2020.1 9
SISTEMA CONSTITUCIONAL TRIBUTÁRIO
1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS
2. CONCEITO
NORMAS JURÍDICAS
NORMA-REGRA NORMA-PRINCÍPIO
Específicas Genéricas
Inicialmente, importante consignar que a Constituição Federal não criou tributos, mas sim
trouxe a estrutura do Direito Tributário, com as hipóteses que autorizam a sua criação pela lei.
CS – TRIBUTÁRIO 2020.1 10
DISCRIMINAÇÃO DE COMPETÊNCIAS TRIBUTÁRIAS
Entende-se por competência tributária a aptidão para criar tributos. Coube à Constituição
indicar os entes federados (União, Estados, Distrito Federal e Municípios) que podem criar
determinado tributo (por meio de lei).
Obs.: Em regra, os tributos são criados por meio de lei ordinária. Contudo, há quatro casos (apenas
de tributos de competência da união) em que a criação dependerá de lei complementar, quais
sejam: empréstimo compulsório, imposto sobre grandes fortunas, impostos residuais da
união e contribuições de seguridade social residuais.
A diferença entre lei ordinária e lei complementar está no processo legislativo constitucional.
Por exemplo, o quórum de aprovação da lei ordinária é simples, basta a maioria dos presentes; já
a lei complementar exige quórum qualificado, maioria absoluta. Ademais, quando a CF faz
referência apenas à lei, trata-se de lei ordinária. As matérias reservadas à lei complementar trazem
a previsão expressa.
Importante consignar que, de acordo com o STF, não há hierarquia entre lei ordinária e lei
complementar. Há campos de atuação específicos delimitados pela Constituição.
Salienta-se que o STJ possuía entendimento de que a Lei Complementar era superior a Lei
Ordinária, tendo inclusive editado a Súmula 276 (já revogada) que confirmava a isenção de COFINS
para as sociedades civis de prestação de serviço (não reconhecia, portanto, a revogação da LC
70/91 pela Lei 9.430/96). Com a decisão do STF, a súmula foi cancelada. Em 2014, o STJ editou a
Súmula 508 reconhecendo que a isenção conferida pela LC 70/91 (lei materialmente ordinária)
havia sido revogada pela Lei 9.430/96.
CS – TRIBUTÁRIO 2020.1 11
Obs.: A competência tributária (aptidão para criar tributos) não se confunde com a competência
para legislar sobre Direito Tributário que é da União, dos Estados e do DF (competência
concorrente).
Não confundir com a capacidade tributária ativa (capacidade para cobrar o tributo) que está
sujeita a prazo decadencial e prescricional, nos termos do art. 173 e 174 do CTN.
• Indelegável – a competência tributária não pode ser delegada pelo ente que a recebeu
da Constituição. Por exemplo, a União é competente para criar o imposto sobre grande
fortuna não poderá delegar aos Municípios a competência para a criação.
Por fim, é importante que você memorize a competência tributária de cada ente federado
para a instituição de imposto (pode parecer irrelevante, mas não é).
IPTU
ITCMD
Municípios/DF ITBI
Estados/DF ICMS
IPVA ISS
CS – TRIBUTÁRIO 2020.1 12
II
IE
IR
IPI
União IOF
ITR
IGF
Impostos
Residuais
Impostos
Extraordinários
CLASSIFICAÇÃO DE TRIBUTOS
Segundo o STF, adotando a Teoria Pentapartida, há cinco espécies tributárias, quais sejam:
impostos, taxas, contribuições de melhoria, empréstimos compulsórios e contribuições especiais.
Federais, estaduais,
IMPOSTOS
distritais e municipais
Gerais - União
Sociaisd
Seguridade Social - União
(REGRA), Estados, DF e
Municípios Art. 149 da CF
De intervenção no domínio
econômicoc
CONTRIBUIÇÕES ESPECIAIS1
De interesse de categorias
profissionais ou União
econômicasb
CS – TRIBUTÁRIO 2020.1 13
A seguir breves observações sobre as espécies tributárias. Lembrando que em momento
oportuno haverá o estudo detalhado.
a) CIP ou COSIP – para fins de custeio de iluminação pública, competência apenas dos
Municípios e do DF;
CS – TRIBUTÁRIO 2020.1 14
II - no caso de investimento público de caráter urgente e de relevante
interesse nacional, observado o disposto no art. 150, III, "b".
Parágrafo único. A aplicação dos recursos provenientes de empréstimo
compulsório será vinculada à despesa que fundamentou sua instituição.
CS – TRIBUTÁRIO 2020.1 15
Em momento oportuno, iremos analisar detalhadamente.
Apenas, como exemplo, a regra matriz da taxa é um serviço público ou o exercício do poder
de polícia, já a da contribuição de melhoria é uma obra pública.
Obs.: quando cobrado em provas, o tema tende a ser a literalidade dos artigos da Constituição. Por
isso, é de extrema importância que você leia e releia os dispositivos mencionados.
O art. 157 da CF trata da repartição direta das receitas pertencentes aos Estados e ao DF,
a primeira hipótese refere-se ao IR sobre os servidores (100% vai para o referido ente, que retém
na fonte) e a segunda hipótese refere-se aos impostos residuais (20% será destinado aos Estados
e ao DF).
Importante destacar que em eventual ação de repetição de indébito, a União será parte
ilegítima. Como os Estados e o DF ficam com 100% da arrecadação do IR são as partes legítimas.
Em suma:
CS – TRIBUTÁRIO 2020.1 16
100% do que for
Imposto de Renda
retido na fonte
Repasse de tributos
federais para os
Estados e DF
Imposto Residual 20%
O art. 158 da CF trata da repartição de receitas destinadas aos municípios, ficando com
100% do valor de IR retido dos seus servidores e dos servidores de suas autarquias.
Além disso, receberá, no mínimo, 50% do ITR dos imóveis localizados em seu território, bem
como 50% do valor arrecadado com IPVA licenciados em seu território. E, por fim, 25% do que for
obtido com ICMS.
Em suma:
ITR 50%
Repasse de tributos
federais e estaduais
para os Municípios 50% em relação aos
automóveis
IPVA
licenciados em seu
território
ICMS 25%
CS – TRIBUTÁRIO 2020.1 17
Em relação ao ICMS, é possível que os Estados, ao concederem benefícios fiscais, com a
diminuição de sua receita, possam diminuir o valor repassado aos Municípios? R: A questão foi
decidida pelo STF, entendendo que o Município possui direito ao repasse integral, não interferindo
eventual benefício fiscal concedido pelo Estado.
CS – TRIBUTÁRIO 2020.1 18
II - do produto da arrecadação do imposto sobre produtos industrializados,
dez por cento aos Estados e ao Distrito Federal, proporcionalmente ao valor
das respectivas exportações de produtos industrializados.
III - do produto da arrecadação da contribuição de intervenção no domínio
econômico prevista no art. 177, § 4º, 29% (vinte e nove por cento) para os
Estados e o Distrito Federal, distribuídos na forma da lei, observada a
destinação a que se refere o inciso II, c, do referido parágrafo.
§ 1º Para efeito de cálculo da entrega a ser efetuada de acordo com o previsto
no inciso I, excluir-se-á a parcela da arrecadação do imposto de renda e
proventos de qualquer natureza pertencente aos Estados, ao Distrito Federal
e aos Municípios, nos termos do disposto nos arts. 157, I, e 158, I.
§ 2º A nenhuma unidade federada poderá ser destinada parcela superior a
vinte por cento do montante a que se refere o inciso II, devendo o eventual
excedente ser distribuído entre os demais participantes, mantido, em relação
a esses, o critério de partilha nele estabelecido.
§ 3º Os Estados entregarão aos respectivos Municípios vinte e cinco por
cento dos recursos que receberem nos termos do inciso II, observados os
critérios estabelecidos no art. 158, parágrafo único, I e II.
§ 4º Do montante de recursos de que trata o inciso III que cabe a cada Estado,
vinte e cinco por cento serão destinados aos seus Municípios, na forma da lei
a que se refere o mencionado inciso.
OBS.: atenção para a alinha “e” do inciso I, do art. 159 da CF, que prevê a destinação de 1% (um
por cento) ao Fundo de Participação dos Municípios, que será entregue no primeiro decêndio do
mês de julho de cada ano.
O STF, na ACO 1.357 AgR, entendeu que o repasse poderá deixar de ser feito quando
pendente discussão acerca da exigibilidade dos créditos não constituídos ou contestados.
CS – TRIBUTÁRIO 2020.1 19
A publicação da Portaria PGFN 708/2009 importa em reconhecimento do
pedido por parte da União e alcança o pleito do Estado do Rio de Janeiro,
porquanto impede que o ente central deixe de repassar as quotas do FPE,
quando pendente discussão quanto à exigibilidade dos créditos ainda não
constituídos ou contestados em processos administrativos e judiciais de
índole fiscal. (STF, ACO 1.357 AgR, rel. min. Edson Fachin, j. 1º-9-2017, P,
DJE de 12-9-2017)
FORMA DE REGULAMENTAÇÃO
Conforme disposto no art. 146 da CF, a regulamentação ao poder de tributar será feita por
meio de lei complementar.
CS – TRIBUTÁRIO 2020.1 20
III - estabelecer normas gerais (o CTN é a norma principal) em matéria de
legislação tributária, especialmente sobre: Rol Exemplificativo
a) definição de tributos e de suas espécies, bem como, em relação aos
impostos discriminados nesta Constituição, a dos respectivos fatos
geradores, bases de cálculo e contribuintes;
b) obrigação, lançamento, crédito, prescrição e decadência tributários;
c) adequado tratamento tributário ao ato cooperativo praticado pelas
sociedades cooperativas.
d) definição de tratamento diferenciado e favorecido para as microempresas
e para as empresas de pequeno porte, inclusive regimes especiais ou
simplificados no caso do imposto previsto no art. 155, II, das contribuições
previstas no art. 195, I e §§ 12 e 13, e da contribuição a que se refere o art.
239.
Parágrafo único. A lei complementar de que trata o inciso III, d, também
poderá instituir um regime único de arrecadação dos impostos e contribuições
da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, observado
que:
I - será opcional para o contribuinte;
II - poderão ser estabelecidas condições de enquadramento diferenciadas por
Estado;
III - o recolhimento será unificado e centralizado e a distribuição da parcela
de recursos pertencentes aos respectivos entes federados será imediata,
vedada qualquer retenção ou condicionamento;
IV - a arrecadação, a fiscalização e a cobrança poderão ser compartilhadas
pelos entes federados, adotado cadastro nacional único de contribuintes.
Salienta-se que qualquer lei ordinária que trate sobre matéria destinada à lei complementar
será considerada inconstitucional, salvo quando tratar de aspectos meramente procedimentais
referentes à certificação, à fiscalização e ao controle administrativo. Nesse sentindo:
CS – TRIBUTÁRIO 2020.1 21
Barbosa, red. p/ o ac. Min. Rosa Weber, julgamento em 23.2 e 2.3.2017. ADI
2621/DF, rel. orig. Min. Joaquim Barbosa, red. p/ o ac.
Para melhor fixação, observe o fluxograma abaixo com os temas que só podem ser tratados
por lei complementar:
Conflito de competência em
matéria tributária (entre entes
LEI COMPLEMENTAR
federados)
Critérios especiais de
tributação, para prevenir
desequilíbrios da concorrência
CONCEITO
A limitação constitucional ao poder de tributar é gênero formado por duas espécies, quais
sejam: princípios constitucionais tributários e imunidades tributárias. Em regra, estão concentradas
no art. 150 da CF (rol exemplificativo). Contudo, ao longo do Texto Constitucional, encontram-se
outras limitações.
CS – TRIBUTÁRIO 2020.1 22
educação e de assistência social, sem fins lucrativos, atendidos os requisitos
da lei;
d) livros, jornais, periódicos e o papel destinado à sua impressão.
e) fonogramas e videofonogramas musicais produzidos no Brasil contendo
obras musicais ou literomusicais de autores brasileiros e/ou obras em geral
interpretadas por artistas brasileiros bem como os suportes materiais ou
arquivos digitais que os contenham, salvo na etapa de replicação industrial
de mídias ópticas de leitura a laser.
§ 1º A vedação do inciso III, b, não se aplica aos tributos previstos nos arts.
148, I, 153, I, II, IV e V; e 154, II; e a vedação do inciso III, c, não se aplica
aos tributos previstos nos arts. 148, I, 153, I, II, III e V; e 154, II, nem à fixação
da base de cálculo dos impostos previstos nos arts. 155, III, e 156, I.
§ 2º - A vedação do inciso VI, "a", é extensiva às autarquias e às fundações
instituídas e mantidas pelo Poder Público, no que se refere ao patrimônio, à
renda e aos serviços, vinculados a suas finalidades essenciais ou às delas
decorrentes.
§ 3º - As vedações do inciso VI, "a", e do parágrafo anterior não se aplicam
ao patrimônio, à renda e aos serviços, relacionados com exploração de
atividades econômicas regidas pelas normas aplicáveis a empreendimentos
privados, ou em que haja contraprestação ou pagamento de preços ou tarifas
pelo usuário, nem exonera o promitente comprador da obrigação de pagar
imposto relativamente ao bem imóvel.
§ 4º - As vedações expressas no inciso VI, alíneas "b" e "c", compreendem
somente o patrimônio, a renda e os serviços, relacionados com as finalidades
essenciais das entidades nelas mencionadas.
§ 5º - A lei determinará medidas para que os consumidores sejam
esclarecidos acerca dos impostos que incidam sobre mercadorias e serviços.
§ 6º Qualquer subsídio ou isenção, redução de base de cálculo, concessão
de crédito presumido, anistia ou remissão, relativos a impostos, taxas ou
contribuições, só poderá ser concedido mediante lei específica, federal,
estadual ou municipal, que regule exclusivamente as matérias acima
enumeradas ou o correspondente tributo ou contribuição, sem prejuízo do
disposto no art. 155, § 2.º, XII, g.
§ 7º A lei poderá atribuir a sujeito passivo de obrigação tributária a condição
de responsável pelo pagamento de imposto ou contribuição, cujo fato gerador
deva ocorrer posteriormente, assegurada a imediata e preferencial restituição
da quantia paga, caso não se realize o fato gerador presumido.
CLASSIFICAÇÃO
CS – TRIBUTÁRIO 2020.1 23
GERAIS ESPECÍFICAS
Aplicadas a todos os
entes federados Aplicadas apenas a
(União, Estados, DF e entes específicos
Municípios)
NATUREZA JURÍDICA
OBJETIVOS
• Resguardar a liberdade
• Resguardar a federação
CS – TRIBUTÁRIO 2020.1 24
PRINCÍPIOS GERAIS DO DIREITO TRIBUTÁRIO
1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS
São eles:
2. Princípio da isonomia
CONCEITO
CONTÉUDO
Busca evitar excessos e abusos, já que matéria que não é tributada, por exemplo, não pode
passar a ser do dia para noite.
• Princípio da legalidade;
• Princípio da anterioridade;
CS – TRIBUTÁRIO 2020.1 25
É o respeito ao ato jurídico perfeito, ao direito adquirido. Por exemplo, ao assinar um
parcelamento de débito tributário, não pode o fisco querer cancelar, pois está abrangido por um ato
jurídico perfeito.
Significa que há tempo determinado para cobrar, para lançar o tributo, está ligada à
prescrição e à decadência.
Significa o respeito à boa-fé, à lealdade. O art. 100 do CTN é um excelente exemplo deste
conteúdo. Vejamos:
Art. 100. São normas complementares das leis, dos tratados e das
convenções internacionais e dos decretos:
I - os atos normativos expedidos pelas autoridades administrativas;
II - as decisões dos órgãos singulares ou coletivos de jurisdição
administrativa, a que a lei atribua eficácia normativa;
III - as práticas reiteradamente observadas pelas autoridades administrativas;
IV - os convênios que entre si celebrem a União, os Estados, o Distrito Federal
e os Municípios.
Parágrafo único. A observância das normas referidas neste artigo exclui a
imposição de penalidades, a cobrança de juros de mora e a atualização do
valor monetário da base de cálculo do tributo.
A tributação deve respeitar o devido processo legal (ampla defesa, contraditório, vedação
às provas ilícitas), tanto em seu enfoque formal quanto substantivo
3. PRINCÍPIO DA ISONOMIA
CONCEITO
CS – TRIBUTÁRIO 2020.1 26
O mesmo ocorre com a propriedade, quando não se dá a função social, será possível a
cobrança de IPTU progressivo, com a finalidade de desestimular o comportamento do proprietário
(fim extrafiscal).
O art. 146, III, b da CF permite tratamento diferente, por lei complementar, das micro e
pequenas empresas, exemplo do princípio da isonomia.
ENTEDIMENTO JURISPRUDENCIAL
CS – TRIBUTÁRIO 2020.1 27
desigual a microempresas e empresas de pequeno porte de capacidade
contributiva distinta, ao afastar do Simples Nacional as pessoas jurídicas
cujos sócios teriam condição de disputar o mercado de trabalho sem
assistência do Estado. A Corte, ainda, teria reconhecido a possibilidade de
se estabelecerem exclusões do regime simplificado com base em critérios
subjetivos. Dessa forma, reputou-se não haver óbice a que o legislador
infraconstitucional criasse restrições de ordem subjetiva a uma proteção
constitucionalmente prevista. (...) Dessa perspectiva, a norma em discussão
não violaria o princípio da isonomia, mas o confirmaria, pois o adimplente e o
inadimplente não estariam na mesma situação jurídica. (STF, RE 627543/RS,
rel. Min. Dias Toffoli, 30.10.2013) (Informativo 726, Plenário, Repercussão
Geral).
Segundo entendeu o STF, não houve a instituição de nova modalidade de contribuição, mas
apenas de majoração de alíquota. Em outras palavras, o § 1º do art. 22 não criou uma nova
contribuição ou fonte de custeio para a Previdência. Ele apenas previu uma alíquota diferenciada
para as instituições financeiras. Logo, não há qualquer inconstitucionalidade sob o ponto de vista
formal. As instituições financeiras possuem maior capacidade produtiva, de forma que não há
qualquer inconstitucionalidade na exigência de uma alíquota maior para que estas entidades
contribuam para a manutenção do sistema de seguridade social. Dessa forma, não houve violação
ao princípio da igualdade nem aos seus dois subprincípios: o da capacidade contributiva e o da
equidade para manutenção do sistema de seguridade social.
PREVISÃO LEGAL
Art. 145, § 1º Sempre que possível, os impostos terão caráter pessoal e serão
graduados segundo a capacidade econômica do contribuinte, facultado à
administração tributária, especialmente para conferir efetividade a esses
CS – TRIBUTÁRIO 2020.1 28
objetivos, identificar, respeitados os direitos individuais e nos termos da lei, o
patrimônio, os rendimentos e as atividades econômicas do contribuinte.
CONTEÚDO
ASPECTOS
CONCRETIZAÇÃO
CS – TRIBUTÁRIO 2020.1 29
4.5.1. Imunidades
4.5.2. Isenção
Por exemplo, lei que isenta a taxa de inscrição em concurso público para desempregados.
4.5.3. Seletividade
Quanto mais essencial for o produto ou o serviço menor deverá ser a tributação. Por isso,
os produtos da cesta básica possuem tributação menor e o cigarro possui uma tributação maior.
Art. 155, § 6º, II, CF. O imposto previsto no inciso III (IPVA): (...)
II - poderá ter alíquotas diferenciadas em função do tipo e utilização
Art. 156, § 1º, II, CF. § 1º Sem prejuízo da progressividade no tempo a que
se refere o artigo 182, § 4º, inciso II, o imposto previsto no inciso I (IPTU)
poderá: (...)
II - ter alíquotas diferentes de acordo com a localização e o uso do imóvel.
4.5.4. Progressividade
Quanto maior for a base de cálculo maior será a alíquota aplicada. É o que ocorre, por
exemplo, com o IR, o mesmo ocorre com o IPTU e com o ITR.
CS – TRIBUTÁRIO 2020.1 30
Art. 153, § 4º, I, CF. O imposto previsto no inciso VI do caput:
I - será progressivo e terá suas alíquotas fixadas de forma a desestimular a
manutenção de propriedades improdutivas;
O STF, em sua posição tradicional, entendia que a progressividade era aplicada apenas
para impostos pessoais, não se aplicando aos impostos reais. Para que fosse possível sua
aplicação aos impostos reais, deveria haver a edição de lei. Nesse sentido, a Súmula 668 e 656 do
STF:
A partir de 2013, informativo 694, em uma posição mais moderna, o STF passou a entender
que, como progressividade é uma forma de concretização do princípio da capacidade contributiva,
poderá incidir tanto sobre impostos reais quanto pessoais.
Em relação ao IR, entende o STF que não cabe ao Poder Judiciário impor correção
monetária da tabela progressiva, quando ausente previsão legal nesse sentido.
Salienta-se que o STF (Info 890) entendeu que a progressividade das alíquotas de ITR leva
em consideração não só o grau de utilização da terra (GU), como também a área do imóvel, tendo
em vista que tais critérios não são isolados, mas sim conjugados. Assim, quanto maior for o território
rural e menor o seu aproveitamento, maior será a alíquota de ITR. Essa sistemática potencializa a
função extrafiscal do tributo e desestimula a manutenção de propriedade improdutiva.
O contribuinte possui o dever fundamental de pagar tributos, até mesmo em razão do Estado
Democrático de Direito, a fim de que os entes federados desempenhem todas as tarefas públicas
previstas na CF.
CS – TRIBUTÁRIO 2020.1 31
Art. 128, CTN. Sem prejuízo do disposto neste Capítulo, a lei pode atribuir de
modo expresso a responsabilidade pelo crédito tributário a terceira pessoa,
vinculada ao fato gerador da respectiva obrigação, excluindo a
responsabilidade do contribuinte ou atribuindo-a a este em caráter supletivo
do cumprimento total ou parcial da referida obrigação.
CS – TRIBUTÁRIO 2020.1 32
PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS DO DIREITO TRIBUTÁRIO
1. PRINCÍPIO DA LEGALIDADE
CONSIDERAÇÕES INICIAIS
• Legalidade Absoluta;
• Estrita Legalidade
Do ponto de vista histórico, possui sua origem na Magna Carta de João sem Terra, de 1215,
em que era vedada a tributação sem representação.
CONTEÚDO
CS – TRIBUTÁRIO 2020.1 33
§ 2º Não constitui majoração de tributo, para os fins do disposto no inciso II
deste artigo, a atualização do valor monetário da respectiva base de cálculo.
• Instituir tributos;
• Extinguir tributos;
• Majorar tributos;
• Reduzir tributos;
Obs.: Para novas garantias do crédito tributário, o art. 183 do CTN também exige lei.
Importante consignar que a expressão “lei” não deve ser confundida com “legislação
tributária” que é um termo genérico, dentro do qual se encontram: a lei, os tratados e as convenções
CS – TRIBUTÁRIO 2020.1 34
internacionais, os decretos e as normas complementares que tratam sobre tributos e relações
jurídicas pertinentes.
Nos termos do art. 153, §1º da CF, o Poder Executivo, desde que observados os limites
mínimos e máximos, poderá alterar as alíquotas do imposto de importação, imposto de exportação
do IPI e do IOF.
Para que ocorra a alteração da alíquota é necessário ato do Chefe do Poder Executivo
ou permite-se delegação? De acordo com o STF, é possível que o Chefe do Poder Executivo
delegue a um órgão do executivo federal a incumbência de alterar a alíquota dos quatro impostos
vistos acima. A partir da edição do Decreto n. 3.756/01 (art. 2º, XII), foi atribuída à CAMEX, criada
pelo Decreto n. 1.386/95, a fixação, dentro dos parâmetros legais, das alíquotas dos impostos de
importação e exportação, como um dos instrumentos de política de comércio exterior, atribuição
reafirmada pelos Decretos n. 3.981/01 (art. 2º, XIII e XIV), 4.732/03 (art. 2º, XIII e IV) e 10.044/2019
(art. 7º, III e IV), não havendo que se falar em ofensa ao disposto nos arts. 153, § 1º e 84, parágrafo
único, da Constituição da República, uma vez que a CAMEX integra o Poder Executivo e a alteração
de alíquota do imposto de importação não se encontra entre as competências indelegáveis do
Presidente da República
CS – TRIBUTÁRIO 2020.1 35
delegação tributária por parte do chefe do Executivo. De igual modo, por se
tratar de taxa, e não de imposto, não há permissivo constitucional para
excepcionar-se o princípio da reserva legal em matéria tributária. (STF,
RE 959274 AgR/SC, rel. orig. Min. Rosa Weber, red. p/ o ac. Min. Roberto
Barroso, julgamento em 29.8.2017, 1ª Turma, Inf. 875).
O ICMS, como regra, é plurifásico, pois incide em várias fases (produção, indústria e
comércio) da cadeia de consumo.
1.4.3. CIDE-combustíveis
Como visto acima, a taxa é uma das espécies de tributo, portanto, está sujeita ao Princípio
da Legalidade. Justamente por isso, o STF (ADI 1709) entendeu que a instituição dos emolumentos
cartorários pelo Tribunal de Justiça afronta o princípio da reserva legal. Somente a lei pode criar,
majorar ou reduzir os valores das taxas judiciárias.
Norma tributária em branco é aquela que precisa ser complementada, por exemplo a lei que
instituiu a Contribuição do SAT não trazia a definição de atividade preponderante e nem o risco que
era gerado aos empregados (leve, médio ou grave) a complementação foi feita por ato infralegal.
O STF entendeu que seria possível a complementação de norma tributária em branco por
ato infralegal, sem violação ao Princípio da Legalidade.
CS – TRIBUTÁRIO 2020.1 36
CONSTITUCIONAL. TRIBUTÁRIO. CONTRIBUIÇÃO. SEGURO DE
ACIDENTE DO TRABALHO. SAT. LEI Nº 7.787/89, ARTS. 3º E 4. Lei nº
8.212/91, art. 22, II, redação da Lei nº 9.732/98. Decretos 612/92, 2.173/97 e
3.048/99. (...) Desnecessidade de Lei Complementar para a instituição da
contribuição para o SAT. (...) As Leis 7.787/89, art. 3º, II, e 8.212/91, art. 22,
II, definem, satisfatoriamente, todos os elementos capazes de fazer nascer a
obrigação tributária válida. O fato de a Lei deixar para o regulamento a
complementação dos conceitos de "atividade preponderante" e "grau
de risco leve, médio e grave", não implica ofensa ao princípio da
legalidade genérica, C.F., art. 5º, II, e da legalidade tributária, C.F., art.
150, I. (STF; RE 343446; SC; Rel. Min. Carlos Velloso; Julg. 20/03/2003; DJU
04/04/2003; p. 00040).
LEI DELEGADA
A lei delegada, prevista no art. 68 da CF, possui força de lei ordinária. Portanto, desde que
a matéria não seja reserva à lei complementar, poderá dispor sobre matéria tributária.
Salienta-se que o STF tem autorizado delegação, desde que a lei preveja os requisitos
mínimos.
CS – TRIBUTÁRIO 2020.1 37
Ao remeter a disciplina do parcelamento às regras atinentes à moratória, a lei
complementar exigiu que a legislação definidora do instituto promovesse a
especificação mínima das condições e dos requisitos para sua outorga em
favor do contribuinte. Em matéria de delegação legislativa, a
jurisprudência da Corte tem acompanhado um movimento de maior
flexibilização do Princípio da Legalidade, desde que o legislador
estabeleça um desenho mínimo que evite o arbítrio. O grau de
indeterminação com que operou a Lei estadual 11.453/2000, ao meramente
autorizar o Poder Executivo a conceder o parcelamento, provocou a
degradação da reserva legal, consagrada pelo art. 150, I, da CF. Isso porque
a remessa ao ato infralegal não pode resultar em desapoderamento do
legislador no trato de elementos essenciais da obrigação tributária. Para o
respeito do princípio da legalidade, seria essencial que a lei (em sentido
estrito), além de prescrever o tributo a que se aplica (IPVA) e a categoria de
contribuintes afetados pela medida legislativa (inadimplentes), também
definisse o prazo de duração da medida, com indicação do número de
prestações, com seus vencimentos, e as garantias que o contribuinte deva
oferecer, conforme determina o art. 153 do CTN. [STF, ADI 2.304, rel. min.
Dias Toffoli, j. 12-4-2018, P, DJE de 3-5-2018.]
Além disso, o STF entende que é inconstitucional a delegação, sem parâmetro legal, aos
conselhos de fiscalização de profissões de competência para fixar ou majorar as contribuições de
interesse de categoria profissionais e econômicas.
MEDIDA PROVISÓRIA
Admite-se, salvo nos casos de matéria tributária reservada à lei complementar (art. 62, §1º,
III da CF).
Art. 62, § 2º, CF. Medida provisória que implique instituição ou majoração de
impostos, exceto os previstos nos arts. 153, I, II, IV, V, e 154, II, só produzirá
efeitos no exercício financeiro seguinte se houver sido convertida em lei até
o último dia daquele em que foi editada
COMPETÊNCIA
Obs.: A competência privativa refere-se, unicamente, aos casos de territórios (art. 61, §1º, II, b, da
CF).
CS – TRIBUTÁRIO 2020.1 38
Art. 61, § 1º, CF. São de iniciativa privativa do Presidente da República as leis
que: (...)
II - disponham sobre: (...)
b) organização administrativa e judiciária, matéria tributária e orçamentária,
serviços públicos e pessoal da administração dos Territórios;
Art. 150, § 5º, CF. A lei determinará medidas para que os consumidores sejam
esclarecidos acerca dos impostos que incidam sobre mercadorias e serviços.
Atenção! Esta matéria foi regulamentada por lei ordinária, não violando o art. 146, II da CF.
LEI ESPECÍFICA
Os benefícios fiscais, de maneira geral, devem ser concedidos por intermédio de lei
específica. Ou seja, lei que trata, justamente, do tributo que está sendo utilizada/dada determinada
benesse.
Uma lei que trata de IR irá conceder os seus benefícios. Não pode uma lei que discipline a
matéria de licitação trazer benefícios relativos, por exemplo, ao imposto de importação, conforme
dispõe o art. 150, §6º da CF, sob pena de configurar contrabando legislativo.
Art. 150, § 6º, CF. Qualquer subsídio ou isenção, redução de base de cálculo,
concessão de crédito presumido, anistia ou remissão, relativos a impostos,
taxas ou contribuições, só poderá ser concedido mediante lei específica,
federal, estadual ou municipal, que regule exclusivamente as matérias acima
enumeradas ou o correspondente tributo ou contribuição, sem prejuízo do
disposto no art. 155, § 2º, XII, g.
CORREÇÃO MONETÁRIA
Art. 97, § 2º, CTN. Não constitui majoração de tributo, para os fins do disposto
no inciso II deste artigo, a atualização do valor monetário da respectiva base
de cálculo
CS – TRIBUTÁRIO 2020.1 39
próprios de correção monetária. Os Municípios igualmente, em razão de sua competência
suplementar, podem ter índices próprios relativos aos seus tributos. Importante, salientar que não
podem ultrapassar o percentual superior ao índice oficial de correção monetária (usado pela União),
nos termos da Súmula 160 do STJ.
Havendo atualização da correção monetária que ultrapasse o índice oficial, será considerado
majoração do tributo, ferindo, consequentemente, o princípio da legalidade.
PREVISÃO LEGAL
A irretroatividade tributária, reflexo da segurança jurídica, está prevista no art. 150, III, “a” da
CF. Observe:
CS – TRIBUTÁRIO 2020.1 40
a) em relação a fatos geradores ocorridos antes do início da vigência da lei
que os houver instituído ou aumentado;
RETROATIVIDADE TRIBUTÁRIA
• A lei que for meramente interpretativa, desde que não aplique penalidade;
Aqui, entende-se que se aplica aos processos administrativos tributários, bem como ao
processo judicial tributário. Destaca-se que não é aplicação imediata como no direito penal, é
necessário litígio em processo administrativo ou judicial.
Por exemplo, “A” pagou uma multa que era 30%. Uma semana após, lei tributária nova baixa
para 10%, não poderá requerer a devolução dos 20%.
No âmbito judicial, imagine que o “B” deixou de pagar determinado tributo, o fisco, em razão
disso, ajuíza execução fiscal cobrando o tributo e a multa no valor de 30%. Citado, “B” não efetua o
pagamento e nem nomeia bens à penhora. Diante disso, a Fazenda penhora um bem do devedor
que apresenta embargos à execução fiscal, tendo sido rejeitado pelo juiz. “B” interpõe apelação,
que é negada pelo TJ, ocorrendo, por fim, o transito em julgado.
Neste caso, “B” até a arrematação, remição ou adjudicação poderá pleitear a aplicação da
lei mais benéfica, no caso a que reduziu a multa para 10%.
Tributário. Redução de Multa. Lei Estadual 9.399/96. Art. 106, II, "c", do CTN.
Retroatividade. 1.O artigo 106, II, "c", do CTN, admite que lei posterior por ser
mais benéfica se aplique a fatos pretéritos, desde que o ato não esteja
definitivamente julgado. 2. Tem-se entendido, para fins de interpretação
dessa condição, que só se considera como encerrada a Execução Fiscal
após a arrematação, adjudicação e remição, sendo irrelevante a existência
CS – TRIBUTÁRIO 2020.1 41
ou não de Embargos à Execução, procedentes ou não. (STJ, REsp nº
191.530).
É o fato gerador que só se aperfeiçoa depois de determinado período. Como exemplo, cita-
se o imposto de renda, o qual leva em conta para a sua tributação o ano base (período de 01/01
até 31/12).
Imagine a seguinte situação hipotética, alíquota de 10% foi ampliada para 15% no último dia
ano. Note que o aumento ocorreu apenas no último dia do ano. Indaga-se abrangerá todo o ano ou
apenas o dia 31/12? R: todo o período, pois se trata de fato gerador pendente. Nesse sentindo, a
súmula 584 do STF. A doutrina chama de irretroatividade imprópria ou retrospectiva.
CS – TRIBUTÁRIO 2020.1 42
editado em 31.12.94, a tempo, portanto, de incidir sobre o resultado do
exercício financeiro encerrado. Descabimento da alegação de ofensa
aos princípios da anterioridade e da irretroatividade, relativamente ao
Imposto de Renda, não se dando no tocante à contribuição social, sujeita
que está à anterioridade nonagesimal prevista no art. 195, § 6º da CF, que
não foi observado. Recurso conhecido, em parte, e nela provido. (STF, RE
232084, Relator(a): Min. ILMAR GALVÃO, Primeira Turma, julgado em
04/04/2000, DJ 16-06-2000 PP-00039 EMENT VOL- 01995-03 PP-00615).
Por fim, ressalta-se que a referida súmula não foi aplicada a determinado caso em que a
União estimulou o comportamento dos contribuintes (função extrafiscal do tributo), mas, ao final do
ano, mudou o entendimento, ferindo o princípio da confiança. Não houve o cancelamento da
súmula.
CS – TRIBUTÁRIO 2020.1 43
3. PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE
O conceito de exercício financeiro é dado por lei complementar, nos termos do art. 34 da Lei
4.320/64 (lei ordinária recebida como lei complementar) corresponde ao ano civil (1º de janeiro até
31 de dezembro).
ATENÇÃO! Não se confunde com o extinto princípio da anualidade tributária, segundo o qual, para
a cobrança de tributo, seria necessária a autorização pela lei orçamentária.
CS – TRIBUTÁRIO 2020.1 44
Constituição).(ADI 939, rel. min. Sydney Sanches, j. 15-12-1993, P, DJ de 18-
3-1994.)
A regra é que uma lei tributária, ao criar ou aumentar um tributo, só passará a exercer seus
efeitos no ano seguinte. Contudo, a própria CF traz algumas exceções, vejamos:
Art. 150, §1º, A vedação do inciso III, b, não se aplica aos tributos previstos
nos arts. 148, I, 153, I, II, IV e V, e 154, II; e a vedação do inciso III, c, não se
aplica aos tributos previstos nos arts. 148, I, 153, I, II, III e V; e 154, II, nem à
fixação da base de cálculo dos impostos previstos nos arts. 155, III, e 156, I.
Art. 155, §4º, IV, c) poderão ser reduzidas e restabelecidas, não se lhe
aplicando o disposto no art. 150, III, b.
Art. 177, §4º, I, b) reduzida e restabelecida por ato do Poder Executivo, não
se lhe aplicando o disposto no art. 150, III, b
Trata-se da CIDE-combustíveis.
Art. 195, § 6º, CF. As contribuições sociais de que trata este artigo só poderão
ser exigidas após decorridos noventa dias da data da publicação da lei que
as houver instituído ou modificado, não se lhes aplicando o disposto no art.
150, III, b.
CS – TRIBUTÁRIO 2020.1 45
RECAPITULANDO
Cinco são as espécies tributárias:
* Impostos
* Taxas Em regra, aplica-se o p. da anterioridade anual
* Contribuição de melhoria (art. 150, I, b, da CF)
* Empréstimos compulsórios
* Contribuições especiais – são quatro categorias, vejamos:
- Contribuições sociais gerais (ex. salário educação) - APLICA
- Contribuições sociais da seguridade social – NÃO APLICA (90 dias apenas)
- De interesse de categorias profissionais/econômicas
- De intervenção no domínio econômico APLICA
- CIP/COSIP
Destaca-se parte da emenda da ADI 2556, em que o STF, fez distinção entre as categorias
de contribuições especiais sociais gerais e de seguridade social:
Isenção está prevista no art. 175 do CTN, como uma causa de exclusão do crédito tributário.
Ou seja, é a dispensa legal de pagamento do tributo.
Imagine que durante o ano de 2018 há lei garantindo a isenção, mas em setembro de 2018,
uma nova lei revoga o benefício fiscal. Neste caso, aplica-se o princípio da anterioridade anual? R:
De acordo com a antiga súmula 615 do STF (anterior a CF/88), o princípio da anterioridade não se
aplica a revogação de isenção (releitura).
Mesmo à luz da CF/88, o STF em inúmeros precedentes (RE 344.994, RE 545.308, ADI
4.016, RE 204.062) utilizou-se da referida súmula, não houve o seu cancelamento (a doutrina
considera superada).
CS – TRIBUTÁRIO 2020.1 46
determinadas condições previstas em lei (ex.: pagamento antecipado do
IPVA em parcela única): desnecessidade de observância do princípio da
anterioridade, porque não houve aumento do valor do tributo (STF, ADI
4.016-MC);
Todavia, há precedente mais atual do STF, no sentindo de que nem toda revogação de
benefício fiscal terá incidência no mesmo ano. O caso concreto, analisava a redução da base de
cálculo do ICMS, prejudicial ao contribuinte, entendeu que seria exigido apenas no próximo ano
(obediência a anterioridade anual).
Em relação ao IR, há norma específica vedando que a revogação de isenção seja exigida
no mesmo exercício financeiro, conforme disposto no art. 104, III, do CTN.
Art. 104. Entram em vigor no primeiro dia do exercício seguinte (não tem
vacatio) àquele em que ocorra a sua publicação os dispositivos de lei,
referentes a impostos sobre o patrimônio ou a renda:
I - que instituem ou majoram tais impostos;
II - que definem novas hipóteses de incidência;
CS – TRIBUTÁRIO 2020.1 47
III - que extinguem ou reduzem isenções, salvo se a lei dispuser de maneira
mais favorável ao contribuinte, e observado o disposto no artigo 178
A anterioridade mínima, criada para evitar surpresas, foi inserida pela EC 42/2003, tendo em
vista que, muitas vezes, o tributo era criado ou aumentado no último trimestre do ano (03 de outubro)
Não se aplica aos casos de mera prorrogação de alíquotas. Ou seja, caso em que se
aumenta a alíquota por um determinado período e, posteriormente, prorroga-se o aumento por mais
tempo.
3.2.3. Exceções
CS – TRIBUTÁRIO 2020.1 48
As exceções estão previstas, unicamente, no art. 150, §1º, segunda parte da CF.
Art. 150, § 1º, 2ª parte, CF: A vedação do inciso III, b, não se aplica aos
tributos previstos nos arts. 148, I, 153, I, II, IV e V; e 154, II; e a vedação do
inciso III, c, não se aplica aos tributos previstos nos arts. 148, I, 153, I, II,
III e V; e 154, II, nem à fixação da base de cálculo dos impostos previstos
nos arts. 155, III, e 156, I.
São elas:
Obs.: para a fixação de alíquota deve ser observado, tendo em vista que a exceção é APENAS para
a base de cálculo.
Art. 62, § 2º, CF: Medida provisória que implique instituição ou majoração de
impostos, exceto os previstos nos arts. 153, I, II, IV, V, e 154, II, só produzirá
efeitos no exercício financeiro seguinte se houver sido convertida em lei até
o último dia daquele em que foi editada.
Para uma MP que trata de imposto produzir efeitos no exercício financeiro seguinte deverá
ser convertida em lei até o último dia do ano.
ANTERIORIDADE ANTERIORIDADE
MP ANUAL MÍNIMA
TAXAS, Conta-se da Conta-se da
CONTRIBUIÇÃO DE publicação MP. publicação da MP.
MELHORIA,
CONTRIBUIÇÃO
ESPECIAL
IMPOSTOS Conta-se da Conta-se da
conversão da MP em publicação da MP.
lei.
Imagine que uma MP tenha sido editada em novembro de 2018, se tratar de taxa, de
contribuição de melhoria ou de contribuição especial, satisfará a anterioridade anual em 1º de
janeiro de 2019, mas terá que esperar até fevereiro de 2019 (anterioridade mínima) para ser exigida.
Por outro lado, tratando-se uma MP de impostos, de novembro de 2018, conta-se 90 dias
de sua publicação para a anterioridade mínima. Em relação à anterioridade anual, deve-se observar
CS – TRIBUTÁRIO 2020.1 49
a data da conversão da MP em lei. Por exemplo, se for convertida em lei em janeiro de 2019 só
produzirá efeitos no ano de 2020 (exercício seguinte).
QUADRO COMPARATIVO
TRIBUTO II IE IPI IOF IEG IGF EC CIDE- ICMS- C IPTU BC IR Contr. Taxas/
CALA/G COMB COMB IPVA Sociai CM
UERRA s/Prev.
Exceção SIM SIM SIM SIM NÃO NÃO NÃO SIM SIM NÃO NÃO NÃO NÃO NÃO
legalidade
Exceção SIM SIM SIM SIM SIM NÃO SIM SIM SIM NÃO NÃO NÃO SIM NÃO
anterioridad
e anual
Exceção SIM SIM NÃO SIM SIM NÃO SIM NÃO NÃO SIM SIM SIM NÃO NÃO
ant. 90
Paga JÁ! JÁ APÓS JÁ! JÁ! Depende, JÁ APÓS APÓS 1º/01 1º/01 1º/01 APÓS Depen
quando? 90d 1ºjan 90d 90d do ano do ano do ano 90d de,
+90d seguint seguint seguint 1ºjan
e e e +90d
Como? LO, MP, LO, MP, LO, MP, LO, MP, Lei, MP. LLC LLC LO, LO, Lei, Lei, Lei, Lei, Lei,
Decreto Decreto Decreto Decreto MP, MP, MP. MP. MP. MP. MP.
(alíquota) (AL). (AL). (AL). Decret Convên
. o (AL). io.
(AL).
PREVISÃO LEGAL
INCIDÊNCIA
Obs.: O STF considera que não é confiscatória a multa moratória no importe de 20%. Em relação à
multa punitiva, considera que haverá efeito confiscatório apenas quando exceder o montante de
100% do valor do tributo.
CS – TRIBUTÁRIO 2020.1 50
AFERIÇÃO
No Brasil, não há objetividade de quando se tem efeito confiscatório. De acordo com o STF,
deve ser analisado a partir do caso concreto. Ademais, na análise do caso concreto, não se deve
considerar o tributo individualmente, mas sim à luz da carga tributária total (múltiplas incidências
tributárias – STF).
SANÇÕES POLÍTICAS
Neste tópico, pertinente a análise das súmulas 70, 323 e 547 todas do STF.
CS – TRIBUTÁRIO 2020.1 51
pelo Estado. (...) O Tribunal, ademais, ressaltou o teor dos Enunciados
70, 323 e 547 (STF, RE 565048/RS, rel. Min. Marco Aurélio. 29.5.2014 –
Informativo nº 748).
Art. 1º, Lei nº 9.492/97: Protesto é o ato formal e solene pelo qual se prova a
inadimplência e o descumprimento de obrigação originada em títulos e outros
documentos de dívida.
Parágrafo único. Incluem-se entre os títulos sujeitos a protesto as certidões
de dívida ativa da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios e
das respectivas autarquias e fundações públicas. (Parágrafo acrescentado
pela Lei nº 12.767, de 27.12.2012, DOU de 28.12.2012).
CS – TRIBUTÁRIO 2020.1 52
REsp 1.694.690 e REsp 1.686.659 - A Fazenda Pública possui interesse e
pode efetivar o protesto da CDA na forma do art. 1º, parágrafo único, da lei
9.492/97, com a redação da lei 12.767/12.
Para o STJ, a classificação como contribuinte inapto é irregular, possuindo natureza de são
política. Por outro lado, é plenamente possível a perda de bens nas hipóteses de importação ilícita
Além disso, nos casos de importação é possível a retenção de mercadoria até o pagamento
dos direitos antidumping.
CS – TRIBUTÁRIO 2020.1 53
mercado estrangeiro a preço inferior ao vigente no mercado interno. O
remédio adotado para essa prática comercial desleal é chamado de direito
antidumping, ou seja, é o procedimento que agrega ao valor do produto
importado uma quantia igual ou inferior àquela margem de preço
diferenciado. Com efeito, o pagamento dos direitos antidumping representa
condição para a importação dos produtos. O importador fica sujeito à sua
exigência de ofício, além de multa e juros moratórios, se não cumprir a
determinação, cuja imposição deve ser formalizada em auto de infração. Por
essas razões, resta inaplicável o enunciado da Súmula n. 323 do Supremo
Tribunal Federal, que rejeita a apreensão de mercadorias como meio
coercitivo para pagamento de tributos, porquanto não se pode confundir a
apreensão com a retenção de mercadorias e consequente exigência de
recolhimento de tributos e multa ou prestação de garantia, procedimento que
integra a operação de importação. Outrossim, a quitação dos direitos
antidumping é requisito para perfectibilização do processo de importação,
sem o qual não pode ser autorizado o despacho aduaneiro. Não há como
liberar pura e simplesmente as mercadorias à míngua de qualquer garantia.
Nessa linha, existe precedente da 2ª Turma desta Corte (REsp 1.668.909-
SC, Rel. Ministro Herman Benjamin, j. em 20/6/2017, DJe 30/6/2017).
Por fim, o STF entende que a cassação de registro especial para produtores de cigarro não
é uma sanção política.
Possui como fundamento o direito de locomoção (direito de ir e vir), previsto no art. 5º, XV,
da CF.
CS – TRIBUTÁRIO 2020.1 54
A QUESTÃO DO PEDÁGIO
Em relação ao pedágio, surge a dúvida acerca de sua natureza, se taxa (natureza tributária)
ou se preço público ou tarifa.
O STF, inicialmente, ao analisar o caso do selo pedágio determinou que possuía natureza
de taxa de serviço. Portanto, seriam aplicáveis os princípios tributários. Em 2014, o STF declarou
que pedágio não possui natureza jurídica de tributo, não é taxa. Logo, ao pedágio não são aplicados
os princípios constitucionais tributários, como da legalidade e da anterioridade. Entendeu que possui
natureza de preço público ou de tarifa, seria uma forma de concessão ou permissão de serviço
público, nos termos do art. 175, parágrafo único da CF (dispõe sobre o sistema tarifário).
A ideia é que o tributo deve ser o mesmo (uniforme) em todo o território brasileiro. Contudo,
poderá haver distinções justificadas para promover o equilíbrio do desenvolvimento socioeconômico
entre as diversas regiões do Brasil, a exemplo da Zona Franca de Manaus.
De acordo com o STF, é possível que contribuintes que desempenham a mesma atividade,
mas que estejam em regiões distintas, tenham tributação diversas.
CS – TRIBUTÁRIO 2020.1 55
desenvolvimento nacional. Autoriza-o o art. 151, I da Constituição. (...) A
concessão do benefício da isenção fiscal é ato discricionário, fundado em
juízo de conveniência e oportunidade do Poder Público, cujo controle é
vedado ao Judiciário. (AI 630.997 AgR, rel. min. Eros Grau, j. 24-4-2007, 2ª
T, DJ de 18-5-2007)
Em relação ao IR, incide para evitar uma concorrência desleal entre os entes federados.
CS – TRIBUTÁRIO 2020.1 56
Vejamos o que decidiu o STF, ao declarar a inconstitucionalidade dos dispositivos acima:
Significa que a toda e qualquer isenção deve ser autonômica, ou seja, quem cria o tributo é
o único que pode isentá-lo, visa consagrar o princípio federativo.
Assim, por exemplo, somente o município poderá conceder isenção de IPTU; somente o
estado poderá conceder isenção de IPVA.
Destaca-se que, nos termos da Súmula 178 do STJ, o INSS (autarquia federal) não poderá
gozar de isenção do pagamento de custas e emolumentos da Justiça Estadual, tendo em vista que
estas taxas são instituídas pelos Estados, assim não poderia a União conceder isenção de um
tributo que não é de sua competência.
CS – TRIBUTÁRIO 2020.1 57
Súmula. 178, STJ: O INSS não goza de isenção do pagamento de custas e
emolumentos, nas ações acidentárias e de benefícios, propostas na Justiça
Estadual.
Evidentemente, que lei estadual poderá isentar o INSS do pagamento da taxa judiciária,
como ocorre no Estado de SP.
TRATADOS INTERNACIONAIS
CS – TRIBUTÁRIO 2020.1 58
Tarifas e Comércio para as mercadorias importadas dos países signatários
quando o similar nacional tiver o mesmo benefício foi recepcionada pela
Constituição da República de 1988. 2. O artigo 98 do Código Tributário
Nacional "possui caráter nacional, com eficácia para a União, os Estados e
os Municípios" (voto do eminente Ministro Ilmar Galvão). 3. No direito
internacional apenas a República Federativa do Brasil tem competência
para firmar tratados (art. 52, § 2º, da Constituição da República), dela
não dispondo a União, os Estados membros ou os Municípios. O
Presidente da República não subscreve tratados como Chefe de
Governo, mas como Chefe de Estado, o que descaracteriza a existência
de uma isenção heterônoma, vedada pelo art. 151, inc. III, da
Constituição. 4. Recurso extraordinário conhecido e provido. (STF, RE
229096).
Destaca-se que o art. 98 do CTN prevê a revogação da legislação interna por tratado
internacional.
Portanto, a expressão ‘revogam’ não cuida, a rigor, de uma revogação, mas de uma
suspensão da eficácia da norma tributária nacional, que readquirirá a sua aptidão para produzir
efeitos se e quando o tratado internacional for denunciado - ESAF.
Art. 152, CF. É vedado aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios
estabelecer diferença tributária entre bens e serviços, de qualquer natureza,
em razão de sua procedência ou destino.
Perceba que se refere apenas aos Estados, DF e Municípios, não se aplica à União.
CS – TRIBUTÁRIO 2020.1 59
Janeiro. Violação do art. 152 da Constituição. O Decreto 35.528/2004, do
Estado do Rio de Janeiro, ao estabelecer um regime diferenciado de
tributação para as operações das quais resultem a saída interna de café
torrado ou moído, em função da procedência ou do destino de tal operação,
viola o art. 152 da Constituição. [ADI 3.389 e ADI 3.673, rel. min. Joaquim
Barbosa, j. 6-9-2007, P, DJ de 1º-2-2008.]
CS – TRIBUTÁRIO 2020.1 60
IMUNIDADES TRIBUTÁRIAS
1. CONCEITO
NORMA CONSTITUCIONAL
Significa que possui sede na própria constituição, diferente do que ocorre com as normas
de isenção (possui o mesmo efeito prático: não pagamento), de remissão (perdão) que estão
previstas na legislação infraconstitucional.
Por isso, pode-se dizer que a CF contém normas imunizantes, imunizadoras ou imunitórias,
espalhadas ao longo de seu texto. Por exemplo, quando afirma que não incide tributo em uma
situação determinada.
NORMA DE EXONERAÇÃO
Significa que não haverá incidência do tributo ou que determinada pessoa não pagará o
tributo.
Significa que a não incidência será alicerçada em valores como: liberdade religiosa,
liberdade política, liberdade sindical, liberdade de expressão etc.
Percebe-se que estudar imunidade não é estudar Direito Tributário, mas sim estudar a CF,
tendo em vista que estamos diante uma matéria eminentemente constitucional.
Por exemplo, quando há a não incidência de IPTU sobre determinada Igreja, tem-se, na
realidade, a proteção à liberdade de culto, de crença. Da mesma forma, a não incidência de imposto
sobre sindicatos de empregados, haverá a proteção de direitos sindicais e, até mesmo, dos direitos
sociais.
É importante compreender o conceito, pois irá ajudá-lo em eventual prova discursiva e prova
oral.
CS – TRIBUTÁRIO 2020.1 61
Veja, por exemplo, o caso do IPTU:
• Não incide IPTU sobre templo religioso: norma de imunidade (norma de incompetência)
Significa que nada e ninguém poderão contrariar os limites impostos pela norma de
imunidade tributária. Assim, o Poder Executivo, por meio dos auditores-fiscais, nas autuações “não
poderá” cobrar tributos de pessoas imunes. Caso cobre, por entender não ser caso de imunidade,
caberá ao advogado tributarista promover a anulação. Da mesma forma, o Poder Legislativo,
representante do povo, não poderá editar leis ordinárias que desafiem a norma constitucional de
imunidades, eis que a norma de imunidade está prevista na CF. Por fim, não poderá o Poder
Judiciário, através das sentenças, deverá zelar pela norma constitucional.
Isto ocorre tendo em vista que o beneficiário dispõe de um direito subjetivo de não
incomodação perante os entes tributantes (União, Estados, Municípios e DF).
2. “FALSAS ISENÇÕES”
Há normas na CF que se referem a isenções, art. 195, §7º da CF e art. 184, §5º da CF, mas,
na realidade, tratam de imunidades, conforme STF, STJ e doutrina.
3. NORMAS IMUNIZANTES
A previsão da imunidade tributária não está restrita a um único artigo. Pelo contrário, as
normas que consagram imunidades encontram-se espalhadas ao longo do texto constitucional, não
se restringem a expressão “são/estão imunes”.
CS – TRIBUTÁRIO 2020.1 62
A seguir alguns exemplos de normas imunizantes.
Determinada empresa obtém receita com exportação. A Receita Federal está exigindo
CIDE e contribuições federais sociais, tal conduta é permitida? R: NÃO! Tendo em vista que a
referida empresa é imune, não podendo ser “incomodada” pela Receita Federal, nos termos do
inciso I do art. 149, §2º da CF
Havendo transferência de bens imóveis, no caso de fusão de duas empresas, não haverá
incidência de ITBI, tendo em vista a norma imunizante. Contudo, não haverá imunidade quando a
atividade preponderante do adquirente for a compra e venda desses bens ou direitos, a locação de
bens imóveis ou o arrendamento mercantil.
A empresa “A” incorporou a empresa “B”, adquirindo, consequentemente, seus bens. Haverá
a incidência de ITBI? R: NÃO! Tendo em vista que a referida incorporação é causa de imunidade
tributária.
A empresa “A”, com atividade preponderante de compra e venda de bens imóveis, fundiu-
se com a empresa “B”, adquirindo, consequentemente, seus bens. Haverá, neste caso, a incidência
de ITBI? R: SIM! Tendo em vista que se trata da ressalva prevista no art. 156, §2º, I da CF, com o
intuito de evitar fraudes
ART. 150, VI DA CF
CS – TRIBUTÁRIO 2020.1 63
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é
vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
VI - instituir impostos sobre:
a) patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros;
b) templos de qualquer culto;
c) patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, inclusive suas
fundações, das entidades sindicais dos trabalhadores, das instituições de
educação e de assistência social, sem fins lucrativos, atendidos os requisitos
da lei; Quatro pessoas jurídicas protegidas de impostos.
d) livros, jornais, periódicos e o papel destinado à sua impressão.
e) fonogramas e videofonogramas musicais produzidos no Brasil contendo
obras musicais ou literomusicais de autores brasileiros e/ou obras em geral
interpretadas por artistas brasileiros bem como os suportes materiais ou
arquivos digitais que os contenham, salvo na etapa de replicação industrial
de mídias ópticas de leitura a laser. (Incluída pela Emenda Constitucional nº
75, de 15.10.2013)
Destaca-se que o referido artigo se refere a impostos, portanto, haverá a incidência de outros
tributos, tais como: taxas, contribuição de melhoria.
4. ESPÉCIES DE IMUNIDADES
A União, os Estados, o DF e os Municípios não poderão cobrar impostos uns dos outros.
Esta alinha veda, por exemplo, que os Estados cobrem IPVA de veículos pertencentes aos
Municípios; que estes cobrem IPTU relativo à propriedade de prédio pertencente à União.
Não poderá haver a cobrança de impostos que incidem sobre patrimônio (IPTU, IPVA), sobre
renda (IR) e serviços (ISS)
A não incidência é restrita aos impostos sobre patrimônio, renda e serviços? R: NÃO!
A proteção deve ser ampla quanto aos demais tipos de impostos. Assim, por exemplo, o imposto
CS – TRIBUTÁRIO 2020.1 64
de importação (II) e o imposto sobre operação financeira (IOF) também podem ser afastados, ainda
que não se enquadrem no rol classificatório. O rol classificatório aparece em vários pontos do texto
constitucional, exigindo, em todos eles, a mesma interpretação ampla, na esteira do entendimento
do STF: art. 150, VI, “a” e “c”, CF; art. 150, §§ 2º, 3º e 4º, CF
A proteção é extensiva às autarquias, fundações públicas, nos termos do §2º do art. 150 da
CF, desde que sejam vinculadas a suas finalidades ou às delas decorrentes.
Destaca-se que, aqui, a imunidade recíproca será vinculada. Ou seja, o objeto da tributação,
para ser imune, deve estar vinculado a finalidade das autarquias ou fundações públicas, havendo
verdadeiro condicionamento.
CS – TRIBUTÁRIO 2020.1 65
sobre o ente tributante que pretenda, mediante afastamento da imunidade tributária prevista no §
2º do art. 150 da CF, cobrar o imposto sobre o referido imóvel. AgRg no AResp. 304.126/RJ
(informativo 527).
Art. 130. Os créditos tributários relativos a impostos cujo fato gerador seja a
propriedade, o domínio útil ou a posse de bens imóveis, e bem assim os
relativos a taxas pela prestação de serviços referentes a tais bens, ou a
contribuições de melhoria, sub-rogam-se na pessoa dos respectivos
adquirentes, salvo quando conste do título a prova de sua quitação.
Parágrafo único. No caso de arrematação em hasta pública, a sub-rogação
ocorre sobre o respectivo preço.
Empresas Públicas e Sociedades de Economia Mista não estão, como regras, imunes a
incidência de impostos.
O STF garantiu a imunidade para certas empresas públicas e sociedades de economia mista
que desempenham serviços típicos de Estado. Cita-se como exemplo:
• CAERD (Cia. Águas e Esgotos de Rondônia – SEM) (Ação Cautelar 1.550-2, em 2007)
• CORREIOS-ECT (empresa pública): IPTU (STF: RE 773.992, de out. 2014); IPVA (STF:
ACO 879, de nov. 2014); ICMS (STF: ACO 1.095, de out. 2015 e RE 627.051, de nov.
2014).
CS – TRIBUTÁRIO 2020.1 66
imune se colocar como adquirente da mercadoria/bem. Desse modo, caso uma Prefeitura adquira
um veículo, deverá suportar o ônus trasladado do tributo (ICMS/IPI). Trata-se da “repercussão
Tributária” ou fenômeno da “traslação”.
E se o imóvel pertence a uma pessoa jurídica imune (INFRAERO, por exemplo) e é cedido
a terceiro, o qual explora atividade econômica com fins lucrativos? O STF, no julgamento dos RE’s
594.015 e 601.702, com repercussão geral, reconheceu a constitucionalidade da cobrança de IPTU
da Petrobrás, relativo a terreno arrendado no porto de Santos, e de uma concessionária de veículos
no Rio de Janeiro, ocupando terreno em contrato de concessão com a Infraero. A decisão, tomada
por maioria de votos, afastou a imunidade tributária para cobrança de imposto municipal de terreno
público cedido a empresa privada ou de economia mista, com o fundamento de que a imunidade
recíproca prevista na Constituição Federal, que impede entes federativos de cobrarem tributos uns
dos outros, não alcança imóveis públicos ocupados por empresas que exerçam atividade
econômica com fins lucrativos
É vedado à União, aos Estados, ao DF e aos Municípios instituírem impostos sobre templos
de qualquer culto, visa consagrar a liberdade de religião.
Imagine que o templo é proprietário de um imóvel, o qual é alugado, sendo a renda aplicada
integralmente no propósito eclesiástico, haverá a incidência de IPTU? Não! Pois o conceito de
templo é abrangente, não estando restrito ao local de realização do culto religioso, deve ser
considerado como uma entidade (Igreja em todas as suas manifestações, direta ou indiretamente
ligada aos propósitos eclesiásticos).
Imunidade (IPTU) para a casa do chefe religioso – quando for cedida para o religioso morar.
A casa pertence à Igreja;
CS – TRIBUTÁRIO 2020.1 67
Imunidade (IR) para a renda oriunda de gráfica da Igreja, caso todo o rendimento da gráfica
seja voltado para o propósito religioso;
Imunidade (IPTU) para o bem imóvel, de propriedade do templo, usado para estacionamento
de fiéis;
Imunidade (IPTU) para o bem imóvel, de propriedade do templo, usado para cemitério
(sepultamento de fiéis).
A Igreja como inquilina/locatária incide IPTU? Sim, não está abrangida pela imunidade. Nota-
se que, nesse caso, a Igreja não é proprietária do bem imóvel, pois o proprietário é o sujeito passivo
legalmente determinado para pagar o imposto. Portanto, haverá a legítima incidência, não tendo
valor eventual cláusula de responsabilidade tributária firmada entre locador e locatário, que deverá
ser resolvida no âmbito do Direito Civil, eis que o contrato não faz força perante o visco, nos termos
do art. 123 do CTN.
Imagine que a Igreja contrate uma pessoa jurídica com o intuito de confeccionar jornal por
encomenda (serviço de composição gráfica). Haverá a incidência de ISS? Sim, pois o serviço de
composição gráfica não é realizado pela Igreja, mas sim por terceiro, conforme entendimento do
STF (AgR-RE 434.826/MG)
Ressalta-se que as Lojas de Maçonaria, segundo o STF, não se confundem com templos
religiosos, portanto, não são imunes.
4.3.1. Conceito
São imunidades não autoaplicáveis, ou seja, dependem de lei. Ressalta-se que é a única
imunidade que depende de lei, por isso é uma imunidade condicionada.
Garante a não incidência de impostos sobre patrimônio, renda e serviços para quatro
pessoas jurídicas:
CS – TRIBUTÁRIO 2020.1 68
• Entidades sindicais de trabalhadores – visa proteção dos direitos sociais;
A lei a que se refere a parte final da alinha “c” é uma lei complementar, nos termos do art.
146, II, da CF.
A Lei Complementar, em questão, trata-se do CTN (lei ordinária, com status de lei
complementar), que em seu art. 14 regula a fruição da norma imunizante, prevista na CF. Vejamos:
• Havendo lucro, não poderá ser distribuído para os mantenedores, mas sim totalmente
revertido para o propósito institucional. Destaca-se que não se proíbe o lucro, proíbe-se
a distribuição do lucro;
• A receita obtida deve ser aplicada integralmente no país, não podem enviar para o
exterior;
Obs.: Aqui, não se aplica a máxima “o acessório segue o principal”, uma vez que não
terão que pagar (obrigação principal), mas as obrigações acessórias, a exemplo de
manter a contabilidade em dia, devem ser cumpridas.
CS – TRIBUTÁRIO 2020.1 69
3/DF, na qual se suspenderam por inconstitucionalidade o art. 12, §§2º e 3º
e o art. 13, parágrafo único, da Lei 9.532/97).
Para que ocorra a não incidência de impostos (lembrar a interpretação ampliativa do STF),
o patrimônio, a renda e os serviços devem estar relacionados com as finalidades institucionais das
quatro pessoas jurídicas (partidos políticos, incluindo suas fundações; entidades sindicais de
empregados; instituições de educação; instituições de assistência social).
Nesse sentindo, a Súmula 724 (buscava-se o que era essencial para a entidade) e a SV 54
(busca-se o atrelamento da receita conexa à motivação, à constituição da entidade). Observe:
Fundos de pensão são entidades fechadas de previdência social privada, alguns destas
entidades podem equivaler a uma entidade de assistência social. De modo que, em tese, gozariam
de imunidade tributária, desde que financiem integralmente as contribuições dos empregados.
Por fim, destaca-se que o STF, no julgamento das ADI’s 2028, 2036, 2621 e 2228, afirmou
que:
CS – TRIBUTÁRIO 2020.1 70
alterações legislativas desfavoráveis à continuidade de seus trabalhos, deve
incidir nesse caso a reserva legal qualificada prevista no art. 146, II, da
CF. Aspectos meramente procedimentais referentes à certificação, à
fiscalização e ao controle administrativo continuam passíveis de
definição em lei ordinária. A lei complementar é forma somente exigível
para a definição do modo beneficente de atuação das entidades de
assistência social contempladas pelo art. 195, § 7º, da CF, especialmente
quanto às contrapartidas a serem observadas por elas. Por essas razões, o
ministro Teori Zavascki concluiu pela inconstitucionalidade dos artigos da Lei
9.732/1998 que criaram contrapartidas a serem observadas pelas entidades
beneficentes, e também dos arts. 1º, IV; 2º, IV e §§ 1º e 3º; 7º, § 4º, do Decreto
752/1993, que perderam o indispensável suporte legal do qual derivam. As
sucessivas redações do art. 55, II, da Lei 8.212/1991 têm em comum a
exigência de registro da entidade no Conselho Nacional de Assistência Social
(CNAS), a obtenção do certificado expedido pelo órgão e a validade trienal
do documento. Como o conteúdo da norma tem relação com a certificação
da qualidade de entidade beneficente, fica afastada a tese de vício formal.
Essas normas tratam de meros aspectos procedimentais necessários à
verificação do atendimento das finalidades constitucionais da regra de
imunidade
Não se confunde com as hipóteses vistas acima que afastam impostos de “pessoas”. Aqui,
ocorre a não incidência de imposto (ICMS, IPI e II) sobre coisas/bens (livros, jornais e periódicos),
bem como sobre insumo (papel), a de que ocorra a difusão do conhecimento, da cultura, bem como
da liberdade de expressão.
Trata-se de uma imunidade objetiva, ao passo que as hipóteses anteriores são imunidades
subjetivas.
Obs.: não se protege a editora, mas sim o livro produzido por ela. Portanto, a editora deverá arcar
com o pagamento de IPTU, IR, IPVA, ITBI.
a) Livros digitais
Segundo afirmou o STF, a imunidade do art. 150, VI, “d”, da CF/88 não abrange apenas os
livros produzidos pelo “método gutenberguiano”. Antes de prosseguir na explicação do julgado, é
importante esclarecer uma curiosidade: Johann Gutenberg foi um alemão que, no século XV, teria
inventado (ou aperfeiçoado) a máquina de impressão tipográfica. Antes dele, os livros eram todos
manuscritos. Assim, o primeiro livro impresso do mundo foi feito na máquina desenvolvida por este
alemão. Trata-se de uma Bíblia em latim, que ficou historicamente conhecida como a “Bíblia de
Gutemberg”. Desse modo, quando o STF fala em livro produzido pelo “método gutenberguiano”, o
que ele está querendo dizer é livro impresso.
O livro pode ser veiculado em diversos tipos de suporte, seja ele tangível (ex: papel) ou
intangível (ex: digital). Aliás, no passado, os livros já foram feitos de diferentes materiais: entrecasca
de árvores, folha de palmeira, bambu reunido com fios de seda, placas de argila, placas de madeira,
CS – TRIBUTÁRIO 2020.1 71
pergaminho (proveniente da pele de carneiro) etc. Isso tudo nos leva à conclusão de que o papel é
apenas um elemento acidental no conceito de livro. Quando se fala que algo é um elemento
acidental, isso significa que ele pode existir ou não. Ao contrário, quando se diz que algo é um
elemento essencial, obrigatoriamente ele tem que estar presente. O papel é um elemento acidental
(e não essencial) do conceito de livro. Em outras palavras, existe livro mesmo sem papel.
Nas palavras do Min. Dias Toffoli: “o suporte das publicações é apenas o continente (“corpus
mechanicum”) que abrange o conteúdo (“corpus misticum”) das obras e, portanto, não é o essencial
ou o condicionante para o gozo da imunidade.”
O STF entendeu que os aparelhos confeccionados para a leitura de livros digitais são
imunes. Contudo, não significa que há imunidade para IPAD, Tablet e smartfones.
c) Álbum de figurinhas
CS – TRIBUTÁRIO 2020.1 72
Constituinte, ao instituir esta benesse, não fez ressalvas quanto ao valor
artístico ou didático, à relevância das informações divulgadas ou à qualidade
cultural de uma publicação. 3. Não cabe ao aplicador da norma constitucional
em tela afastar este benefício fiscal instituído para proteger direito tão
importante ao exercício da democracia, por força de um juízo subjetivo acerca
da qualidade cultural ou do valor pedagógico de uma publicação destinada
ao público infanto-juvenil. 4. Recurso extraordinário conhecido e provido. (RE
221.239/SP, 2ª T., rel. Min. Ellen Gracie, j. 25- 05-2004)
d) Lista telefônica
e) Insumos
Salienta-se que o STF estende a imunidade para materiais que se mostrem assimiláveis ao
papel, abrangendo, em consequência, para esse efeito o papel para telefoto, o papel fotográfico
(para fotocomposição por laser) e os filmes fotográficos, sensibilizados ou não impressionados (para
imagens monocromáticas).
É conhecida como imunidade musical, foi inserida pela EC 75/2013 que foi resultado de
movimentação popular e de cunho profissional, com o intuito de baratear os produtos, evitando,
assim, a pirataria.
CS – TRIBUTÁRIO 2020.1 73
Garante:
• Proteção para os suportes materiais (CDs, DVDs, desde que contenham os fonogramas
ou videofonogramas)
Etapas abrangidas:
CS – TRIBUTÁRIO 2020.1 74
SISTEMA TRIBUTÁRIO NACIONAL
1. CONCEITO DE TRIBUTO
O conceito de tributo está previsto no art. 3º do CTN, sendo uma prestação pecuniária,
compulsória, diversa de multa, a qual é instituída mediante lei e cobrada por lançamento.
Quanto aos bens imóveis, a LC 104/2001 introduziu ao CTN o inciso XI do art. 156, prevendo
a DAÇÃO EM PAGAMENTO, exclusivamente para tais bens. Significa que a dação em pagamento
não era legítima antes de 2001 e, após essa data, passou a ter previsão no CTN. Salienta-se que
se admite apenas bem imóvel e desde que haja lei autorizativa.
Não se admite o tributo “in natura”, ou seja, não se pode pagar o tributo com produtos
agrícolas, por exemplo, café, laranja etc.
Atenção: o art. 146, III, “b”, CF condiciona o regramento do crédito tributário a necessidade
de lei complementar. Sabe-se que a dação em pagamento é causa extintiva do crédito tributário,
por isso deve estar sujeita a normas gerais constantes de uma lei complementar. Por isso, editou-
se a Lei Complementar 104, que alterou o CTN.
Exemplo:
CS – TRIBUTÁRIO 2020.1 75
HI → FG → NASCIMENTO DA OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA (aqui está a compulsoriedade,
a inafastabilidade, a inexorabilidade do dever de pagar o imposto)
2. ESPÉCIES TRIBUTÁRIAS
CS – TRIBUTÁRIO 2020.1 76
O sistema tributário possui CINCO tipos de tributos, todos mencionados na CF e com
detalhamentos no CTN.
O art. 146, III, “a”, CF indica que fato gerador, bases de cálculo, entre outros elementos,
devem estar previstos em uma lei complementar (trata-se, conforme visto acima, do CTN). A
distribuição dos tributos, na CF, ocorre da seguinte maneira:
3. EMPRÉSTIMO COMPULSÓRIO
CONSIDERAÇÕES INICIAIS
Não é um tributo comum, existiu no Brasil na década de 80. Entretanto, o tema despenca
em provas de concurso.
CARACTERÍSTICAS
a) Restituibilidade: significa que o valor pago será restituído ao contribuinte pela União,
corrigido monetariamente.
STF: a restituição deve ser feita em dinheiro, não por meio de títulos.
Obs.: TODOS os tributos são restituíveis, havendo pagamento indevido ou a maior. Mas o
empréstimo compulsório já nasce com a cláusula de restituibilidade.
b) Tributo federal: compete à União instituir o empréstimo compulsório, nos termos do art.
148, caput, da CF.
CS – TRIBUTÁRIO 2020.1 77
Art. 62. Em caso de relevância e urgência, o Presidente da República poderá
adotar medidas provisórias, com força de lei, devendo submetê-las de
imediato ao Congresso Nacional.
§ 1º É vedada a edição de medidas provisórias sobre matéria:
III – reservada a lei complementar;
Obs.: além do empréstimo compulsório, demandam lei complementar o imposto sobre grandes
fortunas, impostos residuais e contribuições residuais da seguridade social (todos eles federais).
O papel da LC, no Direito Tributário, visa tratar de casos em que há um elevado grau de
complexidade. Do ponto de vista axiológico, traz segurança jurídica para estas relações limítrofes.
FATO GERADOR
Conforme a doutrina o fato gerador será o mesmo de um imposto federal. Ou seja, teremos
aqui a ocorrência de bis in idem (cobrança pela União de dois tributos diferentes sobre o mesmo
fato gerador).
Art. 15. Somente a União, nos seguintes casos excepcionais, pode instituir
empréstimos compulsórios:
I - guerra externa, ou sua iminência;
II - calamidade pública que exija auxílio federal impossível de atender com os
recursos orçamentários disponíveis;
III - conjuntura que exija a absorção temporária de poder aquisitivo.
Parágrafo único. A lei fixará obrigatoriamente o prazo do empréstimo e as
condições de seu resgate, observando, no que for aplicável, o disposto nesta
Lei.
Como o inciso III é uma hipótese não prevista na CF, tem-se entendido que o referido
dispositivo não foi recepcionado pela Carta Magna.
PRESSUPOSTOS
CS – TRIBUTÁRIO 2020.1 78
Estão previstos nos incisos do art. 148 da CF.
A situação calamitosa deve ser limítrofe, por exemplo, catástrofes. Não precisa haver a
decretação do Estado de Calamidade para a cobrança do empréstimo compulsório, é preciso tão
somente que a calamidade tenha proporções catastróficas.
No tocante a guerra, essa pode ser iminente (prestes a acontecer) ou eclodida. Destaca-se
que quanto à guerra externa (iminente ou eclodida), pode ensejar dois tributos no Brasil: o
empréstimo compulsório e o imposto extraordinário (art. 154, II, CF)
Despesa Extraordinária – é aquela que passa pelo completo esgotamento das forças
orçamentárias do Estado. Assim: a “extraordinariedade” indica uma situação em que se fará
necessária a utilização dos recursos da exação em apreço, diante de uma anormalidade fática, não
previsível, caracterizada pelo esgotamento dos fundos públicos ou inanição do Tesouro.
4. CONTRIBUIÇÃO DE MELHORIA
Tal como as taxas, é uma espécie de tributo vinculado a uma atuação estatal (tributo
retributivo). Essa atuação corresponde à valorização de imóvel decorrente de obras públicas. Não
é qualquer benefício ao dono do imóvel que autoriza a cobrança: a valorização do imóvel é
imprescindível.
CS – TRIBUTÁRIO 2020.1 79
FATO GERADOR
BASE DE CÁLCULO
Essa BC é limitada ao custo da obra, vale dizer, mesmo que a valorização tenha sido de 1
milhão, se a obra custou apenas 500 mil, será esse último o valor da BC, para não acarretar num
enriquecimento sem causa da Administração. Ou seja, a contribuição de melhoria sofre duas
limitações: não pode ser superior ao valor da valorização do imóvel (limite individual) e nem superior
ao valor da obra (limite global).
Esses limites são previstos no art. 81 do CTN e art. 4º do Dec. Lei 195/67.
Art. 81. A contribuição de melhoria cobrada pela União, pelos Estados, pelo
Distrito Federal ou pelos Municípios, no âmbito de suas respectivas
atribuições, é instituída para fazer face ao custo de obras públicas de que
decorra valorização imobiliária, tendo como LIMITE TOTAL a despesa
realizada e como LIMITE INDIVIDUAL o acréscimo de valor que da obra
resultar para cada imóvel beneficiado.
Além disso, a cobrança da contribuição é limitada ao local em que ocorreu a valorização dos
imóveis.
A contribuição de melhoria só pode ser exigida ao fim da obra, que é o momento hábil para
verificar o montante de valorização imobiliária.
STF: Não se pode instituir taxa quando cabível a criação de contribuição de melhoria.
SUJEITO PASSIVO
Quem vai pagar a contribuição de melhoria? É o proprietário do bem imóvel que receber os
efeitos positivos da valorização imobiliária (zona de influência). Nunca será, por força de lei, o
inquilino (apenas por força de contrato, ocasião em que será válido tão somente para o Direito Civil,
nos termos previsto no art. 123 do CTN).
Assim: a cobrança da Contribuição de Melhoria deverá ocorrer pelo Ente Federativo que
tiver realizado a obra (Sujeito Ativo) E será exigida no proprietário do imóvel (Sujeito Passivo).
CS – TRIBUTÁRIO 2020.1 80
Art. 130, caput, CTN: indica que o adquirente do bem imóvel, nos casos de responsabilidade
por sucessão imobiliária, será o responsável tributário pela contribuição de melhoria devida pelo
alienante.
Art. 130, caput, CTN. Os créditos tributários relativos a impostos cujo fato
gerador seja a propriedade, o domínio útil ou a posse de bens imóveis, e bem
assim os relativos a taxas pela prestação de serviços referentes a tais bens,
ou a contribuições de melhoria, sub-rogam-se na pessoa dos respectivos
adquirentes, salvo quando conste do título a prova de sua quitação.
Parágrafo único. No caso de arrematação em hasta pública, a sub-rogação
ocorre sobre o respectivo preço.
Detalhe quanto à chamada zona de influência (ou área de benefício): obra feita na zona
norte do Rio de Janeiro não pode gerar o tributo para o proprietário de bem imóvel da Zona Sul.
Isso geraria vício quanto à sujeição passiva, o que, decorrencialmente, indica mácula à legalidade
(art. 97, III, parte final, CTN).
OBSERVAÇÕES FINAIS
1. CONTR. MELHORIA x IPTU: será possível o pagamento dos dois tributos, com a seguinte
ressalva – o IPTU será pago todo ano (FG continuado), enquanto a Cont. Melhoria deverá ser paga
apenas uma vez (FG instantâneo). Por fim, frise-se que os fatos geradores dos dois tributos são
inconfundíveis (art. 4º, caput, CTN). Assim, é possível a incidência de ambos os tributos, os quais
terão fatos geradores diferentes e forma de pagamento também.
1º Contribuição de melhoria;
2º Taxa;
3º Imposto.
3. CONTR. DE MELHORIA x ISENÇÃO (ART. 177, I, CTN): em regra, a isenção não deve
servir para as taxas e cont. de melhoria, sendo adequada para os impostos. Com efeito, estes são
CS – TRIBUTÁRIO 2020.1 81
tributos unilaterais, “abrindo-se” para a norma isentiva. Por outro lado, as taxas e cont. de melhoria,
sendo tributos bilaterais, tendem a ser refratárias à ocorrência da norma isentante, salvo se houver
disposição contrária na lei.
5. TAXAS
PREVISÃO LEGAL
Diferentemente dos impostos, as taxas são tributos vinculados a uma ação estatal específica
(tributos retributivos ou contra prestacionais – contrário dos impostos: contributivos). Essa atuação
pode ser de dois tipos:
CONCEITO
CARACTERÍSTICAS
CS – TRIBUTÁRIO 2020.1 82
polícia. Há, portanto, obrigações de ambas as partes, já que o poder público tem a obrigação de
prestar o serviço ou exercer poder de polícia e o contribuinte a de pagar a taxa correspondente.
COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA
A taxa pode ser instituída pela União, Estados, DF e Municípios, trata-se de tributo de
competência comum.
A taxa será instituída de acordo com a competência de cada ente. Por exemplo, o Município
não pode instituir uma taxa pela emissão de passaporte, uma vez que essa atividade é de
competência federal. Logo, a competência para a instituição das taxas está diretamente relacionada
com as competências constitucionais de cada ente.
Serviço público DIVISÍVEL: Deve ser possível mensurar o grau de utilização do serviço por
cada usuário.
Serviço público UTILIZADO pelo cidadão: Somente diante da utilização se torna possível
a cobrança de taxa. Essa utilização pode ser efetiva (de fato) ou potencial (serviço à disposição).
Quanto ao serviço potencial, a taxa só poderá ser cobrada se tratar de serviço de utilização
compulsória (obrigatória)
• Taxa de coleta de lixo. É serviço específico e divisível. Pode ser cobrado tanto no uso
efetivo como no uso potencial, pois se trata de serviço de utilização obrigatória. Mesmo
que o sujeito fique seis meses sem aparecer na casa, deverá pagar o tributo, pois a rede
de coleta de lixo está à disposição do contribuinte. É um serviço de utilização obrigatória,
por isso a cobrança é lícita.
5.5.1. Discussões
CS – TRIBUTÁRIO 2020.1 83
Foi declarada INCONSTITUCIONAL pelo STF (Súmula 670 do STF), porquanto se trata de
serviço geral e indivisível, tal como o serviço de segurança pública. É um serviço geral, que alcança
toda a comunidade, sem ter como mensurar quem e quanto cada indivíduo usufrui dele.
Em 2015, o STF converteu a Súmula 670 em súmula vinculante, editou, assim, a SV 51.
O serviço público de iluminação pública não é específico e divisível. Isso porque não é
possível mensurar (medir, quantificar) o quanto cada pessoa se beneficiou pelo fato de haver aquela
iluminação no poste.
Uma pessoa que anda muito a pé, à noite, se beneficia, em tese, muito mais do que o
indivíduo que quase não sai de casa, salvo durante o dia. Apesar de ser possível presumir que tais
pessoas se beneficiam de forma diferente, não há como se ter certeza e não existe um meio de se
controlar isso. Todo mundo (ou quase todo mundo) acaba pagando igual, independentemente do
quanto cada um usufruiu.
Perceba, assim, que o serviço de iluminação pública, em vez de ser específico e divisível, é,
na verdade, geral (beneficia todos) e indivisível (não é possível mensurar cada um dos seus
usuários).
Como observa Ricardo Alexandre, “Nos serviços públicos gerais, também chamados
universais (prestados uti universi), o benefício abrange indistintamente toda a população, sem
destinatários identificáveis. Tome-se, a título de exemplo, o serviço de iluminação pública. Não há
como identificar seus beneficiários (a não ser na genérica expressão ‘coletividade’). Qualquer
eleição de sujeito passivo pareceria arbitrária. Todos os que viajam para Recife, sejam oriundos de
São Paulo, do Paquistão ou de qualquer outro lugar, utilizam-se do serviço de iluminação pública
recifense, sendo impossível a adoção de qualquer critério razoável de mensuração do grau de
utilização individual do serviço.” (Direito Tributário esquematizado. São Paulo: Método, 2013, p. 29).
COSIP
O modo escolhido foi criar uma contribuição tributária destinada ao custeio do serviço de
iluminação pública. Sendo uma contribuição, não havia mais a exigência de que o serviço público a
ser remunerado fosse específico e divisível. Logo, o problema anterior foi contornado.
Essa contribuição, chamada pela doutrina de COSIP, foi introduzida no art. 149-A da CF/88:
CS – TRIBUTÁRIO 2020.1 84
Dessa forma, o serviço de iluminação pública não pode ser remunerado mediante taxa (SV
41). No entanto, os Municípios poderão instituir contribuição para custeio desse serviço (art. 149-A
da CF/88).
2) Taxa do lixo
Logo quando foi criada, houve discussão sobre a natureza específica e divisível do serviço.
O STF declarou a cobrança do tributo CONSTITUCIONAL, por entender que reúne os requisitos da
especificidade e divisibilidade (STF AgRg AI 636.528). Vide SV n. 19.
Em alguns municípios, entretanto, a taxa do lixo está vinculada a outros serviços de natureza
geral e INDIVISÍVEL, tal como o serviço de limpeza de logradouros públicos (gari). Nesses casos,
a cobrança da taxa é ilegal (STF AgRg AI 245.539), porquanto a limpeza pública é serviço universal
(“uti universi”), a exemplo da segurança pública, não podendo ser cobrada por meio de taxa.
3) TARIFA de água ou esgoto ou TAXA de água e esgoto? Súmula STJ 412 e 407.
4) Taxa de incêndio
Qual é a BC de uma taxa? Como todo tributo vinculado (retributivo), a BC deve estar ligada
ao valor da contraprestação estatal. No estudo do art. 4º do CTN vimos que a definição da espécie
tributária não depende apenas do FG, mas também da BC (dispositivo parcialmente superado). A
BC tem a função de confirmar o fato gerador, de forma a dizer quanto vale o fato gerador
(caso contrário há incongruência)
CS – TRIBUTÁRIO 2020.1 85
FG: Auferir renda.
BC: Quantia capaz de medir o fato gerador, ou seja, o valor da renda. Se essa base de
cálculo fosse “valor de bem imóvel” algo estaria errado. Haveria incongruência entre a BC e o FG.
Como visto, nesse conflito prevalece a BC, ou seja, não estaríamos diante de IR, mas de IPTU.
Se a BC for o valor venal do bem imóvel, não estaremos diante da taxa, mas sim do IPTU.
Essa BC não mede o FG da coleta do lixo, mas sim o fato gerador do IPTU, qual seja, possuir bem
imóvel.
Assim dispõe o art. 145, §2º da CF e o art. 77, parágrafo único do CTN:
CTN Art. 77, Parágrafo único. A taxa não pode ter base de cálculo ou fato
gerador idênticos aos que correspondam a imposto nem ser calculada em
função do capital das empresas.
Ou seja, só não pode haver identidade total entre os elementos utilizados na definição da
BC com os elementos de definição da BC do imposto. O que temos são elementos compartilhados.
Esse entendimento se consolidou de tal forma que gerou a Súmula Vinculante nº 29.
CS – TRIBUTÁRIO 2020.1 86
TAXA DE POLÍCIA
É uma taxa cobrada por conta de fiscalização realizada pela Administração, que exerce seu
Poder de Polícia, nos termos do no art. 78 do CTN.
Trata-se uma limitação dos direitos dos particulares em benefício do interesse público. A
taxa só pode ser cobrada pelo exercício efetivo do poder de polícia, vale dizer, somente se houve,
efetivamente, a fiscalização.
Exercício Regular: para a jurisprudência do STF e do STJ, exercício regular equivale apenas
a existir um departamento de fiscalização em funcionamento, ou seja, independe do número de
vezes que o fiscal visita a empresa ou o contribuinte.
As taxas não se confundem com os preços públicos. Primeiramente, importa referir que
“tarifa” é expressão sinônima de “preço público”, ambos não se relacionando com a espécie
tributária “taxa”. A grande diferenciação existente entre taxa e tarifa reside no fato de que aquela é
de natureza tributária, estando permeada por normas de direito público. A tarifa é regida pelo direito
privado, não se sujeitando às normas e princípio de natureza tributária. O preço público ou tarifa é
a contraprestação advinda de uma RELAÇÃO CONTRATUAL, ainda que realizada com o Estado.
Paga-se preço público, derivado de contrato e não pela imposição legal, havendo, portanto,
igualdade entre as partes e disposição do objeto do negócio. Ademais, é inerente a cobrança de
preço público àquelas atividades que, mesmo sendo prestada pelo ente estatal, estejam no campo
da exploração de atividade econômica de gênese privada. Um exemplo de cobrança de preço
público ou tarifa seria a decorrente da locação de um prédio público, quando pela contratação das
partes convencionam a avença, restando o pagamento do preço pela locação do imóvel.
CS – TRIBUTÁRIO 2020.1 87
Receita Derivada (ato de império – imposição Receita originária (atividades do estado como
estado-particular) particular).
Sujeito ativo: Sempre PJ de DIREITO PÚBLICO. Sujeito ativo: Pode também ser PJ de DIREITO
PRIVADO.
Diante do fato gerador não tenho autonomia, não tenho opção de escolha de ingressar ou
não na relação jurídica. Portanto, se eu particular não tiver outra forma de adquirir e obter a
comodidade que o serviço me garante, estou diante de uma taxa. O que existe é uma imposição, e
se o estado impõe alguma coisa, entre taxa e o preço público, trata-se de um tributo, qual seja, taxa.
2) Pedágios
Em relação ao pedágio, surge a dúvida acerca de sua natureza, se taxa (natureza tributária)
ou se preço público ou tarifa.
O STF, inicialmente, ao analisar o caso do selo pedágio determinou que possuía natureza
de taxa de serviço. Portanto, seriam aplicáveis os princípios tributários.
Em 2014, o STF declarou que pedágio não possui natureza jurídica de tributo, não é taxa.
Logo, ao pedágio não são aplicados os princípios constitucionais tributários, como da legalidade,
da anterioridade. Entendeu que possui natureza de preço público ou de tarifa, seria uma forma de
concessão ou permissão de serviço público, nos termos do art. 175, parágrafo único da CF (dispõe
sobre o sistema tarifário).
CS – TRIBUTÁRIO 2020.1 88
autorizada pelo inciso V, parte final, do art. 150 da Constituição de 1988, não
tem natureza jurídica de taxa, mas sim de preço público, não estando a sua
instituição, consequentemente, sujeita ao princípio da legalidade estrita. 2.
Ação direta de inconstitucionalidade julgada improcedente. (STF, ADI 800,
Relator(a): Min. TEORI ZAVASCKI, Tribunal Pleno, julgado em 11/06/2014,
ACÓRDÃO ELETRÔNICO DJe-125 DIVULG 27-06-2014 PUBLIC 01-07-
2014).
STF (ADI 1145) entendeu que as custas, taxas judiciárias e emolumentos têm natureza
jurídica de taxa. Isto porque é serviço público específico e divisível exigido quando da sua efetiva
utilização, com o escopo de ressarcir o custo estatal no cumprimento de sua função judiciária, típica
função estatal.
Trata-se das únicas taxas cuja arrecadação é vinculada (não confundir com “tributos
vinculados” – toda taxa é um tributo vinculado”), nos termos do art. 98, §2º da CF.
Arrecadação vinculada: Quando a receita obtida com o tributo deve obrigatoriamente ser
empregada em determinada atividade. Ex.: Além das taxas judiciárias, é o caso das contribuições
sociais para financiamento da seguridade social e dos empréstimos compulsórios.
Arrecadação não vinculada: Quando o Estado tem liberdade para aplicar as receitas
tributárias em qualquer despesa prevista no orçamento. Ex.: Impostos, contribuições de melhoria e
taxas (salvo as judiciárias).
Quanto às custas, o STF entende que podem utilizar como base de cálculo o valor da causa
ou condenação. Entretanto, se excessivamente altos esses valores, fica desfigurada a vinculação
da taxa com o serviço efetivamente prestado. Nesse particular, se não existir um teto máximo do
valor da taxa, a cobrança se torna ilegítima, sendo uma barreira ao livre acesso ao poder judiciário.
6. IMPOSTOS
REGRAS GERAIS
É um tributo não vinculado, ou seja, o fato gerador dos impostos não está vinculado a
nenhuma atuação estatal.
CS – TRIBUTÁRIO 2020.1 89
Art. 16. Imposto é tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma situação
independente de qualquer atividade estatal específica, relativa ao
contribuinte.
Não há no pagamento de impostos uma contraprestação específica estatal, vale dizer, não
se sabe, ao certo, qual a DESTINAÇÃO do dinheiro. Em virtude disso, as receitas dos impostos
também não serão vinculadas, ou seja, o dinheiro não custeará nenhuma despesa específica, mas
sim despesas gerais.
Exemplo: João se torna proprietário de um veículo automotor, ele paga o IPVA; Maria presta
determinado serviço – ela paga ISS; Nós nos tornamos proprietários de uma fazenda; nós pagamos
o ITR.
STF declarou uma lei paulista inconstitucional, pois previa destinação específica para a
receita advinda de imposto.
Art. 167, IV CF: princípio da não afetação dos impostos. Todavia, há exceções, no mesmo
art. 167 – Direito Financeiro. Uma afirmação “os impostos NUNCA serão vinculados”, estaria errada.
Por que, então, somos obrigados a pagar impostos? Porque realizamos condutas que
manifestam riqueza. O fato gerador do imposto é sempre uma manifestação de riqueza pelo sujeito
passivo (art. 145, §1º), sendo essa manifestação desvinculada de uma atuação do Estado. O
imposto tem caráter contributivo, baseado na ideia de solidariedade social. Quando o indivíduo
manifesta riqueza ele demonstra para o Estado que tem capacidade contributiva.
Os impostos são criados, em regra, por lei ordinária (competência tributária), mas apesar
disso, a CF, em seu art. 146, III, ‘a’ diz que os elementos gerais dos impostos devem ser definidos
em lei complementar (competência para legislar sobre direito tributário).
CS – TRIBUTÁRIO 2020.1 90
Exige-se lei complementar, pois essas leis têm a finalidade de regular diretamente os
dispositivos constitucionais.
OBS: ao ente encarregado de instituir o imposto, cabe apenas a criação da lei instituidora e
a definição da alíquota, porquanto os demais elementos já foram definidos em lei geral.
Que lei complementar é essa? Em regra, é o CTN (diz-se em regra, pois há impostos cuja
definição das normas gerais encontram-se em outra LC, como no caso do ISS e ITR), que terá a
função de uniformizar em todo o território nacional as regras de tributação dos impostos. O CTN
não cria o imposto, mas apenas regulamenta-o.
E o que acontece quando o imposto é criado sem que o CTN tenha regulamentado? É
o caso do IPVA. O STF (AI 167.777) decidiu que a situação de resolve pelo art. 24, §3º. Onde a
União é omissa nas normas gerais, o Estado pode suplementá-la (competência complementar
supletiva), exercendo a competência legislativa plena. Sobrevindo a norma federal, a norma
estadual deve ter sua eficácia suspensa, naquilo que for contrária à norma geral.
DISCRIMINAÇÃO DE COMPETÊNCIAS
CS – TRIBUTÁRIO 2020.1 91
IGF (LC)
Impostos residuais - -
IEG - -
UNIÃO
ESTADOS/DF
MUNICÍPIOS
Alguns exemplos:
1. IPVA: Estado = 50% Município = 50%. Quanto maior for o número de licenciamentos de
veículos no Município tal, maior será a fatia que este terá do IPVA repartido.
* Esse percentual pode chegar a 100% para os municípios, desde que eles façam a
arrecadação e a fiscalização do imposto federal (art. 153, §4°, III, CF c/c art. 158, II, parte final, CF)
EC 42/2003
7. CONTRIBUIÇÕES ESPECIAIS
CONSIDERAÇÕES INICIAIS
Estão genericamente previstas no art. 149 da CF. A competência para a criação dessas
contribuições é exclusiva da União, ressalvado o §1º do art. 149.
CS – TRIBUTÁRIO 2020.1 92
profissionais ou econômicas, como instrumento de sua atuação nas
respectivas áreas, observado o disposto nos arts. 146, III, e 150, I e III, e sem
prejuízo do previsto no art. 195, § 6º, relativamente às contribuições a
que alude o dispositivo.
§ 1º A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão, por
meio de lei, contribuições para custeio de regime próprio de previdência
social, cobradas dos servidores ativos, dos aposentados e dos pensionistas,
que poderão ter alíquotas progressivas de acordo com o valor da base de
contribuição ou dos proventos de aposentadoria e de pensões. (Redação
dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019).
§ 1º-A. Quando houver déficit atuarial, a contribuição ordinária dos
aposentados e pensionistas poderá incidir sobre o valor dos proventos de
aposentadoria e de pensões que supere o salário-mínimo. (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
§ 1º-B. Demonstrada a insuficiência da medida prevista no § 1º-A para
equacionar o déficit atuarial, é facultada a instituição de contribuição
extraordinária, no âmbito da União, dos servidores públicos ativos, dos
aposentados e dos pensionistas. (Incluído pela Emenda Constitucional nº
103, de 2019)
§ 1º-C. A contribuição extraordinária de que trata o § 1º-B deverá ser instituída
simultaneamente com outras medidas para equacionamento do déficit e
vigorará por período determinado, contado da data de sua
instituição. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
As três espécies de contribuição devem ser criadas como forma de a União atuar nas
respectivas áreas sobre as quais a contribuição incide. Podemos afirmar que a Contribuição é um
tributo federal, em regra. Comporta duas exceções, quais sejam:
CARACTERÍSTICAS
As contribuições são tributos de arrecadação vinculada, o que significa dizer que o dinheiro
proveniente delas é destinado a uma finalidade específica definida na lei que cria a contribuição. É
essa característica da vinculação que permite diferenciar contribuições dos impostos. O FG dos
impostos e das contribuições é uma manifestação de riqueza, a diferença entre os dois está no fato
CS – TRIBUTÁRIO 2020.1 93
de que, nas contribuições se sabe para onde vai o dinheiro enquanto os impostos servem para
custear as despesas gerais (princípio da não afetação - 167 IV CF).
MODALIDADES
Contribuições sociais
Elas não se confundem com as contribuições profissionais ou com as CIDEs. Visam custear
áreas bem relevantes de nossa sociedade, como a Seguridade Social, o ensino público
fundamental, entre outras. Daí serem subdivididas em Contribuições Sociais da Seguridade Social
e Contribuições Sociais Gerais.
CS – TRIBUTÁRIO 2020.1 94
• Contribuições de seguridade social
Com a fusão entre o INSS e a Receita Federal, criando-se a Receita Federal do Brasil (Super
Receita), tais contribuições passaram a ser arrecadas e fiscalizadas por este órgão. Vamos
conhecê-las na CF: Art. 195, I ao IV). Quatro fontes nominadas de custeio de seguridade social.
Assim, tais fontes nominadas de custeio da Seguridade Social indicam quem são os
colaboradores do Estado na gestão da Seguridade Social do Brasil. Você notará que há origens
diversas para o custeio dessa área:
IV. Importador: desde 2003, os importadores vêm contribuindo com duas contribuições para
o custeio da Seguridade Social no Brasil (PIS – Importação e COFINS – Importação).
Não esqueça que os importadores já são sacrificados com vários outros tributos para
manterem suas atividades aduaneiras: II, ICMS, IPI, AFRMM etc.
Quando destinadas a algum outro tipo de atuação da União na área social (Sistema “S”,
“salário-educação”). A contribuição salário-educação foi concebida para financiar, como adicional,
o ensino fundamental público, como prestação subsidiária da empresa ao dever constitucional do
Estado de manter o ensino primário gratuito de seus empregados e filhos destes
Elas são, exclusivamente, tributos federais e devem ser criadas como instrumentos de
intervenção na economia. De fato, esse tributo é um excelente mecanismo de intervenção, uma vez
que pode fomentar atividades por meio de sua fisionomia extrafiscal. A sigla recorrente para esse
tributo é CIDE.
CS – TRIBUTÁRIO 2020.1 95
Por exemplo, temos a CIDE no caso de fomento da Marinha Mercante (AFRMM – Adicional
de Frete e Renovação da Marinha Mercante), do desenvolvimento tecnológico brasileiro (CIDE-
Royalties) e das atividades com Combustíveis (CIDE-Combustíveis).
Após a Reforma Trabalhista não mais se considera a contribuição sindical como um tributo.
Observação: quanto às contribuições sindicais, memorize que elas NÃO se confundem com
a CONTRIBUIÇÃO CONFEDERATIVA. Também não é tributo, é fruto de deliberação em
Assembleia Geral e será exigida tão somente dos filiados do Sindicato respectivo (Súmula
Vinculante n. 40, STF).
CS – TRIBUTÁRIO 2020.1 96
TEORIA DO FATO GERADOR
1. FENÔMENO DA INCIDÊNCIA
CONCEITOS IMPORTANTES
O tributo será pago quando ocorrer o encontro de uma hipótese com um determinado fato.
O professor Sabbag afirma que é semelhante ao que ocorre no Direito Penal, um nexo causal gera
consequências (pena, no direito penal; pagamento do tributo, no direito tributário).
A hipótese de incidência é uma situação abstrata, prevista em lei, hábil a deflagrar a relação
jurídico-tributária. Por exemplo, Eduardo aufere renda, portanto, terá a obrigação de pagar IR; João
é proprietário de um veículo automotor, terá a obrigação de pagar IPVA.
CS – TRIBUTÁRIO 2020.1 97
Enquanto a HI se mantiver no campo hipotético da abstração, sem a materialização do
fenômeno que se espera, não se cogitará de obrigação tributária. Todavia, ocorrendo a
concretização da HI no plano dos fatos (plano fenomênico ou da realidade), transbordará a
incidência tributária.
A obrigação tributária depende do encontro do plano fático com o plano abstrato (e vice-
versa), fazendo unir, de um lado, o fato à norma, e, de outro, a norma ao fato. Trata-se da chamada
SUBSUNÇÃO TRIBUTÁRIA, geradora da obrigação tributária. É um pressuposto para que ocorra
o fenômeno da incidência tributária.
Assim, aquele fato que materializa a hipótese, sem o qual não se fala em obrigação tributária,
recebe o nome de FATO GERADOR (fato imponível, fato jurígeno ou fato jurídico-tributário). Insere-
se no mundo da realidade.
CS – TRIBUTÁRIO 2020.1 98
Art. 97. Somente a lei pode estabelecer:
I - a instituição de tributos, ou a sua extinção;
II - a majoração de tributos, ou sua redução, ressalvado o disposto nos artigos
21, 26, 39, 57 e 65;
III - a definição do fato gerador (HIPÓTESE DE INCIDÊNCIA) da obrigação
tributária principal, ressalvado o disposto no inciso I do § 3º do artigo 52, e do
seu sujeito passivo;
IV - a fixação de alíquota do tributo e da sua base de cálculo, ressalvado o
disposto nos artigos 21, 26, 39, 57 e 65;
V - a cominação de penalidades para as ações ou omissões contrárias a seus
dispositivos, ou para outras infrações nela definidas;
VI - as hipóteses de exclusão, suspensão e extinção de créditos tributários,
ou de dispensa ou redução de penalidades.
§ 1º Equipara-se à majoração do tributo a modificação da sua base de cálculo,
que importe em torná-lo mais oneroso.
§ 2º Não constitui majoração de tributo, para os fins do disposto no inciso II
deste artigo, a atualização do valor monetário da respectiva base de cálculo.
A propósito do art. 118 do CTN, sabe-se que ele prevê normativamente a máxima latina,
pecunia non olet, segundo a qual prevalecerá, no fenômeno da incidência, a interpretação
economicamente objetiva do fato gerador.
Pecunia non olet – significa que o tributo não possui cheiro, tributa-se sem se preocupar com
os fatos externos. Originou-se de um diálogo célere entre o Imperador Vespasiano e seu filho Tito
(Roma Antiga), em que se discutia a tributação sobre o uso dos mictórios (banheiros
públicos/cloacas).
A hipótese de incidência tributária é lícita (auferir renda), o que pode acontecer, é do fato
gerador (modo como se auferiu a renda) vir a ser ilícito.
Outro exemplo, pertinente, é a tributação sobre bens de absolutamente incapazes, tais como
um recém-nascido que tenha recebido um imóvel.
CS – TRIBUTÁRIO 2020.1 99
Art. 118, I do CTN Art. 118, II do CTN
Trata da desimportância da (i)licitude no Trata da desimportância dos efeitos que
momento do FG. podem decorrer.
O ato juridicamente válido (objeto lícito, agente História da venda de mercadoria a prazo (com
capaz...) é um dado irrelevante, pois HI (e sua calote). Esse efeito inesperado não contamina
definição legal) prescinde desses atributos. a HI e o correspondente dever de pagar
imposto.
Vale dizer que a capacidade tributária passiva é plena (art. 126, caput, do CTN),
desconsiderando-se quaisquer aspectos externos à hipótese de incidência e, verdadeiramente,
típicos do mundo dos fatos: ilicitude do ato, incapacidade civil, irregularidade na constituição formal
da PJ etc.
Quanto aos aspectos do fato gerador, a doutrina assim distribui: material, temporal, espacial,
pessoal e quantitativo.
ASPECTO MATERIAL
Trata-se da própria hipótese de incidência, como a situação abstratamente legal que pode
deflagrar o fenômeno da incidência tributária.
Por exemplo, cobrar ICMS quando há transferência de bens de matriz para filial. Aqui, não
há o aspecto material do FG, pois não caracteriza circulação de mercadoria.
ASPECTO TEMPORAL
Por exemplo, a propriedade se protrai no tempo. Para cobrar o IPTU define-se sua data de
incidência, lapso temporal.
ASPECTO ESPACIAL
Refere-se ao local em que se considera ocorrido o fato gerador. Tal aspecto é extremamente
relevante para se determinar qual será a entidade política detentora do poder de exigir o tributo, à
luz das normas de competência tributária.
Exemplo: paga-se IPTU para um Município, e não para outro, quando ambos se encontram
limítrofes, pela força demarcadora do aspecto espacial do FG.
Se ocorrer de dois munícipios cobrarem IPTU sobre o mesmo imóvel tem-se bitributação
(mais de um ente tributante cobra um ou mais tributos sobre o mesmo fato gerador).
ASPECTO PESSOAL
Liga-se aos entes credor e devedor da obrigação tributária, respectivamente, ao sujeito ativo
e ao sujeito passivo (Obrigação Tributária – será analisada posteriormente).
Resumidamente:
• Sujeito Ativo: é a pessoa jurídica de direito público, titular da competência para exigir o
seu cumprimento, nos termos do art. 119 do CTN.
ASPECTO QUANTITATIVO
Lembre-se de que ambas dependem de lei, embora se possa lidar com a mitigação da
legalidade nos casos de tributos extrafiscais, no âmbito das alíquotas (art. 153, § 1º, CF), e com a
possibilidade de alteração da base de cálculo quando se tratar de atualização (art. 97, §§ 1º e 2º,
do CTN c/c Súmula 160 do STJ).
É aquele cuja realização leva um período para se completar, ou seja, não se dá em uma
unidade determinada de tempo, mas se protrai. Daí haver a necessidade de se fazer um “corte
temporal” (dia 1º de janeiro, por exemplo, geralmente), com o propósito de estabilizar o aspecto
temporal do fato gerador.
Pode-se dizer que a sua realização se dá de forma duradoura e estável no tempo. A matéria
tributável é permanente, existindo hoje e amanhã.
O fato gerador complexivo também ocorre ao longo de um espaço de tempo, entretanto, ele
irá aperfeiçoar-se com a consideração globalmente agregada de “n” fatos isolados durante aquele
período. (F1 + F2 + F3 + ... Fn = FG).
São fatos isolados em um período ou ciclo de formação que serão agregados “num todo
idealmente orgânico”.
Exemplo: IR.
5. OBSERVAÇÕES FINAIS
Observe-as:
Resposta: como o negócio jurídico traz ínsita a ideia de vontade do agente, o fato gerador
não poderá ser considerado um negócio jurídico, uma vez que o elemento “vontade” é
tributariamente irrelevante, conforme se estudou nos artigos 118 e 126 do CTN. Por essa razão, diz
que o fato gerador é avolitivo, detendo avolitividade.
Resposta: a condição é uma cláusula que subordina os efeitos jurídicos do ato a um evento
futuro e incerto. Diante das duas condições doutrinariamente conhecidas, teremos:
b) Condição resolutiva (ou resolutória): o fato gerador ocorrerá desde o momento da prática
do ato ou da celebração do negócio. Não há novo fato gerador.
Obs.: o ato de “resolver” implica o desfazimento dos efeitos jurídicos que eram plenamente
válidos.
1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS
Para iniciar o assunto, indaga-se: como o Estado-credor cobra o tributo? Conforme visto
anteriormente, tudo se inicia com uma hipótese de incidência que será materializada no fato
gerador, ocasionando no nascimento da obrigação tributária (dever de pagar).
2. CONCEITO
Nasce a obrigação tributária quando ocorre o fato gerador. Por exemplo, auferir renda é uma
hipótese de incidência. João aufere renda (fato gerador). Com isso, nasce a obrigação tributária
(OT), quanto ao dever de João de pagar imposto de renda.
• Objeto (art. 113 do CTN): prestação, ato de pagar ou ato diverso de pagar (emitir nota
fiscal, por exemplo)
3. SUJEITO ATIVO
CONCEITO
ESPÉCIES
Tais entidades têm o poder de instituir o tributo, além de serem credoras dele.
OBS.: Se uma pessoa jurídica de direito público não exercer sua competência tributária, não poderá
conceder à outra pessoa jurídica de direito público, diversa daquela a que a Constituição a tenha
atribuído.
Exemplo: Imposto sobre grandes fortunas – imposto federal ainda não criado pela União:
não pode ser criado pelo Estado do Rio de Janeiro.
PARAFISCALIDADE
(Sujeição ativa indireta)
ENTE PARAFISCAL
UNIÃO
CRC, CREA, CRM
Ente criador - competencia
arrecadores/fiscalizadores
tributária
capacidade tributária ativa
DELEGAÇÃO
Parafiscalidade ocorre quando a União, ente credor, dotada de competência tributária, cria
um tributo e delega a arrecadação e fiscalização (capacidade tributária ativa), para um sujeito
passivo indireto, a exemplo do CREA.
Assim, esses entes credores NÃO criam tais tributos federais, mas apenas os arrecadam.
Logo, eles não têm “Competência Tributária”, mas apenas “Capacidade Tributária Ativa” – um poder
delegável de arrecadação e fiscalização do tributo.
Concluindo: A sujeição ativa, portanto, liga-se a pessoas jurídicas de direito público, quer
sejam as entidades federadas, quer sejam as autárquicas. Entretanto, há posicionamentos do STJ
admitindo a sujeição ativa, ainda que excepcionalmente, a certas entidades privadas.
Exemplos:
4. SUJEITO PASSIVO
ESPÉCIES
a) Contribuinte: aquele que tem uma relação pessoal e direta com o fato gerador.
b) Responsável: é a terceira pessoa escolhida por lei para pagar o tributo, sem ter realizado
o fato gerador. Naturalmente, há um nexo mínimo que liga esse terceiro ao FG, tornando-o devedor
do tributo.
Art. 130. Os créditos tributários relativos a impostos cujo fato gerador seja a
propriedade, o domínio útil ou a posse de bens imóveis, e bem assim os
relativos a taxas pela prestação de serviços referentes a tais bens, ou a
contribuições de melhoria, sub-rogam-se na pessoa dos respectivos
adquirentes, salvo quando conste do título a prova de sua quitação.
Parágrafo único. No caso de arrematação em hasta pública, a sub-rogação
ocorre sobre o respectivo preço.
OBSERVAÇÕES COMPLEMENTARES
b) Solidariedade Tributária
A causa é o vínculo jurídico justificador do dever que surge com o fato gerador. Assim,
teremos a causa da obrigação tributária principal e a causa da obrigação tributária acessória.
Causa da OT principal: é a Lei Tributária, uma vez que o dever de pagar só pode estar
previsto em lei (Princípio da Legalidade Tributária – art. 114, CTN).
Exemplo de vício: uma portaria prevê o dever de pagar o tributo (portaria Lei).
1. INTRODUÇÃO
• Será contribuinte quando ele próprio for o realizador do fato gerador do tributo.
• Será responsável quando a lei lhe impuser o dever de arcar com a dívida tributária de
outrem.
Nunca é demais lembrar que tanto o contribuinte quanto o responsável, somente são assim
considerados em virtude de previsão legal (princípio da legalidade estrita - todos os elementos do
tributo devem constar na lei).
Art. 128. Sem prejuízo do disposto neste capítulo, a lei pode atribuir de modo
expresso a responsabilidade pelo crédito tributário a terceira pessoa,
vinculada ao fato gerador da respectiva obrigação, excluindo a
responsabilidade do contribuinte (somente o terceiro responde,
“responsabilidade por substituição”) ou atribuindo-a a este em caráter
supletivo do cumprimento total (solidariedade) ou parcial (subsidiariedade)
da referida obrigação.
PESSOAL (arts. 131 e 135) SOLIDÁRIA (art. 134) SUBSIDIÁRIA (art. 133, II)
O responsável (terceiro) O devedor, em solidariedade, O terceiro responsável, em
responde exclusivamente. responde sem ordem de subsidiariedade, responde
preferência. com ordem de preferência.
1º Contribuinte – devedor
principal
2º Responsável - terceiro
Na responsabilidade por substituição, o indivíduo que pratica o fato gerador jamais chega a
ser, realmente, sujeito passivo da obrigação – tendo em vista a existência prévia de dispositivo
legal, atribuindo a responsabilidade a uma terceira pessoa.
Desde a ocorrência do fato gerador, a sujeição passiva já recai sobre uma pessoa diversa
daquela que possui relação pessoal e direta com o fato gerador (ou seja, pessoa diversa da figura
do contribuinte). Assim, na responsabilidade por substituição, o sujeito “A” pratica o fato gerador,
mas desde já é o sujeito “B” quem deve fazer o recolhimento.
Exemplo: Imposto de Renda retido na fonte, onde cabe à fonte pagadora reter e efetuar o
recolhimento do imposto.
Diversos produtores rurais ‘A’ - indústria ‘B’ - supermercados ‘C’. Aqui ‘B’ será o responsável
(substituto tributário) de ‘A’ na relação A-B e na relação B-C será o contribuinte.
DICA: FG lá atrás.
Exemplo: ICMS. Refinaria ‘A’- Distribuidores ‘B’ - Postos ‘C’ -Consumidores ‘D’. Na relação
A-B, A é o contribuinte, na relação B-C, C-D, ‘A’ é o responsável. Torna-se mais fácil e eficiente
para o Estado cobrar de “A” todo tributo incidente na cadeia produtiva, mesmo no que concerne aos
fatos geradores a serem praticados em momento futuro.
Prevalece o entendimento de que aqui não há antecipação da incidência tributária, visto que
esta somente se verifica com a concretização do fato gerador, apenas se antecipa o pagamento.
DICA: FG lá na frente.
Exemplos: veículos novos, bebidas alcóolicas (ou não) /cervejaria, cigarros etc.
Imagine uma cervejaria que vende para o distribuidor e este vende para o ambulante, para
a mercearia, para o bar. Todos vão recolher o ICMS? Vão emitir a nota fiscal? Não tem como
fiscalizar. Assim concentram então, por lei, o recolhimento de todo ICMS (que é devido em todas
as operações) na cervejaria.
Salienta-se que o STF entende que há direito à restituição quando a base de cálculo efetiva
tiver sido menor do que a base de cálculo presumida.
RECAPITULANDO
Lei ordinária pode criar hipótese (de acordo com as normas gerais do art. 128 CTN).
As espécies vistas acima são criações da doutrina. A partir do próximo item, analisaremos
as espécies de responsabilidade tributária do CTN, quais sejam: responsabilidade por sucessão,
responsabilidade de terceiros e responsabilidade por infrações.
2) Responsabilidade de terceiros;
Art. 130. Os créditos tributários relativos a impostos cujo fato gerador seja a
propriedade, o domínio útil ou a posse de bens imóveis, e bem assim os
relativos a taxas pela prestação de serviços referentes a tais bens, ou a
Exemplo: Maria é dona de imóvel urbano, praticando o fato gerador de IPTU em todo dia 1º
de cada ano. Vamos pegar o dia 1º/01/2018 como fato gerador. Ela não paga. Vende o imóvel a
José em 01/10/2018, que não verificou se o IPTU estava pago ou não. No dia 01/01/2019 José
realiza o fato gerador relativo ao ano de 2019 (que ele de fato realizou o fato gerador) e recebe o
IPTU do fato gerador de 2018. Nesse caso, quando um imóvel alienado possui débito, esse débito
é transferido integralmente ao adquirente. Ou seja, José é contribuinte do IPTU 2018 e
RESPONSÁVEL pelo IPTU de 2019. Essa regra, vale para todos os tributos relativos a um imóvel
(IPTU e ITR/Taxa/Contribuição de melhoria).
Outro exemplo: Maria tinha um débito de IPTU em 100mil. Carlos compra o imóvel por 80mil
reais. Carlos recebe em 2019 a cobrança do IPTU que ele realizou o fato gerador, mais 100mil de
débitos vencidos. Carlos pagou 80mil pelo imóvel, a dívida pelo IPTU é 100mil. A responsabilidade
de Carlos estaria limitada ao valor do imóvel? Para o art. 130 NÃO, pois o que temos é a sub-
rogação pessoal da dívida, e não real. Assim, Carlos vai pagar todo o preço do imóvel, mais 20mil.
• Responsabilidade do adquirente;
Exceções:
Esse dispositivo se refere aos bens MÓVEIS, trazendo a mesma regra vista acima.
Exemplo: Compra de Veículo com débito de IPVA, o adquirente é responsável.
Não são previstas as duas exceções (certidão negativa de débito e hasta pública). Ou seja,
SEMPRE o adquirente ou remitente do bem móvel será responsável pelos débitos passados.
Durante o interregno que vai da abertura da sucessão (morte) até a sentença de partilha, as
dívidas tributárias do de cujus, até o momento de sua morte (dívidas em aberto até o momento da
morte), são de responsabilidade do ESPÓLIO (tendo o inventariante como responsável).
Os fatos geradores ocorridos após a morte (abertura da sucessão) terão o ESPÓLIO como
contribuinte, pelo menos até a partilha. Depois de realizada a partilha, serão os sucessores e o
cônjuge meeiro os responsáveis (limitados ao quinhão recebido), tanto pelos fatos geradores
anteriores à morte (que antes tinham o espólio como responsável), quanto pelos fatos geradores
ocorridos depois da morte (que tinham o espólio como contribuinte).
Por fim, os fatos geradores ocorridos após a partilha terão, por óbvio, os sucessores como
contribuintes, porquanto eles é que serão os realizadores dos referidos fatos geradores.
Fusão: A + B = AB.
Incorporação: A + B = A.
Cisão: A B e C.
Suponhamos que a FUSÃO foi realizada em 20/09/19. Dia 30/10 chega um lançamento
relativo a um tributo devido por B cujo fato gerador é de 20/05/2019. De quem é a responsabilidade
por esse débito da empresa que não mais existe? Pela empresa resultante da fusão (produto da
operação). Simples. A responsabilidade é da empresa AB.
O parágrafo único do art. 132, do CTN, fala da EXTINÇÃO de pessoa jurídica, a qual se
aplica a mesma regra.
Exemplo: Se a empresa A é extinta, e o sócio remanescente (ou seu espólio) cria empresa
(regular ou não) com o mesmo objeto social (ramo de atividade), essa nova PJ será responsável
pelos débitos da PJ extinta.
Art. 133. A pessoa natural ou jurídica de direito privado que adquirir de outra,
por qualquer título, fundo de comércio ou estabelecimento comercial,
industrial ou profissional, e continuar a respectiva exploração, sob ela ou outra
razão social ou sob firma ou nome individual, responde pelos tributos,
relativos ao fundo ou estabelecimento adquirido, devidos até à data do ato
Importante destacar a Súmula 554, entendendo que a responsabilidade não está restrita aos
tributos, mas abrange também as multas moratórias ou punitivas.
Nada incentivador para quem quer comprar um estabelecimento. Por isso, vem a LC 118 e
dá uma mitigada, alterando os §§ do dispositivo, in verbis:
Ou seja, nesses casos o adquirente ficará com o estabelecimento livre de qualquer dívida
tributária antiga.
Se não fosse essa regra, ninguém iria comprar o estabelecimento (pois iria abraçar as
dívidas tributárias), o alienante não ia vender, a empresa ia ficar parada e nenhum de seus credores
seria pago.
Art. 133
§ 2º Não se aplica o disposto no § 1o deste artigo quando o adquirente for:
I – sócio da sociedade falida ou em recuperação judicial, ou sociedade
controlada pelo devedor falido ou em recuperação judicial;
II – parente, em linha reta ou colateral até o 4o (quarto) grau, consanguíneo
ou afim, do devedor falido ou em recuperação judicial ou de qualquer de seus
sócios; ou
III – identificado como agente do falido ou do devedor em recuperação judicial
com o objetivo de fraudar a sucessão tributária.
O dinheiro decorrente da alienação judicial vai para onde? Não vai para o pagamento dos
tributos.
Vejamos o §3º:
O dinheiro vai ser utilizado para pagar os credores do falido que têm preferência sobre os
créditos tributários.
No art. 134, o CTN trata da responsabilidade de terceiros que agiram conforme a lei, o
contrato ou estatutos, mesmo assim falharam. Já o art. 135 trata dos terceiros que falharam por ter
agido com culpa, vale dizer, infringindo a lei, os contratos ou estatutos.
OBS: Conforme o parágrafo único, os responsáveis devem pagar não apenas os tributos,
mas também as penalidades moratórias (apenas as moratórias, ao contrário dos sucessores que
também pagam as multas punitivas, conforme súmula do STJ).
5. RESPONSABILIDADE DO SÓCIO
Como o administrador na maioria das vezes é sócio da sociedade, trata-se de mais um caso
de responsabilidade do sócio (ver empresarial: na S/A é obrigatório que seja sócio, na limitada não,
dependerá do contrato social). Porém, neste caso, a responsabilidade decorre de ato contrário à
lei/contrato/estatuto, e por isso, não é “solidária” (subsidiária) e sim pessoal! Ou seja, aqui cobra
direto do sócio administrador, enquanto na hipótese supra (culposa) somente se cobra do sócio
quando o contribuinte não satisfaz a obrigação.
• Excesso de poder;
• Infração à lei;
Fazenda: a obrigação de pagar o tributo está na lei. Se não há o pagamento pela sociedade,
há infração à lei, consequentemente, há a responsabilidade do administrador. Em outras palavras,
para a fazenda, bastaria o simples inadimplemento para que o sócio fosse responsável.
Então quer dizer que a falta de pagamento de tributo seria, per si, uma infração à lei, de
modo a sempre ensejar a responsabilidade PESSOAL do administrador?
STJ: Quando a sociedade deixa de pagar a dívida por não ter recursos
suficientes, diz que há INADIMPLÊNCIA. Nesse caso, o Administrador não
responde pessoalmente pela dívida. Quando a sociedade tem recursos, mas
não paga os tributos por outros motivos, diz que há SONEGAÇÃO. Nesse
caso, o Administrador responde pessoalmente, pois atuou irregularmente, de
forma FRAUDULENTA (REsp. 174.532).
OBS: note-se que essa causa sequer é prevista no art. 135, III do CTN.
Essa dissolução irregular foi muito debatida no STJ, o que possibilitou a evolução da
jurisprudência. A corte prevê atualmente algumas situações onde a IRREGULARIDADE DA
DISSOLUÇÃO É PRESUMIDA. E assim sendo, existe aqui a inversão do ônus da prova, cabendo
ao sócio provar que não houve dissolução irregular.
CONCEITO
A DENÚNCIA ESPONTÂNEA é uma medida de política tributária que visa atrair de volta à
legalidade contribuintes que dela se afastaram, oferecendo em troca a garantia de não aplicação
de medidas punitivas.
OBS: O termo “denúncia” é impróprio, pois, a rigor, ninguém denuncia a si mesmo, mas
confessa o cometimento de uma infração.
Quando decide pagar (ou quando tem condições de pagar) o sujeito percebe que, a respeito
do FG da dívida vencida não há nenhuma fiscalização em curso (não houve lançamento, cobrança,
ou seja, qualquer fiscalização). Se o sujeito confessa a infração e paga a dívida será beneficiado
pelo instituto da denúncia espontânea, não sendo punido pela infração cometida.
REQUISITOS
Para que a denúncia espontânea seja eficaz e afaste a incidência da multa, é necessário o
preenchimento de três requisitos cumulativos:
1. INTRODUÇÃO
Com a realização do fato gerador surge automaticamente a obrigação tributária (OT), que
consiste no dever patrimonial ou extrapatrimonial do sujeito passivo para com o sujeito ativo.
Correspondente a esse dever existe um direito, qual seja o crédito tributário (CT), em favor do sujeito
ativo. Diferentemente da OT, o CT não nasce diretamente da lei (ex lege), mas depende de uma
atividade prévia de constituição. O CT precisa ser constituído.
Constituir a relação jurídica tributária significa identificar o sujeito passivo, o sujeito ativo, o
quantum devido de tributo e a cominação de eventual penalidade cabível.
OBS: Há quem entenda que o crédito tributário nasce com o surgimento da obrigação
tributária, sendo o lançamento apenas o meio de torná-lo LÍQUIDO (quanto ao valor) e CERTO
(quanto à existência). Ou seja, para essa corrente, a natureza jurídica do lançamento é meramente
DECLARATÓRIA do crédito tributário.
o Declaração;
o Depósito judicial.
Essa constituição do crédito pelo lançamento é um pré-requisito para que ocorra a cobrança
administrativa da dívida. Para que o lançamento produza efeitos perante o sujeito passivo, é
imprescindível a ocorrência da NOTIFICAÇÃO, a partir da qual se conta o prazo para pagamento
ou impugnação.
Ressalta-se que o lançamento tem repercussão no âmbito penal, tendo em vista que, nos
termos da Súmula Vinculante nº 24, não se tipifica crime material contra a ordem tributária, previsto
no art. 1º, incisos I a IV, da Lei 8.137/90, antes do lançamento definitivo do tributo.
Súmula Vinculante 24. Não se tipifica crime material contra a ordem tributária,
previsto no art. 1º, incisos I a IV, da Lei nº 8.137/90, antes do lançamento
definitivo do tributo.
Importante consignar que o STJ, no Informativo 639, entendeu que a Súmula Vinculante 24
aplica-se aos fatos ocorridos antes da sua publicação.
Se a Administração verifica que o FG ocorreu e o tributo não foi pago, é obrigada a constituir
o crédito tributário pelo lançamento.
REGRA (caput): lei vigente à época do fato gerador, mesmo que venha a ser revogada ou
modificada (ultra atividade da lei tributária). O caput trata da legislação tributária material.
EXCEÇÃO (§1º): É possível aplicar ao lançamento uma lei cuja vigência é posterior ao fato
gerador (retroatividade), nos casos em que a lei estabelece procedimentos de investigação ou
outorga maiores garantias ao crédito tributário. O §1º trata da legislação tributária formal, que,
seguindo a regra da aplicação das leis processuais (sejam penais, civis ou trabalhistas) não se
submetem ao princípio da irretroatividade.
GARANTIAS PRIVILÉGIOS
Instrumento que visa assegurar a efetividadeExecução coletiva de dívidas e a posição do
da execução fiscal. crédito tributário. Ou seja, o privilégio serve
para elevar a posição do crédito em
execuções coletivas como no processo de
falência.
AUMENTO: aplicação imediata e possibilidade de retroação.
Exemplo: art. 185 do CTN. Presunção de fraude contra ao sujeito passivo. Quando o sujeito
que tem débito inscrito em DA aliena um bem, presume-se que a presunção foi fraudulenta.
Esse dispositivo foi objeto de alteração pela LC 118/05. Antes da alteração, a fraude só era
presumida no curso de execução. Ou seja, a LC trouxe regra que outorgou maior garantia ao crédito
tributário. Dessa forma, ela pode ser aplicada a fatos geradores anteriores à sua vigência. É um
típico exemplo de legislação processual, cuja aplicação é imediata.
Art. 144 § 2º O disposto neste artigo não se aplica aos impostos lançados por
períodos certos de tempo, desde que a respectiva lei fixe expressamente a
data em que o fato gerador se considera ocorrido.
Exemplo: IPTU. Por ficção jurídica, se considera o FG no dia 1º de janeiro (na verdade seria
todos dias do ano, isso porque o proprietário é proprietário todos os dias). De acordo com o
dispositivo, a lei é aplicável independentemente do fato gerador do ponto de vista concreto, ou seja,
se considera o fato gerador estabelecido pela lei.
3. CONSUMAÇÃO DO LANÇAMENTO
a) Auto de Infração
b) Notificação de Lançamento
OBS: Súmula 153, TFR (extinto) - Tributário. Prazo prescricional. Prescrição. Crédito
constituído através de auto de infração ou notificação.
Antes do lançamento, trabalha-se com a decadência. Decai o direito de lançar. Por outro
lado, uma vez aperfeiçoado o lançamento, haverá o prazo de 5 anos sob pena de prescrição para
que ocorra a cobrança.
ATENÇÃO! O STJ, em relação à intimação pela via postal, entende que provado que chegou
ao domicílio do devedor tributário, ainda que não assinado o AR, a notificação é tida como regular.
Para que a notificação seja plenamente válida é preciso a observância dos seguintes
requisitos:
Art. 10. O auto de infração será lavrado por servidor competente, no local da
verificação da falta, e conterá obrigatoriamente:
I - a qualificação do autuado;
II - o local, a data e a hora da lavratura;
III - a descrição do fato;
IV - a disposição legal infringida e a penalidade aplicável;
V - a determinação da exigência e a intimação para cumpri-la ou impugná-la
no prazo de trinta dias;
VI - a assinatura do autuante e a indicação de seu cargo ou função e o número
de matrícula.
Art. 11. A notificação de lançamento será expedida pelo órgão que administra
o tributo e conterá obrigatoriamente:
I - a qualificação do notificado;
II - o valor do crédito tributário e o prazo para recolhimento ou impugnação;
III - a disposição legal infringida, se for o caso;
IV - a assinatura do chefe do órgão expedidor ou de outro servidor autorizado
e a indicação de seu cargo ou função e o número de matrícula.
Parágrafo único. Prescinde de assinatura a notificação de lançamento emitida
por processo eletrônico.
Por fim, é importante diferenciar o fato gerador (fato gerador em concreto – fato imponível:
fato que espelha no mundo concreto aquilo que está em abstrato na lei) de lançamento.
Quando o fato gerador se realiza, temos o nascimento da obrigação tributária. O fato gerador
declara a existência da obrigação tributária. O lançamento, por sua vez, posterior ao fato gerador,
dá exigibilidade a obrigação tributária que nasceu com o FG. O crédito tributário é lógico e
cronologicamente posterior à obrigação tributária.
A declaração tem presunção de validade, porém tal presunção pode ser afastada, mediante
sua retificação.
Essa retificação pode ser realizada tanto pela Administração como pelo próprio sujeito
passivo (§§ do art. 147).
Art. 150. O lançamento por homologação, que ocorre quanto aos tributos cuja
legislação atribua ao sujeito passivo o dever de antecipar o pagamento sem
prévio exame da autoridade administrativa, opera-se pelo ato em que a
referida autoridade, tomando conhecimento da atividade assim exercida pelo
obrigado, expressamente a homologa.
CTN Art. 150 § 4º Se a lei não fixar prazo a homologação, será ele de cinco
anos, a contar da ocorrência do fato gerador; expirado esse prazo sem que a
Fazenda Pública se tenha pronunciado, considera-se homologado o
lançamento e definitivamente extinto o crédito, salvo se comprovada a
ocorrência de dolo, fraude ou simulação.
Art. 150, § 4º Se a lei não fixar prazo a homologação, será ele de cinco anos,
a contar da ocorrência do fato gerador; expirado esse prazo sem que a
Fazenda Pública se tenha pronunciado, considera-se homologado o
lançamento e definitivamente extinto o crédito, salvo se comprovada a
ocorrência de dolo, fraude ou simulação.
Art. 150. O lançamento por homologação, que ocorre quanto aos tributos cuja
legislação atribua ao sujeito passivo o dever de antecipar o pagamento sem
prévio exame da autoridade administrativa, opera-se pelo ato em que a
referida autoridade, tomando conhecimento da atividade assim exercida pelo
obrigado, expressamente a homologa.
Vejamos:
Art.150
§ 4º Se a lei não fixar prazo a homologação, será ele de cinco anos, a contar
da ocorrência do fato gerador; expirado esse prazo sem que a Fazenda
Pública se tenha pronunciado, considera-se homologado o lançamento e
definitivamente extinto o crédito, salvo se comprovada a ocorrência de dolo,
fraude ou simulação.
Sujeito passivo realiza o fato gerador, devendo pagar 08 mil. No entanto, no momento do
pagamento antecipado, somente 03 mil foram quitados. Surge então a possibilidade de lançamento
de ofício para cobrar 05 mil, que deverá ser feito na regra do art. 150, §4º do CTN (dispositivo
relativo ao prazo para a homologação do pagamento antecipado) – e terá o prazo de 05 anos a
partir do fato gerador.
Fundamento: Esse prazo do art. 150, §4º é um prazo que a Administração tem para fiscalizar
o pagamento. Logo, é dentro desse prazo que deve ser realizado o lançamento de ofício a fim de
cobrar o RESTANTE do valor devido. Ou seja, não realizado o lançamento de ofício nesse prazo,
dar-se-á por homologado o pagamento e extinto (pela decadência) o direito de a Administração
constituir o crédito tributário relativo a eventual diferença entre o valor que o sujeito passivo pagou
antecipadamente e o valor que a Administração entendia devido.
Para o STJ é outro prazo, pois não há pagamento a ser fiscalizado. Se não há pagamento
a ser fiscalizado, não há que se falar em PRAZO para homologar (art. 150, §4º), mas sim em prazo
para lançamento de ofício para cobrar o valor devido, nos termos do art. 173, I do CTN (regra
geral de decadência do Direito Tributário). Assim, o prazo é de 05 anos, contados do 1º dia do
exercício seguinte àquele em que o lançamento PODERIA ter sido efetuado.
Exemplo: Tributo cujo FG se realiza em abril de 2019. O pagamento era para ser realizado
em 10 de maio de 2019. No dia 15 de maio, vem a Fiscalização e comprova que o sujeito não
pagou. A partir daí, a Fazenda já poderia realizar o lançamento para cobrar o tributo, pois o sujeito
já está em mora.
Exemplo: Caso onde o sujeito passivo falsifica os livros fiscais. Mesmo que haja pagamento
total do tributo com base nessa falsificação, não se aplica o art. 150, §4º e sim o art. 173, I.
Por realizar um fato gerador, nascem duas obrigações tributárias para o contribuinte:
acessória (dever de entregar uma declaração) e principal (dever de pagar conforme a declaração
realizada). Essas duas obrigações ficam sujeitas à homologação.
Obrigação acessória: Dever de declarar que realizou um fato gerador e que, por conta disso,
deve um determinado tributo.
O problema ocorre quando o contribuinte faz algo errado: OU não declara corretamente OU
não paga corretamente. Qual a consequência nesses casos? Uma COBRANÇA.
Há duas possibilidades:
• Declaração correta + pagamento insuficiente ou inexistente;
Vejamos
Como será realizada a cobrança? Como se tem crédito constituído pela declaração correta,
não há necessidade de lançamento. Em decorrência disso, a Administração pode proceder
diretamente à cobrança judicial (Inscrição em DA → Emissão da CDA → Execução Fiscal). Ou seja,
ato contínuo ao pagamento incorreto, pode-se proceder à inscrição em DA.
Em qual prazo poderá ser feita a cobrança? Como não há que se falar em lançamento, não
existe a preocupação com a decadência (perda do direito potestativo de lançar). O prazo que
importa aqui é o para executar a dívida, qual seja, prazo PRESCRICIONAL (prazo para exigir a
prestação do sujeito passivo), previsto no art. 174 do CTN (ver adiante).
OBS: Finalidade do pagamento de acordo com a declaração errada: nos casos fraudulentos,
tem como objetivo escapar da análise superficial da Administração. Fazendo essa forma de
pagamento, é muito difícil de a Administração descobrir a fraude (que na realidade é crime
tributário).
Nesses dois casos, não podemos dizer que as declarações constituíram crédito tributário,
pois foram feitas INCORRETAMENTE. Como será feita a cobrança então?
Vejamos como era a tese antiga da Corte Superior em relação à decadência no lançamento
por homologação: Tese dos 05 + 05.
Fundamento: Pegavam o 5º ano e 364º dia do primeiro prazo e diziam: Aqui poderia ter sido
realizado o lançamento de ofício. Em cima disso, aplicavam o art. 173, I, que diz: o lançamento de
ofício pode ser feito em 05 anos, a contar do exercício seguinte aquele em que já poderia ter sido
realizado.
Espécie de lançamento por Como cobra? Qual prazo? Justificativa para as respostas
homologação
1º Caso: Lançamento de acordo com a - Como? Constituindo o crédito pelo - Crédito tributário ainda não está
literalidade do CTN (sem dever de lançamento de ofício, seguindo-se da constituído, daí a necessidade do
declarar). cobrança administrativa. lançamento de ofício (art. 149, V).
• Pagamento parcial - Prazo? Prazo decadencial do art. 150, - Prazo do art. 150, pois houve ALGUM
§4º (05 anos do FG). Este art. se aplica pagamento.
porque diz que terá 05 anos para
homologar a partir do fato gerador –
afinal, houve pagamento! Deve a
administração fiscalizar e homologar ou
lançar de ofício, constituindo o crédito.
1º Caso: Lançamento de acordo com a - Como? Constituindo o crédito pelo - Crédito tributário ainda não está
literalidade do CTN (sem dever de lançamento de ofício, seguindo-se da constituído, daí a necessidade do
declarar). cobrança administrativa. lançamento de ofício (art. 149, V).
• Pagamento inexistente - Prazo? Prazo decadencial do art. 173, I - Não houve pagamento, logo não se
do CTN (05 anos do primeiro dia do pode usar o prazo para homologação
exercício seguinte aquele em que o (não há o que homologar).
lançamento poderia ter sido efetuado).
1º Caso: Lançamento de acordo com a - Como? Constituindo o crédito pelo - Crédito tributário ainda não está
literalidade do CTN (sem dever de lançamento de ofício, seguindo-se da constituído, daí a necessidade do
declarar). cobrança administrativa. lançamento de ofício (art. 149, V).
• Dolo, fraude ou simulação. - Prazo? Prazo decadencial do art. 173, I - Existência de dolo, fraude ou
do CTN (05 anos do primeiro dia do simulação, INDEPENDENTEMENTE de
exercício seguinte aquele em que o pagamento.
lançamento poderia ter sido efetuado).
2º Caso: Lançamento ‘sofisticado’ (há - Como? Lançamento de ofício. - Crédito tributário ainda não está
o dever de declarar). constituído, pois não houve declaração
• Declaração incorreta. - Prazo? Prazo decadencial do art. 173, I correta (art. 149, V).
• Pagamento incorreto como do CTN (05 anos do primeiro dia do - A partir da declaração incorreta
a declaração ou inexistente. exercício seguinte aquele em que o pressupõe-se a existência de dolo,
lançamento poderia ter sido efetuado). fraude ou simulação,
INDEPENDENTEMENTE de
pagamento.
No lançamento de ofício a participação do sujeito passivo é nula ou quase nula. Ocorre nos
casos onde a Administração, com base nos dados que possui do sujeito passivo, constitui o crédito
tributário através do lançamento.
OBS: A revisão de ofício pressupõe um lançamento anterior (de ofício ou não), no qual foi
identificado um erro pela Administração. Percebe-se, assim, que qualquer tributo pode vir a ser
lançado de ofício.
Trata-se do tributo que, pelo seu regime legal, está sujeito ao lançamento de ofício. É o típico
caso do IPTU e IPVA, onde, com base nos bancos de dados da Administração (exemplo: valor venal
do imóvel), é realizado o lançamento tributário.
Casos onde o sujeito passivo deixa de cumprir obrigação tributária acessória (exemplo:
emissão de nota fiscal).
4.3.5. VII - Quando se comprove que o sujeito passivo, ou terceiro em benefício daquele,
agiu com dolo, fraude ou simulação.
Como afastar a incidência do ITBI? Através da Receita Federal (Teoria do Propósito Negocial):
operação “casa e separa”. Ainda que se trate de ato lícito, essa sociedade não
existe de verdade. Por conta disso, a Fazenda
As empresas procedem à fusão num dia e no outro defende a desconsideração desses negócios
realizam a cisão, com apenas uma diferença: o imóvel jurídicos, pois não se trata de um negócio jurídico
passou de A para B, ao passo que o capital de 1 usual. Exemplo: Não é usual uma sociedade de um
milhão passou de B para A. dentista com um médico (não há convergência de
Essa operação afasta o ITBI pela imunidade do art. escopo negocial).
156, §2º da CF.
A PJ só é constituída com a finalidade de economizar
Na realidade, a fusão e a cisão não passam de tributo, não há propósito negocial (por exemplo: os
negócios simulados. Por conta dessa simulação, é sócios não são intercambiáveis).
permitida a desconsideração do ato a fim de cobrar o A economia lícita de tributos só é aceitável se houver
tributo, nos termos do art. 149, VII. uma justificativa empresarial para a estrutura adotada.
No exemplo acima: Quando o médico constitui sociedade com outro médico, passa a não
realizar o FG do IRPF (mas sim do IRPJ); além disso, passa a ser sujeito passivo do IRPJ (e não
do IRPF).
Fazenda: Os atos lícitos que reduzem tributos devem ser desconsiderados se não revelarem
um propósito negocial. Quando isso ocorre? Nos casos em que não existe nenhum outro motivo
para aquele ato, senão a elisão fiscal.
4.3.6. VIII - Quando deva ser apreciado FATO não conhecido ou não provado por ocasião
do lançamento anterior;
Erro de fato. E se for erro de direito, podemos ter revisão (classifiquei errado a infração)?
Não.
Nesse sentido:
Esses dois incisos tratam de erro, falha ou fraude do agente administrativo encarregado de
efetuar o lançamento.
Ocorre nas situações em que a base de cálculo indicada pelo sujeito passivo não merece
fé, ou mesmo quando não exista a declaração pelo sujeito passivo. Assim, cabe à autoridade
administrativa arbitrar um valor razoável que servirá como base de cálculo do tributo.
Ao condenar o empregador a pagar determinadas verbas de natureza salarial que não foram
quitadas, a Justiça do Trabalho já deverá reconhecer também, por via de consequência, que o
empregador deveria ter recolhido, sobre essas verbas, as contribuições previdenciárias respectivas.
Logo, é permitido que condene o reclamado a pagar tais contribuições, podendo executá-las, ou
seja, cobrá-las, de ofício, do empregador. Para o TST e o STF, essa situação se enquadra na
competência da Justiça do Trabalho prevista no art. 114, VIII, da CF/88.
5. DECADÊNCIA
PREVISÃO LEGAL
CONCEITO
Essa lei complementar cumpre o papel de norma geral de Direito Tributário, tendo por função
uniformizar, estabelecer um padrão para todos os entes da Federação. Qual a LC que tem o papel
de uniformizar a decadência no Direito Tributário? CTN.
Nesses dois casos a regra da decadência está prevista no art. 173, I do CTN, prazo que é
conhecido como a regra geral de decadência no CTN: 05 anos contados do primeiro dia do exercício
seguinte aquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado.
Percebe-se que no exemplo a Fazenda teve mais do que 05 anos para lançar, chegando
quase a 06 anos.
Pagamento parcial: Prazo de decadência do art. 150, §4º do CTN → 05 anos do fato gerador
(mesmo prazo de homologação).
Art. 150 § 4º Se a lei não fixar prazo a homologação, será ele de cinco anos,
a contar da ocorrência do fato gerador; expirado esse prazo sem que a
Fazenda Pública se tenha pronunciado, considera-se homologado o
lançamento e definitivamente extinto o crédito, salvo se comprovada a
ocorrência de dolo, fraude ou simulação.
Não se fala em decadência para os tributos declarados, mas não pagos, incide a prescrição.
Nesse sentido, a Súmula 436 do STJ.
Declaração incorreta (dolo, fraude, simulação): Prazo decadencial do art. 173, I do CTN.
Em outras palavras, se o contribuinte fez a declaração de débito, mas não pagou nada, o
crédito tributário já estará constituído e o Fisco poderá cobrar o valor que foi declarado. Isso porque
a declaração configura confissão da dívida demonstrando que o sujeito passivo tem ciência de seu
dever de pagamento e das consequências decorrentes de sua inadimplência. Assim, não é mais
necessário que a Administração Tributária faça lançamento. Ela já poderá inscrever em dívida ativa
e ajuizar a execução fiscal.
5.5.2. Antecipação da contagem do prazo decadencial (art. 173, parágrafo único do CTN)
O parágrafo único estabelece outro ‘dies a quo’. E agora, onde se aplica essa regra?
Exemplo: Tributo sujeito a lançamento por homologação teve FG ocorrido em maio de 2018,
porém o pagamento não é realizado na data prevista. O termo inicial da decadência seria
01/01/2019. Porém, pode acontecer de a Receita começar a fiscalizar o fato gerador ocorrido em
maio 2018, no próprio ano de 2018 (outubro), vale dizer, antes mesmo de começar o prazo de
decadência. Se isso ocorrer, o parágrafo único manda que o prazo decadencial seja antecipado,
começando a correr do momento em que a Administração começa a realizar a fiscalização
(momento em que o sujeito passivo é notificado no início do procedimento de fiscalização).
Lei 8.212/91 Art. 45. O direito de a Seguridade Social apurar e constituir seus
créditos extingue-se após 10 (dez) anos contados:
I - do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o crédito poderia ter
sido constituído;
II - da data em que se tornar definitiva a decisão que houver anulado, por vício
formal, a constituição de crédito anteriormente efetuada.
DEPÓSITO JUDICIAL
Sujeito passivo impetra MS preventivo (ANTES do lançamento) alegando que tem o direito
de não pagar o tributo, pois a cobrança é indevida etc. No MS o impetrante pede liminar (causa de
suspensão da exigibilidade do crédito), que é indeferida. Sobra, então, mais uma opção para o
contribuinte conseguir a suspensão da exigibilidade (impedir que a Fazenda o cobre), qual seja, o
DEPÓSITO INTEGRAL do valor devido.
O contribuinte então alega: durante esses 08 anos, com o fato gerador já realizado, a
Fazenda não realizou o lançamento. Não o fazendo, não constituiu o crédito, não garantiu o seu
direito de futura cobrança, e, consequentemente, operou-se a decadência, de forma que a
conversão do depósito em renda será indevida. Fundamento: A suspensão da exigibilidade não
impede o lançamento; impede apenas a cobrança. Ao não realizar o lançamento, a Fazenda chupou
bala e teve seu crédito ‘extinto’ pela decadência.
Essa tese do contribuinte chega ao STJ que assim decide: “não senhor, contribuinte. O fato
de o senhor ter realizado o depósito integral do valor e o Fisco ter aquiescido (expressa ou
tacitamente) com esse montante, implica na constituição do crédito tributário”.
Concluindo: Depósito judicial integral nas ações preventivas constitui, por si só, o crédito
tributário, dispensando a Fazenda de realizar o lançamento.
A compensação é causa de extinção do crédito prevista no art. 170 do CTN, que exige para
sua ocorrência a regulamentação em lei.
Art. 170. A lei PODE, nas condições e sob as garantias que estipular, ou cuja
estipulação em cada caso atribuir à autoridade administrativa, autorizar a
compensação de créditos tributários com créditos líquidos e certos, vencidos
ou vincendos, do sujeito passivo contra a Fazenda pública. (Vide Decreto nº
7.212, de 2010)
Lei 9.430/96 Art. 74. Art. 74. O sujeito passivo que apurar crédito, inclusive
os judiciais com trânsito em julgado, relativo a tributo ou contribuição
administrado pela Secretaria da Receita Federal, passível de restituição ou
de ressarcimento, poderá utilizá-lo na compensação de débitos próprios
relativos a quaisquer tributos e contribuições administrados por aquele Órgão.
§ 1o A compensação de que trata o caput será efetuada mediante a
entrega, pelo sujeito passivo, de declaração na qual constarão
informações relativas aos créditos utilizados e aos respectivos débitos
compensados.
§ 2o A compensação declarada à Secretaria da Receita Federal extingue o
crédito tributário, sob condição resolutória de sua ulterior homologação.
Desde que sejam tributos ou contribuições administradas pela Secretaria da Receita, pode
compensar qualquer tributo federal com qualquer tributo federal.
3) Feito isso, o contribuinte, sozinho, realiza a compensação. Quando ele faz esse encontro de
contras, significa que ele está pagando a COFINS com o crédito do IR. Essa compensação,
por ser feita sozinha, não é apta a extinguir o débito tributário da COFINS desde já; deve
haver uma homologação da Fazenda.
4.2.2) Se não quiser pagar, terá 30 dias para apresentar uma ‘manifestação de
inconformidade’, onde vai discutir se o crédito tributário é ou não devido. Essa
manifestação dá início ao processo administrativo que implica em
suspensão da exigibilidade do crédito (ver adiante).
Ora, se na DECOMP o contribuinte diz exatamente quanto deve, e a Fazenda não questiona
esse valor, o crédito está desde já constituído (como se fosse uma declaração correta no
lançamento por homologação), não havendo que se falar em lançamento.
OBS:
INTRODUÇÃO
A constituição do crédito tributário tem como efeito tornar a obrigação tributária certa, líquida
e EXIGÍVEL. A exigibilidade impõe o dever de adimplemento ao sujeito passivo e, em caso de não
cumprimento da prestação, possibilita à Fazenda promover a execução da dívida.
Duas observações:
CTN Art. 151 Parágrafo único. O disposto neste artigo não dispensa o
cumprimento das obrigações acessórias dependentes da obrigação principal
cujo crédito seja suspenso, ou dela consequentes.
b) Pela declaração do sujeito passivo nos tributos lançados por homologação (levando em
conta que as obrigações acessórias subsistem mesmo com a suspensão da exigibilidade
do crédito).
Exemplo: Liminar concedida em 20/10. Fato gerador ocorre em 10/11. Ao realizar o fato
gerador, nascem duas obrigações tributárias: uma acessória (dever de declaração) e uma principal
(dever de pagar o que foi declarado). Com a liminar em vigor (que suspende a exigibilidade) ele
não precisa pagar o tributo. Entretanto, a obrigação acessória (declaração) continua existindo (art.
a) Depósito integral;
Quando começa a correr o prazo de PRESCRIÇÃO? Conforme o art. 174 do CTN, o prazo
para a cobrança judicial do crédito é de 05 anos, contados da constituição definitiva do crédito
tributário.
Vejamos:
1º Caso: constituinte recebe a notificação do lançamento. Não faz nada (não impugna e nem
paga). Nesse caso, a constituição definitiva se dá no 31º dia após o lançamento (momento no qual
ocorre a imutabilidade do crédito na esfera administrativa). Nesse momento, começa a correr a
prescrição.
Nada mais lógico: Enquanto a Fazenda fica impedida de cobrar, o prazo de cobrança não
pode correr. No momento em que não mais existir a suspensão da exigibilidade (exemplo: liminar
cassada na sentença do MS), o prazo de prescrição retoma o seu curso.
QUADRO SINÓPTICO
• Moratória;
• Parcelamento;
MORATÓRIA
Previsão legal
Art. 153. A lei que conceda moratória em caráter geral ou autorize sua
concessão em caráter individual especificará, sem prejuízo de outros
requisitos:
I - o prazo de duração do favor;
II - as condições da concessão do favor em caráter individual;
III - sendo caso:
a) os tributos a que se aplica;
b) o número de prestações e seus vencimentos, dentro do prazo a que se
refere o inciso I, podendo atribuir a fixação de uns e de outros à autoridade
administrativa, para cada caso de concessão em caráter individual;
c) as garantias que devem ser fornecidas pelo beneficiado no caso de
concessão em caráter individual.
• Moratória em caráter GERAL: É aquela onde a lei objetivamente dilata o prazo para o
pagamento do tributo, beneficiando a generalidade de sujeitos passivos, sem que estes
precisem comprovar qualquer requisito pessoal. Exemplo: a União, em decorrência da crise
econômica mundial, edita lei concedendo prazo dilatado para o pagamento da COFINS.
Muitos entendem que esse dispositivo não foi recepcionado pela CF/88, que não mais prevê
a hierarquia entre os entes da Federação. Princípio da igualdade entre os entes federativos. No
entanto, não há qualquer decisão do STF nesse sentido.
Conforme dispõe o art. 152, parágrafo único, do CTN é possível que a moratória seja
aplicada de maneira “desigual”, desde que a finalidade seja lícita. O ente pode conceder a moratória
Conforme o art. 154, salvo disposição de lei em contrário, a moratória somente abrange os
créditos definitivamente constituídos à data da lei ou do despacho que a conceder, ou cujo
lançamento já tenha sido iniciado àquela data por ato regularmente notificado ao sujeito passivo.
Vale mencionar ainda que a moratória não aproveita aos casos de dolo, fraude ou simulação do
sujeito passivo ou do terceiro em benefício daquele.
Por fim,
PARCELAMENTO
Até 2001 o parcelamento era tido como uma espécie de moratória, baseada no art. 153, III,
‘b’ do CTN:
CTN Art. 153. A lei que conceda moratória em caráter geral ou autorize sua
concessão em caráter individual especificará, sem prejuízo de outros
requisitos:
III - sendo caso:
DISCIPLINA LEGAL
• O parcelamento deve ser previsto em lei específica do ente federado que tem competência
para tributar;
• A regra é a incidência de juros e multa: é o fundamento legal para a NÃO aplicação dos
benefícios da denúncia espontânea quando há parcelamento no lugar do pagamento (ver
acima).
• Disciplina complementar na moratória: aplicam-se subsidiariamente as regras da moratória;
• As pessoas jurídicas em processo de recuperação judicial terão um parcelamento próprio,
definido por lei específica do ente. Ou seja: Cada ente tem sua lei específica tratando do
parcelamento de forma geral; e cada ente pode ter ainda uma lei mais específica ainda
tratando do parcelamento da recuperação judicial.
Art. 174
Parágrafo único. A prescrição se interrompe:
IV - por qualquer ato inequívoco ainda que extrajudicial, que importe em
reconhecimento do débito pelo devedor.
DEPÓSITO INTEGRAL
Se o depósito não for INTEGRAL, não ocorre a suspensão da exigibilidade. O CTN não
especifica que o depósito deva ser judicial (no bojo de uma ação judicial), logo se entende que
também pode ocorrer o depósito administrativo como causa de suspensão (no bojo de uma
impugnação administrativa).
Optando pela via administrativa, a própria impugnação, que deflagra o processo, é uma
causa de suspensão da exigibilidade (como veremos adiante). Portanto, a única utilidade do
depósito administrativo é a não incidência de juros de mora.
Ao final do litígio (judicial ou administrativo), o valor depositado vai para o Fisco (conversão
em renda) ou para o contribuinte (levantamento do depósito), conforme a procedência ou não da
pretensão do sujeito passivo.
Vencendo a disputa, o contribuinte faz jus ao levantamento, mesmo que possua outras
dívidas tributárias em aberto com o Fisco. A decisão irreformável que confere razão ao contribuinte
é causa de extinção do crédito tributário: se judicial, nos termos do art. 156, X; se administrativa,
nos termos do art. 156, IX.
OBS: Também ocorre a conversão em renda do depósito quando a decisão judicial extinguir
o feito sem julgamento de mérito. Razão: O CTN prevê como hipótese de levantamento apenas
a decisão judicial favorável ao contribuinte transitada em julgado.
• O depósito tributário, em montante integral, não se confunde com o depósito regido pelas
normas do direito civil;
• Trata-se de direito subjetivo do contribuinte;
• Suspende-se a exigibilidade das verbas decorrentes da sucumbência, enquanto se discute
o débito;
• Pode ser feito pela via judicial ou administrativa;
• Não demanda ação autônoma para tanto;
• Deve ser feito antes do trânsito em julgado da sentença de mérito;
• Deve ser integral e em dinheiro;
• Não é pressuposto para o exercício da ação anulatória ou declaratória de inexistência do
débito tributário;
• Só há levantamento do valor depositado caso haja o julgamento pela procedência da ação
do contribuinte;
• Não há levantamento na hipótese de julgamento sem a resolução do mérito;
• O depósito integral torna desnecessário o lançamento do tributo.
Não confundir o depósito integral do montante devido (ora estudado) com o chamado
depósito recursal. Esse último (que nada tem a ver com o depósito integral) acontece no bojo de
um processo administrativo, como uma condição de admissibilidade do recurso. Na esfera federal,
o recurso administrativo é denominado recurso voluntário, previsto no art. 33 do Dec. 70.235/72.
Posteriormente, por MP, alteraram o Decreto permitindo que além do recolhimento, fosse
também permitido ao contribuinte arrolar bens no valor de 100% do crédito, como condição de
admissibilidade do recurso. Em nova alteração, foi permitido ao contribuinte o arrolamento que
correspondesse a 30% do crédito a título de depósito recursal. Arrolamento de bens: Nada mais é
do que uma lista de bens que demonstrasse a capacidade de pagar o crédito.
Foi ajuizada ADI no STF contra essa necessidade de depósito como condição de
admissibilidade do recurso. Num primeiro momento, o STF negou a liminar, definindo que essa
necessidade de pedágio para recorrer não ofendia o contraditório e ampla defesa (art. 5º, LV da
CF). Sepúlveda Pertence: O contraditório e a ampla defesa são garantidos quando é facultado ao
contribuinte impugnar o lançamento. Além disso, a CF não garante direito ao duplo grau de processo
administrativo.
No entanto, no mérito, com uma nova composição da Corte, a situação se inverteu e o STF
definiu que tanto o depósito de 30% quanto o arrolamento de bens eram inconstitucionais, por
ofenderem os princípios da ampla defesa, contraditório, isonomia e direito de petição (ADI 1976).
Isonomia: A pessoa que não tivesse recursos não poderia se defender, enquanto o cidadão
com recursos na mesma situação poderia recorrer.
Por força do princípio do diálogo das fontes, aplica-se o art. 15 do CPC, o prazo de 30 dias
deve ser contado em dias úteis, utilizando-se o CPC/15.
É obrigatório que seja proferida decisão administrativa no prazo máximo de 360 dias a contar
do protocolo de petições, defesas ou recursos administrativos do contribuinte.
Além disso, tanto os recursos quanto reclamações devem ser obrigatoriamente tempestivos,
vale dizer, recurso ou impugnação ao lançamento intempestivo não suspende a exigibilidade do
crédito tributário.
São os casos onde o sujeito passivo (contribuinte ou responsável) ingressa com medida
judicial a fim de evitar que o Fisco o execute pelo não pagamento de determinado tributo que
considera indevido.
Se for ANTES da constituição, NÃO há efeitos sobre a decadência, pois permanece o dever
da administração de lançar o tributo. Salvo duas exceções já vistas acima: depósito integral e
declaração em tributos lançados por homologação, casos em que o crédito estará constituído sem
a necessidade de lançamento.
Vale lembrar ainda que o momento da concessão da liminar também influi na incidência da
multa de mora por conta da eventual e futura cassação da medida. Vejamos as possibilidades:
FG realizado em 13/11/2015. Como tem uma liminar, não será preciso pagar o tributo.
Em 20/10/2016 a liminar for cassada. Consequência: O tributo passa a ser devido, ou seja,
o sujeito passivo passa a ter o dever de pagar.
Ou seja, a suspensão da mora persiste até 30 dias depois de publicada a decisão que cassou
a liminar, ao contrário da regra geral, onde já no momento da cassação da liminar resta extinta a
suspensão da mora.
Sim, se a liminar/tutela tiverem sido concedidas após o vencimento do tributo (com o tributo
em aberto).
Esfera Federal: Se a liminar/tutela for posterior ao vencimento, não incide multa de mora
desde a concessão da liminar até 30 dias após a cassação.
PREVISÃO LEGAL
ASPECTOS GERAIS
O sujeito passivo, ao realizar o FG, faz com que nasça, ex lege, a obrigação tributária, que
corresponde a um dever do sujeito passivo. A esse dever corresponde um direito, qual seja, o
Crédito Tributário, que depende de constituição (pelo lançamento).
Ou seja, o sujeito passivo realiza o fato gerador, nasce a obrigação, mas a Administração
não constitui o crédito, devido a hipóteses previstas em lei que a impedem de realizar o
lançamento.
Excluir o crédito tributário é impedir a sua constituição. Dois são os casos de exclusão do
crédito tributário: Isenção e Anistia.
ISENÇÃO
Por exemplo, a União tem sua competência tributária prevista no art. 153 da CF, o qual prevê
a possibilidade de instituição do IPI, entre outros tributos.
OBS: sempre lembrando que a competência é limitada pelas imunidades, que dizem até
onde a União pode na instituição de tributos (exemplo: União não pode cobrar IPI sobre livros). Ou
seja, a competência representa uma combinação entre o poder de tributar (art. 153) versus as
imunidades (limitações ao poder de tributar), previstas genericamente no art. 150, VI. O resultado
dessa operação nos dá o campo de competência.
Se a isenção é uma OPÇÃO, ela pode ser revogada. Duas questões surgem quanto à
possibilidade de revogação da isenção:
1) Princípio da anterioridade;
2) Direito adquirido.
Vejamos:
1) Princípio da anterioridade
STF: Revogar isenção NÃO EQUIVALE a instituir ou majorar tributo, logo não há que se
falar em observância ao princípio da anterioridade (RE 204.062).
O FG do IPTU se realiza em todo dia 01/01 de cada ano. Suponhamos que nesse caso
existe uma lei estabelecendo a isenção desse IPTU.
Em agosto vem lei municipal revogando a isenção do IPTU. Faz sentido aplicar a revogação
da isenção sobre o IPTU do ano corrente? Não, pois o fato gerador já foi realizado. Se fosse aplicada
a revogação imediatamente, equivaleria à aplicação retroativa aos meses anteriores do ano
corrente.
Esse mesmo raciocínio se aplica ao IPVA, ITR e IR. Todo o fundamento é a forma como são
cobrados esses impostos: por períodos.
Em regra, as isenções não geram direito adquirido, podendo ser revogadas e modificadas a
qualquer tempo.
Exemplo: Gravataí isenta a GM do IPTU por 10 anos, desde que um valor X seja investido
no município. Em sendo realizado esse investimento pactuado, a isenção se trata de direito
adquirido durante esses 10 anos. Essa regra é prevista no art. 178 do CTN.
CTN Art. 178 - A isenção, salvo se concedida por prazo certo e em função de
determinadas condições, pode ser revogada ou modificada por lei, a qualquer
tempo, observado o disposto no inciso III do art. 104.
O despacho referido neste artigo não gera direito adquirido, aplicando-se, quando cabível, o
disposto no artigo 155 (moratória).
Em julho de 2018 uma pessoa adquiriu um veículo, realizando o FG. Essa pessoa não
poderá pleitear a restituição do que pagou pelo IPI, porque a isenção só se aplica a fatos geradores
futuros, vale dizer, não retroage a fatos geradores passados.
Vale lembrar ainda que, salvo disposição de lei em contrário, a isenção não é extensiva às
taxas e às contribuições de melhoria, bem como aos tributos instituídos posteriormente à sua
concessão (CTN, art. 177).
Taxas e contribuições: Por serem tributos relacionados a uma contraprestação estatal, nada
mais justo que a regra seja a impossibilidade de isenção de tais tributos.
Tributos posteriores: Em regra, não pode uma lei isentar o pagamento de tributos que sequer
existem.
É uma isenção concedida pela União em relação a tributos estaduais, distritais e municipais.
A União pode fazer isso? NÃO, por proibição expressa do art. 151, III da CF, in verbis:
STF: Não é isenção heterônoma, por uma questão conceitual. A União sozinha não firma
tratado internacional. O Signatário do Tratado Internacional é a República, e não a União. Quando
o Presidente assina o Tratado, ele não o faz como representante da União, mas sim como
representante da República.
Ricardo Alexandre: Temos aqui a União, através de LC, criando ISENÇÃO de tributo
estadual e municipal. São dois exemplos de isenção heterônoma. NÃO CONFUNDIR COM
MORATÓRIA HETERÔNOMA.
ANISTIA
Realizado o FG, nasce o dever de pagar o tributo (lançamento por homologação), porém o
sujeito não paga. Resultado: O sujeito fica devedor do tributo e também de penalidades e juros de
mora.
A anistia pode ser integral ou parcial, porém só pode atingir infrações tributárias cometidas
ANTERIORMENTE à vigência da lei concessória.
Ou seja: a anistia deve ser concedida DEPOIS de cometida a infração, porém ANTES de
ocorrer o lançamento dessa penalidade.
Caso as penalidades já tenham sido constituídas, a lei que dispensa essas dívidas concede
um benefício diverso: a chamada REMISSÃO, que representa hipótese de extinção do crédito
tributário (ver adiante).
Prevalece que é um rol TAXATIVO, pois o CTN diz que somente é extinto o crédito nos
casos previstos NESTA LEI.
Sem um desses elementos, o tripé cai e a relação jurídica se desfaz. Esse é o resultado
provocado pela ocorrência das hipóteses de extinção do CT.
d) O prazo paga pagamento do tributo pode ser estipulado por meio de norma infralegal,
uma vez que o art. 160 do CTN refere-se a expressão “legislação”. Se a legislação não
fixar o prazo para pagamento, o vencimento do crédito ocorrerá em 30 dias após a
notificação do lançamento do tributo.
ATENÇÃO!!! Não se submete ao princípio da legalidade tributária, não há necessidade
de que lei institua o prazo do vencimento do tributo, basta a legislação tributária
(tratados/convenções internacionais, decreto, normas complementares de direito
tributário).
e) O inadimplente pagará o tributo devido com correção monetária, juros de mora e multa
tributária.
ATENÇÃO!
• Multa Moratória (art. 61, Lei 9.430/96): trata-se da multa aplicada em decorrência do
mero inadimplemento (correção monetária, juros de mora e multa moratória).
• Multa Punitiva ou De ofício (art. 44, I, Lei 9.430/96): trata-se de multa que deriva do
não pagamento do tributo ou da falta de declaração no que toca a um determinado
tributo.
• Multa Isolada (art. 44, II, Lei 9.430/96): é a multa aplicada em razão do
descumprimento das obrigações tributárias acessórias (obrigação acessória: art.
113, II do CTN – são os demais verbos distintos do pagar).
O art. 161 do CTN, no caso de inadimplência permite a acumulação dos encargos moratórios
(correção monetária/juros de mora e multa).
OBS: No âmbito Federal e em alguns Estados (porque assim optaram, podem escolher
outro), utilizam a Taxa SELIC como referencial – é um índice que abrange ao mesmo tempo a
correção monetária e juros moratórios.
No âmbito tributário, o contribuinte que pagar tributo indevido (pagou duas vezes, pagou
imposto que era inconstitucional, houve erro na alíquota etc.) terá direito à repetição de indébito, ou
seja, poderá ajuizar ação cobrando a devolução daquilo que foi pago.
Na repetição de indébito, o contribuinte deverá receber de volta o valor principal que foi pago,
acrescido de juros moratórios e correção monetária pelo tempo que ficou sem o dinheiro.
A correção monetária incide desde o dia em que houve o pagamento indevido (Súmula 162
do STJ).
No tocante aos juros esses serão devidos não do dia em que houve o pagamento, mas sim
a partir da data em que houve o trânsito em julgado da decisão que determinou a devolução.
Por que a súmula diz que a SELIC não pode ser cumulada com quaisquer outros índices?
Porque a SELIC é um tipo de índice de juros moratórios que já abrange juros e correção
monetária. No cálculo da SELIC (em sua “fórmula matemática”), além de um percentual a título de
juros moratórios, já é embutida a taxa de inflação estimada para o período (correção monetária).
Em outras palavras, a SELIC é uma espécie de índice que engloba juros e correção monetária.
Logo, se o credor exigir a SELIC e mais a correção monetária, ele cobrará duas vezes a correção
monetária, o que configura bis in idem.
Cada quitação só vale em relação ao que na mesma está indicado. Assim, o fato de um
contribuinte, por exemplo, provar que pagou a última parcela de seu imposto de renda de
determinado exercício não faz presumir-se tenha pagado as demais parcelas. Nem o fato de haver
pagado o seu imposto de renda de um exercício importa presunção de haver pagado o de outros,
nem o IPI, ou outro tributo qualquer. Nem, ainda, o pagamento de determinada quantia a título de
imposto de renda devido seja somente aquele.
Direito e ação que tem a pessoa prejudicada de exigir de outra a restituição da quantia que
por erro ou boa-fé lhe pagou, sem que a devesse, ou o fez além da prestação devida. Trata-se do
pagamento indevido, repetido, feito pelo sujeito passivo do crédito tributário. Há possibilidade de
devolução dessa repetição.
Ressalta-se que não se pode voltar a ação contra o mero arrecadador do tributo, ele não é
parte legítima para devolver o que se pagou incorretamente. Nesse sentido:
O artigo 166 do CTN trata da repetição de indébito dos tributos indiretos, ou tributos que
repercutem, cuja carga fiscal é repassada ao consumidor final (contribuinte de fato).
Ex.: É o caso, por exemplo, do IPI apurado e cobrado nas vendas e destacado em notas
fiscais. Este valor acrescido ao valor da mercadoria, é faturado e cobrado do comprador.
Há, contudo, casos em que o contribuinte de fato terá a legitimidade reconhecida, a exemplo
do caso de energia elétrica. Vejamos:
ATENÇÂO! O mero pagador do tributo tem legitimidade para a referida ação de repetição
de indébito, exemplo, IPTU. Resposta do STJ – não reconhece a legitimidade. Vejamos:
Súmula nº 461, STJ: o contribuinte pode optar por receber, por meio de
precatório ou por compensação, o indébito tributário certificado por sentença
declaratória transitada em julgado.
Por fim, o art. 168 do CTN prevê que o prazo para pleitear restituição extingue-se com o
decurso do prazo de 5 (cinco) anos.
Trata-se do encontro de contas entre sujeito ativo e sujeito passivo, de forma que os crédito
e débitos se extinguem até onde compensarem.
RJT2: Direito da empresa ABC de reaver da União determinado valor pago a mais a título
de CSL.
CTN Art. 170. A lei pode, nas condições e sob as garantias que estipular, ou
cuja estipulação em cada caso atribuir à autoridade administrativa, autorizar
a compensação de créditos tributários com créditos líquidos e certos,
vencidos ou vincendos, do sujeito passivo contra a Fazenda pública.
Parágrafo único. Sendo vincendo o crédito do sujeito passivo, a lei
determinará, para os efeitos deste artigo, a apuração do seu montante, não
podendo, porém, cominar redução maior que a correspondente ao juro
de 1% (um por cento) ao mês pelo tempo a decorrer entre a data da
compensação e a do vencimento.
Perceber que na compensação CIVIL, não podem ser compensados créditos vincendos.
Aqui pode.
Na esfera federal, a compensação é definida pelo art. 74 da Lei 9.430/96 (DECOMP - ver
acima).
Art. 74. O sujeito passivo que apurar crédito, inclusive os judiciais com
trânsito em julgado, relativo a tributo ou contribuição administrado pela
Secretaria da Receita Federal, passível de restituição ou de ressarcimento,
poderá utilizá-lo na compensação de débitos próprios relativos a quaisquer
tributos e contribuições administrados por aquele Órgão.
Preenchidas essas condições, qualquer tributo federal pode ser compensado com qualquer
outro tributo federal.
Importante mencionar também a regra prevista no art. 170-A, dispositivo novo no CTN,
incluído pela LC 104/01.
O objetivo desse dispositivo é tratar (vedar) a compensação de tributo que ainda está em
discussão judicial.
Exemplo: Sujeito passivo (PJ) paga a COFINS. Posteriormente, entendendo ter sido
indevida a cobrança do tributo, impetra MS discutindo a legalidade das cobranças da COFINS (veja
que, nesta senda, não se trata de compensação, e sim de discussão do mérito do tributo). Juiz
concede a liminar suspendendo a exigibilidade, dizendo que a PJ não precisa fazer o pagamento
da COFINS. O contribuinte então falava: todos os pagamentos de COFINS passados foram
indevidos. Por conta disso, tentava o contribuinte realizar uma compensação desses pagamentos
indevidos com outros débitos.
a) Ação declaratória de existência de relação jurídica tributária (da relação onde o sujeito
tem o direito de ser restituído).
Súmula nº 461, STJ: o contribuinte pode optar por receber, por meio de
precatório ou por compensação, o indébito tributário certificado por sentença
declaratória transitada em julgado
A transação somente poderá ser celebrada com base em lei autorizativa, conforme o art.
171 do CTN. Vejamos:
Art. 171. A lei pode facultar, nas condições que estabeleça, aos sujeitos ativo
e passivo da obrigação tributária celebrar transação que, mediante
concessões mútuas, importe em determinação de litígio e consequente
extinção de crédito tributário.
Parágrafo único. A lei indicará a autoridade competente para autorizar a
transação em cada caso.
Por fim, é necessário que tenhamos processo, litígio, sem especificação do tipo, seja
administrativo ou judicial.
A remissão (que pode ser total ou parcial) também é obrigatoriamente definida por lei
específica.
Vimos decadência acima (lançamento). Prescrição veremos abaixo (no item: “cobrança
judicial do crédito tributário”).
Vimos acima.
Art. 150. O lançamento por homologação, que ocorre quanto aos tributos cuja
legislação atribua ao sujeito passivo o dever de antecipar o pagamento sem
prévio exame da autoridade administrativa, opera-se pelo ato em que a
referida autoridade, tomando conhecimento da atividade assim exercida pelo
obrigado, expressamente a homologa.
§ 1º O pagamento antecipado pelo obrigado nos termos deste artigo
extingue o crédito, sob condição resolutória da ulterior homologação ao
lançamento.
§ 2º Não influem sobre a obrigação tributária quaisquer atos anteriores à
homologação, praticados pelo sujeito passivo ou por terceiro, visando à
extinção total ou parcial do crédito.
§ 3º Os atos a que se refere o parágrafo anterior serão, porém, considerados
na apuração do saldo porventura devido e, sendo o caso, na imposição de
penalidade, ou sua graduação.
§ 4º Se a lei não fixar prazo a homologação, será ele de cinco anos, a contar
da ocorrência do fato gerador; expirado esse prazo sem que a Fazenda
Pública se tenha pronunciado, considera-se homologado o lançamento e
definitivamente extinto o crédito, salvo se comprovada a ocorrência de dolo,
fraude ou simulação.
Sujeito passivo realiza fato gerador → Faz pagamento antecipado (precário) → Fazenda
homologa. Consequência: extinção do crédito tributário (além da decadência do direito de lançar
eventual diferença, no caso de homologação tácita).
OBS: O inc. III fala em tributo ‘idêntico’. Seria o caso de dois municípios contíguos que
cobram o mesmo tributo (IPTU) sobre o mesmo fato gerador (mesmo imóvel)
No caso do IPTU e ITR, apesar de não serem idênticos, acabaram por ser admitidos pela
prática tributária.
Imediatamente ao ajuizamento, o sujeito deve fazer um depósito do valor que ele entende
devido, a fim de evitar a MORA (esse depósito é obrigatório, por isso não se confunde com o
depósito integral que suspende a exigibilidade).
Citação da União e do município, cabendo a cada um apresentar suas razões, e partir daí o
processo se desenvolve.
Sentença: aqui o juiz vai dizer qual tributo é devido, bem como vai julgar procedente ou
improcedente a consignação em pagamento (aceita ou não como correto o valor depositado). Sendo
procedente a ação, ocorre a conversão do depósito em renda em favor do ente vencedor.
E se o depósito tiver sido feito num valor inferior? Nesse caso, a ação será julgada
parcialmente improcedente, devendo o juiz mandar o sujeito pagar a diferença.
Uma leitura literal seria por demais injusta, isto porque aquele que deposita um valor
entendendo-o indevido, partindo para uma discussão (depósito do montante integral), não pode ser
tratado de uma maneira melhor do que o particular que quer pagar determinado valor,
reconhecendo-o devido. Assim, prevalece que o autor deve pagar juros e multa apenas sobre a
diferença entre o valor consignado e aquele que, ao final, foi considerado devido.
Aqui obviamente, trata-se de decisão FAVORÁVEL ao contribuinte, eis que não teria mais
interesse em ajuizar ação para discutir algo que lhe foi favorável. No mais, a Fazenda também não
tem interesse em anular sua própria decisão, salvo em raras hipóteses.
Ocorre quando o Poder Judiciário reconhece que o crédito tributário não é devido pelo
contribuinte ou responsável, numa situação onde não há interposição de recurso pela fazenda
pública no prazo de lei estabelece e a sentença transita em julgado. Assim, uma vez passada em
julgado a decisão judicial, a entidade tributante poderá empreender outro lançamento, em boa
forma, apenas se ainda dispuser de tempo, computado dentro do intervalo de cinco anos atinentes
à decadência.
A dação em pagamento tem lugar quando o devedor entrega ao credor coisa que não seja
dinheiro, em substituição à prestação devida, visando a extinção da obrigação, e haja concordância
do credor.
Até 2016, não existia uma regulamentação específica sobre esta possibilidade, foi
regulamentada pela Lei Federal nº 13.259/2016.
Art. 4º O crédito tributário inscrito em dívida ativa da União poderá ser extinto,
nos termos do inciso XI do caput do art. 156 da Lei nº 5.172, de 25 de outubro
de 1966 - Código Tributário Nacional , mediante dação em pagamento de
bens imóveis, a critério do credor, na forma desta Lei, desde que atendidas
as seguintes condições: (Redação dada pela Lei nº 13.313, de 2016)
I - a dação seja precedida de avaliação do bem ou dos bens ofertados, que
devem estar livres e desembaraçados de quaisquer ônus, nos termos de ato
do Ministério da Fazenda; e (Redação dada pela Lei nº 13.313, de 2016)
II - a dação abranja a totalidade do crédito ou créditos que se pretende liquidar
com atualização, juros, multa e encargos legais, sem desconto de qualquer
natureza, assegurando-se ao devedor a possibilidade de complementação
em dinheiro de eventual diferença entre os valores da totalidade da dívida e
o valor do bem ou dos bens ofertados em dação. (Redação dada pela
Lei nº 13.313, de 2016)