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Manual de Procedimentos
ICMS - IPI e Outros
Fascículo No 34/2014

Rio de Janeiro

// Federal Veja nos Próximos


IPI Fascículos
Transferência - Tratamento fiscal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 01

// Estadual a ITR - DITR 2014 -


Apresentação
ICMS a ICMS - Produtor rural
Consignação mercantil . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 04
a ICMS - Quadro prático de

// IOB Setorial operações com tratamento


fiscal diferenciado
Estadual
Óptico - ICMS - Tratamento tributário especial para estabelecimento
industrial ou importador. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11

// IOB Comenta
Federal
IPI - Sucessão - Possibilidade de transferência de incentivos ou be-
nefícios fiscais. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12

// IOB Perguntas e Respostas


IPI
Repetro - Habilitação - Requisitos. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12
Revendedor autônomo - Preço de revenda - Critério . . . . . . . . . . . . 13
ICMS/RJ
Crédito básico - Escrituração em atraso. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13
Crédito básico - Estorno. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13
Crédito básico - Extemporâneo. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14
© 2014 by IOB FOLHAMATIC EBS > SAGE

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Marketing IOB FOLHAMATIC EBS > SAGE

Editoração Eletrônica e Revisão:


Editorial IOB FOLHAMATIC EBS > SAGE

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0800-724-7900 (Outras Localidades)

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)


(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)

ICMS, IPI e outros : IPI : transferência :


tratamento fiscal.... -- 10. ed. -- São Paulo :
IOB Folhamatic EBS - SAGE, 2014. --
(Coleção manual de procedimentos)

ISBN 978-85-379-2224-8

1. Imposto sobre Circulação de Mercadorias e


Serviços - Brasil 2. Imposto sobre Produtos
Industrializados - Brasil 3. Tributos - Brasil
I. Série.

14-07997 CDU-34:336.223(81)
Índices para catálogo sistemático:
1. Brasil : Imposto sobre Circulação de
Mercadorias e Serviços : ICMS : Direito
tributário 34:336.223(81)
2. Brasil : Imposto sobre Produtos
Industrializados : IPI : Direito tributário
34:336.223(81)

Todos os direitos reservados. É expressamente proibida a reprodução total ou parcial desta obra, por qualquer
meio ou processo, sem prévia autorização do autor (Lei no 9.610, de 19.02.1998, DOU de 20.02.1998).
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Impresso no Brasil
Printed in Brazil
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ICMS - IPI e Outros

a Federal
IPI 2. Suspensão do IPI
Poderão sair com suspensão do IPI os produtos
Transferência - Tratamento fiscal remetidos, para industrialização ou comércio, de um
SUMÁRIO para outro estabelecimento industrial ou equiparado a
1. Introdução industrial da mesma empresa.
2. Suspensão do IPI
3. Transferência para filial atacadista Note-se que a previsão da suspensão do lança-
4. Transferência para filial varejista mento do imposto é uma faculdade atribuída ao con-
5. Seção de varejo tribuinte, cabendo a este decidir sobre a conveniência
6. Determinação do preço corrente no mercado ou não de sua aplicação.
atacadista da praça do remetente
7. Média ponderada (RIPI/2010, art. 43, X)
8. Impossibilidade de determinação do preço corrente

1. Introdução 3. Transferência para filial atacadista


O fato gerador do IPI ocorre, dentre outras Na transferência de determinado estabele-
hipóteses, na saída do produto do esta- cimento para outro da mesma empresa, o
belecimento industrial ou equiparado Na transferência valor tributável não poderá ser inferior
a industrial. de determinado ao preço corrente do produto no
estabelecimento para outro da mercado atacadista da praça do
O lançamento do imposto, remetente (veja os itens 6 e 7).
mesma empresa, o valor tributável
por sua vez, deve ser efetuado
não poderá ser inferior ao preço (RIPI/2010, art. 195, caput, I)
no momento da ocorrência do
corrente do produto no mercado
fato gerador (saída do produto),
atacadista da praça do
constituindo base de cálculo o valor 4. Transferência para
remetente
total da operação de que decorrer a filial varejista
respectiva saída.
4.1 Conceito
Portanto, o valor total da operação é de fácil
Estabelecimento filial varejista é o que promove
identificação quando o contribuinte promove saída a
vendas diretas a consumidor, ainda que esporadica-
título de venda, ou seja, a base de cálculo do IPI, nessa
mente por atacado.
hipótese, é o valor previamente acordado entre as
partes (vendedor/comprador), observadas as regras Para esse efeito, consideram-se esporádicas as
de inclusão de parcelas acessórias (frete, seguro etc.). vendas por atacado quando, no mesmo semestre civil,
o seu valor não exceder a 20% do total das vendas
Contudo, nas demais operações, isto é, quando realizadas.
o contribuinte promove a saída a outro título, em que
não existe cobrança de valor, a exemplo da trans- (RIPI/2010, art. 14, II)
ferência de produtos, é necessário observar regras
específicas da legislação do IPI para a determinação 4.2 Valor tributável
do valor tributável.
O valor tributável nas transferências (internas
(RIPI - Decreto nº 7.212/2010, arts. 35, II, 182, I, “b”, e 190, II) ou interestaduais) para filial varejista não poderá ser

Boletim IOB - Manual de Procedimentos - Ago/2014 - Fascículo 34 RJ34-01


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inferior a 90% do preço de venda a consumidor nem A obrigação de lançar o tributo (sobre o valor total
inferior ao preço corrente do produto no mercado da operação), no caso sob análise, surge no momento
atacadista da praça do remetente. da realização da venda (saída da seção de varejo).

Isso significa que: Contudo, a legislação permite, para o movimento


diário da seção de varejo, a emissão de uma única
a) o valor tributável não poderá ser inferior a 90%
nota fiscal com destaque do imposto, no fim do dia,
do preço de venda a consumidor, isto é, do
para os produtos vendidos.
preço de venda praticado pela filial varejista;
b) da aplicação desse percentual (90%) não po- A respeito da emissão de documento fiscal pelas
derá resultar valor tributável inferior ao preço vendas realizadas na seção de varejo, é oportuno
corrente do produto no mercado atacadista da reproduzirmos a íntegra da Decisão nº 66/1999, da
praça do remetente. Superintendência Regional da Receita Federal, 7ª
Região Fiscal, que traz os seguintes esclarecimentos:
Por exemplo, na venda de produto ao consumidor
(pela filial varejista) no valor de R$ 1.000,00, o valor MINISTÉRIO DA FAZENDA SECRETARIA DA
tributável não poderá ser inferior a R$ 900,00 (90%), RECEITA FEDERAL
que, por sua vez, não poderá ser inferior ao preço cor- SUPERINTENDÊNCIA REGIONAL DA RECEITA FEDERAL
rente no mercado atacadista da praça do remetente.
7ª REGIÃO FISCAL
(RIPI/2010, art. 195, caput, II)
Decisão nº 66 de 11 de março de 1999

4.3 Venda por preço superior Assunto: Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI

EMENTA: Emissor de cupom fiscal. Destaque do imposto.


Na hipótese em que a filial varejista venda o pro- A exigência de uso do equipamento Emissor de Cupom
duto recebido em transferência por preço superior ao Fiscal, por parte dos comerciantes varejistas, não afasta a
que tenha servido à determinação do valor tributável, exigência da emissão da nota fiscal de saída de produto
este será reajustado com base no preço real de venda, por parte do industrial ou equiparado, nos termos da legis-
lação do IPI, sempre que o cupom não ofereça destaque
o qual, acompanhado da respectiva demonstração, do imposto. É cabível a faculdade de emissão de nota fis-
será comunicado ao remetente, até o último dia do cal diária, desde que atendidos os requisitos da legislação.
período de apuração subsequente ao da ocorrência
(RIPI/2010, art. 408 e art. 609, caput, VI)
do fato, para lançamento e recolhimento do IPI sobre
a diferença apurada.
6. Determinação do preço corrente
O estabelecimento industrial, de posse da no mercado atacadista da praça do
demonstração enviada pela filial varejista, emitirá nota remetente
fiscal complementar para lançamento da diferença, Conforme já demonstrado no item 3, na trans-
até o último dia útil do período de apuração em rela- ferência para filial atacadista, o valor tributável não
ção ao movimento de entradas e saídas de produtos poderá ser inferior ao preço corrente do produto no
no período anterior, nos termos do art. 407, caput, IX, mercado atacadista da praça do remetente.
§ 4º, do RIPI/2010.
(RIPI/2010, arts. 195, § 1º, e 407, caput, IX, § 4º) Na transferência para estabelecimento varejista
da mesma empresa, o valor tributável será o preço
da operação, não inferior a 90% do preço de venda
5. Seção de varejo
efetuada pelo destinatário ao consumidor nem ao
A seção de varejo é a dependência interna do preço corrente no mercado atacadista da praça do
estabelecimento industrial, isolada das demais, remetente.
caracterizada pela perfeita distinção e pelo controle
dos produtos saídos de cada uma delas. Para a apuração do referido valor (preço corrente),
na hipótese de existirem vários preços para um mesmo
Na hipótese de o produto sair de qualquer seção produto, o contribuinte deverá considerar a média
do estabelecimento industrial com destino à seção ponderada dos preços de cada um, vigente no mês
de varejo, inexiste obrigação de ordem fiscal a ser anterior ao da saída do estabelecimento remetente, ou,
observada nesse momento, tampouco exigência de na sua falta, a média correspondente ao mês imedia-
lançamento do tributo. tamente anterior àquele.

34-02 RJ Manual de Procedimentos - Ago/2014 - Fascículo 34 - Boletim IOB


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Vejamos, a seguir, o entendimento firmado pela Sob esse aspecto, o Ato Declaratório Normativo
Coordenação do Sistema de Tributação (CST) quanto CST nº 5/1982 finaliza afirmando que “do produto
à determinação do preço corrente do produto no assim caracterizado, para efeito de cálculo da média
mercado atacadista da praça do remetente. ponderada de que trata o § 5º do art. 46 do RIPI
de1979, que determinará o valor tributável mínimo
Para o referido órgão, “quando a determinação a que alude o art. 46, I, do mesmo Regulamento,
do valor tributável para efeito de cálculo do IPI for deverão ser consideradas as vendas efetuadas pelos
efetuada por meio de preços praticados no mercado remetentes e pelos interdependentes do remetente,
atacadista da praça do remetente, será considerado o no atacado, na mesma localidade, excluídos os valo-
universo das vendas realizadas naquela localidade”. res de frete e IPI”.
Mencionado entendimento consta do Parecer (RIPI/2010, art. 190, § 1º, art. 195, I e II, art. 196 e art. 413,
Normativo CST nº 44/1981, em cujos itens 6 e 7 foram IV, “b”; Parecer Normativo CST nº 44/1981; Ato Declaratório
consignadas as seguintes afirmativas: Normativo CST nº 5/1982)

6 - Registram os Dicionários da Língua Portuguesa que


mercado, convencionalmente, significa a referência feita
7. Média ponderada
em relação à compra e venda de determinados produtos.
Para a determinação do valor tributável (a que
6.1 - Isto significando, por certo, que numa mesma cidade, se referem os itens 3 e 4), será considerada a média
ou praça comercial, o mercado atacadista de determinado ponderada dos preços de cada produto, vigentes
produto, como um todo, deve ser considerado relativamente no mês precedente ao da saída do estabelecimento
ao universo das vendas que se realizam naquela mesma
localidade, e não somente em relação àquelas vendas efe- remetente, ou, na sua falta, a média correspondente
tuadas por um só estabelecimento, de forma isolada. ao mês imediatamente anterior àquele.

7 - Por isso, os preços praticados por outros estabeleci-


Assim, admitamos que determinado estabeleci-
mentos da mesma praça que a do contribuinte interessado
em encontrar o valor tributável do IPI através do preço mento pretenda transferir, no mês de julho/2014, 800
corrente no mercado atacadista devem ser considerados unidades de um produto de sua fabricação para outro
para o cálculo da média ponderada de que trata o § 5º do estabelecimento da mesma empresa.
art. 46 do Regulamento do IPI de 1979.

Para apuração da média ponderada, serão verifi-


Conforme se observa, o item 7 do referido Pare-
cados, primeiramente, os diversos preços praticados
cer dá a entender que o contribuinte, para conhecer
pelo remetente (os quais podem variar em função
o “preço corrente no mercado atacadista”, além de
do número de unidades vendidas, modalidades de
recorrer aos preços por ele próprio praticados, deverá
pagamento etc.) no mês anterior ao da transferência,
recorrer aos demais preços “praticados por outros
isto é, no mês de junho/2014.
estabelecimentos da mesma praça”.
Total de unidades
Entretanto, visando elucidar melhor as conclusões Preço unitário Preço total
vendidas
trazidas pelo citado Parecer Normativo, a Coorde- 1.000 unidades R$ 200,00 R$ 200.000,00
nação do Sistema de Tributação voltou a examinar 2.500 unidades R$ 220,00 R$ 550.000,00
o assunto, baixando, para tanto, o Ato Declaratório 1.500 unidades R$ 240,00 R$ 360.000,00
Normativo CST nº 5/1982, o qual esclareceu que o 5.000 unidades R$ 1.110.000,00
termo “produto”, constante do subitem 6.1 daquele
ato, indica uma mercadoria perfeitamente caracteri- Em seguida, será obtida a média ponderada por
zada por marca, tipo, modelo, espécie, qualidade e meio da divisão do valor total faturado, no mês de
número, se houver, na forma indicada no inciso VIII do junho/2014, pelo total de unidades vendidas no mesmo
art. 205 do antigo RIPI de1979. período.
Logo, o “universo das vendas” a que se refere o
Admitindo-se que no referido mês foram vendi-
Parecer Normativo CST nº 44/1981 está relacionado
das 5.000 unidades, cujos preços apresentaram
com as vendas de produtos (perfeitamente caracte-
as variações indicadas no quadro anterior, a média
rizados por marca, tipo, modelo, espécie, qualidade
ponderada será:
e número, se houver) praticadas pelos vários esta-
belecimentos atacadistas de uma mesma empresa, R$ 1.110.000,00
localizados na mesma praça do estabelecimento = R$ 222,00
5.000
remetente.

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Assim, como o contribuinte pretende transferir 8.1 Produtos importados


800 unidades para a filial, o valor tributável será equi- No caso de produtos importados, o valor tributável
valente a R$ 177.600,00 (800 × R$ 222,00). será o que serviu de base ao Imposto de Importação
(II), acrescido desse tributo e dos demais elementos
Nota
componentes do custo do produto, inclusive a mar-
No exemplo, partimos da premissa de que o remetente não possui ou-
tros estabelecimentos localizados na mesma praça. Contudo, se ocorrer tal gem de lucro normal.
hipótese, há que se observar também os preços praticados pelos demais
estabelecimentos (segundo entendimento da CST focalizado no item 6). (RIPI/2010, art. 190, caput, I, “a”, e art. 196, parágrafo único, I)

8. Impossibilidade de determinação do 8.2 Produtos de fabricação nacional


preço corrente Nessa hipótese, o valor tributável será o custo de
Na impossibilidade de determinação do preço fabricação, acrescido dos custos financeiros e dos de
corrente no mercado atacadista da praça do reme- venda, administração e publicidade, bem como do seu
tente (hipóteses examinadas nos itens 3 e 4), em lucro normal e das demais parcelas que devam ser
razão, por exemplo, de os produtos serem comer- adicionadas ao preço da operação, ainda que os pro-
cializados pela primeira vez, será tomado por base dutos tenham sido recebidos de outro estabelecimento
de cálculo um dos valores indicados nos subitens da mesma empresa que os tenha industrializado.
seguintes, conforme o caso. (RIPI/2010, art. 196, parágrafo único, lI)

(RIPI/2010, art. 196, parágrafo único) N

a Estadual
ICMS O tratamento fiscal a ser obedecido pelos contribuin-
tes estabelecidos em todas as Unidades da Federação
foi instituído por meio do Ajuste Sinief nº 2/1993. No
Consignação mercantil Estado do Rio de Janeiro, será observado no que couber
SUMÁRIO as disposições do Livro VI do RICMS/RJ e as disposições
1. Introdução
2. Conceito da Resolução Sefaz nº 720/2014, Parte II, Anexo XIII.
3. Terminologia adotada
4. Procedimentos fiscais relativos às saídas em Veremos, neste texto, os procedimentos a serem
consignação observados na operação de remessa de mercadoria
5. Venda da mercadoria em consignação e na venda realizada.
6. Devolução
7. Reajuste de preço
8. Operação com mercadoria sujeita à substituição
2. Conceito
tributária Consignação mercantil é a operação em que
9. Operações com veículos usados
uma pessoa (consignante) envia mercadorias a outra
10. Infrações e penalidades
11. Posicionamento do Fisco (consignatário) para venda por preço e condições
12. Modelo de documento fiscal preestabelecidos.

1. Introdução 3. Terminologia adotada


O ICMS tem como fato gerador, entre outras hipó- Inicialmente, cabe-nos esclarecer a denominação
teses, a saída de mercadorias do estabelecimento de das pessoas participantes da operação de consigna-
contribuinte, a qualquer título, ainda que para outro ção mercantil:
estabelecimento do mesmo titular, não importando,
para o Fisco, se houve ou não a transferência de titu- a) consignante - é a pessoa que entrega os bens
laridade do objeto. Tal assertiva pode ser notada nas a terceiro para que este promova as vendas,
operações de consignação mercantil, assim enten- ou seja, é a pessoa que promove a saída das
didas aquelas em que uma pessoa (consignante) mercadorias em consignação;
envia mercadorias a outra (consignatário) para serem b) consignatário - é a pessoa que recebe os bens
vendidas por preço e condições preestabelecidos. e os vende, por conta própria e em seu nome,

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ou seja, é o estabelecimento que recebe a 5.1 Venda efetuada pelo consignatário a terceiros
mercadoria (sem nenhum ônus) com o propó- Ocorrendo a venda da mercadoria recebida a
sito de venda. título de consignação mercantil, o estabelecimento
consignatário emitirá documento fiscal com a natu-
4. Procedimentos fiscais relativos às
reza da operação “Venda de mercadoria recebida em
saídas em consignação
consignação”, utilizando o CFOP 5.115, na operação
Neste item, abordamos os procedimentos adota- interna, ou 6.115, na operação interestadual.
dos pelo consignante e pelo consignatário, respectiva-
(Resolução Sefaz nº 720/2014, Parte II, Anexo XIII, art. 57,
mente, na remessa e no recebimento de mercadorias I, “a”)
em consignação mercantil.
5.2 Venda efetuada pelo consignante ao
4.1 Remessa da mercadoria pelo estabelecimento consignatário
consignante Nessa operação, o consignante deverá emitir
Ao ajustar uma operação de consignação mer- documento fiscal, sem destaque do ICMS, com as
cantil e antes de realizar a remessa da mercadoria, seguintes indicações:
o estabelecimento consignante emitirá, em nome do a) natureza da operação: “Venda”;
consignatário, nota fiscal que, além dos demais requi-
b) CFOP: 5.113/6.113 ou 5.114/6.114, conforme o caso;
sitos previstos no Regulamento do ICMS, conterá:
c) valor da operação: correspondente ao preço
a) a natureza da operação: “Remessa em con- da mercadoria efetivamente vendida, nele in-
signação mercantil”; cluído, quando for o caso, o valor relativo ao
b) o Código Fiscal de Operações e de Presta- reajustamento de preço;
ções (CFOP): 5.917 ou 6.917, conforme a ope- d) no campo “Dados Adicionais”: a expressão
ração, se interna ou interestadual; “Simples faturamento de mercadoria em con-
c) o destaque do ICMS e do IPI, quando devidos. signação - NF nº ..., de .../.../... [e, se for o
(Resolução Sefaz nº 720/2014, Parte II, Anexo XIII, art. 55, I, caso] reajuste de preço - NF nº ..., de .../.../...”.
“a” e “b”)
(Resolução Sefaz nº 720/2014, Parte II, Anexo XIII, art. 57, II,
“a”, itens 1, 2, 3 e 4)
4.2 Escrituração fiscal
A nota fiscal de remessa em consignação será 5.3 Escrituração fiscal das notas fiscais de venda
escriturada pelo consignante no livro Registro de Saídas, emitida pelo consignante
modelo 2 ou 2-A, utilizando-se todas as colunas neces-
sárias, inclusive a de débito de ICMS e IPI, se incidentes, 5.3.1 Lançamento do consignante
ou as disposições da Escrituração Fiscal Digital (EFD) O consignante lançará, no livro Registro de Saídas,
(RICMS-RJ/2000, Livro VI, Anexo II, art. 2º, e Anexo III) a nota fiscal citada no subitem 5.2, preenchendo os
campos relativos a espécie, série e subsérie, número
4.3 Recebimento da mercadoria pelo e data do documento fiscal e o de identificação do
estabelecimento consignatário emitente, anotando-se, no registro destinado a do-
Quando ocorrer a efetiva entrada da mercadoria no cumento fiscal referenciado, o número, a série e a
estabelecimento do consignatário, este deverá registrar a data do documento fiscal por ele emitido por ocasião
nota fiscal emitida pelo consignante (na forma do subitem da remessa da mercadoria em consignação.
4.1 deste texto) no livro Registro de Entradas, creditando- (Resolução Sefaz nº 720/2014, Parte II, Anexo XIII, art. 57,
-se do imposto destacado, quando permitido, com a uti- II, “b”)
lização do CFOP 1.917 ou 2.917 (entrada de mercadoria 5.3.2 Lançamento do consignatário
recebida em consignação mercantil), conforme o caso.
A nota fiscal de faturamento emitida pelo consig-
(Resolução Sefaz nº 720/2014, Parte II, Anexo XIII, art. 55, II)
nante deverá ser escriturada pelo consignatário, no
5. Venda da mercadoria livro Registro de Entrada, preenchendo os campos
relativos a espécie, série e subsérie, número e data
Na operação de consignação mercantil existem do documento fiscal e o de identificação do emitente,
duas vendas: a efetuada pelo consignatário; e a do anotando-se, no registro destinado a documento fiscal
estabelecimento consignante, para formalizar a ope- referenciado, o número, a série e a data do documento
ração de venda da mercadoria remetida. fiscal emitido quando da remessa em consignação.
Veremos, a seguir, os procedimentos fiscais espe- (Resolução Sefaz nº 720/2014, Parte II, Anexo XIII, art. 57,
cíficos de cada uma. I, “c”)

Boletim IOB - Manual de Procedimentos - Ago/2014 - Fascículo 34 RJ34-05


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6. Devolução 7. Reajuste de preço


6.1 Devolução simbólica Havendo reajuste do preço contratado por oca-
sião da remessa em consignação mercantil, deverão
Na venda da mercadoria remetida a título de con-
ser observados os procedimentos a seguir.
signação mercantil o consignatário deve, além do do-
cumento fiscal relativo a venda, emitir nota fiscal relativa 7.1 Procedimentos fiscais pelo consignante
à devolução simbólica de mercadoria, sem destaque
Ocorrendo o reajustamento do preço contratado
do ICMS e contendo, além dos demais requisitos:
por ocasião da remessa, o consignante deverá emitir
a) a natureza da operação: “Devolução simbólica nota fiscal complementar, que deverá conter, além dos
de mercadoria recebida em consignação”; demais requisitos exigidos, as seguintes indicações:
b) no campo “Informações Complementares”, a ex- a) a natureza da operação: “Reajuste de preço
pressão: “Nota fiscal emitida em função de ven- de mercadoria em consignação”;
da de mercadoria recebida em consignação”;
b) o CFOP: 5.917 ou 6.917, conforme o caso;
c) referência à nota fiscal mencionada no subi- c) a base de cálculo: valor do reajuste da merca-
tem 4.1 deste texto. doria remetida em consignação;
(Ajuste Sinief nº 2/1993, cláusula terceira, I, “b”; Resolução d) o destaque do ICMS e do IPI: se a operação
Sefaz nº 720/2014, Parte II, Anexo XIII, art. 57, I, “b”, itens 1, 2 e 3)
de remessa foi tributada;
e) a expressão: “Reajuste de preço de mercado-
6.2 Devolução efetiva da mercadoria recebida em ria em consignação - NF nº ..., de .../.../”.
consignação (Resolução Sefaz nº 720/2014, Parte II, Anexo XIII, art. 56,
Os procedimentos a seguir descritos são aplicá- I, alíneas “a”, “b”, “c”, “d” e “e”)
veis quando ocorrer, efetivamente, a devolução da
mercadoria do consignatário para o consignante. 7.2 Procedimentos fiscais pelo consignatário
O consignatário, ao receber a nota fiscal com-
6.2.1 Procedimentos fiscais pelo consignatário plementar, efetuará o lançamento no livro Registro de
Na devolução física, parcial ou total, em razão de Entradas, com crédito do imposto, se permitido.
não ter sido realizada a venda de mercadoria recebida (Resolução Sefaz nº 720/2014, Parte II, Anexo XIII, art. 56, II)
em consignação, o estabelecimento consignatário
emitirá nota fiscal com as seguintes indicações:
8. Operação com mercadoria sujeita à
a) a natureza da operação: “Devolução de mer- substituição tributária
cadoria recebida em consignação”;
Na realização de operação de consignação
b) o CFOP: 5.918 ou 6.918, conforme o caso;
mercantil com mercadoria sujeita ao regime de subs-
c) a base de cálculo: valor da mercadoria efeti- tituição tributária, serão observadas as disposições
vamente devolvida, sobre o qual foi pago o im- próprias a esse regime de tributação.
posto;
(Resolução Sefaz nº 720/2014, Parte II, Anexo XIII, art. 59)
d) o destaque do ICMS e a indicação do IPI: nos
valores debitados por ocasião da remessa em
consignação; 9. Operações com veículos usados
e) a expressão: “Devolução [parcial ou total, con- O veículo automotor usado adquirido ou recebido
forme o caso] de mercadoria em consignação em consignação terá a base de cálculo do imposto
- NF nº ..., de .../.../...”. reduzida em 95%, desde que sejam cumpridas as
(Resolução Sefaz nº 720/2014, Parte II, Anexo XIII, art. 58,
seguintes obrigações acessórias:
I, alíneas “a”, “b”, “c”, “d” e “e”) a) manutenção e guarda do veículo em estabe-
lecimento devidamente inscrito no Cadastro
6.2.2 Procedimentos fiscais pelo consignante Geral de Contribuintes do Estado do Rio de
O consignante, ao receber a mercadoria devol- Janeiro (CADERJ);
vida, lançará a nota fiscal que acobertou a operação b) presença, no estabelecimento em que se en-
no livro Registro de Entradas, com utilização do CFOP contrar o veículo, para exibição imediata à fis-
1.918 ou 2.918, conforme o caso, creditando-se do calização sempre que solicitados, dos seguin-
valor do imposto destacado, se admitido. tes documentos:
(Resolução Sefaz nº 720/2014, Parte II, Anexo XIII, art. b.1) nota fiscal, emitida por ocasião da entra-
58, II) da do veículo, e talonários em uso;

34-06 RJ Manual de Procedimentos - Ago/2014 - Fascículo 34 - Boletim IOB


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ICMS - IPI e Outros

b.2) Certificado de Registro e Licenciamento e.2) CRLV, com autorização para transferên-
do Veículo (CRLV), com autorização para cia do veículo;
transferência do veículo; e.3) contrato formal referente ao recebimento
b.3) contrato formal referente ao recebimen- do veículo em consignação, se for o caso.
to do veículo em consignação, se for o (RICMS-RJ/2000, Livro XIII, arts. 16 e 17)
caso.
Na nota fiscal emitida para acobertar a entrada do 10. Infrações e penalidades
veículo, a circunstância de consignação deverá ser O descumprimento de obrigações tributárias,
mencionada expressamente. principal ou acessórias, instituídas pela legislação do
(RICMS-RJ/2000, Livro XIII, art. 14) ICMS sujeita o infrator às penalidades relacionadas
nos arts. 60 a 66 da Lei nº 2.657/1996.
9.1 Dedução na base de cálculo
É importante, ainda, que o contribuinte conheça
Em se tratando de veículo recebido em consigna- as regras gerais para aplicação das penalidades
ção, será deduzido do valor da operação, para efeito abordadas nos arts. 67 a 67-D da referida Lei e a pos-
de base de cálculo do ICMS, o valor da comissão, sibilidade de se excluir da responsabilidade por infra-
quando paga ao consignatário diretamente pelo comi- ções por meio da denúncia espontânea da infração,
tente (proprietário-vendedor do veículo). antes de qualquer procedimento fiscal, desde que
(RICMS-RJ/2000, Livro XIII, art. 15) seja pago o tributo devido, com seu valor atualizado
monetariamente e os acréscimos moratórios.
9.2 Não inclusão na base de cálculo (Lei nº 2.657/1996, arts. 60 a 68)
Caso a comissão seja cobrada pelo consignatário
diretamente do comprador, a importância corres- 11. Posicionamento do Fisco
pondente não será incluída na formação da base de
cálculo do ICMS. O Estado do Rio de Janeiro não publica as con-
sultas de contribuintes, porém disponibiliza, no site da
O consignatário zelará pela guarda do recibo Sefaz/RJ, perguntas e respostas, denominadas como
referente à comissão auferida, para exibição à fiscali- “Dúvidas da Semana”.
zação, sempre que solicitado.
(RICMS-RJ/2000, Livro XIII, art. 15, §§ 1º e 2º)
Sobre esta matéria, foram divulgadas algumas
dúvidas transcritas a seguir, com a respectiva semana
de disponibilização.
9.3 Arbitramento do valor da operação
A exposição para venda de veículo automotor 03/06 a 07/06/02
usado implica a exigência antecipada do ICMS rela- CONSIGNAÇÃO - EXPORTAÇÃO - P. Quais os procedi-
tivo à negociação subsequente do veículo, mediante mentos na emissão de documentos fiscais em operação de
consignação mercantil para exportação, em que produto
arbitramento do valor da operação, sem prejuízo da será depositado em armazém alfandegado no exterior?
imposição das penalidades cabíveis, nas seguintes Qual o CFOP? Há isenção ou não-incidência em relação
situações: ao ICMS e IPI?
a) exposição em local ou estabelecimento não R.: O procedimento para remessa em consignação mer-
cantil, inclusive para o exterior, é o previsto no artigo 177,
inscrito no CADERJ; do Livro VI, do Regulamento do ICMS, aprovado pelo
b) exposição por quem não se encontre regular- Decreto nº 27427, de 17 de novembro de 2000.
mente estabelecido para o exercício do co- O CFOP referente a saída da mercadoria para o exterior
mércio nesse ramo; é 7.99 e o CFOP referente ao retorno da mercadoria do
c) exposição de veículo adquirido cuja entrada exterior é 3.99.
não esteja regularmente escriturada no livro De acordo com o inciso II, do artigo 40, da Lei nº 2657,
Registro de Entradas; de 26 de dezembro de 1996, o imposto não incide sobre
operação e prestação que destine ao exterior mercadoria
d) exposição de veículo sem autorização para ou serviço. No tocante ao IPI o interessado deve consultar
transferência de sua propriedade; o órgão próprio da Secretaria da Receita Federal.
e) falta de exibição imediata à fiscalização dos De acordo com a alínea “c”, da cláusula primeira do Con-
seguintes documentos: vênio ICMS 18/95, de 04 de abril de 1995, fica isenta do
ICMS a entrada de mercadoria, proveniente do exterior,
e.1) nota fiscal, emitida por ocasião da entra- que tenha sido remetida a título de consignação mercantil,
da do veículo, e talonários em uso; e não comercializada.

Boletim IOB - Manual de Procedimentos - Ago/2014 - Fascículo 34 RJ34-07


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ICMS - IPI e Outros

27/06 a 01/07/05 Decreto nº 27427, de 17 de novembro de 2000. Os CFOPs


CONSIGNAÇÃO - VENDA DE MERCADORIA - ESCRITU- 5.111 e 5.112 serão utilizados nas saídas internas a título de
RAÇÃO - P. Como escriturar no livro Registro de Saídas as consignação industrial. Os CFOPs 5.113; 5.114 e 5.115 serão
Notas Fiscais com o CFOP 5.114? utilizados nas saídas internas a título de consignação mercantil.

R.: De acordo com o artigo 179 do Livro VI do Regulamento 10/10 a 14/10/05


do ICMS (RICMS/00), aprovado pelo Decreto nº 27427, de CONSIGNAÇÃO MERCANTIL - DEVOLUÇÃO - P: Qual o
17 de novembro de 2000, a Nota Fiscal deve ser emitida com prazo máximo para devolução de mercadorias em ope-
destaque do ICMS, se devido e, além dos demais requisitos ração de consignação mercantil?
exigidos, como natureza da operação, a expressão: “Venda
de mercadoria recebida em consignação” (CFOP 5.114) e R.: Os procedimentos relativos à consignação mercantil
escriturada normalmente no livro Registro de Saídas. estão disciplinados nos artigos 177 a 182 do Livro VI do
Regulamento do ICMS (RICMS/00), aprovado pelo Decreto
Cabe lembrar que por ocasião da venda da mercadoria o nº 27427, de 17 de novembro de 2000. A legislação não
consignante emitirá Nota Fiscal sem destaque do imposto fixa prazo máximo para a permanência da mercadoria no
contendo a expressão “Simples faturamento de mercadoria estabelecimento do consignatário.
em consignação - Nota Fiscal nº ......., de ..../..../.....”. Esta
Nota Fiscal deve ser registrada pelo consignatário no livro 28/07 a 01/08/08
Registro de Entradas, apenas nas colunas “Documento Fis-
cal” e “Observações”, indicando nesta a expressão “Com- CONSIGNAÇÃO MERCANTIL - DEVOLUÇÃO SIMBÓLICA -
pra em consignação - Nota Fiscal nº ......., de ...../...../.....”. P - O Ajuste SINIEF 09/2008 determinou a emissão de Nota
Fiscal para documentar a devolução simbólica nas opera-
10/06 a 14/06/02 ções venda de mercadoria em consignação. Na Nota Fiscal
de devolução simbólica haverá destaque de impostos?
CONSIGNAÇÃO - VENDA DE MERCADORIA - P. Como pro-
ceder na venda de mercadoria recebida em consignação? R: Não.
R.: Os procedimentos relativos à consignação mercantil 06/05 a 10/05/02
estão disciplinados nos artigos 177 a 182, do Livro VI, do
Regulamento do ICMS, aprovado pelo Decreto nº 27427, CONSIGNAÇÃO MERCANTIL - P. Na operação de consig-
de 17 de novembro de 2000. nação, em que o valor consignado seja maior do que o
faturado, que procedimento fiscal deve ser adotado?
22/10 a 26/10/01 R.: Os procedimentos relativos à consignação mercantil
CONSIGNAÇÃO INTERESTADUAL - P. Como deve ser estão disciplinados nos artigos 177 a 182, do Livro VI, do
emitida Nota Fiscal de mercadoria remetida em consigna- Regulamento do ICMS, aprovado pelo Decreto nº 27427,
ção para outro estado, na hipótese de o destinatário não de 17 de novembro de 2000.
possuir documento fiscal? Como escriturar a venda da
mercadoria pelo destinatário e qual o CFOP? 26/07 a 02/08/02
R.: A venda em consignação é uma operação pela qual CONSIGNAÇÃO MERCANTIL - P. Quando uma empresa
um fornecedor, o consignante, remete mercadoria a um consignante deve emitir o Cupom Fiscal, no ato da consig-
comerciante, o consignatário, para que este a venda, nação ou no faturamento?
num determinado prazo e a um certo preço, por conta R.: O Cupom Fiscal deve ser emitido pelo consignatário na
do primeiro, mediante o recebimento de uma comissão. saída da mercadoria recebida em consignação, quando
O consignatário fica com o direito de, não efetivando a da sua venda a consumidor final, pessoa física ou jurídica
venda, devolver a mercadoria ao fornecedor sem qualquer não contribuinte do ICMS. O consignante deve acobertar a
ônus. Portanto, o consignatário deve obrigatoriamente ser remessa da mercadoria em consignação com Nota Fiscal,
contribuinte do imposto. Não há remessa em consignação modelo 1 ou 1-A, observadas as demais disposições do Capí-
para não contribuinte. Os procedimentos relativos à con- tulo XIII, do Título VI, do Livro VI, do Regulamento do ICMS,
signação mercantil estão disciplinados nos artigos 177 a aprovado pelo Decreto nº 27427, de 17 de novembro de 2000.
182, do Livro VI, do Regulamento do ICMS, aprovado pelo
Decreto nº 27427, de 17 de novembro de 2000. 23/10 a 27/10/06
CONSIGNAÇÃO MERCANTIL - SUBSTITUIÇÃO TRIBU-
24/07 a 28/07/06
TÁRIA - RETENÇÃO - P - É possível a operação em con-
CONSIGNAÇÃO MERCANTIL - CONSIGNAÇÃO INDUS- signação mercantil com mercadorias que estejam sob o
TRIAL - P - Qual é a diferença entre consignação mercantil regime de substituição tributária?
e consignação industrial? Qual o CFOP códigos a usar:
R: A legislação tributária estadual não proíbe a realização
5.111/5.112/5.113/5.114?
de operações em consignação mercantil com mercadorias
R: De acordo com o § 2º da Cláusula primeira do Protocolo submetidas ao regime de substituição tributária. Os procedi-
ICMS 52/00, entende-se por consignação industrial a operação mentos para emissão de Nota Fiscal na operação de consig-
na qual ocorre remessa, com preço fixado, de mercadoria com nação mercantil estão disciplinados nos artigos 177 a 180,
a finalidade de integração ou consumo em processo industrial, do Livro VI, do Regulamento do ICMS (RICMS/00), aprovado
em que o faturamento dar-se-á quando da utilização dessa pelo Decreto nº 27427, de 17 de novembro de 2000.
mercadoria pelo destinatário. Consignação mercantil é o con-
De acordo com o artigo 181, do mesmo Livro, na realização
trato pelo qual a pessoa (consignante) envia mercadorias de
de operação de consignação mercantil com mercadoria
sua propriedade a outra (consignatário), para serem vendidas
sujeita ao regime de substituição tributária, serão observa-
por sua conta por um comerciante, ao preço e condições que
das as disposições próprias a este regime de tributação.
forem preestabelecidas, devendo neste caso ser adotados
os procedimentos estabelecidos nos artigos 177 ao 182 do Assim, nada impede que o contribuinte adote os procedimen-
Livro VI do Regulamento do ICMS (RICMS/00), aprovado pelo tos previstos nos artigos 177 a 180 acima mencionados. Porém,

34-08 RJ Manual de Procedimentos - Ago/2014 - Fascículo 34 - Boletim IOB


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ICMS - IPI e Outros

deverá reter o imposto devido por substituição tributária. Caso a) emitir Nota Fiscal para o varejista contendo, além dos
a venda não seja efetivada, observar-se-ão as normas de demais requisitos exigidos pela legislação:
devolução previstas no artigo 35, do Livro II, do RICMS/00.
•natureza da operação: “remessa em consignação”;
19/05 a 23/05/03 •destaque do ICMS e IPI (se houver) relativos à operação
própria;
CONSIGNAÇÃO MERCANTIL - SUBSTITUIÇÃO TRIBU-
TÁRIA - RETENÇÃO - P. No caso de remessa em consig- •indicação nos campos próprios do valor que serviu de
nação de mercadoria sujeita ao regime de substituição base de cálculo da retenção e o imposto retido por substi-
tributária, a retenção do ICMS deve ser feita no momento tuição tributária.
da remessa em consignação ou do faturamento? b) escriturar essa Nota Fiscal no livro Registro de Saídas de
R.: A retenção será feita no momento da remessa em con- acordo com o inciso II, do artigo 22, do Livro II, do Regula-
signação de mercadoria sujeita ao regime de substituição mento do ICMS, aprovado pelo Decreto nº 27427, de 17 de
tributária, devendo o consignante: novembro de 2000 (RICMS/00).

12. Modelo de documento fiscal


A título ilustrativo, apresentamos os modelos de documento fiscal de remessa em consignação mercantil e
da venda de mercadoria.
12.1 Remessa de mercadoria em consignação mercantil
Remessa - Consignação mercantil

Boletim IOB - Manual de Procedimentos - Ago/2014 - Fascículo 34 RJ34-09


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ICMS - IPI e Outros

12.2 Venda de mercadoria - Simples faturamento


Venda de mercadoria - Simples faturamento - Consignação mercantil

N
34-10 RJ Manual de Procedimentos - Ago/2014 - Fascículo 34 - Boletim IOB
Manual de Procedimentos
ICMS - IPI e Outros

a IOB Setorial
Estadual Observa-se que a empresa beneficiária do
diferimento na importação fica obrigada a importar
e desembaraçar a totalidade das mercadorias
Óptico - ICMS - Tratamento tributário adquiridas do exterior pelos portos e aeroportos
especial para estabelecimento fluminenses.
industrial ou importador
O contribuinte localizado no Estado do Rio de
O estabelecimento industrial ou importador de Janeiro que desejar usufruir desse tratamento tribu-
instrumentos, materiais e artefatos ópticos, incluindo tário deverá observar o descrito a seguir:
suas peças e acessórios, cuja sede esteja locali-
zada no Estado do Rio de Janeiro, pode usufruir do a) para empresa constituída a partir de
regime especial de benefícios fiscais de acordo com 30.10.2004, deve manifestar expressamente a
as normas e condições estabelecidas Decreto nº opção pelo regime tributário especial, no pra-
36.448/2004. zo de 30 dias a contar do início de suas ati-
vidades, por meio de petição protocolada no
O benefício fiscal concedido consiste em: órgão fazendário de sua circunscrição, acom-
panhada dos seguintes documentos:
a) redução de base de cálculo, na operação in-
terna de saída, de tal forma que a incidência a.1) contrato social registrado na Junta Comer-
do imposto resulte no percentual de 13%, sen- cial do Estado do Rio de Janeiro (Jucerja);
do que 1% será destinado ao Fundo Estadual a.2) compromisso de recolher ao Estado do
de Combate à Pobreza e às Desigualdades Rio de Janeiro um somatório anual do
Sociais (FECP); ICMS, expresso em Ufir-RJ, de valor igual
b) inexigibilidade de estorno de crédito relati- ou superior ao montante pago nos 12
vo à entrada de mercadoria, cuja operação meses imediatamente anteriores ao mês
de saída esteja beneficiada com redução de de início do gozo do benefício;
base de cálculo; b) para empresa constituída anteriormente à
c) diferimento, nas seguintes operações: 30.10.2014, deve submeter carta consulta à
c.1) importação de máquinas, equipamentos, Companhia de Desenvolvimento Industrial do
peças, parte e acessórios destinados a Estado do Rio de Janeiro (Codin), conforme
compor o ativo fixo das empresas; modelo a ser fornecido pela Codin, instruída
com os seguintes documentos:
c.2) aquisição interna de máquinas, equipa-
mentos, peças, parte e acessórios desti- b.1) Certidão de Regularidade Fiscal com a
nados a compor o ativo fixo das empresas; Fazenda Estadual, inclusive quanto aos
c.3) importação de insumos destinados ao parcelamentos em curso;
processamento industrial da adquirente b.2) Certidão Negativa de Débitos Inscritos em
ou para revenda. Dívida Ativa do Estado do Rio de Janeiro;
O imposto diferido na importação e na aquisição b.3) Licença de Operação (LO) e/ou de Insta-
interna de máquinas, equipamentos, peças, parte e lação (LI), se for o caso.
acessórios será de responsabilidade do adquirente
e deverá ser recolhido no momento da alienação ou O encerramento da vigência desse tratamento
eventual saída dos respectivos bens, tomando-se tributário especial estava previsto para 31.12.2014,
como base de cálculo o valor da alienação. O imposto no entanto foi prorrogado para 31.12.2024 por meio
diferido na importação de insumos será pago englo- do Decreto nº 44.884/2014.
badamente com o devido pela saída realizada pela
(Decreto nº 36.448/2004; Decreto nº 44.884/2014; Resolu-
empresa, conforme a alíquota de destino. Em ambos ção SER nº 350/2006)
os casos não se aplica o disposto no RICMS-RJ/2000,
Livro I, art. 39. N
Boletim IOB - Manual de Procedimentos - Ago/2014 - Fascículo 34 RJ34-11
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ICMS - IPI e Outros

a IOB Comenta
Federal da empresa incorporada nas mesmas Unidades da
Federação previstas nos atos de concessão dos refe-
IPI - Sucessão - Possibilidade de ridos incentivos ou benefícios e os níveis de produção
transferência de incentivos ou e emprego existentes no ano imediatamente anterior
ao da incorporação ou na data desta, o que for maior.
benefícios fiscais
Na hipótese do crédito presumido do IPI, de que
Os incentivos e benefícios fiscais concedidos por trata o art. 135 do RIPI/2010, é vedada a alteração do
prazo certo e em função de determinadas condições benefício inicialmente concedido a empresas montado-
à pessoa jurídica que vier a ser incorporada poderão ras e fabricantes para a produção de veículos automo-
ser transferidos, por sucessão, à pessoa jurídica tores terrestres de passageiros e de uso misto de duas
incorporadora, mediante requerimento desta, desde rodas ou mais e jipes, bem como de tratores, máquinas
que observados os limites e as condições fixados na rodoviárias e de escavação e empilhadeiras, para os
legislação que institui o incentivo ou o benefício, em produtos relacionados nos incisos VI a VIII do § 1º do
especial quanto aos aspectos vinculados: citado dispositivo (e vice-versa) a seguir enumerados:
a) ao tipo de atividade e de produto; a) carroçarias para veículos automotores em geral;
b) à localização geográfica do empreendimento; b) reboques e semirreboques utilizados para o
c) ao período de fruição; e transporte de mercadorias; e
d) às condições de concessão ou habilitação. c) partes, peças, componentes, conjuntos e sub-
É importante destacar que, nos termos do art. conjuntos - acabados e semiacabados - e pneu-
1.116 do Código Civil (Lei nº 10.406/2002), na incor- máticos, destinados aos produtos relacionados
poração uma ou várias sociedades são absorvidas nos incisos I a VIII do § 1º do art. 135 do RIPI/2010.
por outra, que lhes sucede em todos os direitos e Note-se, ainda, que nos termos do art. 11-A da Lei nº
obrigações, devendo todas aprová-la, na forma esta- 9.440/1997, acrescentado pela Lei nº 12.218/2010, é con-
belecida para os respectivos tipos societários. cedido crédito presumido do IPI, no período de 1º.01.2011
A transferência dos incentivos ou benefícios a 31.12.2015, às empresas instaladas ou que venham a
poderá ser concedida após o prazo original para se instalar nas Regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste
habilitação, desde que dentro do período fixado para do País, e que sejam montadoras e fabricantes dos veí-
a sua fruição. culos, partes, peças e componentes, especificados no §
1º do art. 1º da referida Lei, observada a periodicidade
Na hipótese de alteração posterior dos limites e e os multiplicadores inseridos nos diversos incisos do
condições fixados na legislação que institui o incen- referido art. 11-A do diploma legal em referência.
tivo ou o benefício, prevalecerão aqueles vigentes à (Código Civil - Lei nº 10.406/2002, art. 1.116; Lei nº
época da incorporação. 9.440/1997, arts. 1º, § 1º, e 11-A; Lei nº 12.218/2010; RIPI/2010,
arts. 135, § 1º, e 176)
A pessoa jurídica incorporadora fica obrigada,
ainda, a manter, no mínimo, os estabelecimentos N

a IOB Perguntas e Respostas


IPI São requisitos para a habilitação ao Repetro:

Repetro - Habilitação - Requisitos a) apresentação de sistema próprio de controle


informatizado do regime;
1) Quais os requisitos para a habilitação da pes-
soa jurídica no Regime Aduaneiro Especial de Expor- b) comprovação de que a operadora seja contra-
tação e Importação de Bens Destinados às Atividades tada pela União sob o regime de concessão,
de Pesquisa e de Lavra das Jazidas de Petróleo e Gás autorização, cessão ou partilha de produção,
Natural (Repetro)? inclusive quando se tratar de requerimento for-

34-12 RJ Manual de Procedimentos - Ago/2014 - Fascículo 34 - Boletim IOB


Manual de Procedimentos
ICMS - IPI e Outros

mulado para habilitação de pessoa jurídica re- ocasião da aquisição e da revenda do produto, e da
ferida no inciso II do parágrafo único do art. 4º margem de lucro normal nas operações de revenda.
da Instrução Normativa RFB nº 1.415/2013;
(RIPI/2010, art. 195, caput, III, § 2º)
c) prévia adesão ao Domicílio Tributário Eletrôni-
co (DTE), nos termos da Instrução Normativa
SRF nº 664/2006; ICMS/RJ
d) apresentação do requerimento de habilitação,
conforme modelo constante do Anexo II à Ins- Crédito básico - Escrituração em atraso
trução Normativa referida na letra “b”; 3) O contribuinte pode creditar-se do ICMS desta-
e) regularidade fiscal da matriz da pessoa jurídi- cado em documento fiscal que está sendo escriturado
ca quanto aos tributos administrados pela Se- em atraso?
cretaria da Receita Federal do Brasil (RFB) e à
O contribuinte do imposto somente poderá
Dívida Ativa da União administrada pela Procu-
creditar-se do ICMS destacado no documento fiscal
radoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN); e
escriturado fora do prazo, mediante requerimento à
f) regularidade do recolhimento ao Fundo de Ga- repartição fiscal a de sua circunscrição.
rantia do Tempo de Serviço (FGTS).
O pedido deverá ser apresentado com:
O requisito indicado na letra “e” será compro-
vado mediante consulta, nos sistemas da RFB, pela a) identificação completa do requerente e habili-
autoridade administrativa responsável pela análise tação do signatário para postular em nome da
do pedido de habilitação, da existência de Certidão empresa;
Negativa de Débitos (CND) ou de Certidão Positiva b) comprovante do recolhimento da Taxa de Ser-
de Débito com Efeitos de Negativa (CPD-EN) válida, viços Estaduais referente ao pedido de apro-
nos termos do parágrafo único do art. 18 da Lei nº veitamento de crédito a destempo, prevista na
12.844/2013. tabela a que se refere o art. 107 do Decreto-lei
nº 5/1975;
O requisito mencionado na letra “f” será compro- c) cópia dos documentos fiscais relativos a opera-
vado mediante consulta, pela autoridade administra- ção ou prestação que gere o direito ao crédito;
tiva responsável pela análise do pedido de habilitação,
d) indicação do período de apuração em que o
ao sistema da Caixa Econômica Federal.
crédito deveria ter sido aproveitado.
(Resolução SEF nº 6.346/2001, arts. 1º e 2º; RICMS-
A habilitação ao Repetro é dispensada para a -RJ/2000, Livro I, art. 30, § 4º)
fabricante ou a empresa comercial exportadora refe-
rida no caput do art. 10 da Instrução Normativa RFB
nº 1.415/2013. Crédito básico - Estorno
4) Deverá ser estornado o crédito quando a mer-
(Lei nº 12.844/2013, art. 18, parágrafo único; Instru-
ção Normativa SRF nº 664/2006; Instrução Normativa RFB nº cadoria entrada no estabelecimento for objeto de saída
1.415/2013, art. 4º, parágrafo único, II, e art. 6º) não tributada ou isenta?
Sim. O contribuinte efetuará o estorno do cré-
Revendedor autônomo - Preço de revenda - Critério dito sempre que o serviço tomado ou a mercadoria
2) Qual é o valor do preço de revenda de mercado- entrada no seu estabelecimento for objeto de saída ou
ria industrializada pelo revendedor autônomo quando prestação de serviço não tributada ou isenta, sendo
adquirida do estabelecimento industrial? esta circunstância imprevisível na data de entrada da
mercadoria ou da utilização do serviço.
Caso o revendedor autônomo, ambulante ou não,
adquira mercadoria do estabelecimento industrial, Ressalva-se que o contribuinte poderá manter o
ou a ele equiparado, que tenha aplicado na saída o crédito caso a norma que haja concedido o benefício
disposto no art. 195, III, do Regulamento do Imposto expressamente autorize a manutenção do crédito do
sobre Produtos Industrializados (RIPI), o preço de imposto.
revenda do produto não poderá ser superior ao de
aquisição, acrescido dos tributos incidentes por (RICMS-RJ/2000, Livro I, art. 37, I)

Boletim IOB - Manual de Procedimentos - Ago/2014 - Fascículo 34 RJ34-13


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ICMS - IPI e Outros

Crédito básico - Extemporâneo


5) Qual o valor máximo de que o contribuinte pode se apropriar, a título de crédito extemporâneo, sem que
haja necessidade de autorização prévia da repartição fiscal?
Fica dispensado de procedimentos específicos o aproveitamento de crédito extemporâneo que não superar
o valor de R$ 100.000,00.
(Resolução SEF nº 6.346/2001, art. 5º)

34-14 RJ Manual de Procedimentos - Ago/2014 - Fascículo 34 - Boletim IOB

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