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Boletim j

Manual de Procedimentos
Temática Contábil e Balanços
Fascículo No 01/2019

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// Contabilização Veja nos Próximos


Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores. . . . . . . . . . . 01 Fascículos

// Demonstrações Contábeis a Demonstração do Resultado


Balanço Patrimonial . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 03 do Exercício
Demonstrações financeiras obrigatórias. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 05 a Demonstração do Resultado
Abrangente
a Prejuízo apurado no exercício
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Capa:
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Editoração Eletrônica e Revisão:


Editorial SAGE | IOB

0800-724-7900 SAC

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)


(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)

Temática contábil e balanços : contabilização :


imposto sobre a propriedade de veículos
automotores.... -- 15. ed. -- São Paulo : Sage -
IOB, 2019. -- (Coleção manual de procedimentos)

ISBN 978-85-379-3341-1

1. Balanços contábeis 2. Empresas - Contabilidade


I. Série.

18-22819 CDD-658.15
Índices para catálogo sistemático:

1. Administração financeira : Empresas 658.15


2. Análise de balanços : Empresas : Administração
financeira 658.15
3. Balanços : Empresas : Administração financeira
658.15

Iolanda Rodrigues Biode - Bibliotecária - CRB-8/10014

Todos os direitos reservados. É expressamente proibida a reprodução total ou parcial desta obra, por qualquer
meio ou processo, sem prévia autorização do autor (Lei no 9.610, de 19.02.1998, DOU de 20.02.1998).
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Impresso no Brasil
Printed in Brazil
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Manual de Procedimentos
Temática Contábil e Balanços

a Contabilização
Imposto sobre a Propriedade de Veículos 1. QUADRO SINÓTICO
Automotores O Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores
(IPVA) é pago por ocasião da compra de veículo zero qui-
SUMÁRIO
1. Quadro sinótico lômetro e anualmente, de acordo com a legislação de cada
2. IPVA pago na compra de veículo zero quilômetro - custo Estado.
do imobilizado ou despesa?
3. Apropriação do IPVA como custo ou despesa operacional Neste procedimento, discorreremos sobre a contabiliza-
4. Alienação de veículo - Baixa do saldo de IPVA a apropriar ção desse imposto, cujos principais aspectos sintetizamos
5. Aspecto fiscal no quadro a seguir:

Fundamentação legal Pronunciamento Técnico CPC 27; NBC TG 27 (R4); Deliberação CVM nº 583/2009; Resolução CFC nº 1.177/2009.
IPVA - Definição: O IPVA é um imposto estadual que deve ser pago por ocasião da compra de veículo zero quilômetro e também cobrado
anualmente dos proprietários do veículo conforme o ano de aquisição.
O IPVA incorpora ou não o custo de O IPVA não integra o preço de compra do veículo novo, pois, além de não estar incorporado ao preço do veículo, não
aquisição de veículo zero quilômetro? tem qualquer vínculo com a vida útil do bem, sendo necessário incorrer nesse gasto anualmente, o que lhe imprime a
característica de um gasto periódico de manutenção do bem em condições legais de uso.
Classificação como custo ou despe- O IPVA constitui um gasto periódico necessário à manutenção do veículo em condições legais de uso e, assim, deve
sa operacional? ser registrado:
a) como despesa operacional, no caso de veículos utilizados nas áreas administrativas e de vendas; ou
b) como custo da produção, no caso de veículos utilizados na produção de bens ou serviços, como, por exemplo, os
veículos que compõem a frota das empresas transportadoras ou locadoras de veículos.
Baixa do saldo de IPVA a apropriar A pessoa jurídica que vender veículo de sua propriedade deve baixar o saldo correspondente ao bem, remanescente
por ocasião da venda do veículo na conta “IPVA a Apropriar”, no subgrupo de Despesas Pagas Antecipadamente, no Ativo Circulante, contra o resultado
do período, como despesa, uma vez que o imposto pago relativo ao bem vendido não lhe trará benefícios futuros, tendo
perdido, portanto, a condição de ativo.
Aspectos fiscais Importa lembrar, aqui, que qualquer gasto com veículos, inclusive impostos (como é o caso do IPVA), somente será
dedutível, para efeito de apuração do lucro real e da base de cálculo da Contribuição Social sobre o Lucro (CSL)
caso se referir a veículo intrinsecamente relacionado com a produção ou comercialização de bens ou serviços (Lei
nº 9.249/1995, art. 13, III).
Exemplo de contabilização Veja o subtópico 3.1.

2. IPVA PAGO NA COMPRA DE VEÍCULO ZERO Deliberação CVM nº 583/2009 e pela Resolução CFC
QUILÔMETRO - CUSTO DO IMOBILIZADO OU nº 1.177/2009 - NBC TG 27 (R4), transcrito a seguir:
DESPESA? 16. O custo de um item do ativo imobilizado compreende:
Por ocasião da contabilização do IPVA pago no licen- (a) seu preço de aquisição, acrescido de impostos de impor-
ciamento de veículo novo (zero quilômetro), pode ocorrer tação e impostos não recuperáveis sobre a compra, depois de
a seguinte dúvida: esse imposto deve ser registrado como deduzidos os descontos comerciais e abatimentos;
complemento do custo de aquisição do veículo ou como (b) quaisquer custos diretamente atribuíveis para colocar o
despesa operacional? ativo no local e condição necessárias para o mesmo ser capaz
de funcionar da forma pretendida pela administração;
Para responder a essa questão, vejamos, primeiramente,
quais itens devem compor o custo de um bem do Ativo O IPVA, como seu próprio nome indica, incide sobre
Imobilizado, de acordo com o item 16 do Pronunciamento a propriedade, e não sobre a compra. Portanto, não
Técnico CPC 27 - Ativo Imobilizado, recepcionado pela integra o “preço de compra” do bem. Por outro lado, se

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Temática Contábil e Balanços

considerarmos que esse imposto deve estar pago para 1) Pelo registro do pagamento do IPVA:
que o veículo seja devidamente registrado e licenciado
D - IPVA a Apropriar
pelo órgão competente, podemos considerá-lo como um (Ativo Circulante) R$ 30.000,00
gasto necessário para se colocar o veículo em condições C - Bancos Conta Movimento
“legais” de uso. (Ativo Circulante)
- Janeiro R$ 10.000,00
Todavia, existe uma característica do IPVA que, a nosso
ver, dá respaldo técnico à não ativação desse imposto, que - Fevereiro R$ 10.000,00
é a periodicidade em que ele é devido (anualmente). Ou - Março R$ 10.000,00
seja, o imposto pago coloca o veículo em condições legais 2) Pela apropriação mensal do IPVA como custo dos
de uso pelo período de, no máximo, 1 ano; o IPVA pago serviços prestados (R$ 30.000,00 ÷ 12 meses):
no licenciamento de veículo novo é calculado proporcional-
mente aos meses do ano em curso, desde a data da compra D - IPVA
(Conta de Resultado)
até 31 de dezembro.
C - IPVA a Apropriar
Portanto, além de não estar incorporado ao preço do (Ativo Circulante) R$ 2.500,00
veículo, o IPVA não tem qualquer vínculo com a vida útil do Alternativamente, podemos contabilizar o IPVA de
bem, sendo necessário incorrer nesse gasto anualmente, o forma similar aos prêmios de seguro, por meio dos seguin-
que lhe imprime a característica de um gasto periódico de tes registros:
manutenção do bem em condições legais de uso.
1) Pelo reconhecimento do passivo, em janeiro de 20X1:
D - IPVA a Apropriar
3. APROPRIAÇÃO DO IPVA COMO CUSTO OU (Ativo Circulante)
DESPESA OPERACIONAL C - IPVA a Pagar
Conforme comentado no tópico anterior, o IPVA pago (Passivo Circulante) R$ 30.000,00
constitui um gasto periódico necessário à manutenção do 2) Pelo pagamento das parcelas:
veículo em condições legais de uso e, assim, deve ser D - IPVA a Pagar
registrado: (Passivo Circulante) R$ 30.000,00
C - Bancos Conta Movimento
a) como despesa operacional, no caso de veículos (Ativo Circulante)
utilizados nas áreas administrativas e de vendas; - Janeiro R$ 10.000,00
ou
- Fevereiro R$ 10.000,00
b) como custo da produção, no caso de veículos uti-
- Março R$ 10.000,00
lizados na produção de bens ou serviços, como,
por exemplo, os veículos que compõem a frota A apropriação mensal como custo ou despesa será
das empresas transportadoras ou locadoras de feita da forma mostrada no lançamento nº 2 do primeiro
veículos. exemplo de contabilização.
O que pode ser arguido, e com boa justificativa técnica, 4. ALIENAÇÃO DE VEÍCULO - BAIXA DO SALDO DE
é que o IPVA se caracteriza como uma despesa antecipada, IPVA A APROPRIAR
a ser registrada no Ativo Circulante para, mensalmente,
A pessoa jurídica que vender veículo de sua pro-
ser apropriado como despesa operacional ou como custo
priedade deve baixar o saldo correspondente ao bem,
de produção, similarmente aos gastos com o seguro dos
remanescente na conta “IPVA a Apropriar”, no subgrupo
veículos.
de Despesas Pagas Antecipadamente, no Ativo Circulante,
Tecnicamente, esse procedimento é imprescindível contra o resultado do período, como despesa, uma vez que
nos casos em que o IPVA deva ser imputado aos custos da o imposto pago relativo ao bem vendido não lhe trará bene-
produção (como nas empresas prestadoras de serviços de fícios futuros, tendo perdido, portanto, a condição de ativo.
transportes ou locadoras de veículos), para que o dispêndio
seja distribuído, uniformemente, durante o período de com-
4.1 Exemplo
petência, de forma que não distorça os custos. Admita-se que a empresa “A” venda, em 1º.03.20X1,
um veículo de sua propriedade, cujo IPVA pago em par-
3.1 Exemplo cela única em janeiro seja de R$ 1.200,00 e que tenha
saldo remanescente na conta “IPVA a Apropriar”, no Ativo
Admitamos que a “Transportadora Carga Leve Ltda.” Circulante, no valor de R$ 1.000,00.
possua uma frota de 10 caminhões utilizados para a presta-
ção de serviços de transporte de carga. Nesse caso, o lançamento para baixa do saldo rema-
nescente da conta “IPVA” a apropriar seria assim efetuado:
O IPVA de toda a frota, correspondente ao ano de 20X1,
é de R$ 30.000,00 e será pago em 3 parcelas mensais, de D- IPVA
(Conta de Resultado)
R$ 10.000,00 cada uma, de janeiro a março.
C- IPVA a Apropriar
Dessa forma, teremos os seguintes registros contábeis: (Ativo Circulante) R$ 1.000,00

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5. ASPECTO FISCAL caso se referir a veículo intrinsecamente relacionado com


Importa observar que qualquer gasto com veículos, a produção ou comercialização de bens ou serviços (Lei
inclusive impostos (como é o caso do IPVA), somente será nº 9.249/1995, art. 13, III).
dedutível, para efeito de apuração do lucro real e da base
de cálculo da Contribuição Social sobre o Lucro (CSL), N

a Demonstrações Contábeis
Balanço Patrimonial Utilizaremos números: suponhamos que, na data de
levantamento do Balanço, a empresa tenha R$ 2.000,00
1. INTRODUÇÃO de bens e direitos e deva R$ 1.700,00 (obrigações pre-
sentes). Consequentemente, o valor do Patrimônio Líquido
De acordo com o Pronunciamento Conceitual Básico
será R$ 300,00 e o Balanço, em resumo, terá a seguinte
(CPC 00 - R1) - Estrutura Conceitual para Elaboração e
configuração:
Divulgação de Relatório Contábil-Financeiro, do Comitê de
Pronunciamentos Contábeis (CPC): CONFIGURAÇÃO 1
a) o Ativo compreende os recursos controlados pela ATIVO PASSIVO
entidade, como resultado de eventos passados, e Recursos controla- Obrigações presen-
dos pela entidade R$ 2.000,00 tes da entidade R$ 1.700,00
dos quais esta espera que fluam benefícios econô-
Patrimônio Líquido R$ 300,00
micos futuros;
Total do Ativo R$ 2.000,00 Total do Passivo R$ 2.000,00
b) o Passivo compreende as obrigações presentes da
entidade, derivadas de eventos passados, cuja li- No exemplo, o Patrimônio Líquido é positivo (R$ 300,00).
quidação se espera que resulte na saída de recur- Porém, se a empresa tiver um montante de obrigações
sos capazes de gerar benefícios econômicos; maior do que o de bens e direitos, seu Patrimônio Líquido
será negativo. Essa situação, obviamente desfavorável,
c) o Patrimônio Líquido representa o interesse residual
demonstra que, mesmo que a empresa venda todos os seus
nos ativos da entidade depois de deduzidos todos
bens e receba tudo o que tem direito, não terá como pagar
os seus passivos. O Balanço Patrimonial é exata-
suas dívidas com terceiros.
mente a representação gráfica da posição patrimo-
nial e financeira da entidade em determinada data. Suponhamos que, na data de levantamento do Balanço
Estruturalmente, o Balanço se divide em duas colunas: Patrimonial, a empresa tenha bens e direitos no valor de
R$ 800,00 e deva R$ 900,00 (obrigações com terceiros).
a) a da esquerda contém o Ativo; Nesse caso, o valor do Patrimônio Líquido será de - R$ 100,00
b) a da direita contém o Passivo, o qual se divide em (Patrimônio Líquido negativo ou Passivo à Descoberto) e o
duas: Balanço terá a seguinte configuração:
b.1) as obrigações presentes da entidade (o cha- CONFIGURAÇÃO 2
mado Capital de Terceiros); e
ATIVO PASSIVO
b.2) o Patrimônio Líquido (a situação líquida do
Recursos controla- Obrigações presen-
patrimônio ou Capital Próprio). dos pela entidade R$ 800,00 tes da entidade R$ 900,00
Nota Patrimônio Líquido (R$ 100,00)

As disposições constantes do Procedimento Conceitual Básico (CPC Total do Ativo R$ 800,00 Total do Passivo R$ 800,00
00 - R1) - Estrutura Conceitual para Elaboração e Divulgação de Relatório
Contábil-Financeiro foram recepcionadas, no âmbito da Comissão de Valores 3. CLASSIFICAÇÃO DAS CONTAS NO BALANÇO
Mobiliários, por meio da Deliberação CVM nº 675/2011, e no âmbito do Con-
selho Federal de Contabilidade, por meio da Resolução CFC nº 1.374/2011
No Balanço, as contas são classificadas segundo os
(NBC TG - Estrutura Conceitual). elementos do patrimônio que registram e agrupadas de
modo a facilitar o conhecimento e a análise da situação
2. ESTRUTURA DO BALANÇO PATRIMONIAL financeira da empresa.
Examinaremos melhor a estrutura do Balanço
Patrimonial:
3.1 Grupos de contas do Ativo
No Ativo, as contas são dispostas em ordem decres-
ATIVO PASSIVO
cente de grau de liquidez dos elementos nelas registrados,
Recursos controlados pela entidade Obrigações presentes da entidade
nos seguintes grupos (Lei nº 6.404/1976, art. 178, § 1º - com
Patrimônio Líquido redação dada pelo art. 37 da Lei nº 11.941/2009):

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a) Ativo Circulante; e b.4) as embalagens e os bens destinados ao con-


b) Ativo Não Circulante, composto por: Ativo Realizável a sumo da própria empresa (o “almoxarifado”
Longo Prazo, Investimentos, Imobilizado e Intangível. de manutenção, de materiais de limpeza, de
material de escritório, etc.);
3.2 Grupos de contas do Passivo
c) aplicações de recursos em despesas do exercício
No Passivo, as contas são classificadas nos seguintes seguinte;
grupos (Lei nº 6.404/1976, art. 178, § 2º - com redação dada
pelo art. 37 da Lei nº 11.941/2009): II - Ativo Não Circulante:

a) Passivo Circulante; a) Realizável a Longo Prazo:

b) Passivo Não Circulante; e a.1) os direitos realizáveis após o término do exer-


cício seguinte (valores a receber em prazo
c) Patrimônio Líquido, dividido em: mais dilatado, tais como notas promissórias
c.1) Capital Social; decorrentes da venda de bens do Ativo Imobi-
lizado feitas a longo prazo);
c.2) Reservas de Capital;
c.3) Ajustes de Avaliação Patrimonial; a.2) os direitos derivados de vendas, adiantamen-
tos ou empréstimos a sociedades coligadas
c.4) Reservas de Lucros; ou controladas, diretores, acionistas ou parti-
c.5) Ações em Tesouraria; e cipantes no lucro da empresa que não consti-
tuírem negócios usuais na exploração do ob-
c.6) Prejuízos Acumulados.
jeto da empresa;
3.3 Grupos de contas na estrutura do Balanço b) Investimentos:
Partindo daquela estrutura inicial de Balanço que vimos
b.1) as participações permanentes no capital so-
no tópico 2, podemos agora visualizar a distribuição dos cial de outras sociedades (ou seja, o investi-
grupos de contas: mento feito pela empresa ao tornar-se sócia
de outra pessoa jurídica);
ATIVO PASSIVO
b.2) os direitos de qualquer natureza, não classifi-
ATIVO CIRCULANTE PASSIVO CIRCULANTE
cáveis no Ativo Circulante, e que não se des-
ATIVO NÃO CIRCULANTE PASSIVO NÃO CIRCULANTE
tinem à manutenção da atividade da empresa
Realizável a Longo Prazo PATRIMÔNIO LÍQUIDO
(por exemplo: imóveis adquiridos pela empre-
Investimentos Capital Social
sa, mas não destinados ao uso);
Imobilizado Reservas de Capital
Intangível Ajustes de Avaliação Patrimonial c) Imobilizado: os direitos que tenham por objeto
Reservas de Lucros bens corpóreos destinados à manutenção das ati-
Ações em Tesouraria vidades da companhia ou da empresa ou exercidos
Prejuízos Acumulados com essa finalidade, inclusive os decorrentes de
operações que transfiram à companhia os benefí-
3.4 Classificação das contas nos grupos do Ativo cios, riscos e controle desses bens;
No Ativo, as contas são classificadas do seguinte modo:
d) Intangível: os direitos que tenham por objeto bens
I - Ativo Circulante: incorpóreos destinados à manutenção da compa-
nhia ou exercidos com essa finalidade, inclusive o
a) disponibilidades (Caixa, Bancos Conta Movimento, etc.);
fundo de comércio adquirido.
b) direitos (valores a receber, tais como duplicatas), in- (Lei nº 6.404/1976, arts. 178, § 1º, e 179)
clusive estoques, realizáveis até o término do exer-
cício social subsequente (ou seja, durante o ano se-
3.5 Classificação das contas nos grupos do Passivo
guinte àquele a que se refere o Balanço), observan-
do que são classificados no grupo “estoques”: No Passivo, as contas são classificadas do seguinte
modo:
b.1) os bens destinados à fabricação de produtos
(matérias-primas e materiais de consumo in- I - Passivo Circulante: as obrigações da empresa, in-
dustrial); clusive financiamentos para aquisição de bens e di-
reitos do Ativo Não Circulante, cujo vencimento ocor-
b.2) os produtos acabados e os produtos em ela-
rerá no exercício seguinte (aqui, se incluem dívidas
boração no momento do levantamento do Ba-
com fornecedores de mercadorias, matérias-primas,
lanço;
etc., tributos a pagar, aluguel a ser pago, água, ener-
b.3) os bens destinados à revenda (mercadorias); gia elétrica e telefone a pagar, entre outras);

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Temática Contábil e Balanços

II - Passivo Não Circulante: as obrigações da empre- 4. MODELO DE BALANÇO PATRIMONIAL


sa, inclusive financiamentos para aquisição de bens
Apresentamos, a seguir, modelo de Balanço Patrimonial
e direitos do Ativo Não Circulante, cujo vencimento
preenchido com dados e valores meramente ilustrativos:
ocorrerá após o término do exercício seguinte;
Ativo Passivo
III - Patrimônio Líquido:
CIRCULANTE CIRCULANTE
a) a conta do Capital Social (que deve discriminar Disponível Fornecedores
o montante subscrito e, por dedução, a parcela Caixa R$ 1.000,00 Fornecedores Na- R$ 12.000,00
cionais
ainda não realizada pelos sócios ou acionistas);
Bancos Conta R$ 5.000,00 Obrigações Traba-
b) as Reservas de Capital, que são contas que re- Movimento lhistas e Previden-
ciárias
gistram:
Total R$ 6.000,00 Salários e Ordena- R$ 4.200,00
b.1) a contribuição do subscritor de ações que dos a Pagar
Clientes Contribuição Previ- R$ 800,00
ultrapassar o valor nominal e a parte do pre-
denciária a Recolher
ço de emissão das ações sem valor nomi- Duplicatas a Re- R$ 25.000,00 FGTS a Recolher R$ 300,00
nal que ultrapassar a importância destinada ceber
à formação do capital social, inclusive nos Estoques Total R$ 17.300,00
casos de conversão em ações de debêntu- Mercadorias R$ 12.000,00 Obrigações Tribu-
res ou partes beneficiárias; tárias
Materiais de con- R$ 500,00 Impostos e Contri- R$ 2.700,00
b.2) o
 produto da alienação de partes beneficiá- sumo buições a Recolher
rias e bônus de subscrição; TOTAL DO CIRCU-
Total R$ 12.500,00 LANTE R$ 20.000,00
b.3) o resultado da correção monetária do capi- TOTAL DO CIRCU- PATRIMÔNIO LÍ-
tal realizado, enquanto não capitalizado; LANTE R$ 43.500,00 QUIDO
ATIVO NÃO CIRCU-
c) os Ajustes de Avaliação Patrimonial, enquan- LANTE Capital Social
to não computadas no resultado do exercício em Imobilizado Capital Integralizado R$ 15.000,00
obediência ao regime de competência, as con- Edifícios R$ 1.800,00 Reservas de Lucros
trapartidas de aumentos ou diminuições de valor Máquinas e Equipa- Reserva de Lucros a
mentos R$ 2.100,00 Realizar R$ 12.500,00
atribuídos a elementos do Ativo e do Passivo, em
Depreciação Acu- TOTAL DO PATRI-
decorrência da sua avaliação a valor justo, nos mulada de Edifícios (R$ 100,00) MÔNIO LÍQUIDO R$ 27.500,00
casos previstos na Lei das S/A ou em normas ex- Depreciação Acu-
pedidas pela Comissão de Valores Mobiliários; mulada de Máqui-
nas e Equipamentos (R$ 200,00)
d) as Reservas de Lucros, que são as contas cons- TOTAL DO NÃO
tituídas pela apropriação de lucros da empresa; CIRCULANTE R$ 4.000,00
TOTAL GERAL DO TOTAL GERAL DO
e) as Ações em Tesouraria deverão ser destaca- ATIVO R$ 47.500,00 PASSIVO + PL R$ 47.500,00
das no Balanço como dedução da conta do Pa-
Nota
trimônio Líquido que registrar a origem dos recur-
sos aplicados na sua aquisição; No encerramento do exercício social, a conta de “Lucros ou Prejuízos
Acumulados” não deve apresentar saldo positivo. Eventual saldo positivo re-
f) em Prejuízos Acumulados, que é a conta que re- manescente nesta conta deve ser destinado para “Reserva de Lucros”, nos
gistra os resultados negativos acumulados pela em- termos da Lei nº 6.404/1976, arts. 194 a 197, ou distribuído como dividendo
presa ainda não absorvidos por lucros posteriores. (Instrução CVM nº 469/2008, art. 5º).

(Lei nº 6.404/1976, arts. 178, § 2º, e 180 e 182) N

Demonstrações financeiras obrigatórias 7.


8.
Demonstrações financeiras consolidadas
Notas explicativas
9. Pequenas e médias empresas
SUMÁRIO
10. Microempresas e empresas de pequeno porte
1. Quadro sinótico
11. Demonstrações contábeis no Sped Contábil
2. Conceito de demonstrações financeiras 12. Quadro Resumo
3. Demonstrações financeiras obrigatórias segundo a
legislação fiscal 1. QUADRO SINÓTICO
4. Demonstrações obrigatórias segundo a Lei das S/A
5. Demonstrações obrigatórias segundo o pronunciamento Sintetizamos, no quadro sinótico a seguir, os principais
técnico CPC 26 (R1) aspectos relacionados às demonstrações financeiras de
6. Transcrição das demonstrações no livro diário elaboração obrigatória pelas pessoas jurídicas:

Boletim IOB - Manual de Procedimentos - Jan/2019 - Fascículo 01 TC01-05


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Temática Contábil e Balanços

Demonstrações Financeiras ou Não há diferença entre os termos “demonstrações financeiras” e “demonstrações contábeis”. Os dois são utilizados para de-
Contábeis? signar o mesmo conjunto de documentos, como o Balanço Patrimonial e a Demonstração do Resultado do Exercício (DRE).
O primeiro termo é empregado pela Lei nº 6.404/1976 (Lei das S/A), enquanto o segundo, pelas Normas Brasileiras de
Contabilidade (NBC) e Pronunciamentos Técnicos do CPC.

Demonstrações Contábeis - Con- As Demonstrações Contábeis são uma representação estruturada da posição patrimonial e financeira e do desempenho
ceito: da entidade (item 9 do CPC 26 - R1).
Demonstrações Contábeis - Ob- O objetivo das Demonstrações Contábeis é proporcionar informação acerca da posição patrimonial e financeira, do de-
jetivo: sempenho e dos fluxos de caixa da entidade que seja útil a um grande número de usuários em suas avaliações e tomada
de decisões econômicas (item 9 do CPC 26 - R1).
Demonstrações obrigatórias, de O caput do art. 286 do RIR/2018, cuja matriz legal é o § 4º do art. 7º do Decreto-lei nº 1.598/1977 e o art. 18 da Lei
acordo com as disposições da le- nº 7.450/1985, estabelece que as pessoas jurídicas tributadas pelo Imposto de Renda com base no lucro real estão obri-
gislação fiscal gadas a elaborar ao final de cada período-base:
a) Balanço Patrimonial;
b) Demonstração do Resultado do Período de Apuração (nos termos da legislação comercial, DRE; e
c) Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados (DLPA).
Atenção: Os demonstrativos previstos e a escrituração comercial deverão ser entregues em meio digital ao Sistema Pú-
blico de Escrituração Digital - Sped (§ 6º, art. 7º, do Decreto-lei nº 1.598/1977).
Demonstrações obrigatórias, de O art. 176, I a III, da Lei nº 6.404/1976 (Lei das S/A) obriga as companhias em geral (as que estão submetidas à Lei das
acordo com a Lei das S/A S/A) à elaboração das seguintes demonstrações:
a) Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC), exceto as companhias fechadas, com Patrimônio Líquido (PL), na data do
Balanço Patrimonial, inferior a R$ 2.000.000,00;
b) Demonstração do Valor Adicionado (DVA), de elaboração obrigatória somente pelas companhias abertas;
c) Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido (DMPL). Sua elaboração é facultativa, e de acordo com o art. 186,
2º, da Lei nº 6.404/1976, a DLPA poderá ser incluída nessa demonstração;
d) Demonstração do Resultado Abrangente (DRA); e
e) Notas Explicativas (NE) e outros quadros analíticos necessários para esclarecimento da situação patrimonial e do
resultado do exercício.
Demonstrações obrigatórias, se- O item 10 do Pronunciamento Técnico CPC 26 (R1) - Apresentação das Demonstrações Contábeis dispõe que o conjunto
gundo as normas contábeis espe- completo de demonstrações contábeis inclui:
cíficas - Pronunciamento Técnico a) o Balanço Patrimonial;
CPC 26 (R1) b) a DRE;
c) a DRA;
d) a DFC;
e) a DMPL;
f) Balanço Patrimonial do início do período mais antigo, comparativamente apresentado, quando a entidade aplica uma
política contábil retrospectivamente ou procede à reapresentação retrospectiva de itens das demonstrações contábeis,
ou ainda quando procede à reclassificação de itens de suas demonstrações contábeis;
g) a DVA, se exigido legalmente ou por algum órgão regulador ou mesmo se apresentada voluntariamente; e
h) NE, compreendendo um resumo das políticas contábeis significativas e outras informações elucidativas.
Demonstrações obrigatórias, se- No que diz respeito às Pequenas e Médias Empresas (PME), o subitem 3.17 do Pronunciamento Técnico PME - Contabi-
gundo as normas contábeis para lidade para PME, estabelece quais as demonstrações contábeis que elas devem apresentar.
as Pequenas e Médias Empresas a) Balanço Patrimonial, ao final do período;
(Pronunciamento PME) b) DRE;
c) DRA, a qual pode ser apresentada em quadro demonstrativo próprio ou dentro da DMPL;
d) DMPL;
e) DFC;
f) NE, compreendendo o resumo das políticas contábeis significativas e outras informações explanatórias.
Demonstrações obrigatórias, se- A Interpretação Técnica Geral (ITG 1000), aprovada pela Resolução CFC nº 1.418/2012, apresenta um modelo contábil
gundo as normas contábeis e para as Microempresas (ME) e Empresas de Pequeno Porte (EPP).
fiscais para as Microempresas e O item 26 da norma exige, ao final de cada exercício social, a elaboração das seguintes demonstrações contábeis:
Empresas de Pequeno Porte (ITG a) Balanço Patrimonial;
1000) b) DRE; e as
c) NE.
Apesar de não serem obrigatórias para a ME e EPP alcançada pela ITG 1000, o Conselho Federal de Contabilidade (CFC)
estimula a elaboração das demonstrações contábeis:
a) Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC);
b) DRA; e
c) DMPL.
Atenção: A ME e a EPP que não optaram pela adoção da ITG 1000 devem continuar a adotar a NBC TG 1000 ou as
Normas Brasileiras de Contabilidade Técnicas Gerais completas quando aplicável.
Demonstrações obrigatórias, se- As demonstrações contábeis estão inseridas nos seguintes registros da ECD:
gundo o Sped Contábil (Escritura- a) Registro J100 - Balanço Patrimonial;
ção Contábil Digital - ECD) b) Registro J150 - Demonstração de Resultados do Exercício;
c) Registro J210 - Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados e DMPL;
d) Registro J800 - Outras Informações, do tipo:
001 - DRA no Período
002 - DFC
003 - Demonstração do Valor Adicionado
010 - NE
011 - Relatório da Administração
012 - Parecer dos Auditores.

01-06 TC Manual de Procedimentos - Jan/2019 - Fascículo 01 - Boletim IOB


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Temática Contábil e Balanços

NE O § 4º do art. 176 da Lei nº 6.404/1976 determina que as demonstrações financeiras das sociedades por ações devem
ser complementadas por NE e outros quadros analíticos ou demonstrações contábeis necessários para esclarecimento
da situação patrimonial e dos resultados do exercício.
Quais as demonstrações contá- Nesse caso, as empresas devem observar as exigências da legislação pertinente (fiscal ou societária).
beis das empresas obrigadas ao
Sped Contábil?

2. CONCEITO DE DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS de Renda), uma vez que esta, obrigatoriamente, estará
incluída naquela.
As demonstrações financeiras são o conjunto de
informações que devem ser elaboradas pelas empresas e (Lei nº 6.404/1976, art. 186, § 2º)
demais entidades com objetivo de prestar contas e/ou infor-
mar aos sócios ou acionistas, Governo e demais usuários da 5. DEMONSTRAÇÕES OBRIGATÓRIAS SEGUNDO O
informação contábil as reais condições de seu patrimônio. PRONUNCIAMENTO TÉCNICO CPC 26 (R1)
Tais informações, juntamente com outras constantes O item 10 do Pronunciamento Técnico CPC 26 (R1)
das NE às demonstrações financeiras, auxiliam os usuários - Apresentação das Demonstrações Contábeis, cujas dis-
a estimar os resultados futuros e os fluxos financeiros futuros posições foram recepcionadas, no âmbito da Comissão de
da entidade. Valores Mobiliários (CVM), por meio da Deliberação CVM
nº 676/2011, e no âmbito do CFC, por meio da NBC TG 26
3. DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS OBRIGATÓRIAS (R5), dispõe que o conjunto completo de demonstrações
SEGUNDO A LEGISLAÇÃO FISCAL contábeis inclui:
De acordo com o caput do art. 286 do RIR/2018 (cuja a) o Balanço Patrimonial;
matriz é o § 4º do art. 7º do Decreto-lei nº 1.598/1977 e o b) a DRE;
art. 18 da Lei nº 7.450/1985), ao final de cada período-base c) a DRA;
de incidência do Imposto de Renda, as pessoas jurídicas d) a DFC;
submetidas ao regime de tributação com base no lucro e) a DMPL;
real devem apurar o lucro líquido mediante a elaboração,
f) Balanço Patrimonial do início do período mais an-
observando as disposições da lei comercial, das seguintes
tigo, comparativamente apresentado, quando a
demonstrações financeiras:
entidade aplica uma política contábil retrospectiva-
a) Balanço Patrimonial; mente ou procede à reapresentação retrospectiva
b) Demonstração do Resultado do Período de Apura- de itens das demonstrações contábeis ou, ainda,
ção (nos termos da legislação comercial, DRE); quando procede à reclassificação de itens de suas
c) DLPA. demonstrações contábeis;
g) a DVA, se exigido legalmente ou por algum órgão
4. DEMONSTRAÇÕES OBRIGATÓRIAS SEGUNDO A LEI regulador ou mesmo se apresentada voluntaria-
DAS S/A mente; e
O art. 176, I a III, da Lei nº 6.404/1976 (Lei das S/A) h) NE, compreendendo um resumo das políticas con-
obriga as companhias em geral (as que estão submetidas tábeis significativas e outras informações elucidati-
à Lei das S/A) à elaboração das seguintes demonstrações: vas (veja o tópico 8).
a) DFC, exceto as companhias fechadas, com 6. TRANSCRIÇÃO DAS DEMONSTRAÇÕES NO LIVRO
Patrimônio Líquido, na data do Balanço Patrimonial,
DIÁRIO
inferior a R$ 2.000.000,00;
b) DVA, de elaboração obrigatória somente pelas Conforme disposto no item 13 da ITG 2000 (R1) -
companhias abertas; Escrituração Contábil, aprovada pela Resolução CFC
c) DMPL - sua elaboração é facultativa e, de acordo nº 1.330/2011, todas as demonstrações contábeis devem
com o art. 186, § 2º, da Lei nº 6.404/1976, a DLPA ser transcritas no Livro Diário, completando-se com as assi-
poderá ser incluída nesta demonstração; naturas do titular ou do representante legal da entidade e
d) DRA; e do profissional da contabilidade legalmente habilitado. Igual
e) NE e outros quadros analíticos necessários para procedimento deve ser adotado quanto às demonstrações
esclarecimento da situação patrimonial e do contábeis elaboradas por força de disposições legais, con-
resultado do exercício. tratuais ou estatutárias.

4.1 Inclusão da DLPA na DMPL 6.1 Lucro real trimestral e balanço de suspensão ou
redução de estimativa
As empresas que elaborarem e publicarem essa
demonstração estarão dispensadas de apresentar em O balanço ou balancete levantado trimestralmente
separado a DLPA (em atendimento à legislação do Imposto pelas pessoas jurídicas optantes pelo lucro real trimestral

Boletim IOB - Manual de Procedimentos - Jan/2019 - Fascículo 01 TC01-07


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Temática Contábil e Balanços

deve ser transcrito no livro Diário ou, opcionalmente, no Livro sentadas em nenhuma outra parte das demonstra-
de Apuração do Lucro Real (Lalur). No caso de balanço ou ções financeiras;
balancete levantado para efeito de suspensão ou redução c) fornecer informações adicionais não indicadas nas
da estimativa, a transcrição no livro Diário deve ser efetuada próprias demonstrações financeiras e consideradas
até a data fixada para pagamento do imposto do respectivo necessárias para uma apresentação adequada; e
mês. d) indicar:
(RIR/2018, art. 286, § 2º; Instrução Normativa RFB d.1) os principais critérios de avaliação dos ele-
nº 1.700/2017, art. 49, § 4º, II) mentos patrimoniais (especialmente esto-
ques), dos cálculos de depreciação, amorti-
7. DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS CONSOLIDADAS zação e exaustão, de constituição de provi-
As demonstrações financeiras consolidadas, comple- sões para encargos ou riscos, e dos ajustes
mentadas por NE e outros quadros analíticos necessários para atender a perdas prováveis na realiza-
ção de elementos do Ativo;
para esclarecimento da situação patrimonial e dos resulta-
dos consolidados, devem ser elaboradas: d.2) os investimentos em outras sociedades,
quando relevantes;
a) pela companhia aberta que possuir investimento em
d.3) o aumento de valor de elementos do Ativo re-
sociedades controladas (incluindo as sociedades
sultante de novas avaliações;
controladas em conjunto, assim consideradas aque-
las em que nenhum acionista exerce, individualmen- d.4) os ônus reais constituídos sobre elementos
te, os poderes de preponderância nas deliberações do Ativo, as garantias prestadas a terceiros e
sociais e de eleger ou destituir a maioria dos admi- outras responsabilidades eventuais ou contin-
gentes;
nistradores);
d.5) a taxa de juros, as datas de vencimento e as
b) pela sociedade de comando de grupo de socieda-
garantias das obrigações a longo prazo;
des que inclua companhia aberta; e
d.6) o número, as espécies e as classes das ações
c) pela entidade que seja controladora nos termos do
do capital social;
Pronunciamento Técnico CPC 36 (R3).
d.7) as opções de compra de ações outorgadas e
Atualmente, os princípios a serem observados para a exercidas no exercício;
apresentação e a elaboração de demonstrações consolida- d.8) os ajustes de exercícios anteriores; e
das estão disciplinados pelo Pronunciamento Técnico CPC
d.9) os eventos subsequentes à data de encerra-
36 (R3), cujas disposições foram recepcionadas, no âmbito
mento do exercício que tenham, ou possam
da CVM, pela Deliberação CVM nº 698/2012, e no âmbito do
vir a ter, efeito relevante sobre a situação fi-
CFC, por meio da NBC TG 36 (R3).
nanceira e sobre os resultados futuros da
As regras e procedimentos para a elaboração da con- companhia.
solidação de balanços constam do procedimento contábil (Lei nº 6.404/1976, art. 176, §§ 4º e 5º; Lei nº 11.941/2009, art. 37)
Aspectos práticos da consolidação do Balanço Patrimonial
e da DRE. 9. PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS
(Lei nº 6.404/1976, art. 249; Instrução CVM nº 247/1996, arts. 21 No que diz respeito às PEQUENAS E MÉDIAS
e 22) EMPRESAS, o subitem 3.17 do Pronunciamento Técnico
PME - Contabilidade para Pequenas e Médias Empresas,
8. NOTAS EXPLICATIVAS aprovado pela NBC TG 1000 (R1), estabelece o conjunto
O § 4º do art. 176 da Lei nº 6.404/1976 determina que completo de demonstrações contábeis destas empresas,
as demonstrações financeiras das sociedades por ações que são as seguintes:
devem ser complementadas por NE e outros quadros a) Balanço Patrimonial (BP) ao final do período;
analíticos ou demonstrações contábeis necessários para b) DRE do período da divulgação;
esclarecimento da situação patrimonial e dos resultados c) DRA do período de divulgação, a qual pode ser
do exercício. Do mesmo modo, a letra “e” do item 10 do apresentada em quadro demonstrativo próprio ou
Pronunciamento Técnico CPC 26 (R1) inclui as NE entre dentro da DMPL;
os elementos que integram o conjunto das demonstrações d) DMPL para o período da divulgação;
financeiras.
e) DFC para o período da divulgação;
As NE devem: f) NE, compreendendo o resumo das políticas con-
a) apresentar informações sobre a base de prepara- tábeis significativas e outras informações explana-
ção das demonstrações financeiras e das práticas tórias.
contábeis específicas selecionadas e aplicadas É oportuno ressaltar que a DRA, quando apresentada
para negócios e eventos significativos; separadamente, começa com o resultado do período e se
b) divulgar as informações exigidas pelas práticas completa com os itens dos outros resultados abrangentes.
contábeis adotadas no Brasil que não estejam apre- Por outro lado, o subitem 3.18 do Pronunciamento Técnico

01-08 TC Manual de Procedimentos - Jan/2019 - Fascículo 01 - Boletim IOB


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Temática Contábil e Balanços

PME faculta que, caso as únicas alterações no Patrimônio digitais da entidade e do contabilista legalmente habilitado
Líquido derivarem do resultado, de distribuição de lucro, de com registro ativo em Conselho Regional de Contabilidade
correção de erros de períodos anteriores e de mudanças de (CRC).
políticas contábeis, a entidade apresente uma única DLPA,
no lugar da DRA e da DMPL. Na ECD, as demonstrações contábeis constam dos
seguintes registros:
Do mesmo modo, o subitem 3.19 da norma faculta à
entidade que não possuir nenhum item de outro resul- a) Registro J100 - Balanço Patrimonial;
tado abrangente em nenhum dos períodos para os quais b) Registro J150 - Demonstração de Resultados do
as demonstrações contábeis são apresentadas, a apresen- Exercício;
tação apenas da DRE. c) Registro J210 - Demonstração dos Lucros ou Prejuí-
zos Acumulados e DMPL;
10. MICROEMPRESAS E EMPRESAS DE PEQUENO d) Registro J800 - Outras Informações, com os seguin-
PORTE tes códigos:
001 - DRA no Período
No que diz respeito às microempresas (ME) e empresas
002 - DFC
de pequeno porte (EPP), o item 26 da ITG 1000 - Modelo
Contábil para Microempresa e Empresa de Pequeno Porte, 003 - Demonstração do Valor Adicionado
aprovada pela Resolução CFC nº 1.418/2012, estabelece 010 - NE
que, ao final de cada exercício social, a ME e a EPP devem 011 - Relatório da Administração
elaborar as seguintes demonstrações contábeis: 012 - Parecer dos Auditores.
a) BP; A ECD deve ser transmitida ao Sistema Público
b) DRE; e de Escrituração Digital (Sped), instituído pelo Decreto
c) NE. nº 6.022/2007, até o último dia útil do mês de maio do ano
seguinte ao ano-calendário a que se refere a escrituração.
Apesar de não serem obrigatórias para a ME e EPP
As entidades devem observar as formalidades intrínsecas
alcançada pela ITG 1000, o CFC estimula a elaboração das
e extrínsecas de elaboração ou edição do arquivo digital,
seguintes demonstrações contábeis:
disciplinadas pela Instrução Normativa RFB nº 1.774/2017.
a) DFC;
b) DRA; e 12. QUADRO RESUMO
c) DMPL.
Apresentamos, a seguir, um quadro com o resumo das
A ME e a EPP que não optar pela adoção da ITG 1000 demonstrações contábeis obrigatórias a cada tipo societário:
deve continuar a adotar a NBC TG 1000 (R1)ou as Normas
Brasileiras de Contabilidade Técnicas Gerais completas Tipo societário Demonstrações obrigatórias Fundamento legal
quando aplicável. Sociedades anôni- - Balanço Patrimonial; Lei nº 6.404/1976,
mas e sociedades - DRE; art. 176, I a III;
O item 3 da ITG 1000 entende como “Microempresa de grande porte - DRA; RIR/2018, art. 286;
- DFC; Pronunciamento Téc-
e Empresa de Pequeno Porte” a sociedade empresária, a - DVA (exceto as compa- nico CPC 26 (R1),
sociedade simples, a empresa individual de responsabili- nhias fechadas, com Pa- item 10.
dade limitada ou o empresário a que se refere o art. 966 trimônio Líquido inferior a
da Lei nº 10.406/2002 (Código Civil), que tenha auferido, R$ 2.000.000,00);
- DMPL; e
no ano-calendário anterior, receita bruta anual até os limites - NE.
previstos nos incisos I e II do art. 3º da Lei Complementar Pequenas e médias - Balanço Patrimonial; NBC TG 1000 (R1),
nº 123/2006. empresas - Demonstração do Resul- subitem 3.17
tado;
11. D
 EMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS NO SPED - DRA;
- DMPL;
CONTÁBIL - DFC; e
- NE.
O item 9 do Comunicado Técnico CTG 2001, aprovado Empresas de pe- - Balanço Patrimonial; ITG 1.000, item 26
pela Resolução CFC nº 1.299/2010, estabelece que o queno porte - DRE; e
Balanço Patrimonial e demais Demonstrações Contábeis - NE.
de encerramento de exercício devem ser inseridos no Livro
Diário Digital da ECD, completando-se com as assinaturas ◙

Boletim IOB - Manual de Procedimentos - Jan/2019 - Fascículo 01 TC01-09

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