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Boletim j

Manual de Procedimentos
Imposto de Renda
e Legislação Societária
Fascículo No 06/2020

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// Tributos e Contribuições Federais Veja nos Próximos


IRRF Fascículos
Comprovante Anual de Rendimentos Pagos ou Creditados a Pessoa
Jurídica e de Retenção do Imposto de Renda na Fonte . . . . . . . . . . 01
a IRPF e Fonte - Desconto do
CSL/Cofins/PIS-Pasep
imposto sobre rendimentos
Comprovante Anual de Retenção de CSL, Cofins e PIS-Pasep . . . . . 05
pagos a pessoas físicas no
ano-calendário de 2020
// Legislação Societária a IRRF - Comprovante de
Rendimentos Pagos ou
Negócios alheios ou estranhos ao objeto social . . . . . . . . . . . . . . . . 06
Creditados a Pessoa Física e

// IOB Setorial
de Retenção do Imposto de
Renda na Fonte
a Legislação Societária -
Indústria, comércio e serviços
Integralização de capital social
EFD-Contribuições - Método de apropriação de créditos pelo rateio
proporcional. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 08 com títulos de crédito

// IOB Perguntas e Respostas


Dirf
IRRF retido a maior e compensado posteriormente - Informação na
declaração. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10
IRRF retido a maior e devolvido ao beneficiário - Informação na de-
claração . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10
Rendimentos pagos a estagiários - Obrigatoriedade de informação . 10

Dmed
Dados a serem informados na declaração. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10
© 2019 by SAGE | IOB

Capa:
Marketing SAGE | IOB

Editoração Eletrônica e Revisão:


Editorial SAGE | IOB

0800-724-7900 SAC

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)


(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)

Imposto de renda e legislação societária : IRRF :


comprovante anual de rendimentos.... -- 16. ed. --
São Paulo : SAGE - IOB, 2020. -- (Coleção manual de
procedimentos)

ISBN 978-85-379-3568-2

1. Imposto de renda - Leis e legislação -


Brasil I. Série.

19-32285 CDU-34:336.215(81)
Índices para catálogo sistemático:

1. Brasil : Imposto de renda : Direito tributário


34:336.215 (81)

Cibele Maria Dias - Bibliotecária - CRB-8/9427

Todos os direitos reservados. É expressamente proibida a reprodução total ou parcial desta obra, por qualquer
meio ou processo, sem prévia autorização do autor (Lei no 9.610, de 19.02.1998, DOU de 20.02.1998).
Boletim IOB

Impresso no Brasil
Printed in Brazil
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Manual de Procedimentos
Imposto de Renda e Legislação Societária

a Tributos e Contribuições Federais


IRRF 4. Reajustamento dos rendimentos
5. Comprovação do IR fonte para efeito de dedução ou
compensação
Comprovante Anual de Rendimentos 6. Discriminação na DIRF e na DCTF
7. Emissão por meio de processamento de dados
Pagos ou Creditados a Pessoa Jurídica 8. Penalidades
e de Retenção do Imposto de Renda na 9. Modelo preenchido
Fonte 1. QUADRO SINÓTICO
SUMÁRIO
1. Quadro sinótico Relacionamos, no quadro a seguir, os principais
2. Obrigatoriedade e prazo aspectos a serem observados em relação ao compro-
3. Conteúdo e obtenção do formulário vante de rendimentos da pessoa jurídica:

Obrigatoriedade Deverá ser entregue o Comprovante Anual de Rendimentos Pagos ou Creditados a Pessoa Jurídica e de Re-
tenção do Imposto de Renda na Fonte, pelas pessoas jurídicas, inclusive as entidades sem fins lucrativos, que
efetuaram pagamento ou crédito de rendimentos a outras pessoas jurídicas sujeitas à retenção do Imposto de
Renda na Fonte.

Prazo de entrega Deverá ser fornecido à pessoa jurídica beneficiária, em via única, até o último dia útil do mês de fevereiro do
ano-calendário subsequente àquele a que se referirem os rendimentos informados. Portanto, em relação aos
rendimentos pagos ou creditados no ano de 2018, esse comprovante deverá ser fornecido à pessoa jurídica
beneficiária até o dia 28.02.2019.

Penalidades - Falta de fornecimento do comprovante ou inexatidão no seu preenchimento: a pessoa jurídica que deixar de
fornecer às pessoas jurídicas beneficiárias, dentro do prazo mencionado no item 2, ou fornecer com inexatidão
o Comprovante Anual de Rendimentos Pagos ou Creditados a Pessoa Jurídica e de Retenção do Imposto de
Renda na Fonte ficará sujeita ao pagamento da multa de R$ 41,43 por documento.
- Falsidade na informação declarada: a fonte pagadora que prestar informação falsa sobre rendimentos pagos,
deduções ou imposto retido na fonte, bem como aquela que se beneficiar da informação, sabendo ou devendo
saber da sua falsidade, ficará sujeita à multa de 300% sobre o valor indevidamente utilizado, como redução do
Imposto de Renda a pagar ou aumento do imposto a restituir ou a compensar, independentemente de outras
penalidades administrativas ou criminais cabíveis.

Conteúdo da declaração O Comprovante Anual de Rendimentos Pagos ou Creditados a Pessoa Jurídica e de Retenção do Imposto de
Renda na Fonte deverá conter:
a) o nome da empresa e o número de inscrição completo (com 14 dígitos) no CNPJ da fonte pagadora e do
beneficiário;
b) o mês da ocorrência do fato gerador e os valores em reais, inclusive centavos, do rendimento bruto e do
Imposto de Renda retido;
c) o código utilizado no Documento de Arrecadação de Receitas Federais (Darf), com 4 dígitos, e a natureza
do rendimento.
No caso de pessoa jurídica com filiais, as informações relativas ao nome da empresa e ao CNPJ que deverão
constar no comprovante são as do estabelecimento matriz.

Boletim IOB - Manual de Procedimentos - Fev/2020 - Fascículo 06 IR/LS06-01


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Imposto de Renda e Legislação Societária

2. OBRIGATORIEDADE E PRAZO b) o Comprovante Eletrônico de Pagamentos de Serviços Médicos e


de Saúde, a ser entregue pela pessoa jurídica ou equiparada nos
termos da legislação do Imposto de Renda que houver recebido de
Deverá ser entregue o Comprovante Anual de pessoa física pagamentos decorrentes de serviços de saúde e pla-
Rendimentos Pagos ou Creditados a Pessoa Jurídica e nos privados de assistência à saúde durante o ano-calendário, ainda
que em um único mês.
de Retenção do Imposto de Renda na Fonte, pelas pes-
soas jurídicas, inclusive as entidades sem fins lucrativos, (RIR/2018, art. 987; Instrução Normativa SRF nº 119/2000,
arts. 1º, parágrafo único, e 7º; Instrução Normativa RFB
que efetuaram pagamento ou crédito de rendimentos a nº 1.047/2010)
outras pessoas jurídicas sujeitas à retenção do Imposto
de Renda na Fonte.
3. CONTEÚDO E OBTENÇÃO DO FORMULÁRIO

O mencionado comprovante, conforme modelo 3.1 Conteúdo


aprovado pela Secretaria da Receita Federal do O Comprovante Anual de Rendimentos Pagos
Brasil (RFB), deverá ser fornecido à pessoa jurídica ou Creditados a Pessoa Jurídica e de Retenção do
beneficiária, em via única, até o último dia útil do mês Imposto de Renda na Fonte deverá conter:
de fevereiro do ano-calendário subsequente àquele
a que se referirem os rendimentos informados. a) o nome da empresa e o número de inscrição
Portanto, em relação aos rendimentos pagos ou cre- completo (com 14 dígitos) no CNPJ da fonte
ditados no ano de 2019, esse comprovante deverá pagadora e do beneficiário;
ser fornecido à pessoa jurídica beneficiária até o dia
b) o mês da ocorrência do fato gerador e os valo-
28.02.2020.
res em reais, inclusive centavos, do rendimen-
to bruto e do Imposto de Renda retido;
É permitida a disponibilização, por meio da
c) o código utilizado no Documento de Arrecada-
Internet, do comprovante para a pessoa jurídica
ção de Receitas Federais (Darf), com 4 dígi-
que possua endereço eletrônico, ficando dispen-
tos, e a natureza do rendimento.
sado, nesse caso, o fornecimento da via impressa.
Porém, nada obsta que a pessoa jurídica solicite, No caso de pessoa jurídica com filiais, as informa-
sem ônus, o fornecimento da do comprovante ções relativas ao nome da empresa e ao CNPJ que
impresso. deverão constar no comprovante são as do estabele-
Notas cimento matriz.
(1) O formulário apresentado neste texto não serve para informar:
(Instrução Normativa SRF nº 119/2000, art. 2º)
a) rendimentos de aplicações financeiras, para os quais devem ser ob-
servadas normas específicas, estabelecidas na Instrução Normativa
SRF nº 698/2006;
3.2 Como obter o formulário
b) juros remuneratórios do capital próprio, pagos ou creditados a pes-
soas jurídicas, para os quais existe formulário específico, aprovado
pela RFB (Instrução Normativa SRF nº 41/1998), que deve ser forne- O formulário a ser utilizado para informar os ren-
cido até o dia 10 do mês subsequente ao do pagamento ou crédito dimentos é o aprovado pela Instrução Normativa SRF
dos rendimentos;
nº 119/2000 (veja modelo no item 9), o qual poderá ser
c) valores pagos ou creditados a agências de propaganda, por servi- obtido por um dos seguintes meios:
ços de propaganda e publicidade, cujo Imposto de Renda incidente
na fonte é recolhido pela própria agência. Cabe à agência, nesse
caso, fornecer ao anunciante o documento comprobatório com indi- a) elaboração eletrônica (por computador) pela
cação do valor das importâncias pagas e do respectivo Imposto de
Renda recolhido (Instrução Normativa RFB nº 130/1992).
própria fonte pagadora do rendimento, com
todas as informações previstas no modelo ofi-
(2) Além da obrigatoriedade de entrega do Comprovante de rendimen-
tos pagos ou creditados a pessoas físicas e jurídicas decorrentes de aplica- cial, ainda que com leiaute diferente;
ções financeiras (Instrução Normativa SRF nº 698/2006) e do Comprovante
de rendimentos pagos e de Imposto sobre a Renda Retido na Fonte (Instru- b) impressão eletrônica do modelo disponibilizado
ção Normativa SRF nº 119/2000), foram instituídos os seguintes comprovan- no site da RFB (http://receita.economia.gov.br/).
tes eletrônicos (Instrução Normativa RFB nº 1.416/2013):

a) o Comprovante Eletrônico de Rendimentos Pagos e de Imposto so- 4. REAJUSTAMENTO DOS RENDIMENTOS


bre a Renda Retido na Fonte, a ser entregue pela fonte pagadora,
pessoa física ou jurídica, que houver pago a pessoa física rendimen-
tos com retenção do Imposto de Renda na Fonte (IRRF) durante o
Se a fonte pagadora não retiver o imposto inci-
ano-calendário, ainda que em um único mês; dente sobre rendimentos pagos e assumir o respectivo

06-02 IR/LS Manual de Procedimentos - Fev/2020 - Fascículo 06 - Boletim IOB


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Imposto de Renda e Legislação Societária

ônus (pagar o imposto não retido a suas expensas), previstas, dispensada a assinatura ou a chancela
a importância paga ou creditada ao beneficiário do mecânica.
rendimento será considerada líquida, devendo-se
(Instrução Normativa SRF nº 119/2000, art. 6º)
proceder ao reajustamento do rendimento bruto para
efeito de cálculo do imposto devido na fonte.
8. PENALIDADES
Nesse caso, a fonte pagadora deverá informar,
no Comprovante Anual de Rendimentos Pagos ou 8.1 Falta de fornecimento do comprovante ou
Creditados a Pessoa Jurídica e de Retenção do inexatidão no seu preenchimento
Imposto de Renda na Fonte, o valor do rendimento
A pessoa jurídica que deixar de fornecer às
bruto reajustado e o Imposto de Renda devido na
pessoas jurídicas beneficiárias, dentro do prazo
fonte.
mencionado no item 2, ou fornecer com inexatidão
(Parecer Normativo CST nº 2/1980) o Comprovante Anual de Rendimentos Pagos ou
Creditados a Pessoa Jurídica e de Retenção do
5. COMPROVAÇÃO DO IR FONTE PARA EFEITO DE Imposto de Renda na Fonte ficará sujeita ao paga-
DEDUÇÃO OU COMPENSAÇÃO mento da multa de R$ 41,43 por documento.

O Comprovante Anual de Rendimentos Pagos Nota


ou Creditados a Pessoa Jurídica e de Retenção do As multas focalizadas neste subitem e no subitem seguinte serão lan-
çadas e cobradas de ofício, ou seja, por iniciativa do próprio Fisco, ficando,
Imposto de Renda na Fonte é o documento hábil para assim, o infrator dispensado de antecipar o seu pagamento.
comprovar o IRRF deduzido ou compensado com
(Lei nº 8.981/1995, art. 86, § 2º; Instrução Normativa SRF
o valor do IRPJ devido ou a restituir. O contribuinte nº 119/2000, art. 8º)
deverá conservá-lo pelo prazo prescricional, normal-
mente durante os 5 anos seguintes ao da ocorrência
do fato gerador do imposto. 8.2 Falsidade na informação declarada

(RIR/2018, arts. 946 e 988) A fonte pagadora que prestar informação falsa
sobre rendimentos pagos, deduções ou imposto
retido na fonte, bem como aquela que se beneficiar
6. DISCRIMINAÇÃO NA DIRF E NA DCTF
da informação, sabendo ou devendo saber da sua
As informações prestadas no comprovante foca- falsidade, ficará sujeita à multa de 300% sobre o
lizado neste texto devem ser também discriminadas valor indevidamente utilizado, como redução do
pela fonte pagadora: Imposto de Renda a pagar ou aumento do imposto
a restituir ou a compensar, independentemente de
a) na Declaração do Imposto de Renda na Fonte outras penalidades administrativas ou criminais
(Dirf); e cabíveis.
b) na Declaração de Débitos e Créditos Tributá- (Lei nº 8.981/1995, art. 86, § 3º; Instrução Normativa SRF
rios Federais (DCTF). nº 119/2000, art. 9º)
(Instrução Normativa RFB nº 1.599/2015, art. 6º, II; Instru-
ção Normativa SRF nº 119/2000, art. 3º) 9. MODELO PREENCHIDO

7. EMISSÃO POR MEIO DE PROCESSAMENTO DE O Comprovante Anual de Rendimentos Pagos


DADOS ou Creditados a Pessoa Jurídica e de Retenção do
Imposto de Renda na Fonte deverá ser preenchido
A fonte pagadora que optar pela emissão do com- em via única.
provante por meio de processamento automático de
dados poderá adotar modelo diferente do estabele- Segue modelo parcialmente preenchido com
cido, desde que este contenha todas as informações dados hipotéticos:

Boletim IOB - Manual de Procedimentos - Fev/2020 - Fascículo 06 IR/LS06-03


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Imposto de Renda e Legislação Societária

Comprovante Anual de Rendimentos Pagos ou Creditados

N
06-04 IR/LS Manual de Procedimentos - Fev/2020 - Fascículo 06 - Boletim IOB
Manual de Procedimentos
Imposto de Renda e Legislação Societária

CSL/Cofins/PIS-Pasep 2. OBRIGATORIEDADE E PRAZO


O mencionado comprovante, conforme modelo
Comprovante Anual de Retenção de aprovado pela Instrução Normativa SRF nº 459/2004,
CSL, Cofins e PIS-Pasep deve ser fornecido à pessoa jurídica beneficiária até
o último dia útil do mês de fevereiro do ano-calendário
1. INTRODUÇÃO
subsequente àquele a que se referirem os rendimen-
Neste texto, tratamos da entrega, pelas pessoas tos informados. Portanto, o comprovante relativo aos
jurídicas que pagaram rendimentos a outras pessoas
rendimentos pagos em 2019 deverá ser fornecido à
jurídicas sujeitas à retenção de CSL, Cofins e PIS-
pessoa jurídica beneficiária até o dia 28.02.2020.
Pasep, do Comprovante Anual de Retenção de CSL,
Cofins e PIS-Pasep (Lei nº 10.833/2003, art. 30). (Instrução Normativa SRF nº 459/2004, art. 12)

3. MODELO PREENCHIDO
Segue modelo parcialmente preenchido, com dados hipotéticos, do Comprovante Anual de Retenção de CSL,
Cofins e PIS-Pasep (Lei nº 10.833/2003, art. 30).
Comprovante Anual de Retenção

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Imposto de Renda e Legislação Societária

a Legislação Societária
Negócios alheios ou estranhos ao 5. Consequências para o administrador
6. Disposição contratual
objeto social
SUMÁRIO 1. QUADRO SINÓTICO
1. Quadro sinótico
Relacionamos, no quadro a seguir, as principais
2. Objeto social
3. Limites pelo objeto social informações a serem observadas na configuração do
4. Configuração de negócio alheio ou estranho negócio alheio ou estranho ao objeto social:

Por ocasião da sua constituição, as empresas, de um modo geral, devem declarar o ramo de atividade
Objeto social a que se dedicarão. Trata-se da cláusula contratual ou do artigo estatutário que fixa o objeto social da
sociedade.
A partir da fixação contratual ou estatutária do objeto social, é possível, então, analisar a existência de ne-
gócios alheios ou estranhos a ele. Ou seja: o negócio empresarial, para ser tido como alheio ou estranho
Negócios alheios ou estranhos
ao objeto social, deve ser examinado em estrita sintonia com a disposição contratual ou estatutária que
tenha fixado o ramo de atividade.
Da mesma forma que a previsão relativa ao objeto social fixa a área de atuação da sociedade, também
Limites pelo objeto social
limita a ação dos administradores, que deverão cingir-se aos atos necessários à sua consecução.
A importância de configurar o negócio alheio ou estranho ao objeto social reside, sobretudo, na fixação
Configuração do negócio
de responsabilidades dos administradores, considerando-se que, muitas vezes, tais atos ou negócios
alheio ou estranho
revelam-se gravosos, onerando o patrimônio social em flagrante prejuízo para a sociedade.
O administrador que praticar ato ou negócio alheio ou estranho ao objeto social torna-se ilimitadamente
responsável pelos efeitos que dele decorram, por ter agido com flagrante excesso de mandato, transcen-
dendo os limites de sua atuação normal, fixados no contrato ou estatuto.
Tratando-se de sociedade:
Consequências para o admi-
a) limitada e, especialmente, no caso de o negócio haver sido efetivado sem o consentimento dos demais
nistrador
sócios da empresa, o administrador poderá vir a ser destituído, com observância das regras atualmente
estatuídas no Código Civil (Lei nº 10.406/2002); ou
b) anônima, o administrador que praticar ato com violação da lei ou do estatuto será responsabilizado
civilmente pelos prejuízos que causar, nos termos da Lei nº 6.404/1976, art. 158.
Recomenda-se que o contrato ou estatuto social disponham com absoluta clareza sobre:
a) o objeto social da empresa, com adequada especificação das atividades; e
Disposição contratual
b) os limites do exercício da administração pelos administradores, delineando a área de atuação de cada
um e aludindo objetivamente aos atos vedados e à forma de eventual destituição do administrador.

2. OBJETO SOCIAL ou estatuto, a vontade de seus sócios ou acionistas


quanto ao ramo de atividade a ser explorado.
Por ocasião da sua constituição, as empresas, de
um modo geral, devem declarar o ramo de atividade Partindo-se da fixação contratual ou estatutária do
a que se dedicarão. Trata-se da cláusula contratual objeto social, é possível, então, analisar a existência
ou do artigo estatutário que fixa o objeto social da de negócios alheios ou estranhos a ele. Ou seja: o
sociedade. Com base em tal disposição, os sócios negócio empresarial, para ser tido como alheio ou
ou acionistas fixam a área de atuação da empresa e estranho ao objeto social, deve ser examinado em
demarcam o objeto social, ou seja, o campo empresa- estrita sintonia com a disposição contratual ou esta-
rial em que a sociedade irá atuar. tutária que tenha fixado o ramo de atividade. Assim,
é importante salientar que o objeto social fixado de
forma elástica, ou não muito precisa, dificulta a identi-
Não há como admitir objeto social genérico. A
ficação de eventual negócio alheio ou estranho a ele.
legislação em vigor não contempla a existência de
sociedades com objeto indeterminado. Pelo prisma
legal, reside nesse fato a necessidade de estipulação
3. LIMITES PELO OBJETO SOCIAL
clara e precisa do objeto social. Porém, além disso, O objeto social é estruturado e fixado de modo a
a sociedade espelhará, por meio de seu contrato facultar à sociedade a prática de determinados atos

06-06 IR/LS Manual de Procedimentos - Fev/2020 - Fascículo 06 - Boletim IOB


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Imposto de Renda e Legislação Societária

empresariais, o que resulta em restrição quanto a atos relacionar um número gigantesco de ocorrências que
dos administradores que não se harmonizem com o denotam a prática de negócios alheios ou estranhos
objeto proposto. ao objeto social. Basta-nos, contudo, fixar o conceito
da ocorrência, uma vez que sua interpretação segue
Nenhuma estrutura empresarial chega à con- sempre a mesma tônica.
clusão de seu objeto social senão pela prática de
determinados atos a ele afetos por meio de seus 5. CONSEQUÊNCIAS PARA O ADMINISTRADOR
administradores. Entretanto, somente a prática de
tais atos em sintonia com a previsão contratual ou O administrador que praticar ato ou negócio
estatutária do objeto social representará regularidade alheio ou estranho ao objeto social torna-se ilimitada-
administrativa. Da mesma forma que a previsão mente responsável pelos efeitos que dele decorram
relativa ao objeto social fixa a área de atuação da so- por ter agido com flagrante excesso de mandato,
ciedade, também limita a ação dos administradores, transcendendo os limites de sua atuação normal fixa-
os quais devem cingir-se aos atos necessários à sua dos no contrato ou estatuto. Tratando-se de socie-
consecução. dade limitada e, especialmente, no caso de o negó-
cio haver sido efetivado sem o consentimento dos
4. CONFIGURAÇÃO DE NEGÓCIO ALHEIO OU demais sócios da empresa, o administrador poderá
ESTRANHO vir a ser destituído, com observância das regras
estatuídas no Código Civil (Lei nº 10.406/2002). Se
A importância de configurar o negócio alheio a empresa revestir a forma de sociedade anônima, o
ou estranho ao objeto social reside, sobretudo, na administrador que praticar ato com violação da lei ou
fixação de responsabilidades dos administradores, do estatuto será responsabilizado civilmente pelos
considerando-se que, muitas vezes, tais atos ou prejuízos que causar, nos termos do art. 158 da Lei
negócios revelam-se gravosos, onerando o patrimônio
nº 6.404/1976.
social em flagrante prejuízo para a sociedade. A rigor,
a linha divisória entre o ato administrativo próprio à
Ademais, o administrador pode ser destituído
consecução do objeto social e a prática dos negócios
pelo Conselho de Administração da sociedade, nos
impróprios de que cuidamos é basicamente inserida
termos do inciso II do art. 142 da Lei nº 6.404/1976;
no contrato ou estatuto.
se inexistir tal órgão, a destituição far-se-á pela
assembleia geral, consoante o disposto no inciso II do
Tomemos como exemplo uma sociedade cujo
art. 122 da mencionada lei.
objeto social seja a comercialização de materiais de
construção. Os atos administrativos próprios a serem
praticados são, na essência, aqueles tendentes a 6. DISPOSIÇÃO CONTRATUAL
realizar compra e venda de materiais da espécie, Para finalizar, recomenda-se que o contrato ou
além, é claro, das demais atividades pertinentes à estatuto social disponham com absoluta clareza
administração empresarial de modo abrangente. sobre:

Suponhamos, porém, que determinado admi- a) o objeto social da empresa, com adequada
nistrador decida valer-se dos fundos disponíveis em especificação das atividades;
instituição financeira para adquirir e revender, em
nome da sociedade, uma partida de roupas femini- b) os limites do exercício da administração pelos
nas. Teremos, nessa hipótese, um negócio totalmente administradores, delineando a área de atua-
alheio ao objeto social, com aplicação de recursos da ção de cada um e aludindo objetivamente aos
sociedade em operação que não se enquadra em seu atos vedados e à forma de eventual destitui-
objeto. ção do administrador.

Tais providências, seguramente, dissiparão dúvi-


Podemos supor, ainda, a existência de negócio
das sobre a área de atuação dos administradores e
alheio ou estranho ao objeto social que importe, auto-
evitarão dificuldades de aferição da ocorrência de
maticamente, em oneração efetiva ou potencial do
negócios alheios ou estranhos ao objeto social.
patrimônio social, tais como a concessão de fiança ou
aval, em nome da sociedade, a terceiro. Poderíamos N
Boletim IOB - Manual de Procedimentos - Fev/2020 - Fascículo 06 IR/LS06-07
Manual de Procedimentos
Imposto de Renda e Legislação Societária

a IOB Setorial
Indústria, comércio e serviços de custos integrada e coordenada com a es-
crituração; ou
EFD-Contribuições - Método de b) rateio proporcional, aplicando-se aos custos,
apropriação de créditos pelo rateio despesas e encargos comuns a relação per-
centual existente entre a receita bruta sujeita
proporcional à incidência não cumulativa e a receita bruta
1. INTRODUÇÃO total, auferidas em cada mês.
Uma pessoa jurídica pode se submeter parcial- O método eleito pela pessoa jurídica para deter-
mente ao regime de incidência cumulativa e não minação do crédito será aplicado consistentemente
cumulativa para fins de apuração da contribuição por todo o ano-calendário. Na EFD-Contribuições, a
para o PIS-Pasep e da Cofins. opção do método adotado para fins de apropriação
de créditos será demonstrada pela pessoa jurídica no
Nesse caso, a pessoa jurídica deve evidenciar
Registro 0110 - Regimes de Apuração da Contribuição
na EFD-Contribuições o método adotado para fins
Social e de Apropriação de Crédito. Esse registro tem
de apropriação dos créditos em relação aos custos
por objetivo definir o regime de incidência a que se
e despesas comuns a ambos regimes, conforme
submete a pessoa jurídica (não cumulativo, cumula-
demonstramos neste texto.
tivo ou ambos) no período da escrituração.
2. MÉTODO DE APROPRIAÇÃO DE CRÉDITOS PELO
RATEIO PROPORCIONAL Assim, caso seja informado no Registro 0110, no
campo Código indicador da incidência tributária no
Na hipótese de a pessoa jurídica sujeitar-se à período, serão apresentadas três opções, a saber:
incidência não cumulativa da contribuição para o
PIS-Pasep e da Cofins, em relação apenas à parte 1 - Escrituração de operações com incidência ex-
de suas receitas, o crédito será apurado, exclusiva- clusivamente no regime não cumulativo;
mente, em relação aos custos, despesas e encargos 2 - Escrituração de operações com incidência ex-
vinculados a essas receitas. clusivamente no regime cumulativo;
Nesse caso, uma parte dos custos, despesas e 3 - Escrituração de operações com incidência
encargos está vinculada às receitas sujeitas ao regime nos regimes não cumulativo e cumulativo.
não cumulativo, e a outra, ao regime de incidência Se forem indicadas as opções 1 ou 3, deve ser
cumulativa dessas contribuições, devendo o crédito ser preenchido o Código indicador de método de apro-
determinado, a critério da pessoa jurídica, pelo método priação de créditos comuns:
de:
a) apropriação direta, inclusive em relação aos 1 - Método de Apropriação Direta;
custos, por meio de sistema de contabilidade 2 - Método de Rateio Proporcional (Receita Bruta).

06-08 IR/LS Manual de Procedimentos - Fev/2020 - Fascículo 06 - Boletim IOB


Manual de Procedimentos
Imposto de Renda e Legislação Societária

Portanto, se a empresa tiver atividade mista, determinado sobre o valor de aquisição de insumos,
sujeitando parte de suas receitas à tributação da dos custos e das despesas, referentes ao mês de
contribuição para o PIS-Pasep e da Cofins no regime apuração, a relação percentual existente entre os
não cumulativo e parte no cumulativo, e se ela não custos vinculados à receita sujeita à incidência não
tiver sistema de contabilidade de custos integrada cumulativa e os custos totais incorridos no mês,
e coordenada com a escrituração, o crédito será aplicando-se a seguinte fórmula:

Receitas sujeitas ao regime não cumulativo x 100 = Percentual da receita sujeita ao regime não cumulativo
Receita total

Para a efetiva apuração do crédito decorrente presente de que trata o inciso VIII do caput do art. 183 da Lei nº 6.404/76),
reproduzimos a seguir:
de encargos comuns, aplica-se sobre o valor de
aquisição de insumos, dos custos e das despesas, “Art. 12. A receita bruta compreende:

referentes ao mês de apuração, a relação percentual I - o produto da venda de bens nas operações de conta própria;

existente entre os custos vinculados à receita sujeita à II - o preço da prestação de serviços em geral;
III - o resultado auferido nas operações de conta alheia; e
incidência não cumulativa e os custos totais incorridos
no mês. IV - as receitas da atividade ou objeto principal da pessoa jurídica não
compreendidas nos incisos I a III.”

Os valores informados de receita bruta, nos diver- Assim, de acordo com a legislação tributária e os princípios contábeis
básicos, as receitas diversas que não sejam decorrentes da venda de bens e
sos campos do Registro 0111, serão utilizados para serviços nas operações em conta própria ou alheia não se classificam como
fins de rateio na validação ou determinação da base receita bruta, não devendo, dessa forma, serem consideradas para fins de
rateio no Registro 0111.
de cálculo de cada tipo de crédito escriturado nos
Registros M105 (Detalhamento da Base de Cálculo Exemplo: Determinada empresa que tenha por objeto social a venda de
mercadorias (comércio) não deve considerar como receita bruta, para fins do
do Crédito de PIS/PASEP) e M505 (Detalhamento da rateio, por não ser classificadas como tal, entre outras:
Base de Cálculo do Crédito de COFINS), em relação a) as receitas não operacionais decorrentes da venda de ativo imobili-
aos valores escriturados nos Blocos “A”, “C”, “D” e zado;
“F” representativos de operações com direito a crédito b) as receitas não próprias da atividade, de natureza financeira ou não,
de aluguéis de bens móveis e imóveis, etc.;
vinculadas a mais de um tipo de receitas (CST 53, 54, c) as reversões de provisões e recuperações de créditos baixados
55, 56, 63, 64, 65 e 66). como perda que não representem ingresso de novas receitas;
d) o resultado positivo da avaliação de investimentos pelo valor do pa-
Nota trimônio líquido e os lucros e dividendos derivados de investimentos
avaliados pelo custo de aquisição que tenham sido computados
A receita bruta mensal, nos termos da Lei nº 12.973/2014, deve con- como receita.
siderar as receitas tipificadas nos incisos I a IV do art. 12 do Decreto-lei
nº 1.598/1977 (com os seus respectivos valores decorrentes do ajuste a valor N
Boletim IOB - Manual de Procedimentos - Fev/2020 - Fascículo 06 IR/LS06-09
Manual de Procedimentos
Imposto de Renda e Legislação Societária

a IOB Perguntas e Respostas


Dirf Devem ser informados na DMED os valores
recebidos de pessoas físicas em decorrência de
IRRF retido a maior e compensado posteriormente - pagamento pela prestação de serviços médicos e de
Informação na declaração saúde e plano privado de assistência à saúde.
1) Como deve ser informado na Declaração do Im- As pessoas obrigadas à apresentação da DMED
posto de Renda na Fonte (Dirf) o Imposto de Renda devem observar as seguintes orientações:
Retido na Fonte (IRRF) retido a maior do funcionário
a) no caso de valores recebidos em decorrência de
em determinado mês e compensado nos meses sub-
pagamento pela prestação de serviços médicos
sequentes?
e de saúde, devem ser informados: valores pa-
Nesse caso, na Dirf devem ser informados: gos por pessoa física; nome completo e núme-
ro de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas
a) no mês da referida retenção, o valor retido; e (CPF) do responsável pelo pagamento; nome
b) nos meses da compensação, o valor devido do completo e número de inscrição no CPF do be-
imposto ou contribuições, na fonte, diminuído neficiário do serviço. Quando este for menor de
do valor compensado. 18 anos e não tiver CPF, informar nome comple-
(Instrução Normativa RFB nº 1.915/2018, art. 19) to, data de nascimento e o valor pago, em reais;
b) no caso de valores recebidos em decorrência
IRRF retido a maior e devolvido ao beneficiário - de pagamento por plano privado de assistên-
Informação na declaração cia à saúde, contratado sob modalidade indi-
vidual ou familiar, ou coletivo por adesão:
2) Como deve ser informado na Declaração do Im-
b.1) planos individuais ou familiares: nome
posto de Renda na Fonte (Dirf) o Imposto de Renda
completo e número de inscrição no CPF
Retido na Fonte (IRRF) a maior, o qual foi devolvido ao do titular do plano; nome completo e nú-
beneficiário durante o ano-calendário? mero de inscrição no CPF dos dependen-
Nesse caso, deve ser informado na Dirf, no mês tes relacionados ao titular do plano. Se o
em que tenha ocorrido a retenção a maior do IRRF, o dependente do plano de saúde for me-
valor retido diminuído da diferença devolvida. nor de 18 anos e não tiver CPF, informar
nome completo, data de nascimento e o
(Instrução Normativa RFB nº 1915/2019, art. 20) valor anual pago, individualizando as par-
celas relativas ao titular e a cada depen-
Rendimentos pagos a estagiários - Obrigatoriedade dente; os valores reembolsados à pessoa
de informação física beneficiária do plano, individualiza-
dos por beneficiário titular ou dependente
3) Os rendimentos pagos a estagiários devem ser
e por prestador do serviço médico e de
informados na Declaração do Imposto sobre a Renda saúde (que originou o reembolso);
Retido na Fonte (Dirf)?
b.2) planos coletivos por adesão: nome comple-
Sim. A fonte pagadora deve incluir na Dirf todos to e número de inscrição no CPF do titular
os beneficiários, inclusive os estagiários, que sofre- do plano; nome completo e número de ins-
ram retenção do imposto, ainda que em um único mês crição no CPF dos dependentes relaciona-
do ano-calendário, pois a remuneração de estagiários dos ao titular do plano; o valor anual pago,
é tributável como rendimento do trabalho assalariado. individualizando as parcelas relativas ao
titular e a cada dependente; e os valores
(Instrução Normativa RFB nº 1.915/2019, art. 11, II)
reembolsados à pessoa física beneficiária
do plano, individualizados por beneficiário
Dmed titular ou dependente e por prestador do
serviço (que originou o reembolso).
Dados a serem informados na declaração (Instrução Normativa RFB nº 985/2009, art. 4º; Perguntas e
Respostas DMED - Questão nº 6)
4) O que deve ser informado na Declaração de
Serviços Médicos e de Saúde (DMED)? ◙
06-10 IR/LS Manual de Procedimentos - Fev/2020 - Fascículo 06 - Boletim IOB

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