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Manual de Procedimentos
Legislação Trabalhista
e Previdenciária
Fascículo No 37/2020
// IOB Comenta
Empregado que viaja a serviço da empresa - Horas despendidas na
viagem - Recebimento como extras. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11
Capa:
Marketing IOB
0800-724-7900 SAC
ISBN 978-65-5769-051-2
CDU-34:364.3(81)(094)
20-42174 -34:331(81)(094)
Índices para catálogo sistemático:
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Boletim IOB
Impresso no Brasil
Printed in Brazil
Boletim j
Manual de Procedimentos
Legislação Trabalhista e Previdenciária
a Previdência Social
Carência 12. Exercício de atividades em diferentes (ou na mesma)
categorias - Cômputo
SUMÁRIO 13. Reforma previdenciária (EC nº 103/2019) -
1. Quadro sinótico Disciplinamento
2. Definição 1. Quadro sinótico
3. Contagem Neste trabalho, apresentamos as condições
4. Benefícios - Período de carência básicas sobre carência exigidas pela legislação para
5. Trabalhadores rurais concessão dos benefícios previdenciários.
6. Segurados especiais
7. Trabalhador rural - Renda mensal superior a 1 salário- Para se habilitar ao recebimento da maioria
mínimo dos benefícios concedidos pelo Regime Geral de
8. Manutenção/Perda da qualidade de segurado Previdência Social (RGPS), o segurado deve, além de
9. Benefícios que independem de carência outros requisitos, comprovar ter cumprido o período
10. Períodos computados de carência, que varia de acordo com o tipo de bene-
11. Períodos não computados fício a ser concedido.
Tempo correspondente ao número mínimo de contribuições mensais indispensáveis para que o beneficiário (segu-
Definição
rado ou dependente) faça jus ao benefício.
Auxílio-doença
12 contribuições mensais
Aposentadoria por invalidez
10 contribuições mensais para os segurados contribuinte individual, facultativo e es-
pecial, e para os que estiverem em período de manutenção da qualidade de segura-
Salário-maternidade do decorrente dessas categorias.
Períodos de carência Em caso de parto antecipado, será reduzido em número de contribuições equivalen-
tes ao número de meses em que o parto for antecipado.
Aposentadoria por tempo de
contribuição 180 contribuições mensais
Aposentadoria por idade
Auxílio-reclusão 24 contribuições mensais
a) pensão por morte;
b) reabilitação profissional;
c) salário-família;
d) auxílio-acidente;
e) auxílio-doença e aposentadoria por invalidez nos casos de:
Benefícios que inde- - acidente de qualquer natureza ou causa;
pendem de carência - doença profissional ou do trabalho;
- segurado que, após se filiar ao RGPS, seja acometido de alguma das doenças e afecções especificadas em lista
elaborada pelos Ministérios da Saúde e da Economia, atualizada a cada 3 anos, de acordo com os critérios de
estigma, deformação, mutilação, deficiência ou outro fator que lhe confira especificidade e gravidade que mereçam
tratamento particularizado;
f) salário-maternidade para as seguradas empregada, trabalhadora avulsa e empregada doméstica.
Ao segurado que, no somatório de remunerações 3.1 Segurado especial não contribuinte facultativo
auferidas no período de um mês, receber remune- Para o segurado especial, o período de carência
ração inferior ao limite mínimo mensal do salário de é contado a partir do efetivo exercício de atividade
contribuição será garantido: rural, mediante comprovação.
I - complementar a contribuição das competên-
Nota
cias, de forma a alcançar o limite mínimo do
A partir de 1º.01.2023, a comprovação da condição e do exercício da
salário de contribuição exigido; atividade rural do segurado especial ocorrerá, exclusivamente, pelas infor-
mações constantes do Cadastro Nacional de Informações Sociais (CNIS).
II - utilizar o excedente do salário de contribuição
superior ao limite mínimo de uma competência Para o período anterior a 1º.01.2023, o segurado especial comprovará
o tempo de exercício da atividade rural por meio de autodeclaração ratifica-
para completar o salário de contribuição de da por entidades públicas credenciadas, nos termos do disposto no art. 13
outra competência até atingir o limite mínimo; da Lei nº 12.188/2010, e por outros órgãos públicos, na forma prevista no
regulamento.
ou
III - agrupar os salários de contribuição inferiores
3.2 Segurados contribuinte individual, especial e
ao limite mínimo de diferentes competências
facultativo
para aproveitamento em uma ou mais compe-
tências até que estas atinjam o limite mínimo. Para os segurados contribuinte individual, faculta-
tivo e especial:
Notas
(1) Os ajustes de complementação, utilização e agrupamento previstos a) que estejam contribuindo facultativamente,
no parágrafo anterior poderão ser efetivados, a qualquer tempo, por iniciativa optantes pelo recolhimento trimestral, o pe-
do segurado, hipótese em que se tornarão irreversíveis e irrenunciáveis após
processados. ríodo de carência é contado a partir do mês
de inscrição do segurado, desde que efetuado
(2) A complementação de que trata o item I do parágrafo anterior ser
recolhida até o dia 15 do mês subsequente ao da prestação do serviço e, a o recolhimento da primeira contribuição dentro
partir dessa data, com os acréscimos legais. do prazo regulamentar;
(3) Os ajustes de que tratam os itens II e III do parágrafo anterior se- b) na hipótese de perda da qualidade de segu-
rão efetuados na forma indicada ou autorizada pelo segurado, desde que
utilizadas as competências do mesmo ano civil definido no art. 181-E, em
rado, somente serão consideradas, para fins
conformidade com o disposto nos § 27-A a § 27-D do art. 216. de carência, as contribuições efetivadas após
(4) A efetivação do ajuste previsto no item III do parágrafo anterior não
novo recolhimento sem atraso, observado
impede o recolhimento da contribuição referente à competência que tenha o que desde 13.11.2019, para fins de carência
salário de contribuição transferido, em todo ou em parte, para agrupamento
com outra competência a fim de atingir o limite mínimo mensal do salário de
e para aquisição e manutenção da qualida-
contribuição. de de segurado, somente serão consideradas
as competências cujo salário de contribuição (físicos, químicos ou biológicos), que acarrete lesão corporal ou perturbação
funcional que cause a morte, a perda ou a redução permanente ou temporá-
seja igual ou superior ao limite mínimo mensal ria da capacidade laborativa.
do salário de contribuição (veja subtópico 2.1).
(2) Até que seja elaborada a lista de doenças mencionada na letra “c”
do item II, independe de carência a concessão de auxílio incapacidade tem-
3.3 Atividade urbana entre períodos de atividade porária e de aposentadoria por incapacidade permanente ao segurado que,
rural após se filiar ao RGPS, seja acometido por alguma das seguintes doenças:
a) tuberculose ativa;
No caso de comprovação de desempenho de b) hanseníase;
atividade urbana entre períodos de atividade rural, com c) alienação mental;
ou sem perda da qualidade de segurado, poderá ser d) esclerose múltipla;
concedido benefício de aposentadoria por idade ou por e) hepatopatia grave;
invalidez, de auxílio-doença, de auxílio-reclusão ou de f) neoplasia maligna;
pensão, no valor de 1 salário-mínimo (Lei nº 8.213/1991, g) cegueira;
h) paralisia irreversível e incapacitante;
art. 39, inciso I, e art. 48), desde que cumpra o número
i) cardiopatia grave;
de meses de trabalho idêntico à carência relativa ao
j) doença de Parkinson;
benefício, exclusivamente em atividade rural. k) espondiloartrose anquilosante;
l) nefropatia grave;
Na hipótese de períodos intercalados de exercício m) estado avançado da doença de Paget (osteíte deformante);
de atividade rural e urbana, observado o disposto nos n) síndrome da deficiência imunológica adquirida (AIDS);
arts. 159 e 233 da Instrução Normativa INSS nº 77/2015, o) contaminação por radiação, com base em conclusão da medicina
o requerente deverá apresentar um documento de especializada.
de meses de contribuição da tabela progressiva a ser Ressaltamos, ainda, que a Lei nº 13.135/2015 dispõe em seu art. 5º
que os atos praticados com base em dispositivos da Medida Provisória
exigido para efeito de carência será o do ano em que nº 664/2014, portanto, inclusive, os não convertidos em lei, serão revistos e
for preenchido o requisito etário, ainda que cumprido readaptados às suas disposições.
em ano posterior ao que completou a idade, não se
obrigando que a carência exigida seja a da data do 4.5 Auxílio-reclusão
requerimento do benefício.
A concessão do auxílio-reclusão está sujeita ao
cumprimento de carência de 24 contribuições mensais.
O segurado que tiver solicitado a emissão de
Certidão de Tempo de Contribuição (CTC) para
todo o período de vinculação com o RGPS anterior a 5. Trabalhadores rurais
24.07.1991, e reingressar no regime após esta data, Para fins de concessão, ao trabalhador rural, dos
manterá o direito à carência de acordo com a tabela benefícios de aposentadoria por idade ou por invali-
progressiva do art. 142 da Lei nº 8.213/1991. dez, de auxílio-doença, de auxílio-reclusão ou de pen-
são, no valor de 1 salário-mínimo (Lei nº 8.213/1991,
O exercício de atividade rural anterior a novembro art. 39, inciso I, e art. 48), considera-se como período
de 1991 será considerado para a utilização da tabela de carência o tempo de efetivo exercício de atividade
progressiva do art. 142 da Lei nº 8.213/1991. rural, ainda que de forma descontínua (veja nota 1),
O Sistema Prisma do INSS está sendo adequado empregado ou como trabalhador avulso, mesmo que
para permitir que sejam computados para carência os na categoria subsequente, de contribuinte individual
períodos de benefícios por incapacidade (previdenciá- e de empregado doméstico, tenha efetuado reco-
rios e acidentários) intercalados entre períodos de ativi- lhimentos em atraso, inclusive quando se tratar de
dade/contribuição, sem prejuízo das demais exigências retroação de DIC.
para reconhecimento do direito ao benefício requerido.
13. Reforma previdenciária (EC nº 103/2019)
Os requerimentos realizados de acordo com as - Disciplinamento
orientações expressas neste subtópico devem:
A Portaria INSS nº 450/2020 e o Decreto
I - ter o tipo de benefício “001” (ação civil pública); nº 10.410/2020 disciplinaram as alterações constantes
II - ter a informação do número da ACP na Emenda Constitucional nº 103/2019 e, dentre outros
02162497720174025101 (sem pontos, hífen, aspectos, em relação à carência, determinaram que:
barra e UF);
I - fica mantida a carência disciplinada pela Lei
III - ser decididos com despacho normal. nº 8.213/1991, mantendo-se, assim, a exigência
de:
11. Períodos não computados
a) 180 contribuições mensais para as aposen-
Não será computado como período de carência: tadorias programáveis; e
a) o tempo de serviço militar, obrigatório ou vo- b) 12 contribuições para a aposentadoria por
luntário; incapacidade permanente previdenciária
b) o tempo de serviço do segurado trabalhador (antiga aposentadoria por invalidez previ-
rural anterior à competência novembro/1991, denciária), classificada como não progra-
exceto para os benefícios do inciso I do mável;
art. 39 e caput e § 2º do art. 48, ambos da Lei Nota
nº 8.213/1991; De acordo com a Portaria INSS nº 450/2020, com a vigência da EC
nº 103/2019, as aposentadorias por idade e por tempo de contribuição fo-
c) o período de retroação da data de início de ram substituídas por uma única espécie, a aposentadoria programada, da
contribuição (DIC) e o referente à indenização qual derivam a aposentadoria especial e a aposentadoria programada do
professor.
de período, salvo a hipótese prevista no tópico
12 deste procedimento; Para definição da carência das aposentadorias programáveis, deve ser
verificado o direito à aplicação da tabela progressiva prevista no art. 142 da
d) o período indenizado de segurado especial Lei nº 8.213/1991.
posterior a novembro de 1991, exceto para
II - a carência somente será computada quando
os benefícios devidos na forma do inciso I do
o valor da competência recolhida for igual ou
art. 39 da Lei nº 8.213/1991;
superior à contribuição mínima exigida para
e) o período em que o segurado está ou esteve sua categoria, não sendo considerado o reco-
em gozo de auxílio-acidente ou auxílio-suple- lhimento quando for inferior à contribuição mí-
mentar; e nima mensal; e
f) o período de aviso-prévio indenizado. III - na apuração do salário-de-benefício das apo-
sentadorias programáveis poderão ser excluí
12. Exercício de atividades em diferentes
das quaisquer contribuições que resultem em
(ou na mesma) categorias - Cômputo
redução do valor do benefício, desde que
Ressalvado o disposto no art. 150 da Instrução mantida a quantidade de contribuições equi-
Normativa INSS nº 77/2015, será computado para fins valentes ao período de carência e observado
de carência o período em que o segurado tenha exer- o tempo mínimo de contribuição exigidos.
cido atividades na mesma categoria ou em categorias
Nota
diferenciadas como empregado, trabalhador avulso,
Veja também subtópico 2.1.
empregado doméstico e contribuinte individual, e não
tenha ocorrido a perda da qualidade de segurado (Lei nº 8.213/1991, arts. 15, 24, 25, 26, 27, 27-A, 29, 35,
36 e 39; Lei nº 10.666/2003, art. 3º; Lei nº 13.846/2019; Regula-
entre os períodos de atividade. mento da Previdência Social - RPS/1999, aprovado pelo Decre-
to nº 3.048/1999, arts. 13, 14, 19-E, 26, 28, 29 e 30; Instrução
Aplica-se, também, o disposto no parágrafo Normativa INSS nº 77/2015, arts. 145 a 161, Anexo XLV; Portaria
anterior quando for comprovado o recolhimento de INSS nº 450/2020, arts. 2º, 5º, 28 e 37)
contribuição em todo o período, desde a filiação como N
Boletim IOB - Manual de Procedimentos - Set/2020 - Fascículo 37 CT37-09
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Legislação Trabalhista e Previdenciária
a IOB Setorial
Serviços digo ora revogado os denominava “TND” e
os vinculava à Resolução CFN nº 604/2018);
a) os nutricionistas, habilitados na forma da Lei - Anexo I - Considerações gerais sobre o proces-
so disciplinar;
nº 8.234/1991; e
- Anexo II - Glossário.
b) os técnicos da área de alimentação e nutri-
ção, sujeitos ao registro profissional nos ter- (Resoluções CFN nºs 659/2020 e 321/2003)
mos da Resolução CFN nº 227/1999 (o có- N
37-10 CT Manual de Procedimentos - Set/2020 - Fascículo 37 - Boletim IOB
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Legislação Trabalhista e Previdenciária
a IOB Comenta
Empregado que viaja a serviço da Vale ressaltar que os empregados que exercem
atividade externa incompatível com a fixação de
empresa - Horas despendidas na horário de trabalho não estão sujeitos a controle de
viagem - Recebimento como extras jornada e, portanto, não lhes assiste o direito ao rece-
bimento de horas extras.
Não há previsão na legislação trabalhista acerca
do tratamento que deve ser dado às horas despen- Assim, em virtude das divergências existentes,
didas pelo empregado, em viagem a serviço da cabe à empresa, diante da ausência de disposição
empresa. expressa sobre o assunto, adotar um dos critérios
mencionados, lembrando que o empregado, sen-
O entendimento jurisprudencial predominante é tindo-se lesado, poderá provocar a manifestação do
no sentido de considerar como serviço efetivo o tempo Poder Judiciário, ao qual caberá a solução definitiva
durante o qual os empregados permanecem viajando da controvérsia.
por determinação da empresa, tendo em vista que
o despendimento desse tempo se dá em função do Veja algumas decisões judiciais sobre o assunto:
trabalho.
Tempo de locomoção até os clientes não configura traba-
lho extraordinário - A maioria dos trabalhadores urbanos
Assim, se o período trabalhado durante o dia, despende de uma a duas horas de locomoção ida/volta
incluindo o tempo gasto com a viagem, extrapolar a até o local da prestação de serviços. O tempo utilizado
jornada normal de trabalho (em geral, 8 horas diárias para tal fim não está sujeito à remuneração, por tratar-se
e 44 semanais), o excesso deverá ser remunerado de condição sine qua non à própria existência do pacto. A
pretensão despe-se de respaldo jurídico. [...] (TRT 2ª R. -
como extraordinário com o respectivo acréscimo RO 16053200290202008 - (20020644285) - 4ª T. - Rel. Juiz
legal, ou seja, no mínimo, 50% sobre o valor hora Paulo Augusto Camara - DOE SP 11.10.2002)
normal, ou outro percentual mais favorável previsto
Horas extras. Percurso de viagem. Devidas as horas gastas
no documento coletivo de trabalho da categoria pro-
em percurso de viagem, vez que o obreiro ali se encontrava
fissional respectiva (acordo, convenção coletiva ou em obediência a comando ditado pela empresa, numa
sentença normativa). etapa intermediária para cumprimento do objetivo final, que
era o de executar seus serviços nos setores da empresa
localizados em São Paulo. (TRT 12ª R. - RO-V 02600-2004-
Quanto ao período em que os referidos emprega-
002-12-00-1 - (12770/2005) - Florianópolis - 3ª T. - Rel. Juiz
dos permanecem na cidade de destino, sem trabalhar, Gracio Ricardo Barboza Petrone - J. 04.10.2005)
aguardando ordens, as decisões trabalhistas não são
uniformes: Horas extras. Tempo despendido em viagens - Não
demonstrado que o Autor tinha liberdade de escolha dos
a) há entendimentos de que referido intervalo en- horários e dias de viagens, nem evidenciada a não-obriga-
tre jornadas será considerado como tempo à toriedade da viagem durante o período noturno, deve-se
reconhecer como válidos os fatos articulados pelo Autor,
disposição do empregador, devendo, portan- como decidido pela Instância Originária, no sentido de
to, ser remunerado, aplicando-se por analogia que havia determinação da Reclamada para que o Autor
o regime de sobreaviso no serviço ferroviário, se deslocasse durante o horário noturno e, assim, chegar
situação em que tais horas seriam remunera- à localidade do destino no início da manhã, para cumprir
jornada integral de trabalho. [...] (TST - RR 505111 - 1ª T. -
das à razão de 1/3 do salário hora normal; Rel. Min. Emmanoel Pereira - DJU 08.08.2003)
b) há entendimentos em sentido contrário, de
Horas extras em viagens. Sustenta o recorrente que o
que tais períodos sejam considerados apenas deferimento de horas extras nos deslocamentos do recla-
como intervalo para repouso, sem qualquer re- mante para P. Alegre equivale ao deferimento de horas in
muneração. itinere. Aduz que o tempo de deslocamento não pode ser
tido como horário trabalhado. Sem razão. O reclamante
Caso o empregado tenha de pernoitar em hotel, não viajava por seu interesse, mas sim para cumprir
interesse do banco, mesmo que para seu aprimoramento
não há que se falar em horas extras relativas ao
profissional. O tempo de viagem significa horas à dispo-
pernoite, desde que ele não esteja à disposição do sição do empregador, porque dava-se em atendimento a
empregador aguardando ordens. comando do mesmo. Provimento negado. [...] (TRT 4ª R.
- RO 80199.921/99-7 - 8ª T. - Rel. Juiz Conv. Marçal Henri RO 02967-2002 - (20521-2002) - Rel. Juiz Tobias de
Figueiredo - J. 21.08.2003) Macedo Filho - DJ PR 06.09.2002)
[...] Horas extras. Tempo de deslocamento. Todo o tempo Jornada de trabalho. Tempo gasto em viagem. Integração.
gasto em função do trabalho deve ser remunerado. Caso Faz parte integrante da jornada de trabalho do empregado
em que o tempo de viagem, em função do trabalho, o tempo despendido entre o término de suas atividades
é deferido como jornada extraordinária. (TRT 4ª R. - de entrega de mercadorias em outras localidades e a
RO 00716.521/00-8 - 6ª T. - Relª Juíza Conv. Maria Cristina chegada à cidade de onde partiu no início da jornada de
Schaan Ferreira - J. 18.12.2002) trabalho, pois tal período configura tempo à disposição do
empregador, nos termos do disposto no artigo 4º da CLT.
[...] Horas de deslocamento. Tempo à disposição do (TRT 12ª R. - RO-V 00188-2001-021-12-00-0 - (11787/2002)
empregador. Ainda que no período de deslocamento o - Florianópolis - 3ª T. - Relª Juíza Gisele Pereira Alexandrino
reclamante não empreenda sua força de trabalho, neces- - j. 08.10.2002)
sita desse período para cumprir ordens, ou seja, a viagem
é essencial para desempenhar suas atividades em prol da (Constituição Federal/1988, art. 7º, inciso XVI; Consolida-
empresa. Somente efetua viagens por exigência do empre- ção das Leis do Trabalho - CLT, arts. 62, I, e 244, § 2º)
gador, por isso esse tempo deve ser considerado como à
disposição e equivale a serviços prestados. (TRT 9ª R. - N
quais tenha havido contribuição obrigatória ou facul- denciária), foi mantida a carência disciplinada pela Lei
tativa ao Regime Geral de Previdência Social (RGPS), nº 8.213/1991, mantendo-se, assim, a exigência de:
autorizados pela legislação.
a) 180 contribuições mensais - para as aposenta-
(Regulamento da Previdência Social - RPS, aprovado pelo dorias programáveis (antigas aposentadorias
Decreto nº 3.048/1999, arts. 19-C e 26) por idade e por tempo de contribuição); e
b) 12 contribuições mensais - para a aposenta-
Reforma previdenciária - Carência - Não alteração doria por incapacidade permanente (antiga
3) A reforma previdenciária alterou a carência ne- aposentadoria por invalidez).
cessária para as aposentadorias? (Regulamento da Previdência Social - RPS, aprovado pelo
Decreto nº 3.048/1999, art. 29; Portaria INSS nº 450/2020, art. 5º)
Não. Não obstante as alterações decorrentes da
Emenda Constitucional nº 103/2010 (reforma previ- ◙