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Manual de Procedimentos
Legislação Trabalhista
e Previdenciária
Fascículo No 41/2019
// IOB Comenta
Legalidade da jornada flexível ou móvel . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10
Capa:
Marketing SAGE | IOB
0800-724-7900 SAC
ISBN 978-85-379-3506-4
CDU-34:364.3(81)(094)
19-30074 -34:331(81)(094)
Índices para catálogo sistemático:
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meio ou processo, sem prévia autorização do autor (Lei no 9.610, de 19.02.1998, DOU de 20.02.1998).
Boletim IOB
Impresso no Brasil
Printed in Brazil
Boletim j
Manual de Procedimentos
Legislação Trabalhista e Previdenciária
a Trabalhista
Trabalho temporário 17.
18.
Rescisão contratual
Folha de pagamento própria
SUMÁRIO 19. Responsabilidade da tomadora dos serviços
1. Quadro sinótico 20. Benefícios previdenciários - Garantia
2. Definições 21. Proibição de contratação para substituir trabalhadores
3. Caracterização do trabalho temporário em greve
4. Empresa de trabalho temporário - Registro 22. Enquadramento sindical
5. Contrato de trabalho temporário - Prazo 23. Atividades excluídas
6. Contratos - Informações 24. Contratos já em vigor
7. Contrato de experiência - Celebração após término do
contrato temporário
8. Contrato de trabalho temporário - Abrangência - Forma 1. Quadro sinótico
9. Direitos do trabalhador
10. Rescisão por justa causa As relações de trabalho na empresa de trabalho
11. Proibições à empresa de trabalho temporário temporário e na empresa tomadora de serviços são
12. Encargos legais regidas pela Lei nº 6.019/1974, alterada pela Lei
13. Acidente de qualquer natureza nº 13.429/2017.
14. Comprovante de regularidade perante o INSS
15. Fiscalização
16. Vínculo empregatício com a empresa tomadora de Sintetizamos no quadro a seguir os principais
serviços - Inexistência aspectos do trabalho temporário:
Pessoa jurídica registrada no Ministério do Trabalho(*) que tem por fim colocar, temporariamente,
Empresa de trabalho temporário
trabalhadores à disposição de outras empresas.
Pessoa jurídica ou equiparada à pessoa jurídica que celebra contrato de prestação de trabalho
Empresa tomadora
temporário com a empresa de trabalho temporário.
Serviço prestado por pessoa física por meio de empresa de trabalho temporário a outra empresa
Trabalho temporário
(tomadora de serviços).
O trabalho temporário pode ser prestado em duas situações:
- substituição transitória de pessoal permanente da tomadora de serviços;
Finalidade
- demanda complementar de serviços, assim entendida a oriunda de fatores imprevisíveis, ou, se
previsíveis, tenha natureza intermitente, periódica ou sazonal.
Local da prestação dos serviços Na empresa tomadora ou em local por ela indicado.
Vínculo empregatício Não há vínculo de emprego entre o trabalhador temporário e a empresa tomadora dos serviços.
Período de duração Não superior a 180 dias, podendo ser prorrogado por mais 90 dias.
O contrato pode abranger qualquer atividade desenvolvida pela empresa (atividade-meio e ati-
Abrangência
vidade-fim).
O trabalhador temporário tem assegurados os seguintes direitos:
- remuneração equivalente à dos empregados da mesma categoria na empresa contratante;
- jornada normal (até 8 horas diárias e 44 semanais);
- horas extras com adicional de 50%;
- férias proporcionais acrescidas do terço constitucional;
Direitos
- repouso semanal remunerado;
- adicional noturno;
- indenização por dispensa sem justa causa;
- acidente do trabalho;
- proteção previdenciária.
A empresa contratante deve garantir ao trabalhador temporário o mesmo atendimento médico/
Atendimento médico
ambulatorial dispensado aos seus empregados e existente no local da prestação dos serviços.
A empresa contratante deve garantir ao trabalhador temporário a mesma refeição destinada aos
Refeições
seus empregados e existente no local da prestação dos serviços.
Novo contrato com o mesmo empre- O trabalhador que prestou serviços por 270 dias (180 + 90) só poderá ser colocado à disposição
gado da mesma empresa tomadora após decorridos 90 dias do término do contrato anterior.
Não aplicável quando, após o término do trabalho temporário, o trabalhador é contratado pela
Contrato de experiência
empresa tomadora.
O contrato entre a empresa de trabalho temporário e a empresa tomadora deve ficar à disposição
Fiscalização
da fiscalização nas dependências da tomadora.
Subsidiária - Quanto aos direitos trabalhistas referentes ao período da prestação do serviço tem-
porário. O recolhimento da contribuição previdenciária observa a retenção prevista no art. 31 da
Responsabilidade da contratante Lei nº 8.212/1991.
Solidária - No caso de falência da empresa de trabalho temporário, a responsabilidade é solidária
tanto em relação aos direitos trabalhistas como em relação às contribuições previdenciárias.
Atividades excluídas do trabalho tem- O trabalho temporário não se aplica às empresas de vigilância e transporte de valores.
porário
(*) Atualmente, Secretaria Especial de Previdência e Trabalho (SEPRT), do Ministério da Economia.
relação a um mesmo empregado, não poderá exce- b) motivo justificador da demanda de trabalho
der de 180 dias, consecutivos ou não, podendo ser temporário;
prorrogado por mais 90 dias, consecutivos ou não, c) prazo da prestação de serviços;
desde que comprovada a manutenção das condições
d) valor da prestação de serviços;
que ensejaram o contrato.
e) disposições sobre a segurança e a saúde do
O trabalhador temporário que cumprir o período trabalhador, independentemente do local de
de 270 dias (180 + 90) somente poderá ser colocado realização do trabalho.
à disposição da mesma tomadora de serviços em É responsabilidade da empresa contratante
novo contrato temporário, após 90 dias do término garantir as condições de segurança, higiene e salu-
do contrato anterior. A contratação anterior ao prazo bridade dos trabalhadores, quando o trabalho for
mencionado caracteriza vínculo empregatício com a realizado em suas dependências ou em local por ela
tomadora. designado.
(Lei nº 6.019/1974, art. 10, com redação da Lei
nº 13.429/2017) A contratante estenderá ao trabalhador da
empresa de trabalho temporário o mesmo atendi-
6. Contratos - Informações mento médico, ambulatorial e de refeição destinado
aos seus empregados, existente nas dependências
A empresa de trabalho temporário deverá infor- da contratante, ou local por ela designado.
mar ao Ministério do Trabalho (atualmente Secretaria
Especial de Previdência e Trabalho do Ministério da (Lei nº 6.019/1974, art.9º, com redação da Lei
nº 13.429/2017)
Economia - SEPRT), quando solicitada, os dados
necessários ao estudo do mercado de trabalho.
8.2 Entre trabalhador temporário e empresa de
(Lei nº 6.019/1974, arts. 8º e 10) trabalho temporário
O contrato de trabalho celebrado entre empresa
7. Contrato de experiência - Celebração
de trabalho temporário e cada um dos assalariados
após término do contrato temporário colocados à disposição de uma empresa tomadora
A Lei nº 13.429/2017 determinou que não se ou cliente deve ser obrigatoriamente escrito e dele
aplica ao trabalhador temporário, contratado pela devem constar, expressamente, os direitos conferidos
empresa tomadora de serviços, o contrato de aos trabalhadores.
experiência. Dessa forma, se após a prestação do
serviço temporário, a empresa tomadora dos serviços A condição de temporário deve também ser regis-
desejar contratar o trabalhador temporário como seu trada na Carteira de Trabalho e Previdência Social
empregado, deverá fazê-lo mediante contrato a prazo (CTPS) do trabalhador.
indeterminado.
Vale ressaltar que é nula de pleno direito qualquer
(Lei nº 6.019/1974, art. 10, com redação da Lei cláusula de reserva, proibindo contratação do traba-
nº 13.429/2017)
lhador pela empresa tomadora de serviço ou cliente
ao fim do prazo em que tenha sido colocado à sua
8. Contrato de trabalho temporário - disposição.
Abrangência - Forma
(Lei nº 6.019/1974, art.11, com redação da Lei
8.1 Entre empresa de trabalho temporário e nº 13.429/2017)
empresa tomadora
O contrato celebrado pela empresa de trabalho
9. Direitos do trabalhador
temporário e a tomadora de serviços será necessaria- Aos trabalhadores temporários são assegurados
mente escrito, ficará à disposição da autoridade fisca- os seguintes direitos:
lizadora no estabelecimento da tomadora de serviços
a) remuneração equivalente à percebida pelos
e poderá abranger qualquer atividade desenvolvida
empregados de mesma categoria da empresa
pela tomadora, seja atividade-meio ou atividade-fim.
tomadora ou cliente, calculada à base horária,
O contrato deverá conter:
garantida, em qualquer hipótese, a percepção
a) qualificação das partes; do salário-mínimo;
b) jornada normal máxima de 8 horas diárias e -se nos meios jurídicos a discussão acerca da apli-
44 semanais, salvo nas atividades em que a cação do instituto do aviso-prévio ao trabalhador
lei estabeleça jornada menor, remuneradas as temporário.
horas extras, não excedentes de 2, com acrés-
cimo mínimo de 50% (CF/1988, art. 7º, XIII e Tal dúvida se deu em virtude de a CF/1988 deter-
XVI); minar ser direito dos trabalhadores urbanos, entre
c) PIS (cadastramento do trabalhador temporário outros, o aviso-prévio proporcional ao tempo de ser-
e sua inclusão na Rais de responsabilidade da viço, sendo, no mínimo, de 30 dias, nos termos da lei.
empresa de trabalho temporário);
Analisando toda a legislação atinente ao tema,
d) repouso semanal remunerado (RSR);
verificamos:
e) remuneração adicional por trabalho noturno
de, no mínimo, 20% superior em relação à a) a Lei nº 6.019/1974, alterada pela Lei nº
diurna; 13.429/2017, as quais regem a matéria, não
estende a essa classe de trabalhadores o di-
f) vale-transporte;
reito à mencionada verba;
g) férias proporcionais, no caso de despedida
b) o art. 487 da Consolidação das Leis do Traba-
sem justa causa ou término normal do contra-
lho (CLT), c/c art. 7º, XXI, da CF/1988, estipula
to, à razão de 1/12 do último salário percebido,
que, nos contratos a prazo indeterminado, a
acrescido do terço constitucional, por mês tra-
parte que, sem justo motivo, quiser proceder
balhado, considerando-se como mês comple-
à ruptura contratual deverá avisar à outra da
to a fração igual ou superior a 15 dias;
sua resolução com antecedência mínima de
h) Fundo de Garantia do Tempo de Serviço 30 dias.
(FGTS);
i) 13º salário (Gratificação Natalina) correspon- Ante a determinação constitucional acerca do
dente a 1/12 da última remuneração, por mês direito do trabalhador urbano à mencionada verba,
trabalhado, ou fração igual ou superior a 15 quando da promulgação da CF/1988 houve quem
dias, com base na CF/1988, art. 7º, VIII; entendesse que o trabalhador temporário faria jus ao
aviso-prévio, posto que o art. 7º da CF/1988 assegura
j) seguro-desemprego.
tal direito aos trabalhadores urbanos e o trabalhador
Importante (*) temporário está abrangido pela expressão “trabalha-
dores urbanos”, constante do caput do dispositivo
Apesar dos direitos assegurados na CF/1988, constitucional em questão. Argumentavam, ainda,
art. 7º, tais como adicional de 50% por trabalho que o texto constitucional, salvo a questão do empre-
prestado em horário extraordinário, adicional de 1/3 gado doméstico, não estabeleceu qualquer exceção
sobre férias e 13º salário aos trabalhadores urbanos quanto à abrangência da aplicação dos direitos ali
e rurais, há quem entenda que tais direitos não são
relacionados, razão pela qual os trabalhadores tem-
extensíveis aos trabalhadores temporários, em fun-
porários fariam jus ao aviso-prévio na ocorrência de
ção de não haver menção expressa dessa categoria
rescisão antecipada do contrato de trabalho.
no dispositivo constitucional, a exemplo do ocorrido
com os trabalhadores domésticos, avulsos e rurais.
A segunda corrente, predominante, desde a
promulgação da CF/1988, defende posição contrária,
Aos direitos supracitados poderão ser relacio-
nados outros, desde que convencionados contra- ou seja, pela não extensão do direito ao trabalhador
tualmente entre empresa de trabalho temporário e temporário, sob o argumento de que este não foi
empresa tomadora ou cliente. expressamente mencionado no referido art. 7º da
CF/1988, conforme ocorreu com os trabalhadores
(Lei nº 6.019/1974, art. 12) rurais, domésticos e avulsos. Alegam, ainda, os
defensores desta corrente que:
9.1 Aviso-prévio (indevido)
a) os temporários não podem ser caracterizados
Quando da promulgação da atual Constituição como trabalhadores urbanos para os fins de
Federal (CF/1988), ocorrida em 05.10.1988, verificou- aquisição dos direitos relacionados no art. 7º
da CF/1988, uma vez que, se assim o fossem, 40% do FGTS na hipótese de contrato de trabalho tempo-
teriam de ser entendidos como abrangidos rário (Lei nº 6.019/74), que é modalidade de contrato por
prazo determinado, ainda mais, como no caso concreto,
pela expressão “trabalhadores urbanos”, por- em que se observou o prazo de três meses de duração,
tanto, fazendo jus aos direitos relacionados no estabelecido na legislação especial. Recurso de revista
mencionado artigo, também os profissionais de que se conhece e a que se dá provimento. (TST - RR
autônomos, empresários, etc.; 669599/2000.7 - 5ª Turma - Rel. Juiz Conv. Walmir Oliveira
da Costa - DJU 04.08.2006)
b) a CLT, ao estabelecer em seus arts. 481 e 487
o direito ao aviso-prévio, o fez em relação aos Recurso de revista - Contrato de trabalho temporário -
Aviso prévio - O contrato de trabalho temporário é típico
contratos a prazo indeterminado e aos contra- contrato por prazo determinado, por força de definição
tos a prazo determinado com cláusula asse- que se extrai do art. 2º da Lei 6.019/74, não lhe retirando
curatória do direito recíproco de rescisão an- tal característica o fato de não se fixar uma data certa
tecipada, quando esse direito for efetivamente para sua extinção, mas apenas o prazo máximo previsto
legalmente. Assim, não se cogita de aviso prévio mesmo
exercido, uma vez que nessa situação o con- na hipótese de dispensa antecipada, porquanto referido
trato a termo passa a observar as normas apli- direito está assegurado apenas nos contratos por prazo
cáveis aos contratos a prazo indeterminado. O indeterminado, a teor do artigo 487, caput da CLT. Recurso
contrato de trabalho temporário é um contrato conhecido e provido. (TST - RR 709.888/2000.0 - 3ª T. - Rel.
Juiz Conv. Luiz Ronan Neves Koury - DJU 23.06.2006)
por prazo certo, uma vez que, no momento da
sua celebração, o trabalhador já é cientificado Trabalho temporário - Aviso prévio - Segundo a exegese
da data em que o contrato irá encerrar-se. As- que se pode extrair da norma contida no caput do art. 487
da CLT, o aviso prévio é a denúncia do contrato de trabalho
sim sendo, não há de se falar em pré-aviso da por prazo indeterminado, que poderá ser formalizada tanto
sua ruptura, visto já ser esta conhecida previa- pelo empregado quanto pelo empregador. Ora, sendo o
mente; contrato de trabalho temporário modalidade de contrato
por prazo determinado, mostra-se incabível o pleito de
c) o inciso XXI do art. 7º da CF/1988, ao disci- aviso prévio nessa hipótese. Recurso de revista conhecido
plinar o direito do trabalhador ao aviso-prévio e não provido. (TST - RR 392578 - 4ª Turma - Rel. Min. Ives
proporcional ao tempo de serviço, inovou a Gandra Martins Filho - DJU 01.03.2002)
verba em questão apenas no que se refere ao
Trabalho temporário - Aviso prévio - O instituto do aviso
seu período de duração, passando os 30 dias prévio previsto no artigo 487, § 1º, da CLT dirige-se aos
previstos na CLT a serem considerados ape- contratos por prazo indeterminado, sendo incabível o seu
nas o prazo mínimo de concessão. Portanto, deferimento no trabalho temporário (Lei nº 6019/74), que é
modalidade de contrato por prazo determinado. Recurso
não alterou a abrangência da verba, passando de Revista conhecido e negado provimento. (TST - RR
a estendê-la a todos os tipos de contrato de 419312 - 5ª Turma - Rel. Min. Conv. Walmir Oliveira da
trabalho. Costa - DJU 08.02.2002)
Conclui-se, assim, que o aviso-prévio constitucio- ... 2 - Contrato de trabalho temporário - Cláusula assecu-
ratória de rescisão antecipada - Aplicação do art. 481 da
nal é o mesmo previsto na CLT tão somente com o seu CLT - Aviso prévio - Em se tratando de contrato de trabalho
prazo estendido, não se tratando de criação de nova temporário, que é modalidade de contrato por prazo deter-
verba. minado, a existência de cláusula assecuratória do direito
de rescisão antecipada conduz ao direito ao aviso prévio,
se exercida esta faculdade, nos moldes preconizados pelo
De onde se verifica que as determinações da art. 481 da CLT, visto que se transmuda em contrato por
Consolidação sobre o assunto continuam em plena prazo indeterminado. Recurso de revista desprovido. (TST
vigência, o que vale dizer que o aviso-prévio é devido - RR 411114 - 4ª Turma - Rel. Min. Ives Gandra Martins Filho
nos contratos a prazo indeterminado ou no contrato - DJU 01.03.2002)
a prazo determinado com cláusula assecuratória do Contrato temporário - Inexistência de direito a aviso prévio -
direito recíproco de rescisão antecipada, quando este Conforme se extrai do art. 487, caput, da CLT, o aviso prévio
direito for exercido por qualquer das partes. é a denúncia do contrato por prazo indeterminado, fixando
o seu termo final. Assim sendo, é incabível o deferimento
do aviso prévio no contrato temporário, que é modalidade
Transcrevemos, a seguir, algumas decisões judi- de contrato por prazo determinado. Recurso de Revista
ciais acerca do tema: conhecido e não provido. (TST - RR 402647 - 5ª Turma -
Rel. Min. Rider Nogueira de Brito - DJU 09.03.2001 - p. 654)
Recurso de revista - Trabalho temporário - Lei nº 6.019/74
- Aviso prévio - Adicional de 40% do FGTS - Indevidos - Contrato de trabalho temporário - Aviso prévio - Indevido
Indevido o deferimento do aviso prévio e do adicional de - Verificando-se nos autos que as partes litigantes firma-
ram contrato de trabalho temporário, nos termos da lei h) ato de indisciplina ou insubordinação;
nº 6.019/74, e sendo a reclamante dispensada sem justa
causa antes de expirado o termo ajustado, tem-se ser inde- i) abandono do trabalho;
vida a verba de aviso prévio, a qual somente é devida nos j) ato lesivo da honra ou da boa fama praticado
contratos em que não há prazo estipulado (art. 487, CLT)
ou na hipótese de contrato a termo que contiver cláusula no serviço contra qualquer pessoa ou ofensas
assecuratória do direito recíproco de rescisão antes de físicas nas mesmas condições, salvo em caso
expirado o termo ajustado (art. 481, CLT), o que não é o de legítima defesa própria ou de outrem;
caso. Sentença que se altera para excluir da condenação
o aviso prévio. (TRT-19ª Região - ROPS 1596/2009-061-19- k) ato lesivo da honra e boa fama ou ofensas físi-
00.7 - Rel. João Batista - DJe 04.08.2010 - pág. 10) cas praticadas contra superiores hierárquicos,
salvo em caso de legítima defesa própria ou
Contrato de trabalho temporário - Aviso prévio - Indevido -
Estando o contrato de trabalho regido pela Lei nº 6.019/74 de outrem;
resta indevido o pagamento de aviso prévio eis que não l) prática constante de jogo de azar.
está consignado no rol dos direitos assegurados no art. 12
ao trabalhador temporário. (TRT-20ª Região - RO 00849-
2007-006-20-00-7 - Rel. Des. Jorge Antônio Andrade Car- 10.2 Por parte do trabalhador temporário
doso - J. 04.09.2007)
O trabalhador pode considerar rescindido o con-
(Lei nº 6.019/1974, arts. 9º e 12, com redação da trato de trabalho temporário quando:
Lei nº 13.429/2017; CF/1988, art. 7º; CLT, art. 487; Lei
nº 12.506/2011) a) forem exigidos serviços superiores às suas for-
ças, defesos por lei, contrários aos bons cos-
10. Rescisão por justa causa tumes ou alheios ao contrato;
Constituem justa causa para rescisão do contrato b) for tratado pelos seus superiores hierárquicos
do trabalhador temporário os atos e circunstâncias com rigor excessivo;
mencionados na CLT, arts. 482 e 483, ocorrentes c) correr perigo manifesto de mal considerável;
entre trabalhador e empresa de trabalho temporário d) não cumprir a empresa de trabalho temporário
ou entre aquele e a empresa cliente onde estiver as obrigações do contrato;
prestando serviço.
e) praticar a empresa de trabalho temporário ou
a empresa tomadora de serviço ou cliente, ou
10.1 Por parte da empresa seus prepostos, contra ele ou pessoa de sua
São as seguintes razões que constituem justa família, ato lesivo da honra e boa fama;
causa para rescisão do contrato de trabalho tempo- f) for ofendido fisicamente por superiores hierár-
rário pela empresa: quicos da empresa de trabalho temporário ou
a) ato de improbidade; da empresa tomadora de serviço ou cliente, ou
seus prepostos, salvo em caso de legítima de-
b) incontinência de conduta ou mau procedi-
fesa própria ou de outrem;
mento;
c) negociação habitual por conta própria ou g) quando for reduzido seu trabalho, sendo este
alheia, sem permissão da empresa de traba- por peça ou tarefa, de forma a reduzir sensi-
lho temporário ou da empresa tomadora de velmente a importância dos salários;
serviço ou cliente e quando constituir ato de h) falecer o titular de empresa de trabalho tempo-
concorrência a qualquer delas, ou prejudicial rário constituída em firma individual (atualmen-
ao serviço; te empresário individual).
d) condenação criminal do trabalhador, passada
O trabalhador temporário poderá suspender
em julgado, caso não tenha havido suspensão
a prestação dos serviços ou rescindir o contrato,
da execução da pena;
quando tiver de desempenhar obrigações legais
e) desídia no desempenho das respectivas incompatíveis com a continuação do serviço.
funções;
f) embriaguez habitual ou em serviço; Nas hipóteses das letras “d” e “g”, supratrans-
g) violação de segredo da empresa de serviço critas, poderá o trabalhador pleitear a rescisão do
temporário ou da empresa tomadora de servi- seu contrato de trabalho, permanecendo ou não no
ço ou cliente; serviço até final decisão do processo.
a IOB Setorial
Saúde a) para tecnólogo em radiologia: diploma ou cer-
tificado de conclusão de curso e histórico es-
colar, com a data completa (dia, mês e ano)
Registro profissional de tecnólogo
da matrícula no curso e o reconhecimento ou
e técnico em radiologia - Regras - autorização expedido pelo Ministério da Edu-
Alteração cação (MEC);
b) para técnico em radiologia: diploma ou certifi-
O Conselho Nacional de Técnicos em Radiologia
cado de conclusão de curso e histórico esco-
(Conter), entre outras disposições, determinou que
lar, com a data completa (dia, mês e ano) da
o registro profissional de técnicos e tecnólogos
matrícula no curso e portaria de autorização
deverá ser requerido por escrito, junto aos Conselhos
expedida pelo CEE;
Regionais competentes, mediante solicitação de
inscrição do interessado, acompanhada dos seguin- c) comprovante de conclusão de estágio super-
tes documentos, em vias originais e em cópias para visionado e relatório assinado pelo preceptor,
autenticação no Conselho Regional: nos termos da Lei nº 11.788/2008;
d) histórico escolar do ensino médio acompanha- logo em Radiologia, o interessado poderá apresentar
do do certificado de conclusão; declaração de conclusão do respectivo curso e histó-
e) cédula de identidade (RG); rico escolar, emitidos por instituição de ensino. Nesta
hipótese, o profissional obterá seu registro provisório,
f) Cadastro de Pessoa Física (CPF);
sendo-lhe fornecida a devida cédula de identidade
g) certificado de reservista (para homens, até 45 profissional provisória.
anos);
h) comprovante de endereço atualizado (com As inscrições provisórias terão validade de 180
CEP); dias, prorrogáveis por igual período, prazo em que o
i) 2 fotos 3x4, coloridas e recentes. inscrito deverá apresentar o diploma ou certificado de
conclusão do curso e requerer a inscrição definitiva,
Os documentos solicitados poderão ser autenti- sob pena de cancelamento do registro. A prorrogação
cados no próprio Conselho Regional, mediante apre- do prazo se dará mediante a apresentação de nova
sentação dos documentos originais e cópias simples declaração de conclusão de curso, devidamente
dos mesmos (frente e verso). atualizada.
(Resolução Conter nº 14/2019)
No impedimento da apresentação do diploma ou
certificado de conclusão do curso Técnico ou Tecnó- N
a IOB Comenta
Legalidade da jornada flexível ou a fixação deste na dependência da vontade das
partes ou do documento coletivo de trabalho (acordo,
móvel convenção ou sentença normativa) ou, ainda, do
regulamento interno da empresa. Entretanto, o que
Muitas empresas deixam de implantar a jornada normalmente ocorre é a sua fixação por decisão unila-
de trabalho flexível ou móvel para os seus empre- teral do empregador.
gados em virtude das dúvidas existentes acerca da
sua legalidade, das consequências que ela pode Jornada de trabalho flexível ou móvel é aquela
acarretar, bem como das vantagens e desvantagens em que o empregador, previamente, estabelece um
trazidas pela implantação. limite inicial e final do horário de trabalho e os empre-
gados, dentro deste limite, cumprem integralmente a
A determinação da hora inicial e final da jornada sua jornada de trabalho. Por exemplo: o empregador
de trabalho, normalmente, é o período em que o determina que o horário de trabalho seja cumprido
estabelecimento funciona. A legislação trabalhista dentro do período das 8 às 20 horas. No citado pe-
nada dispõe acerca do horário de trabalho, ficando ríodo, o trabalhador cumprirá a sua jornada normal
de até 8 horas diárias, podendo, em determinado dia, Jornada móvel e variável - Invalidade - Entende-se pela inva-
cumprir a jornada das 9 às 18 horas, com uma hora lidade de cláusula prevista em contrato de trabalho que fixa
jornada móvel e variável porque prejudicial ao trabalhador,
de intervalo para almoço; em outro dia, das 10 às 19 pois, embora não exista vedação expressa sobre a prática
horas, e assim sucessivamente. adotada pela requerida, percebe-se que a contratação efe-
tivada visa a que o trabalhador fique sujeito a ato imperativo
do empregador que pode desfrutar do labor de seus empre-
Não há na legislação dispositivo que discipline a gados quando bem entender, em qualquer horário do dia,
implantação desse tipo de jornada (flexível). Dessa pagando o mínimo possível para auferir maiores lucros. Esta
forma, entendemos que o empregador, desde que prática, contratação na qual os trabalhadores ficam à dispo-
sição da empresa durante 44 horas semanais, em que pese
cumpra os requisitos legais, tais como obrigatoriedade esta possa utilizar-se de sua força laborativa por apenas 8
de marcação da hora de entrada e saída, quando for horas semanais, na medida de suas necessidades, é ilegal,
o caso, observância ao limite máximo da jornada, etc., porquanto a empresa transfere o risco do negócio para os
empregados, os quais são dispensados dos seus serviços
poderá optar por implantá-la mediante negociação nos períodos de menor movimento sem nenhum ônus e os
com o sindicato representativo da respectiva catego- convoca para trabalhar nos períodos de maior movimento
ria profissional, por meio de regulamento interno da sem qualquer acréscimo nas suas despesas. Entender o
contrário implicaria desconsiderar as disposições contidas
empresa ou do próprio contrato de trabalho. Assim, nos artigos 4º, caput, e 9º da CLT, que disciplinam o tempo
na contratação, o trabalhador já se submete às condi- à disposição do empregador e nulificam os atos praticados
ções relativas ao cumprimento da jornada estipuladas com o objetivo de desvirtuar ou fraudar os dispositivos regu-
lamentadores da CLT. Recurso de revista conhecido e pro-
nos aludidos documentos.
vido Processo: RR -. 9891900 - 16.2005.5.09.0004. (TRT 1ª
Região - RO 0000657-23.2011.5.01.0027 - 1ª T. - Relª Mery
Para os trabalhadores já contratados, por ocasião Bucker Caminha - DOERJ 01.10.2015)
da implantação da jornada flexível, a empresa deverá Recurso de Revista do Ministério Público do Trabalho
proceder à alteração contratual, mediante aditamento - Ação Civil Pública - Jornada móvel e variável - Invali-
ao contrato de trabalho, observados os requisitos de dade - Entende-se pela invalidade de cláusula prevista
em contrato de trabalho que fixa jornada móvel e variável
validade da alteração previstos no art. 468 da CLT, porque prejudicial ao trabalhador, pois, embora não exista
ou seja, aquiescência do empregado e ausência de vedação expressa sobre a prática adotada pela reque-
prejuízos diretos ou indiretos a ele. rida, percebe-se que a contratação efetivada visa a que o
trabalhador fique sujeito a ato imperativo do empregador
que pode desfrutar do labor de seus empregados quando
Várias são as vantagens, tanto para a empresa bem entender, em qualquer horário do dia, pagando o
como para os empregados, trazidas pela adoção do mínimo possível para auferir maiores lucros. Esta prática,
contratação na qual os trabalhadores ficam à disposição
horário flexível ou móvel. Dentre elas destacamos: da empresa durante 44 horas semanais, em que pese esta
possa utilizar-se de sua força laborativa por apenas 8 horas
a) cumprimento da jornada dentro do horário es- semanais, na medida de suas necessidades, é ilegal,
colhido pelo empregado, o que lhe possibilita porquanto a empresa transfere o risco do negócio para os
atender, sem prejuízo do trabalho, às necessi- empregados, os quais são dispensados dos seus serviços
dades familiares e pessoais; nos períodos de menor movimento sem nenhum ônus e os
convoca para trabalhar nos períodos de maior movimento
b) maior satisfação do trabalhador, o que gera sem qualquer acréscimo nas suas despesas. Entender o
melhor produtividade e, por consequência, contrário implicaria desconsiderar as disposições contidas
nos artigos 4º, caput, e 9º da CLT, que disciplinam o tempo
maiores oportunidades de lucros; à disposição do empregador e nulificam os atos praticados
c) melhoria no relacionamento entre empregado, com o objetivo de desvirtuar ou fraudar os dispositivos
regulamentadores da CLT. Recurso de revista conhecido
empregador e chefias; e provido. (TST - RR 98919/2005-004-09-00.4 - Relª Minª
d) acentuada diminuição de ausências ao traba- Dora Maria da Costa - DJe 25.02.2011 - p. 1950)
lho, atrasos e saídas antecipadas. Jornada de trabalho móvel - Validade - Inexistindo demons-
tração de vício de consentimento, no sentido de que o
Em contrapartida, a adoção desse tipo de flexibi- empregado foi coagido a assinar o contrato de trabalho,
que prevê a jornada móvel, não se pode falar em nulidade.
lização de jornada pode trazer para a empresa uma O horário móvel não contraria o inciso XIII do artigo 7º da
dificuldade maior na verificação do efetivo cumpri- Lei Maior. A Lei não veda a jornada móvel e variável. As
mento da jornada por parte dos empregados. convenções coletivas, de modo geral, não proíbem a jor-
nada móvel e variável. Logo, aquilo que não é proibido, é
permitido. Fraude não se presume, deve ser provada. (TRT
Reproduzimos, a seguir, algumas decisões judi- 2ª Região - RO 11576 - (20040000529) - 3ª Turma - Rel. Juiz
ciais relativas ao tema: Sérgio Pinto Martins - DOE SP 20.01.2004)