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Manual de Procedimentos
Legislação Trabalhista
e Previdenciária
Fascículo No 44/2019
Férias coletivas
Afastamentos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16
Concessão. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16
Regras gerais. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17
Resíduo. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17
© 2019 by SAGE | IOB
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Marketing SAGE | IOB
0800-724-7900 SAC
ISBN 978-85-379-3518-7
CDU-34:364.3(81)(094)
19-30707 -34:331(81)(094)
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Impresso no Brasil
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Boletim j
Manual de Procedimentos
Legislação Trabalhista e Previdenciária
a Trabalhista
Férias coletivas 1. Quadro sinótico
SUMÁRIO Muitas empresas, em virtude, por exemplo, do
1. Quadro sinótico aumento de seus estoques, motivado pela diminuição
2. Conceito do volume de vendas, precisam paralisar ou diminuir
3. Fracionamento/Duração
a sua atividade produtiva, visando dar vazão aos
4. Concessão - Requisitos
5. Empregados afastados da atividade produtos estocados ou enfrentar períodos de desa-
6. Empregados com menos de 12 meses de serviço quecimento comercial.
7. Empregados com 12 ou mais meses de serviço
8. Licença remunerada - Consequências Nesse cenário, as férias coletivas se apresentam
9. Anotações como a solução mais indicada, tendo em vista que,
10. Abono pecuniário além de atenderem às necessidades empresariais,
11. Remuneração
12. Incidências
quitam direitos trabalhistas dos empregados.
13. Penalidades - Multas
14. Modelos e formulários próprios Sintetizamos, no quadro a seguir, os principais
15. Jurisprudência aspectos das férias coletivas:
4.3 Contrato de trabalho por prazo determinado - dade, cujos contratos de trabalho foram suspensos
Lei nº 9.601/1998 ou interrompidos, não gozarão as férias coletivas com
os demais empregados.
Nos termos da Lei nº 9.601/1998, as convenções
e os acordos coletivos de trabalho poderão dispor
sobre o contrato de trabalho por prazo determinado, Assim, os empregados afastados por motivo de
observando, contudo, que no período de 60 meses auxílio-doença, licença-maternidade, prestação de
(de 22.01.1998 a 21.02.2003), ficaram reduzidas: serviço militar, licença remunerada ou não, etc. contin-
uam normalmente a usufruir o benefício ou a situação
I - em 50% de seu valor vigente em 1º.01.1996,
trabalhista em que se encontram fora do exercício da
as alíquotas das contribuições sociais desti-
atividade na empresa, salvo se o afastamento terminar
nadas:
antes da paralisação das atividades da empresa.
a) ao Serviço Social da Indústria (Sesi);
b) ao Serviço Social do Comércio (Sesc);
Caso o afastamento se encerre no curso das
c) ao Serviço Social do Transporte (Sest); férias coletivas e não havendo condições de retorno
d) ao Serviço Nacional de Aprendizagem do empregado ao trabalho (por exemplo, paralisação
Industrial (Senai); total das atividades empresariais), este será consid-
e) ao Serviço Nacional de Aprendizagem erado em licença remunerada.
Comercial (Senac);
f) ao Serviço Nacional de Aprendizagem EXEMPLO DE EMPREGADOS AFASTADOS DA
do Transporte (Senat); ATIVIDADE NO CURSO DAS FÉRIAS COLETIVAS
g) ao Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e 1) Supondo que a empresa conceda férias cole-
Pequenas Empresas (Sebrae); tivas de 15 dias aos empregados no período
h) ao Instituto Nacional de Colonização e de 1º a 15.10.2019, e no citado período uma
Reforma Agrária (Incra); empregada encontre-se afastada por licença-
i) ao salário-educação e ao financiamento -maternidade, temos a seguinte situação:
do seguro de acidente do trabalho; e - dias considerados como férias coletivas: 15
II - a 2%, a alíquota para o Fundo de Garantia do dias (1º a 15.10.2019);
Tempo de Serviço (FGTS), de que trata a Lei - período da licença-maternidade de 120 dias
nº 8.036/1990. (02.09 a 30.12.2019): a empregada, no caso,
Desde 22.02.2003, embora a empresa possa não entrou no gozo de férias coletivas e con-
continuar firmando contrato de trabalho por prazo tinuou afastada pela licença-maternidade.
determinado nos termos da Lei nº 9.601/1998, não há 2) Supondo que uma empregada afastada por
mais redução de alíquotas, voltando estas aos seus licença-maternidade retorne em 22.10.2019,
percentuais integrais. sabendo-se que a empresa concedeu férias
Assim, destaca-se que, observadas as condi- coletivas aos empregados no período de 14 a
ções anteriormente estabelecidas na modalidade 23.10.2019, tivemos a seguinte situação:
de contrato por prazo determinado com redução de -
data do retorno da licença-maternidade:
encargos, são normalmente aplicáveis as normas 21.10.2019;
relativas às férias dos empregados constantes na
- dias considerados como licença remunera-
CLT, inclusive com o acréscimo de 1/3 da Constituição
da: 3 dias (21 a 23.10.2019). A empregada
Federal de 1988 (CF/1988).
recebeu 3 dias de licença remunerada, pois
(CLT, arts. 58-A, 135, § 2º, e 139, §§ 2º e 3º; Lei Comple- não houve possibilidade de retorno ao traba-
mentar nº 123/2006, com as alterações da Lei Complementar
nº 127/2007, art. 51, II e V, art. 52, I; Lei nº 9.601/1998, com lho em função da paralisação das atividades
as alterações da Medida Provisória nº 2.164-41/2001, da empresa.
art. 10, regulamentada pelo Decreto nº 2.490/1998; Portaria MTb
nº 207/1998)
6. Empregados com menos de 12 meses de
5. Empregados afastados da atividade serviço
Os empregados que, no curso das férias coleti- Esses empregados gozam, na oportunidade,
vas, estiverem afastados provisoriamente da ativi- férias proporcionais, conforme tabela adiante, ini-
ciando-se novo período aquisitivo a contar do primeiro Caso as condições de trabalho não permitam o
dia de gozo. retorno antecipado do empregado ao serviço em rela-
ção aos demais, o período de gozo das férias coleti-
Em outras palavras, referidos empregados, por
vas excedente ao direito adquirido será considerado
ocasião das férias coletivas concedidas pelo empre-
gador, gozam férias proporcionais relativas ao período licença remunerada.
de vigência dos respectivos contratos individuais de
trabalho, calculadas na proporção de 1/12 por mês de 6.1 Cálculo - Tabelas práticas
serviço ou fração superior a 14 dias, de 30, 24, 18 ou
12 dias, conforme a quantidade de faltas injustificadas Elaboramos as tabelas práticas de férias propor-
no curso do período aquisitivo, remuneradas com 1/3 cionais a seguir, nos termos da CLT, art. 130 e, por
a mais que o salário normal. analogia, do art. 58-A.
FÉRIAS PROPORCIONAIS - JORNADA DE 220 HORAS MENSAIS
Faltas injustificadas 30 dias/220h (até 5 faltas 24 dias/176h (de 6 a 14 18 dias/132h (de 15 a 23 12 dias/88h (de 24 a 32
Proporcionalidade injustificadas) faltas injustificadas) faltas injustificadas) faltas injustificadas)
1/12 2,5 dias ou 18h20min 2 dias ou 14h40min 1,5 dia ou 11h 1 dia ou 7h20min
2/12 5 dias ou 36h40min 4 dias ou 29h20min 3 dias ou 22h 2 dias ou 14h40min
3/12 7,5 dias ou 55h 6 dias ou 44h 4,5 dias ou 33h 3 dias ou 22h
4/12 10 dias ou 73h20min 8 dias ou 58h40min 6 dias ou 44h 4 dias ou 29h20min
5/12 12,5 dias ou 91h40min 10 dias ou 73h20min 7,5 dias ou 55h 5 dias ou 36h40min
6/12 15 dias ou 110h 12 dias ou 88h 9 dias ou 66h 6 dias ou 44h
7/12 17,5 dias ou 128h20min 14 dias ou 102h40min 10,5 dias ou 77h 7 dias ou 51h20min
8/12 20 dias ou 146h40min 16 dias ou 117h20min 12 dias ou 88h 8 dias ou 58h40min
9/12 22,5 dias ou 165h 18 dias ou 132h 13,5 dias ou 99h 9 dias ou 66h
10/12 25 dias ou 183h20min 20 dias ou 146h40min 15 dias ou 110h 10 dias ou 73h20min
11/12 27,5 dias ou 201h40min 22 dias ou 161h20min 16,5 dias ou 121h 11 dias ou 80h40min
12/12 30 dias ou 220h 24 dias ou 176h 18 dias ou 132h 12 dias ou 88h
Notas
(1) Mais de 32 faltas injustificadas no período aquisitivo implicam, para o empregado, a perda das férias correspondentes.
(2) Remuneração em horas calculada com base na jornada mensal de 220 horas = (44 semanais ÷ 6) x 30.
No caso de empregados em regime de trabalho a tempo parcial (subtópico 4.2), a proporcionalidade das
férias pode ser calculada utilizando-se a tabela a seguir, multiplicando o número de dias de férias proporcionais
a que o empregado tem direito (1/12, 2/12, 3/12 e assim por diante) pelo valor da respectiva remuneração diária:
Faltas injustificadas 30 dias/150h (até 5 faltas 24 dias/120h (de 6 a 14 18 dias/90h (de 15 a 23 12 dias/60h (de 24 a 32
Proporcionalidade injustificadas) faltas injustificadas) faltas injustificadas) faltas injustificadas)
1/12 2,5 dias ou 12h30min 2 dias ou 10h 1,5 dia ou 7h30min 1 dia ou 5h
2/12 5 dias ou 25h 4 dias ou 20h 3 dias ou 15h 2 dias ou 10h
3/12 7,5 dias ou 37h30min 6 dias ou 30h 4,5 dias ou 22h30min 3 dias ou 15h
4/12 10 dias ou 50h 8 dias ou 40h 6 dias ou 30h 4 dias ou 20h
5/12 12,5 dias ou 62h30min 10 dias ou 50h 7,5 dias ou 37h30min 5 dias ou 25h
6/12 15 dias ou 75h 12 dias ou 60h 9 dias ou 45h 6 dias ou 30h
7/12 17,5 dias ou 87h30min 14 dias ou 70h 10,5 dias ou 52h30min 7 dias ou 35h
8/12 20 dias ou 100h 16 dias ou 80h 12 dias ou 60h 8 dias ou 40h
9/12 22,5 dias ou 112h30min 18 dias ou 90h 13,5 dias ou 67h30min 9 dias ou 45h
10/12 25 dias ou 125h 20 dias ou 100h 15 dias ou 75h 10 dias ou 50h
11/12 27,5 dias ou 137h30min 22 dias ou 110h 16,5 dias ou 82h30min 11 dias ou 55h
12/12 30 dias ou 150h 24 dias ou 120h 18 dias ou 90h 12 dias ou 60h
- faltas injustificadas ao serviço: 5 1. A ocasião em que as férias serão gozadas será determinada pelo
empregador, após consulta à pessoa empregada interessada em questão ou
- direito adquirido: 15 dias (6/12: 12.03.2019 a seus representantes, a menos que seja fixada por regulamento, acordo cole-
tivo, sentença arbitral ou qualquer outra maneira conforme à prática nacional.
09.09.2019) (v. nota 2 adiante)
- início do novo período aquisitivo: 10.09.2019 2. Para fixar a ocasião do período de gozo das férias serão levadas em
conta as necessidades do trabalho e as possibilidades de repouso e diver-
- salário = R$ 1.953,00 (mensalista) são ao alcance da pessoa empregada.”
- férias coletivas (R$ 1.953,00 ÷ 30 x 10) R$ 651,00 Dessa forma, constata-se que não pode o empregador, unilateralmente,
- 1/3 de R$ 651,00 R$ 217,00 + decidir sobre a época em que o seu empregado gozará as férias individuais,
sendo necessário para tanto, analisar não só as necessidades da empresa,
- total bruto R$ 868,00
mas, também, o interesse do empregado no que se relaciona ao seu repouso
- contribuição previdenciária - 9% (*) de R$ 868,00 R$ 78,12 – e diversão, portanto, o período de gozo de férias individuais deve ser decidi-
- total líquido R$ 789,88 do em comum acordo.
Na hipótese de a empresa pretender que o empregado goze integral- Nesse caso, concede-se o 2º período de férias
mente o respectivo período adquirido de férias (15 dias) por ocasião das
férias coletivas, deve efetuar o pagamento correspondente ao gozo (15 dias), coletivas a título de antecipação do gozo de férias indi-
de sorte que ele retorne ao serviço depois dos demais empregados. viduais. Vale dizer que se segue rotina de concessão
de férias coletivas idêntica à dos empregados com
EXEMPLO DE FÉRIAS COLETIVAS SUPERIORES
12 ou mais meses de vigência contratual na empresa.
AO DIREITO ADQUIRIDO
2ª hipótese: o empregado, ao gozar o 2º período
b) Férias coletivas superiores ao direito adquirido:
de férias coletivas, continua com menos de 12 meses
- admissão: 02.07.2019 de vigência do contrato de trabalho.
- férias coletivas: 15 dias (05 a 19.11.2019) Por ocasião do 2º período de concessão de férias
- faltas injustificadas ao serviço: 3 coletivas, caso o empregado continue com menos
-
direito adquirido: 10 dias (4/12: 02.07 a de 12 meses de vigência contratual, fará jus a férias
04.11.2019) proporcionais relativas ao período iniciado no 1º dia
de gozo do 1º período de férias coletivas até o dia
- início do novo período aquisitivo: 05.11.2019
imediatamente anterior ao início do gozo relativo ao
- salário = R$ 1.515,00 (mensalista) 2º período de férias coletivas.
- remuneração:
EXEMPLOS DE FÉRIAS COLETIVAS EM DOIS
- férias coletivas (R$ 1.515,00 ÷ 30 x 10) R$ 505,00 PERÍODOS
- 1/3 de R$ 402,00 R$ 168,33 +
- total bruto R$ 673,33 (1) Empregado admitido em 24.06.2019 goza
- contribuição previdenciária - 8% (*) de R$ 673,33 R$ 53,87 –
- total líquido R$ 619,47
o 1º período de férias coletivas de 04 a 18.11.2019.
(*) A alíquota é de 8% considerando o valor total da remuneração de novem- Inicia-se a contagem de novo período aquisitivo
bro/2019 = R$ 1.515,00, assim composto: em 04.11.2019. Em julho/2020, de 1º a 10, goza o
- férias coletivas (R$ 1.515,00 ÷ 30 x 10) R$ 505,00
2º período de férias coletivas. Faltou, injustificada-
- 1/3 de R$ 402,00 R$ 168,33 mente, 5 vezes ao serviço. No caso, observa-se:
- saldo de salário (R$ 1.515,00 ÷ 30 x 20) R$ 1.010,00 +
- total bruto R$ 1.683,33 1º período de gozo de férias coletivas (04 a
Nota 18.11.2019):
Nesse caso, o empregado não faz jus à remuneração de 15 dias de a) tempo de serviço: 4 meses e 11 dias (24.06
férias coletivas, pois as férias proporcionais adquiridas correspondem a 10 a 03.11.2019);
dias. Contudo, o gozo desses 5 dias excedentes será considerado licença
remunerada (veja tópico 8), a ser paga em folha de pagamento normal, evi- b) férias proporcionais: 4/12 de 30 dias = 10
tando-se, assim, a ocorrência de redução salarial. Observar que sobre esses
5 dias de gozo não é devido o acréscimo constitucional de 1/3 de férias. dias;
Portanto, 2 dias antes do início do gozo das férias proporcionais, usu- c) férias coletivas: 15 dias, dos quais 10 dias
fruídas por ocasião da concessão de férias coletivas, paga-se, tão somente,
a remuneração correspondente a 10 dias, com 1/3 a mais.
são pagos como férias e 5 dias, como licen-
Outrossim, desde que haja expediente normal em outros setores da
ça remunerada.
empresa e que sejam atendidas as normas de concessão de férias coletivas 2º período de gozo de férias coletivas (1º a
previstas na CLT, o empregado poderá regressar ao respectivo serviço logo
após o gozo dos 10 dias de férias, hipótese em que o retorno ao serviço 10.07.2020):
ocorrerá antes dos demais empregados.
a) tempo de vigência do contrato de tra-
6.2 Concessão em dois períodos balho: 12 meses e 7 dias (24.06.2019 a
30.06.2020);
Há duas hipóteses a considerar: b) férias coletivas: 10 dias, como antecipa-
ção do período aquisitivo em curso de
1ª hipótese: o empregado, ao gozar o 2º período 04.11.2019 a 05.11.2020.
de férias coletivas, conta com 12 ou mais meses de
vigência do contrato de trabalho. Visualizando o exemplo:
Início de
Admissão Férias coletivas - 1º período novo período Férias coletivas - 2º período
aquisitivo
Gozo Férias proporcionais Gozo Observações
Tempo de serviço = Tempo de serviço = 1 ano e 7 dias (24.06.2019 a 30.06.2020)
24.06.2019 4 meses e 11 dias 04.11.2019 Período aquisitivo em curso (04.11.2019 a 03.11.2020)
04 a 1º a
(24.06 a 03.11.2019) O gozo dessas férias coletivas constitui antecipação do refe-
18.11.2019 10.07.2020
4/12 de 30 dias = 10 rido período. Assim, quando da concessão das férias indivi
dias duais, permite-se o desconto dos 10 dias de férias coletivas
Nesse exemplo, observar que, por ocasião da a) tempo de serviço: 3 meses e 3 dias (1º.08 a
concessão de férias coletivas no 2º período (1º a 03.11.2019);
10.07.2019), não há que se cogitar de gozo de férias b) férias proporcionais: 3/12 de 30 dias = 7,5
proporcionais, pois nessa data o empregado perfaz dias;
mais de 12 meses de vigência do contrato de trabalho.
c) férias coletivas: 15 dias, dos quais 7,5 dias
Assim, referido período de férias coletivas (10 são pagos como férias e 7,5 dias, como li-
dias) caracteriza apenas antecipação do período cença remunerada.
aquisitivo em curso (04.11.2019 a 03.11.2020), cujo 2º período de gozo de férias coletivas (1º a
saldo de férias a ser apurado, conforme as faltas 10.07.2020):
injustificadas até 03.11.2020, deverá ser concedido e a)
tempo de vigência do contrato de
quitado pelo empregador até 03.11.2021, sob pena trabalho: 11 meses (1º.08.2019 a
de pagamento em dobro. 30.06.2020);
(2) Empregado admitido em 1º.08.2019 goza b)
tempo de serviço para efeito de fé-
o 1º período de férias coletivas de 04 a 18.11.2019. rias proporcionais: 7 meses e 27 dias
A contagem de novo período aquisitivo inicia-se em (04.11.2019 a 30.06.2020);
04.11.2019. Em julho/2020, de 1º a 10, goza o 2º c) férias proporcionais: 8/12 de 30 dias =
período de férias coletivas. Falta, injustificadamente, 20 dias;
3 vezes ao serviço. Neste caso, tem-se:
d) férias coletivas: 10 dias.
1º período de gozo de férias coletivas (04 a
18.11.2018): Visualizando o exemplo:
Início de Início de
Admissão Férias coletivas - 1º período novo período Férias coletivas - 2º período novo período
aquisitivo aquisitivo
Gozo Férias proporcionais Gozo Férias proporcionais
Tempo de serviço = 3
1º.08.2019 04.11.2019 Período aquisitivo = 7 meses e 27 1º.07.2020
04 a meses e 3 dias (1º.08 a 1º a
dias (04.11.2019 a 30.06.2020)
18.11.2019 03.11.2019) 10.07.2020
8/12 de 30 dias = 20 dias
3/12 de 30 dias = 7,5 dias
Nessa hipótese, por ocasião da concessão do dos exemplos do subtópico 6.2, observando-se que a
2º período de férias coletivas (1º a 10.07.2020), o data do período aquisitivo permanece inalterada.
empregado continua com menos de 12 meses de
vigência do contrato de trabalho, devendo ser apu- EXEMPLO DE FÉRIAS COLETIVAS DE
radas as férias proporcionais, iniciando-se, então, EMPREGADOS COM 12 OU MAIS MESES
novo período aquisitivo a partir do 1º dia de gozo das DE SERVIÇO
férias coletivas (2º período), em 1º.07.2020. No caso, a) Empregado com 12 meses de serviço:
as férias proporcionais adquiridas correspondem a 20 - admissão: 08.10.2018
dias (8/12 de 30 dias), restando ao empregado um - férias coletivas: 15 dias (04 a 18.11.2019)
saldo favorável de 10 dias, que deverá ser concedido - faltas injustificadas ao serviço: 4
e pago pelo empregador até 30.06.2021, sob pena de -direito adquirido: 30 dias (08.10.2018 a
pagamento em dobro. 07.10.2019) = 12/12 de 30 dias
- início do novo período aquisitivo: 08.10.2019
Veja o disposto no tópico 3 deste texto.
(sem alteração)
(CLT, arts. 130, 136, 137, 140, 145; CF/1988, art. 7º, XIII e -concessão: o empregador pode optar por
XVII; Lei nº 8.212/1991, art. 20, caput; Portaria ME nº 9/2019, uma das seguintes hipóteses:
art. 7º e Anexo II)
- o empregado goza integralmente o período
adquirido de férias, isto é, 30 dias, retor-
7. Empregados com 12 ou mais meses de nando ao trabalho em 04.12.2019; ou
serviço
- o empregado goza apenas 15 dias conce-
A esses empregados, que tenham, inclusive, férias didos a título de férias coletivas, restando-
vencidas, aplica-se idêntica orientação da 1ª hipótese -lhe um saldo favorável de 15 dias, cujo
período de gozo fica a critério do empre- do descanso deve ocorrer até 07.10.2020
gador, observado o disposto na 3ª nota do (data-limite do período concessivo). Nesse
subtópico 6.1.1. Observar que o término caso, observa-se:
Caso as férias recaiam parte em um mês e parte em outro, os valores de férias a remuneração para efeito de incidência do FGTS, nos
correspondentes a cada um deverão ser individualizados por mês.
termos do inciso II do art. 10 da Instrução Normativa
12.1.1 Abono pecuniário de férias SIT nº 144/2018.
Havendo acordo para pagamento do abono 12.3 Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF)
pecuniário, nos termos do tópico 10, o respectivo
valor não estará sujeito à incidência da contribuição O IRRF incide na soma das férias e do adicional
previdenciária. de 1/3 da CF/1988, separadamente da soma do salá-
rio percebido no mês, segundo a tabela progressiva
Quanto ao adicional de 1/3 de férias apurado vigente na data do pagamento.
sobre o abono pecuniário de férias, embora não
haja previsão legal expressa quanto à incidência ou Nota
não do encargo previdenciário sobre o seu valor, há Os valores pagos a pessoa física a título de abono pecuniário de férias
quem entenda que, da mesma forma que não incide de que trata o art. 143 da CLT não serão tributados pelo IRRF, nem na decla-
ração de ajuste anual.
o encargo previdenciário sobre as férias indenizadas
com o respectivo acréscimo constitucional de 1/3 (Portaria ME nº 9/2019, art. 7º e Anexo II; Lei nº 8.212/1991,
(pago em rescisão contratual), também não haverá in- art. 22, art. 28, I e § 9º, “d” e “e”, nº 6, art. 30, inciso I, alíneas “a”
cidência previdenciária sobre o adicional de 1/3 pago e “b”; Instrução Normativa RFB nº 971/2009, arts. 396 e 398; Re-
gulamento da Previdência Social - RPS, aprovado pelo Decreto
juntamente com o abono pecuniário de férias. Os nº 3.048/1999, art. 214, § 9º, V, “i” e § 14; Lei nº 8.036/1990,
defensores dessa linha de entendimento argumentam art. 15, caput e § 6º; Instrução Normativa SIT nº 144/2018,
que o acessório (adicional de 1/3) segue a sorte do arts. 7º, inciso VI, 9º, inciso VIII, e 10, inciso II; Lei nº 9.250/1995,
principal (abono de férias). Assim, como não incide arts. 3º e 4º; Regulamento do Imposto de Renda - RIR, aprovado
contribuição previdenciária sobre o abono de férias, pelo Decreto nº 9.580/2018, art. 682; Instrução Normativa RFB
também não há de se cogitar da incidência sobre o nº 936/2009)
respectivo terço constitucional.
13. Penalidades - Multas
Outra linha de entendimento defende a inci-
dência previdenciária sobre a parcela do acréscimo Os infratores aos dispositivos relativos a férias
constitucional de 1/3 calculada em função do abono são punidos com multa de 160 Unidades Fiscais
pecuniário de férias, embora este último não sofra de Referência (Ufir) (*) por empregado em situação
incidência, com o argumento de que, se a legislação irregular.
não prevê, expressamente, a exclusão do encargo
previdenciário sobre o adicional de 1/3 pago em Aplica-se multa em dobro nos seguintes casos:
função do abono pecuniário de férias, a contribuição
a) reincidência;
previdenciária deve incidir sobre a parcela relativa ao
adicional de 1/3 da CF, independentemente de essa b) embaraço ou resistência à fiscalização;
parcela se referir ao abono pecuniário de férias. c) emprego de artifício ou simulação com o obje-
tivo de fraudar a lei.
Até que não surja um ato oficial mais esclarecedor
sobre as controvérsias ora comentadas, em razão do Importante
encargo previdenciário, recomenda-se que o emprega- (*) A Ufir foi extinta em 27.10.2000 e não há, até o
dor consulte antecipadamente o órgão local da Receita presente momento, qualquer manifestação oficial por
Federal do Brasil (RFB) a fim de certificar-se do correto parte do MTb (atualmente SEPRT). Assim, aguarda-se
procedimento a ser adotado nessas questões. que este Ministério venha a se manifestar sobre os
critérios a serem adotados para fins de aplicação das
12.2 FGTS multas trabalhistas após a extinção da Ufir, ocasião
Até o dia 7 de cada mês, ou dia útil imediatamente em que retornaremos ao assunto.
anterior, os empregadores devem depositar, em conta
Não obstante os supracitados comentários, foi
vinculada do FGTS, importância correspondente a 8%
estabelecido que a reconversão, em real, dos valores
da remuneração paga ou devida, no mês anterior, a
expressos em Ufir, será efetuada com base no valor
cada trabalhador, inclusive da remuneração por gozo
dessa Unidade para o exercício de 2000, ou seja,
de férias e respectivo adicional constitucional de 1/3.
R$ 1,0641.
Por outro lado, o valor do abono pecuniário corre- (CLT, art. 153; Portaria MTb nº 290/1997; Lei nº 10.522/2002,
spondente à conversão de 1/3 das férias em pecúnia art. 29, § 3º; Lei nº 10.192/2001, art. 6º, parágrafo único; Portaria
e seu respectivo adicional constitucional não integram MF nº 488/1999)
horas prorrogadas. Exegese do art. 73, § 5º, da CLT. (ex-OJ menos 1 (um) ano, assegura ao empregado o direito à
nº 06 - Inserida em 25.11.1996)” indenização correspondente ao valor de 1 (um) mês das
horas suprimidas, total ou parcialmente, para cada ano
“81 - Férias ou fração igual ou superior a seis meses de prestação
Os dias de férias gozados após o período legal de conces- de serviço acima da jornada normal. O cálculo observará
são deverão ser remunerados em dobro.” a média das horas suplementares nos últimos 12 (doze)
meses anteriores à mudança, multiplicada pelo valor da
“89 - Falta ao serviço hora extra do dia da supressão.”
Se as faltas já são justificadas pela lei, consideram-se “328 - Férias. Terço constitucional
como ausências legais e não serão descontadas para o
cálculo do período de férias.” O pagamento das férias, integrais ou proporcionais, goza-
das ou não, na vigência da CF/1988, sujeita-se ao acrés-
“138 - Readmissão cimo do terço previsto no respectivo art. 7º, XVII.”
Em caso de readmissão, conta-se a favor do empregado o “347 - Horas extras habituais. Apuração. Média física
período de serviço anterior, encerrado com a saída espon-
tânea. Ex-prejulgado nº 9.” O cálculo do valor das horas extras habituais, para efeito
de reflexos em verbas trabalhistas, observará o número
“149 - Tarefeiro. Férias de horas efetivamente prestadas e a ele aplica-se o
valor do salário-hora da época do pagamento daquelas
A remuneração das férias do tarefeiro deve ser calculada verbas.”
com base na média da produção do período aquisitivo,
aplicando-se-lhe a tarifa da data da concessão. Ex-prejul- “354 - Gorjetas. Natureza jurídica. Repercussões
gado nº 22.”
As gorjetas, cobradas pelo empregador na nota de serviço
“155 - Ausência ao serviço ou oferecidas espontaneamente pelos clientes, integram
a remuneração do empregado, não servindo de base de
As horas em que o empregado falta ao serviço para compa- cálculo para as parcelas de aviso prévio, adicional noturno,
recimento necessário, como parte, à Justiça do Trabalho não horas extras e repouso semanal remunerado.”
serão descontadas de seus salários. Ex-prejulgado nº 30.”
• Precedentes Normativos em Dissídios Coletivos
“203 - Gratificação por tempo de serviço. Natureza salarial PN/TST nºs:
A gratificação por tempo de serviço integra o salário para “100 - Férias - Início do período de gozo (positivo)
todos os efeitos legais.”
O início das férias, coletivas ou individuais, não poderá
“253 - Gratificação semestral. Repercussões - Nova redação coincidir com sábado, domingo, feriado ou dia de compen-
A gratificação semestral não repercute no cálculo das horas sação de repouso semanal.”
extras, das férias e do aviso prévio, ainda que indenizados. “116 - Férias - Cancelamento ou adiantamento (positivo)
Repercute, contudo, pelo seu duodécimo na indenização
por antiguidade e na gratificação natalina.” Comunicado ao empregado o período do gozo de férias
individuais ou coletivas, o empregador somente poderá
“291 - Horas extras. Habitualidade. Supressão. Indeni- cancelar ou modificar o início previsto se ocorrer necessi-
zação. (nova redação em decorrência do julgamento do dade imperiosa e, ainda assim, mediante o ressarcimento,
processo TST-IUJERR 10700-45.2007.5.22.0101) ao empregado, dos prejuízos financeiros por este compro-
vados.”
A supressão total ou parcial, pelo empregador, de serviço
suplementar prestado com habitualidade, durante pelo N
a IOB Setorial
Saúde
Farmacêutico - Atuação na prestação de serviços e assessoramento técnico de
medicamentos e outros produtos para a saúde - Regulamentação
O Conselho Federal de Farmácia (CFF) regulamentou a atuação do farmacêutico na prestação de serviços
e assessoramento técnico relacionados à informação sobre medicamentos e outros produtos para a saúde
no Serviço de Informação sobre Medicamentos (SIM), mais operadores do direito, com viés de reso-
Centro de Informação sobre Medicamentos (CIM) e lução administrativa na fase pré-processual e
Núcleo de Apoio e/ou Assessoramento Técnico (NAT). opinativa na fase processual, segundo precei-
tos e normas estabelecidas pelo Sistema Úni-
Entende-se por: co de Saúde - SUS (políticas públicas) e pela
saúde suplementar, composto por uma equipe
- SIM o local estruturado de abrangência ins-
titucional (hospitais, secretarias de saúde, multidisciplinar.
universidades, centros de informação toxico- Os farmacêuticos que atuam no CIM, SIM ou NAT
lógica, comissões de farmácia e terapêutica, adotarão os princípios norteadores da Constituição
etc.), destinado a reunir, analisar, avaliar e for- Federal de 1988 (CF/1988), da Saúde Baseada em
necer informações sobre medicamentos, ten- Evidências e da Política Nacional de Medicamentos,
do como objetivo seu uso racional; bem como da Política Nacional de Assistência Far-
- CIM o local estruturado de abrangência nacio- macêutica, visando à promoção do uso racional de
nal, estadual ou regional, destinado a reunir, medicamentos e plantas com finalidade terapêutica.
analisar, avaliar e fornecer informações sobre
medicamentos, tendo como objetivo seu uso As informações produzidas nos CIM, SIM e NAT
racional; sobre temas privativos à farmácia deverão ser elabo-
- NAT o núcleo constituído de profissionais de radas somente por farmacêutico.
saúde para elaborar pareceres acerca da me-
(Resolução CFF nº 671/2019)
dicina baseada em evidência e que presta in-
formações técnicas para os magistrados e de- N
Assim, a empresa deverá conceder férias cole- aludida comunicação aos sindicatos representativos
tivas, pelo menos, a todos os trabalhadores de um da respectiva categoria sindical. É dever do emprega-
mesmo setor da empresa, não sendo permitido excluir dor, ainda, providenciar a afixação de aviso nos locais
qualquer trabalhador daquele setor. de trabalho a respeito das férias coletivas, informando
sua abrangência, duração, início e fim, respeitando o
Os demais setores e/ou estabelecimentos, entre- mesmo prazo das comunicações.
tanto, poderão continuar em atividade.
Os empregados contratados há menos de 12
(CLT, art. 139, caput)
meses gozarão, na oportunidade, férias proporcio-
nais, iniciando-se, então, novo período aquisitivo.
Regras gerais
3) Quais são as condições e providências básicas O empregador deverá pagar os dias de férias
para a concessão de férias coletivas? coletivas acrescidos de 1/3 constitucional até 2 dias
antes do início do correspondente gozo, mediante a
As férias coletivas podem ser concedidas a todos entrega do recibo de quitação dos valores pagos.
os empregados de uma empresa ou de determinados
(CLT, arts. 136, 139, 141, § 2º, art. 145)
estabelecimentos ou setores da empresa, ou seja,
não há férias coletivas sem que pelo menos um setor
inteiro da empresa esteja paralisado. Resíduo
4) Quando uma empresa concede férias coletivas
As férias coletivas poderão ser gozadas em dois aos empregados e ainda sobram dias de férias daque-
períodos anuais, respeitando a regra de nenhum dos le período aquisitivo, o segundo período a ser também
períodos ser inferior a 10 dias corridos. gozado como férias coletivas, necessariamente, tem
que ter 10 dias ou mais?
O empregador deverá comunicar ao órgão local do
As férias coletivas poderão ser gozadas em dois
Ministério do Trabalho (atualmente Secretaria Especial
períodos anuais desde que nenhum deles seja inferior
de Previdência e Trabalho do Ministério da Economia),
a 10 dias corridos.
com antecedência mínima de 15 dias, as datas de
início e de fim das férias, demonstrando quais setores (CLT, art. 139, § 1º)
ou estabelecimentos da empresa serão abrangidos
pela medida. Em igual prazo, deverá enviar cópia da ◙