Boletim j

Manual de Procedimentos
Legislação Trabalhista
e Previdenciária
Fascículo No 28/2020

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Reintegração do empregado . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 01 Fascículos

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Saúde previdenciários - Prazo
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a Programa de Alimentação do
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Reintegração do empregado
Data de admissão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10
Empregada gestante. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10
FGTS sacado pelo trabalhador reintegrado. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10
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Capa:
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Editoração Eletrônica e Revisão:

Editorial IOB

0800-724-7900 SAC

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)

(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)

Legislação trabalhista e previdenciária :

reintegração do empregado : saúde/enfermeiros :
dispositivos extraglóticos.... -- 16. ed. --
São Paulo : IOB, 2020. -- (Coleção manual de
procedimentos ; 28)

ISBN 978-65-5769-015-4

1. Previdência social - Leis e legislação - Brasil

2. Trabalho - Leis e legislação - Brasil I. Série.

CDU-34:364.3(81)(094)
20-37869 -34:331(81)(094)
Índices para catálogo sistemático:

1. Brasil : Leis : Previdência social : Direito

previdenciário 34:364.3(81)(094)
2. Leis trabalhistas : Brasil 34:331(81)(094)

Iolanda Rodrigues Biode - Bibliotecária - CRB-8/10014

Todos os direitos reservados. É expressamente proibida a reprodução total ou parcial desta obra, por qualquer
meio ou processo, sem prévia autorização do autor (Lei no 9.610, de 19.02.1998, DOU de 20.02.1998).
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Impresso no Brasil
Printed in Brazil
 Boletim j

Manual de Procedimentos
Legislação Trabalhista e Previdenciária

a Trabalhista
Reintegração do empregado antigo cargo ou função exercidos na empresa, mesmo
porque, quando ocorre a reintegração, esta se veri-
SUMÁRIO
1. Quadro sinótico fica, via de regra:
2. Reintegração a) por determinação judicial - em decorrência de
3. Impedimentos à rescisão contratual - Estabilidades -
uma rescisão contratual eivada de vícios; ou
Hipóteses
4. Efeitos/providências b) por decisão do próprio empregador - quando
5. Verbas rescisórias pagas - Compensação ou desconto este constata que a rescisão ocorreu indevi-
6. Súmulas do TST damente, em virtude da inobservância de al-
guma garantia legal da qual o empregado go-
1. Quadro sinótico
zava ou, ainda, de algum ato discriminatório
A legislação trabalhista não contém dispositivos cometido pelo superior hierárquico do traba-
disciplinando a reintegração do empregado ao seu lhador demitido, entre outras circunstâncias.

Neste texto, abordamos as consequências trazidas ao contrato de trabalho em virtude da reintegração do

trabalhador.
Reintegração
Previsão em lei - Inexistência A legislação trabalhista não contém dispositivos disciplinando a reintegração de empregado ao seu antigo
Impedimentos à rescisão
Estabilidades legais
Reintegrar significa restabelecer o status anterior, ou seja, reconduzir o empregado à função ou ao cargo
que exercia na empresa antes da ruptura contratual.
Em outras palavras:
a) o empregado reintegrado recupera o seu antigo emprego;
b) o contrato de trabalho volta a fluir como se a ruptura não tivesse ocorrido.
cargo ou função.
O empregador tem o poder de comando da empresa e, nesta condição, pode rescindir o contrato de traba-
lho dos seus empregados sem estar obrigado a justificar a sua decisão.
Entretanto, há determinadas situações em que a rescisão é vedada:
a) pela própria lei (estabilidades legais); ou
b) por previsão em documento coletivo da respectiva categoria, ou em outros tipos de documentos (esta-
bilidades convencionais).
Assim, antes de efetivar a rescisão, o empregador deve verificar a eventual existência de alguma dessas
circunstâncias impeditivas, sob pena de vir a ser compelido a reintegrar o empregado indevidamente dis-
pensado.
São exemplos de estabilidades legalmente concedidas aos empregados:
a) membros eleitos da Comissão Interna de Prevenção de Acidente (Cipa) - desde o registro de sua candi-
datura até 1 ano após o final de seu mandato;
b) gestantes - desde a confirmação da gravidez até 5 meses após o parto;
c) dirigentes sindicais - desde o registro da candidatura a cargo de direção ou representação sindical ou de
associação profissional e, se eleito, ainda que suplente, até 1 ano após o final do mandato;
d) não optantes pelo regime do FGTS - desde que contassem com 10 ou mais anos de serviço na mesma
empresa em 05.10.1988;
e) vítimas de acidente do trabalho - garantia de 12 meses após a cessação do auxílio-doença acidentário.

Boletim IOB - Manual de Procedimentos - Jul/2020 - Fascículo 28 CT28-01

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Legislação Trabalhista e Previdenciária

Estabilidades convencionais Podem ser previstas em:

a) documentos coletivos de trabalho da respectiva categoria (acordos, convenções ou dissídios coletivos);
b) regulamento interno da empresa; ou
c) contrato de trabalho.
Entre as estabilidades concedidas por meio de documento coletivo de trabalho, as mais comuns são:
a) gestantes - com prazo superior ao legalmente previsto;
b) retorno de férias;
c) proximidade de aposentadoria;
d) retorno de afastamento por doença, etc.

Portador do vírus HIV - Dis- Segundo o Tribunal Superior do Trabalho (TST), presume-se discriminatória a despedida de empregado
pensa discriminatória - Rein- portador do vírus HIV, ou de outra doença grave que suscite estigma ou preconceito. Inválido o ato, o em-
tegração pregado tem direito à reintegração no emprego.

Repercussões no contrato
de trabalho
A reintegração torna nula a rescisão contratual havida, voltando o contrato de trabalho a fluir novamente
como se a ruptura não houvesse ocorrido. Portanto, todo o período em que o trabalhador esteve afastado
em decorrência da rescisão anulada é contado como tempo de serviço para todos os efeitos trabalhistas e
previdenciários, como cálculo de férias e 13º salário, desconto das contribuições previdenciárias, depósitos
do FGTS, etc.

Carteira de Trabalho e Previ- Considerando que, quando da rescisão contratual foi anotada a baixa no registro do empregado na CTPS,
dência Social (CTPS) - Ano- deve ser feita uma observação quanto à nulidade da rescisão promovida anteriormente, em vista da rein-
tações tegração.

Remuneração - Atualização A remuneração, os reajustes salariais e as demais vantagens (prêmios, gratificações, etc.) assegurados à
categoria durante o período em que o trabalhador reintegrado ficou afastado das atividades devem ser a
ele estendidos.

GFIP/Sefip As informações prestadas incorretamente devem ser corrigidas por meio do próprio Sefip, conforme o
Manual da GFIP/Sefip, versão 8.4/2020.

Cadastro Geral de Empre- Devem ser observadas as orientações contidas no Manual do Caged, nas opções “Cadastrar Movimenta-
gados e Desempregados ção” e “Cadastrar Acerto”.
(Caged)

eSocial As empresas desobrigadas do envio do Caged (grupos 1 e 2 do eSocial) devem enviar o evento “S-2298 -
Reintegração” ao sistema do eSocial.

Conversão em indenização Se a possibilidade de reintegração for questionada judicialmente, o julgador do feito poderá determinar a
conversão do pedido de reintegração em indenização, caso verifique a existência de grau de incompatibili-
dade entre as partes (empregador e empregador) que inviabilize o convívio harmonioso e salutar.

Verbas rescisórias pagas - Considerando que, por ocasião da ruptura contratual, o empregador efetuou o pagamento das verbas res-
Compensação ou desconto cisórias então apuradas (férias vencidas e proporcionais, aviso-prévio, 13º salário, etc.), entende-se que,
mediante acordo entre as partes, os valores pagos poderão ser compensados quando do pagamento das
verbas sob mesmo título, ou descontados.

2. Reintegração 2.2 Diferença entre reintegrar e recontratar

2.1 Definição
Reintegrar significa restabelecer o status anterior,
ou seja, reconduzir o empregado à função ou ao cargo
que exercia na empresa antes da ruptura contratual
havida.
Em outras palavras:
a) o empregado reintegrado recupera o seu anti-
go emprego;
b) o contrato de trabalho volta a fluir como se a
ruptura não tivesse ocorrido.
Alguns doutrinadores usam o termo “recontrata-
ção” como sinônimo de “reintegração”. Entretanto, os
mencionados termos (recontratação e reintegração)
não expressam a mesma condição legal:
a) recontratar - é contratar novamente, ou seja, na
recontratação firma-se um novo contrato de tra-
balho, cujos direitos trabalhistas passam a ser
adquiridos pelo empregado a partir da nova
contratação, sem qualquer continuidade em
relação ao contrato anterior. Vale dizer: a partir
da data da nova admissão começa a contagem
dos períodos de férias, 13º salário, etc.;

28-02 CT Manual de Procedimentos - Jul/2020 - Fascículo 28 - Boletim IOB

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Legislação Trabalhista e Previdenciária
b) já na reintegração - ocorre o restabelecimento
do contrato de trabalho que existia antes da
ruptura havida, ou seja, a rescisão contratual
ocorrida é considerada nula. Veja efeitos da
reintegração no tópico 4.
2.3 Conversão em indenização
Se a possibilidade de reintegração for ques-
tionada judicialmente, o julgador do feito poderá
determinar a conversão do pedido de reintegração
em indenização, caso verifique a existência de grau
de incompatibilidade entre as partes (empregador e
empregador) que inviabilize o convívio harmonioso e
salutar.
Nesse sentido, estabelece o art. 496 da
Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) a seguir
reproduzido:
Art. 496 - Quando a reintegração do empregado estável for
desaconselhável, dado o grau de incompatibilidade resul-
tante do dissídio, especialmente quando for o empregador
pessoa física, o tribunal do trabalho poderá converter
aquela obrigação em indenização devida nos termos do
artigo seguinte.
Veja Súmulas do Tribunal Superior do Trabalho
(TST) acerca do assunto no tópico 6.
3. Impedimentos à rescisão contratual -
Estabilidades - Hipóteses
O empregador tem o poder de comando da
empresa e, nesta condição, lhe é assegurado o poder
de rescindir o contrato de trabalho dos seus empre-
gados, sem estar obrigado a justificar a sua decisão.
Entretanto, há determinadas situações em que a
rescisão é vedada:
a) pela própria lei (estabilidades legais); ou
b) por previsão em documentos coletivos da res-
pectiva categoria (acordos, convenções ou
dissídios coletivos), ou em outros tipos de do-
cumentos (estabilidades convencionais).
A estabilidade, qualquer que seja a sua causa,
representa uma das maiores conquistas dos traba-
lhadores ao longo do tempo, e consiste no direito de
permanecer no emprego, desde que haja a ocorrência
das hipóteses reguladas em lei, documento coletivo
de trabalho, regulamento interno da empresa ou no
próprio contrato de trabalho.
Assim, antes de efetivar a rescisão, o empregador
deve verificar a eventual existência de alguma dessas
circunstâncias impeditivas (subtópicos a seguir), sob
Boletim IOB - Manual de Procedimentos - Jul/2020 - Fascículo 28
pena de vir a ser compelido a reintegrar o empregado
indevidamente dispensado.
3.1 Estabilidades legais
Entre as estabilidades legalmente previstas,
podemos citar:
a) membros da Comissão Interna de Prevenção
de Acidente (Cipa) - é vedada a dispensa
arbitrária ou sem justa causa do empregado
eleito para cargo de direção de Cipa (titulares
e suplentes), desde o registro de sua candi-
datura até 1 ano após o final de seu mandato
(Ato das Disposições Constitucionais Transi-
tórias - ADCT, da Constituição Federal/1988 -
CF/1988, art. 10, II, “a”);
b) gestantes - também é vedada a dispensa arbi-
trária ou sem justa causa da empregada ges-
tante, desde a confirmação da gravidez até 5
meses após o parto (ADCT, art. 10, II, “b”);
Nota
A Lei Complementar nº 146/2014 estendeu esta estabilidade a quem
detiver a guarda do filho em caso de falecimento da genitora.
c) dirigentes sindicais - é vedada a dispensa
do empregado sindicalizado ou associado, a
partir do registro da candidatura a cargo de
direção ou de representação sindical ou de
associação profissional e, se eleito (ainda que
suplente), até 1 ano após o final do manda-
to, salvo se cometer falta grave devidamente
comprovada, nos termos da lei (CLT, art. 543,
§ 3º);
d) membros do Conselho Curador do Fundo de
Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), repre-
sentantes dos trabalhadores (efetivos e su-
plentes) - é assegurada a estabilidade, des-
de a nomeação até 1 ano após o término do
mandato de representação, somente podendo
ser demitidos por motivo de falta grave, regu-
larmente comprovada por meio de processo
sindical (Lei nº 8.036/1990, art. 3º, § 9º);
e) empregados não optantes pelo regime do
FGTS - desde que contassem, em 05.10.1988
(data de promulgação da CF/19888), com 10
ou mais anos de serviço (estabilidade decenal)
na mesma empresa (Lei nº 8.036/1990, art. 14);
f) membros do Conselho Nacional de Previdên-
cia Social (CNPS), representantes dos traba-
lhadores (titulares e suplentes) - é assegurada
a estabilidade no emprego desde a nomeação
até 1 ano após o término do mandato de repre-
sentação, somente podendo ser demitidos por
CT28-03

falta grave, regularmente comprovada em pro-
cesso judicial (Lei nº 8.213/1991, art. 3º, § 7º);
g) acidente do trabalho - o segurado que sofrer
acidente do trabalho tem garantida, pelo pra-
zo mínimo de 12 meses, a manutenção do seu
contrato de trabalho na empresa, após a ces-
sação do auxílio-doença acidentário, indepen-
dentemente de percepção de auxílio-acidente
(Lei nº 8.213/1991, art. 118);
h) diretores de sociedades cooperativas - os em-
pregados de empresas que forem eleitos di-
retores de sociedades cooperativas por eles
criadas gozam das mesmas garantias assegu-
radas aos dirigentes sindicais, mencionadas
na letra “c” (Lei nº 5.764/1971, art. 55);
i) representantes dos empregados (titulares e
suplentes) na Comissão de Conciliação Prévia
(CCP) - veda-se a dispensa destes até 1 ano
após o final do mandato (que é de 1 ano, per-
mitida uma recondução), salvo se cometerem
falta grave, apurada nos termos da lei (CLT,
art. 625-B, III e § 1º);
j) mulheres em situação de violência doméstica
e familiar - por força da Lei nº 11.340/2006 (Lei
Maria da Penha), foram criados mecanismos
para coibir e prevenir a violência doméstica e
familiar contra a mulher, e, entre as medidas
de assistência e proteção asseguradas, foi
determinado que, para preservar a integrida-
de física e psicológica da mulher em situação
de violência doméstica e familiar, o juiz lhe as-
segurará, entre outros direitos, a manutenção
do vínculo trabalhista por até 6 meses, quando
for necessário o seu afastamento do local de
trabalho (Lei nº 11.340/2006, art. 9º, § 2º, II).
3.2 Estabilidades convencionais
Confere-se estabilidade no emprego ou no serviço
quando referida estabilidade estiver prevista em:
a) documentos coletivos de trabalho da respec-
tiva categoria (acordos, convenções ou dissí-
dios coletivos);
b) regulamento interno da empresa; ou
c) contrato de trabalho.
Entre as estabilidades concedidas por meio de
documento coletivo de trabalho, as mais comuns são:
a) gestantes - com prazo superior ao legalmente
previsto;
b) retorno de férias;
28-04 CT
Manual de Procedimentos
Legislação Trabalhista e Previdenciária
c) proximidade de aposentadoria;
d) retorno de afastamento por doença, etc.
3.3 Dispensas por ato discriminatório - Vedação
A CF/1988, em seus arts. 3º, inciso IV, 5º, inciso
XLI, e 7º, incisos I e XXXI, determina que:
a) constituem objetivos fundamentais da Repúbli-
ca Federativa do Brasil promover o bem de to-
dos, sem preconceitos de origem, raça, sexo,
cor, idade e quaisquer outras formas de discri-
minação;
b) a lei punirá qualquer discriminação atentatória
dos direitos e liberdades fundamentais;
c) a relação de emprego será protegida contra
despedida arbitrária ou sem justa causa, nos
termos de lei complementar, que preverá inde-
nização compensatória, dentre outros direitos;
d) é proibida qualquer discriminação no tocante
a salário e critérios de admissão do trabalha-
dor portador de deficiência.
A Lei nº 9.029/1995, por sua vez, proíbe a ado-
ção de qualquer prática discriminatória e limitativa
para efeito de acesso à relação de emprego, ou sua
manutenção, por motivo de sexo, origem, raça, cor,
estado civil, situação familiar ou idade, ressalvadas,
neste caso, as hipóteses de proteção aos menores,
aos quais se proíbe o trabalho noturno, perigoso ou
insalubre caso ainda não tenham completado 18 anos
e qualquer trabalho a menores de 16 anos, salvo na
condição de aprendiz.
Embora não haja legislação concedendo estabi-
lidade provisória de emprego aos trabalhadores aco-
metidos do vírus HIV ou neoplasia maligna (câncer),
com base nos dispositivos anteriormente menciona-
dos, observa-se a existência de decisões judiciais
mandando reintegrar o trabalhador dispensado, por
presumir ser discriminatória a rescisão contratual
de empregados portadores do HIV ou de neoplasia
maligna.
Nesse sentido dispõe a Súmula nº 443, do Tribunal
Superior do Trabalho (TST):
SÚMULA Nº 443. DISPENSA DISCRIMINATÓRIA. PRE-
SUNÇÃO. EMPREGADO PORTADOR DE DOENÇA
GRAVE. ESTIGMA OU PRECONCEITO. DIREITO À REIN-
TEGRAÇÃO.
Presume-se discriminatória a despedida de empregado
portador do vírus HIV ou de outra doença grave que sus-
cite estigma ou preconceito. Inválido o ato, o empregado
tem direito à reintegração no emprego.
Manual de Procedimentos - Jul/2020 - Fascículo 28 - Boletim IOB
 Manual de Procedimentos
Legislação Trabalhista e Previdenciária
Ademais, a Lei nº 12.984/2014 determina que
constitui crime, punível com reclusão de 1 a 4 anos e
multa, negar emprego ou trabalho, bem como exone-
rar ou demitir de seu cargo ou emprego o portador do
HIV e o doente de AIDS, em razão da sua condição de
portador ou de doente.
4. Efeitos/providências
4.1 Contrato de trabalho
A reintegração torna nula a rescisão contratual
havida, logo, o contrato de trabalho volta a fluir nova-
mente, como se a ruptura não houvesse ocorrido.
Portanto, todo o período em que o trabalhador esteve
afastado em decorrência da rescisão anulada é
contado como tempo de serviço para todos os efeitos
trabalhistas e previdenciários.
4.2 Carteira de Trabalho e Previdência Social
(CTPS)
Embora não haja dispositivo legal determinando o
procedimento a ser observado, porém, considerando
que quando da rescisão contratual foi anotada a baixa
no registro do empregado na CTPS, entendemos que
para regularizar a situação a empresa deverá:
a) anotar na página da CTPS onde consta o re-
gistro, próximo ao campo relativo à baixa, a
expressão “Vide fls. .....”; e
b) na parte de “Anotações Gerais”, na folha men-
cionada, apor informação esclarecendo a nuli-
dade da baixa anteriormente efetuada.
Nota
Os registros eletrônicos gerados pelo empregador nos sistemas infor-
matizados da CTPS em meio digital equivalem às mencionadas anotações
(CLT, art. 29, § 7º).
4.3 Livro (ou ficha) de registro
No registro de empregados (ficha, livro ou sistema
informatizado), também deverá ser feita a anotação
relativa à anulação da rescisão contratual, em termos
similares à CTPS.
4.4 Remuneração e demais vantagens
A remuneração, os reajustes salariais e as demais
vantagens (prêmios, gratificações, anuênios, quinquê-
nios, etc.) assegurados à categoria durante o período
em que o trabalhador reintegrado ficou afastado das
atividades devem ser a ele estendidos.
No que tange à correção monetária dos valores
devidos:
Boletim IOB - Manual de Procedimentos - Jul/2020 - Fascículo 28
a) quando a reintegração se dá por ordem judicial,
na própria sentença o juiz normalmente já deter-
mina o reajustamento, definindo o índice; ou
b) se a reintegração ocorreu por iniciativa do em-
pregador, tais valores também devem ser cor-
rigidos; entretanto, considerando a inexistên-
cia de dispositivo legal definindo o índice a ser
aplicado nesta situação, pode o empregador
consultar o sindicato representativo da cate-
goria profissional respectiva.
4.5 Férias
O período em que o trabalhador esteve afastado
das atividades em virtude da rescisão contratual anu-
lada, até a sua volta ao serviço, é normalmente compu-
tado nos períodos aquisitivos e concessivos de férias.
Exemplo
WD
Férias - Reintegração de empregado
Empregado admitido em 20.02.2017, foi eleito
como representante dos empregados na Cipa para
o mandato no período de 1º.01 a 31.12.2018, porém,
foi dispensado sem justo motivo em 25.02.2019.
Intentou ação na Justiça do Trabalho em
março/2019, pleiteando a sua reintegração ao
emprego, uma vez que gozaria de estabilidade até
dezembro/2019. Em 02.05.2019, por ordem judicial,
foi reintegrado na empresa.
Para efeito de contagem de férias, temos (dados
fictícios):
- admissão - 20.02.2017;
- rescisão contratual - 25.02.2019;
- estabilidade - de 1º.11.2017 (registro da can-
didatura) até 31.12.2019 (1 ano após o final
do mandato);
- reintegração - 02.05.2019;
- contagem dos períodos aquisitivos e conces-
sivos de férias:
Períodos aquisitivos Períodos concessivos
20.02.2017 a 19.02.2018 20.02.2018 a 19.02.2019
20.02.2018 a 19.02.2019 20.02.2019 a 19.02.2020
(em curso quando da rescisão)
Observe-se que o período de afastamento das
atividades em virtude da rescisão contratual anulada
(25.02.2019 a 1º.05.2019) não acarretou qualquer
alteração na contagem do período aquisitivo das
férias, o qual foi apurado como se a rescisão não
tivesse ocorrido.
CT28-05

Observe-se que:
a) as férias relativas ao 1º período aquisitivo
(20.02.2017 a 19.02.2018) - são devidas com
a remuneração em dobro, uma vez que por
ocasião da rescisão contratual (25.02.2019),
o empregador já não contava com tempo há-
bil para conceder referidas férias no prazo
legal;
b) as férias relativas ao 2º período aquisitivo
(20.02.2018 a 19.02.2019) - puderam ser pa-
gas de forma simples, desde que gozadas in-
tegralmente até 19.02.2020.
4.6 13º salário
Da mesma forma que nas férias, o período em
que o trabalhador esteve afastado das atividades em
virtude da rescisão contratual anulada, até a sua volta
ao serviço, é normalmente computado para apuração
dos avos do 13º salário.
Exemplo
WD
13º salário - Reintegração de empregado
Considerando o mesmo exemplo do subtópico
anterior, ou seja (dados fictícios):
- admissão - 20.02.2017;
- rescisão contratual - 25.02.2019;
- estabilidade - de 1º.11.2017 (registro da can-
didatura) até 31.12.2019 (1 ano após o final
do mandato);
- reintegração - 02.05.2019;
- 13º salário devido relativo ao ano de 2019 -
13º salário integral, ou seja, 12/12 (1º.01 a
31.12.2019) da remuneração devida em de-
zembro/2019.
Observe-se que o período de afastamento das
atividades em virtude da rescisão contratual anulada
(25.02.2019 a 1º.05.2019) não acarretou qualquer
alteração na contagem dos avos de 13º salário
devido no ano de 2019, ou seja, ele foi apurado como
se a ruptura contratual não tivesse ocorrido.
4.7 Contribuição previdenciária - Depósitos do FGTS
Na reintegração, os pagamentos efetuados
relativos aos salários e demais verbas devidas corres-
pondentes ao período do afastamento das atividades
sofrem a incidência das contribuições previdenciárias
normais, observadas as competências corresponden-
tes, estando também sujeitos aos depósitos do FGTS.
28-06 CT
Manual de Procedimentos
Legislação Trabalhista e Previdenciária
4.8 GFIP/Sefip - Retificação
O Manual da GFIP/Sefip, versão 8.4/2020, apro-
vado pela Instrução Normativa RFB nº 1.922/2020,
determina em seu Capítulo IV, subitem 8.11:
8.11 - REINTEGRAÇÃO DE EMPREGADO
Quando a sentença judicial determinar a reintegração do
empregado (não convertida em indenização), o trabalha-
dor deve ser informado em GFIP/Sefip com código 650
Característica 3.
Deve ser transmitida uma GFIP/Sefip com código 650
(modalidade branco) Característica 3 para cada compe-
tência do período compreendido entre o desligamento
anulado e o efetivo retorno ao trabalho. Nos campos Pe-
ríodo Início e Período Fim deve-se repetir a competência
do movimento.
Além disso, a GFIP/Sefip, onde consta o desligamento
anulado, deve ser retificada.
O procedimento especificado neste subitem se aplica para
decisões proferidas antes ou depois de 08/2005.
Por sua vez, o Manual de Orientação Retificação
de Dados, Transferência de Contas Vinculadas e
Devolução de Valores Recolhidos a Maior, aprovado
pela Circular Caixa nº 857/2019, atualmente na versão
3, informa no subitem 5.2.4.5.3, nota, que são passí-
veis de devolução, solicitada por meio do formulário
“Retificação com Devolução de FGTS” (RDF), os valo-
res recolhidos indevidamente ao FGTS em virtude,
entre outros, de cancelamento da rescisão contratual,
hipótese em que deverão ser preenchidos no referido
formulário:
- campos 1 a 12 - com a identificação do em-
pregador, da guia paga e do motivo da devo-
lução;
- campos 13 a 15 - com os dados do trabalha-
dor; e
- campos 20 e 21 - com os valores pleiteados.
Porém, o mesmo Manual alerta (especial atenção
ao subitem 6.9.2.2 a seguir):
6.9.2 CANCELAMENTO DE RESCISÃO
6.9.2.1 É enquadrada no motivo de devolução “Cance-
lamento de Rescisão”, a situação em que o empregador
realizou o pagamento da guia do FGTS por desligamento
do trabalhador e houve a reintegração no por:
- iniciativa do empregador;
- determinação judicial;
- impossibilidade de rescisão amparada pela CLT: proteção
à maternidade, membro da CIPA, empregado estável,
licença saúde, outros motivos constantes na convenção
da categoria.
Manual de Procedimentos - Jul/2020 - Fascículo 28 - Boletim IOB
 Manual de Procedimentos
Legislação Trabalhista e Previdenciária
6.9.2.2 É realizada devolução de valores pelo motivo Can-
celamento de Rescisão desde que exista saldo disponível
na conta vinculada do trabalhador, ou seja, não tenha ocor-
rido o saque dos valores.
4.9 Cadastro Geral de Empregados e
Desempregados (Caged)
Nota
Veja também o subtópico a seguir (eSocial).
O Manual de Orientações do Caged, versão
01/2020 (disponível no site da Secretaria do
Trabalho - http://trabalho.gov.br/trabalhador-
-caged/2015-09-10-17-46-22), determina que em
caso de reintegração do trabalhador deve-se infor-
mar, entre outros, os seguintes dados:
Operação Tipos de movimentos Código
Cadastrar Movimen- Admissões 35 - Reintegração
tação
Cadastrar Acerto Admissões 35 - Reintegração
4.10 eSocial
Desde a competência janeiro/2020, as empresas
dos grupos 1 e 2 do eSocial ficaram desobrigadas de
declarar o Caged, de acordo com as regras estabele-
cidas na Portaria SEPRT nº 1.127/2019.
Assim, ao invés do Caged, referidas empresas
(grupos 1 e 2) deverão enviar a informação da reinte-
gração do empregado para o Sistema de Escrituração
Digital das Obrigações Fiscais, Previdenciárias e
Trabalhistas (eSocial), por meio do evento “S-2298 -
Reintegração”.
Nota
O envio das informações ao eSocial deve observar as disposições con-
tidas (entre outros atos legais):
a) nos leiautes do eSocial, versão 2.5 (Resolução CG-eSocial
nº 19/2018), observadas as notas técnicas posteriores divulgadas
pelos órgãos competentes; e
b) no Manual de Orientação do eSocial, versão 2.5.01 (Resolução
CG-eSocial nº 21/2018), observadas as notas orientativas posterio-
res divulgadas pelos órgãos competentes.
5. Verbas rescisórias pagas - Compensação
ou desconto
Considerando que, por ocasião da ruptura contra-
tual, o empregador efetuou o pagamento das verbas
rescisórias então apuradas, tais como férias vencidas
e proporcionais, aviso-prévio, 13º salário, etc. (veja
subtópicos a seguir), entendemos que, mediante
acordo entre as partes, os valores pagos poderão:
a) ser compensados quando do pagamento das
verbas sob mesmo título; ou
Boletim IOB - Manual de Procedimentos - Jul/2020 - Fascículo 28
b) ser descontados mediante critérios e valores
previamente estabelecidos, observados os
princípios de razoabilidade e de bom-senso.
Apesar do posicionamento adotado pelo Conselho
Técnico IOB, ressaltamos que, tendo em vista a ine-
xistência de dispositivo legal expresso que discipline
o assunto, o que pode acarretar entendimentos diver-
sos dos ora mencionados, o empregador deverá ter
cautela diante da ocorrência concreta da situação ora
retratada, podendo, por medida preventiva, verificar o
posicionamento do sindicato da categoria profissional
respectiva.
5.1 Férias
Quando da efetiva concessão do gozo das férias
após a reintegração, o valor pago a este título por
ocasião da rescisão anulada poderá ser:
a) compensado; ou
b) recalculado/complementado - se tiver ocorri-
do, por exemplo, reajuste salarial ou alteração
da média de parcelas variáveis (comissões,
horas extras, etc.); ou
c) descontado, se for o caso - ao se recalcular,
por exemplo, a média de parcelas variáveis
(comissões, horas extras, etc.), e esta média
ficar inferior àquela paga na rescisão anulada.
5.2 13º salário
Da mesma forma que as férias, quando do paga-
mento das 1ª e 2ª parcelas do 13º salário, os valores
recebidos por ocasião da rescisão sob esta denomi-
nação poderão ser compensados, complementados
ou descontados.
5.3 Aviso-prévio/salário
Os valores pagos sob essa rubrica poderão ser:
a) descontados das remunerações mensais a
serem pagas, ou, senão, de forma parcelada,
mediante acordo entre as partes; ou
b) compensados com o valor do salário que, even-
tualmente, seja devido em relação ao período
entre a rescisão anulada e a reintegração.
5.4 FGTS sacado pelo trabalhador reintegrado
O subitem 6.1.7.4.2 da Circular Caixa nº 907/2020
determina que, havendo reintegração de trabalhador,
por decisão judicial, cuja rescisão ensejou o saque
do FGTS, fica o trabalhador desobrigado de promover
a reposição do valor sacado, e cabe ao empregador
CT28-07

informar a Caixa Econômica Federal (Caixa) para
computá-lo no valor base para cálculo do recolhi-
mento rescisório.
Nota
Sobre retificações em GFIP/Sefip pelo empregador, veja subtópico 4.8.
5.5 Seguro-desemprego
A Resolução Codefat nº 619/2009 estabelece
que as parcelas do mencionado benefício, recebidas
indevidamente pelos segurados por qualquer dos
motivos previstos na Lei nº 7.998/1990, deverão ser
restituídas mediante Guia de Recolhimento da União
(GRU) para depósito na conta do Programa Seguro-
-Desemprego. Referidos valores serão corrigidos pelo
Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), a
partir da data do recebimento indevido até a data da
restituição.
O pagamento da GRU deverá ser efetuado na
Caixa.
Constatado o recebimento indevido e a obriga-
ção de restituição pelo trabalhador por ocasião do
processamento de novo benefício, o órgão público
competente promoverá a compensação, nas datas
de liberação de cada parcela, dos valores devidos
ao Erário Público com o saldo de valores do novo
benefício.
a IOB Setorial
Saúde
Enfermeiros - Dispositivos extraglóticos
(DEG) - Acesso à via aérea - Situações
de urgência e emergência - Atuação
Por meio da Resolução nº 641/2020, o Conselho
Federal de Enfermagem (Cofen) disciplinou a utili-
zação, por enfermeiros, de dispositivos extraglóticos
(DEG) e de outros procedimentos para acesso à via
28-08 CT
Manual de Procedimentos
Legislação Trabalhista e Previdenciária
6. Súmulas do TST
28 - Indenização
No caso de se converter a reintegração em indenização
dobrada, o direito aos salários é assegurado até a data da
primeira decisão que determinou essa conversão.
244. Gestante. Estabilidade provisória (redação do
item III alterada na sessão do Tribunal Pleno realizada em
14.09.2012)
I - O desconhecimento do estado gravídico pelo empre-
gador não afasta o direito ao pagamento da indenização
decorrente da estabilidade (art. 10, II, “b” do ADCT).
II - A garantia de emprego à gestante só autoriza a reinte-
gração se esta se der durante o período de estabilidade.
Do contrário, a garantia restringe-se aos salários e demais
direitos correspondentes ao período de estabilidade.
III - A empregada gestante tem direito à estabilidade provi-
sória prevista no art. 10, inciso II, alínea “b”, do Ato das Dis-
posições Constitucionais Transitórias, mesmo na hipótese
de admissão mediante contrato por tempo determinado.
396 - Estabilidade provisória. Pedido de reintegração.
Concessão do salário relativo ao período de estabilidade
já exaurido. Inexistência de julgamento “extra petita”
I - Exaurido o período de estabilidade, são devidos ao empre-
gado apenas os salários do período compreendido entre a
data da despedida e o final do período de estabilidade, não
lhe sendo assegurada a reintegração no emprego.
II - Não há nulidade por julgamento “extra petita” da deci-
são que deferir salário quando o pedido for de reintegra-
ção, dados os termos do art. 496 da CLT.
N
aérea nas situações de urgência e emergência, nos
ambientes intra e pré-hospitalares.
Nota
Os DEG podem ser classificados em duas categorias:
a) dispositivos supraglóticos (DSG) - que se situam acima e envolvem
a glote (por exemplo: máscara laríngea e via aérea perilaríngea); e
b) dispositivos infraglóticos (DIG) ou dispositivos retroglóticos (DRG)
- que passam atrás e além da laringe para penetrar na porção su-
perior do esôfago (por exemplo: tubo combinado traqueo-esofágico,
tubo laríngeo).
Os modelos indicados para emergência são aqueles que permitem a
passagem de uma sonda gástrica por uma via alternativa no corpo do dispo-
sitivo, para esvaziamento do conteúdo gástrico.
Manual de Procedimentos - Jul/2020 - Fascículo 28 - Boletim IOB
 Manual de Procedimentos
Legislação Trabalhista e Previdenciária
1. Utilização - Situações excepcionais
É privativo do enfermeiro, no âmbito da equipe de
enfermagem, a utilização dos DEG para acesso à via
aérea, exclusivamente, em situação de iminente risco
de morte.
2. Competências
Compete ao enfermeiro, no âmbito da equipe de
enfermagem, a averiguação quanto:
a) ao correto posicionamento e as técnicas
de manutenção das pressões internas dos
manguitos e/ou balonetes dos DEG e tubos
traqueais;
b) a instilação de líquidos (soro fisiológico ou
água destilada); e
c) o esvaziamento controlado, conforme protoco-
lo institucional, para os pacientes submetidos
ao transporte em aeronaves de asa fixa e/ou
rotativa.
3. Atribuições privativas
É privativo do enfermeiro, no âmbito da equipe de
enfermagem, a utilização da pinça Magill com auxílio
de laringoscopia para a retirada de corpo estranho,
quando da obstrução da via aérea por corpo estranho
(Ovace) em pacientes inconscientes, após insucesso
nas tentativas de desobstrução pela técnica de
Heimlich.
Notas
(1) Pinça Magill - é um instrumento metálico, não cortante, que tem
seu uso indicado, entre outros, para retirada de corpo estranho da via aérea,
quando visualizado.
(2) Laringoscopia - é um procedimento onde se utiliza um equipamento
denominado “laringoscópio”, que tem por finalidade a abertura da via aérea e
a visualização da laringe e anexos, para introdução de um tubo.
(3) Manobra de Heimlich - é a técnica de desobstrução de via aérea
que consiste na compressão do abdome de uma pessoa com Ovace parcial
ou total, com a vítima ainda consciente, podendo ser realizada com a vítima
em pé ou deitada. O tratamento para Ovace em lactentes é realizado com
golpes fortes no tórax posterior e compressões na porção anterior da caixa
torácica.
4. Responsabilidades
É de responsabilidade do enfermeiro, no âmbito
da equipe de enfermagem, a execução da cricoti-
reoidostomia por punção na obstrução completa da
via aérea por Ovace ou edema das estruturas orofa-
Boletim IOB - Manual de Procedimentos - Jul/2020 - Fascículo 28
ríngeas, quando os demais procedimentos previstos
para esta situação não forem efetivos.
Nota
A cricotireoidostomia por punção:
a) é uma alternativa na abordagem à via aérea quando da impossibili-
dade de intubação traqueal (por exemplo: edema de glote, obstrução total de
via aérea), podendo ser realizada por punção ou via cirúrgica;
b) é realizada pela inserção de um cateter sobre agulha de grosso cali-
bre (14 para adultos e 16 ou 18 para crianças) pela membrana cricotireoidea,
cuja ventilação não deve ultrapassar 30 a 45 minutos, em função da retenção
de dióxido de carbono. Tem por finalidade a oferta de oxigênio em situações
de emergência, no iminente risco de morte.
5. Qualificação necessária
Para a execução dos procedimentos constantes
neste texto, o enfermeiro deve estar devidamente
capacitado, por meio de curso presencial com con-
teúdo que inclua teoria e prática simulada.
6. Instrutores de cursos de capacitação - Requi-
sitos
Os enfermeiros instrutores de cursos de capacita-
ção para os procedimentos normatizados neste texto
devem:
a) possuir especialização na área de urgência e
emergência ou outras afins que contemplem
na matriz curricular o conteúdo relacionado
aos procedimentos anteriores; ou
b) ter experiência prática comprovada na utiliza-
ção de DEG e cricotireoidostomia por punção.
É proibido ao enfermeiro ministrar cursos refe-
rentes aos procedimentos normatizados neste texto
a profissionais que não possuem competência legal
para executá-los (técnicos/auxiliares de enfermagem,
bombeiros militares, bombeiros civis, socorristas,
entre outros similares).
7. Outros requisitos
Para o pleno exercício dos procedimentos norma-
tizados neste texto, deverão ser estabelecidos:
a) protocolos e respectivas capacitações; e
b) materiais e equipamentos, destinados a me-
lhores práticas e segurança dos pacientes e
equipes.
(Resolução Cofen nº 641/2020 e Anexo)
N
CT28-09

a IOB Perguntas e Respostas
Reintegração do empregado
Data de admissão
1) Qual é a data de admissão a ser considerada,
se o empregado foi dispensado pelo empregador e a
Justiça do Trabalho determina a sua reintegração?
Reintegrar significa restabelecer o status anterior,
ou seja, reconduzir o empregado à função ou ao cargo
que exercia na empresa antes da ruptura contratual
havida. Em outras palavras: o empregado reintegrado
recupera o seu antigo emprego, assim, o contrato de
trabalho volta a fluir como se a rescisão não tivesse
ocorrido.
Dessa forma, havendo a reintegração do empre-
gado, não é necessário firmar novo contrato de tra-
balho, pois prevalecem as anotações já existentes no
livro (ou ficha) de registro e na Carteira de Trabalho e
Previdência Social (CTPS) do empregado.
Assim, deverá ser mantida a data de admis-
são original, devendo ser anotado, entretanto, em
“Observações” (ficha ou folha do livro de registro) e
em “Anotações gerais” (CTPS), que a data da resci-
são/baixa deve ser desconsiderada.
(Consolidação das Leis do Trabalho - CLT, arts. 29 e 41)
Empregada gestante
2) O que a empregada gestante poderá fazer se for
dispensada sem justa causa?
A empregada gestante tem estabilidade no
emprego desde a confirmação da gravidez até 5
meses após o parto.
Se, ao promover a rescisão, o empregador não
tinha conhecimento da gravidez, a empregada poderá
28-10 CT
Manual de Procedimentos
Legislação Trabalhista e Previdenciária
notificá-lo desse fato para que seja providenciada a
sua reintegração.
Havendo recusa do empregador em reintegrá-la,
ou ainda, se já havia conhecimento da gravidez e
mesmo assim houve a rescisão, a empregada gestante
dispensada sem justa causa poderá propor recla-
mação trabalhista na Justiça do Trabalho pleiteando
a sua reintegração ao trabalho, uma vez que possui
estabilidade provisória garantida constitucionalmente,
não podendo ser dispensada arbitrariamente desde
a confirmação da gravidez até 5 meses após o parto.
Ressalte-se ser recomendável que a reclamação
trabalhista seja proposta dentro deste período, haja
vista que muitas decisões judiciais tem considerado
haver má-fé da empregada pleitear indenização após
o término do período de estabilidade, ao invés de
solicitar a reintegração.
(Constituição Federal/1988 - Ato das Disposições Constitu-
cionais Transitórias, art. 10, II, “b”)
FGTS sacado pelo trabalhador reintegrado
3) O empregado que, ao ser dispensado, sacou o
saldo da sua conta vinculada do FGTS está obrigado a
devolver esse valor ao ser reintegrado?
Não. Havendo reintegração de trabalhador, por
decisão judicial, cuja rescisão ensejou o saque do
FGTS, o trabalhador fica desobrigado de promover a
reposição do valor sacado.
Ao empregador cabe informar a Caixa Econômica
Federal (Caixa) para computá-lo no valor base para
cálculo do recolhimento rescisório.
(Manual de Orientação ao Empregador Recolhimentos
Mensais e Rescisórios ao FGTS e das Contribuições Sociais,
aprovado pela Circular Caixa nº 907/2020, subitem 6.1.7.4.2)
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