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Boletim j

Manual de Procedimentos
Temática Contábil e Balanços
Fascículo No 45/2019

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// Contabilidade Geral Veja nos Próximos


Avaliação a valor justo. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 01 Fascículos

// Contabilização a Empréstimos bancários com


Pagamento de dívidas com cheques ou duplicatas de terceiros. . . . . 06 caução de duplicatas
Registro dos tributos devidos pelas pessoas jurídicas optantes pelo
Simples Nacional. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 07 a Empréstimos bancários
com juros cobrados
antecipadamente
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Capa:
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Editoração Eletrônica e Revisão:


Editorial SAGE | IOB

0800-724-7900 SAC

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)


(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)

Temática contábil e balanços : contabilidade geral :


avaliação a valor justo : contabilização :
pagamento de dívidas com cheques ou duplicatas de
terceiros.... -- 15. ed. -- São Paulo : Sage -
IOB, 2019. -- (Coleção manual de procedimentos)

ISBN 978-85-379-3521-7

1. Balanços contábeis 2. Empresas - Contabilidade


I. Série.

19-30830 CDD-658.15
Índices para catálogo sistemático:

1. Administração financeira : Empresas 658.15


2. Análise de balanços : Empresas : Administração
financeira 658.15
3. Balanços : Empresas : Administração financeira
658.15

Maria Alice Ferreira - Bibliotecária - CRB-8/7964

Todos os direitos reservados. É expressamente proibida a reprodução total ou parcial desta obra, por qualquer
meio ou processo, sem prévia autorização do autor (Lei no 9.610, de 19.02.1998, DOU de 20.02.1998).
Boletim IOB

Impresso no Brasil
Printed in Brazil
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Manual de Procedimentos
Temática Contábil e Balanços

a Contabilidade Geral
Avaliação a valor justo

1. QUADRO SINÓTICO
Neste texto, discorremos sobre o ganho e a perda decorrente da avaliação a valor justo, bem como suas
implicações fiscais, cujos principais aspectos resumimos no quadro a seguir:

Fundamentação legal Pronunciamento Técnico CPC 46; Deliberação CVM nº 699/2012 e Resolução CFC
nº 1.428/2013 - NBC TG 46 (R2);
Objetivo do CPC 46 O objetivo do Pronunciamento Técnico CPC 46 é:
a) definir valor justo;
b) estabelecer em um único Pronunciamento a estrutura para a mensuração do valor
justo; e
c) estabelecer divulgações sobre mensurações do valor justo.
Alcance do CPC 46 Este Pronunciamento é aplicável quando outro Pronunciamento requerer ou permitir men-
surações do valor justo ou divulgações sobre mensurações do valor justo.
Definição de valor justo O item 9 do CPC 46 define valor justo como o preço que seria recebido pela venda de
um ativo ou que seria pago pela transferência de um passivo em uma transação não
forçada entre participantes do mercado na data de mensuração.
Valor justo no reconhecimento inicial Quando o ativo é adquirido ou o passivo assumido em transação de troca para esse ativo
ou passivo, o preço da transação é o preço pago para adquirir o ativo ou recebido para
assumir o passivo (um preço de entrada). Por outro lado, o valor justo do ativo ou passivo
é o preço que seria recebido para vender o ativo ou pago para transferir o passivo (um
preço de saída). As entidades não necessariamente vendem ativos pelos preços pagos
para adquiri-los. Similarmente, as entidades não necessariamente transferem passivos
pelos preços recebidos para assumi-los.
Técnicas de avaliação a valor justo apropriadas A entidade deve utilizar técnicas de avaliação que sejam apropriadas nas circunstâncias
e para as quais haja dados suficientes disponíveis para mensurar o valor justo, maxi-
mizando o uso de dados observáveis relevantes e minimizando o uso de dados não
observáveis.
Técnicas de avaliação a serem utilizadas pela São três as técnicas de avaliação amplamente utilizadas:
entidade 1) abordagem de mercado;
2) abordagem de custo;
3) abordagem de receita.
Os principais aspectos dessas abordagens são resumidos nos itens B5 a B11 do CPC
46 . A entidade deve utilizar técnicas de avaliação consistentes com uma ou mais dessas
abordagens para mensurar o valor justo.
Divulgação A entidade deve divulgar informações que auxiliem os usuários de suas demonstrações
contábeis a avaliar ambas as seguintes opções:
a) para ativos e passivos que sejam mensurados ao valor justo de forma recorrente ou
não recorrente no balanço patrimonial após o reconhecimento inicial, as técnicas de ava-
liação e informações utilizadas para desenvolver essas mensurações;
b) para mensurações do valor justo recorrentes que utilizem dados não observáveis sig-
nificativos, o efeito das mensurações sobre o resultado do período ou outros resultados
abrangentes para o período.

Boletim IOB - Manual de Procedimentos - Nov/2019 - Fascículo 45 TC45-01


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Temática Contábil e Balanços

2. DEFINIÇÃO DE VALOR JUSTO b) no caso de ativos ou passivos representados


por mais de uma conta, tais como bens de-
Nos termos do item 9 do Pronunciamento Técnico
preciáveis, o controle deverá ser feito com a
CPC 46 - Mensuração do Valor Justo (recepcionado
utilização de uma subconta para cada conta;
pela Deliberação CVM nº 699/2012, e pela Resolução
CFC nº 1.428/2013 - NBC TG 46 (R2), considera-se c) no caso de conta que se refira a grupo de ati-
valor justo o preço que seria recebido pela venda vos ou passivos, de acordo com a natureza
de um ativo ou que seria pago pela transferência desses, a subconta poderá se referir ao mes-
de um passivo em uma transação não forçada entre mo grupo de ativos ou passivos, desde que
participantes do mercado na data de mensuração. haja livro razão auxiliar que demonstre o deta-
lhamento individualizado por ativo ou passivo;
O objetivo da mensuração do valor justo é estimar d) nos casos de subcontas vinculadas a parti-
o preço pelo qual uma transação não forçada para cipação societária ou a valor mobiliário, que
a venda do ativo ou para a transferência do passivo devam discriminar ativos ou passivos da in-
ocorreria entre participantes do mercado na data vestida ou da emitente do valor mobiliário, po-
de mensuração sob condições atuais de mercado. derá ser utilizada uma única subconta para
A mensuração do valor justo requer que a entidade cada participação societária ou valor mobi-
determine todos os itens a seguir: liário, desde que haja livro razão auxiliar que
a) o ativo ou passivo específico objeto da men- demonstre o detalhamento individualizado por
suração (de forma consistente com a sua uni- ativo ou passivo da investida ou da emitente
dade de contabilização); do valor mobiliário;
b) para um ativo não financeiro, a premissa de e) cada subconta deve se referir a apenas uma
avaliação apropriada para a mensuração (de única conta de ativo ou passivo e cada conta
forma consistente com o seu melhor uso pos- de ativo ou passivo poderá se referir a mais de
sível); uma subconta, caso haja fundamentos distin-
c) o mercado principal (ou mais vantajoso) para o tos para sua utilização.
ativo ou passivo;
Vale ressaltar que o controle por meio de subcon-
d) as técnicas de avaliação apropriadas para a tas na forma supramencionada dispensa o controle
mensuração, considerando-se a disponibilida- dos mesmos valores na Parte B do Livro de Apuração
de de dados com os quais se possam desen- do Lucro Real (Lalur).
volver informações que representem as pre-
missas que seriam utilizadas por participantes Nota
do mercado ao precificar o ativo ou o passivo Os livros razão auxiliar mencionados nas letras “c” e “d” devem ser
e o nível da hierarquia de valor justo no qual se transmitidos ao Sistema Público de Escrituração Digital (Sped).

classificam os dados. (Lei nº 12.973/2014, arts. 13 e 14; Instrução Normativa RFB


nº 1.700/2017, art. 89)
3. AVALIAÇÃO A VALOR JUSTO
Os impactos tributários das receitas ou despesas 3.1 Ganho
decorrentes dos ajustes positivos ou negativos com O ganho decorrente de avaliação de ativo ou
base no valor justo dos ativos e passivos, os quais passivo com base no valor justo não será computado
devem ser reconhecidos no resultado da pessoa na determinação do lucro real desde que o respectivo
jurídica à medida de sua realização, desde que esteja aumento no valor do ativo ou a redução no valor do
evidenciado em subcontas do ativo ou passivo. passivo seja evidenciado contabilmente em subconta
vinculada ao ativo ou passivo.
As subcontas relativas à avaliação a valor justo
devem ser analíticas e registrar os lançamentos con- O ganho evidenciado por meio da subconta será
tábeis em último nível, observando-se que: computado na determinação do lucro real à medida
a) a soma do saldo da subconta com o saldo da que o ativo for realizado, inclusive mediante deprecia-
conta do ativo ou passivo a que a subconta ção, amortização, exaustão, alienação ou baixa, ou
está vinculada resultará no valor do ativo ou quando o passivo for liquidado ou baixado. O ganho
passivo mensurado de acordo com as disposi- referido não será computado na determinação do
ções da Lei nº 6.404/1976; lucro real caso o valor realizado, inclusive mediante

45-02 TC Manual de Procedimentos - Nov/2019 - Fascículo 45 - Boletim IOB


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depreciação, amortização, exaustão, alienação ou Nota


baixa, seja indedutível. Observado o disposto no tópico 3, o valor do ganho deve ser contro-
lado na Parte “B” do Lalur e oferecido à tributação à medida que o ativo for
realizado, inclusive mediante alienação ou baixa, depreciação, amortização
Porém, na hipótese de não ser evidenciado por ou exaustão.
meio de subconta na forma mencionada, o ganho
será tributado. Nesse caso, o ganho não poderá acar- No Balanço Patrimonial, teríamos a seguinte
retar redução de prejuízo fiscal do período, devendo representação gráfica:
ser considerado em período de apuração seguinte Ativo Não Circulante
em que exista lucro real antes do cômputo do referido Propriedades para Investimento
ganho. - Terrenos R$ 200.000,00
- Terrenos - Ajuste a Valor Justo R$ 300.000,00 R$ 500.000,00
No caso de operações de permuta que envolvam
troca de ativo ou passivo, o ganho decorrente da ava- (Lei nº 12.973/2014, art. 13; Instrução Normativa RFB
nº 1.700/2017, art. 97)
liação com base no valor justo poderá ser computado
na determinação do lucro real na medida da realização
3.2 Perda
do ativo ou passivo recebido na permuta, de acordo
com as hipóteses mencionadas anteriormente. Os A perda decorrente de avaliação de ativo ou
ganhos no reconhecimento inicial de ativos avaliados passivo com base no valor justo somente poderá ser
com base no valor justo decorrente de doações rece- computada na determinação do lucro real à medida
bidas de terceiros serão tributáveis, não se aplicando que o ativo for realizado, inclusive mediante deprecia-
as disposições previstas nesse tópico. ção, amortização, exaustão, alienação ou baixa, ou
quando o passivo for liquidado ou baixado, e desde
Nota que a respectiva redução no valor do ativo ou aumento
Para o reconhecimento inicial do valor justo, deve-se levar em conta
que:
no valor do passivo seja evidenciada contabilmente
a) quando o ativo é adquirido ou o passivo assumido em transação de em subconta vinculada ao ativo ou passivo.
troca para esse ativo ou passivo, o preço da transação é o preço
pago para adquirir o ativo ou recebido para assumir o passivo (um
preço de entrada); A perda não será computada na determinação do
b) por outro lado, o valor justo do ativo ou passivo é o preço que seria lucro real caso o valor realizado, inclusive mediante
recebido para vender o ativo ou pago para transferir o passivo (um depreciação, amortização, exaustão, alienação ou baixa,
preço de saída).
seja indedutível. Na hipótese de não ser evidenciada por
As entidades não necessariamente vendem ativos pelos preços pagos
para adquiri-los. Similarmente, as entidades não necessariamente transferem meio de subconta na forma mencionada, a perda será
passivos pelos preços recebidos para assumi-los. considerada indedutível na apuração do lucro real.

3.1.1 Exemplo 3.2.1 Exemplo


Consideremos determinada empresa possui um
Consideremos que determinada empresa possui
terreno registrado no subgrupo de Propriedade para
um galpão registrado na conta de Propriedade para
Investimentos, no Ativo Não Circulante, cuja intenção
Investimentos, na subconta de Edifícios, cuja intenção
é para valorização do capital, e não pretende utilizá-lo
é para valorização do capital, e não pretende utilizá-lo
em suas atividades, tampouco vendê-lo.
em suas atividades, tampouco vendê-lo. Esse imóvel
Na escrituração contábil da entidade, o imóvel foi avaliado por um perito por R$ 2.000.000,00, sendo
está registrado por R$ 200.000,00, enquanto o valor que, na escrituração contábil da entidade, o imóvel
justo deste é R$ 500.000,00. Nessa hipótese, há, está registrado por R$ 3.000.000,00. Nessa hipótese,
portanto, um ganho de R$ 300.000,00. há, portanto, uma perda de R$ 1.000.000,00.

Nesse caso, teríamos o seguinte lançamento Nesse caso, teríamos o seguinte lançamento
contábil: contábil:
1) Pelo registro do ganho decorrente do ajuste a 1) Pelo registro da perda decorrente do ajuste a
valor justo do ativo: valor justo do ativo:
D - Terrenos - Ajuste a Valor Justo D - Perdas Prováveis em Edifícios
(Ativo Não Circulante - Propriedade para In- (Conta de Resultado)
vestimento) C - Perdas estimadas em Edifícios
C - Ganho de Ajuste a Valor Justo de Terrenos (Redutora do Ativo Não Circulante -
(Conta de Resultado) R$ 300.000,00 Propriedades p/ Investimento) R$ 1.000.000,00

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Nota 5. SUBSCRIÇÃO DE AÇÕES


O valor da perda registrado no período como despesa operacional
deve ser adicionado na Parte A e controlado na Parte B do Lalur para futura
exclusão. No período de alienação ou baixa do ativo, o valor da perda deve
5.1 Ganho de capital
ser realizado. Nesse momento, deverá ser computado na determinação do
lucro real. O ganho decorrente de avaliação com base no
valor justo de bem do ativo incorporado ao patrimônio
No Balanço Patrimonial, teríamos a seguinte de outra pessoa jurídica, na subscrição em bens de
representação gráfica: capital social, ou de valores mobiliários emitidos por
companhia, não será computado na determinação do
Ativo Não Circulante
lucro real, desde que o aumento no valor do bem do
Propriedades para Investimento
ativo seja evidenciado contabilmente em subconta
- Edifícios R$ 3.000.000,00
vinculada à participação societária ou aos valores
- Perdas Estimadas em Edifícios (R$ 1.000.000,00)
mobiliários, com discriminação do bem objeto de
R$ 2.000.000,00
avaliação com base no valor justo, em condições de
Notas permitir a determinação da parcela realizada em cada
(1) A propriedade para investimentos é a propriedade (terreno ou edifí-
cio, ou parte de edifício ou ambos) mantida (pelo proprietário ou arrendatário)
período.
para auferir aluguel ou para valorização do capital ou para ambas, e não para
uso na produção, no fornecimento de bens ou serviços, em finalidades admi-
nistrativas ou na venda no curso ordinário do negócio (item 5 da NBC TG 28,
O ganho evidenciado por meio da subconta será
aprovada pela Resolução CFC nº 1.178/2009). computado na determinação do lucro real:
(2) O ganho ou a perda proveniente de alteração ao valor justo de pro-
priedade para investimento deve ser reconhecido no resultado do período
a) na alienação ou na liquidação da participa-
em que ocorra (item 35 da NBC TG 28 - Propriedade para Investimentos). ção societária ou dos valores mobiliários, pelo
(3) Se a propriedade tiver utilização mista, deverá ser separada entre montante realizado;
propriedade de investimento e ativo imobilizado, proporcionalmente à sua
utilização. b) proporcionalmente ao valor realizado, no
período-base em que a pessoa jurídica que
(Lei nº 12.973/2014, arts. 13 a 15; Resolução CFC
nº 1.428/2013, itens 57 a 60; Instrução Normativa RFB houver recebido o bem realizar seu valor, in-
nº 1.700/2017, art. 102) clusive mediante depreciação, amortização,
exaustão, alienação ou baixa, ou com ele inte-
4. MUDANÇA DO REGIME DO LUCRO PRESUMIDO gralizar capital de outra pessoa jurídica; ou
PARA O LUCRO REAL c) na hipótese de bem não sujeito a realização
por depreciação, amortização ou exaustão
A pessoa jurídica tributada pelo lucro presumido
que não tenha sido alienado, baixado ou uti-
que, em período de apuração imediatamente pos-
lizado na integralização do capital de outra
terior, passar a ser tributada pelo lucro real deverá
pessoa jurídica, nos 5 anos-calendário sub-
incluir na base de cálculo do IRPJ apurado pelo lucro
sequentes à subscrição em bens de capital
presumido os ganhos decorrentes de avaliação com
social, ou de valores mobiliários emitidos por
base no valor justo que façam parte do valor contábil,
companhia, à razão de 1/60, no mínimo, para
e na proporção deste, relativos aos ativos constantes
cada mês do período de apuração.
em seu patrimônio.
Observa-se que, na hipótese de não ser eviden-
A tributação dos ganhos poderá ser diferida para ciado por meio de subconta, o ganho será tributado.
os períodos de apuração em que a pessoa jurídica Nesse caso, o ganho não poderá acarretar redução
for tributada pelo lucro real, desde que sejam obser- de prejuízo fiscal do período e deverá, nesse caso, ser
vados os procedimentos e os requisitos previstos no considerado em período de apuração seguinte em que
subtópico 3.1. As perdas verificadas nas condições exista lucro real antes do cômputo do referido ganho.
mencionadas somente poderão ser computadas na
determinação do lucro real dos períodos de apuração No caso de a subscrição de capital social ser
posteriores se forem observados os procedimentos e feita por meio da entrega de participação societária,
requisitos subtópico 3.2. será considerada realização, nos termos da letra “c”,
a absorção do patrimônio da investida, em virtude de
Nota
incorporação, fusão ou cisão, pela pessoa jurídica
Aplica-se o disposto nesse tópico à hipótese de avaliação com base no
valor justo de passivos relacionados a ativos ainda não totalmente realizados que teve o capital social subscrito por meio do recebi-
na data de transição para o lucro real. mento da participação societária. O mesmo se aplica
(Lei nº 12.973/2014, art. 16; Instrução Normativa RFB inclusive quando a investida absorver, em virtude de
nº 1.700/2017, art. 119) incorporação, fusão ou cisão, o patrimônio da pessoa

45-04 TC Manual de Procedimentos - Nov/2019 - Fascículo 45 - Boletim IOB


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jurídica que teve o capital social subscrito por meio do 3) Pela baixa da realização do ganho decorrente
recebimento da participação societária. da avaliação da participação societária em “B”
a valor justo:
5.1.1 Exemplo D - Ajuste de Avaliação Patrimonial
(Patrimônio Líquido)
Suponhamos que a Empresa “A” tinha um terreno C - Lucros acumulados
que foi avaliado inicialmente a valor justo, por R$ (Patrimônio Líquido) R$ 400.000,00
1.200.000,00. Esse terreno foi incorporado ao patri- Nota
mônio da Empresa B através da subscrição em bens No exemplo, o ganho de capital no valor R$ 300.000,00 (R$ 1.500.000,00
de capital social. correspondentes ao valor pelo qual a participação societária foi alienada,
menos R$ 1.200.000,00, referentes ao valor justo da referida participação so-
cietária) foi contabilizado como receita, estando sujeito à tributação pelo IRPJ
Antes da subscrição na empresa “B”, os saldos e pela CSL. Os R$ 400.000,00 relativos ao ganho decorrente da avaliação da
participação societária a valor justo devem, por sua vez, serem oferecidos à
contábeis das contas na empresa “A” eram os seguin- tributação mediante adição ao lucro líquido, para fins da apuração do lucro
tes: real e da base de cálculo da CSL.

(Lei nº 12.973/2014, art. 17; Instrução Normativa RFB


Terrenos (Ativo Não Circulante - Propriedades p/ nº 1.700/2017, arts. 110 e 111)
Investimento) R$ 800.000,00
Terrenos - Ajuste a Valor Justo (Ativo Não Circu-
lante - Propriedades p/ Investimento) R$ 400.000,00 5.2 Perda
Ajuste de avaliação patrimonial (Patrimônio Líquido) R$ 400.000,00 A perda decorrente de avaliação com base no
Após a subscrição na empresa “B”, os saldos valor justo de bem do ativo incorporado ao patrimônio
contábeis das contas na Empresa “A” passaram a ser de outra pessoa jurídica, na subscrição em bens de
capital social, ou de valores mobiliários emitidos por
os seguintes:
companhia, somente poderá ser computada na deter-
Participação societária em “B” (Ativo Não Circu- minação do lucro real caso a respectiva redução no
lante - Investimentos) R$ 800.000,00 valor do bem do ativo seja evidenciada contabilmente
Ajuste a Valor Justo - Participação Societária em em subconta vinculada à participação societária ou
“B” (Ativo Não Circulante - Investimentos) R$ 400.000,00
aos valores mobiliários, com discriminação do bem
Ajuste de Avaliação Patrimonial (Patrimônio Líqui-
do) R$ 400.000,00 objeto de avaliação com base no valor justo, em
condições de permitir a determinação da parcela
Posteriormente, a empresa “A” vendeu sua par- realizada em cada período, e:
ticipação societária na empresa “B” para um terceiro
a) na alienação ou na liquidação da participa-
por R$ 1.500.000,00, à vista.
ção societária ou dos valores mobiliários, pelo
montante realizado;
Nesse caso, teríamos os seguintes lançamentos
contábeis: b) proporcionalmente ao valor realizado, no
período-base em que a pessoa jurídica que
1) Pela venda à vista da participação societária: houver recebido o bem realizar seu valor, in-
D - Bancos conta Movimento clusive mediante depreciação, amortização,
(Ativo Circulante) exaustão, alienação ou baixa, ou com ele in-
C - Ganho de Capital na Alienação de Partici- tegralizar capital de outra pessoa jurídica; ou
pações Societárias
(Conta de Resultado) R$ 1.500.000,00 c) na hipótese de bem não sujeito à realização
por depreciação, amortização ou exaustão
2) Pela baixa da participação societária em B: que não tenha sido alienado, baixado ou utili-
D - Ganho de Capital na zado na integralização do capital de outra pes-
Alienação de Participa- soa jurídica, a perda poderá ser amortizada
ções Societárias (Conta
de Resultado) R$ 1.200.000,00 nos balanços correspondentes à apuração de
C - Participação Societária lucro real, levantados durante os 5 anos-calen-
em “B” dário subsequentes à subscrição em bens de
(Ativo Não Circulante - capital social, ou de valores mobiliários emiti-
Investimentos) R$ 800.000,00
dos por companhia, à razão de 1/60, no máxi-
Ajuste a Valor Justo -
Participação Societária mo, para cada mês do período de apuração.
em “B”
(Ativo Não Circulante - Na hipótese de não ser evidenciada por meio de
Investimentos) R$ 400.000,00 subconta na forma mencionada, a perda será consi-

Boletim IOB - Manual de Procedimentos - Nov/2019 - Fascículo 45 TC45-05


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derada indedutível na apuração do lucro real. No caso base no valor justo somente poderá ser computada na determinação do lucro
real caso a respectiva redução no valor do ativo seja registrada em subcon-
de a subscrição de capital social ser feita por meio da ta vinculada à participação societária ou aos valores mobiliários adquiridos,
entrega de participação societária, será considerada com discriminação do bem na denominação da subconta e em condições de
permitir a determinação da parcela realizada em cada período, observando-
realização, nos termos da letra “b”, a absorção do -se o seguinte:
patrimônio da investida, em virtude de incorporação, a) quando da avaliação com base no valor justo, a perda será regis-
trada a débito em conta de despesa ou de patrimônio líquido em
fusão ou cisão pela pessoa jurídica que teve o capital contrapartida à subconta vinculada à participação societária ou aos
social subscrito por meio do recebimento da partici- valores mobiliários adquiridos;
pação societária. Isso se aplica inclusive, quando a b) a perda será adicionada ao lucro líquido na determinação do lucro
real no período de apuração em que for apropriada como despesa;
investida absorver, em virtude de incorporação, fusão
c) o valor registrado na subconta será baixado de acordo com o dis-
ou cisão, o patrimônio da pessoa jurídica que teve o posto nas letras “a” a “c” deste subtópico;
capital social subscrito por meio do recebimento da d) o valor da subconta baixado conforme a letra “c” poderá ser excluído
do lucro líquido na determinação do lucro real no período de apura-
participação societária. ção relativo à baixa.

Nota (Lei nº 12.973/2014, art. 18; Instrução Normativa RFB


nº 1.700/2017, arts. 112 e 113)
No caso de ativo incorporado ao patrimônio de outra pessoa jurídica
nas condições supramencionadas, a perda decorrente da avaliação com N

a Contabilização
Pagamento de dívidas com cheques ou 2. EXEMPLOS
duplicatas de terceiros A título de ilustração, seguem alguns exemplos
de contabilização de pagamentos de dívidas com
1. INTRODUÇÃO cheques ou duplicatas de terceiros.

O pagamento de dívidas mediante endosso de 2.1 Pagamento a fornecedores com duplicatas de


cheque ou duplicata mercantil, que é prática comer- terceiros
cial não muito comum, representa, do ponto de vista
contábil, um “fato permutativo”, ou seja, uma diminui- Suponhamos que, em 10.11.20X2, a empresa
ção do saldo de uma conta do Ativo corresponde a liquide a duplicata nº 966, da Comercial “Alfa” Ltda.,
uma diminuição do saldo de uma conta do Passivo, no valor de R$ 2.075,00, vencida naquela data,
na mesma proporção. mediante o endosso da duplicata nº 1.970, de sua
emissão, no valor de R$ 2.100,00, com vencimento
em 20.11.20X2.
Cabe observar, entretanto, que esse tipo de ope-
ração apresenta alguns inconvenientes, tais como: Considerando-se que, por acordo entre as partes,
a importância de R$ 25,00, referente à diferença entre
a) o valor dos cheques ou duplicatas cedidos em os valores dos dois títulos, correspondesse aos juros
pagamento, na maioria das vezes, é diferente do período de 10 a 20.11.20X2, teríamos o seguinte
do valor da dívida que se pretende liquidar; lançamento:
b) pode ocorrer que o título dado em pagamento 1) Pela baixa da duplicata nº 1.970, cedida em
da dívida não seja quitado na data do venci- pagamento da duplicata nº 966 (da Comercial
mento; “Alfa” Ltda.) e da parcela considerada como
c) tratando-se de cheques, estes podem não juros
apresentar fundos. D - Fornecedores
(Passivo Circulante) R$ 2.075,00
Conclui-se que receber ou quitar dívidas mediante D - Juros Passivos
endosso de títulos ou cheques a receber de terceiros (Conta de Resultado) R$ 25,00
requer muita cautela de ambas as partes envolvidas C - Clientes
na operação. (Ativo Circulante) R$ 2.100,00

45-06 TC Manual de Procedimentos - Nov/2019 - Fascículo 45 - Boletim IOB


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Temática Contábil e Balanços

2.1.1 R
 egistros na empresa que recebeu a duplicata 2.2.1 Registro na empresa que recebeu os cheques
em pagamento em pagamento
A empresa que recebeu a duplicata em paga- A Empresa “Y” Ltda. (no caso, a locadora) que
mento, mediante endosso, efetuará os seguintes recebeu o valor do aluguel mediante endosso dos
lançamentos contábeis: cheques efetuará o seguinte lançamento contábil:
5) Pelo recebimento do aluguel do mês de outu-
2) Pelo registro do valor referente à nossa dupli- bro de 20X2, quitado pela “Empresa “X” Ltda.,
cata nº 966, quitada mediante recebimento, mediante cheque emitido pela Empresa “Z”
por endosso, da duplicata nº 1.970 (emitida Ltda.
por Comercial “Ômega” Ltda.) e do valor refe-
rente aos juros D - Bancos Conta Movimento
(Ativo Circulante)
D - Títulos a Receber C - Aluguéis a Receber
(Ativo Circulante) R$ 2.100,00 (Ativo Circulante) R$ 2.000,00
C - Clientes
(Ativo Circulante) R$ 2.075,00 N
C - Juros Ativos
(Conta de Resultado) R$ 25,00

3) Pelo registro da quitação da duplicata recebi-


da em pagamento
Registro dos tributos devidos pelas
D - Bancos Conta Movimento
(Ativo Circulante)
pessoas jurídicas optantes pelo Simples
C - Títulos a Receber Nacional
(Ativo Circulante) R$ 2.100,00
1. INTRODUÇÃO
2.2 Pagamento de aluguel com cheque de terceiro Neste texto, exemplificaremos a contabilização
Admitamos agora que, em 1º.11.20X2, Empresa do montante devido mensalmente pelas pessoas
“X” Ltda. pagasse à Empresa “Y” Ltda., a importância jurídicas optantes pelo Regime Especial Unificado
de R$ 2.000,00, referente ao aluguel de um imóvel de de Arrecadação de Tributos e Contribuições devidos
propriedade da segunda, mediante endosso de um pelas Microempresas e Empresas de Pequeno
cheque no valor de R$ 2.000,00, emitido pela Empresa Porte (Simples Nacional). Também examinaremos a
“Z” Ltda., a ser depositado naquela data. contabilização, por essas empresas, do Imposto de
Renda incidente sobre os ganhos de capital apurados
Procedendo-se ao registro contábil da operação, na alienação de ativos e do Imposto de Renda Retido
temos: na Fonte (IRRF) incidente sobre os rendimentos de
aplicações financeiras.
4) Pela baixa do cheque a receber da Empresa
“Z” Ltda., cedido em pagamento do aluguel re- 2. REGISTRO DO SIMPLES NACIONAL DEVIDO
ferente ao mês de outubro de 20X2, do imóvel MENSALMENTE
de propriedade da Empresa “Y” Ltda.
Consideremos determinada pessoa jurídica
D - Aluguéis a Pagar optante pelo Simples Nacional na condição de
(Passivo Circulante) empresa de pequeno porte que apresentasse os
C - Cheques a Receber seguintes dados (meramente ilustrativos) relativa-
(Ativo Circulante) R$ 2.000,00
mente ao mês de novembro/20X1:
Nota - receita bruta total nos 12 meses anteriores ao
A conta “Cheques a Receber” deve ser utilizada nos casos em que os do período de apuração: R$ 3.500.000,00;
cheques endossados sejam pré-datados; já a conta “Caixa” é utilizada no
endosso de cheques pagáveis à vista que se encontrem na tesouraria para
- receita bruta total do mês de novembro/20X1:
serem depositados. R$ 300.000,00.

Boletim IOB - Manual de Procedimentos - Nov/2019 - Fascículo 45 TC45-07


Manual de Procedimentos
Temática Contábil e Balanços

Considerando, ainda, que a hipotética empresa Nesse caso, teríamos:


estivesse enquadrada no Anexo I da Lei Complementar
Tributo englobado no Simples Nacional Percentual Valor - R$
nº 123/2006, transcrito a seguir, teríamos:
Imposto de Renda Pessoa Jurídica (IRPJ) 5,50% 1.948,65
Receita bruta em 12 meses (em R$) Alíquota Valor a deduzir Contribuição Social sobre o Lucro (CSL) 3,50% 1.240,05
(em R$) Cofins 12,74% 4.513,78
1ª Faixa Até 180.000,00 4,00% - PIS/Pasep 2,76% 977,87
2ª Faixa De 180.000,01 a 360.000,00 7,30% 5.940,00 Contribuição Previdenciária Patronal (CPP) 42,00% 14.880,60
3ª Faixa De 360.000,01 a 720.000,00 9,50% 13.860,00 ICMS 33,50% 11.869,05
4ª Faixa De 720.000,01 a 10,70% 22.500,00 Totais 100,00% 35.430,00
1.800.000,00
5ª Faixa De 1.800.000,01 a 14,30% 87.300,00 Nota
3.600.000,00 No cálculo de cada um dos valores dos tributos, aplica-se o percentual
6ª Faixa De 3.600.000,01 a 19,00% 378.000,00 indicado sobre o total do tributo devido no mês, no exemplo, R$ 35.430,00.
4.800.000,00
Adotado esse critério mais sofisticado de con-
I - Cálculo da alíquota efetiva (AE):
tabilização (cuja serventia e efeito prático devem
AE = [(RBT12 x ALIQ) - PD] ÷ RBT12 ser devidamente avaliados) em lugar daquele mais
AE = [(R$ 3.500.000,00 x 0,1430) - R$ 87.300,00] ÷ R$ 3.500.000,00 simplificado, que demonstramos no lançamento nº 1,
AE = [R$ 500.500,00 - R$ 87.300,00] ÷ R$ 3.500.000,00 o registro contábil poderia ser feito como segue:
AE = R$ 413.200,00 ÷ R$ 3.500.000,00
2) Pelo valor devido a título de Simples Nacional
AE = 0,1181 ou 11,81%
no mês de novembro/20X1
II - Apuração do valor devido (DAS):
D - Simples Nacional - IRPJ
DAS = RBT mensal x AE (Conta de Resultado) R$ 1,948,65
DAS = R$ 300.000,00 x 0,1181 D - Simples Nacional - CSL
(Conta de Resultado) R$ 1.240,05
DAS = R$ 35.430,00
D - Simples Nacional - Cofins
Efetuando-se a apropriação da importância (Conta de Resultado) R$ 4.513,78
devida na modalidade do Simples Nacional pelo valor D - Simples Nacional - PIS-Pasep
(Conta de Resultado) R$ 977,87
global, teríamos:
D - Simples Nacional - CPP
1) Pelo valor devido no mês de novembro/20X1 a (Conta de Resultado) R$ 14.880,60
título de Simples Nacional D - Simples Nacional - ICMS
(Conta de Resultado) R$ 11.869,05
D - Simples Nacional C - Simples Nacional a Recolher
(Conta de Resultado) (Passivo Circulante) R$ 35.430,00
C - Simples Nacional a Recolher
(Passivo Circulante) R$ 35.430,00 Concluindo, o registro do pagamento do Simples
Nacional, tanto no caso de a apropriação ser feita
Se a pessoa jurídica preferir, o registro contábil do
montante devido no Simples Nacional pode ser feito pelo valor global, conforme lançamento nº 1, quanto
de forma pormenorizada, detalhando as parcelas na hipótese de se adotar a apropriação pelos valores
que compõem o valor devido correspondente a cada individualizados, como exemplificado no lançamento
tributo no mês. nº 2, seria assim efetuado:
3) Pelo pagamento do montante devido no mês
Para tanto, é necessário decompor o percentual de novembro/20X1
devido no mês, conforme previsto no Anexo I da Lei
Complementar nº 123/2006, transcrito a seguir: D - Simples Nacional a Recolher
(Passivo Circulante)
Percentual de repartição dos tributos C - Bancos Conta Movimento
Faixas IRPJ CSL Cofins PIS/ CPP ICMS (Ativo Circulante) R$ 35.430,00
Pasep
1ª Faixa 5,50% 3,50% 12,74% 2,76% 41,50% 34,00%
3. IMPOSTO DE RENDA SOBRE GANHOS DE
2ª Faixa 5,50% 3,50% 12,74% 2,76% 41,50% 34,00%
CAPITAL NA ALIENAÇÃO DE ATIVOS
3ª Faixa 5,50% 3,50% 12,74% 2,76% 42,00% 33,50% Não está englobado no pagamento mensal na
4ª Faixa 5,50% 3,50% 12,74% 2,76% 42,00% 33,50% modalidade Simples Nacional, entre outros tributos,
5ª Faixa 5,50% 3,50% 12,74% 2,76% 42,00% 33,50% o Imposto de Renda relativo aos ganhos de capital
6ª Faixa 13,50% 10,00% 28,27% 6,13% 42,10% - obtidos na alienação de ativos (por exemplo, venda

45-08 TC Manual de Procedimentos - Nov/2019 - Fascículo 45 - Boletim IOB


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Temática Contábil e Balanços

de bens do Ativo Imobilizado). Esse imposto é pago Nota


separadamente e será considerado definitivo, ou Deixamos de demonstrar os demais lançamentos decorrentes da ven-
da do bem por não interferirem na compreensão do exemplo.
seja, não poderá ser compensado com nenhum outro
tributo. Por não ser compensável, o imposto devido
deve ser registrado como despesa.
4. IRRF SOBRE RENDIMENTOS DE APLICAÇÕES
FINANCEIRAS
3.1 Contabilização O IRRF incidente sobre rendimentos de aplicações
financeiras de renda fixa e de renda variável, auferidos
Consideremos que determinada empresa optante por pessoas jurídicas optantes pelo Simples Nacional,
pelo Simples Nacional houvesse alienado bem de seu também é considerado definitivo, isto é, não pode ser
Ativo Imobilizado no mês de novembro/20X1 e apu- compensado com nenhum outro tributo e, portanto,
rado ganho de capital de R$ 3.000,00, o que resultaria também será registrado em conta de despesa.
em um Imposto de Renda a pagar, em 30.12.1999,
de R$ 450,00 (15% de R$ 3.000,00). Nesse caso,
teríamos, inicialmente, a apropriação do Imposto de 4.1 Contabilização
Renda sobre o ganho de capital na alienação de ativo. Consideraremos que determinada pessoa jurídica
4) Pelo Imposto de Renda devido no mês sobre optante pelo Simples Nacional, ao resgatar uma
ganho de capital apurado na venda de um aplicação financeira de renda fixa, em 15.12.20X1,
automóvel marca “X”, ano 20X0, placas HDE sofresse retenção de IRRF no valor de R$ 65,00.
3333, alienado em 05.11.20X1
6) Pelo registro do IRRF retido por ocasião do res-
D - IR sobre Ganhos de Capital gate de aplicação financeira, em 15.12.20X1.
(Conta de Resultado)
C - IR sobre Ganhos de Capital a Recolher D - IRRF sobre Aplicações Financeiras
(Passivo Circulante) R$ 450,00 (Conta de Resultado)
C - Bancos Conta Movimento
5) Pelo pagamento do Imposto de Renda sobre o (Ativo Circulante) R$ 65,00
ganho de capital na alienação de ativo
Nota
D - IR sobre Ganhos de Capital a Recolher Deixamos de demonstrar os lançamentos relativos à aplicação e ao res-
(Passivo Circulante) gate por não interferirem na compreensão deste tópico.
C - Bancos Conta Movimento
(Ativo Circulante) R$ 450,00 ◙

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