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Manual de Procedimentos
Temática Contábil e Balanços
Fascículo No 45/2019
Capa:
Marketing SAGE | IOB
0800-724-7900 SAC
ISBN 978-85-379-3521-7
19-30830 CDD-658.15
Índices para catálogo sistemático:
Todos os direitos reservados. É expressamente proibida a reprodução total ou parcial desta obra, por qualquer
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Boletim IOB
Impresso no Brasil
Printed in Brazil
Boletim j
Manual de Procedimentos
Temática Contábil e Balanços
a Contabilidade Geral
Avaliação a valor justo
1. QUADRO SINÓTICO
Neste texto, discorremos sobre o ganho e a perda decorrente da avaliação a valor justo, bem como suas
implicações fiscais, cujos principais aspectos resumimos no quadro a seguir:
Fundamentação legal Pronunciamento Técnico CPC 46; Deliberação CVM nº 699/2012 e Resolução CFC
nº 1.428/2013 - NBC TG 46 (R2);
Objetivo do CPC 46 O objetivo do Pronunciamento Técnico CPC 46 é:
a) definir valor justo;
b) estabelecer em um único Pronunciamento a estrutura para a mensuração do valor
justo; e
c) estabelecer divulgações sobre mensurações do valor justo.
Alcance do CPC 46 Este Pronunciamento é aplicável quando outro Pronunciamento requerer ou permitir men-
surações do valor justo ou divulgações sobre mensurações do valor justo.
Definição de valor justo O item 9 do CPC 46 define valor justo como o preço que seria recebido pela venda de
um ativo ou que seria pago pela transferência de um passivo em uma transação não
forçada entre participantes do mercado na data de mensuração.
Valor justo no reconhecimento inicial Quando o ativo é adquirido ou o passivo assumido em transação de troca para esse ativo
ou passivo, o preço da transação é o preço pago para adquirir o ativo ou recebido para
assumir o passivo (um preço de entrada). Por outro lado, o valor justo do ativo ou passivo
é o preço que seria recebido para vender o ativo ou pago para transferir o passivo (um
preço de saída). As entidades não necessariamente vendem ativos pelos preços pagos
para adquiri-los. Similarmente, as entidades não necessariamente transferem passivos
pelos preços recebidos para assumi-los.
Técnicas de avaliação a valor justo apropriadas A entidade deve utilizar técnicas de avaliação que sejam apropriadas nas circunstâncias
e para as quais haja dados suficientes disponíveis para mensurar o valor justo, maxi-
mizando o uso de dados observáveis relevantes e minimizando o uso de dados não
observáveis.
Técnicas de avaliação a serem utilizadas pela São três as técnicas de avaliação amplamente utilizadas:
entidade 1) abordagem de mercado;
2) abordagem de custo;
3) abordagem de receita.
Os principais aspectos dessas abordagens são resumidos nos itens B5 a B11 do CPC
46 . A entidade deve utilizar técnicas de avaliação consistentes com uma ou mais dessas
abordagens para mensurar o valor justo.
Divulgação A entidade deve divulgar informações que auxiliem os usuários de suas demonstrações
contábeis a avaliar ambas as seguintes opções:
a) para ativos e passivos que sejam mensurados ao valor justo de forma recorrente ou
não recorrente no balanço patrimonial após o reconhecimento inicial, as técnicas de ava-
liação e informações utilizadas para desenvolver essas mensurações;
b) para mensurações do valor justo recorrentes que utilizem dados não observáveis sig-
nificativos, o efeito das mensurações sobre o resultado do período ou outros resultados
abrangentes para o período.
Nesse caso, teríamos o seguinte lançamento Nesse caso, teríamos o seguinte lançamento
contábil: contábil:
1) Pelo registro do ganho decorrente do ajuste a 1) Pelo registro da perda decorrente do ajuste a
valor justo do ativo: valor justo do ativo:
D - Terrenos - Ajuste a Valor Justo D - Perdas Prováveis em Edifícios
(Ativo Não Circulante - Propriedade para In- (Conta de Resultado)
vestimento) C - Perdas estimadas em Edifícios
C - Ganho de Ajuste a Valor Justo de Terrenos (Redutora do Ativo Não Circulante -
(Conta de Resultado) R$ 300.000,00 Propriedades p/ Investimento) R$ 1.000.000,00
jurídica que teve o capital social subscrito por meio do 3) Pela baixa da realização do ganho decorrente
recebimento da participação societária. da avaliação da participação societária em “B”
a valor justo:
5.1.1 Exemplo D - Ajuste de Avaliação Patrimonial
(Patrimônio Líquido)
Suponhamos que a Empresa “A” tinha um terreno C - Lucros acumulados
que foi avaliado inicialmente a valor justo, por R$ (Patrimônio Líquido) R$ 400.000,00
1.200.000,00. Esse terreno foi incorporado ao patri- Nota
mônio da Empresa B através da subscrição em bens No exemplo, o ganho de capital no valor R$ 300.000,00 (R$ 1.500.000,00
de capital social. correspondentes ao valor pelo qual a participação societária foi alienada,
menos R$ 1.200.000,00, referentes ao valor justo da referida participação so-
cietária) foi contabilizado como receita, estando sujeito à tributação pelo IRPJ
Antes da subscrição na empresa “B”, os saldos e pela CSL. Os R$ 400.000,00 relativos ao ganho decorrente da avaliação da
participação societária a valor justo devem, por sua vez, serem oferecidos à
contábeis das contas na empresa “A” eram os seguin- tributação mediante adição ao lucro líquido, para fins da apuração do lucro
tes: real e da base de cálculo da CSL.
derada indedutível na apuração do lucro real. No caso base no valor justo somente poderá ser computada na determinação do lucro
real caso a respectiva redução no valor do ativo seja registrada em subcon-
de a subscrição de capital social ser feita por meio da ta vinculada à participação societária ou aos valores mobiliários adquiridos,
entrega de participação societária, será considerada com discriminação do bem na denominação da subconta e em condições de
permitir a determinação da parcela realizada em cada período, observando-
realização, nos termos da letra “b”, a absorção do -se o seguinte:
patrimônio da investida, em virtude de incorporação, a) quando da avaliação com base no valor justo, a perda será regis-
trada a débito em conta de despesa ou de patrimônio líquido em
fusão ou cisão pela pessoa jurídica que teve o capital contrapartida à subconta vinculada à participação societária ou aos
social subscrito por meio do recebimento da partici- valores mobiliários adquiridos;
pação societária. Isso se aplica inclusive, quando a b) a perda será adicionada ao lucro líquido na determinação do lucro
real no período de apuração em que for apropriada como despesa;
investida absorver, em virtude de incorporação, fusão
c) o valor registrado na subconta será baixado de acordo com o dis-
ou cisão, o patrimônio da pessoa jurídica que teve o posto nas letras “a” a “c” deste subtópico;
capital social subscrito por meio do recebimento da d) o valor da subconta baixado conforme a letra “c” poderá ser excluído
do lucro líquido na determinação do lucro real no período de apura-
participação societária. ção relativo à baixa.
a Contabilização
Pagamento de dívidas com cheques ou 2. EXEMPLOS
duplicatas de terceiros A título de ilustração, seguem alguns exemplos
de contabilização de pagamentos de dívidas com
1. INTRODUÇÃO cheques ou duplicatas de terceiros.
2.1.1 R
egistros na empresa que recebeu a duplicata 2.2.1 Registro na empresa que recebeu os cheques
em pagamento em pagamento
A empresa que recebeu a duplicata em paga- A Empresa “Y” Ltda. (no caso, a locadora) que
mento, mediante endosso, efetuará os seguintes recebeu o valor do aluguel mediante endosso dos
lançamentos contábeis: cheques efetuará o seguinte lançamento contábil:
5) Pelo recebimento do aluguel do mês de outu-
2) Pelo registro do valor referente à nossa dupli- bro de 20X2, quitado pela “Empresa “X” Ltda.,
cata nº 966, quitada mediante recebimento, mediante cheque emitido pela Empresa “Z”
por endosso, da duplicata nº 1.970 (emitida Ltda.
por Comercial “Ômega” Ltda.) e do valor refe-
rente aos juros D - Bancos Conta Movimento
(Ativo Circulante)
D - Títulos a Receber C - Aluguéis a Receber
(Ativo Circulante) R$ 2.100,00 (Ativo Circulante) R$ 2.000,00
C - Clientes
(Ativo Circulante) R$ 2.075,00 N
C - Juros Ativos
(Conta de Resultado) R$ 25,00