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1 1° Fórum Econet | Reforma Tributária

2 1° Fórum Econet | Reforma Tributária

Reforma Tributária

Palestrantes!
Elisabete R. V. Silva: Contadora, possui pós-graduação em Direito Tributário e Impostos
pela Universidade Cândido Mendes e Gestão Tributária pela PUC-PR, e graduação em
Ciências Contábeis pela Uniandrade. Atualmente, trabalha como diretora da Consultoria
Fiscal e do Comércio Exterior na Econet Editora Empresarial, também atua como palestrante
e professora responsável dos cursos de pós-graduação na Econet Educacional.

Emanuele Lemos: Advogada, pós-graduada em Controladoria e Finanças, executiva


com mais de 20 anos de experiência em grandes corporações, dedicando-se ao olhar 360
da área tributária. Ao longo de sua carreira, esteve em posições de liderança em grupos
multinacionais de diversos segmentos. Hoje Sócia da Tax Group, consultoria tributária líder
no Brasil. CEO da SunWay Consultoria Tributária e Empresarial, empresa voltada a projetos
especiais relacionados a planejamento tributário, reestruturação de empresas e mentoria
organizacional. Sócia e co-founder da HopeTech, startup voltada à educação e impacto
social.

Graziela S. Machado: Mestre em Direito pelo Centro Universitário Curitiba - UNICURITIBA,


pós-graduada em Direito Tributário pelo IBEJ, graduada em Direito pela Pontifícia
Universidade Católica do Paraná - PUC/PR e em Administração de Empresas pela Fundação
de Estudos Sociais do Paraná – FESP/PR, professora de cursos de pós-graduação, sócia da
empresa LTA Consultoria e Assessoria Tributária e Aduaneira.

José J. M. Junior: Mestre em Direito Empresarial pelo Centro Universitário Curitiba


(UNICURITIBA), Especialista em Direito Tributário (IBEJ/FESP); Professor Universitário nos
cursos de especialização, com estágio docente realizado na Universidade de Santiago de
Compostela (USC/Espanha). Membro do Instituto de Direito Tributário do Paraná (IDT) e
do Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT). Autor de vários livros na área
tributária.

Juliano Garrett: Doutorando em Controladoria, Finanças e Tecnologias de Gestão


(MACKENZIE), Mestre em Agronegócios (UFRGS), Contador, com diversas especializações
na área Contábil e Tributária, Professor de Graduação e Pós-Graduação (PUC-PR e PUC-
MG), Diretor Contábil Tributário Federal da Econet Editora Empresarial, responsável pelos
cursos de pós-graduação na Econet Educacional.
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Kleber Santos: Sócio Fundador NetFiscal treinamentos tributários.Pós-Graduação em


Direito Tributário e Processo; Pós-Graduado em Planejamento Tributário; Pós-Graduado
em Direito Corporativo e Compliance; e Pós-Graduado em Direito Constitucional e
Administrativo. Professor em instituições de referência nas áreas contábeis e tributárias,
sendo premiado pela instituição BSSP de cursos de Pós-graduação: premiado em 2020,
2021 e 2022 entre os professores(a) referência da instituição de acordo com a NPS aplicada
e premiado em 2021 como professor modelo para participar do livro – “Estratégias para
encantar em sala de aula” e coautor de diversas obras.

Mariane M. Talão: Consultora especialista em Comércio Exterior, possui especialização em


Gestão da Cadeia de Suprimentos pela UFPR, Graduação em Administração de Empresas
com Habilitação em Comércio exterior pela Universidade Positivo. Atuou na gestão da
cadeia de suprimentos internacionais de empresas grande porte com foco no compliance
aduaneiro, negociações internacionais e treinamentos no exterior. Atualmente, trabalha na
Econet Editora Empresarial, exercendo a função de coordenadora de Comércio Exterior.

Marta Mazza: Consultora e Advogada, possui pós-graduação em Direito Previdenciário


pela UniCuritiba, e graduação em Direito pela Faculdade de Direito de Curitiba. Atuou
como consultora e redatora na área Trabalhista. Atualmente, trabalha como Diretora da
Consultoria Trabalhista e palestrante da Econet Editora Empresarial.

Tatiana M. Migiyama: Contadora. Advogada. Especialista em Direito Tributário– IBET/USP.


Especialista em Mercado Financeiro e de Capitais e Mediação, Conciliação e Arbitragem
FGV. Ex-Conselheira Titular da 3ª Turma do Carf. certificada pelo Instituto de Certificação
Institucional e dos Profissionais de Seguridade Social - ICSS. Professora em cursos de Pós-
graduação lato sensu - Fipecafi, IBDT/USP, PUC-RS, APET e EBRADI. Consultora Tributária
na Itausa. Conselheira Fiscal de EFPC.
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SUMÁRIO

REFORMA TRIBUTÁRIA 6
Um breve contexto 6
Qual o motivo dessa Reforma e o que vai mudar? 6
O que há em comum entre o CBS e IBS? 6
Consequências para o setor de serviços 7
Alíquotas diferenciadas 8
PONTOS DE ATENÇÃO!! 8
Como se preparar para essa grande mudança? 9
O Impacto da Reforma Tributária para as Empresas do Setor de Comércio – IBS 10
Primeiro grande impacto - Gestão 10
Antes de continuarmos, fica(m) a(s) pergunta(s) 10
Apontamentos sobre a sua necessidade 10
Conclusão Prévia do óbvio: 11
Linha do tempo a ser observada 11
Principais características do IBS 11
Comitê Gestor do IBS 12
Principais características do IBS 13
Fato Gerador 17
Fundo Nacional de Desenvolvimento Regional 19
Consequências para o setor de comércio 19
O Impacto da Reforma Tributária para as Empresas do Setor Industrial – IS 21
IPI – DEIXARÁ DE EXISTIR? 21
IPI - LEGISLAÇÃO 21
IPI - PRINCÍPIOS 21
IMPOSTO SELETIVO - IS 21
IS – CARACTERÍSTICAS 22
IS – INCIDÊNCIA 22
QUE BENS E SERVIÇOS SERÃO CONSIDERADOS PREJUDICIAIS À SAÚDE E AO MEIO
AMBIENTE? 22
Imposto seletivo - Condições 23
A partir de quando será cobrado? 24
QUAL O IMPACTO DA REFORMA TRIBUTÁRIA PARA AS EMPRESAS DO SETOR
INDUSTRIAL? 25
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Entendendo CBS - Seus desafios e perspectivas 26


Um passo atrás, o que poderá ser substituído? 26
Objetivo da criação do PIS/Pasep e Cofins 26
Espécies tributárias, o que são contribuições sociais 26
Os chamados tributos indiretos 27
Pis/Pasep e Cofins 27
Proposta Contribuição sobre bens e serviços CBS 27
Reforma tributária e os tributos indiretos 27
Cobrança “ por fora” 28
Terão os mesmos critérios 28
Não cumulatividade plena, sem restrições para creditamento 28
Definição de alíquotas 28
Regime Simples Nacional 28
Previsão da transição novo modelo 29
Questões para refletir 29
Incertezas na reforma tributária 29
Opiniões para refletir 29
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REFORMA TRIBUTÁRIA

Um breve contexto

Com o texto-base da Reforma Tributária aprovado no Senado, diversos pontos


foram incluídos na Proposta de Emenda à Constituição (PEC). Por esse motivo, a proposta
voltou à Câmara dos Deputados antes do texto final ir à sanção presidencial e se tornar
norma de fato.

Qual o motivo dessa Reforma e o que vai mudar?

• Complexidade excessiva;
• Elevado grau de litigiosidade e insegurança jurídica;
• Desestímulo aos investimentos;
• Prejuízos à competitividade;
• “Guerra Fiscal”;
• Falta de transparência e confiança;
• Comprometimento do crescimento econômico.

O que há em comum entre o CBS e IBS?

• Base ampla: Bens materiais ou imateriais, inclusive direitos e serviços.


• Não cumulatividade plena, excetuadas as de uso e consumo pessoal, operações
isentas ou imunes. * Ficará condicionado à verificação do efetivo recolhimento do
imposto.
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• Hipótese de incidência
• Sujeitos passivos
• Regimes específicos ou diferenciados
• Princípio do destino
• Legislação única – Lei Complementar será editada para regular a cobrança.

Comitê Gestor: O IBS será administrado por um conselho federativo ou comitê


gestor, composto por estados, DF e Municípios de forma paritária, dotado de independência
técnica, administrativa, orçamentária e financeira.

Consequências para o setor de serviços

A Reforma propõe diminuir o peso da carga tributária do setor comercial e industrial.


Portanto, a compensação virá com um aumento de carga para o setor de serviços.
Teremos alíquotas diferenciadas para alguns setores da economia.

REDUÇÃO DE 60%

• Serviços de saúde;
• Serviços de educação;
• Dispositivos médicos, incluindo fórmulas nutricionais; Dispositivos de acessibilidade
de pessoas com deficiência;
• Medicamentos;
• Produtos de cuidados básicos à saúde menstrual;
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• Produções de eventos, artísticas, culturais, jornalísticas e audiovisuais nacionais,


atividades desportivas e comunicação institucional;
• Serviços de transporte público coletivo urbano;
• Bens e serviços relacionados a soberania e segurança.

Praticamente todas as temáticas sociais – saúde, educação, transporte, ambiental.


Vamos onerar o setor, mas desonerar os serviços e produtos essenciais.

Alíquotas diferenciadas

REDUÇÃO DE 30%

• Prestação de serviços de profissionais autônomos (como médicos e advogados).

* Caberá também a nós um planejamento tributário, avaliando inclusive se o Simples Nacional será mais
benéfico.

ISENÇÃO

• Serviços de transporte coletivo de passageiros rodoviário, metropolitano e


metroviário;
• Dispositivos médicos e de acessibilidade para pessoas com deficiência;
• Medicamentos;
• Produtos de cuidados básicos à saúde menstrual;
• Produtos hortícolas, frutas, ovos, agropecuários;
• Serviços de educação de Ensino Superior nos termos do Programa Universidade
para Todos (Prouni);
• Serviços prestados por entidades de inovação, ciência e tecnologia sem fins
lucrativos;
• Produtores rurais físicos e jurídicos com receita anual até R$ 3,6MM;
• Atividades de reabilitação urbana de zonas históricas;

Tem alguns que se repetem na redução e isenção e outros não. Isso significa que
depende do produto ou serviço.

PONTOS DE ATENÇÃO!!

Tendência ao aumento da carga tributária para o setor de serviços. De acordo


com a Central Brasileira do Setor de Serviços (Cebrasse), pode haver um aumento relevante
no setor.
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Alterando nesse nível a tributação vai impactar a precificação!! Necessário rever


este ponto, caso contrário, as empresas terão problemas de competitividade e impacto na
margem de lucro.
Compliance!!!!! Sistemas, processos, pessoas. Conviveremos durante de 2026 a
2032 com dois sistemas.
Avaliar os regimes específicos da Reforma Tributária para o IBS e CBS (esses
regimes vedam utilização de créditos, porque já há o benefício, ex. Plano de assistência de
saúde, loteria e aposta, serviços financeiros.
O Simples Nacional será mantido mas provavelmente haverá mudança na forma
de cálculo, clube de futebol, serviço de saneamento e concessão de rodovias, serviços de
hotelaria, parques de diversões e parques temáticos, bares, agências de viagens, entre
outros.
**Muitos serviços na lista, justamente para não afetar tanto o setor.
Falta de confiança e educação à população. Acaba ficando para as empresas que
vendem direto ao consumidor a tarefa de ensinar.

Como se preparar para essa grande mudança?

Planejamento estratégico. Análise tributária profunda sobre seus custos em cada


etapa do processo produtivo ou prestação de serviços (para precificação e tomada dos
créditos corretamente – levantem tudo que pode gerar crédito para ter uma alíquota efetiva
menor). Não é somente incluir a alíquota nova ao preço!
Business case e estudos operacionais para adequação do modelo de negócio ao
novo regramento, incluindo custos adicionais.
Compliance!!!!! Sistemas, processos, pessoas. Nivelamento de conhecimento.
Momento crucial para implantação definitiva da tecnologia cada vez mais integrada. Ressalto
o desafio sistêmico e de qualificação dos profissionais no âmbito técnico e habilidades
digitais no ambiente tributário.
Benefícios fiscais regionais – Com a extinção dos benefícios, será necessário
estudar a malha logística das empresas, custos, eficiência.
Em tese, teremos menos oportunidades de manobras tributárias, logo, o que vai
diferenciar as empresas neste ambiente é o quanto elas se anteciparam às mudanças e
também a eficiência em todas as etapas empresariais!!!!

“Não é o mais forte que sobrevive, nem o mais inteligente. Quem sobrevive é o mais
disposto à mudança.” Charles Darwin.
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O Impacto da Reforma Tributária para as Empresas


do Setor de Comércio – IBS

Primeiro grande impacto - Gestão

Antes de continuarmos, fica(m) a(s) pergunta(s)

De onde viemos? Onde estamos? Para onde vamos?

Apontamentos sobre a sua necessidade

Relembrando:

Atenção: Como regra geral (exceção é o fundo de combate à pobreza), os impostos


têm como característica não ter destinação específica.

Art. 167 (CF/88). São vedados:


...
IV - a vinculação de receita de impostos a órgão, fundo ou despesa, ressalvadas a
repartição do produto da arrecadação dos impostos a que se referem os arts. 158
e 159, a destinação de recursos para manutenção e desenvolvimento do ensino,
como determinado pelo art. 212, e a prestação de garantias às operações de crédito
por antecipação de receita, previstas no art. 165, § 8º, bem assim o disposto no §
4º deste artigo;
...
O § 4º do art. 167 da CF/88 permite o a vinculação para pagamentos de débitos
com a União e para prestar-lhe garantia ou contragarantia, acrescentando-se o IBS
neste rol.

Até 1988 (CF/67) Tínhamos os seguintes tributos:

• ISC - Estados e Distrito Federal - Concessão ou privatização


• IST - Estados e Distrito Federal - Concessão ou privatização
• IULC - Estados e Distrito Federal - Concessão ou privatização
• IUEE - Estados e Distrito Federal - Concessão ou privatização
• IUM - Estados e Distrito Federal - Concessão ou privatização

Em outras palavras: “Receita nova e não carimbada!”


11 1° Fórum Econet | Reforma Tributária

Conclusão Prévia do óbvio:

Sem entrarmos no mérito da baixa qualidade de retorno dos tributos ao cidadão


brasileiro, enquanto nos preocuparmos apenas com as receitas, sem controle de despesas
e organização do Estado, continuaremos a atacar apenas as consequências e não as causas,
estando fadados a ter que remendar o capítulo Tributário em um futuro próximo.

Linha do tempo a ser observada

2026 2027/2028 2029 2032 2033

PERÍODO DE
TRANSIÇÃO

Alíquotas do ICMS e do ISS serão Saldos credores remanescentes (ao final de


IBS terá alíquota Alíquota estadual de reduzidas, proporcionalmente, a 9/10 2032) serão aproveitados, após Início da vigência plena do
estadual de 0,1% (0,9% 0,05% e alíquota em 2029; 8/10 em 2030; 7/10 em homologação (arts. 134 a 136 da ADTC novo sistema de tributação
da CBS) municipal de 0,05% 2031; e 6/10 em 2032, sendo CF/88) e informação ao Comitê Gestor. sobre o consumo com o IBS
totalmente extintos (ICMS, IPI e ISS) Saldos do Ativo permanente (48 meses) e revogação definitiva do
depois disso. Benefícios ou incentivos serão aproveitados pelo período ICMS/ISS.
do ICMS e do ISS serão reduzidos nas remanescente.
mesmas proporções e no mesmo Outros saldos em 240 parcelas mensais,
tempo de suas existências. iguais e sucessivas.
Correção monetária (IPCA) apenas a partir
Valor a ser utilizado para: de 2033.
a. Financiamento do
Comitê Gestor (sem Resolução do Senado Federal fixará, para
compensação como a todas as esferas federativas, alíquotas de
CBS); referência ajustando(até 2033) a redução do
b. Compor o Fundo de ICMS, bem como dos Fundos Estaduais
Compensação de existentes para regimes especiais, diferimento
Benefícios Fiscais do e tratamentos diferenciados, mantidos até
ICMS (LC 160/2017) 31.12.2032.

Instituído o Fundo de Compensação de


Benefícios Fiscais ou Financeiros-Fiscais do
ICMS (não se trata do FNDR), para compensar,
entre 01.01.2029 a 31.12.2032.
A União aportará no fundo:
 R$ 8 Bilhões – 2025,
 R$ 16 Bilhões – 2026;
 R$ 24 Bilhões – 2027;
 R$ 32 Bilhões – 2028;
 R$ 32 Bilhões – 2029;
 R$ 24 Bilhões – 2030;
 R$ 16 Bilhões – 2031;
 R$ 8 Bilhões - 2032

Principais características do IBS

Art. 156-A da CF/88 (PEC 45)


Na sua essência, o IBS é um imposto do tipo IVA (Imposto sobre o Valor Adicionado)
que incidirá sobre toda a atividade econômica, tendo, via de consequência, uma base ampla
que alcance todos os bens e serviços e gerido por um Comitê formado pelos Estados,
Distrito Federal e Municípios.
HIPÓTESE DE INCIDÊNCIA
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Estados

Municípios
Comitê Gestor

Distrito Federal

Entidade pública sob regime especial, terá


independência técnica, administrativa,
orçamentária e financeira.

Competências Administrativas:

• editar regulamento único e uniformizar a interpretação e a aplicação da legislação


do imposto;
• arrecadar o imposto, efetuar as compensações e distribuir o produto da arrecadação
entre Estados, Distrito Federal e Municípios;
• decidir o contencioso administrativo.

A participação dos entes federativos na instância máxima de deliberação do Comitê


Gestor observará a seguinte composição:
I – 27 (vinte e sete) membros, representando cada Estado e o Distrito Federal;
II – 27 (vinte e sete) membros, representando o conjunto dos Municípios e do Distrito
Federal, que serão eleitos nos seguintes termos:
a) 14 (quatorze) representantes, com base nos votos de cada Município, com valor
igual para todos; e
b) 13 (treze) representantes, com base nos votos de cada Município ponderados
pelas respectivas populações.

Comitê Gestor do IBS

O Comitê Gestor, mediante Lei Complementar:

• Reterá montante equivalente ao saldo acumulado de créditos não compensados e


não ressarcidos;
• Observará no IBS regras comuns à CBS, no que diz respeito (art. 149-B):
a. fatos geradores, bases de cálculo, hipóteses de não incidência e sujeitos
passivos;
13 1° Fórum Econet | Reforma Tributária

b. imunidades;
c. regimes específicos, diferenciados ou favorecidos de tributação;
d. regras de não cumulatividade e de creditamento.
• Observará que o produto da arrecadação do IBS incidentes sobre operações
contratadas pela administração pública direta, por autarquias e por fundações
públicas, inclusive suas importações, será integralmente destinado ao ente
federativo contratante, mediante redução a zero das alíquotas do imposto e da
contribuição devidos aos demais entes e equivalente elevação da alíquota do
tributo devido ao ente contratante.
• Editará regulamento único e uniformizará a interpretação, bem como a aplicação da
legislação do imposto;
• Arrecadará o imposto, efetuará as compensações e distribuirá o produto da
arrecadação entre Estados, Distrito Federal e Municípios;
• Decidirá o contencioso administrativo.

Principais características do IBS

ELEMENTOS DO FATO
OBJETOS DO NEGÓCIO
GERADOR

Negócio jurídico com bem


material, imaterial, direito ou Título Oneroso
serviço.

Ou

Desenvolvimento de atividade Importação de bem material ou


econômica imaterial ou serviço

Modalidades:

 Alienação (vendas);
 Troca ou permuta;
 Locação;
 Cessão, disponibilização e
licenciamento;
 Arrendamento mercantil;
 Prestação de serviços.
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Fonte: C.CiF

• Local do ato (FG) / execução do contrato;


• Local do domicílio das partes;
• Lugar do bem imóvel.

Modalidades includentes (v) de negócio jurídico:


1. AL - Alienação (compra e venda) (art. 481 do CC)
2. TP - Troca ou Permuta (art. 533 do CC)
3. LO - Locação (art. 565 do CC)
4. AM - Arrendamento Mercantil (art. 1º da Lei 6.099/74)
5. PS - Prestação de serviços (art. 593 do CC)
6. CL - Cessão, disponibilização e licenciamento (Leis 9.609 e 9.610/98, por
exemplo)
7. IM - Importação
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16 1° Fórum Econet | Reforma Tributária

• Será um tributo não cumulativo, calculado “por fora” (adicionado);


• O imposto seletivo (IS) integrará sua base de cálculo (como também do ICMS
enquanto vigorar);
• Atenderá as mesmas garantias constitucionais do art. 150 da CF/88, sendo
informado, também, pelo princípio da neutralidade (art. 156, § 1º), simplicidade,
transparência, justiça tributária, cooperação e defesa do meio ambiente (art. 145,
§ 3º);
• Não incidirá sobre exportações, com direito à manutenção de crédito, bem como
nos serviços de comunicação gratuitas (Rádio e TVs abertas);
• Tributo de competência dos Estados, DF e Municípios;
• Para isso será criado um Comitê Gestor;
17 1° Fórum Econet | Reforma Tributária

• Teremos alíquotas de referência a serem definidos pelo Senado Federal, havendo,


no entanto, o somatório de alíquotas dos Estados e dos municípios, nos termos de
lei complementar no domicílio do adquirente;
• Legislação única e uniforme em todo o território nacional, à exceção das alíquotas
próprias dos entes (Estados, DF e Municípios), uma vez que se adotará o princípio
do destino;
• Previsão e possibilidade do uso de substituição tributária (§ 3º do art. 156-A),
com potencial manutenção dos conceitos atuais para indústria, atacado, varejo e
serviços;
• Determinação de instituição dos Fundos de Combate à Pobreza (% do IBS), sendo
geridos com participação da sociedade civil.

Fato Gerador

O fato gerador do IBS compreenderá os seguintes negócios jurídicos onerosos:

a. com bens materiais;


b. imateriais;
c. locações;
d. licenciamento;
e. disponibilização e cessão de direitos ou uso;
f. a prestação de serviços;
g. Importação dos casos acima, por pessoas físicas ou jurídicas, ainda que não habitual,
e, qualquer que seja a finalidade.

O fato gerador descrito na lei complementar deverá, portanto, ser suficientemente


amplo para abranger o racional econômico do imposto.

{(NJ . TO . AE) . (BM v BI v S)} v {IMP . (BM v BI v S)}


NJ = negócio jurídico; TO = título oneroso; AE = atividade econômica; BM =
bem material; BI = bem imaterial; S = serviço; e IMP = importação.

As funções básicas da Lei Complementar (art. 146 da CF/88):

a. Estabelecer regras gerais de tributação;


b. Estabelecer limites ao poder de tributar;
c. Resolver conflitos de competência.
d. art. 146, § único (Simples);
e. Desequilíbrio na Concorrência (art. 146-A).
18 1° Fórum Econet | Reforma Tributária

Caberá à Lei Complementar (art. 146 da CF/88):

• Base de cálculo;
• Definir sujeição passiva indireta;
• Regras de distribuição do produto de arrecadação do imposto;
• Regime de compensação, podendo condicionar aproveitamento ao pagamento
efetivo;
• Critérios para a definição do destino da operação, que poderá ser, inclusive, o
local da entrega, da disponibilização ou da localização do bem, o da prestação
ou da disponibilização do serviço ou do domicílio ou da localização do adquirente
ou destinatário do bem ou serviço, admitidas diferenciações em razão das
características da operação;
• Forma de desoneração da aquisição de bens de capital pelos contribuintes, que
poderá ser implementada por meio de: a) crédito integral e imediato do imposto;
b) diferimento; ou, c) redução em 100% (cem por cento) das alíquotas do imposto;
• Hipóteses de diferimento e desoneração do imposto aplicáveis aos regimes
aduaneiros especiais e às zonas de processamento de exportação;
• Processo administrativo fiscal do imposto;
• Hipóteses de devolução do imposto a pessoas físicas, inclusive os limites e os
beneficiários, com o objetivo de reduzir as desigualdades de renda;
• Critérios para as obrigações tributárias acessórias, visando sua simplificação;
• Poderá estabelecer o conceito de operações com serviços, seu conteúdo e alcance,
admitida essa definição para qualquer operação que não seja classificada como
operação com bens materiais ou imateriais, inclusive direitos.

Caberá à Lei Complementar estabelecer regimes específicos de Tributação para:

• Combustíveis e lubrificantes;
• Serviços financeiros, operações com bens imóveis, planos de assistência à saúde e
concursos de prognósticos;
• Sociedades cooperativas, que será optativo, com vistas a assegurar sua
competitividade, observados os princípios da livre concorrência e da isonomia
tributária;
• Serviços de hotelaria, parques de diversão e parques temáticos, agências de viagens
e de turismo, bares e restaurantes, atividade esportiva desenvolvida por Sociedade
Anônima do Futebol e aviação regional;
• Operações alcançadas por tratado ou convenção internacional, inclusive referentes
a missões diplomáticas, repartições consulares, representações de organismos
internacionais e respectivos funcionários acreditados;
19 1° Fórum Econet | Reforma Tributária

• Serviços de saneamento e de concessão de rodovias;


• Serviços de transporte coletivo de passageiros rodoviário intermunicipal e
interestadual, ferroviário, hidroviário e aéreo;
• Operações que envolvam a disponibilização da estrutura compartilhada dos
serviços de telecomunicações;
• Bens e serviços que promovam a economia circular visando à sustentabilidade no
uso de recursos naturais;
• Operações com microgeração e minigeração distribuída de energia elétrica, inclusive
o Sistema de Compensação de Energia Elétrica (SCEE);
• Zona Franca de Manaus;
• Tratamentos diferenciados (SIMPLES, dentre outras situações).

Fundo Nacional de Desenvolvimento Regional

Objetivo de reduzir as desigualdades regionais e sociais, nos termos do art. 3º, III,
mediante a entrega de recursos da União aos Estados e ao Distrito Federal para:

a. realização de estudos, projetos e obras de infraestrutura;


b. fomento a atividades produtivas com elevado potencial de geração de emprego e
renda, incluindo a concessão de subvenções econômicas e financeiras; e
c. promoção de ações com vistas ao desenvolvimento científico e tecnológico e à
inovação.

Os recursos serão entregues aos Estados e ao Distrito Federal de acordo com


coeficientes individuais de participação (a serem regulamentados e calculados pelo Tribunal
de Contas da União), calculados com base nos seguintes indicadores e com os seguintes
pesos:

a. população do Estado ou do Distrito Federal, com peso de 30% (trinta por cento);
b. coeficiente individual de participação do Estado ou do Distrito Federal nos recursos
de que trata o art. 159, I, “a”, da Constituição Federal, com peso de 70% (setenta
por cento).

Consequências para o setor de comércio

A Reforma, como observado anteriormente, propõe diminuir o peso da carga


tributária dos setores comercial e industrial. Havendo uma eventual compensação com um
aumento de carga para o setor de serviços.
Teremos alíquotas diferenciadas para alguns setores da economia.
20 1° Fórum Econet | Reforma Tributária

REDUÇÃO DE 60%

• Dispositivos médicos, incluindo fórmulas nutricionais;


• Dispositivos de acessibilidade para pessoas com deficiência;
• Medicamentos;
• Produtos de cuidados básicos à saúde menstrual;
• Produtos agropecuários, aquícolas, pesqueiros, florestais, e extrativistas vegetais
in natura;
• Insumos agropecuários e aquícolas;
• Serviços de transporte público coletivo urbano;
• Bens e serviços relacionados a soberania e segurança.

ISENÇÃO

• Serviços de transporte coletivo de passageiros rodoviário, metropolitano e


metroviário;
• Dispositivos médicos e de acessibilidade para pessoas com deficiência;
• Medicamentos;
• Produtos de cuidados básicos à saúde menstrual;
• Produtos hortícolas, frutas, ovos, agropecuários;
• Serviços de educação de Ensino Superior nos termos do Programa Universidade
para Todos (Prouni);
• Serviços prestados por entidades de inovação, ciência e tecnologia sem fins
lucrativos;
• Produtores rurais físicos e jurídicos com receita anual até R$ 3,6MM;

Tem alguns que se repetem na redução e isenção e outros não. Isso significa que
depende do produto ou serviço.
21 1° Fórum Econet | Reforma Tributária

O Impacto da Reforma Tributária para as Empresas


do Setor Industrial – IS

IPI – DEIXARÁ DE EXISTIR?

IPI - LEGISLAÇÃO

Art. 153, IV, §§ 1º e 3º,


da Constituição Lei nº. 4.502/64 Arts. 46 a 51, CTN
Federal

Decreto nº. 7.212/10 Decreto nº. 11.158/22


(Regulamento do IPI - (Tabela de Incidência
RIPI); do IPI – TIPI)

IPI - PRINCÍPIOS

• Anterioridade nonagesimal, mas não anual - § 1º do art. 150, CF;


• Alteração das alíquotas por ato do poder executivo - § 1º do art. 153, CF;
• será seletivo, em função da essencialidade do produto - § 3º;
• será não cumulativo, compensando-se o que for devido em cada operação com o
montante cobrado nas anteriores - § 3º;
• não incidirá sobre produtos industrializados destinados ao exterior - § 3º
• terá reduzido seu impacto sobre a aquisição de bens de capital pelo contribuinte do
imposto, na forma da lei - § 3º.

IMPOSTO SELETIVO - IS

IMPOSTO SELETIVO X SELETIVIDADE


22 1° Fórum Econet | Reforma Tributária

IS – CARACTERÍSTICAS

O Imposto Seletivo terá caráter extrafiscal, incidência monofásica e será instituído


por lei complementar, a qual detalhará as mercadorias e os serviços sobre os quais incidirá.
No livro intitulado Health Taxes: uma manifestação regulatória (2023, Rio de Janeiro,
Ed. Lumen Juris, p. 98), Raquel Delvecchio nos traz as principais características do imposto
seletivo de acordo com a OCDE – Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento
Econômico:

Entre as principais características dos impostos seletivos, a OCDE correlaciona (i) a


incidência sobre um número restrito de produtos e serviços; (ii) a exigência apenas
no momento em que os bens passem a ser livremente circulados; (iii) a cobrança
com base no peso, no volume, na resistência ou na quantidade do produto; e (iv) a
quantidade reduzida de contribuintes.

IS – INCIDÊNCIA

Incidirá sobre a produção, extração, comercialização ou importação de bens e serviços


prejudiciais à saúde ou ao meio ambiente, nos termos de lei complementar.

QUE BENS E SERVIÇOS SERÃO CONSIDERADOS PREJUDICIAIS À SAÚDE E


AO MEIO AMBIENTE?

RECOMENDAÇÃO Nº 011, DE 20 DE JULHO DE 2023 – CONSELHO NACIONAL DE


SAÚDE - CNS

Recomenda a inclusão dos alimentos e bebidas ultraprocessados na categoria de


nocivos à saúde na Reforma Tributária.

I - A instituição de imposto seletivo para produtos que causam danos à saúde


e ao meio ambiente, como tabaco, álcool e agrotóxicos e alimentos e bebidas
ultraprocessados, com vistas a desestimular seu consumo;
II - Que seja mantido tratamento favorecido, com alíquota zero, para a nova cesta
básica nacional de alimentos, e sua composição deverá seguir o Guia Alimentar
para a População Brasileira, incluindo somente alimentos in natura, minimamente
processados e alimentos processados específicos;
IV - Que haja vinculação do imposto seletivo, garantindo destinação obrigatória dos
recursos arrecadados para o Sistema Único de Saúde;
V - Que haja a supressão do §9º, no Art. 9º do Substitutivo da PEC 45/2019, que
abre interpretação para a não tributação seletiva de alimentos ultraprocessados
e de produtos associados ao cultivo de fumo, comprovadamente nocivos à saúde.
Além disso, a alíquota diferenciada segue garantida para os agrotóxicos, os quais,
assim como o tabaco, alimentos ultraprocessados e o álcool, devem ter seus tributos
aumentados pelo imposto seletivo;
23 1° Fórum Econet | Reforma Tributária

VI - A eliminação de subsídios concedidos aos setores relacionados à comercialização


dos produtos que serão alvo do imposto seletivo; e
VII - Que o mecanismo de cash back, pelo qual parte dos tributos pagos são
devolvidos às pessoas dos extratos de renda mais baixos, não contemple produtos
nocivos à saúde, como os ultraprocessados.
NOTA TÉCNICA DA ACT PROMOÇÃO DA SAÚDE - Março/2023 (pág. 7):
“O tabagismo, o consumo de bebidas alcoólicas e de alimentos e bebidas
ultraprocessados são os principais fatores de risco para as doenças crônicas não
transmissíveis (DCNTs), sobretudo as doenças cardiovasculares e respiratórias
crônicas, diabetes e cânceres, responsáveis por 74% das mortes no mundo, e mais
de 75% no Brasil (2019).”
E ainda dispõe (pág. 18):
“De acordo com o Relatório de progresso global de 2021 sobre a implementação
da Convenção-Quadro da OMS, mesmo com sistemas e alíquotas diferentes, 108
países têm imposto seletivo para tabaco”
https://actbr.org.br/uploads/arquivos/NOTA-TECNICA-03-VERSAO-DIGITAL.pdf

No livro intitulado Tributos saudáveis: diálogo entre direito, saúde e economia, sob
a coordenação da Tathiane Piscitelli e da Adriana Carvalho (2023, São Paulo, Ed. Thomson
Reuters Brasil, p. 28), Adriana Carvalho, Mônica Andreis e Paula Johns observam que:
A tributação onerosa é uma forma de controle das externalidades negativas, que
são os efeitos sociais, econômicos e ambientais gerados pela realização de determinada
atividade econômica, com os custos direcionados para tratar as doenças relacionadas ao
consumo de produtos nocivos, e que não são consideradas no preço final.

Imposto seletivo - Condições

não incidirá sobre as incidirá sobre armas e


exportações nem sobre as munições, exceto quando incidirá uma única vez sobre o
operações com energia elétrica destinadas à administração bem ou serviço;
e com telecomunicações; pública;

integrará a base de cálculo dos poderá ter o mesmo fato


não integrará sua própria base
tributos previstos nos arts. 155, gerador e base de cálculo de
de cálculo;
II, 156, III, 156-A e 195, V; outros tributos;

na extração, o imposto será


cobrado independentemente da
destinação, caso em que a
alíquota máxima corresponderá
a 1% (um por cento) do valor
de mercado do produto.”
24 1° Fórum Econet | Reforma Tributária

A partir de quando será cobrado?

EXIGÊNCIA!!!

A partir de 2027:

• será cobrado o Imposto Seletivo, previsto no art. 153, VIII, da Constituição Federal;

II – será extinto o IPI, previsto no art. 153, IV, da Constituição Federal, desde que
instituída a CIDE - ZFM.

• Na hipótese do IPI não ser extinto em razão da não instituição da CIDE-ZFM:

I – suas alíquotas ficam reduzidas a zero, exceto em relação aos produtos que
tenham industrialização incentivada na Zona Franca de Manaus, conforme critérios
estabelecidos em lei complementar; e
II – fica vedada sua incidência cumulativa com o imposto seletivo.

NÃO INCIDÊNCIA

O Imposto Seletivo não incidirá sobre os bens ou serviços cujas alíquotas sejam
reduzidas nos termos do § 1º do art. 9º da Proposta de Emenda à Constituição Federal
(Redução de 60% das alíquotas do IBS e da CBS). (§ 9º do art. 9º da PEC 45/2009 – versão
aprovada no Senado)

§ 1º A lei complementar definirá as operações beneficiadas com redução de 60%


(sessenta por cento) das alíquotas dos tributos de que trata o caput entre as
relativas aos seguintes bens e serviços:
I - serviços de educação;
II- serviços de saúde;
III - dispositivos médicos;
IV - dispositivos de acessibilidade para pessoas com deficiência;
V-medicamentos;
VI - produtos de cuidados básicos à saúde menstrual;
VII serviços de transporte público coletivo de passageiros rodoviário e
metroviário de caráter urbano, semiurbano e metropolitano;
VIII-alimentos destinados ao consumo humano;
IX - produtos de higiene pessoal e limpeza majoritariamente consumidos por
famílias de baixa renda;
X vegetais in natura; produtos agropecuários, aquícolas, pesqueiros, florestais e
extrativistas
XI - insumos agropecuários e aquícolas;
XII produções artísticas, culturais, de eventos, jornalísticas e audiovisuais nacionais,
atividades desportivas e comunicação institucional;
XIII - bens e serviços relacionados a soberania e segurança nacional, segurança da
informação e segurança cibernética.
25 1° Fórum Econet | Reforma Tributária

Para fins deste artigo incluem-se entre os alimentos, de que trata o inciso VIII do §
1º, os sucos naturais sem adição de açúcares e conservantes.

QUAL O IMPACTO DA REFORMA TRIBUTÁRIA PARA AS EMPRESAS DO SETOR


INDUSTRIAL?

“Sem impostos e contribuintes não há como construir um Estado, nem o Estado de


Direito nem muito menos algum Estado Social”. (KLAUS TIPKE)
26 1° Fórum Econet | Reforma Tributária

Entendendo CBS - Seus desafios e perspectivas

Um passo atrás, o que poderá ser substituído?

Pis/Pasep

O Programa de Integração Social (PIS) e o Programa de Formação do Patrimônio do


Servidor Público (Pasep) foram instituídos, respectivamente, pelas LC 07/1970 e 08/1970.
Em 01.07.1976 esses programas foram unificados por meio da LC 26/1975, sob a
denominação PIS/PASEP
A arrecadação desta Contribuição PIS / PASEP é para o custeio do seguro-
desemprego e do abono aos empregados com média de até dois salários-mínimos de
remuneração mensal, além de financiar programas de desenvolvimento econômico por
meio do BNDES, conforme previsto no art. 239 da Constituição Federal 1988.

Cofins

A Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (COFINS) por sua vez


foi instituída pela LC 70/1991, ou seja, 21 anos após a criação do PIS/PASEP.
Sua arrecadação destina-se às despesas com atividades fins das áreas de saúde,
previdência e assistência social, conforme previsto no § 2º art. 195 da Constituição Federal
de 1988.

Objetivo da criação do PIS/Pasep e Cofins

O objetivo foi criar contribuições de melhorias, com efeito vinculante, a fim de


custear aos gastos frente às situações relevantes para qualquer País (seguro-desemprego,
abono aos empregados, saúde, previdência e assistência social).

Espécies tributárias, o que são contribuições sociais

São ingressos necessariamente direcionados a instrumentar (ou financiar) a atuação


da União (ou dos demais entes políticos, na específica situação prevista no parágrafo único
do art. 149) no setor da ordem social”.
27 1° Fórum Econet | Reforma Tributária

Os chamados tributos indiretos

“Impostos indiretos são os em que a carga tributária é suportado por outra pessoa
que não pratica o fator gerador, o chamado contribuinte de fato.
Quando o contribuinte de direito arca com o ônus econômico da incidência tributária
ocorre o fenômeno da percussão. Porém, quando este embute o valor do tributo por
ele pago no preço do produto ou serviço, fazendo com que o encargo econômico
deste seja transferido ao contribuinte de fato”.
RIBEIRO. Ricardo. Tributação indireta no direito brasileiro, São Paulo, Malheiros
Editores, 2013,p.370

Pis/Pasep e Cofins

Regime Cumulativo

Em regra, estão no lucro presumido sendo calculadas com base no seu faturamento
e não possuem direito a créditos.

Regime Não Cumulativo

Em regra, estão no lucro real sendo calculadas sobre o total das receitas auferidas
no mês pela pessoa jurídica, independentemente de sua denominação ou classificação
contábil e possuem direito a créditos.

Proposta Contribuição sobre bens e serviços CBS

Reforma tributária e os tributos indiretos

CBS
PIS

Hoje PIS Após Reforma COFINS

IPI COFINS

IPI
28 1° Fórum Econet | Reforma Tributária

Cobrança “ por fora”

CBS

Os tributos não comporão a base de cálculo deles mesmos nem a base um do


outro, tornando suas alíquotas transparentes para os cidadãos.

Terão os mesmos critérios

Fatos geradores, bases de cálculo, hipóteses de não incidência e sujeitos passivos


CBS
Imunidades

Regimes específicos, diferenciados ou favorecidos de tributação


IBS
Regras de não cumulatividade e creditamento

Não cumulatividade plena, sem restrições para creditamento

CBS

Os tributos pagos ao longo da cadeia gerarão créditos imediatos, inclusive os pagos


na aquisição de bens de uso e consumo utilizados na atividade econômica, como material
administrativo.

Definição de alíquotas

CBS

A definição exata dessas alíquotas somente ocorrerá após a aprovação da lei


complementar que instituir o IBS e a CBS, assim como da lei ordinária que instituir o Imposto
Seletivo, pois são essas leis que detalharão os regimes específicos e os bens e serviços que
farão jus a alíquotas reduzidas ou isenções, entre outros parâmetros necessários para a
calibragem das alíquotas.

Regime Simples Nacional

As duas PECs mantêm o SIMPLES Nacional.


Ambas possibilitam ainda mais vantagens para as MPEs enquadradas neste regime:
29 1° Fórum Econet | Reforma Tributária

• PEC 45:
Possibilidade de opção pelo recolhimento do IBS pelo regime normal, mantido o
SIMPLES para os demais tributos

• PEC 110:
Modelo semelhante ao da PEC 45 para o IBS e para a CBS, adicionando a
possibilidade de transferência de créditos no montante cobrado a título de IBS e
CBS

Previsão da transição novo modelo

2023 2024 e 2025 2026 2027 2029 a 2032 2033


 Leis Compleme ntar es  A n o teste da CBS, à  C ob rança da
 Transição ICMS e d o ISS
 Vigência
para o IBS via a u m e n t o
q u e regulamentam: alíquota d e 0,9%, e d o C BS e extinção integral do
gradual da alíquota d o
IBS, à alíquota de d o PIS e da novo modelo
IBS e redução gradual
 o IBS e a CBS 0,1%,com p ensáveis Cofins
das alíquotas d o ICMS e
e extinção do
 o Conselho Federativo c o m PIS/Cofins e ICMS, do ISS e
 Redução a d o ISS:
do IBS c o m outros tributos do IPI
federais zero das
 o Fundo de
alíquotas d o IPI  10% em 2029
Desenvolvimento  20% em 2030
(exceto ZFM)
Regional
 30% em 2031
 o ressarcimento dos  Instituição do  40% em 2032
saldos credores Imposto
acumulados do ICMS
 100% em 2033
Seletivo

 Lei ordinária do Imposto


Seletivo;
 Desenvolvimento do sistema
de cobrança da CBS e do
IBS.

Questões para refletir

Incertezas na reforma tributária

• Muitos pontos dependem de regulamentação por meio de lei complementar;


• Muito difícil dar garantias de que a simplificação tão almejada será alcançada;
• Possibilidade de aumento na carga tributária, especialmente para o setor de
serviços;
• Muitas incertezas acerca da alíquota do IVA, que está prevista pelo próprio Ministério
da Fazenda em 27,5%.

Opiniões para refletir

“Vale lembrar que, quando se iniciou toda essa discussão acerca da alíquota do
IVA, começamos com 25%. Depois, em entrevista da ministra do Planejamento e
Orçamento, realizada em 12 de julho de 2023, a perspectiva da alíquota estava
entre 26% e 27%. E agora, o ministro da Fazenda já crava em 27,5%, que já coloca
o Brasil como a maior alíquota do mundo” (Matéria publicada pela revista Conjur
- Reforma tributária e seu impacto no cenário econômico por Luis Castelo, 23 de
novembro de 2023).
30 1° Fórum Econet | Reforma Tributária

“A impressão que fica é que a definição dessa alíquota possui como ponto de partida
a necessidade de receita fiscal atrelada aos gastos públicos. Estamos presenciando
um aumento considerável nos gastos públicos e, com isso, fica a dúvida. Essa
alíquota de fato acompanha o rombo fiscal?” (Matéria publicada pela revista Conjur
- Reforma tributária e seu impacto no cenário econômico por Luis Castelo, 23 de
novembro de 2023).
31 1° Fórum Econet | Reforma Tributária

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