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Tema I a) A FISCALIDADE E A FORMA DE

ORGANIZAÇÃO DA ATIVIDADE ECONÓMICA

Cidália Lopes e Carlos Barros


2019/2020
A influência da fiscalidade na escolha da
forma jurídica de uma PME

É uma das primeiras questões


Empresário em nome que se coloca a um empresário
individual ou que pretende iniciar uma
sociedade? atividade;

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A influência da fiscalidade na escolha da
forma jurídica de uma PME

Existe abundante investigação internacional sobre a influência


da variável fiscal na forma de organização da atividade
económica, sobretudo quando se trata do caso das PME:

Bergner, Sören M. & Jost H., Heckemeyer (2015). Simplified Tax


Accounting and the Choice of Legal Form. University of Mannheim,
University of Hannover and ZEW Mannheim.
Edmark, K & Gordon R.H. (2015). The choice of organizational form by
closely-held firms in Sweden: tax versus non tax determinants. Oxford
Journals, University Press, Oxford.
Plesko, George A. (2015). The Role of Taxes in Organizational Choice: S
Conversions After the Tax Reform Act of 1986. Sloan School of
Management Massachusetts Institute of Technology.

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A influência da fiscalidade na escolha da
forma jurídica de uma PME

Heshmati A, Johansson D, Bjuggren C M (2010). Effective corporate tax


rates and the size distribution of firms. Journal of Industry, Competition
and Trade.
Goolsbee, A. (1998). Taxes, organizational form, and the deadweight loss of
the corporate income tax. Journal of Public Economics.
Ayres, B. , B. Cloyd, & J. Robinson, (1996). Organizational form and taxes
forthcoming. Journal of the American Taxation Association.
Gordon, R. H. & MacKie-Mason, J. K. (1994). Tax distortions to the choice of
organizational form. Journal of Public Economics.
Carroll, R. & D. Joulfaian (1993). Do taxes affect corporate organizational
decisions? The choice of organizational form. working paper, U.S. Treasury.
(entre muitos outros)

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A influência da fiscalidade na escolha da forma
jurídica de uma PME
A escolha da forma jurídica é, provavelmente, a primeira questão
que se coloca a uma empresa

NÃO
SOCIEDADE?
SOCIEDADE?

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A influência da fiscalidade na escolha da forma
jurídica de uma PME
Dependendo da dimensão, a escolha recai sobre o regime de
tributação

NÃO
SOCIEDADE?
SOCIEDADE?

REGIME GERAL OU SIMPLIFICADO DE TRIBUTAÇÃO ?

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A influência da fiscalidade na escolha da forma
jurídica de uma PME

• No entanto:
ØEstas escolhas estão, naturalmente, vedadas às
grandes empresas.
ØGeralmente, podem escolher a forma jurídica as
microentidades e pequenas e médias empresas
(PME).
ØA opção por um regime simplificado de tributação
abrange, em regra, as microentidades.

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A influência da fiscalidade na escolha da forma
jurídica de uma PME

• Porque as opções estão disponíveis apenas para as


micro e as PME:
ØTorna-se necessário saber os conceitos de:
ØMicroentidades;
ØPequenas e Médias Empresas (PME)

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A influência da fiscalidade na escolha da forma
jurídica de uma PME

CONCEITO DE PME

• Não existe uma definição única e precisa de PME

Critérios qualitativos

Critérios quantitativos

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CONCEITO DE PME

Critérios qualitativos:
1. Empresa independente
2. Empresa familiar
3. Mercado local
4. Gestão assumida pelo proprietário da empresa
5. Gestão personalizada

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CONCEITO DE PME

Mas os critérios qualitativos são:

ØCritérios subjetivos;
ØSem relevância prática de aplicação na legislação
fiscal;
ØLogo torna-se necessário o recurso aos critérios
objetivos e quantitativos.

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CONCEITO DE PME

Critérios quantitativos:
• O conceito de PME varia consoante os países e os
objetivos. Existe uma:
• Definição europeia
• Definição nacional
• Perspetiva económica
• Perspetiva “jurídica”
• Definição contabilística
• Perspetiva “fiscal”

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DEFINIÇÃO EUROPEIA DE PME (Recomendação
2003/361/CE) – Critérios: Nº de efectivos + (VN ou
Balanço)

Vol. Negócios Balanço Total


PME Nº Efetivos
(milhões €) (milhões €)

Média 50 - 250 10 - 50 < 43

Pequena 10 - 50 2 - 10 < 10

Micro < 10 <2 <2

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DEFINIÇÃO EUROPEIA DE PME (Recomendação
2003/361/CE)

É difícil aplicar esta definição recomendada pela


Comissão Europeia, para efeitos fiscais, em especial
para conceder incentivos às PME.

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A PERSPETIVA “ECONÓMICA” DE PME

•No domínio do direito económico, em especial, no


que diz respeito aos incentivos estaduais que
podem ser concedidos às PME, sem pôr em causa o
princípio da livre concorrência, temos:

• Art. 2.º DL n.º 372/2007 – definição de PME do


IAPMEI. Os conceitos e critérios para aferir o referido
estatuto correspondem aos previstos na
Recomendação nº 2003/361/CE, da Comissão
Europeia, de 6 de Maio.
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A PERSPETIVA “ECONÓMICA” DE PME - DL n.º
372/2007 – Anexo – Artº 2º

• 1 — A categoria das micro, pequenas e médias


empresas (PME) é constituída por empresas que
• empregam menos de 250 pessoas e
• cujo volume de negócios anual não excede 50
milhões de euros ou cujo balanço total anual não
excede 43 milhões de euros

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A PERSPETIVA “ECONÓMICA” DE PME - DL n.º
372/2007 – Anexo – Artº 2º

• 2 — Na categoria das PME, uma pequena empresa é


definida como
• uma empresa que emprega menos de 50 pessoas e
• cujo volume de negócios anual ou balanço total
anual não excede 10 milhões de euros.

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A PERSPETIVA “ECONÓMICA” DE PME - DL n.º
372/2007 – Anexo – Artº 2º

• 3 — Na categoria das PME, uma micro empresa é


definida como
• uma empresa que emprega menos de 10 pessoas e
• cujo volume de negócios anual ou balanço total
anual não excede 2 milhões de euros.

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A PERSPECTIVA “JURIDICA” DE PME

• Em sede de direito do trabalho:


• Art. 100.º do Código do Trabalho distingue as
categorias de empresas consoante o número de
trabalhadores:
• Micro empresa: até 10 trabalhadores;
• Pequena Empresa: 10 até 50 trabalhadores;
• Média Empresa: 50 até 250 trabalhadores;
• Grande Empresa: 250 ou mais trabalhadores.

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A PERSPECTIVA “JURIDICA” DE PME

• Em sede de direito das sociedades:


• Art 262.º n.º 2 do Código das Sociedades
Comerciais estabelece que as sociedades que não
tiverem conselho fiscal devem designar ROC
desde que sejam ultrapassados dois dos três
limites:
• i) total balanço – 1 500 000 €;
• ii) total vendas líquidas e outros proveitos:
3 000 000 €;
• iii) número de empregados, em média, durante
o exercício: 50.
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A PERSPECTIVA “CONTABILÍSTICA” DE PME

• Em sede de direito contabilístico:

• Regimes simplificados de contabilidade:


• Regime das Pequenas Entidades (PE) – DL
158/2009, redacção Lei n.º 20/2010, de 23 de
Agosto
• Regime das Micro Entidades (ME) – DL n.º 36-
A/2011, de 9 de Março

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A PERSPECTIVA “CONTABILÍSTICA” DE PME

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A PERSPECTIVA “FISCAL” DE PME

• A dimensão da empresa está presente nalgumas


disposições fiscais, remetendo, por vezes, para o
Decreto-Lei n.º 372/2007, de 6 de novembro , ou
para a Recomendação n.º 2003/361/CE, da
Comissão, de 6 de maio de 2003

• De seguida apresentam-se alguns exemplos.

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A PERSPECTIVA “FISCAL” DE PME

• Regimes simplificados

• Empresa não constituída em sociedade


• Pessoa singular -> Regime simplificado
• art. 28.ºn.º2 : montante anual rendimentos <ou=
200.000 Euros

• Empresa constituída em sociedade


• Pessoa colectiva -> Contabilidade organizada
• Artº 86-A, nº 1, a), CIRC - montante anual ilíquido de
rendimentos <ou= 200.000 Euros

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A PERSPECTIVA “FISCAL” DE PME

• CIRC – Artigo 87.º - Taxas, nº 2


• S.p. que exerçam, diretamente e a título principal, uma
atividade económica de natureza agrícola, comercial ou
industrial,
• que sejam qualificados como pequena ou média
empresa,
• nos termos previstos no anexo ao Decreto-Lei n.º
372/2007, de 6 de novembro,
• a taxa de IRC aplicável aos primeiros € 15 000 de
matéria coletável é de 17%, aplicando-se a taxa
prevista no número anterior ao excedente. [Redação
dada pela Lei n.º 2/2014, de 16 de janeiro]

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A PERSPECTIVA “FISCAL” DE PME

• CIRS – Artigo 43.º - Mais-valias, nº 3


• 3 - O saldo positivo entre as mais e menos valias
decorrentes da alienação onerosa de partes sociais,
relativo a micro e pequenas empresas não cotadas nos
mercados regulamentado ou não regulamentado da
bolsa de valores é igualmente considerado em 50% do
seu valor.
• 4 - Para efeitos do número anterior entende-se por micro e
pequenas empresas as entidades definidas, nos termos do
anexo ao Decreto-Lei n.º 372/2007, de 6 de Novembro.

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A PERSPECTIVA “FISCAL” DE PME

• EBF – Artigo 41.º-B - Benefícios fiscais relativos à


instalação de empresas em territórios do interior
• 1 - Às empresas que exerçam, diretamente e a título
principal, uma atividade económica de natureza
agrícola, comercial, industrial ou de prestação de
serviços em territórios do interior,
• que sejam qualificados como micro, pequena ou média
empresa,
• nos termos previstos no anexo ao Decreto-Lei n.º 372/2007,
é aplicável a taxa de IRC de 12,5% aos primeiros € 15.000 de
matéria coletável.

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A PERSPECTIVA “FISCAL” DE PME

• EBF – Artigo 43.º-A - Programa Semente


• 1 - Os s.p. de IRS que efetuem investimentos elegíveis no
âmbito do Programa Semente,
• fora do âmbito de atividades geradoras de rendimentos
empresariais e profissionais,
• podem deduzir à coleta do IRS, até ao limite de 40% desta, um
montante correspondente a 25% do montante dos investimentos
elegíveis efetuados em cada ano.
• 5 - São elegíveis, para efeitos do benefício fiscal previsto
neste artigo, os investimentos realizados em empresas que
cumulativamente reúnam os seguintes requisitos:
• a) Sejam qualificadas como micro ou pequena empresa, de
acordo com os critérios previstos no anexo ao Decreto-Lei
n.º 372/2007;

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A PERSPECTIVA “FISCAL” DE PME

• CFI – CAPÍTULO II - Benefícios fiscais contratuais ao


investimento produtivo
• Artº 11º, nº 2 - No caso de sujeitos passivos de IRC
que não se enquadrem na categoria das micro,
pequenas e médias empresas, tal como definidas na
Recomendação n.º 2003/361/CE, da Comissão, de 6 de
maio de 2003, as despesas de investimento a que se
refere a alínea b) do número anterior não podem
exceder 50% das aplicações relevantes.

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A PERSPECTIVA “FISCAL” DE PME

• CFI – CAPÍTULO III - Regime fiscal de apoio ao


investimento
• Artº 22º, nº 3 - No caso de sujeitos passivos de IRC que
não se enquadrem na categoria das micro, pequenas e
médias empresas, tal como definidas na
Recomendação n.º 2003/361/CE, da Comissão, de 6 de
maio de 2003, as aplicações relevantes a que se refere
a alínea b) do número anterior não podem exceder
50% das aplicações relevantes.

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A PERSPECTIVA “FISCAL” DE PME

• CFI – CAPÍTULO IV - Dedução por lucros retidos e


reinvestidos
• Artigo 27º - Objecto - A DLRR constitui um regime de
incentivos fiscais ao investimento em favor de micro,
pequenas e médias empresas nos termos do RGIC -
Regulamento Geral de Isenção por Categoria ->
Recomendação 2003/361/CE
• Artigo 28.º - Âmbito de aplicação subjetivo
• Podem beneficiar da DLRR os sujeitos passivos de IRC residentes em território
português, bem como os sujeitos passivos não residentes com estabelecimento estável
neste território, que exerçam, a título principal, uma atividade de natureza comercial,
industrial ou agrícola, que preencham, cumulativamente, as seguintes condições:
• a) Sejam micro, pequenas e médias empresas, tal como definidas na Recomendação
n.º 2003/361/CE, da Comissão, de 6 de maio de 2003;

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A PERSPECTIVA “FISCAL” DE PME

• CFI – CAPÍTULO V - Sistema de incentivos fiscais em


investigação e desenvolvimento empresarial
• Artº 37º - 3 - A alínea h) do n.º 1 só é aplicável às micro, pequenas
e médias empresas, tal como definidas na Recomendação n.º
2003/361/CE, da Comissão, de 6 de maio de 2003.
• Nº 2, h) Despesas com a aquisição de patentes que sejam
predominantemente destinadas à realização de atividades de
investigação e desenvolvimento;
• Artº 38º - 2 - Para os sujeitos passivos de IRC que se enquadrem
na categoria das micro, pequenas ou médias empresas, tal como
definidas na Recomendação n.º 2003/361/CE, da Comissão, de 6
de maio de 2003, que ainda não completaram dois exercícios e
que não beneficiaram da taxa incremental fixada na alínea b) do
número anterior, aplica-se uma majoração de 15% à taxa base
fixada na alínea a) do número anterior.

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DEFINIÇÃO DE PME – algumas dificuldades de
harmonização

• Várias instituições e organismos têm tentado


harmonizar o conceito de PME.

• O trabalho tem-se revelado difícil pela:


• Heterogeneidade do tecido empresarial.

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INTRODUÇÃO

• As PME são fonte de criação de emprego e reconhecidas como fonte de dinamismo,


inovação e flexibilidade (OCDE, 2009; Comissão Europeia, 2010)

• Várias foram as iniciativas da CE:


• 1983- Ano Europeu das PME;
• 1983 – Task Force Independente PME;
• 1992 – Política europeia PME (Tratado Maastricht);
• 1997 – Task Force Best – melhorar ambiente empresarial PME;
• 2001 – Tratado Lisboa sublinha preocupação com
• internacionalização e crescimento PME;
• 2005 – Projecto piloto PME: Home State Taxation;
• 2009 – Carta Europeia às PME – Selecção de boas práticas; entre outras)

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Estrutura empresarial em Portugal

Fonte: INE (2011)35


Estrutura empresarial em Portugal

Fonte: INE (2011)36


DESCRIÇÃO QUANTITATIVA DO SECTOR DAS PME:
As PME e a forma legal

Em todos os países da OCDE


• % Empresas não constituídas em sociedade > % Empresas constituídas
em sociedade

Reflexão acerca dos factores que influenciam esta


escolha

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As PME e a forma legal

Estes dados obrigam-nos a uma reflexão acerca das variáveis ou


factores que influenciam a forma de organização da actividade
económica de uma PME

O sistema fiscal é, pois, uma das variáveis a considerar

Do ponto de vista da política fiscal, o ideal seria que a forma


jurídica não tivesse qualquer diferença no tratamento fiscal.
(Princípio da neutralidade)

Todavia, existem autores (Sanger, 2005) que consideram positivo o


sistema fiscal conduzir a forma societária (empresas mais
organizadas do ponto de vista contabilístico e de gestão)

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A escolha da forma jurídica

• Factores não fiscais


• Mackie-Mason e Gordon (1997)

• Factores fiscais
• (Crawford e Freedman (2010), Freedman e
Godwin (1992) Mooij e Nicodeme (2007)

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Factores não fiscais
NÃO SOCIEDADES SOCIEDADES

§ Responsabilidade ilimitada em § Regra geral responsabilidade


relação ao património pessoal limitada dos sócios
do empresário § Normalmente maior
§ Dificuldades na transmissão da facilidade na transmissão
empresa de partes sociais
§ Maior dificuldade em obter § A forma societária confere
financiamentos bancários mais credibilidade e
§ Não é requerido capital prestígio
mínimo § Capital mínimo (SQ – capital livre,
§ Maior controlo pessoal da artº 201º CSC)
empresa
§ Simplicidade de procedimentos
(regime contabilístico e fiscal e
declarações simplificadas)

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A forma de organização da actividade económica:
algumas diferenças de tratamento fiscal

Trabalhador por conta Trabalhador por conta Sociedade (proprietário)


de outrem própria, empresário
individual
Imposto pessoal Imposto pessoal Imposto societário sobre os
progressivo sobre os progressivo sobre os lucros pago pela sociedade
ordenados e salários rendimentos (salários,
lucros, mais valias,
prediais)
Contribuições para a Contribuições para a Imposto pessoal
segurança social Segurança Social (por progressivo sobre os
(empregador e regra, mais baixas do que dividendos recebidos pelos
empregado) as dos empregados) sócios (crédito imposto na
sociedade, sócios)
Contribuições para a
Segurança Social sobre os
salários dos empregados 41
EXEMPLO: Regime fiscal e a forma de organização
da actividade económica em Portugal

Exemplo muito simplificado:


• Sociedade, PME, com 25 000 Euros/ano de rendimentos tributáveis
paga, em média, 18,6% em impostos.
• Trabalhador por conta de outrem com 25 000 Euros paga, em média,
26% em impostos.
• Trabalhador, prestador de serviços, por conta própria com 25 000 Euros
paga, em média, 17,4% em impostos.

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A forma de organização da actividade económica:
algumas diferenças de tratamento fiscal

A escolha da forma jurídica para uma PME e o exercício da actividade


económica coloca-se entre :

• o exercício da actividade por conta própria (não constituindo


sociedade), ou
• o exercício da actividade através de uma sociedade.

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A forma de organização da actividade económica:
algumas diferenças de tratamento fiscal
O sistema fiscal trata de forma diferente os lucros da actividade
económica empreendida através de forma societária ou não societária

A melhor forma de exercer a actividade económica é aquela que


conduz a uma menor quantia de imposto a pagar, a qual depende das
circunstância particulares do sujeito passivo, do sistema fiscal
(progressivo ou não) e da estrutura do sistema fiscal

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Factores fiscais: análise genérica

Empresário nome
individual Sociedades

REGIME FISCAL REGRA: REGIME FISCAL REGRA:

Ø Regime simplificado Ø Regime contabilidade


Ø Taxas de tributação organizada
progressivas IRS Ø Taxas de tributação
proporcionais IRC
Ø Distribuição dos lucros e
eliminação da dupla
tributação económica (DTE)
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Factores fiscais: análise genérica

• Crawford e Freedman (2010), Mirrelews Report


apontam dois factores incentivam o exercício da
actividade através de uma sociedade:

• Taxas mais baixas imposto societário

• Oportunidade aos sócios para transformar o


rendimento do trabalho em capital e mais
valias,
• os quais não estão sujeitos às Contribuições para
a Segurança Social

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Factores fiscais que influenciam a escolha da
forma jurídica

• Taxas de tributação nominais

• Disposições fiscais particulares (Taxas efectivas, base de tributação,


benefícios fiscais)

• Regime de distribuição dos lucros

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Taxas de tributação: comparação imposto pessoal e
imposto societário

Conclusão
Taxas sobre as pessoas coletivas são mais baixas que taxas sobre as
pessoas singulares

Incentivo a exercer a actividade económica sob a forma societária

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Taxas de tributação

• É necessário, todavia, salientar que as taxas nominais de tributação


constituem apenas um ponto de partida para a análise de incentivo a
constituir uma sociedade
• As diferenças nas bases de tributação conduzem a taxas efectivas
diferentes das taxas nominais, o que altera a decisão do investidor
(OCDE, 2009)
• Disposições fiscais particulares (Base de tributação, benefícios fiscais,
deduções, taxas reduzidas de imposto)

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Regime de distribuição dos lucros

A escolha da forma jurídica pode ser influenciada pelo grau de


integração entre o imposto pessoal e o imposto societário

Grau de atenuação da dupla tributação económica dos lucros

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Regime de distribuição dos lucros e eliminação da
dupla tributação económica dos lucros

• Sistemas total eliminação DTE (Grécia, Itália, Finlândia)

• Sistemas eliminação parcial DTE (Espanha, Suécia, Portugal, França,


Dinamarca, Áustria, Reino Unido, etc.) – Artº 40º-A CIRS

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Evolução da taxa de IRC em Portugal

Tendência gradual para a diminuição da taxa de IRC ao longo dos


últimos anos

Incentivo a exercer a actividade sob a forma societária

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AS PME E OS REGIMES FISCAIS ESPECIAIS

Será, então, que se justifica uma taxa reduzida para as PME


societárias?

• Trade – off de objectivos (neutralidade e emprego)


• As empresas que mais contribuem para a taxa de emprego
beneficiam da taxa reduzida?

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Conclusões

A literatura internacional aponta no sentido dos factores fiscais serem uma


variável a considerar na escolha da forma jurídica de uma PME

Do ponto de vista da política fiscal a escolha de organização, sociedade / não


sociedade não deve ser influenciada por motivos fiscais

Em Portugal, o comportamento da taxa de IRC, pode supor alguma influência na


forma jurídica da estrutura empresarial no início do período em análise

Não obstante, a importância do factor fiscal não aparenta sobrepor-se aos


factores não fiscais

Será, então, que se justifica o uso do sistema fiscal para impulsionar o


crescimento, emprego e inovação nas PME?

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