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públicas para
pequenos negócios
Módulo
1 Pequenos negócios:
conceitos e contexto
Fundação Escola Nacional de Administração Pública
Presidente
Diogo Godinho Ramos Costa
Conteudista/s
Lillian Callafange dos Reis Toledo (Conteudista, 2021);
Maísa de Holanda Feitosa (Conteudista, 2021);
Pedro Pessoa Mendes (Conteudista, 2021);
Rodrigo Estrela de Freitas (Conteudista, 2021);
Equipe responsável:
Caio Henrique Caetano (Revisor, 2021)
Erley Ramos Rocha (Coordenador Web e implementador Articulate, 2021)
Guilherme Ribeiro Araújo (Implementador Moodle, 2021)
Israel Silvino Batista Neto (Diretor de arte, 2021)
Thaís de Oliveira Alcântara, (Coordenador, 2021).
Vanessa Mubarak Albin (Diagramadora, 2021)
Enap, 2021
Enap Escola Nacional de Administração Pública
Diretoria de Educação Continuada
SAIS - Área 2-A - 70610-900 — Brasília, DF
Referências...................................................................................... 18
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Vídeo 1 - A importância das políticas públicas de apoio aos pequenos negócios
Por exemplo, você consegue se lembrar de alguma política nacional de incentivo às startups
que tenha promovido impactos significativos na economia brasileira?
O Brasil é um dos países com melhor estrutura institucional de apoio a pequenos negócios. Em
nível federal, existem diversos marcos regulatórios e políticas públicas de apoio a segmentos de
A Lei Complementar nº 123/2006 tem uma visão sistêmica do ambiente dos pequenos negócios,
olhando suas especificidades de forma ampla e buscando estruturar mecanismos para seu
desenvolvimento. Por se propor a ser o estatuto nacional das MPE, essa lei concentra as regras
gerais de tratamento diferenciado desse público a serem consideradas por todos os entes
federados em suas políticas:
O primeiro inciso se refere ao tema principal da Lei Geral: o Regime Especial Unificado de
Arrecadação de Tributos e Contribuições devidos pelas Microempresas e Empresas de Pequeno
Porte – Simples Nacional. Sistema tributário específico das MPE, o Simples Nacional estabelece
alíquotas diferenciadas para as suas atividades, além do pagamento dos principais tributos
federais, estaduais e municipais em documento único de arrecadação.
A inscrição da empresa no Simples Nacional não é automática, ou seja, as MPE devem optar
por esse regime tributário especial, após avaliar se esse lhe é mais benéfico do que o regime
tributário regular e se sua empresa não se enquadra em nenhuma das hipóteses de vedação de
ingresso no Simples Nacional.
III) De cujo capital participe entidade da administração pública, direta ou indireta, federal,
estadual ou municipal;
V) Que possua débito com o Instituto Nacional de Seguro Social - INSS - ou com as Fazendas
Públicas Federal, Estadual ou Municipal, cuja exigibilidade não esteja suspensa;
VI) Que preste serviço de transporte intermunicipal e interestadual de passageiros, exceto
quando na modalidade fluvial ou quando possuir características de transporte urbano
ou metropolitano ou realizar-se sob fretamento contínuo em área metropolitana para
transporte de estudantes ou trabalhadores.
XV) Que realize atividade de locação de imóveis próprios, exceto quando se referir a
prestação de serviços tributados pelo ISS.
XVI) Com ausência de inscrição ou com irregularidades em cadastro fiscal federal, municipal
ou estadual quando exigível.
Quadro 1 - Não pode optar pelo Simples Nacional
O segundo tema destacado pelo legislador – inciso II – na Lei Geral foi a questão trabalhista e
previdenciária. O diploma dispensa as MPE do cumprimento de algumas obrigações trabalhistas,
em especial daquelas que não comprometem nenhum direito do trabalhador, mas que geram
um esforço significativo para as MPE.
A Lei Geral estabeleceu, ainda, que o poder público e o Sistema S deverão estimular a formação
de consórcios entre as MPE para diminuir os custos e simplificar o acesso a serviços especializados
de segurança e medicina do trabalho.
Por fim, o inciso IV destaca a necessidade de adaptação do poder público, nas três esferas
governamentais para disponibilizar serviços empresariais – inscrição, declaração, baixa,
compensação de crédito tributário etc. – simples, eficientes e acessíveis. A unificação das bases
de dados das fazendas municipais, estaduais e federal é o principal desafio para a oferta desses
serviços.
Nesse contexto, a lei criou duas estruturas de deliberação muito importantes para essa política
pública, que têm garantido agilidade e ampla articulação de consenso entre as fazendas públicas,
quais sejam, o Comitê Gestor do Simples Nacional (CGSN) e o Comitê para Gestão da Rede
Nacional para Simplificação do Registro e da Legalização de Empresas e Negócios (CGSIM).
Além dos temas destacados no seu artigo 1º, a Lei Geral estabelece diretrizes em outras
áreas, como Acesso à Justiça e Fiscalização. O diploma parte da premissa de que as MPE são
vulneráveis frente aos outros agentes que atuam no mercado e adota como princípio geral,
independentemente de regulamentação, o tratamento favorecido e diferenciado para essas
empresas no cumprimento de suas obrigações e no usufruto dos seus direitos.
Esse tratamento especial, todavia, não beneficia todas as micro e pequenas empresas brasileiras;
a Lei Geral previu alguns casos em que, apesar de seu faturamento estar dentro do limite previsto
na lei para ser considerada MPE, a empresa não poderá se beneficiar das políticas destinadas a
esse público.
II) Que seja filial, sucursal, agência ou representação, no País, de pessoa jurídica com sede
no exterior;
III) De cujo capital participe pessoa física que seja inscrita como empresário ou seja sócio
de outra empresa que receba tratamento jurídico diferenciado nos termos dessa Lei
Complementar, desde que a receita bruta global ultrapasse o limite que se trata o inciso II
do caput desse artigo.
V) Cujo sócio ou titular seja administrador ou equiparado de outra pessoa jurídica com fins
lucrativos, desde que a receita bruta global ultrapasse o limite de que trata o inciso II do
caput deste artigo;
VI) Constituída sob forma de cooperativas, salvo as de consumo;
A Lei Geral é o exemplo de uma política pública que evolui constantemente. Além da robustez
e eficiência dos dois Comitês, que mantêm atualizadas as regulamentações infralegais, conta
também com a atuação da Frente Parlamentar Mista da Micro e Pequena Empresa no Congresso
Nacional.
Saiba mais
Quer saber mais sobre o tratamento especial para micro e pequenas empresas?
Acesse a página do SEBRAE que apresenta o histórico dessa importante política
pública nacional em: https://www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/artigos/
historico-da-lei-geral,8e95d6d4760f3610VgnVCM1000004c00210aRCRD
Outra norma importante para conhecimento do gestor de políticas públicas para pequenos
negócios é a Lei nº 11.326/2006, que estabelece as diretrizes para a formulação da Política
Nacional da Agricultura Familiar e Empreendimentos Familiares Rurais. A partir dessa lei, foram
criados o Programa de Fortalecimento da Agricultura Familiar (PRONAF), principal fundo de
investimento para agricultura familiar e/ou comunitária e, por consequência, a Declaração
de Aptidão ao PRONAF (DAP), que acabou estruturando uma base nacional de cadastro da
agricultura familiar e/ou comunitária.
Outros países chegaram a soluções diferentes, mas também não conseguiram realizar uma
definição segura do que seria um pequeno negócio.
País Conceito
Na África do Sul, a definição de pequenos negócios é feita do
seguinte modelo:
Importante
O que é o DataSebrae? (https://datasebrae.com.br/)
À primeira vista isso pode até parecer simples, mas pense sobre a última vez
em que você precisou encontrar uma resposta objetiva. Foi difícil, não foi?
E nós conhecemos os motivos. Tanto que eles viraram as preocupações que
deram origem ao DataSebrae.
Para facilitar o acesso aos dados, são oferecidos os estudos e painéis de consulta aos usuários.
Para além dos números existentes, pode-se observar a replicação de um fenômeno global
no qual a quantidade de pequenas empresas reflete o que acontece em todo mundo,
onde a maior parte das empresas compõem o tecido econômico e são as maiores
geradoras de emprego.
Cabe lembrar que os pequenos negócios são essenciais para garantir, também, às grandes uma
inserção nas cadeias globais de valor, pois estas dependem dos pequenos negócios, seja como
fornecedor, seja como distribuir de sua produção.
SANTOS, Anselmo Luís dos; KREIN, José Dari; CALIXTRE, André Bojikian (org.). Micro e pequenas
empresas: mercado de trabalho e implicação para o desenvolvimento. Rio de Janeiro: Ipea, 2012.
Disponível em: http://repositorio.ipea.gov.br/bitstream/11058/3006/1/Livro_Micro%20e%20
pequenas%20empresas%20mercado%20de%20trabalho%20e%20implica%c3%a7%c3%a3o%20
para%20o%20desenvolvimento.pdf. Acesso em: 20 abr. 2021.
SEBRAE. Negócios familiares: entenda como eles funcionam. 2019. Disponível em: https://www.
sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/artigos/as-caracteristicas-de-negocios-familiares,48e89e665
b182410VgnVCM100000b272010aRCRD. Acesso em: 01 dez. 2020.
SEBRAE. Tudo o que você precisa saber sobre Eireli. 2019. Disponível em: https://www.sebrae.
com.br/sites/PortalSebrae/ufs/go/artigos/tudo-o-que-voce-precisa-saber-sobre-eireli,0b5960ef
67f4d610VgnVCM1000004c00210aRCRD. Acesso em: 01 dez. 2020.