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Felipe Messa1
RESUMO
O objetivo deste trabalho é definir e esclarecer os principais motivos legais que levam
empresas optantes pelo regime tributário simples nacional a seu desenquadramento, coercitivo,
e as respectivas consequências. Não será abordando os motivos estratégicos de planejamento
tributário que leva a uma empresa a optar pelo desenquadramento do simples nacional por
vontade própria. O trabalho usa como base de argumentação a própria lei complementar nº
123, de 14 de dezembro de 2006 (Lei do Simples Nacional) e pesquisa bibliográfica em obras
de referência. O tema se faz atual e importante, uma vez que o desenquadramento do simples
nacional de uma empresa acarreta aumento com gastos tributários e geralmente vem
acompanhado de multas e penalidade severas, colocando em risco a continuidade da atividade
empresarial. Deste modo, conhecer os motivos e as consequências é essencial para que uma
empresa possa saber e desejar evitar o desenquadramento do regime tributário Simples
Nacional.
INTRODUÇÃO
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Pós-graduando em Direito Empresarial. E-mail: felipe.aqualis@gmail.com
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O objetivo deste trabalho é expor os principais motivos de exclusão de empresas
do Simples Nacional e as consequências para elas, desta maneira ajudar para que empresas
optantes pelo Simples Nacional posam evitar erros que levem sua exclusão do regime, bem
como as consequências. Além de ajudar no entendimento, espera-se ao demostrar as severas
consequências para as empresas ao serem excluídas do regime tributário Simples Nacional a
conscientização da importância de observância da lei e desestimular a burla intencionalmente
da mesma.
Todo ano são excluídas milhares de empresas do Simples Nacional, essa exclusão
causa um grande impacto, que pode até mesmo levar a empresa ao encerramento de suas
atividades. As microempresas e empresas de pequeno porte são a maioria no país, têm grande
relevância no aspecto econômico e manutenção do emprego, e dependem muito do regime
tributário Simples Nacional para sua sobrevivência. Deste modo a exclusão de empresas do
Simples Nacional pode ter um efeito em cascata.
Apesar de ser um regime de tributário simplificado, unificado e favorecido, não é
de fácil compreensão e entendimento para as empresas, assim como o sistema tributário no
todo, é complexo e laboral, cheios de detalhes, regras e exceções tornando fácil que ocorra
erro. A própria literatura é muito vaga e escassa acerca do tema, com uma linguagem difícil
para quem não é da área do direito, para elaboração deste trabalha foram necessárias reunir
diversas obras. Espera-se com este trabalho reunir todo o conhecimento necessário e em
linguagem simples, para interessados de qualquer área, que possa servir de norte a uma
empresa que queira optar pelo Simples Nacional.
Este trabalho terá como base a pesquisa documental na lei complementar nº 123,
de 14 de dezembro de 2006 (Lei do Simples Nacional), expondo os artigos em que
estabelecem relação com os motivos de exclusão do regime e consequências, juntamente a
pesquisa bibliográfica em obras de autoridade no respectivo assunto. Desta forma criar um
trabalho de base solidadas e confiável, prontamente a ajudar e sanar as dúvidas de maneira
correta qualquer interessado pelo tema.
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Regulamentado pela lei complementar nº 123, de 14 de dezembro de 2006, este regime
tributário tratasse de um regime diferenciado, unificado e simplificado que visa estabelecer
tratamento favorecido as empresas de micro e pequeno porte. Esta lei também estabelece o
Simples Nacional como regime obrigatório para o Microempreendedor individual (MEI), o
que, de acordo com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae)
(2017), permite milhões de brasileira garantirem seu sustento com formalidade e dignidade.
No Brasil são mais de 17 milhões de optantes do simples nacional, mais de 5
milhões são microempresas e empresas de pequeno porte, o que representa mais de 80% de
todas as microempresas e empresas de pequeno porte. A parte restante e maior desses mais de
17 milhões de optantes do Simples Nacional é formada por microempreendedores individuais,
que tem este regime como obrigatório. (Sebrae, 2017),
Ainda de acordo com o Sebrae (2017), este regime é de muita importância para a
economia do país, para a manutenção das atividades das empresas e manutenção do emprego.
Para ter ideia da importância do regime, ainda de acordo com o Sebrae (2017), se acabasse o
Simples nacional cerca de: 30% das empresas optantes pelo simples nacional encerrariam suas
atividades, 20% iriam para informalidade e 18% reduziam suas atividades. Segundo Ribeiro
(2021) em 2021, cerca de 440.480 empresas foram excluídas do Simples Nacional.
Visto a significância do Simples Nacional e a quantidade de empresas excluídas é
importante conhecer a lei complementar nº 123, de 14 de dezembro de 2006, que a
regulamenta, principalmente as exigências, que estabelecem requisitos para adesão e
permanência no regime Simples Nacional, exigências que uma vez descumpridas podem ser
motivos para a exclusão do Simples nacional e suas consequências.
A exclusão do simples nacional pode ser dar de duas maneiras, por vontade da
empresa, ou de maneira coercitiva. Apesar do simples nacional ser um regime para favorecer
as empresas de micro e pequeno porte, algumas empresas que poderiam aderia pelo Simples
Nacional acabam por não optarem. Este trabalho abordara os principais motivos pelas quais a
exclusão pode ocorrer de maneira coercitiva.
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Segundo Antonik (2016) pela complexidade do sistema tributário nacional como
um todo, nem sempre o Simples Nacional acaba por ser o regime tributário mais vantajoso
para as empresas de micro e pequeno porte, pois depende da atividade de atuação e do
planejamento tributário de cada empresa individualmente (elisão fiscal), o que faz com que
nem sempre uma sempre opte pelo Simples Nacional mesmo que atenda aos requisitos. O que
na prática pode-se ver, segundo dados do Sebrae (2017) aproximadamente 19% das empresas
que podem optar pelo Simples Nacional não o faz.
Quando uma empresa opta por não aderir ao simples nacional, na maioria das
vezes ocorre quando ela tem um bom assessoramento e planejamento tributário, segundo
Fabretti, Fabretti e Fabretti (2018). Deste modo tornasse mais importante o estudo dos motivos
de exclusão coercitiva pela autoridade fazendário (Fisco).
A exclusão de maneira coercitiva é feita imperativamente pelos Fisco de qualquer
das esferas de poder do Estado (a União, os Estado, o Distrito Federal e os Municípios),
quando há o desrespeito da lei. Muitas das vezes as empreses comentem este erro por falta
mesmo de conhecimento ou observância tendo em vista a complexidade das normas, também
por negligência e indiferença as normas. Há também as empresas que desrespeita a lei de
maneira voluntaria e propositalmente, buscando burlá-la para conseguir benéficos fiscais.
A exclusão do Simples nacional de maneira coercitiva feita pelo Fisco ocorre por
três motivos: Primeiro, por inadimplemento de obrigação principal do tributo; segundo,
quando inadimplente das obrigações acessórias; Terceiro, quando a empresa não atende os
requisitos necessários para aptidão de sua adesão ao Simples nacional. (Santos, 2018).
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Simples Nacional, mas também obrigações de pagamentos de outros tributos e muitas não
abrangidos pelo Simples Nacional. (Maranca, 2013).
A principal adimplência, que leva empresas a serem excluídas do Simples
Nacional, é justamente das obrigações de pagamento não abrangidas pelo Simples Nacional.
Apesar deste regime tributário ter a característica de ser unificado, englobar diversos tributos,
existem tributos que devem ser calculados e pagos separadamente, conforme estabelece o Art.
12, §1º da lei complementar nº 123, de 14 de dezembro de 2006 (lei do Simples Nacional).
Desde modo as Empresas devem ter um cuidado especial aos impostos não
abrigados pelos Simples Nacional, pois este tem uma maior complexidade quanto sua
incidência e cálculo. (Crepaldi, 2021).
Obrigação secundaria tributária é toda aquela obrigação perante o Fisco que não é
de pagamento de valor em dinheiro. São as obrigações de fazer ou deixar de fazer e as de
prestar informações. Obrigações como, por exemplos: emitir notas fiscais, manter dados
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cadastrais atualizados perante o Fisco e prestar informações exigidas pelo fisco. (Crepaldi,
2021).
A obrigação secundaria que mais leva a imposição de penalidade á empresas pelo
fisco e que também mais gera exclusão do Simples Nacional é a não emissão de notas fiscais.
A falta de emissão de notas fiscais é forte indício de tentativa de evasão fiscal por parte de
uma empresa, embora também, em menor número, ocorra por equívoco, quando uma empresa
acredita estar desobrigada de tal emissão. (Maranca, 2013).
É aconselhável que uma empresa sempre emita as notas ficais perante a dúvida de
sua obrigatoriedade de emissão ou não. A nota fiscal é umas das obrigações secundárias mais
importantes e a mais fiscalizada pelos Órgãos Fazendários e demais órgão de fiscalizações e
anuência. A emissão de notas fiscais além de serem importantes para que as empresas provem
sua regularidade perante as Entidades governamentais, é muito importante também para
controle e administração interna das empresas. (Antonik, 2016).
2.3 Exclusão do Simples Nacional por não atender os requisitos necessários para sua
adesão
Para que uma empresa possa optar e permanecer no Simples Nacional ela deverá
atender alguns requisitos e características estabelecidos pela Lei do Simples Nacional,
dispostos no Art. 3 e 17.
O Art. 3 trata a definição microempresa e empresa de pequeno porte, pois o
principal requisito para adesão ao simples nacional é estar enquadrada uma dessas duas
categorias. E o principal critério para isso é a receita bruta; igual ou inferior a R$ 360.000,00 é
microempresa, superior a R$ 360.000,00 e igual ou inferior a R$ 4.800.000,00 é empresa de
pequeno porte. (Brasil, 2006).
Ainda no Art. 3, §4º começa as vedações à quais empresas podem se beneficiar do
Simples Nacional, não podendo se beneficiar empesas que:
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Lei Complementar, desde que a receita bruta global ultrapasse o limite de que trata o
inciso II do caput deste artigo;
IV - cujo titular ou sócio participe com mais de 10% (dez por cento) do capital de
outra empresa não beneficiada por esta Lei Complementar, desde que a receita bruta
global ultrapasse o limite de que trata o inciso II do caput deste artigo;
V - cujo sócio ou titular seja administrador ou equiparado de outra pessoa jurídica
com fins lucrativos, desde que a receita bruta global ultrapasse o limite de que trata o
inciso II do caput deste artigo;
VI - constituída sob a forma de cooperativas, salvo as de consumo;
VII - que participe do capital de outra pessoa jurídica;
VIII - que exerça atividade de banco comercial, de investimentos e de
desenvolvimento, de caixa econômica, de sociedade de crédito, financiamento e
investimento ou de crédito imobiliário, de corretora ou de distribuidora de títulos,
valores mobiliários e câmbio, de empresa de arrendamento mercantil, de seguros
privados e de capitalização ou de previdência complementar;
IX - resultante ou remanescente de cisão ou qualquer outra forma de
desmembramento de pessoa jurídica que tenha ocorrido em um dos 5 (cinco) anos-
calendário anteriores;
X - constituída sob a forma de sociedade por ações.
XI - cujos titulares ou sócios guardem, cumulativamente, com o contratante do
serviço, relação de pessoalidade, subordinação e habitualidade.(Brasil, 2006).
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1 – (revogado).
2 - refrigerantes, inclusive águas saborizadas gaseificadas;
3 - preparações compostas, não alcoólicas (extratos concentrados ou sabores
concentrados), para elaboração de bebida refrigerante, com capacidade de diluição de
até 10 (dez) partes da bebida para cada parte do concentrado;
4 - cervejas sem álcool;
c) bebidas alcoólicas, exceto aquelas produzidas ou vendidas no atacado por:
1. micro e pequenas cervejarias;
2. micro e pequenas vinícolas;
3. produtores de licores;
4. micro e pequenas destilarias;
XI - (Revogado)
XII - que realize cessão ou locação de mão-de-obra;
XIII - (Revogado);
XIV - que se dedique ao loteamento e à incorporação de imóveis.
XV - que realize atividade de locação de imóveis próprios, exceto quando se referir a
prestação de serviços tributados pelo ISS.
XVI - com ausência de inscrição ou com irregularidade em cadastro fiscal federal,
municipal ou estadual, quando exigível. (Brasil, 2006)
Estes artigos são enumerativos e taxativos, ou seja, não podem ser tomados como
meros exemplos, não deixam marguem para interpretação para outro motivo de vedação fora
dos citados, pois todos os casos de vedação ao Simples Nacional estão expressos de maneira
exaustiva nestes artigos. A Fazenda Publicar ao vedar adesão ao Simples Nacional deve
necessariamente citar motivo, ou motivos, elencados nestes artigos, não podendo extrapolá-los
com motivo diverso. Desta forma faz necessária a leitura destes artigos na integra.
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dos benefícios do Simples Nacional, juntamente com encargos de regularização e a burocracia
ao reenquadramento e adesão ao Simples Nacional faz com que muitas empresas, excluídas do
regime, interrompam suas atividades (feche as portas) ou passe a exercê-las na informalidade.
(Antonik, 2016).
CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
CREPALDI, Silvio. Planejamento Tributário. 4ª edição. São Paulo: Saraiva Uni, 2021.
FABRETTI, Denise; FABRETTI, Dilene Ramos; FABRETTI, Láudio Camargo. São Paulo:
2018.
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MARANCA, Alfredo Portinari. Regulamento Simples Nacional Comentado. 2ª edição. São
Paulo: FISCOSoft, 2013.
SANTOS, Cleônimo dos. SIMPLES NACIONAL. 5ª edição. Rio de Janeiro: Freitas Bastos,
2018.
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