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QUEBRANGULO

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PROJETO PARA O SISTEMA DE


ESGOTAMENTO SANITÁRIO
TR-ENG-011-2023

ÁGUAS DO SERTÃO

PROJETO HIDRÁULICO
MEMORIAL DESCRITIVO – ESTAÇÃO DE
TRATAMENTO DE ESGOTO
QUEBRANGULO - ALAGOAS

NOVEMBRO/ 2023

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RELAÇÃO DAS REVISÕES


DATA N° REVISÃO DESCRIÇÃO

09/2023 00 Emissão inicial para análise

11/2023 01 Mudança de local e tecnologia de tratamento da ETE

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AUTORIA DO PROJETO

Este projeto foi elaborado pela empresa:

SANEARES – INFRAESTRUTURA E SANEAMENTO LTDA.®


CREA 2250526

Responsável técnico
Engº Gustavo Basílio
CREA 5069943304

Gerente do Projeto
Engº Matheus Furlan
CREA 5070378501

Equipe Técnica
Engª Yasmin Pimentel
CREA 0216440629
Engº Diego Brito
CREA 5070475161
Gabriel Borba
Jaqueline Andrade

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ÍNDICE PÁG.

RELAÇÃO DAS REVISÕES............................................................................................................................. 3

AUTORIA DO PROJETO ............................................................................................................................... 4

1. APRESENTAÇÃO .................................................................................................................................. 9

2. CARACTERIZAÇÃO DO MUNICÍPIO...................................................................................................... 10

3. OBJETIVO DO SISTEMA DE TRATAMENTO .......................................................................................... 12

4. CARACTERIZAÇÃO DOS ESGOTOS ....................................................................................................... 13

4.1. CARACTERIZAÇÃO QUALITATIVA ............................................................................................................. 13


4.2. CARACTERIZAÇÃO QUANTITATIVA ........................................................................................................... 13

5. PADRÃO DE LANÇAMENTO ................................................................................................................ 14

6. ESTUDO DE ALTERNATIVAS ................................................................................................................ 15

6.1. INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 15


6.2. ALTERNATIVAS ESTUDADAS ................................................................................................................... 15
6.3. PRINCIPAIS CONSIDERAÇÕES.................................................................................................................. 15

7. JUSTIFICATIVA DO PROCESSO ADOTADO............................................................................................ 18

8. DESCRIÇÃO DO PROCESSO ADOTADO ................................................................................................ 20

9. DIMENSIONAMENTO DAS UNIDADES ................................................................................................. 22

9.1. VAZÕES DE PROJETO ........................................................................................................................... 22


9.2. ETAPAS PREVISTAS .............................................................................................................................. 24

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9.3. REATOR UASB................................................................................................................................. 25


9.4. DECANTADOR SECUNDÁRIO............................................................................................................ 26
9.5. TANQUE DE CONTATO .................................................................................................................... 26
9.6. LEITO DE SECAGEM ......................................................................................................................... 27

10. ANEXOS........................................................................................................................................... 28

10.1. ANOTAÇÃO DE RESPONSABILIDADE TÉCNICA ................................................................................. 47

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ÍNDICE DE TABELAS
TABELA 1 – Vazões de Projeto. ..................................................................................... 13
TABELA 2 - Parâmetros de Cálculo. ............................................................................... 23
TABELA 3 - Vazões de contribuição a ETE Quebrangulo. ................................................. 24

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ÍNDICE DE FIGURAS
FIGURA 1 - Mapa de localização e acessos do município. ................................................ 10
Figura 2. Fluxograma da Fase Líquida............................................................................ 19
Figura 3. Fluxograma da Fase Sólida ............................................................................. 19

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1. APRESENTAÇÃO
O presente documento trata da seleção e do dimensionamento do processo de tratamento
adotado para os efluentes gerados pela Zona Urbana do Município de Quebrangulo, em
Alagoas.
O processo atual implantado para atender parte do município é a ETE Geraldo Passos de
Sistema Biológico com tratamento através de Lodos Ativados, porém encontra-se inoperante.
Outra ETE que teve início na sua implantação é a ETE Frederico Maia Filho também de Sistema
Biológico com tratamento através de Fossas, esta unidade não foi finalizada e não entrou em
operação para atender ao conjunto de mesmo nome.
Este relatório concentra as abordagens demonstradas para a ETE que irá atender a maior
parte da zona urbana de Quebrangulo, não sendo avaliadas as questões relacionadas a ETE
Frederico Maia Filho.
Para o atendimento completo, será necessário a reforma e ampliação da ETE Geraldo Passos
ou, implantação de uma nova ETE Quebrangulo que seguirá com Sistema Biológico, porém
com tratamento através de Lagoas de Estabilização (LA + LF + LM).
A ETE Quebrangulo tratará os esgotos gerados por uma população de 5.679 habitantes, e a
ETE Frederico Maia Filho tratará de uma população de 715 habitantes, totalizando 6.394
habitantes ao final de plano.
Encontra-se no Plano Diretor de Esgoto de Quebrangulo uma apresentação de possível
localização para esta nova ETE, porém o local não foi confirmado. Logo, os desenhos
apresentados ilustram graficamente a ETE, considerando a localização apresentada no PDE.
Ressalta-se que será necessária uma área aproximada de 48.300 m² para a implantação desta
ETE.
Após o tratamento os efluentes serão lançados através de emissário no Rio Paraíba.

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2. CARACTERIZAÇÃO DO MUNICÍPIO
O município de Quebrangulo está localizado na mesorregião Agreste Alagoano, e ocupa uma
área territorial de 319,83 km², o que corresponde a 1,15% do Estado de Alagoas. Seu principal
acesso se dá pelas Rodovias Estaduais AL-210, AL-205 e BR-316, a aproximadamente 140,0
km da capital do Estado.

A FIGURA 1, a seguir, ilustra a localização e os principais acessos viários do município.

FIGURA 1 - Mapa de localização e acessos do município.

Segundo estimativas realizadas a partir de dados do Instituto Brasileiro de Geografia e


Estatística (IBGE), os mesmos dados utilizados no desenvolvimento do Plano Diretor de Esgoto
– PDE de 2022, o município de Quebrangulo possuía em 2022 uma população total de 7.064
habitantes em sua área urbana.

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Em junho de 2023 iniciou a divulgação pelo IBGE dos resultados do Censo Demográfico 2022,
e seguindo os novos dados apresentados, o município possuía população total de 6.999
habitantes na área urbana no ano de 2022.

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3. OBJETIVO DO SISTEMA DE TRATAMENTO


A elaboração do projeto e a execução das obras da ETE têm por objetivo garantir aos despejos
gerados pelo Município, um padrão de qualidade compatível com os níveis determinados pelas
Legislações Ambientais vigentes, em específico, as Resoluções CONAMA 357 de 17 de março
de 2005, CONAMA 397 de 03 de abril de 2008, CONAMA 430 de maio de 2011, e a Instrução
Normativa SEMARH/AL Nº 1 de 30 de maio de 2018.

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4. CARACTERIZAÇÃO DOS ESGOTOS


4.1. CARACTERIZAÇÃO QUALITATIVA
Os esgotos domésticos são formados basicamente por água, em torno de 99,9% e uma
pequena parcela, 0,1%, de sólidos (orgânicos, inorgânicos, suspensos e dissolvidos, além de
micro-organismos). Devido a essa presença de sólidos que se faz necessária o tratamento.
As características físicas e químicas para os esgotos domésticos brutos desta ETE foram
retiradas da literatura técnica nacional especializada (Mara, 1997; ABNT, 2011;
CHERNICHARO, 2007; VON SPERLING, 2002), e foram adotados conforme seguem:
Concentração média de DBO do esgoto bruto: 350 mg/l
Concentração média de DQO do esgoto bruto: 700 mg/l
Concentração média de SST do esgoto bruto: 380 mg/l
O esgoto afluente a ETE será de natureza predominantemente doméstica, de acordo com as
informações disponíveis.
4.2. CARACTERIZAÇÃO QUANTITATIVA
A projeção da população utilizada neste projeto foi disponibilizada pela Águas do Sertão, e as
vazões de efluentes consideradas foram obtidas a partir dos resultados do Projeto Executivo
de Redes Coletoras do Município de Quebrangulo, e foram adotados conforme seguem na
TABELA 1:
TABELA 1 – Vazões de Projeto.
Ano Ano Ano Ano
Parâmetros
2.024 2.036 2.046 2.057
População atendida total (hab) 1.511 6.337 6.364 6.394
Vazão média (l/s) 2,62 11,00 11,05 11,10
Vazão máxima (l/s) 4,30 18,04 18,12 18,20

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5. PADRÃO DE LANÇAMENTO
O padrão de qualidade dos efluentes tratados deverá ser compatível com os níveis
determinados pelas Legislações Ambientais vigentes, em específico, as Resoluções CONAMA
357 de 17 de março de 2005, CONAMA 397 de 03 de abril de 2008, CONAMA 430 de maio de
2011, e a Instrução Normativa SEMARH/AL Nº 1 de 30 de maio de 2018. Desconsiderou-se a
necessidade de atendimento a padrões de enquadramento do corpo receptor, uma vez que o
órgão do meio ambiente não regulamenta níveis de remoção de nitrogênio e fósforo.
De acordo com o Plano Diretor de Esgoto do Município de Quebrangulo, o corpo receptor será
o Rio Paraíba classificado como Classe 2. O padrão de lançamento dos efluentes tratados,
para os parâmetros principais, considerado neste projeto, conforme legislação será:
Concentração Final de CF: < 1,0E+03 NMP/100ml
Concentração Final de DBO: < 120 mg/l
Concentração Final de SST: < 100 mg/l

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6. ESTUDO DE ALTERNATIVAS
6.1. INTRODUÇÃO
No projeto da ETE Quebrangulo buscou-se assegurar estratégias e logísticas consistentes para
a implantação de suas unidades e dispositivos de tratamento. Para isso, o Plano Diretor de
Esgoto do Município foi considerado como referência, assim como toda a normativa técnica
pertinente.
Do ponto de vista técnico-operacional e financeiro, foi analisada a melhor adequação e
viabilidade de cada alternativa proposta em termos de:
 complexidade de execução das obras civis;
 custos de implantação e operação;
 tecnologias disponíveis no mercado; e
 familiaridade e operacionalidade das instalações.
As alternativas consideradas se assemelham a unidades já implantadas em outros Municípios
operados pela Águas do Sertão.
Ressalta-se que, independentemente da alternativa selecionada, pela dimensão necessária
para o tratamento de toda a Zona Urbana do Município, será necessária a aquisição de uma
nova área para a implantação da ETE Quebrangulo ou para a ampliação da ETE Geraldo
Passos.
6.2. ALTERNATIVAS ESTUDADAS
Foram estudadas duas possíveis soluções para os processos de tratamento da ETE
Quebrangulo:
 Alternativa 1: Retrofit da ETE Geraldo Passos com tratamento biológico por Reator
Anaeróbio de Fluxo Ascendente (UASB) seguido de decantador secundário e tanque de
contato para fase líquida. Fase sólida será leito de secagem para desidratação do lodo;
 Alternativa 2: Implantação de nova ETE com tratamento por Lagoas de Estabilização.
6.3. PRINCIPAIS CONSIDERAÇÕES
A ETE Geraldo Passos foi implantada entre 2013 e 2014, porém está inoperante há alguns
anos, devido a necessidade constante de manutenção nos aeradores da estação de
tratamento. A ETE possui sua estrutura pré-moldada em plástico reforçado com fibra de vidro

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(PRFV) no formato circular, sendo composta por dois tanques de aeração, dois tanques de
decantação, um tanque de contato e um clorador. Também não foi disponibilizado o projeto
desta ETE para confirmar dimensões e vazão.
Para que a unidade retome a operação, será preciso fazer uma adequação dos dois tanques
de aeração, substituindo sua tecnologia por Reator UASB e o fornecimento de um terceiro
reator. Os decantadores e tanque de contato também deverão passar por adequação, assim
como a EEEB Final que deverá ser ajustado a vazão de fim de plano. Além disso, será
necessário a implementação de um tratamento preliminar a montante da EEEB Final e uma
calha parshall no final do processo para medição e controle de vazão da ETE. Para a fase
sólida irá ser utilizado leitos de secagem para desidratação do lodo.
A substituição da tecnologia de lodos ativados instalado atualmente por Reatores UASB,
apresenta diversas vantagens significativas. Uma das principais vantagens é o aumento da
capacidade de tratamento da ETE. O reator UASB permite lidar com um maior volume de
efluentes, o que é especialmente benéfico para a situação atual que necessita de aumento da
demanda.
Além disso, o reator UASB melhora a eficiência de remoção de poluentes, como matéria
orgânica e nutrientes, como nitrogênio e fósforo. Isso resulta em um tratamento mais eficaz
e na obtenção de um efluente de melhor qualidade.
Outra vantagem é a redução dos custos operacionais, o reator UASB requer menos energia
para operar em comparação com os sistemas de lodos ativados convencionais, resultando em
economia de custos significativa ao longo do tempo.
O retrofit também permite aproveitar a infraestrutura existente da ETE, minimizando a
necessidade de construção de novas estruturas e reduzindo os custos de investimento. Isso
torna o processo de atualização mais econômico e eficiente.
Além disso, o reator UASB produz menos lodo em comparação com os sistemas de lodos
ativados convencionais, o que reduz os custos de disposição e tratamento do lodo.
As lagoas de estabilização e maturação são amplamente utilizadas em ETEs devido à sua
simplicidade e baixo custo de operação. No entanto, existem algumas desvantagens
associadas a esse tipo de sistema. Como a necessidade de uma grande área para construção
das lagoas, a dependência das condições climáticas para o desempenho adequado, o tempo

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de retenção prolongado necessário nas lagoas, a produção de odores desagradáveis, riscos


de proliferação de mosquitos e vetores de doenças e as limitações na remoção eficiente de
nutrientes, exigindo processos adicionais de tratamento.
Com base no que foi exposto anteriormente, a tecnologia de tratamento indicada para a ETE
Quebrangulo foi a Alternativa 1, uma vez que o retrofit da ETE de lodos ativados para reator
UASB oferece vantagens como aumento da capacidade de tratamento, melhoria na eficiência
de remoção de poluentes, redução dos custos operacionais, aproveitamento da infraestrutura
existente e redução da geração de lodo. Essas vantagens contribuem para um tratamento
mais eficiente, econômico e sustentável dos efluentes, tornando uma escolha mais viável.

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7. JUSTIFICATIVA DO PROCESSO ADOTADO


Os efluentes domésticos municipais têm como característica principal a carga orgânica,
expressa pela concentração de DBO5, ou seja, pode ser adotado um tratamento biológico
para sua depuração e enquadramento na legislação vigente.
O processo de Reatores UASB seguido de decantador secundário e tanque de contato é
conhecido por sua eficiência na remoção de matéria orgânica e tem sido bastante utilizado na
área de Alagoas para tratamento de efluentes em regiões com alta temperatura, com
resultados comprovadamente eficientes, ocorrendo remoções de DBO5 na faixa de 80%,
podendo chegar a valores próximos a 90%.
Além da eficiência observada, outras vantagens que o sistema oferece contribuíram para esta
opção, dentre as quais destacam-se:
 Aproveitamento do sistema existente;

 Menor demanda de área;

 Maior estabilidade do processo

 Baixo consumo de energia;

 Baixo custo de operação;

 Geração de menos lodo que os processos convencionais;

A Figura 2 e Figura 3, representa o fluxograma de processo de tratamento da ETE Geraldo


Passos.

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TRATAMENTO EEEB GERALDO


EEEB-05
PRELIMINAR - ETE PASSOS

REATORES UASB DECANTADOR


•LODO SEGUE PARA LEITO SECUNDÁRIO TANQUE DE
DE SECAGEM •LODO SEGUE PARA EEEB CONTATO
GERALDO PASSOS

EMISSÁRIO FINAL
CALHA PARSHALL (RIACHO BENTO DE
BAROOS)

Figura 2. Fluxograma da Fase Líquida

LODO REATORES LEITO DE DISPOSIÇÃO FINAL PARA


UASB SECAGEM ATERRO

Figura 3. Fluxograma da Fase Sólida

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8. DESCRIÇÃO DO PROCESSO ADOTADO


O processo de tratamento adotado para os despejos da ETE Quebrangulo é o de Reatores
UASB seguido de decantador secundário e tanque de contato.
Os despejos provenientes da Zona Urbana do Município serão encaminhados para a Estação
de Tratamento de Esgotos (ETE) a ser implantada através do sistema de coleta de esgotos.
Os efluentes chegarão ao tratamento preliminar na ETE através do recalque da estação
elevatória de esgoto bruto EEEB-05. Após seguirão para o poço de sucção da estação
elevatória de esgoto bruto existente Geraldo Passos (EEEB-Final) que se encontro dentro da
área da ETE e seu bombeamento direcionará os despejos para os Reatores UASB.
O tratamento preliminar convencional irá desempenhar um papel fundamental na remoção de
sólidos grosseiros, areia, gordura e óleos do efluente bruto, evitando danos aos equipamentos
e obstruções nas etapas subsequentes do tratamento. Além disso, ajuda a proteger os
processos biológicos e químicos, garantindo a eficiência e a qualidade do tratamento.
O reator UASB é composto por um tanque cilíndrico vertical dividido em três zonas distintas:
zona de sedimentação, zona de reação e zona de maturação.
No reator UASB, o efluente bruto é introduzido na zona de sedimentação, onde ocorre a
separação dos sólidos sedimentáveis. Os sólidos mais pesados se acumulam no fundo do
reator, formando uma camada de lodo. Em seguida, o efluente passa para a zona de reação,
onde as bactérias anaeróbias presentes no lodo ativado degradam a matéria orgânica presente
no efluente. Essas bactérias convertem a matéria orgânica em biogás, principalmente metano
e dióxido de carbono.
Na zona de maturação, ocorre a estabilização do efluente tratado. Nessa etapa, o efluente
passa por um tempo de retenção mais longo, permitindo que as bactérias remanescentes
sejam separadas do efluente clarificado.
O efluente tratado, livre de sólidos e com uma redução significativa da carga orgânica, é
direcionado para o decantador secundário.
O lodo acumulado no fundo do reator UASB é removido para processos desidratação no leito
de secagem.

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Após o tratamento nos reatores UASB, o efluente passa para o decantador. Nesse estágio,
ocorre a separação dos sólidos sedimentáveis, permitindo a remoção do lodo do sistema. O
efluente clarificado é direcionado para o tanque de contato.
No decantador, ocorre a desaceleração do fluxo do efluente, permitindo que os sólidos mais
densos se depositem no fundo do tanque. Esses sólidos sedimentados são chamados de lodo
secundário. Por sua vez, a água clarificada ou decantada, livre de sólidos, é direcionada para
o tanque de contato. O lodo secundário é removido do decantador e encaminhado para o
poço de sucção da EEEB-Final. O processo de decantação no decantador secundário é
fundamental para a remoção de sólidos e a obtenção de um efluente mais clarificado e de
melhor qualidade.
O tanque de contato de fluxo ascendente é uma etapa importante na ETE para promover a
desinfecção do efluente tratado. Nesse processo ocorre a adição de agentes desinfetantes,
como cloro. O efluente é misturado de forma adequada com o agente desinfetante, garantindo
um tempo de contato suficiente para a eliminação de microrganismos patogênicos. Após o
tempo de contato necessário, o efluente desinfetado é encaminhado para a calha parshall e
após segui para o ponto de lançamento no corpo receptor: Riacho Bento de Barro.
A Calha Parshall no final do processo permite a medição precisa do fluxo de efluente tratado,
fornecendo dados essenciais para o controle operacional e a conformidade com
regulamentações ambientais. Além disso, a calha Parshall ajuda a monitorar o desempenho
do sistema de tratamento, garantindo que a quantidade correta de efluente tratado seja
descarregada, evitando impactos negativos no meio ambiente. Sua precisão na medição do
fluxo contribui para a eficiência operacional e para a produção de efluentes tratados de alta
qualidade, atendendo aos padrões ambientais.
O lodo descartado dos Reatores UASB é direcionado para um leito de secagem, onde é
espalhado em uma camada fina e exposto ao ar livre. A exposição ao ar e à luz solar promove
a evaporação da água residual contida nos lodos, resultando na redução do volume e na
formação de um lodo seco. Esse lodo seco posteriormente será removido e destinado
adequadamente e o clarificado irá retornar por meio de bombeamento para o início do
processo, no Reator UASB.

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9. DIMENSIONAMENTO DAS UNIDADES


A seguir estão apresentadas as principais informações acerca do dimensionamento das
unidades de tratamento da ETE Quebrangulo.
9.1. VAZÕES DE PROJETO
O Plano Diretor de Esgoto do Município de Quebrangulo fornece diretrizes para viabilizar a
universalização do atendimento, para isto foi realizado um Estudo Populacional e de Demandas
prevendo um horizonte de projeto de 35 anos (de 2022 até 2057).

Para este estudo foi realizada a análise estatística acompanhada das características históricas
e geográficas do Município. A projeção populacional obtida determina a população que faz
parte da área de concessão, e que deverá ser atendida pelos serviços de saneamento neste
horizonte de projeto.
Para este Projeto, foram consideradas as informações fornecidas pelo Plano Diretor como
referência, bem como da atualização realizada pela Águas do Sertão, conforme novo Censo
do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Logo, considerando as projeções de crescimento populacional realizadas, obtiveram-se os


seguintes dados:
 População máxima urbana atendida: 6.394 habitantes;
 Índice de cobertura de esgoto: 90%.

Ressalta-se que o Município de Quebrangulo não apresenta cunhos turísticos, sendo assim,
não foi considerado em seu estudo populacional população flutuante nos cálculos da
população urbana total, uma vez que o respectivo valor não se amostrou significativo para o
dimensionamento.
A TABELA 2 apresenta os parâmetros de cálculo considerados para o Município, com base
nos dados definidos do Plano Diretor de Esgoto.

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TABELA 2 - Parâmetros de Cálculo.


Parâmetro Valor Unidade
Período de Utilização 24 h/ dia
Consumo per capita 150 L/ hab * dia
K1 1,2 -
K2 1,5 -
K3 0,5 -
Coeficiente de Retorno 0,8 -
Taxa de Infiltração 0,0001 L/ s * m
População Máxima Total 6.394 Hab
População Máxima 5.679 Hab
ETE Quebrangulo

Para o dimensionamento do sistema foi calculado a sua vazão média, máxima horária e de
infiltração:
Vazão Média
𝑃×𝑞×𝐶
𝑄𝑚é𝑑 =
86400
Vazão Máxima Horária
𝑃×𝑞×𝐶×𝑘 ×𝑘
𝑄𝑚á𝑥ℎ𝑜𝑟 =
86400
Vazão de Infiltração
𝑄𝑖𝑛𝑓 = 𝑇𝑥 𝑖𝑛𝑓 × 𝐿 𝑅𝑒𝑑𝑒
Vazão média com infiltração
𝑄𝑚é𝑑, 𝑖𝑛𝑓 = 𝑄𝑚é𝑑 + 𝑄𝑖𝑛𝑓
Vazão máxima horária com infiltração
𝑄𝑚á𝑥ℎ𝑜𝑟, 𝑖𝑛𝑓 = 𝑄𝑚á𝑥 + 𝑄𝑖𝑛𝑓
Onde:

 P = População (hab);

 q = Consumo per capita (L/ hab x dia);

 K1 = Coeficiente dia de maior consumo;

 K2 = Coeficiente hora de maior consumo;

 K3 = Coeficiente de variação mínima;

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 C = Coeficiente de retorno;

 L Rede= Comprimento de Redes Coletoras (m);

 Tx inf p= Coeficiente de infiltração para rede de esgoto projetada;

 Tx inf e= Coeficiente de infiltração para rede de esgoto existente.

Os resultados detalhados das vazões de dimensionamento do SES de Quebrangulo estão


apresentados na TABELA 3:
TABELA 3 - Vazões de contribuição a ETE Quebrangulo.
Ano Ano Ano Ano
Parâmetros
2.024 2.036 2.046 2.057
População atendida (hab) 1.342 5.629 5.653 5.679
Vazão média (l/s) 2,33 9,77 9,81 9,86
Vazão máxima (l/s) 3,82 16,03 16,09 16,17

9.2. ETAPAS PREVISTAS


Para o município de Quebrangulo não se faz necessária dividir o sistema de tratamento em
etapas, ficando uma etapa única de implantação.

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9.3. REATOR UASB


PLANO
PLANO FINAL
INICIAL
REATOR UASB UNIDADES
UASB UASB UASB
EXISTENTE EXISTENTE NOVO
Vazão para ajuste de
4,86 4,87 6,59 L/s
eficiência (Qméd)
Vazão para ajuste de
17,50 17,52 23,72 m³/h
eficiência (Qméd)
Carga orgânica (DBO) 125,60 125,76 170,24 Kg DBO/dia
Carga de DQO 251,20 251,51 340,49 Kg DBO/dia
Diâmetro 4,00 4,00 3,80 m³/h
Altura total 5,50 5,50 6,00 m³/h
Altura útil 5,00 5,00 5,00 m³/h
Seção do reator 12,57 12,57 11,34 m²
Volume de cada reator 62,83 62,83 56,70 m³
Quantidade de reatores 2,00 2,00 3,00 unidade(s)
Volume total adotado 125,66 125,66 170,11 m³
Tempo de detenção
7,18 7,17 7,17 horas
hidráulico
Velocidade superficial
0,70 0,70 0,70 m/hora
Qméd(Vsup <0,70)
Eficiência estimada 65% 65% 65% %
Período de remoção de lodo 6,00 6,00 6,00 meses
Quantidade de lodo
37,70 37,70 51,03 m³
estimada
Carga orgânica volumétrica KgDQO/m³xd
2,00 2,00 2,00
(CV<3,5) ia
Carga hidráulica volumétrica KgDQO/m³xd
3,34 3,35 3,35
(CHV<5,0) ia

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9.4. DECANTADOR SECUNDÁRIO


DECANTADOR
PLANO INICIAL PLANO FINAL UNIDADES
SECUNDÁRIO
Carga orgânica entrada 43,96 103,60 Kg/dia
Diâmetro 4,00 4,00 m
Altura total 3,70 3,70 m
Seção do reator 12,57 12,57 m²
Volume útil de cada reator 32,67 32,67 m³
Quantidade de reatores 2,00 2,00 unidade
Volume total adotado 65,35 65,35 m³
Tempo de detenção hidráulico 3,73 0,79 horas
Taxa de aplicação hidráulica 16,71 39,39 m³/m².dia

9.5. TANQUE DE CONTATO


TANQUE DE CONTATO PLANO INICIAL PLANO FINAL UNIDADES
Diâmetro 3,00 3,00 m
Altura total 3,00 3,00 m
Altura útil 2,90 2,90 m
Seção do reator 7,07 7,07 m²
Volume de cada reator 20,50 20,50 m³
Quantidade de reatores 1,00 1,00 unidade
Volume total adotado 20,50 20,50 m³
Tempo de detenção hidráulico 1,17 0,50 m²/m³.dia

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9.6. LEITO DE SECAGEM


LEITO DE SECAGEM PLANO UNIDADES
FINAL
Quantidade de leitos 4,00 unidade
Área de Secagem necessária por leito 17,00 m²
Largura (máximo 10 m) 3,00 m
Comprimento (máximo 10 m) 6,00 m
Altura total 1,30 m
Tijolo maçico 0,05 m
Altura 1ª Camada - Areia espessura 0,3mm a 1,2mm 0,15 m
Altura 2ª Camada - Brita 1 e 2 0,15 m
Altura 3ª Camada - Brita 3 e 4 0,20 m
Altura 4ª Camada - Brita 4 ou pedra de mão (camada suporte) 0,20 m
Borda livre 0,25
Área Total 72,00 m²
Lâmina Máxima de Lodo no Leito 0,30 m
Volume de Lodo 21,60 m³
Tempo de secagem 19,00 dias
Tempo de Limpeza 1,00 dias
Total do Ciclo 20,00 dias

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10. ANEXOS

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10.1. ANOTAÇÃO DE RESPONSABILIDADE TÉCNICA

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