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A Consagração de Pastores

A Consagração de Pastores

Quem qualifica e ordena a um homem ao ministério não é um


pastor, mas é sim o próprio Deus. Pois se fossem homens consagrando
homens, então isto seria simplesmente política, ou seja, seria um
homem tentando agradar ao outro, para assim alcançar graças aos seus
olhos. Para com isto chegar ao ministério através da indicação e apoio
político de alguma pessoa reconhecida como um suposto verdadeiro
pastor por estas pessoas que seguem estas lideranças humanas, sem
se importar com o que diz a liderança do Espírito Santo.

Tudo se tornou simplesmente política no meio desses grupos, é um


homem tentando agradar ao outro ao invés de agradar a Deus, para
assim chegar a ser pastor. Apesar de que um verdadeiro homem de
Deus, sempre tenta fugir do ministério, mas se Deus o escolheu, não há
como ele fugir. Veja Jonas, tentou fugir, mas Deus o trouxe de volta.
Deus pegará o seu homem e o preparará para o ministério. Na hora
certa, Ele o terá no seu posto do dever e os eleitos o seguirão. Não
adianta ninguém tentar impedir isto, pois Deus é soberano, Ele não
precisa da autorização de pastor, ou de bispo algum para isto.

Sem contar que Deus nunca levanta pastor algum dentro de


organizações, pois ali é o domínio do homem e não de Deus. O profeta
nos diz que as denominações são chocadeiras de ministros, os
coitadinhos nunca tiveram um pai e uma mãe para cuidar deles, por isso
eles são moles como são.

“Isto diz o Que é Santo, o Que é Verdadeiro, o Que tem a chave de


Davi; o Que abre, e ninguém fecha; e fecha, e ninguém abre”.
Apocalipse 3: 7.

Este versículo nos mostra que só Jesus tem a chave de Sua Igreja e
que só Ele estabelece os homens em cada um dos seus ministérios na
Igreja. Os pastores não tem este poder de transformar ninguém em
ministro. Somente Jesus tem esta chave. Mas, este é o espírito que toda
denominação têm, o de estabelecer os membros no corpo e de dota-los
com seus ministérios. Mas isto é uma farsa, pois ela não tem este poder,
somente Jesus Cristo O tem.

A verdadeira ordenação de ministros é dar a destra de


companheirismo a um homem chamado por Deus e reconhecê-lo
publicamente como um pastor. Não é fazer de nenhum homem um
pastor, pois é Deus quem faz Isto e não uma imposição de mãos. Deus
chama a um homem ao ministério e prova isto através das obras e
mesmo assim as pessoas não o reconhecem como pastor. Elas não o
reconhecem, simplesmente porque um pastor não impôs as mãos sobre
ele, como se esse ritual, como um passe de mágica, o fosse transformar
em pastor.

... Cremos que O Espírito Santo chama homens. O Espírito Santo


ordena homens. Não importa, poderíamos impor as mãos sobre o irmão
Mckinney, ou qualquer outro ministro, vez após vez, durante todo o dia,
e dar-lhe longas folhas de papel que ele pudesse assinar, fazer voto aos
credos, isto jamais lhe adiantaria nada. Mas, deixe O Espírito Santo
alcançá-lo, uma vez. É isso. Isso dá conta do assunto. Ninguém tem de
dizer-lhe mais nada. Ele vai. Estão vendo? É só isso. Ordenação.
Parágrafo30

...Cada denominação tem o mesmo espírito. Cada denominação


jura que tem a chave do governo da Igreja. Cada denominação alega
que ela abre a porta. Porém isso não é a verdade. É Jesus e Jesus
somente. Ele estabelece os membros no corpo. Ele dota-os com seus
ministérios. Ele coloca os dons à disposição Dela. Ele cuida Dela e a
dirige. Ela é Sua propriedade exclusiva e Ele não tem nenhuma outra a
não ser Ela. A Era Da Igreja De Filadélfia Pagina 265

171 Coloquemos isso em ordem, em um minuto. Vamos abrir em


Efésios, capitulo 1 rapidamente. Ouçam isto. Este é Paulo. Agora, ele
teve de seguir ate a perfeição com esta Igreja. Paulo está endereçando
isto a cristãos. Quantos cristãos há aqui? Deixem-nos ver sua mão. (A
congregação diz: “Amém” - Ed) Muito bem. Isto não é para bebês,
agora. Isto é - isto é para aqueles que podem comer alimento sólido.
Agora, o capítulo 1, observem a quem ele endereça Isto.
Paulo apóstolo de Jesus Cristo, pela vontade de Deus,... (não pela
ORDENAÇÃO do bispo, não pela organização).

·... apóstolo (um homem enviado), pela vontade de Deus, aos santos
(esses são os santificados, ou consagrados) que estão em Éfeso e fieis
em Cristo Jesus:

Como o anjo veio a mim

Um outro motivo que podemos listar aqui (do irmão Branham ser
ordenado à ministro Batista) é que a Mensagem que viria através dele
nos últimos dias, Ela teria que ser semeada no meio das denominações
em geral, para que nenhum de seus membros tivessem escusa no dia
do julgamento final. Se não fosse assim, os membros das
denominações tradicionais poderiam dizer no dia do julgamento final:
“Se Deus tivesse usado a um ministro de uma igreja tradicional para Se
manifestar através dele numa forma literal (forma do Filho do Homem)
nestes últimos dias, então nós teríamos crido nele, pois saberíamos que
ele não estava sendo influenciado pelo movimento Pentecostal”.
Portanto esta geração se encontra completamente sem escusa para o
dia do julgamento final, pois Deus saiu com esta Mensagem no próprio
meio das denominações tradicionais, porém elas a rejeitaram, então
Deus a levou para dentro das denominações pentecostais, elas também
a rejeitaram.

A Verdadeira forma de se ordenar a um ministro

Temos que saber de uma coisa, que não é a imposição das mãos de
um homem sobre o outro, que faz com que uma pessoa se torne um
pastor, isto é nicolaitismo. Seria o mesmo que dizer que o batismo torna
uma pessoa cristã, sabemos que não é assim, estas ordenanças são
apenas para mostrar ao povo que uma obra divina já foi feito na vida da
pessoa. Agora, se aquela obra realmente foi feita ou não, é só os frutos
na vida daquela pessoa é que confirmarão aquilo. Pois sabemos que
muitas pessoas que o próprio profeta fez o ritual da ordenação de
ministros, impondo as mãos dele sobre elas, não ficaram posteriormente
com o ensinamento correto da Mensagem.
Isto nos mostra, que escolher um ministro é uma responsabilidade
individual, pois cada pessoa terá que dar conta por sua própria alma um
dia. Ninguém poderá culpar o profeta por ordenar aqueles ministros,
pois ele não sabia que eles iriam se desviar da totalidade da Mensagem
no futuro, Deus não revelou isto a ele, nem precisava mostrar. Pois cabe
a cada pessoa, individualmente, observar a mão do Senhor na vida do
ministro e ver se ele nega algo da Mensagem ou não. Ou seja, a
salvação é individual, cada pessoa é responsável pelo pastor que
escolhe.

As pessoas não estão olhando para ver se Deus está com Sua mão
sobre o seu pastor ou não. Elas somente olham para os sinais, para as
sensações. Elas não sabem que Deus é a Palavra da hora, Ele não é
emoções. Mas hoje, se os pastores os emocionam e se algum outro
pastor o consagrou então pronto, eles são perfeitos para elas. As
pessoas deviam estar olhando para a Mensagem do profeta, para ver se
os pastores a estão pregando na integra ou não. Pois é isto que é a
Evidência de um verdadeiro pastor hoje e não se ele produz sensações
ou recebeu a imposição de mãos de algum pastor, isto não significa
nada.

A Identificação de um Verdadeiro Pastor

Deus escolhe o seu homem, Ele próprio o autentica, sabemos que a


sua autenticação é o batismo do Espírito Santo, o qual é o Seu próprio
Selo e nós já sabemos que a evidência de quem tem esse Selo é
receber toda a mensagem da hora. Portanto o sinal do verdadeiro pastor
hoje é quando ele prega toda A Mensagem desta hora. E quando os
eleitos vir a Mensagem sendo pregados em sua totalidade, eles deixará
todo sistema humano para irem após a Verdade, sem importar com o
lugar em que Ela está sendo pregada. Ainda que a Palavra esteja sendo
pregada em uma caverna, num barracão ou mesmo sob uma arvore, ali
se ajuntarão as águias de Deus.

É Deus quem ordena o homem ao ministério e para Ele fazer isto, Ele
não precisa que homem algum confirme Sua escolha com a imposição
de mãos. Deus é soberano, não podemos colocá-lo abaixo dos homens,
como que sem eles, Deus não pudesse dar à Sua Igreja pastores,
doutores etc. Isto é o que o nicolaítismo pretende, abaixar a Deus e
elevar os homens acima Dele na liderança. Ao ponto de pensar que
Deus depende da aprovação desses para Ele estabelecer os ministérios
na Sua Igreja. O irmão Branham sempre ensinou que a imposição de
mãos não transmite dom algum para as pessoas, isto não tem o poder
que esses nicolaítas alegam que tem,

Quando Deus criou o ser humano, Ele colocou em sua alma um


sistema imunológico para detectar e destruir toda doutrina falsa, que por
ventura a invadisse. Pois a incredulidade, a qual é o único pecado que
há, destrói completamente a alma da pessoa. “A alma que pecar, essa
morrerá” Ezequiel 18: 4. Mentir, roubar, prostituir. Etc. Não é pecado,
mas são atributos do pecado, pois quem crê em Deus não faz essas
coisas. Pecado é incredulidade e Jesus disse: “Quem não crê já está
condenado.”

Mensagens e
Pregações
Esboços e Textos integrais de mensagens por Aristarco Coelho
30 novembro 2014

Ministério Pastoral: Três aspectos

Mensagem proferida do culto de consagração


ao ministério da Palavra do Pr. Jardiel Roberto em João Pessoa/PB
Ministério Pastoral: Três aspectos
Introdução ao Evento
Hoje é noite de festa e de grande alegria! Estamos reunidos para confirmar o
entendimento dos irmãos que reúnem aqui em Tambaú, Igreja de Jesus, a
respeito do chamado de Deus na vida do Jardiel.
A vida, o testemunho, a família e o compromisso desse jovem poderiam levá-lo
a servir ao Senhor em diversas posições desse complexo mundo em que
vivemos. No entanto, entre as excelentes coisas a se fazer na vida, Jardiel tem
declarado que sente o chamado de Deus para servir aos irmãos no ministério
pastoral. Esse chamado foi identificado e confirmado por esta comunidade e
pelos líderes a quem ele está submetido nos diversos aspectos de sua vida.
Por tudo isso, e por causa do carinho que todos aqui temos por ele e por sua
família, estamos celebrando ao Senhor. É maravilhoso ver que nosso Pai
continua cuidado de sua igreja e provendo os líderes de que necessitamos para
prosseguir em direção ao alvo que nos está proposto.
Considerações pessoais
Eu me sinto honrado e grato com o convite que recebi para compartilhar a
Palavra de Deus nesta noite tão especial. Em dias normais compartilhar a
Palavra já é uma tarefa repleta de desafio. Hoje, então, os desafios se
multiplicam. O que falar ao mesmo tempo para um jovem pastor, para colegas
de ministério com longas jornadas de serviço no pastorado e para ministros de
Deus das mais diversas vocações aqui presentes?
Depois de ponderar em oração sobre alguns caminhos, decidi recorrer à vida do
apóstolo Pedro para que o Senhor possa através dessa breve reflexão nos trazer
discernimentos, alertas e consolos. Portanto, peço que você entre em oração
comigo para pedirmos ao Senhor que use de sua misericórdia e fale com cada
um de nós conforme nossas necessidades.
Oração
Pedro, um de nós
Acho impressionante ler sobre as viagens do apóstolo Paulo! A forma como
Lucas descreve os desafios que ele enfrentou, as decisões que tomou, os
discursos que fez, sua persistência, sua seriedade, o conhecimento que tinha das
escrituras... Não há como não se sentir desafiado! É quase como se ele não fosse
um ser humano comum.
Por outro lado, quando me detenho nos relatos sobre Pedro, nas lutas e desafios
que ele enfrentou, muitas vezes tenho a impressão de que ele é um de nós.
É claro que isso acontece, em parte, apenas por que eles eram pessoas com
histórias diferentes vivendo circunstâncias diferentes. Ainda assim, quando leio
as histórias de Pedro nasce em mim uma certa identificação com sua
humanidade: ele realmente parece um de nós.
Hoje à noite pretendo conectar três momentos da vida de Pedro de maneira que
possamos refletir sobre o significado da vocação ao ministério pastoral. Ao
final, quero convidá-los a ouvir três conselhos que ele mesmo nos ofereceu ao
final de sua vida.
A. Senhor, estou pronto
Chamei o primeiro momento de “Senhor, estou pronto”. O episódio em que ele
se revela é após a ceia de páscoa e antes do getsêmane, quando Jesus começou a
explicar aos discípulos a natureza sacrificial de seu ministério e esclareceu que
um traidor, entre eles, seria o instrumento de sua prisão.
Lucas (Cf 22:24) afirma que os apóstolos imediatamente começaram a discutir
sobre quem seria o traidor e quem era o melhor entre eles. Jesus interrompeu os
brigões e tentou recuperar o ponto: serviço sacrificial. Falou coisas estranhas
como o maior é aquele que assume o serviço como uma missão pessoal.
No meio dessa discussão, Pedro fez uma afirmação corajosa: “Senhor, estou
pronto a ir contigo, tanto para a prisão como para a morte” (v.33). Eu imagino os
demais discípulos parando todos ao mesmo tempo e olhando, todos ao mesmo
tempo, para Pedro. Alguns, admirados; outros achando que Pedro tinha passado
a perna neles para assumir a liderança do grupo.
Mas Jesus sabia que aqueles arroubos de Pedro seriam testados e reprovados
naquele mesmo dia e disso: “Pedro, hoje, três vezes negarás que me conheces,
antes que o galo cante.”. É bem possível que Pedro tenha balançado a cabeça e
dito com firmeza que jamais faria isso, repetindo que seria fiel até a morte. Pelos
evangelhos sabemos que naquela noite não foi a coragem do apóstolo Pedro que
se destacou, mas o seu medo, a vergonha e, por fim, a negação que Jesus havia
predito.
Como Pedro poderia estar tão enganado sobre suas próprias reações ao lidar com
aquela situação?
Parece-me que Pedro tropeçou em três pedras que estavam pelo meio do seu
caminho.
1. Ele subestimou os desafios de seguir a Jesus
Seguir os passos de Jesus não é assumir o palco, realizar um espetáculo e
esperar os aplausos. Seguir a Jesus é uma caminhada cheia de oposições e
contratempos. O caminho é estreio e pedregoso.
Jardiel, você precisa ter em mente essa realidade! Não caia na armadilha de
imaginar o caminho do ministério pavimentado e florido. Claro que há flores
pelo caminho. Claro que há temos de refrigérios. Mas quando alguém decide
atender ao chamado e seguir os passos do mestre não pode esquecer que pela
frente vai se deparar com situações adversas que porão à prova sua lealdade ao
modo de Cristo compreender a existência.
2. Ele superestimou a si mesmo
Ser ministro de Jesus a serviço do povo de Deus, seja qual for o ministério ao
qual se foi chamado, não é uma consequência direta da capacidade do servo. É
claro que precisamos nos preparar para servir mais e melhor, mas parece-me
claro também que não se deve confiar demais no preparo e nas capacidades que
adquirimos. Em tempos de pastores profissionais, que têm prazer um promover
as próprias virtudes, é preciso lembrar todo tempo do sábio conselho de Paulo,
de não pensar sobre si mesmo além do que convém.
Jardiel, você precisa conhecer e reconhecer suas limitações. Não caia na
armadilha do ministério com base na blindagem eclesiástica. Não esconda de si
e nem dos outros as áreas da vida em que precisa de ajuda, caso contrário você
nunca encontrará a ajuda de que precisa. Certamente você precisará de amigos
sinceros para rejeitar a blindagem eclesiástica: peça-os insistentemente a Deus.
3. Ele não compreendeu a natureza da oração de Jesus
Embora seja um bom começo, a verdade é que não basta para a jornada do
ministério pastoral avaliar corretamente os desafios do serviço e as limitações do
servo. O chamado de Cristo é para uma missão que possui dimensões
sobrenaturais. Foi por isso que Jesus disse para Pedro que havia rogado a Deus
por ele: “para que tua fé não desfaleça” (v.32). É preciso que o ministro esteja
conectado à dimensão sobrenatural de sua vocação para percorrer os caminhos
do serviço à igreja, a carreira que lhe foi proposta, com dignidade e paz de
espírito.
Jardiel, algumas vezes você não vai conseguir ser uma pessoa melhor, como
anseia o seu coração, e isso lhe será lançado em rosto. Outras vezes você vai
fraquejar diante da oposição espiritual ao seu ministério, e isso lhe será lançado
em rosto pelo inimigo de nossas almas e seus mensageiros. Nesses momentos,
você não pode esquecer de que o próprio Jesus, seu senhor, está intercedendo
por você para que sua fé não desfaleça.
Ao final daquela conversa, Jesus deixou bem claro para Pedro, algo de que os
ministros de Cristo precisam: todos os dias, converter-se da fé em si mesmo para
a confiança no Senhor. E quando você, Jardiel, se perceber convertido dessa
maneira, faça o que Jesus sugeriu a Pedro: “fortalece os teus irmãos” (v.32)
encorajando-os a fazer o fazer o mesmo.
Nos momentos “Senhor, estou pronto”, (1) não subestime os desafios, (2) não
superestime suas capacidades, (3) converta-se à confiança no Senhor.
B. Tu sabes todas as coisas
O segundo momento da vida de Pedro que servirá à nossa reflexão hoje é aquele
em que Jesus tenta regatá-lo do poço existencial em que ele estava depois de ter
fracassado como discípulo e negado até mesmo que conhecia o Senhor. Esse é
um dos momentos em que eu mais me identifico com a humanidade de Pedro.
Jesus já havia ressuscitado. Era tempo de festejar a vitória! Mas Pedro
continuava sentindo-se uma fraude, com vontade de desistir de tudo, exposto em
suas fraquezas, abalado pelo desconhecimento de si mesmo e pela incapacidade
de cumprir com suas promessas. Cabisbaixo e ferido em sua autoestima, ele não
tinha muito o que conversar com Jesus.
Jesus, então, toma a iniciativa: “Pedro, tu me amas?” O jogo de palavras com
ágape e filéo perpassa todo o diálogo entre os dois até Pedro afirmar: “Tu sabes
todas as coisas, tu sabes que eu te amo”.
Jardiel, muitas vezes você só vai conseguir prosseguir pelo caminho da sua
vocação quando trouxer à memória o relacionamento de amor entre você e o
Senhor Jesus. Quando o sentimento de fracasso lhe alcançar, e ele vai lhe
alcançar, você vai precisar da convicção de que, a despeito do sentimento de
inadequação a lhe corroer por dentro, o seu amor por Deus é uma realidade.
De onde você vai tirar essa convicção? Só há um lugar onde ela está disponível:
no amor gracioso de Deus por você. Amor provado na cruz, amor
experimentado na caminhada de fé, amor revelado no constante cuidado dele em
sua vida. João entendeu bem como isso funciona, por isso ele afirmou “nós o
amamos porque ele nos amou primeiro”.
Então, quando os momentos “Tu sabes todas as coisas” chegarem não adianta
explicar nada. Não é necessário esclarecer, nem justificar nada diante de Cristo.
É preciso apenas agarrar-se à firme convicção de que o amor dele por você
invadiu sua vida e isso o levou a amá-lo. É como disse Pedro “Tu sabes todas as
coisas, tu sabes que eu te amo.
C. Rogo aos presbíteros
O terceiro e último momento da vida de Pedro que separei para nossa reflexão
esta noite, está registrado em sua primeira carta. Vejamos:
1 Portanto, apelo para os presbíteros que há entre vocês, e o faço na qualidade
de presbítero como eles e testemunha dos sofrimentos de Cristo, como alguém
que participará da glória a ser revelada:
2 Pastoreiem o rebanho de Deus que está aos seus cuidados. Olhem por ele, não
por obrigação, mas de livre vontade, como Deus quer. Não façam isso por
ganância, mas com o desejo de servir.
3 Não ajam como dominadores dos que lhes foram confiados, mas como
exemplos para o rebanho. (I Pedro 5:1-3)

Nesse trecho, fala um Pedro já experimentado no sofrimento por Cristo e no


cuidado de pessoas. Não se ouve mais as vozes inquietas de antes. É um Pedro
que viu o evangelho de Cristo tocar a sua vida, transformar o seu caráter, mudar
seus paradigmas e, sobretudo, um Pedro que aprendeu a importância das
motivações corretas.
A fala de Pedro, quando apelas aos líderes que tinham responsabilidade em
pastorear o rebanho, é direta e autoexplicativa. Dela extraio três conselhos úteis
para os ministros, seja qual for o ponto da caminhada em que nos encontremos
no ministério de serviço ao Reino.

1) ...não por obrigação, mas de livre vontade...

O primeiro apelo de Pedro àqueles que foram chamados para servir à igreja
cuidando dos irmãos é que o seu serviço não seja feito por obrigação.
Há muito o que se falar sobre essa tensão entre obrigação e espontaneidade
levantada por Pedro em seu conselho, mas eu gostaria de destacar apenas uma,
Jardiel: o Ministério pastoral não é um emprego com direitos e obrigações.
Nenhum ministro de Deus foi chamado a submeter-se a uma relação
profissional, como se fosse empregado da igreja em que serve.
É claro que há responsabilidades a serem assumidas, isso seja qual for o
ministério a ser desenvolvido no corpo de Cristo, mas nunca essa relação deve
produzir o senso de obrigação inerente ao trabalho assalariado.
As armadilhas capazes de transforma vocação em profissão são inúmeras e
giram sempre em torno da motivação pela qual o serviço é realizado. Parece-me,
então, que a melhor forma para um ministro de Deus proteger-se dessas
armadilhas é investigar diante de Deus as razões de seu coração. Os porquês que
movem sua alma são bons indícios para precaver-se das armadilhas em que está
mais propenso a cair.
Investigar a si mesmo não é trabalho fácil nem rápido, amigo, mas é necessário.
A boa notícia é que o Espírito de Deus está sempre pronto a nos ajudar nesse
trabalho. Ele é como espada de dois gumes, capaz de discernir as intenções do
coração. Você sempre poderá contar com ele!

2) ...não por ganância, mas com o desejo de servir...

O segundo apelo de Pedro não poderia ser mais atual. O pastoreio do povo de
Deus não dever ser feito visando lucro pessoal, mas como uma expressão de
serviço ao Supremo Pastor.
Ministros que servem no cuidado pastoral da igreja não são donos do rebanho.
As ovelhas não lhe pertencem. Não há nada que seja propriamente seu. Não lhes
compete o direito de tornar-se abastado às custas do rebanho.
Claro que compete à igreja, que opta por ministros com dedicação exclusiva, o
cuidado zeloso em suprir as necessidades deles e de suas famílias. Digo isso
porque há comunidades que optam por modelos diferentes em que os ministros
se dedicam tanto ao sustento pessoal quanto ao serviço à igreja, como era o caso
de Paulo e seus companheiros.
No entanto, Jardiel, a meu ver, o conselho de Pedro diz respeito ao cuidado com
as motivações de seu coração. Não é difícil que um ministro, ao ver o rebanho
crescer sob seus cuidados, dar espaço em seu coração para sentimentos de
insatisfação sobre o seu sustento. Também não é incomum que um ministro,
pensando no lucro que poderia obter com um rebanho maior negocie princípios
e valores para alcançar o que deseja.
Pedro aponta para a motivação certa: serviço. Se alguém não pode servir ao
Povo de Cristo motivado pela alegria de ser um servo do Cristo vivo realizando
seu ministério, precisa rever as motivações que o levaram à posição em que hoje
se encontra.
Lembre-se, Jardiel, para aqueles que de coração grato assumem o serviço como
expressão de seus ministérios, o Supremo Pastor está preparando a imperecível
coroa da glória!

3) ...não como dominadores, mas como exemplos para o rebanho...

O terceiro e último apelo de Pedro aos Presbíteros que pastoreiam o rebanho de


Deus é sobre a forma como lideram o povo. Pedro, oferece o seguinte conselho:
liderem pelo exemplo, não pela força.
De novo Pedro toca nas motivações. Digo isso, Jardiel, porque não é raro que
almeje o episcopado como uma ferramenta para exercer domínio sobre as outras
pessoas. Isso acontece, algumas vezes, por acordo mútuo entre o rebanho e o
líder, de maneira que todos ficam temporariamente satisfeitos com o arranjo: a
comunidade se submete a líderes abusivos em troca da aparente segurança que
eles inspiram a afirmam oferecer.
Pedro, de temperamento explosivo, sabia bem o efeito que a dominação pode
causar nas pessoas. Mas, transformado pelo amor de Deus em sua vida, ele
aponta o melhor caminho para a liderança: o exemplo.
Liderar pelo exemplo não é ser perfeito. Não se trata de ter todas as respostas ou
saber sempre a direção certa. Se fosse assim, o próprio Pedro estaria
desqualificado. O exemplo que conduz o rebanho é da submissão a Deus, é do
reconhecimento das fraquezas, é o do compromisso com os valores do Reino, é
o da perseverança na Palavra, é o da confiança no amor de Deus. Exemplos
assim são como faróis em meio à tempestade.
Conclusão
O caminho do ministério pastoral tem seus deleites, mas tem também o seus
percalços e armadilhas, nas quais os incautos acabam presos convivendo com as
piores motivações de suas almas.
Como esses conselhos de Pedro, que sondam as motivações do coração dos
Ministros de Deus, encerro minha reflexão nessa noite. Três momentos: no
primeiro deles, “Senhor, estou pronto”, somos chamados a nos converter da fé
em nossas capacidades para a confiança no Deus Altíssimo; no segundo “Tu
sabes todas as coisas”, fomos encorajados, nos momentos de derrota, a declarar
o nosso amor por ele, que é fruto do amor dele por nós; no terceiro, “Rogo aos
Presbíteros” um Pedro maduro e experimentado nos chama a sondar as
motivações do nosso coração e reconhecer que o ministério a que fomos
chamados é algo precioso demais para tratamos com pouco caso.
Termino conclamando aos ministros do evangelho de Cristo que nos tornemos
sábios interpretes de nós mesmos e da vida que nos cerca. Conclamo a todos os
ministros de Cristo, em todos os ministérios a que foram chamados, a ouvirem
as palavras de Pedro, o presbítero, que diz:

1 E AGORA, uma palavra a vocês, os presbíteros da igreja. Eu também


sou um ancião; com os meus próprios olhos vi Cristo morrer na cruz; e eu
também participarei da sua glória e da sua honra quando Ele voltar.
Colegas pastores, este é o meu apelo a vocês:
2 Alimentem o rebanho de Deus; cuidem dele com boa disposição e não
de má vontade; não pelo que vocês ganharão com isso, mas porque
estão ansiosos de servir ao Senhor.
3 Não sejam tiranos, mas guiem o rebanho com o seu bom exemplo.

4 E quando se manifestar o Supremo Pastor, vocês receberão a


imperecível coroa da glória.

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