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Ministério da DRAEDM

M I L H O
A g r i c u l t u r a, Direcção Regional
do Desenvolvimento de Agricultura de
Entre-Douro e Minho
Rural e das Pescas

f i c h a
técnica 25 ESCOLHA DO
Autora
Alda Brás - Eng.ª Agrónoma

Propriedade: D.R.A.E.D.M. T E R R E N O E
Edição e distribuição:
Div. Doc. Inf. e Relações Públicas

1ª edição: Setembro 1993

Edição on-line: 2007


FERTILIZAÇÃO

Na região de Entre Douro e Minho o milho é cultivado numa grande variedade de terrenos. Para além
das zonas de vale, o milho é muitas vezes cultivado em zonas de encosta, em pequenas parcelas
socalcadas, cuja dimensão e dificuldade de acesso são um obstáculo à mecanização. Nestas condições
a rentabilidade da cultura é geralmente baixa.

Assim, a dimensão das parcelas, a disponibilidade de água, as características do solo e as técnicas


culturais são factores a considerar quando se pretende fazer a cultura do milho com sucesso.

DESENVOLVIMENTO DAS RAÍZES PREPARAÇÃO DO SOLO

Gradagem (até 10-15 cm)


Para esmiuçar o terreno superficial.
Permite:
! sementeira a profundidade uniforme;
! emergência simultânea das plantas;
Profundidade ! bom contacto da semente com a terra.
do solo arável
Lavoura (até 25-30 cm)
Fragmentação do solo para permitir a boa
drenagem e o bom desenvolvimento das
raízes.

Subsolagem (até 60-70 cm)


30 cm Deve fazer-se de 3 em 3 anos, para
desfazer o calo de lavoura, que impede a
drenagem da água e o desenvolvimento
das raízes.

As passagens das máquinas devem-se fazer com o terreno


enxuto e só o mínimo necessário, para evitar a formação do calo
de lavoura e a compactação do solo.
A BOA ESTRUTURA DO SOLO DEPENDE DE: A BOA ESTRUTURA DO SOLO PERMITE:

Quantidade de matéria Água Boa infiltração;


orgânica (estrume). Deve ser Boa drenagem;
Retenção nos espaços
superior a 2% - 2,5%.
mais pequenos.
A alternância com a cultura
de leguminosas enriquece o
solo com raízes e azoto.
Raízes Facilidade de desenvol-
vimento e penetração.
Existência de animais que
fazem o arejamento do solo
(insectos, minhocas, etc.).

Trabalhos Facilidade de
mobilização do solo.
Existência de microorganis-
mos úteis (certas bactérias e
fungos). Resistência à erosão

CORRECÇÃO DA ACIDEZ

Um dos factores que limita o bom desenvolvimento do milho é a acidez do solo. Os valores de pH
(acidez) recomendados para esta cultura situam-se entre 6,0 e 7,5.
Para se saber se o terreno precisa de uma correcção da acidez é preciso fazer uma análise de terra. No
resultado da análise é indicada a quantidade de calcário necessária para corrigir um hectare desse
terreno (10.000 m2). É necessário fazer o cálculo para a área que se vai utilizar.

exemplo 1 exemplo 2

Análise de Terra a quantidade é Análise de Terra a quantidade é


superior a 5 ton/ha
inferior a 5 ton/ha
aplica-se em 2 anos Calcário
Calcário aplica-se todo
necessário: necessário: num ano
1º ano: 3.750 kg

7,5 ton/ha 2º ano: 3.750 kg 4 ton/ha 1º ano: 4.000 kg

A aplicação do calcário (calagem) deve ser feita na preparação do terreno da cultura anterior à do
milho, para que tenha efeito na altura desejada.

Efeito da
Calagem
calagem

MILHO CULTURA INTERCALAR MILHO


Primavera / Verão Outono / Primavera Primavera / Verão
FERTILIZAÇÃO DA CULTURA DO MILHO PARA GRÃO

Para uma fertilização racional é necessário fazer sempre


ANÁLISE DE TERRA
uma análise de terra.
O resultado da análise indica, para além do pH do solo,
os teores em matéria orgânica, fósforo e potássio. De acordo Quantidades detectadas
no solo, em partes por
com esses valores, podem-se calcular as quantidades de
milhão (ppm) de:
azoto, fósforo e potássio a aplicar no solo, para obter uma
certa produção. Fósforo (P2O5)
Uma forma prática de obter esses valores é através de 87 ppm
tabelas próprias, como por exemplo, a desta página. As
Potássio (K2O)
quantidades de nutrientes necessárias obtêm-se cruzando
63 ppm
as linhas verticais desses níveis, com a linha horizontal
correspondente à produção esperada de milho grão (11
toneladas/hectare, no caso deste exemplo).

AZOTO Níveis de FÓSFORO do solo (ppm) Níveis de POTÁSSIO do solo (ppm)


mais mais
0 - 25 26 - 50 51 - 75 76 - 125 de 125 0 - 25 26 - 50 51 - 75 76 - 125 de 125
Produção
esperada
NECESSIDADES DE NUTRIENTES (kg /ha)
(ton/ha)

5 100 - 110 100 75 50 25 0 75 65 50 25 0

6 115 - 130 120 90 60 30 0 90 75 60 30 0

7 135 - 160 140 105 70 35 0 100 90 70 35 0

8 165 - 180 160 120 80 40 0 120 100 80 40 0

9 185 - 200 170 125 85 45 0 135 115 90 45 0

10 205 - 225 190 135 95 50 0 150 125 100 50 0

11 230 - 245 220 160 105 55 0 165 135 110 55 0

12 250 - 260 230 170 115 60 0 180 150 120 60 0

13 265 - 275 250 180 125 65 0 195 165 130 65 0

14 280 - 290 260 195 130 65 0 210 175 140 70 0

Fonte: Laboratório Químico Rebelo da Silva (1984)

Nota - Se aplicar estrume pode reduzir a adubação em 15 kg de azoto, 10 kg de fósforo e 30 kg de potássio, por cada 10
toneladas de estrume incorporadas (ou 10 m³ de chorume).
- O azoto tem de ser aplicado por partes, sendo metade a 1/3 na adubação de fundo e o restante na de cobertura.
FERTILIZAÇÃO DA CULTURA DO MILHO PARA FORRAGEM
ANÁLISE DE TERRA

Quantidades detectadas
no solo, em partes por
milhão (ppm) de:

Quando a cultura do milho se destina a forragem, o cálculo de Fósforo (P2O5)


azoto, fósforo e potássio faz-se da mesma maneira, mas com uma 100 ppm
tabela própria, como por exemplo, a desta página.
Potássio (K2O)
85 ppm

AZOTO Níveis de FÓSFORO do solo (ppm) Níveis de POTÁSSIO do solo (ppm)


mais mais
0 - 25 26 - 50 51 - 75 76 - 125 de 125 0 - 25 26 - 50 51 - 75 76 - 125 de 125
Produção
esperada
NECESSIDADES DE NUTRIENTES (kg /ha)
Mat. verde
(ton/ha)

35 100 - 110 100 75 50 25 0 120 100 80 40 0

40 115 - 130 120 90 60 30 0 135 115 90 45 0

45 135 - 160 140 105 70 35 0 150 125 100 50 0

50 165 - 180 160 120 80 40 0 165 135 110 55 0

55 185 - 200 170 125 85 45 0 180 150 120 60 0

60 205 - 225 190 135 95 50 0 195 165 130 65 0

65 230 - 245 220 160 105 55 0 210 175 140 70 0

70 250 - 260 230 170 115 60 0 225 190 150 65 0

75 265 - 275 250 180 125 65 0 240 200 160 80 0

80 280 - 290 260 195 130 65 0 255 215 170 85 0

Fonte: Laboratório Químico Rebelo da Silva (1984)

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